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Um fenômeno inusitado foi capturado pela sonda robô Perseverance, da agência aeroespacial norte-americana (Nasa), que explora, desde fevereiro, o solo marciano. Uma foto tirada pela Perseverance mostra um arco-íris no céu do Planeta Vermelho - algo considerado impossível, já que o fenômeno ocorre por causa da refração da luz solar nas partículas de água suspensas na atmosfera. Como Marte possui uma atmosfera fina e gelada, não há possibilidade de haver água em estado líquido circulando livremente pelo ar.

Após ganhar repercussão em redes sociais, a foto publicada pela Nasa teve que ser elucidada. O perfil da sonda exploradora no Twitter frustrou teorias conspiratórias que tentavam explicar o fenômeno de forma não científica.

Segundo pesquisadores da Nasa, o fenômeno registrado não era exatamente um arco-íris, e sim um reflexo de lente muito comum, o lens flare. Esse fenômeno ocorre quando a luz bate diretamente sobre uma lente de câmera em um ângulo oblíquo e se espalha pela superfície de vidro, o que causa o registro de uma luz brilhante, geralmente em forma de gota ou círculos.

A imagem foi capturada pela câmera traseira da sonda, que serve para identificar possíveis perigos na rota de movimentação do veículo. Essa câmera, chamada HazCam, faz parte do sistema autônomo de movimentação da Perseverance.

(Fonte: Agência Brasil)

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou o prazo de inscrição para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para o dia 14 de abril, às 23h59. Inicialmente, o prazo se encerrava ontem (9). O anúncio da prorrogação foi feito, na noite dessa sexta-feira, pelo ministério.

Para participar do Sisu será exigido do candidato que ele tenha feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição de 2020, cujo resultado foi divulgado no dia 29, obtido nota superior a zero na prova de redação e não tenha participado do Enem na condição de treineiro.

Inscrição

Para se inscrever o candidato deve utilizar o mesmo login cadastrado no portal de serviços do governo federal, da mesma forma que fez para acessar o resultado do Enem 2020. O candidato deve se preparar com antecedência para não ter problemas no ato da inscrição do Sisu, quando é exigida a senha do cadastro no portal de serviços. Quem precisar recuperar esses dados já deve providenciá-los.

De acordo com o MEC, as inscrições para primeiro processo seletivo do Sisu de 2021 ultrapassou, na última quinta-feira (8), a marca de 2 milhões de inscrições. 

(Fonte: Agência Brasil)

As provas do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos 2020 (Encceja) foram remarcadas para o dia 29 de agosto. Por causa do cenário da pandemia da covid-19, que deixou vários Estados com capacidade menor que 80% dos leitos para pacientes acometidos pelo novo coronavírus, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ajustou o cronograma da prova, inicialmente prevista para o dia 25 de abril. A alteração está publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (9).

Em nota, o Inep ressaltou que está empenhado em realizar a edição 2020 do Encceja e não tem medido esforços para cumprir sua missão institucional, sempre com aprimoramento de seus instrumentos. 

“Do ponto de vista técnico-pedagógico, a postergação da data de aplicação do Encceja 2020 trará o menor impacto possível diante do estado de emergência de saúde pública de importância internacional. Assim, seguindo as recomendações já expressas por autoridades brasileiras, para a garantia da segurança de todos os envolvidos nas atividades de aplicação do exame, o Instituto entende a necessidade de adequação do calendário de aplicação das provas”, diz o documento.

Segundo o Inep, 1.630.046 participantes estão confirmados para o Encceja 2020. Desse total, 301.438 farão provas para obter certificação de ensino fundamental e 1.328.608 para o ensino médio. A participação no Encceja é voluntária, gratuita - para quem não faltou à última edição – e destinada a jovens e adultos que não concluíram os estudos na idade apropriada. Por meio do exame, que avalia competências, habilidades e saberes adquiridos no processo escolar ou extraescolar, os participantes têm a oportunidade de conseguir a certificação para as duas etapas de ensino.

Entre outras finalidades, o Encceja também possibilita que os gestores educacionais se baseiem na avaliação para corrigir questões relacionadas ao fluxo escolar, como a evasão de estudantes. Dessa forma, o exame serve de baliza para a implementação de procedimentos e políticas, visando à melhoria da qualidade na oferta da educação de jovens e adultos, bem como o aperfeiçoamento do processo de certificação. Além disso, os resultados das provas viabilizam o desenvolvimento de estudos e indicadores sobre o sistema educacional brasileiro.

