Skip to content

A São Paulo Companhia de Dança (SPCD) fará a exibição de sua Temporada 2020 neste mês de setembro. As próximas exibições serão nos dias 17 e 24 de setembro, às 20h. São apresentações em formato digital com transmissão “on-line” ao vivo do Teatro Sérgio Cardoso. A estreia foi no dia 10.

São apresentações feitas em exibição única nas redes sociais da Companhia e na plataforma #CulturaEmCasa. A ideia de transmitir os espetáculos “on-line” ocorre devido às mudanças sociais provocadas pelo enfrentamento à covid-19, com as obras originalmente previstas sendo adaptadas à necessidade de distanciamento social.

“O que prevaleceu foi a criatividade latente tanto dos artistas da casa quanto dos convidados, expostos ao desafio de explorar novos modos de se fazer dança, fazendo jus ao nome da Temporada 2020, batizada ainda no fim do ano passado como Permanência e Inovação”, dizem os organizadores.

A temporada começou com a exibição do americano Stephen Shropshire, que assinou para a SPCD o “work in progress Rococo Variations”, com a concepção e construção da obra (coreografia, figurinos, iluminação) feita de modo remoto, em contato virtual entre o criador e os artistas da Companhia, já que ele não pôde vir ao Brasil.

Outra exibição da estreia foi “Só Tinha de Ser com Você", grande sucesso de Henrique Rodovalho criado em 2005 para sua companhia, a “Quasar Cia de Dança”. Na versão especial assinada pelo coreógrafo goiano para a SPCD, as distâncias entre os bailarinos foram ampliadas e as relações entre eles se constroem a partir de gestos e olhares, sem contatos físicos.

Também na estreia, “Aparições”, de Ana Catarina Vieira, reuniu, em seu elenco, bailarinos que já convivem entre si além da sala de ensaio, inspirada nas obras de Candido Portinari (1903-1962), César Guerra-Peixe (1914-1993) e nas danças populares do nordeste do Brasil.

Mais cinco obras inéditas que integram a Temporada 2020 partem do questionamento de como criar arte mesmo diante do desafio imposto pelo novo arranjo social atual e, a partir daí, foram criados solos para conjuntos com número reduzido de intérpretes, todos concebidos à distância por bailarinos e ensaiadores da SPCD, além de coreógrafos e artistas convidados.

As próximas exibições trazem espetáculos que revisitam trechos das obras “Giselle”, “Grand Pas de Quatre” e “La Esmeralda”, com os especialmente criados para a Temporada 2020: “Grand Pas de Deux de Giselle” – 2º ato, assinado por Lars Van Cauwenbergh, inspirado livremente na obra de 1841 de Jules Perrot (1810-1892) e Jean Coralli (1779-1854); “Esmeralda”, criado por Duda Braz e inspirado na obra de Marius Petipa (1818-1910) a partir do original de Jules Perrot (1810-1892); e “Grand Pas de Quatre de Pugni”, criado pelo bailarino Diego de Paula.

O “streaming” também traz o duo “Dualidade” e o solo “Objeto do Meu Próprio Desejo”, assinados pela dupla brasileira Mônica Proença e Jonathan dos Santos e o argentino Esdras Hernández.

Há, ainda, obras já presentes no repertório da companhia, como “Grand Pas de Deux” de “Carnaval em Veneza”, de Duda Braz; “Instante”, de Lucas Lima; “A Morte do Cisne”, de Lars Van Cauwenbergh; “Grand Pas de Deux”, de “Dom Quixote”, em remontagem pela SPCD; e trechos de “Gnawa” e “La Sylphide”, obras originais de Nacho Duato e Mario Galizzi.

(Fonte: Agência Brasil)

Após quase seis meses de portas fechadas, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), no Aterro do Flamengo, reabriu hoje (12) para o público em novo horário de funcionamento de quinta a domingo. O museu teve as atividades suspensas por causa das medidas de isolamento social para evitar a propagação do novo coronavírus (covid-19).

Esta reabertura traz algumas novidades como um cuidadoso protocolo de segurança para os visitantes, com a aferição de temperatura na entrada, uso obrigatório de máscara, tapetes sanitizantes, distanciamento orientado e totens de álcool 70%, entre outras medidas.

Neste retorno, o museu vai funcionar em novos horários – quinta e sexta, das 13h às 18h e sábado e domingo, das 10h às 18h – e com uma nova forma de entrada: sem cobrança obrigatória de ingresso, a partir do modelo de contribuição sugerida.

"Estamos comprometidos em servir a comunidade, abrindo nossas portas para a visitação de todos. Por isso, o ingresso ao museu passa a ser gratuito com contribuição sugerida", disse, em nota, o diretor-executivo do MAM Rio, Fabio Szwarcwald, "Os visitantes podem optar por pagar o valor sugerido, contribuir com outra quantia ou entrar de graça".

