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Em tempos de pandemia, a foto do formando com o diploma na mão é tirada na sala de casa. Se a cena parece “comum” nos dias de hoje, o retrato tirado pelo estudante Iury Moraes, este semestre, mostra o contrário.

Primeiro estudante surdocego a se formar na Universidade de Brasília (UnB), Iury ultrapassou inúmeros desafios para exibir, orgulhoso, o “canudo” na mão.

O jovem de 26 anos nasceu com catarata e surdez profunda congênita e ingressou no curso de Letras, em 2016. Ele também foi o primeiro estudante surdocego a entrar na instituição.

Com ajuda da mãe, Elemregina Moraes, Iury conta que sempre estudou em escolas públicas em Brasília, com colegas com e sem deficiência, surdos e cegos ouvintes.

Para ele, ter pessoas com deficiência estudando em escolas regulares força as instituições a promoverem políticas de acessibilidade e inclusão.

A diretora do Instituto de Letras da UnB, Rosana Rigota, relata que os desafios foram muitos – para ele e para a universidade.

Iury se formou em licenciatura em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e português como segunda língua. Cerca de 30 surdos, três deles surdocegos, estudam atualmente no Instituto de Letras da UnB.

Segundo a presidente do Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial, Cláudia Sofia Pereira, há, pelo menos, 7 mil estudantes com essa deficiência no Brasil.

Iury não pretende parar. Dar aulas, fazer mestrado e doutorado estão nos planos do jovem. Perguntado se, diante das dificuldades, pensou alguma vez em desistir, ele foi categórico: "nunca".

(Fonte: Agência Brasil)

A menina-moça saiu de casa, do lar, da vigilância de seus pais. Era um domingo de sol. Sol radiante. Vivificador. Sol Vida. Um céu límpido. Uma paisagem de luz com os borrões das nuvens alvas, paradas umas e em movimento outras. E havia, em tudo, a presença encantadora desta coisa que Bilac chamou de “alegria da vida, alegria da vida”. E a menina-moça, iluminada de sonhos, banhada de inocência, tudo nela amor pureza, amor virgindade do corpo e da alma, saiu para o domingo banhado de sol ardente, “vida e calor”.

Tinha um endereço certo: o Casino Maranhense. No Casino, a fascinação dos divertimentos. No Casino, a fascinação da piscina. A água na (...)1 da luz. Porção d’água parada, porção d’água em oscilações mínimas. Um poema de emoção em tudo. Uma paisagem num deslumbramento da Natureza em festa, Natureza acordada, profundamente sentida. Em tudo a vida, em tudo a alegria contagiante. Em tudo o encantamento dos sonhos mais lindos, ilusões que se perdiam, que iam e vinham. Pensamentos no mundo tranquilo das divagações. Pensamento no alvoroço das idades. Pensamentos num balaio de improvisações as mais diversas. Tudo calmo. Tudo quieto. Tudo num convite de paz, num convite íntimo para as diversões mais extravagantes.

Muitas crianças no Casino. No banho da piscina. Muitas crianças correndo. Outras paradas, olhando apenas, fora do cenário das travessuras, dos brinquedos, das correrias. E outras à borda da piscina, olhando aquela porção de “mar” trançado naquele recinto de dimensões pequenas. Outras meninas e outros meninos no banho de mar, no banho de sol. E, no meio das crianças, lá estava Maria de Lourdes. Lá estava a aluna inteligente, a aluna do Colégio Santa Tereza. Com ela, a sua inocência. Junto dela a expressão melhor dos seus 13 anos e mais dois anos a teríamos na festa social das debutantes. Tudo nela alegria, tudo nela Vida. E Maria de Lourdes sem saber, sem pressentir que estava vivendo o seu último domingo. Despedia-se da Vida, da Vida amor, da vida estudo, da vida trabalho e deveres. No lar, seus pais. Com a mãe, talvez, quem sabe, os maus presságios. Uma desconfiança que não se fez angústia. O coração das mães tem os seus mistérios: prevê o Bem e o Mal. Sente a aproximação das borrascas e pressente os dias das bonanças. “Coração de Mãe não engana!” Talvez no lar, com a progenitora, a presença duma desconfiança, um pensamento mais forte a lhe segredar cuidados, a lhe apontar sombras agoureiras. Talvez.