Material 

Os interessados no Encceja podem acessar todo o material de estudo, desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC), disponíveis no portal do Inep.  Além das apostilas com conteúdo de todas as etapas e áreas de conhecimento, o instituto também possibilita o acesso a provas e gabaritos de edições anteriores. Todo o material é gratuito.

Aos inscritos para a certificação do ensino fundamental é disponibilizado conteúdo de matemática; ciências; história e geografia; língua portuguesa, língua estrangeira, artes e educação física. Já as apostilas para a certificação do ensino médio são de ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. 

Na página do Encceja no portal do Inep, há várias apostilas voltada para os professores. O conteúdo apresenta sugestões de trabalho, com o objetivo de direcionar os professores em relação ao desenvolvimento das competências e habilidades que estruturam o exame.

(Fonte: Agência Brasil)

As inscrições para o processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do primeiro semestre de 2021 terminam, às 23h59, desta sexta-feira (9). Para a inscrição, não há qualquer cobrança de taxa. O resultado está previsto para ser divulgado no dia 13 de abril.

De acordo com o Ministério da Educação, o primeiro processo seletivo de 2021 ultrapassou a marca de 2 milhões de inscrições, nessa quinta-feira. Até as 18h de ontem (8), foram registradas 2,031 milhões de inscrições. Já o total de estudantes inscritos estava em 1,057 milhão. Cada inscrito pode fazer inscrição em até dois cursos de sua escolha. Por isso, o dado de inscrição pode ser até o dobro do de inscritos.

Para participar do Sisu, será exigido do candidato que ele tenha feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição de 2020, cujo resultado foi divulgado no último dia 29, obtido nota superior a zero na prova de redação, e não tenha participado do Enem na condição de treineiro.

Inscrição

Para se inscrever o candidato deve utilizar o mesmo login cadastrado no portal de serviços do governo federal (acesso.gov.br),da mesma forma que fez para acessar o resultado do Enem 2020. Por isso, o candidato deve se preparar com antecedência para não ter problemas no ato da inscrição do Sisu, quando é exigida a senha do cadastro no portal de serviços. Quem precisar recuperar esses dados já deve providenciá-los.

As mais de 209 mil vagas ofertadas, a maioria delas em universidades e institutos federais, estão disponíveis para consulta desde o dia 5 de março, na página do Sisu, na aba “vagas”.

Cronograma

Inscrições: de 6 a 9 de abril;

Resultado da chamada única: 13 de abril;

Matrícula ou registro acadêmico: de 14 a 19 de abril;

Manifestar interesse em participar da lista de espera: de 13 a 19 de abril.

(Fonte: Agência Brasil)

O príncipe britânico Philip, marido da rainha Elizabeth, morreu aos 99 anos de idade, informou o Palácio de Buckingham nesta sexta-feira (9).

Segundo Twitter publicado na conta oficial da família real britânica, ele faleceu tranquilamente no Castelo de Windsor, uma das propriedades da realeza britânica.

Ainda de acordo com o Twitter, outras informações sobre as cerimônias fúnebres serão anunciadas ao longo do dia. 

(Fonte: Agência Brasil)

A Olimpíada de Língua Portuguesa, que reconhece o trabalho de professores e estudantes do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio de escolas públicas do Brasil, está com inscrições abertas até 30 de abril. O concurso, em sua 7ª edição, é uma iniciativa do Itaú Social e do Ministério da Educação, com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

Podem participar professores de língua portuguesa e seus estudantes nas seguintes categorias: Poema, Memórias Literárias, Crônica, Documentário e Artigo e Opinião. Os professores devem fazer a inscrição e a Secretaria de Educação do município a adesão no site https://www.escrevendoofuturo.org.br/concurso.

Para participar dessa edição, o professor ou a professora deve escrever um Relato de Prática acompanhado de um conjunto de materiais que vão contar a história do trabalho realizado com a turma. Todo esse conteúdo produziddo será o resultado do trabalho coletivo, construído e compartilhado com estudantes, professores e comunidade escolar.