A arquitetura do MAM Rio possibilita aos visitantes um espaço amplo de circulação tanto nas áreas expositivas, quanto nas áreas externas. Com isso, o museu vai controlar o fluxo de visitantes, à capacidade máxima de 200 visitantes/hora, e gerenciar as medidas de distanciamento mínimo de 1,5 metro.

“Um grupo de trabalho multidisciplinar, envolvendo a produção, educação, ‘design’ e museologia, foi montado para desenvolver os protocolos do MAM, incorporando recomendações do Conselho Internacional de Museus e também outras medidas desenvolvidas em redes no Rio com a participação do MAM, tanto para assegurar a volta dos públicos, quanto dos funcionários”, afirmou a diretora-adjunta institucional, Lucimara Letelier.

O museu reabriu com as exposições “Irmãos Campana – 35 Revoluções, Wanda Pimentel” e a nova “Campos Interpostos”, as duas últimas com a curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes.

No último dia 5, foi o Museu do Amanhã, na Praça Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, que reabriu ao público.

(Fonte: Agência Brasil)

11/9/2001 – 19 anos depois...

**

Em 1970, a Jordânia – um país situado no sudoeste da Ásia, na margem do rio Jordão, território três vezes menor do que o Maranhão e população quase a mesma do nosso Estado – massacrou inúmeros militantes palestinos e expulsou outros.

Eram militantes que formavam uma espécie de poder paralelo no país jordaniano. O rei Hussein não tolerou. E o massacre ficou conhecido mundialmente como “Setembro Negro”.

Trinta e um anos depois, a expressão foi relembrada nos jornais, para denominar ou resumir o que o terror pode fazer a uma nação.

Os Estados Unidos sofreram, em 11 de setembro de 2001, há 19 anos, o ataque mais impensado, jamais imaginado, que a insanidade humana poderia desferir contra pessoas – sobretudo pessoas –, contra coisas e contra o orgulho de um país.

Não um país qualquer, mas o mais rico, o mais influente, o mais tecnológico, o mais militarizado, o mais poderoso país da Terra.

Os americanos nunca esqueceram Pearl Harbor.

Nunca deixaram de chorar John Kennedy.

Nunca se curaram do Vietnã, o país que na guerra trucidou milhares de jovens soldados do país tido como “xerife do mundo”.

Os americanos nunca tiraram o engasgo provocado por seu ex-soldado e veterano da Guerra do Golfo Timothy McVeigh, que, com uma bomba de 2.300kg, explodiu 19 crianças na creche do prédio, no segundo andar e outros 149 conterrâneos seus, além de ferir mais 684 em Oklahoma City, manhã do dia 19 de abril de 1995. Metade do edifício federal Alfred P. Murrah foi ao chão e virou pó. Pó, poeira e cinzas.

11 de setembro de 2001. Também em uma manhã de céu límpido em Nova York, o café nem bem havia sido servido ou sorvido quando um estrondo fenomenal anunciou, mais de cem andares acima: um avião se chocava com uma das duas torres do complexo comercial mais famoso do mundo.

Poucos minutos depois, as lentes das televisões que transmitiam ao vivo o cenário de fogo, fumaça e desespero captaram, impotentes, uma segunda tragédia; outro avião se espatifou atirando-se contra a segunda torre. E não terminava aí.

Em Washington, o aparentemente superprotegido edifício de cinco lados, e por isso mesmo chamado Pentágono, sede da inteligência militar americana, recebeu em suas entranhas mais um avião, que explodiu junto com passageiros, tripulantes.

Na Pensilvânia, um quarto avião se destroça no chão, sem tirar vidas em terra, mas nela sepultando os corpos carbonizados pelo fogo e liberando os espíritos congelados pelo que deve ter sido o horror dos passageiros e tripulantes dentro dos aviões que se despedaçaram.

O mundo continua perplexo. Embora a corrupção (que mata o já miserável, tirando-lhe o alimento), embora o político bandido (que mata com suas políticas), embora o bandido político (que mata em nome de suas coisas e causas), embora a banalização dessas infelicidades, embora a vulgarização do que não presta, o ser humano parece que não deixa de ter motivos para continuar se surpreendendo com o que pode de ruim fazer outro ser humano.

O homem continua sendo o lobo do homem.

* EDMILSON SANCHES.

“MINHA AMADA IMORTAL” – ... E UMA ODE À ALEGRIA...

**

Uma das partes mais tocantes (permitam o trocadilho) do filme “Minha Amada Imortal” mostra a estreia da “Nona Sinfonia”, do grande músico alemão Ludwig van Beethoven.

Era 1824. Beethoven estava com 53 anos, 27 dos quais com surdez (morreria três anos depois, aos 56).

