O Ministério da Educação (MEC) lançou, nesta quarta-feira (31), o Programa Brasil na Escola. O objetivo é combater a evasão escolar nos anos finais do ensino fundamental e incentivar a permanência de estudantes entre o 6º e 9º ano.
Com medidas de apoio técnico e financeiro às escolas e incentivo à inovação, a Secretaria de Educação Básica pretende beneficiar 1 milhão de estudantes em 5 mil escolas do país. O investimento previsto é de R$ 200 milhões a cada dois anos.
Durante o webinário de lançamento, o secretário-executivo-adjunto do MEC, José Barreto Júnior, explicou que o objetivo inicial é atender 54 escolas, que serão selecionadas por edital público.
“O programa tem a função de planejar e desenvolver ações estratégicas para evitar o abandono, a evasão escolar e a repetência dos estudantes, entre o 6º e o 9º do ensino fundamental”, afirmou.
O secretário substituto da Educação Básica, Mauro Rabelo, disse que dados sobre evasão escolar levaram a equipe do ministério a formular uma política pública inédita para os anos finais da educação básica. O programa foi construído por gestores municipais, servidores do MEC e especialistas.
Segundo Rabelo, dados mostram altos índices de evasão escolar e de estudantes com dificuldades de aprendizagem.
“São desafios que aparecem não só pelas dificuldades estruturais que toda educação brasileira enfrenta, mas também pelas especificidades próprias dessa etapa, entre as quais enfatizamos a organização curricular, a formação dos docentes, a logística e infraestrutura escolares, a integração com a família e fase de vida pela qual passam os adolescentes dessa faixa etária”, disse.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse hoje (31), em Brasília, que o governo lançará, em abril, um painel para monitoramento do retorno às aulas no ensino básico. O painel visa ajudar os gestores no planejamento do calendário escolar e trará informações sobre a suspensão e retorno às aulas e também sobre as condições sanitárias nas regiões em que se localizam as unidades de ensino.
O ministro, que participou de uma audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, disse que, entre os problemas que deverão ser enfrentados, estão comprometimento do calendário escolar em razão da pandemia, retrocessos do processo educacional e da aprendizagem, aumento da evasão escolar e danos sociais para estudantes e famílias de baixa renda. A estratégia passa pela adoção do ensino híbrido, com aulas presenciais e remotas, afirmou.
“O retorno presencial é alguma coisa importantíssima, mas não a qualquer preço. O Brasil é um país continental e, por isso, algumas regiões podem ser mais flexíveis [no retorno] do que outras. Mas tudo isso a critério dos gestores locais”, disse.
O ministro da Educação afirmou, ainda, que a pandemia trouxe a necessidade da adoção de aulas a distância, mas evidenciou também a falta de estrutura tecnológica na maioria das escolas. Ele disse ainda que o MEC trabalha para levar equipamentos eletrônicos e acesso à internet para as escolas, professores e alunos.
“O MEC, no seu planejamento, busca dar as condições para que essas escolas possam ter essa conexão, propiciando aos alunos o acesso à internet. Mas, é claro que algumas dessas escolas apresentam problemas mais severos. Há escolas nas zonas rurais que não têm saneamento básico; algumas nem teto e [resolver] isso é prioridade para o ministério”, garantiu.
Recursos
Para solucionar os problemas de conectividade, o MEC quer que sejam usados recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). “O investimento deve ser feito em políticas elaboradas a partir de diagnósticos bem construídos, prevendo mecanismos claros de monitoramento, transparência e prestação de contas”, disse.
Questionado por parlamentares sobre o veto integral do presidente Jair Bolsonaro ao Projeto de Lei (PL) 3.477/20, que destinava recursos para assegurar a internet grátis a alunos e professores da educação básica durante a pandemia, o ministro defendeu a decisão. Ele argumentou que o projeto não tinha clareza, nem um diagnóstico preciso de onde os recursos seriam aplicados.
“Este projeto não traz, no meu entendimento, clareza suficiente nem diagnóstico adequado a respeito dos gastos efetivos. Em outras palavras, despejar dinheiro na conta não é política pública”, opinou.
“Estou mais empenhado em trazer uma visão mais técnica e mais lógica na implantação do recurso público que seria empenhado para essa política pública”, acrescentou.