Mas Maria de Lourdes estava no esbanjamento das suas alegrias. Envolvida pelos seus pensamentos de menina-moça, tudo nela um poema de encantamento. Magia na moldura dos seus 13 anos. E Maria de Lourdes brincava. Sorria. Ria. Iluminação de sol nos seus cabelos, no seu rosto, nos seus olhos vivos. Olho olhando a Vida. Coração na pulsação da Vida. E a piscina lá estava. Atração dos sentidos. Reflexões de luz, brilho de sol na superfície líquida. E Maria de Lourdes olhava a piscina, a água no convite do banho. Insistente. Dominando até. E Maria de Lourdes, acreditamos, foi para a piscina. Aproximou-se. Olhou a água e jogou-se para o mergulho. Mas, com ela, mergulhava a Vida, sua Vida. Mergulhava seu corpo de menina-moça. Um mergulho só.

À tona não mais veio Maria de Lourdes. Não mais. Ficara lá embaixo, no fundo da piscina. A Morte a esperava lá embaixo ou fora com Maria de Lourdes. Presa nela. Cá em cima, a angústia. Cá em cima, o sofrimento em muitos corações. No alto, o mesmo céu azul, as mesmas nuvens na ronda silenciosa do firmamento em festa, a festa do sol na paisagem geográfica da Ilha, da cidade, a terra-berço de Maria de Lourdes.

Hora de aflição. Instantes de inquietações. E, depois, a realidade terrível. Maria de Lourdes morta. Maria de Lourdes sem vida. Seu coração deixara de bater.

E, em casa, uma Dor chorando no coração de seus pais.

E Maria de Lourdes foi se encontrar com o Filho do Carpinteiro: “deixar vir a mim as criancinhas”.

E nos lembramos mais do poeta: “Mas a criança no-lo ensina: se viu morrer Jesus quando homem feito, nunca teve uma filha pequenina”. Nunca teve.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 10 de julho de 1965 (domingo).

Nota:
1 No material (original), não foi possível identificar a palavra escrita pelo autor.

Neste domingo, ainda falando sobre...

Palavras homônimas e parônimas

...

56. INFLAÇÃO ou INFRAÇÃO
Inflação = ato de inflar:
A nossa inflação está muito alta.

Infração = ato de infringir:
Cometeu uma infração de trânsito.

57. IMANAR ou EMANAR
Imanar = magnetizar:
Os dois estão imanados.

Emanar = sair de, exalar:
Cheirava mal devido à emanação de gases.

58. IMINENTE ou EMINENTE
Iminente = está prestes a ocorrer:
A chuva é iminente.

Eminente = ilustre, célebre:
É um eminente advogado.

59. INCERTO ou INSERTO
Incerto = duvidoso, incorreto:
Ela tem um futuro incerto.

Inserto = inserido:
Seu nome está inserto na lista.

60. INCIPIENTE ou INSIPIENTE
Incipiente = principiante, novato:
Era um projeto muito incipiente.

Insipiente = que não é sapiente, ignorante:
Seus argumentos eram insipientes.

61. INFLIGIR ou INFRINGIR
Infligir = aplicar, impor pena:
O guarda infligiu a multa.

Infringir = transgredir, violar:
O motorista infringiu a lei.

62. LOCADOR ou LOCATÁRIO
Locador = proprietário do imóvel, quem aluga;
O locador queria aumentar o valor do aluguel.

Locatário = quem toma por aluguel:
O locatário foi despejado.

63. LISTA ou LISTRA
Lista = relação ou risco, linha:
Seu nome não estava na lista.
Sua camisa tinha listas verticais.

Listra = só risco, linha:
Estava com uma camisa listrada.