No filme, ao subir para ficar em frente à orquestra, o grande compositor lembra uma marcante e repetida passagem de sua infância de pobreza e sofrimento: o pai, consumido pelo álcool, chegando em casa tarde da noite, raivoso, descontrolado, caçando Beethoven para surrá-lo sem razão.

Os irmãos de Beethoven se abraçam, contraídos de medo.

Beethoven foge pela janela e pelos telhados.

Beethoven corre por vielas, ruelas, por caminhos tantas outras vezes caminhados, (per)corridos como rota de fuga da violência, da dor e humilhação.

Beethoven chega ao lago que reflete luar e calma.

O lago e o luar abraçam o menino – e, nessas cenas magistrais que diretores de filme e diretores de fotografia tanto se matam para construir, lago, luar e céu, menino e estrelas se fundem e não sabemos mais o que é o quê. Simplesmente espetacularl!

E, diferentemente do comum em filmes, onde a música é a trilha sonora da imagem, nesse filme sobre Beethoven as imagens é que são a trilha da música: o som dos violinos parece percutir, repercutir (melhor, reproduzir) a celeridade da corrida do menino rumo ao lago – onde finalmente a calma se instala, inclusive no volume de som e na sonoridade geral da orquestra.

A vida de Beethoven, seus traumas de infância, sua surdez na idade adulta – inimaginável para um músico! –, se o levaram à reclusão não lhe tiraram o gênio, a criação, o espírito de liberdade.

Sim, porque Beethoven foi um libertário, um sadio transgressor de regras. Fazia música que, primeiro, agradasse a seu exigente paladar musical... e às favas com as regras, a burocracia a que se deveria submeter as composições na época.

Assim Beethoven foi reconhecido gênio. Livre em seu fazer musical. Sua “Nona Sinfonia” é considerada um dos maiores feitos do homem, ao lado do “Hamlet” e do “Rei Lear”, peças teatrais de Shakespeare.

Foi Beethoven que, pela primeira vez na história da música, inseriu voz, um coral, em uma sinfonia, exatamente na parte que ficou conhecida como “Ode à Alegria”.

Ainda bem que aos políticos cheios de mesmice, incompetência e corrupção a Humanidade contrapõe gênios sensíveis, criativos, inovadores como Beethoven.

Em “Minha Amada Imortal”, Beethoven é representado pelo genial ator londrino Gary Oldman, filho de pai soldador e mãe empregada doméstica. (Pois é – o reino dos céus é dos humildes...).

Ouvir e, mais que isso, escutar a “Nona Sinfonia” e sua ode “À Alegria” é deixar-se tocar na alma e senti-la escorrer líquida e feliz pelos olhos.

É mesmo de chorar de alegria ante tanta beleza e evocações.

Um brinde à Sinfonia e à oportunidade de nos unirmos a ela, pois, que nem ela, somos sobreviventes – e testemunhas – de dois milênios...

Ouça. Veja. Responda:

Não vale a pena estar vivo?!...

**

Bom fim de semana para você.

* EDMILSON SANCHES

(P.S. – Na tela inicial desse vídeo grafou-se “Immoral Beloved”. Está evidente que nem de longe aquele que escreveu isso queria escrever isso. É “Immortal Beloved” [Amada Imortal]).

https://www.youtube.com/watch?v=7fQG4CcoRuM&fbclid=IwAR3srilun-L3uPWyAaJZJOGAGQOek2WMuKACP6DgU3VxnJD7FzliQgd7QHU

O Brasil perdeu, nos últimos quatro anos, mais de 4,6 milhões de leitores, segundo dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. De 2015 para 2019, a porcentagem de leitores no Brasil caiu de 56% para 52%. Já os não leitores, ou seja, brasileiros com mais de 5 anos que não leram nenhum livro, nem mesmo em parte, nos últimos três meses, representam 48% da população, o equivalente a cerca de 93 milhões de um total de 193 milhões de brasileiros.

As maiores quedas no percentual de leitores foram observadas entre as pessoas com ensino superior – passando de 82% em 2015 para 68% em 2019 -, e entre os mais ricos. Na classe A, o percentual de leitores passou de 76% para 67%.

O brasileiro lê, em média, cinco livros por ano, sendo aproximadamente 2,4 livros lidos apenas em parte e, 2,5, inteiros. A Bíblia é apontada como o tipo de livro mais lido pelos entrevistados e também como o mais marcante.

Esta é a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural.

Foram feitas 8.076 entrevistas em 208 municípios entre outubro de 2019 e janeiro de 2020. A coleta de dados foi encomendada ao Ibope Inteligência. A pesquisa foi feita antes da pandemia do novo coronavírus, não refletindo, portanto, os impactos da emergência sanitária na leitura no país.

“Internet” e redes sociais

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Zoara Failla, a “internet” e as redes sociais são razões para a queda no percentual de leitores, sobretudo entre as camadas mais ricas e com ensino superior.

