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A Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI) e a Fundação SM lançaram a quarta edição do Prêmio de Educação em Direitos Humanos Oscar Arnulfo Romero. 

Dividida em duas etapas – nacional e internacional –, a premiação visa reconhecer o trabalho de instituições educacionais e organizações da sociedade civil tanto na educação formal como informal de crianças e jovens, bem como sua conscientização sobre os direitos humanos.

Este ano, o prêmio dará destaque a projetos que foquem no papel das escolas e organizações não governamentais (ONGs) para garantir o direito à saúde na sala de aula e para superar os novos desafios educacionais causados pela pandemia do novo coronavírus.

A gerente da Fundação SM, Mariana Franco, informou, nesta segunda-feira (5), à Agência Brasil que as inscrições para a etapa nacional do concurso se estenderão até o dia 31 de julho. Serão selecionados dois projetos, sendo um em cada categoria (educação formal e informal), que ganharão como prêmio o direito de participar da etapa internacional, que selecionará as quatro melhores iniciativas ibero-americanas, duas em cada categoria.

Cultura de paz

Os vencedores da etapa nacional no Brasil serão conhecidos em outubro. A premiação internacional ocorrerá durante o IV Seminário Internacional de Educação em Direitos Humanos, previsto para ser realizado em novembro deste ano. Os vencedores da fase internacional receberão US$ 5 mil, cada um, para investir em seus projetos, informou Mariana Franco.

A gerente da Fundação SM afirmou que a entidade busca, por meio do prêmio, incentivar “a formação de uma cultura de paz, de respeito, de valores, de liberdade”. O edital pode ser consultado na página da OEI.

Serão admitidos projetos oriundos de 22 países ibero-americanos: Andorra, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, República Dominicana e Uruguai. Na terceira edição do prêmio, realizada em 2019, foram inscritas cerca de 600 iniciativas de toda a região, das quais 70 do Brasil. A premiação é bianual.

Vencedores

O Brasil foi destaque na primeira edição internacional do prêmio, realizada em 2015, com a professora Gina Vieira, de Ceilândia (DF). Ela ganhou as etapas nacional e internacional, com um trabalho de empoderamento de alunas do Distrito Federal por meio da literatura. A iniciativa acabou sendo adotada pelo governo local como política pública.

O Prêmio de Educação em Direitos Humanos começou com a OEI no Brasil, em 2008. Em 2015, passou a ser um concurso internacional, com todos os países que fazem parte da organização. Na última edição, em 2019, os vencedores da etapa nacional foram o projeto “Mãos que falam”, desenvolvido pelo Centro de Educação Infantil Municipal Aquarela de Chapecó (SC) com a chegada, em 2016, do professor surdo Rudinei Albane, 34 anos, e a TV Ines, primeira TV da América Latina e única do Brasil que oferece programação com atenção aos públicos surdos e ouvintes de forma integrada, coordenada pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).

Homenagem

O prêmio presta homenagem a Óscar Romero, sacerdote de El Salvador, quarto arcebispo da metrópole e defensor ferrenho dos direitos humanos, que foi assassinado em 24 de março de 1980, enquanto celebrava uma missa. Em outubro de 2018, ele foi canonizado pelo papa Francisco na Santa Sé, diante de milhares de salvadorenhos, tornando-se o primeiro santo daquele país centro-americano.

A Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) tem como lema “Fazemos a cooperação acontecer”. Desde 1949, a instituição é o primeiro organismo intergovernamental para a cooperação Sul-Sul no espaço ibero-americano. Atualmente, tem 18 escritórios nacionais, além da secretaria geral sediada em Madri, Espanha. Entre seus resultados, destaque para a redução drástica do analfabetismo na região, proporcionando alfabetização e educação básica a quase 2,3 milhões de jovens e adultos, bem como formação para mais de 100 mil professores ibero-americanos.

A Fundação SM é uma instituição educacional sem fins lucrativos que trabalha para que nenhuma criança fique sem educação e cultura. Com mais de 45 anos de experiência no desenvolvimento de projetos educacionais e culturais, a fundação está presente na Espanha e em nove países ibero-americanos (Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, México, Peru, Porto Rico e República Dominicana).