Integrante da equipe técnica do Programa Escrevendo o Futuro, que desenvolve a olimpíada, Patrícia Calheta destacou o tema deste ano O lugar onde vivo, que é um convite para uma aproximação da escola com a comunidade e o território.

“É interessante a gente pensar que esse tema, que se mantém como tema da olimpíada, é sempre inovador porque é sempre uma oportunidade desse menino, dessa menina, desse jovem, desse estudante poder lançar uma nova visão acerca do que está acontecendo no seu entorno, das fragilidades, das potencialidades do seu lugar”, disse ela em evento on-line realizado nessa quarta-feira (7) para tirar dúvidas dos participantes.

“E nessa sétima edição, assim como na sexta [edição], nós tivemos a maravilhosa Conceição Evaristo, nós teremos a igualmente brilhante Geni Guimarães, a nossa poeta, professora, grande contadora de histórias e muito querida, que estará conosco aqui ao longo de toda a edição, nos presenteando de diferentes formas com seu talento, competência e generosidade”, disse Patrícia.

O Programa Escrevendo o Futuro foi criado em 2002 com objetivo de contribuir para a melhoria da leitura e da escrita dos estudantes das escolas públicas brasileiras. Em 2008, ocorreu a primeira edição da Olimpíada de Língua Portuguesa. “Durante todo esse processo, é bastante importante ressaltar o caráter formativo da olimpíada. A gente sempre diz que o coração da olimpíada é a formação”, disse ela, explicando que isso inclui a formação dos professores com o objetivo de levar aprendizagem aos estudantes

(Fonte: Agência Brasil)

Morreu hoje (7), em São Paulo, aos 84 anos, o professor da Universidade de São Paulo (USP) e integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL) Alfredo Bosi. O acadêmico foi vítima de pneumonia associada à covid-19. De acordo com a ABL, em razão da pandemia do novo coronavírus, não haverá velório.

Um dos maiores críticos literários do Brasil, Bosi nasceu em São Paulo, em 26 de agosto de 1936. Foi casado com a psicóloga social, escritora e professora do Instituto de Psicologia da USP Ecléa Bosi, com quem teve dois filhos: Viviana e José Alfredo. 

Descendente de italianos, foi estudar em Florença, na Itália, logo depois de se formar em Letras pela USP, em 1960. De volta ao Brasil, assumiu os cursos de língua e literatura italiana na USP. Em 1970, decidiu-se pelo ensino de literatura brasileira no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

Entre suas obras, estão O Ser e o Tempo da Poesia (1977, com reedição em 2000), Dialética da Colonização (1992), Literatura e Resistência (2002) e Ideologia e Contraideologia (2010).

Além de professor titular de literatura brasileira na USP, Bosi ocupou cadeira na Cátedra Brasileira de Ciências Sociais Sérgio Buarque de Holanda da Maison des Sciences de l’Homme, em Paris. Foi vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP de 1987 a 1997, e diretor nesse último ano.

“Neste momento de tristeza pela perda do amigo Alfredo Bosi, doce figura e homem de caráter, fica a certeza da permanência de sua obra, tão importante para todos nós”, disse a acadêmica da ABL Ana Maria Machado. “Foi um intelectual dono de pensamento próprio e corajoso, capaz de análises fecundas e ousadas, apoiadas em inteligência aguda e sensibilidade para o humano. Igualmente equipado para examinar literatura e história, bem como suas interrelações, nos deu, com sua Dialética da Colonização, uma obra marcante, um dos livros fundamentais para o entendimento da cultura brasileira”, acrescentou a escritora.

(Fonte: Agência Brasil)

Concepção artística do veículo voador Ingenuity da Mars2020

O primeiro helicóptero espacial da Nasa (a agência espacial norte-americana), o Ingenuity, que chegou a Marte em fevereiro acoplado ao rover Perseverance, resistiu à primeira noite marciana afastado do “companheiro”. Está, assim, cumprida com sucesso mais uma fase programada pela Nasa, apresentada como um “grande passo” antes do primeiro voo, previsto para quinta-feira (8), o mais tardar domingo (11).

É um pequeno helicóptero ultraligeiro, mas, na realidade, é um grande passo na engenharia aeroespacial. O Ingenuity foi liberado, no sábado (3), do Perseverance, que pousou em Marte, em 18 de fevereiro. Já sentiu, sozinho, os primeiros ventos e poeiras do Planeta Vermelho.