O texto, aprovado em fevereiro pelo Congresso, previa que o governo federal destinasse recursos para Estados e municípios aplicarem em ações que garantam internet gratuita com fins educacionais a alunos e professores da rede pública de educação, em razão da adoção do ensino remoto durante a pandemia.
O projeto também previa a aquisição de tablets para todos os estudantes do ensino médio da rede pública vinculados ao Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico), tomando como referência o preço de R$ 520 por equipamento.
O ministro foi criticado pelo deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), um dos autores da proposta. O parlamentar disse que a proposta previa mecanismos de transparência e avaliação na utilização dos recursos.
“O PL [projeto de lei] fala, sim, de transparência e toda política pública é submetida a mecanismos de transparência. Não sei se o senhor se lembra, mas mecanismo de transparência é papel da regulamentação que é da sua responsabilidade”, disse.
A estimativa do impacto orçamentário e financeiro da proposta era de R$ 26,6 bilhões. Os custos seriam cobertos com recursos do Fust, doações e outras verbas previstas na lei orçamentária.
“A vacinação célere e em massa contra a Covid-19 é essencial para salvar vidas e permitir que voltemos à normalidade”. Foi o que defendeu o deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) nessa terça-feira (30), em reunião com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O parlamentar também pediu informações sobre outras ações de enfrentamento à pandemia e apresentou algumas demandas.
“Saí otimista do encontro com o ministro Queiroga. Ele está muito empenhado em acelerar a compra de vacinas e a imunização dos brasileiros, bem como em estimular medidas preventivas, como uso de máscara e distanciamento social. Só assim, unidos e controlando a disseminação do vírus, será possível vencermos essa luta”, afirmou Juscelino Filho.
Vacinação de atletas olímpicos
Entre as solicitações feitas pelo deputado, está a de inclusão imediata, no Plano Nacional de Imunização, dos atletas que representarão o Brasil na Olimpíada de Tóquio. “São cerca de 300 competidores, que precisam estar protegidos para entrarem no Japão. O pedido foi feito por atletas maranhenses e levado a mim pelo secretário de Esportes de São Luís, Ricardo Diniz. O ministro concordou que se trata de uma demanda importante”, relatou.
Mais leitos em São Luís
O deputado Juscelino Filho pediu, também, a Marcelo Queiroga a disponibilização de 10 respiradores, monitores e bombas de infusão para São Luís. “Em razão do agravamento da pandemia, uma realidade em todo o país, os hospitais da nossa capital estão sobrecarregados. Vamos acompanhar de perto o andamento do pedido. Reafirmo que não medirei esforços para obter mais recursos e insumos para o Maranhão”, garantiu.
Juscelino ainda agradeceu a autorização de 18 novos leitos de UTI em São Luís. Segundo a Portaria nº 567 do Ministério da Saúde, publicada nessa terça-feira, serão 10 no Hospital de Campanha no Hospital da Mulher e oito na Maternidade de Alta Complexidade do Governo do Maranhão, com valor de custeio mensal da ordem de R$ 864 mil. “Nesse momento, cada leito a mais faz toda diferença na árdua missão de salvar vidas”, disse.
Pró-Leitos
Entre outros temas, o deputado federal e o ministro da Saúde também destacaram a importância do Programa Pró-Leitos, aprovado na semana passada, na Câmara e, na segunda-feira, (29), pelos senadores. O PL 1.010/2021, relatado no Senado por Weverton Rocha (PDT-MA), incentiva pessoas físicas e empresas a contratarem leitos de UTI da rede privada para auxiliar o Sistema Único de Saúde (SUS) a atender pacientes com Covid-19.
Uma nova espécie de dinossauro, com cerca de 80 milhões de anos, batizada de Llukalkan aliocranianu, foi descoberta na Argentina, de acordo com pesquisa divulgada na publicação científica Journal of Vertebrate Paleontology.
O fóssil é de uma das dez espécies de abelissauro que proliferavam nos continentes do sul, no tempo em que os tiranossauros prosperavam no Hemisfério Norte, e estaria “entre os principais predadores” da Patagônia durante o período do Cretáceo Superior, dizem os pesquisadores.
A tese baseia-se no tamanho do dinossauro, que podia chegar aos cinco metros de comprimento, e na sua mandíbula poderosa, dentes afiados e nas enormes garras nos pés. Os pesquisadores consideram que ele poderia também ter olfato muito apurado.
O crânio do Llukalkan, que significa “aquele que mete medo”, era curto e com ossos ásperos, por isso sua cabeça devia exibir protuberâncias e proeminências como alguns répteis atuais.