64. LUSTRO ou LUSTRE
Lustro = polimento ou período de cinco anos:
Vou esperar um lustro para gozar outra licença-prêmio.

Lustre = candelabro:
O lustre da sala estava quebrado.

65. PAÇO ou PASSO
Paço = palácio:
Vivia no paço real.

Passo = ato de andar:
Deu dois passos e caiu.

Teste da semana
Que opção completa, corretamente, a frase abaixo?
“__________, com calor, os rumos que __________ imprimir ao movimento”.
(a) Discutiu-se / se pretende;
(b) Discutiram-se / pretendem-se;
(c) Foi discutido / pretendem-se;
(d) Foram discutidos / pretendem-se;
(e) Discutiram-se / se pretende.

Resposta do teste: Letra (e)
O sujeito do verbo DISCUTIR é “os rumos”. Se o sujeito está no plural, o verbo deve concordar no plural: “Discutiram-se” ou “Foram discutidos”. E o sujeito do verbo PRETENDER é “imprimir ao movimento”. Quando o sujeito é formado por uma oração, o verbo deve concordar no singular. Além disso o pronome relativo “que” exige que o pronome átono “se” fique antes do verbo (= próclise).

Palavras são pessoas feitas de letras, caracteres;
têm elas até parentesco – chamam cognação:
humildade e humanidade, sim, entre outros misteres,
trazem mesma origem, elemento de formação.

No princípio das duas visível semelhança: “hum-”.
“Hum-”, prefixo que fixa a similar identidade
e traz e junta ao conjunto das pessoas em comum
algo único, virtude de quase santo: humildade.

Mas, já se disse, essas duas palavras são como irmãs,
e assim como irmãs discutem, brigam, se desentendem
– uma delas se volta para coisas térreas, chãs.

Assim, quão mais aumenta de humanos a quantidade,
mais os traços se desvanecem, os laços se (o)fendem
... e a Humanidade se esquece de sua irmã Humildade...

* EDMILSON SANCHES

O tempo passa veloz
a levar-me consigo
atroz, enquanto escrevo...

Sou pretérito de mim mesmo!

Procuro-me e não me acho,
tampouco me reconheço,
sou um simples anônimo
que por mim repasso...

No espelho apenas
um rosto gasto,
de um homônimo
talvez, raso e vasto.

Sou apenas de mim
uma voz que ressoa,
heterônimo de vez,
de um Fernando, talvez,
ou de uma outra Pessoa!

* Fernando Braga, “O Puro Longe”, Caldas Novas, 2012.

Instituto Moreira Salles (IMS) reabriu na Avenida Paulista, região central da capital, com uma exposição da fotógrafa chilena Paz Errázuriz. O espaço estava fechado há quase sete meses, desde o início da pandemia, e voltou a funcionar nesta semana, com a flexibilização da quarentena na cidade de São Paulo. A mostra traz 150 imagens e faz uma retrospectiva da trajetória da artista.

Autodidata, Errázuriz começou a trabalhar com fotografia na década de 1970, após abandonar a carreira de professora primária devido a ascensão da ditadura de Augusto Pinochet. Em 1981, fundou a Associação de Fotógrafos Independentes que documentou as manifestações e outras expressões de resistência contra o regime.

Manicômio e transexuais

Apesar da importância da cobertura desses fatos, Errázuriz voltou sua produção a trabalhos autorais em que estabelece relações com comunidades muitas vezes estigmatizadas. Frequentou, por um longo período, o hospital psiquiátrico Philippe Pinel de Putaendo, a 200 quilômetros da capital chilena, Santiago.

Na década de 1990, após estabelecer vínculos afetivos com as pessoas internadas, produziu “O infarto da alma”, ensaio em que retrata os casais que se formam ao longo dos anos no manicômio. Algum tempo depois, publicou “Antessala da nudez”, em que os pacientes são retratados no espaço para banho, mostrando a violência das instituições psiquiátricas que amontoavam pessoas apartadas da sociedade sob o estigma da loucura.