Antes de se autoalimentar com a luz solar que chega ao solo do Planeta Vermelho, o Ingenuity alimentava-se da energia produzida pelo gerador nuclear do Perseverance. Agora, está exclusivamente dependente do painel solar instalado no topo das hélices, tendo um sistema de aquecimento interno para suportar as noites geladas de Marte, com temperaturas de até 90 graus Celsius negativos.

Sobreviver à primeira noite gelada de Marte foi “um marco importante” para o helicóptero ultraligeiro, afirmou a Nasa em comunicado.

“Esta é a primeira vez que o Ingenuity está sozinho na superfície de Marte”, afirmou MiMi Aung, responsável pelo projeto no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa.

“Agora, temos a confirmação de que era o isolamento certo, os aquecedores certos e que tinha energia suficiente nas baterias para sobreviver às noites frias, o que é um grande sucesso para a equipe. Estamos satisfeitos para continuar a preparar o Ingenuity para seu primeiro teste de voo”, acrescentou Aung.

Nos próximos dias, o pequeno helicóptero passará por testes de motor e sensor. o Ingenuity terá 30 dias marcianos, ou sóis (31 dias terrestres), para conduzir a campanha de voo de teste.

Se tudo correr bem, o Ingenuity deve fazer um primeiro teste – voo vertical de 30 centímetros – e só mais tarde um pequeno voo de alguns metros nas redondezas do local onde se encontra, algo que só acontecerá na noite de domingo.

Se a experiência for bem-sucedida, será uma verdadeira façanha, porque o ar marciano tem densidade equivalente a apenas 1% da atmosfera da Terra.

Será o primeiro voo de um veículo motorizado em outro planeta. Composto por quatro pés, um corpo e duas hélices sobrepostas, o Ingenuity pesa apenas 1,8 quilos e mede 1,2 metros de uma ponta à outra das pás.

A Nasa revelou que um pequeno pedaço de tecido da aeronave dos irmãos Wright, que decolou há mais de um século na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, foi colocado no Ingenuity como homenagem.

O Perseverance ficará num ponto de observação, a partir do qual poderá utilizar as suas câmaras para captar fotos de todo o voo do Ingenuity.

Estão planejados, pela agência espacial norte-americana, até cinco voos de dificuldade gradual, ao longo de um mês.

Esse tipo de engenho pode revelar-se crucial, no futuro, para a exploração de planetas, por ser capaz de ir a locais onde os robôs não conseguem ter acesso, como desfiladeiros.

A Nasa trabalha também em outro projeto de engenho voador da missão Dragonfly (Libélula, em português), que, em 2026, enviará um drone até a maior lua de Saturno, Titã, onde chegará em 2034.

As primeiras experiências de voo em outros planetas foram feitas com engenhos não motorizados, lembrou a Nasa, por meio do envio de balões meteorológicos para Vênus, como parte do programa Vega, em colaboração com a Rússia e outros países, como a França.

(Fonte: Agência Brasil)

Persistência e constância são palavras-chave para alcançar a nota máxima na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. A dica é da estudante brasiliense Isabela Saraiva, responsável por uma das 28 redações que atingiram esse patamar. Entre os alunos com nota mil, 71,4% são mulheres.

A pandemia de covid-19 e o impacto no sistema de ensino mudaram a rotina diária de 12h de estudos de Isabela. Para alcançar a excelência na prova, a estudante precisou se adaptar para manter o foco e não perder o estímulo. 

“Trazer a rotina de estudos para dentro de casa se tornou um desafio muito grande, pois essa nunca havia sido a minha realidade: desde o ensino médio, eu estudava fora de casa, tanto no período da manhã (na escola), quanto no período da tarde (no cursinho preparatório para o PAS). Com isso, minha rotina teve que mudar bastante. Mesmo que eu tentasse manter os horários de antes, estar em casa proporcionava confortos que antes eu não teria. E estudar é exatamente sair da zona de conforto. Então, lidar com esse paradoxo foi bem difícil”, conta a estudante.

De acordo com Isabela, a rotina exigia uma redação por semana e, às vezes, duas, quando tinha simulados. No entanto, as dificuldades quase fizeram com que a futura estudante de medicina desistisse de fazer a prova. 