A composição do crânio sugere, diz o artigo publicado sobre a descoberta, que a espécie era dotada de uma audição melhor do que a maioria dos outros abelissauros, bastante semelhante à dos atuais crocodilos.
O Llukalkan aliocranianus, cujo nome provém da língua mapuche nativa –“aquele que mete medo” (Llukalkan) – e do latim – “crânio diferente” (aliocranianus) – teria vivido na mesma área e período de tempo que outro abelissauro (lagarto de dorso rígido), o “Viavenator exxoni”, apenas alguns milhões de anos antes do fim da era dos dinossauros.
Restos fósseis das duas espécies foram encontrados a apenas 700 metros da formação geológica de Bajo de la Carpa, perto do famoso depósito de fósseis de La Invernada, na Argentina.
Importância da descoberta
“Esta é uma descoberta particularmente importante porque sugere que a diversidade e abundância de abelissauros era notável, não apenas na Patagônia mas também em áreas mais locais durante o período de prosperidade dos dinossauros”, disse o paleontólogo da Universidade Nacional de San Juan e autor principal do estudo, Federico Gianechini.
Os abelissauros eram uma família dominante de dinossauros terópodes (bípedes e com pés com três dedos), com comprimento médio entre cinco e nove metros, que proliferaram sobretudo na Patagônia e em outras áreas do supercontinente do sul Gondwana, que incorporava África, Índia, Antártida, Austrália e América do Sul.
Por meio da análise dos fósseis encontrados, os especialistas concluíram que a nova espécie se locomovia verticalmente sobre os seus membros posteriores, e as suas enormes garras seriam usadas para esquartejar as presas. Tinha uma dentada poderosa e dentes muito afiados com os quais aprisionava as suas capturas, movendo-se rapidamente graças às suas poderosas pernas traseiras.
Independentemente de como possa ter vivido, os vestígios fósseis encontrados sugerem que os abelissauros estavam em expansão pouco antes da extinção dos dinossauros.
Apesar da importância da descoberta, a mesma significa que ainda há muito mais para descobrir, de acordo com os pesquisadores.
“Sugere que provavelmente existem mais abelissauros que ainda não encontramos, por isso continuamos à procura de outras espécies”, disse Federico Gianechini.
O papa Francisco adaptou uma citação famosa do Hamlet, de Shakespeare, em um apelo para que as pessoas não continuem cegas à destruição do meio ambiente e à migração em massa que ela pode causar, escrevendo: “Ver ou não ver, eis a questão”.
Francisco ainda pediu às pessoas que trabalhem juntas para proteger "a criação, nossa casa comum" e não se “recolham” no individualismo. O apelo foi feito no prefácio de um documento do Escritório de Desenvolvimento do Vaticano para o Cuidado Pastoral de Pessoas Deslocadas por Eventos Climáticos.
“Sugiro que adaptemos o famoso ‘ser ou não ser’, de Hamlet, e afirmemos: ‘ver ou não ver, eis a questão!’ Isso começa com a visão de cada um, sim, a minha e as suas”, escreveu Francisco.
“Não sairemos de crises como a do clima e da covid-19 nos recolhendo no individualismo, mas somente ‘estando muitos juntos’, pelo encontro, o diálogo e a cooperação”, acrescentou no prefácio do estudo de 30 páginas divulgado nessa terça-feira (30).
Conservadores da Igreja Católica, muitos alinhados a forças políticas, são céticos sobre a mudança climática e contestam a opinião científica majoritária de que o aquecimento global é causado principalmente pelo homem.
“Quando pessoas são expulsas porque seu meio ambiente local se torna inabitável, pode parecer um processo da natureza, algo inevitável. Mas, muitas vezes, o clima em deterioração é resultado de escolhas ruins e atividade destrutiva, do egoísmo e da negligência, que colocam a humanidade em choque com a criação, nossa casa comum”.
As notas finais do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, versão impressa e digital, foram disponibilizadas, nessa segunda-feira (29), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão realizador da prova. Os estudantes podem conferir os resultados individuais das provas na Página do Participante ou no aplicativo do exame.
Segundo informado pelo Inep, também ficam disponíveis as notas dos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio para adultos privados de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade (Enem PPL).