“[Essas pessoas] estão usando o seu tempo livre, não para a leitura de literatura, para a leitura pelo prazer, mas estão usando o tempo livre nas redes sociais”, diz.

“A gente nota que a principal dificuldade apontada é tempo para leitura, e o tempo que sobra está sendo usado nas redes sociais”, completa.

O estudo mostra que 82% dos leitores gostariam de ter lido mais. Quase a metade (47%) diz que não o fez por falta de tempo. Entre os não leitores, 34% alegaram falta de tempo, e 28% disseram que não leram porque não gostam. Esse percentual é 5% entre os leitores.

A “internet” e o WhatsApp ganharam espaço entre as atividades preferidas no tempo livre entre todos os entrevistados, leitores e não leitores. Em 2015, ao todo, 47% disseram usar a “internet” no tempo livre. Esse percentual aumentou para 66% em 2019. Já o uso do WhatsApp passou de 43% para 62%.

Dificuldades de leitura

A pesquisa mostra, ainda, várias dificuldades de leitura. Entre os entrevistados, 4% disseram não saber ler, outros 19% disseram ler muito devagar; 13%, não ter concentração suficiente para ler; e, 9% não compreender a maior parte do que leem.

Há ainda entraves para acesso aos livros. “O Brasil está vivendo uma crise na economia, vemos dificuldade para o acesso, para a compra [de livros]. As pessoas estão frequentando menos bibliotecas”, diz Zoara.

Segundo a pesquisa, 5% dos leitores e 1% dos não leitores disseram não ter lido mais porque os livros são caros; e, 7% dos leitores e 2% dos não leitores não leram porque não há bibliotecas por perto.

Incentivos

Um dos fatores que influencia a leitura, de acordo com o estudo, é o incentivo de outras pessoas. Um a cada três entrevistados, o equivalente a 34%, disse que alguém os estimulou a gostar de ler.

Os professores aparecem em primeiro lugar, apontados por 11%. Em segundo lugar, está a mãe ou responsável do sexo feminino, apontado por 8%, e, em seguida, está o pai, responsável do sexo masculino ou algum outro parente apontado por 4%.

“É fundamental investir na formação desse mediador. O professor, mediador de leitura, o bibliotecário que também assume de alguma forma esse papel. A gente viu a importância desse mediador quando é assumido por uma família, mas que é uma família de classe alta, de nível superior. E as crianças que vêm de famílias mais vulneráveis? Eu acho que a escola tem que suprir esse papel”, avalia Zoara.

(Fonte: Agência Brasil)

**

“São Luís ainda brilha
como o fez antigamente.
Em nosso mar, é uma ilha,
na cultura, é um continente”.
(JOSÉ CHAGAS, “São Luís de quatro séculos”)

”É necessário sair da ilha para ver a ilha,
não nos vemos se não nos saímos de nós”.
(JOSÉ SARAMAGO; “O Conto da Ilha Desconhecida”)

**

Na Geografia, uma ilha. Na História, um arquipélago.

A “Upaon-Açu” tupi é uma maravilhosa e maranhense porção de 1.410 quilômetros quadrados de terra abraçada por líquidas e incertas águas dos 106 milhões e 460 mil quilômetros quadrados do Oceano Atlântico.

“Upaon-Açu” é ilha grande, mas 75,5 mil vezes menor que a vasta extensão de água salgada que a rodeia, a namora e permanentemente a abraça e lambe circularmente suas partes...

Upaon-Açu é Ilha do Amor, mas também Ilha Rebelde.

Rebelde, expulsou conquistadores.

Amorosa, conquistou admiradores.

Upaon-Açu nasceu índia. Quiseram-na francesa. Holandesa. Portuguesa. Rebelde – sempre –, recusou estes para, amorosa – sempre –, acolher todos... como brasileira.

Nesta Ilha, brotaram maranhenses e aportaram outros brasileiros, além de estrangeiros. Gentes das várias regiões do país e forasteiros dos diversos continentes do mundo.

Por esse efeito de atração, Upaon-Açu é Ilha Magnética, Ilha Bela.

Sem preconceito, Upaon-Açu é cosmopolita, plurivalente, multicultural. É tanto Atenas quanto tanto é Jamaica.

Upaon-Açu é ilha só na Geografia mas é arquipelágica, plural, tentacular, na História, nas Artes, na Cultura, ou seja: na sua gente.

Em Upaon-Açu, uniram-se cromossomos de interesses histórico-político-administrativos e socioeconômico-culturais e dessa união fizeram nascer cidades. A “alma mater”, São Luís, foi fundada em 1612 – e, por tão antiga, por/tão ancestral, muitas das vezes deixa passar ou assume a condição de ilha quando é, legal e honrosamente, município, mas não apenas: é município e capital, aliás, a única entre as capitais brasileiras com sua área territorial totalmente contida em uma ilha.