(Fonte: Agência Brasil)

O Sistema de Seleção Unificado (Sisu), do Ministério da Educação, começa a receber, nesta terça-feira (6), inscrições para o primeiro semestre de 2021. Até sexta-feira (9), serão exigidos para essa seleção, exclusivamente, a nota do candidato no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020.

Para se inscrever no Sisu,  o interessado não pode ter zerado a redação do Enem 2020. Já o peso de cada prova para o curso de escolha varia e deve ser consultado no edital da instituição superior de interesse ou no site do Sisu. As notas individuais do Enem 2020, que foram divulgadas na semana passada, estão disponíveis para consulta na Página do Participante ou aplicativo do Enem.

Inscrições

Os interessados em participar do Sisu devem manifestar interesse em até duas opções de curso/instituição e especificar a ordem de preferência. Ele poderá optar por concorrer às vagas de ampla concorrência ou aquelas reservadas a políticas de ações afirmativas, as cotas. Pelas regras, não é permitida a inscrição em mais de uma modalidade de concorrência para o mesmo curso e turno, na mesma instituição de ensino e local de oferta.

Pela página do Sisu será possível checar a nota de corte para cada instituição participante, local de oferta, curso, turno e modalidade de concorrência. Os dados serão atualizados periodicamente conforme o processamento das inscrições. Durante esse período, o estudante pode alterar as suas opções e até cancelar a inscrição. A classificação no Sisu será feita com base na última alteração efetuada e confirmada no sistema.

Resultado

O resultado para a única chamada do Sisu será divulgado em 13 de abril. Em caso de notas idênticas, a partir dos critérios de classificação, o desempate será feito no momento da matrícula e será selecionado o candidato que comprovar a menor renda familiar. O processo de matrícula será de 14 a 19 de abril, em dias, horários e locais de atendimento definidos pela instituição de ensino.

Lista de espera

Para participar da lista de espera, o estudante deverá manifestar seu interesse por meio da página do Sisu na internet, no período de 13 a 19 de abril, em apenas um dos cursos para o qual optou por concorrer. Quem já foi selecionado na chamada regular em uma de suas opções de vaga não poderá participar da lista de espera, independentemente de ter realizado ou não sua matrícula na instituição. As regras para preenchimento das vagas não ocupadas na chamada regular serão definidas em edital próprio de cada instituição de ensino participante.

Histórico

O Sisu é o programa do Ministério da Educação para acesso de brasileiros a um curso de graduação em universidades públicas do país. As vagas são abertas semestralmente, por meio de um sistema informatizado, e os candidatos com melhor classificação são selecionados de acordo com suas notas no Enem. O estudante também não pode ter zerado a redação.

Além do Sisu, as notas do Enem podem ser usadas para o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudo em instituições privadas, e para acesso ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), para financiamento de cursos de ensino superior.

(Fonte: Agência Brasil)

O professor, ativista cultural e poeta Francisco de Assis Carvalho da Silva Júnior, ou simplesmente Carvalho Júnior, chega pela terceira vez ao ‘Panteon das Letras do Maranhão’ com este seu belo livro de poemas, edição bilíngue, cujo título nomeia este dedo de prosa. O livro é de uma feição gráfica extraordinariamente bonita, a estampar em toda a extensão da capa e contracapa, o desenho mítico do homem-tijubina, impresso em papel linha d’água, poroso como nuvem, onde levitam versos de mestre.

O poeta Carvalho Júnior tem pela palavra a mesma fascinação que o lagarto tem pela solidão das pedras, como diz o nosso genial Manoel de Barros, e assim, o poeta nos apresenta este “homem-tijubina”, dizendo que ele “tem um paladar exigente, não digere o ovo do óbvio, somente silêncio de pássaros lhe passam pelos gorgomilos, quando o indagam a respeito desta passagem, diz que o outro lado da vida está no verso, não tem idade, apenas caminha, às vezes, para a frente quase sempre para o fundo do poço que guarda as lágrimas dos seus ancestrais, é um composto de cortes de unhas-de-gato e incoerências”.