Para ter acesso às notas, os participantes devem utilizar o login único do governo federal. Caso o aluno tenha esquecido a senha, o sistema permite recuperá-la. Basta inserir o CPF no campo indicado, selecionar avançar e clicar no link “esqueci minha senha”. O sistema apresentará diversas formas para recuperar a conta (validação facial, bancos credenciados, internetbanking, e-mail e celular). É só escolher uma das opções para receber o código de verificação e, em seguida, criar outra senha.
Além do resultado da redação, que varia de 0 a 1.000, os participantes poderão conferir as notas individuais, referentes às provas das quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias.
As notas individuais do Enem podem ser usadas para acesso à educação superior, no Brasil e em instituições de Portugal, e em programas governamentais de financiamento e apoio ao estudante, como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os participantes podem ter mais informações sobre os programas que permitem o ingresso na educação superior no portal do Ministério da Educação.
O resultado do Enem 2020 impresso, para fins exclusivos de autoavaliação de conhecimentos do participante treineiro, será divulgado no dia 28 de maio, na Página do Participante e no aplicativo do exame.
Teoria de resposta ao item
O Enem é corrigido com base na chamada teoria de resposta ao item (TRI), que leva em consideração, entre outros fatores, a coerência de cada estudante na própria prova. Ou seja, se ele acertar questões difíceis, é esperado que acerte também as fáceis.
Se isso não acontecer, o sistema entende que pode ter sido por chute. O estudante, então, pontua menos que outro candidato que tenha acertado as mesmas questões difíceis, mas que tenha acertado também as fáceis.
A redação tem esquema diferenciado de correção. Cada uma passa por, pelo menos, dois corretores. O tema da redação na reaplicação do Enem foi “A falta de empatia nas relações sociais no Brasil”.
O Museu do Pontal, no Rio de Janeiro, fará hoje (29), às 17h, em seu canal no YouTube, a live Saravá, Jongo, Saravá – pontos de luta e resistência. O jongo foi reconhecido, em 2005, como Patrimônio Cultural Brasileiro pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em sua Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais.
O tema do debate desta segunda-feira é considerado uma importante festa afro-brasileira. A live é uma transmissão ao vivo feita por meio das redes sociais
O encontro virtual terá a participação de pesquisadoras e lideranças desta manifestação da cultura popular brasileira, como Maria de Fátima da Silveira Santos, liderança do Jongo de Pinheiral do Rio de Janeiro; Jussara Adriano de Souza, quilombola e integrante do Jongo do Bracuí de Angra dos Reis; Elaine Monteiro, coordenadora do Pontão de Cultura do Jongo/Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), e Martha Abreu, professora do Instituto de História da UFF e pesquisadora da cultura afro-brasileira.
Tendo no acervo de mais de nove mil obras de 300 artistas de várias regiões do país, o Museu do Pontal, uma referência da arte popular brasileira, possui esculturas e modelagens retratando a dimensão plástica do universo jongueiro, como Jongo, de Sebastião de Oliveira, conhecido como Padeiro Oliveira.
A data do nascimento dele é incerta, mas há uma indicação que seria por volta de 1898, em Taubaté (SP). Padeiro é considerado como um dos mais antigos ceramistas de sua cidade, onde ganhou o apelido de padeiro, atividade que exerceu na adolescência. O artista modelava o barro com a esposa Anastácia e, juntos, produziram vasto material. Padeiro não teve filhos e morreu na sua cidade, em 1972, sem alcançar o reconhecimento merecido.
Recursos da Lei Aldir Blanc
O projeto foi beneficiado pelo Edital Fomento a Todas as Artes, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, com recursos da Lei Aldir Blanc, do governo federal. Conta, ainda, com o patrocínio da Vale, do Itaú e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
A inauguração da sede do Museu do Pontal, na Barra da Tijuca, está prevista para julho deste ano. A instalação tem um terreno de 14 mil metros quadrados, próximo ao Bosque da Barra, e com isso o espaço cultural vai ampliar seu raio de atuação e de programação, se caracterizando como um dos mais relevantes equipamentos de arte e cultura do Rio de Janeiro. O museu promove, também, projetos sociais, ambientais e educacionais.
A nova sede está voltada para uma área verde e vista privilegiada para a Pedra da Gávea e outras montanhas que fazem parte de um conjunto chamado de Gigante Adormecido, que se estende por 20 quilômetros.
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 10 votos a 1, que o governo não pode nomear livremente o diretor interino de Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet), em que se oferecem cursos superiores de graduação e pós-graduação em grau técnico. A decisão vale também para dezenas de Escolas Técnicas Federais e Agrotécnicas Federais.