Em “O pomo de adão”, a fotógrafa registrou o cotidiano de transexuais que trabalhavam em bordéis de Santiago e Talca. Os registros mostram um pouco do dia a dia: preparando-se para o trabalho, caminhando pelas ruas e os locais onde dormiam.

Visitação e segurança

A exposição é gratuita e vai até o dia 3 de janeiro. É preciso agendar a visita pela página do instituto.

“A gente ainda está vivendo a pandemia, e a gente fez adaptações para seguir os protocolos e fazer uma experiência segura para todos, funcionários e visitantes”, enfatiza a coordenadora do IMS Paulista, Joana Reiss Fernandes.

Além dos horários marcados, os visitantes precisam usar máscara e foram feitas adaptações para a circulação dentro do prédio. “Para que as pessoas circulem pelo prédio sem se cruzar muitas vezes, garantir o distanciamento adequado. Então, a gente criou um percurso único”, acrescenta.

Mesmo com as mudanças, ainda é possível aproveitar a vista da Avenida Paulista na varanda do edifício, ponto onde grande parte do público aproveita para tirar fotos. “As pessoas podem tirar “selfie” de máscara. A gente pede que as pessoas façam isso na saída. Com o agendamento de horário, a gente consegue garantir poucas pessoas circulando pelo prédio ao mesmo tempo”, diz Joana.

Ela também pede para que o público evite levar mochilas e bolsas grandes, porque, devido aos protocolos de segurança, o guarda-volumes está fechado.

(Fonte: Agência Brasil)

Começa, neste sábado (17), a 17ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que promove eventos em todo o Brasil, com o objetivo de dar visibilidade às descobertas e inovações produzidas por instituições nacionais de pesquisa.

A ideia é popularizar esse tipo de conhecimento, muitas vezes restrito a acadêmicos, para os cidadãos, especialmente os mais jovens. A semana continua até a próxima sexta-feira (23).

A SNCT é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI), em parceria com secretarias da área nos Estados e municípios, além de universidades, escolas e instituições de ensino e pesquisa.

Atualmente, colaboram com a realização desse grande evento as universidades e instituições de pesquisa; escolas públicas e privadas; institutos de ensino tecnológico, centros e museus de C&T; entidades científicas e tecnológicas; fundações de apoio à pesquisa; parques ambientais, unidades de conservação, jardins botânicos, entre outros.

Neste ano, a SNCT terá como tema Inteligência Artificial: a nova fronteira da ciência brasileira. A Agência Brasil publicou, no mês passado, um especial sobre o assunto.

De acordo com o ministério, a escolha do tema está relacionada ao potencial da inteligência artificial de trazer ganhos na promoção da competitividade e no aumento da produtividade brasileira, na prestação de serviços públicos, na melhoria da qualidade de vida das pessoas e na redução das desigualdades sociais, dentre outros.

Cerca de três mil atividades devem ser promovidas por 66 instituições ligadas aos governos federal, estaduais e municipais, escolas, centros de pesquisa e entidades da sociedade civil. Para conhecer a programação, busque mais informações na página do evento.

Mês nacional

Desde o ano passado, o MCTI decidiu expandir as atividades da semana, e o governo federal denominou outubro como o Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações, celebração que será realizada daqui para a frente pelo Executivo.

De acordo com a pasta, em comunicado oficial em seu “site”, o mês nacional terá como propósito “mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades da área, valorizando a criatividade, a atitude científica a inovação e a comunicação”.

(Fonte: Agência Brasil)

"Tropa de Mulas", pintura de Billy Gibbons (São Paulo, 1947-)

Nasreddin (ou Nasrudin) é o nome de um sábio que viveu no século XIII, na Turquia. Embora até haja um túmulo para ele, não se sabe se Nasreddin realmente existiu, o que só aumenta sua popularidade.

Uma das muitas histórias que se conta sobre e com ele, diz que Nasreddin atravessava com frequência a fronteira, com muitas mulas carregadas de sacos. Com igual frequência e cuidado, os guardas da fronteira inspecionavam tudo, abriam e revistavam tudo o que continham os sacos. Não encontravam nada. Nenhum sinal de contrabando ou outro crime. E assim, repetidas e repetidas vezes, Nasreddin passava pela fronteira com mulas e fardos.