Depois de São Luís, a Ilha viu nascerem-lhe mais três filhos-municípios, mais três-cidades-filhas: São José de Ribamar, com fundação em 1627; Paço do Lumiar, em 1761; e Raposa, caçula, existente desde os anos 1940.

E é São Luís que se revela, para olhos e lentes. Máquinas e mentes.

É São Luís, imensa, que se contém neste livro. Do celuloide à celulose. Imagens bem impressas, impressões bem imaginadas.

Imagens atuais que trazem memórias ancestrais. A São Luís da História brasileira, quando o Brasil ainda não era Brasil, nem brasileiro. São Luís-ilha, terra tupi – tupinambás... tremembés... potiguaras... São Luís-porto, de Pinzón, primeiro trimestre de 1500, antes de Cabral (que aqui não aportou).

São Luís de Daniel. Daniel de La Touche, também de La Ravardière. São Luís equinocialmente França, trienalmente francesa: 1612-1615.

São Luís de Alexandre e de Jerônimo. Alexandre de Moura e Jerônimo de Albuquerque. Um expulsa os franceses; o outro, passa a administrar o lugar.

São Luís de Maurício e de Johann. Maurício de Nassau e Johann von Koin. São Luís novamente “estrangeira”, trienalmente holandesa (1641-1644).

São Luís novamente retomada. Portugueses e colonos em armas desarmam a continuação das ambições neerlandesas. Para os batavos, agora é vazão. Hora de evasão. Saída. Fuga.

São Luís das guerras e dos amores – Gonçalves Dias e Ana Amélia.

São Luís da lavra e palavra. Prosa e verso. Ficção e realidade.

São Luís em qualquer canto: música, canto, encanto.

São Luís histórica. Retórica. Pictórica. Escultórica.

São Luís carmelita. Jesuíta. Franciscana.

São Luís indígena. Europeia. Africana.

São Luís maranhense. Brasileira. Americana.

São Luís cultural – patrimônio. Mundial.

São Luís dos desejos – miragem.

São Luís ao longe – paisagem.

São Luís das chegadas – ancoragem.

São Luís vida – aprendizagem.

São Luís casarões e ruas – viagens.

São Luís neste livro – Que imagens!

* EDMILSON SANCHES

Texto publicado originalmente no livro “Nossa São Luís”, de Brawny Meireles.

Consuelo Velásquez

A música “Bésame Mucho” é uma das melhores e mais conhecidas interpretações do arranjador e líder de banda norte-americano Joseph Raymond Conniff, o Ray Conniff, falecido em 2002.

“Bésame Mucho”, pelo título e pela letra, sugere que quem a compôs fosse a mais beijoqueira das pessoas, e um dos mais apaixonados seres humanos da História...

Entretanto, “Bésame Mucho” foi feita pela pianista e compositora mexicana Consuelo Velásquez quando tinha 25 anos de idade e nunca houvera dado um único beijo – pai militar, educação em escola de freiras etc.

O sucesso foi imediato. Mais de 20 idiomas têm essa música em seu repertório. Dezenas e dezenas e dezenas de cantores e conjuntos gravaram, à sua maneira, esse estrondoso “hit” dos anos 1940. Do “A” de Andrea Bocelli, “B” de Beatles, “C” de Charles Aznavour, “J” do brasileiro João Gilberto etc., todos pediram: “Beija-me muito”, “como si fuera ésta noche la última vez”...

Agora, quando você novamente ouvir “Bésame Mucho”, saberá que ela não foi resultado de uma realidade feminina, de uma mulher querendo os beijos mais linguodentais (credo!...), mais íntimos, com receio de uma presumida última noite.

Consuelo Velásquez – ela mesma contava (faleceu em 2005, aos 88 anos) – “não sabia, não fazia ideia” do que era um beijo. Nem mesmo sua mãe lhe antecipara coisa alguma sobre beijo.

Como disse Albert Einstein: “Eu acredito na intuição e na inspiração. A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado [...]”.

Imaginação é tudo...

* EDMILSON SANCHES

Link: https://www.youtube.com/watch?v=ZSYh19zMqjg&fbclid=IwAR3TaLIsCdCOP7bFf-OGkOQlvHNrYBRD7DVBr6-3fFyidlVZc_UQWiaGTQ

 

Em entrevista coletiva realizada na sede do PDT, nesta quinta-feira (10), o pré-candidato a prefeito de São Luís, deputado estadual Neto Evangelista (DEM), anunciou a assistente social Luzimar Lopes Corrêa como sua pré-candidata a vice. Formada em Assistência Social, Luzimar Lopes Correa tem 48 anos. É militante, mãe solteira de três filhos, evangélica, negra e moradora do Bairro Coroadinho.