O julgamento foi realizado no plenário virtual, ambiente digital em que os ministros do STF têm uma janela de tempo para votar somente por escrito, sem debate oral. A votação se encerrou às 23h59 de sexta-feira (26).
Com a decisão, o Supremo derrubou trecho de um decreto presidencial de 2019. A norma autorizava o ministro da Educação a nomear livremente o diretor pro tempore (interino) dos Cefets quando, “por qualquer motivo”, o cargo se encontrasse vago e não houvesse “condições de provimento regular imediato”. O único critério seria que o escolhido integrasse o Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal.
O decreto havia sido questionado no Supremo pelo PSOL, em uma ação direta de inconstitucionalidade. Ao ser provocada, a Advocacia Geral da União (AGU) defendeu a norma, argumentando que a escolha de diretores do Cefet é ato discricionário do ministro da Educação, a quem cabe supervisionar as instituições de ensino.
Ao término, a ministra Cármen Lúcia, relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), entendeu que a previsão de livre nomeação é inconstitucional, por ferir a autonomia das instituições de ensino e por ser desproporcional. Ela votou por derrubar esse trecho do decreto, sendo seguida pelos demais ministros do Supremo, com a exceção do ministro Nunes Marques.
Voto
Em seu voto, Cármen Lúcia disse que o Decreto 9.908/2019 não especificava as situações de vacância do cargo de diretor-geral que permitiriam a livre nomeação, tampouco estabelecia prazo para a direção interina dos Cefets.
Seria possível, por exemplo, que a vacância fosse provocada “por conta de óbices e atrasos dos órgãos mesmos do Poder Executivo na nomeação de profissional indicado pela comunidade escolar”, disse a ministra. Isso daria ao ministro da Educação a possibilidade de perpetuar um indicado pessoal no cargo, entendeu ela.
Nesses termos, a livre nomeação afrontaria os princípios constitucionais do pluralismo, da gestão democrática do ensino e da autonomia das entidades educacionais, concluiu Cármen Lúcia.
“A previsão normativa de preenchimento imediato da função por agente escolhido unilateralmente pelo ministro da Educação põe em sacrifício constitucional o processo democrático de escolha dos dirigentes da comunidade escolar, limitando, quando não esvaziando, os princípios constitucionais que regem a matéria”, escreveu a ministra.
As notas finais do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, versão impressa e digital, serão disponibilizadas nesta segunda-feira (29), a partir das 18h (horário de Brasília). Os participantes poderão conferir os resultados individuais das provas na Página do Participante ou no aplicativo do exame.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão realizador da prova, também estarão disponíveis as notas dos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio para adultos privados de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade (Enem PPL).
Para ter acesso às notas, os participantes devem utilizar o login único do governo federal. Caso o aluno tenha esquecido a senha, o sistema permite recuperá-la. Basta inserir o CPF no campo indicado, selecionar avançar e clicar no link “Esqueci minha senha”. O sistema apresentará diversas formas para recuperar a conta (validação facial, bancos credenciados, internetbanking, e-mail e celular), escolha uma das opções para receber o código de verificação e, em seguida, crie uma nova senha.
Além do resultado da redação, que varia de zero a mil, os participantes poderão conferir as notas individuais, referentes às provas das quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias.
As notas individuais do Enem podem ser usadas para acesso à educação superior, no Brasil e em instituições de Portugal, e em programas governamentais de financiamento e apoio ao estudante. Os participantes podem ter mais informações sobre os programas que permitem o ingresso na educação superior no portal do Ministério da Educação.
O resultado do Enem 2020 impresso, para fins exclusivos de autoavaliação de conhecimentos do participante treineiro, será divulgado no dia 28 de maio de 2021, na Página do Participante e no aplicativo do exame.
Notas finais
O Enem é corrigido com base na chamada teoria de resposta ao item (TRI), que leva em consideração, entre outros fatores, a coerência de cada estudante na própria prova.
Ou seja, se ele acertar questões difíceis, é esperado que acerte também as fáceis. Se isso não acontecer, o sistema entende que pode ter sido por chute. O estudante, então, pontua menos que outro candidato que tenha acertado as mesmas questões difíceis, mas que tenha acertado também as fáceis.