Muitos anos depois perguntaram-lhe o que ele negociava, que nunca era descoberto pelos guardas da fronteira. E Nasreddin, tranquilamente, respondeu: “Eu contrabandeava mulas”.

Assim é em Imperatriz, embora não exclusivamente aqui. A sociedade – a Imprensa, sobretudo – continua chafurdando sacos, continua prestando atenção apenas no que é mais aparente, no que parece ser mais óbvio, enquanto bem ali, em frente ao seu nariz, o principal assunto não é abordado, e, como as mulas de Nasreddin, vão cavalgando calmamente até sumirem no horizonte.

Faz muitos anos, melhor, já se vão décadas, que venho escrevendo, conversando e palestrando sobre a necessidade de a sociedade imperatrizense dar atenção aos grandes temas desta cidade, que estão aí, à nossa vista, enormes, e não recebem a abordagem, a “fiscalização”, o cuidado que eles, os temas, requerem. Só cuidamos de olhar os sacos.

Informações vitais, projetos importantes, decisões grandiosas, estudos interessantes não estão sendo apropriados pela sociedade. Grandes temas, que dizem respeito, mesmo, à sobrevivência mais digna das pessoas e do município são simplesmente desconsiderados, deixados de lado, pela ausência de uma oxiopia política que permitisse enxergar mais longe, a partir das possibilidades e potencialidades de Imperatriz e da região por ela influenciada.

As lideranças políticas (ou melhor, as referências políticas – em Imperatriz não há líderes), as referências empresariais, comunitárias e que tais, míopes e apáticas, desenvolveram uma desvontade para coisas e causas que requeiram investimento sistemático e sistêmico, organizado e orgânico de tempo, esforço, recursos e raciocínio.

E, irresponsavelmente, enquanto vão passando a mão em sacos de nada, deixam passar as mulas que carregam – e são – tudo.

* EDMILSON SANCHES
(escrito e publicado em 2004; mudou algo?)

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Na última quinta-feira (15), Dia do Professor, relembrei-me estudante. Aluno. Discípulo. (O Dia do Professor tem origem na lei de 15/10/1827, de Dom Pedro I, que criou currículo escolar mínimo válido em todo o Brasil e concurso público para o Magistério, com participação da mulher e piso salarial igual para ambos os sexos).

Relembrei meus dias passados de estudante (ainda continuo aluno, da vida).

Relembro de minha professora do 1º ano do antigo Primário (atualmente Ensino Fundamental), Maria Luíza da Luz Mousinho, que me chamava, eu criança e até antes de ela falecer, em 2016, de "meu Rui Barbosa". A escolinha da reconhecidamente exigente (para alguns, "severa") professora Maria Luíza era na sua casa, ali próximo à Estação da Estrada de Ferro São Luís-Teresina, em Caxias.

De minha professora, Dona Maria Luíza virou fã – precisava ver a alegria dela ao me receber em minhas visitas à nossa terra natal. Precisava ver a verdadeira mobilização que ela fazia com os vizinhos para me apresentar como seu ex-aluno.

Em tempo de política, quando disputava mandato estadual ou federal, então, não tinha para ninguém: ela pregava cartazes, concitava jovens e adultos para votarem em meu nome etc. etc. Era ela e a madrinha Necy, ali perto, na Rua da Galiana, outra orgulhosa pessoa de minha convivência – e ambas, Maria Luíza e Necy, pessoas que sabem, mais que de meus frutos, de minhas raízes, sabem em que se assenta e em que se sustenta o edifício pessoal, profissional e político que venho tentando alevantar por tantos anos e tenebrosos tempos.