“Foi uma escolha feita com diálogo entre todos os partidos aliados que entenderam que precisávamos de um nome que represente a cidade, que ajude a construir e a governar São Luís. E para o nosso projeto arrojado, com um plano de governo para execução em quatro anos de gestão, o nome para compor a nossa chapa à Prefeitura de São Luís é a Luzimar, uma mulher que tem formação em Assistência Social, é evangélica, mãe solteira e negra. Uma mulher lutadora da comunidade do Nairro Coroadinho e que sabe muito bem quais são as necessidades do nosso povo”, afirmou Neto Evangelista.

O senador Weverton (PDT) disse que o grupo tem a maior militância política e social e fará a diferença no período eleitoral. “Estou bastante motivado e, cada dia que passa, tenho mais certeza de que fizemos a escolha correta ao decidirmos apoiar Neto, um jovem preparado, líder nato e que sabe agregar. Será a eleição da nossa vida. A militância maior de São Luís está aqui e será nosso diferencial”, afirmou.

O presidente municipal do PDT, vereador Raimundo Penha, também enalteceu o poder da militância do partido e disse: “Andar e lutar ao seu lado, Neto, é um orgulho para qualquer um e eu não tenho dúvida de quem for anunciado como seu pré-candidato a vice não representa apenas o PDT, mas algo maior, que é a cara da cidade de São Luís”, disse.

Luzimar agradeceu a indicação e disse que se tratava de um dia memorável e histórico. “Tenho a certeza de que seremos vitoriosos, pois Deus está conosco. Sou uma mulher que vem da periferia [o Coroadinho], sou mãe solteira [de trigêmeos] e creio que represento essas pessoas. Eu sou aquela mulher que não se deixa vencer. Digo que não foi fácil, mas sempre pensei que pudéssemos construir um lugar melhor”.

Ela falou um pouco sobre sua trajetória e afirmou que lutará por dias melhores para São Luís. “Iniciei meu trabalho em um clube de mães. Cuidávamos das crianças para que as mães pudessem trabalhar. E, hoje, Neto, você terá a voz de uma mulher que faz política para todos. Essa luta não é minha, não é de Neto. Essa luta é nossa. Vamos buscar o melhor para nossa cidade”, concluiu.

Participaram do evento o presidente do Diretório Estadual do Democratas, deputado federal Juscelino Filho; Tadeu Lima, representando o deputado federal Pedro Lucas (PTB), e Kécio, representando o MDB, além da militância pedetista e diversas outras lideranças.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Karoline Ramos Rocha

Estimular o eleitor maranhense a refletir sobre a escolha dos seus representantes nestas eleições municipais de 2020. Esse é o objetivo da campanha “Rumbora Marocar”, tema da “live” do Inspire e Comunique de hoje (10/9) à noite.

Para falar sobre detalhes da campanha, o Inspire e Comunique receberá a advogada popular e integrante do Coletivo Re(o)cupa, Karoline Ramos Rocha, em um bate-papo por meio do Instagram da jornalista Franci Monteles, da Inspirar Comunicação, às 19h30.

A campanha “Rumbora Marocar” é idealizada pelo Coletivo Re(o)cupa, um espaço plural, criado em 2016, aberto para diversas manifestações artísticas com o intuito de democratizar a arte, a cultura e a educação por meio de novas perspectivas coletivas, influenciando e modificando a forma de ser e coexistir em sociedade.

Por meio da disseminação de conteúdos informativos e educativos de forma ampla, a campanha utilizará peças em jornais locais, rádios e programas de televisão, divulgação em todas as redes sociais, YouTube e plataformas de “streaming”, ressaltando fatos ao eleitor visando propiciar melhor entendimento tanto da política institucional quanto da política local. Distante de interesses particulares e partidários, a proposta do Re(o)cupa, que conta com 12 profissionais da área de Direito e Comunicação, é contribuir na ampliação de conhecimento aos ludovicenses sobre o processo eleitoral.

O Inspire e Comunique é um projeto da Inspirar Comunicação, idealizado pelas jornalistas Yndara Vasques e Franci Monteles, que realizam diálogos semanais sobre projetos, histórias e experiências que possam contribuir com o

conhecimento ou servir de inspiração.

Serviço:
Live: Inspire e Comunique com a advogada popular Karoline Ramos
Quando: 10/9 (quinta-feira)
Hora: às 19h30
Onde: Instagram @franci_monteles

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Arthur Carlos da Cunha.

– Arthur Cunha cultivava a Língua Portuguesa. Escreveu poesias e contos. Foi tipógrafo, revisor, microempresário. No último domingo (6/9), completaram-se 104 anos de seu nascimento, em 6/9/1916.

**

Filho de João Carlos da Cunha e Joana Francisca de Carvalho, Arthur Carlos da Cunha nasceu em Caxias, no dia 6 de setembro de 1916. Ele foi fundador, proprietário e administrador do “Recanto dos Poetas”, tradicional bar das décadas de 1970 e 1980, localizado na Praça Vespasiano Ramos, centro de Caxias, que reunia expressivas figuras do mundo intelectual, empresarial e político caxiense.