A redação tem esquema diferenciado de correção. Cada uma passa por, pelo menos, dois corretores. O tema da redação na reaplicação do Enem foi “A falta de empatia nas relações sociais no Brasil”.
As notas do Enem podem ser usadas para ingressar no ensino superior e para participar de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Uma vida laboriosa, profundamente humana, integrada na vida da cidade. Uma vida em encantamento, em espírito, em inteligência, em fraternidade, em amor e em renúncias, em sacrifícios, em libertação dos sentimentos mais puros e mais dignos. Uma existência, toda ela em serviço da boa causa, uma “utilidade pública” extraordinária. Uma unidade de princípios restauradores. Uma força moral impressionante. Uma grandeza de alma. Uma resistência no exercício de várias atividades públicas. E, com ele, sempre, inflexível, a firmeza de suas atitudes, estas que não se abatêm, estas que não se curvam, estas que não aceitam a acomodação comprometedora.
Tudo nele a participação válida. A coragem que não se abate. A insistência que não desanima. A luta que não declina. A vontade que não vacila. A amizade que não atraiçoa. O companheirismo que não fere, que não insulta, que não humilha. A palavra que aconselha, a palavra que orienta. A esperança que não engana. O diagnóstico que não atemoriza, que não desespera, que não aflige, que não recua, mas que insiste, que busca um pouco ou um muito para continuar, para sentir instantes e momentos de felicidade.
Uma vida que sempre esteve no lar de muitos. Um cristo realizando milagres, curando, promovendo o bem-estar de muitos. Era assim, sempre foi assim, em toda a sua vida. A medicina, seu campo de ação, sua constante vibração de inteligência, de cultura, de humanismo. Da profissão um sacerdócio. Da vida um laboratório de realizações magnânimas e magníficas. Da sua vida, a vida de muitos, de seus clientes, do povo, da gente humilde, da gente simples, simples como ele, pobre como ele.
Muitos anos na vida da cidade. Muitos anos no seu consultório. Muitos anos atendendo a consultas, escrevendo receitas, ouvindo doentes, salvando vidas. Muitos anos assim, assim com a sua vida, assim com a vida trabalho e luta da cidade, desta São Luís que sempre amou, desta São Luís que sempre o teve nas lutas políticas da época, na luta oposicionista, na luta democrática, na luta pelas reivindicações populares. Na luta maior: recuperando vidas.
Esteve nos jornais. Sustentou polêmicas. Esteve na vida intelectual da cidade. A vida em espiritualidade. A vida em amor. A vida em poesia esta que não se escreve, mas que se sente. Esta que vive dentro de nós, trancada em nós, no nosso mundo interior. Poeta. Sim. Poeta de todas as tristezas, de todas as alegrias. E a sua poesia, pura, humana, simples, declamava-a a seus doentes: “Dr. Djalma me salvou”. E, dentro dele, o cântico destes versos.Rimas soltas a registrar belezas, mensagens de paz e de tranquilidade.
Sim, estava na vida. A vida em distribuição de afetos, a vida em tudo que é vida. E, dele, a sua presença na casa de um rico. Na casa de um pobre. Na casa onde estivesse uma DOR CHORANDO. Sempre assim o dr. Djalma Marques, um amigo do meu Pai, do Nascimento Moraes, um amigo da família. Amigos de todas as horas. De todos os instantes. De todos os momentos. Uma lembrança vivendo dentro da gente, da alma da gente, da vida da gente.
Hoje, temo-lo na velhice. Hoje, temo-lo na moldura da vida tradição da cidade. Hoje, temo-lo na festa dos seus 50 anos de casado. E, junto dele, a esposa, a amiga, a companheira. E junto dos dois, de ambos os dois, os filhos e os netos. Com todos, a família que ele construiu, que ele preservou, que ele sempre amou.
Sua vida na extensão da vida. Sua vida no poente Iluminado do Sol. Sol vida. Sol luz. Sol sombra, irradiação de luz. E, com ele, a sua velhice, a sua resistência. Com ele, quantas lembranças, quantas saudades. Com ele, seu mundo de recordações. Com ele, a poesia da sua alma na libertação de todos os seus sonhos, de todas as realizações.
E, aqui, esta página do Paulo Augusto. O Paulo Augusto que ele viu criança e o tem agora com seus cabelos brancos dizendo para ele e para a sua família: Felicidades, dr. Djalma Marques! Felicidades!
* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 15 de setembro de 1968 (domingo).