Isabela Saraiva - Acervo pessoal

“Com a pandemia, eu precisei driblar, com todas as forças, a falta de atenção e a procrastinação. Isso foi bastante desafiador. No meio do ano, em julho, pensei que aquele seria um ano perdido, pois eu não estava mais tendo o mesmo rendimento de antes. Pensei que estava no caminho errado, por não estar sendo tão produtiva quanto eu gostaria. Isso me fez pensar em desistir. Já não sentia mais prazer em estudar. Com a ajuda da minha família, principalmente dos meus pais, consegui me reerguer, e esse foi o recomeço mais importante da minha vida”, avalia.

As dificuldades impostas pela pandemia de covid-19 também não afastaram o sonho da jovem estudante de Belém do Pará, Sofia Lorenzoni Vale, 19 anos, em alcançar uma vaga no curso de medicina. Para atingir a nota 1.000 na redação, a estudante conta que o diferencial foi criar o hábito de produzir textos associado à leitura.  

“O que eu considero que fez a diferença foi produzir textos com frequência, prestando muita atenção na correção dos professores e cronometrando o tempo. Além disso, selecionar bastante repertório sociocultural ao longo do ano foi muito importante”, disse Sofia.

Sofia Lorenzoni Vale - Acervo pessoal

Segundo a estudante, a rotina de estudos foi mantida mesmo com os desafios de manter o esquema escolar durante o período em que as atividades se mantiveram exclusivamente a distância. Apesar da angústia com a situação global, a vontade de ser médica foi o impulso para manter os estudos.

“Acho que durante uns quatro meses foi exclusivamente on-line, o que não foi muito bom. Mas, depois, o cursinho passou a funcionar por rodízio: eu ia uma semana e ficava outra em casa, foi assim até a prova do Enem. Porque aprender virtualmente nunca é a mesma coisa que presencialmente. A concentração, a motivação e o feedback dos alunos ficam prejudicados”, avaliou.

Professora nora mil

Com 26 anos de bagagem em sala de aula, a professora paraense Nicinha Câmara pode ser considerada uma especialista em ajudar estudantes a alcançarem a nota máxima na redação Enem. Ao todo, sete de seus alunos já obtiveram nota mil na prova. Entre eles, está a Sofia.

Pelo sétimo ano, a professora Nicinha tem um aluno com nota máxima no exame. Para ela, a dedicação e o aprimoramento são fundamentais para a excelência nas provas de redação. 

“Nosso sistema de ensino leva o aluno buscar sempre se aperfeiçoar. Então, ele produz o texto, mas se o texto não estiver satisfatório, ele precisa reproduzi-lo. Isso acontece tanto nas aulas presenciais quanto nas aulas remotas. Os nossos estudantes buscam o aprimoramento. Escrever é aprimora-se”, explica.

Na edição 2020 do Enem, a organização da prova definiu dois temas, “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” na edição impressa e “O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil” na edição digital. Na reaplicação da prova, o assunto escolhido foi “A falta de empatia nas relações sociais no Brasil”.

Abstenção

Para a professora Nicinha, o pior resultado global na redação, desde  2013, é fruto da alta abstenção na prova. O segundo dia de aplicação do Enem 2020 teve 55,3% de faltas, abstenção recorde de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 

“Esse número representa, na verdade, uma proporcionalidade porque este foi um ano em que muitos candidatos se inscreveram, mas muitos não fizeram a prova. Então, acredito que [o baixo número de alunos com nota máxima] não tenha sido impactado pela pandemia e sim pela desistência. Ou seja, menos alunos fizeram a prova, então [temos] uma quantidade menor de notas mil”, avaliou. “Foram mais de 55% dos candidatos que não fizeram a prova, lembrando que, em 2019, foram 53 candidatos que obtiveram nota mil e esse ano, [com] 28. Então, acredito que foi proporcional”, acrescentou.

Nota zero

No total, foram corrigidos 2.723.583 textos dos participantes do exame, dos quais 87.567 zeraram a prova de redação. A redação foi a parte da avaliação que teve melhor nota entre todas, com média de 588,74. 

Professora há mais de 20 anos, Andrea Ramal, avalia que o alto índice de alunos que zeraram a prova pode ter sido impactado pelos desdobramentos da pandemia de covid-19.