Quando criança e seu aluno, Dona Maria Luíza, a professora, se encantava pelos meus acertos nos ditados, exercícios e provas. Nos testes de silabação, eu, não raro, era o único que acertava, por exemplo, a soletrar palavras como "exercício" e "helicóptero". E, confesso, não tinha nenhum gosto em aplicar "bolos" com a pesada palmatória na mão de outros alunos, meus colegas. Mais dolorido ainda (para mim, em sentido figurado; para meus colegas, dor física mesmo) era quando alguns deles tentavam puxar a mão e a grossa palmatória lhes acertava no seco dos dedos – a dor física, realmente, devia ser maior...

Momento de êxtase para minha professora Maria Luíza foi eu, em tenra idade, levado por sua filha Maria da Glória Mousinho de Souza (a Glorinha), ser aplaudido por milhares de pessoa após discursar em favor de um candidato a prefeito, ali próximo à grande e conhecida Praça do Panteon, no centro de Caxias. Ainda me lembro da frase final: "Eu sei que sou criança, mas se tivesse idade eu faria igual a vocês – votaria no Dr. Marcello para prefeito." Levantaram-me e balançaram-me como um troféu. Marcello Thadeu de Assumpção (a grafia é esta mesmo) era um médico boníssimo, considerado a pessoa com maior número de afilhados por aquela região e redondezas. Consultava de graça. Dava remédios de graça. Operava de graça. Mantinha escola de Educação Básica de graça, Escola Coelho Netto, onde fiz todo o Primário. Foi sua bonomia e voluntariedade que o levou à Política. Ele andava costumeiramente a pé, com sua sempre volumosa maleta preta de médico daqueles tempos. Fala mansa, um cavalheiro. Meninote, eu conversava com ele e jogávamos jogo de palavras: ele me pedia para "acertar" o significado de termos médicos (é fácil, basta memorizar o significado dos elementos de composição – prefixos, sufixos e infixos). A propósito: não por meu discurso, mas Marcello Thadeu foi eleito prefeito de Caxias.

Toda vez que vou a Caxias, visitava minha professora Dona Maria Luíza. Repito: Precisava ver a cara de felicidade, de alegria e orgulho imensos dela, que dizia acompanhar-me por meio de raras e cada vez mais escassas participações minhas em mídia eletrônica e jornais impressos. Claro, também não me esqueço de visitar – e pedir a bênção (não faz mal nenhum) – a minha madrinha Necy e a minha tia Luíza.

Outra professora marcante, agora no Ginásio Duque de Caxias (do Projeto Bandeirantes, escola pública), foi Tia Filozinha, Filomena Machado Teixeira, professora de História, de presença marcante na Educação e vida de muitos caxienses. Intimorata, sem medo de dar sua opinião franca e forte, impunha respeito nas salas de aula e, até hoje, a memória dela é lembrada e relembrada com o mesmo respeito que ela impunha. Tia Filozinha, além de professora, foi, digamos assim, minha vizinha: os fundos do quintal da casa dela batiam com o quintal da casa em que morávamos minha família e eu. Como sempre tive o hábito de acordar cedo, cheguei a ouvir (e registrei em artigo no jornal caxiense "O Pioneiro"), a exclamação de surpresa da católica Filozinha ao ouvir o anúncio da morte do papa João Paulo I, em setembro de 1978, cujo comunicado, em Caxias, fora lido pelo Padre Mendes e irradiado pelos poderosos alto-falantes da Igreja São Benedito. (Décadas depois, encontro e converso longamente com Padre / Monsenhor Mendes na sede do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, onde eu sou diretor e ele, meu colega sócio do IHGC à época – já faleceu).