Frequentador do bar quando adolescente, pesquisei sobre Arthur Cunha junto a dois de seus filhos, João Carlos e Benedito Alexandre.

O “Recanto” tinha uma característica que o tornava único: um jogo de palavras chamado “impugna”, onde cada participante adicionava uma letra, desde que esta letra não formasse palavra (exceto monossílabos). Quem desconhecesse como a palavra continuaria poderia “impugnar”, e o jogador que colocara a última letra teria de explicar que termo queria formar. Para tirar as dúvidas, dicionários de diversos autores de nomeada espalhavam-se por sobre o balcão, para serem consultados. Quem perdia pagava a rodada de bebidas e acumulava “paus” (pontos negativos).

O jogo “impugna” chegou a ter sua Academia Vocabular de Impugna (Avoci), criada por Arthur Cunha, que mandou imprimir formulários próprios para anotações. O nome do jogo – “impugna” –, é quase óbvio, veio da expressão “Eu impugno!” ou da forma reduzida de “impugnação”.

Entre outros frequentadores do “Recanto dos Poetas”, a maioria de jogadores de “impugna”, citem-se:

– Adílson (servidor do INSS), Álvaro Simão (empresário), Aniceto Cruz (empresário), Antônio Paula (marinheiro), Arias Marinho (aposentado do Banco do Brasil);

– Carlos Gama (gerente da Caixa Econômica Federal), Carlos Jorge Pereira (servidor público estadual), Carlos Maranhão, Carlos Rodrigues (que tem diversos poemas de Arthur Cunha), Cid Teixeira de Abreu (professor universitário, latinista, escritor);

– Delmar Silva (comerciante), Déo Silva (poeta);

– Edmilson Sanches (jornalista e escritor), Elmar Machado Torres (proprietário de terras), Elmary Machado Torres (proprietário de terras e político), Enoque Torres da Rocha (farmacêutico);

– Fause Elouf Simão (político), Fernando Chaves (médico), Floriano Pereira de Araújo e Silva, Francisco Neto Frazão Muniz (o Lito; bancário – Banco do Estado do Maranhão);

– Gentil Menezes (administrador, escritor), Heitor Barreto, Hélio de Sousa Queiroz (empresário e ex-prefeito de Caxias), Isaac Pereira (comerciante);

– Jadihel Carvalho (engenheiro), Jaime Ferreira de Araújo (juiz de Direito), João Cunha (fiel depositário do Banco do Brasil), João Lobo (comerciante), João Vicente Leitão (poeta, irmão do também poeta Luiz Gonzaga Mascarenhas Leitão), José Alves Costa (comerciante), José de Ribamar Mascarenhas (servidor público estadual – Secretaria da Fazenda), José Simão (comerciante), Josino Frasão (músico; levava a banda Lira Caxiense, conhecida como “Furiosa”, para tocar na Praça Vespasiano Ramos e na frente do bar);

– Lafite Fernandes (servidor público estadual, área de Trânsito), Luís Gonzaga de Abreu Sobrinho (jornalista), Luís Gonzaga Mascarenhas Leitão (ex-diretor da Receita Estadual; poeta, irmão do também poeta João Leitão), Luís Paula (funcionário do Banco do Brasil e proprietário do primeiro restaurante flutuante de Caxias, no Rio Itapecuru);

– Mateus Assumpção (comerciante, “bom cozinheiro”; irmão do ex-prefeito Marcello Thadeu de Assumpção), Moisés Varão (fazendeiro), Mota Andrade (revendedor de quadros e molduras);

– Naldson Pereira de Carvalho (advogado, escritor), Neto Saldanha (da empresa de ônibus Expresso Saldanha);

– Odaque (policial rodoviário federal), Orlando Gonçalves (diretor do INPS);

– Pedro Cerma (que trouxe a representação da cerveja Cerma para Caxias), Pedro Soares, Pedro Sousa (o Pedro Avião; gerente da Folha de Caxias Artes Gráficas);

– Raimundo Mário Rocha (comerciante), Rodrigo Baima (servidor público municipal), Rodrigo Octavio Teixeira de Abreu (o Tavico; tabelião);

– Sillas Marques Serra (professor, reverendo), Sinésio Santos (fotógrafo);

– Veloso (representante de mesas de sinuca em Caxias), Vítor Gonçalves Neto (jornalista e escritor, meu grande amigo de muitas escritas e caminhadas pelas noites e dias em Caxias, São Luís, Teresina, Imperatriz, São José dos Campos/SP...);

– Wilson Egídio dos Santos (odontólogo, escritor, professor universitário), Wybson Pereira de Carvalho (jornalista e escritor).