“A pandemia, a quarentena e o fechamento das escolas foram pontos que, com certeza, impactaram o baixo desempenho dos alunos nas provas do Enem. Os estudantes enfrentaram inúmeras dificuldades com a falta de acesso aos conteúdos ministrados nas aulas on-line. Os alunos aprenderam menos do que poderiam e menos do que deveriam”, afirmou a educadora.

Na avaliação da professora, o fechando das escolas, falta de rotina diária e as dificuldades com o sistema de aulas on-line têm sido os principais contratempos enfrentados pelos alunos.

“Sem dúvida, o fechamento das escolas e a falta de acesso aos conteúdos ministrados nas aulas on-line foram os principais desafios encontrados pelos estudantes. Muitos alunos também sentiram dificuldades em estabelecer e organizar uma rotina diária de estudos em casa. Há alunos que não têm internet boa ou computador, ou só têm um computador para a família toda, ou não têm ambiente em casa para estudar”, explicou.

A perspectiva de Andrea Ramal é que as dificuldades dos estudantes permaneçam ao longo deste ano. Para a professora, o período pode acarretar impactos na aprendizagem de crianças e adolescentes. 

“Os estudantes estão convivendo com a incerteza, com momentos de fechamento e abertura das escolas, e isso traz sérios impactos na aprendizagem. O que pesa mais é o lado psicológico. Sabemos, a partir de estudos da área de neurociência, que você só aprende com motivação e, a longo prazo, quando mexe com a emoção. E acho que não estamos conseguindo ter isso nesta pandemia. Existe o risco de o jovem não querer voltar a estudar. No Brasil, em especial nas escolas públicas, há muita evasão no ensino médio. Precisamos dar a máxima atenção a esse grave problema”, argumentou.

(Fonte: Agência Brasil)

O Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, começa a receber, nesta rerça-feira (6), inscrições para o primeiro semestre de 2021. Até sexta-feira (9), serão exigidos para essa seleção, exclusivamente, a nota do candidato no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020.

Para se inscrever no Sisu, o interessado não pode ter zerado a redação do Enem 2020. Já o peso de cada prova para o curso de escolha varia e deve ser consultado no edital da instituição superior de interesse ou no site do Sisu. As notas individuais do Enem 2020, que foram divulgadas na semana passada, estão disponíveis para consulta na Página do Participante ou aplicativo do Enem.

Os interessados em participar do Sisu devem manifestar interesse em até duas opções de curso/instituição e especificar a ordem de preferência. Eles poderão optar pelas vagas de ampla concorrência ou aquelas reservadas a políticas de ações afirmativas, as cotas. Pelas regras, não é permitida a inscrição em mais de uma modalidade de concorrência para o mesmo curso e turno, na mesma instituição de ensino e local de oferta.

Pela página do Sisu será possível checar a nota de corte para cada instituição participante, local de oferta, curso, turno e modalidade de concorrência. Os dados serão atualizados periodicamente conforme o processamento das inscrições. Durante esse período, o estudante pode alterar as suas opções e até cancelar a inscrição. A classificação no Sisu será feita com base na última alteração feita e confirmada no sistema.

O resultado para a única chamada do Sisu será divulgado em 13 de abril. Em caso de notas idênticas, a partir dos critérios de classificação, o desempate será feito no momento da matrícula e selecionado o candidato que comprovar a menor renda familiar. O processo de matrícula será de 14 a 19 de abril, em dias, horários e locais de atendimento definidos pela instituição de ensino.

Para participar da lista de espera, o estudante deverá manifestar seu interesse por meio da página do Sisu na internet, no período de 13 a 19 de abril, em apenas um dos cursos para o qual optou. Quem já foi selecionado na chamada regular em uma de suas opções de vaga não poderá participar da lista de espera, independentemente de ter realizado a matrícula na instituição. As regras para preenchimento das vagas não ocupadas na chamada regular serão definidas em edital próprio de cada instituição de ensino participante.

Histórico

O Sisu é o programa do Ministério da Educação para acesso de brasileiros a um curso de graduação em universidades públicas do país. As vagas são abertas semestralmente, por meio de um sistema informatizado, e os candidatos com melhor classificação são selecionados de acordo com suas notas no Enem. O estudante também não pode ter zerado a redação.

Além do Sisu, as notas do Enem podem ser usadas para o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudo em instituições privadas, e para acesso ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), para financiamento de cursos de ensino superior.

(Fonte: Agência Brasil)