Outra professora de marca indelével em minha mente e espírito foi a igualmente enérgica, competentíssima Maria Gemma de Jesus Carvalho, hoje minha confreira na Academia Caxiense de Letras. Quando eu estava nos 13 anos de idade, por ser aluno destaque, passei em seletivo do Banco do Brasil e fui ser estagiário (matrícula 2.671.550-3). Eu estudava, como sempre, em escola pública, mas, naquela idade, raciocinei que, estando empregado, carteira assinada, com razoável salário para um menino pobre, por que eu deveria ocupar uma vaga da escola pública se poderia abrir oportunidade para outrem e ir estudar em escola particular e até fazer curso profissionalizante de Técnico em Contabilidade? (Efetivamente, concluí este curso e me registrei no Conselho Regional de Contabilidade, vindo a ser, anos e anos depois, investigador de cadastro, que incluía funções de analista de balanços, no Banco do Nordeste, onde, por ser registrado, por "ter o CRC", cheguei a assinar o balanço geral da agência de Imperatriz como Chefe de Setor).

Pois bem, a diretora Maria Gemma, à época mais conhecida pelo seu nome religioso Irmã Clemens, dirigia o Colégio São José, reconhecidamente uma das melhores escolas do Maranhão, da Associação das Irmãs Missionárias Capuchinhas. Ali, fui eleito e sucessivamente reeleito presidente do Grêmio, o Santa Joana d'Arc, durante os três anos do 2º Grau, hoje Ensino Médio (no primeiro ano, na eleição, fiquei em segundo lugar; o vencedor desistiu dias depois, e eu assumi; nas duas eleições anos posteriores, fui vencedor). Por promover mudanças e realizar movimentos e movimentar realizações, Irmã Clemens me homenageou com Diploma de Honra ao Mérito pelos serviços prestados à frente da agremiação estudantil. Eu não sabia que tinha sido tão diferenciador assim quando, anos e anos mais tarde, já morando fora de Caxias, recebi convite para a festa dos 50 anos de Magistério de Irmã Clemens... e, para minha surpresa, fui agraciado com medalha de aluno destaque no cinquentenário da respeitada professora e administradora escolar. Até hoje, quando vou a Caxias, visito e converso longamente com minha querida professora, ela também leitora voraz, escritora competente, que, para minha surpresa e orgulho, igualmente diz acompanhar os passos a mais que Deus está permitindo que eu dê em minha vida.

Como é bom ter tido professores assim!... Como foi importante ter aproveitado os conteúdos de profissional e os exemplos de pessoa que eles foram e continuam sendo, na Vida ou na Memória terna e eterna!...

Mesmo tendo sido estudante em diversas universidades, com professores igualmente talentosos, cidadãos e cidadãs, foram o assentamento de tijolos, as mancheias de barro, as demãos de cimento, as pás de cal, as pinceladas de tinta, as aplicações de verniz o que fez as bases, as fundações, e erigiu paredes e pilares sobre os quais cada um de nós nos erguemos, partindo da vida na Escola e indo para escola da Vida.

No Dia do Estudante e no Dia do Professor e em todos os dias de estudo e de ensino, no trabalho e na vida toda, consciente ou inconscientemente, está um resíduo da sabedoria dos Mestres em mim.

Como aluno outrora e estudante toda hora, meus agradecimentos a todos os professores que tive, responsáveis pelo pouco-tudo que sou, mas não responsáveis pelo muito-nada que tenho.

* EDMILSON SANCHES
Presidente de Honra do Conselho Municipal de Educação de Imperatriz

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Fotos:
1, 2 e 3 – Edmilson Sanches em Caxias (MA), com sua professora do 1º Ano Primário, Maria Luíza da Luz Mousinho.
4 e 5 – A professora Filomena Machado Teixeira (Tia Filozinha).
6 – Irmã Clemens (Maria Gemma de Jesus Carvalho).
7 – Sanches com as irmãs Gualberta e Maria Gemma, da Associação das Irmãs Missionárias Capuchinhas, mantenedora do Colégio São José, em Caxias.
8 – Irmã Gemma (também chamada Irmã Clemens) com Edmilson Sanches, no ginásio coberto do Colégio São José.
9 – Irmã Gemma e os ex-alunos Jacqueline Moreira, Sanches e Teresa Cristina Torres.
10, 11 e 12 – No Colégio São José, década de 1970, Irmã Clemens/Irmã Gemma e Edmilson Sanches discursam para o auditório lotado. Sanches na época era presidente do Grêmio Santa Joana d'Arc, eleito e reeleito sucessivamente por três anos, durante todo o Ensino Médio.