Arthur Cunha estudou até a 6ª série; entretanto, autodidata, cultivava a Língua Portuguesa e a leitura, gosto que foi aguçado pelo incentivo de sua ex-professora Edmée Assunção. Revisava textos e escrevia contos e poesias, especialmente sonetos, diversos deles na posse de familiares e ex-frequentadores do “Recanto dos Poetas”. Gostava dos poemas do caxiense Vespasiano Ramos, alguns deles recitados de memória. Junto com João Vicente Leitão e Luís Gonzaga de Abreu Sobrinho, entre outros, iniciaram um movimento para fundação de uma academia de letras em Caxias, que não se consolidou.

O “Recanto dos Poetas” foi seu quarto bar. Teve outros, todos no centro de Caxias, um deles em sociedade com o comerciante e meu amigo Olavo Bilac Rêgo, também já falecido. Antes de ser proprietário de bares, Arthur Cunha, ainda criança, foi tipógrafo no jornal “O Caxiense”. Na juventude, foi fotógrafo “lambe-lambe”. Depois, agricultor e fabricante de cachaça. Era topógrafo e administrou empresa de construção de rodovias, inclusive as estradas ligando Caxias a Santa Inês e a São Raimundo das Mangabeiras.

O “Recanto dos Poetas” inspirou seu frequentador Neto Saldanha, que compôs a seguinte quadra em heptassílabos:

“É neste agradável abrigo
Onde se encontra a amizade
Quem chega se torna amigo,
Quem parte deixa saudade”.

A quadrinha foi reproduzida na principal parede do bar, com desenho feito pelo pintor D’Alves.

Arthur Carlos da Cunha faleceu em 18 de agosto de 2006. Com a esposa, Maria José Pereira, teve 16 filhos (nove homens e sete mulheres), oito dos quais vivos (cinco homens e três mulheres).

Encerro com uma das muitas lembranças de Arthur Cunha e eu. Certa noite, estávamos uns seis jogando, à mesa (exceto o Arthur, que era dono do bar mas fazia as vezes de garçom, pois ele próprio atendia aos pedidos de bebidas. Mas isto não tirava a atenção e a argúcia do esperto Arthur Cunha, sempre participante do jogo e permanentemente “ligado” nas jogadas).

Vai que, numa das jogadas, a letra inicial foi “O”. O segundo jogador acrescentou “S”; o terceiro repetiu o “S”. Eu era o quarto jogador e a palavra corria o risco de terminar em mim: “OSSO”. Só que, embora ainda menor de idade, eu já era devorador de livros, inclusive dicionários, tendo lido e até feito correções na edição de luxo do “Aurélio”, ainda hoje na minha biblioteca. Pois bem, fiz um suspense, demorei-me um pouco analisando o que deveria fazer. Alguns, apressadamente, achavam que eu não tinha saída. Mas, na verdade, eu estava era calculando quem eu queria “matar”, porque eu poderia jogar a letra “A”, e a palavra prosseguiria, para formar “OSSADA” ou “OSSAMENTA” ou “OSSATURA” ou outras. Mas, em razão de um comentário brincalhão do jogador depois de mim, decidi eliminá-lo, e joguei a letra “E”, que formaria o adjetivo “ÓSSEO”, portanto, terminando no meu vizinho de mesa, que eu intuía, pela experiência dos jogos, que ele não saberia evoluir a palavra para “OSSEÍNA”.

Assim, estavam todos ali em volta observando a jogada e vendo a “encrenca”, o “cala-te, boca” que eu dera no jogador seguinte. Este finalmente impugnou e pediu, conforme regra do jogo, que eu, que colocara a última letra, dissesse que palavra eu queria formar. Aí, altaneiro e aliviado, respondi: “ÓSSEO, adjetivo de OSSO”. Neste instante, o Arthur Cunha, que observava tudo, comentou, irônico e brincalhão:

– O Sanches é mesmo osso; agora botou uma e foi de quati...”.

Todos riram muito e a frase arthuriana ficou na mente e se espalhou entre outros jogadores nos dias seguintes. Ali, só homens cultos e bem vividos, sabiam da relação “osso” e “quati”, mencionada jocosamente pelo Arthur Cunha. É que, como explica a Biologia, o narigudo animalzinho (seu nome em tupi, “quati”, significa “nariz pontudo”) tem em seu órgão sexual masculino um osso, chamado báculo – osso, aliás, presente nos machos em diversos grupos de mamíferos, entre estes os cães, alguns primatas, roedores e até morcegos (no ser humano, masculino a evolução não deixou que tivéssemos nosso osso número 207).

Aqui e acola ouvia-se em Caxias a expressão “Essa foi de quati”, para referir-se a uma ocorrência ou situação “dura”, difícil, trabalhosa. Há expressões assemelhadas, como “É osso!” e “Ossos do ofício”.

Saudades, meu amigo Arthur Carlos da Cunha.

* EDMILSON SANCHES