Equipe médica do Hospital Quatro Patas

Conhecido mundialmente pelo seu trabalho como “coach”, o palestrante motivacional e escritor Anthony Robbins disse certa vez o seguinte: “Se você faz o que sempre fez, vai ter o que sempre teve”.

O médico-veterinário maranhense Renan Nascimento Moraes, pelo que se verifica de sua carreira profissional, levou essa máxima a sério e, por esse motivo, é uma referência na profissão e no empreendedorismo. O seu Hospital Veterinário Quatro Patas, localizado em São Luís (MA), completou 34 anos de existência. Com uma equipe de funcionários esforçados e dedicados, o hospital possui o que há de mais sofisticado em exames e cirurgias no que se refere aos “pets”.

Para comemorar os 34 anos de prestígio e sucesso, foi realizado, nesta sexta-feira (16), um delicioso e caprichado café da manhã especial, que foi oferecido em uma tenda colocada em frente ao hospital, situado no Bairro do São Francisco, mais especificamente, na Rua das Paparaúbas. Clientes e funcionários se serviram, respeitando o distanciamento social e o uso obrigatório de máscaras de proteção, em virtude da pandemia da Covid-19. No local, havia sucos, chocolate, café, pães, bolos, salgados e outras iguarias, sendo que tudo foi preparado com muito amor e carinho, para que o aniversário da Quatro Patas fosse celebrado da melhor maneira possível.

Médico-veterinário Renan Nascimento Moraes

Ao lado da tenda, estudantes do Curso de Medicina Veterinária da Uninassau – hoje Centro Universitário Maurício de Nassau, por meio da Portaria nº 701, sendo que, em 2008, passou a integrar o maior grupo educacional do Nordeste, o Grupo Ser Educacional –, em parceria com o Hospital Veterinário Quatro Patas, realizaram consultas gratuitas, como uma forma de aprimorar os conhecimentos e mostrar o que estão assimilando na universidade, além de aprender com quem já atua na área. A Uninassau, inclusive, durante o café da manhã especial, distribuiu brindes, como cadernos e copos personalizados da instituição a todos os presentes.

Celebrando o sucesso

Do lado de dentro da Quatro Patas, o que chamou a atenção foi um bolo personalizado do hospital, que foi colocado logo na entrada, ao lado da recepção, onde havia unidades da “cãofeitaria pet” para os animais, sob a supervisão de Darlete Moraes, administradora do Hospital Veterinário.

Clínica Veterinária Santo Antônio em 1986

Importante dizer que essa história de sucesso começou em 1986, com a criação da Clínica Veterinária Santo Antônio, no Hotel Quatro Patas. De lá para cá, o empreendimento se desenvolveu, a partir das inovações que surgiram no mercado veterinário. Desse modo, a marca ganhou uma dimensão positiva na sociedade maranhense, que aprovou as mudanças, incluindo o atendimento e os procedimentos realizados no âmbito das cirurgias e exames.

“Começamos desde a Clínica Veterinária Santo Antônio, no Hotel Quatro Patas, até sermos um hospital de referência. Quero agradecer aos ex-funcionários e estagiários que passaram pelo hospital e aos clientes que, até hoje, nos acompanham e acreditam no nosso trabalho de sucesso que temos”, disse Renan Nascimento Moraes, proprietário da Quatro Patas. O médico-veterinário anunciou que, para o próximo ano, o Hospital Veterinário – único particular do Estado do Maranhão – oferecerá muitas novidades, em prol da saúde dos animais, ao público.

O Hospital Veterinário Quatro Patas realiza atendimentos durante 24 horas, para urgência e emergência. Os números para contato são os seguintes: (98) 3235-6653/98413-2363. Então, ligue e agende uma consulta para seu cão ou gato. Cuide da saúde do seu “pet”. Procure quem realmente entende do assunto e oferece um serviço de qualidade.

(Fonte: Blog do Nelson Melo)