Depois dessas “incoerências”, o poeta vai buscar Fernando Pessoa, o qual traz consigo ‘outras cipoadas entre as folhagens’ e, como se estivesse a sair do “Martinho da Arcada”, pondera: “talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo. E é rabo para aquém do lagarto remexidamente”, do que se aproveita Carvalho Júnior para dar, subjetivamente, uma boa cipoada com estes versos magistrais: “talvez tijibunda me chamasse, / não seria com o poeta, / invisível aos olhos do homem”.

Enquanto o rabo do lagarto ziguezagueia aquém dele, lagarto, este se remexe também além do rabo cortado [confesso que nos meus solilóquios gostava de ver e fazer isso em meu país de infância, cortar o rabo de osgas, “tarentola mauritanica”, bichinhos viventes nas paredes dos casarões de São Luís... tive remorsos por algum tempo, até quando me disseram que a natureza recompunha o rabo amputado]. Realmente, o rabo cortado continua a mover-se, motorizado pelos nervos do lagarto provisoriamente tocó, suro..., mas que logo, logo, renasce!...

Vejamos o que diz o poeta Carvalho Júnior nesta outra cipoada, nestes versos magnificamente perfeitos: “única espécie de silêncio permitida na casa / das tiranobinas: o medo. / serei birra e palavra enquanto folclores / e fôlegos me rastejarem”.

Continua o poeta caxiense a cantar entre a folhagem da malícia: “como em manhãs de domingo, / em que versos de herberto descobrem, / do quintal da infância, o portal aberto [...] o mundo é em chicote / arcovertebrado em anomalias, / a cauda amputada de um calango / achincalhando a nossa mãe”.

Vejamos este poema, a formar uma oitava solta, que atende por “tujibina’lma”: “Das nenhumas almas que tenho / treze têm o corpo de tijubina, / a cabeça esfolada de pedra, / a carne exposta ao sol da sorte. / a do que me chora em sangue / é a mesma que em quimeras ri / quanto mais me decepam o ânimo, / mais recomponho a tinta da teimosia”.

Nesse poema, não existe em nenhuma de suas almas, nem mesmo nas treze restantes, um lugar-comum que se possa repreendê-lo... É a metade da consciência anímica da tijubina, é a metade do psiquê imaterial desse calango, que tem a outra metade homem para estragar o seu todo. Se a tijubina fosse somente tijubina, seria muito mais feliz, e o homem somente homem, talvez nem tanto...

O poeta Carvalho Júnior

Observemos, durante o canto, que a tijubina é prefixo na sua identidade personalíssima, e sufixo nas muitas adjetivações no processo kafkiano que tem de submeter-se, de acordo com o cenário em que opera e vive... digamos que essa tijubina tem muito de camaleão...

Nessa dúvida, o poeta Carvalho Júnior foi, mais adiante, buscar a taxonomia científica do calango. Com a formação em Letras e o espirito apurado há tempos nas lides literárias, o poeta sabe manejar, com grandeza estilística, este nosso idioma em que Camões cantou, chorou e pediu esmolas; assim, Carvalho Júnior brinca de efeitos com figuras de gramática, como neste “um espântano de cores”: “por mais tijuterna que seja, / a tijubina traz tijolos tensos / e uma carabina velha no dorso. / com o movimento do rabo / hábil, de lâmina oculta, / ela mata com delicadeza / as feiuras do mundo-selva, / um ‘espântano’ de cores / que não morre debaixo / da casca do peito / do homo lagartiens”... Eis aí a taxonomia científica desse calango metade homem!

Aqui, Carvalho Júnior chama o poeta Paul Verlaine para que traga à tona de nossa percepção poética estes “Pelos chãos da malícia pulsativa”... E o poeta francês chega a bradar alto: “Le vent de l’autre nuit a jeté bas l’amour’” [O vento da outra noite derrubou o amor.], talvez para chamar atenção de Arthur Rimbaud, enquanto o poeta deste “homem-tijubina” nos brinda com este poema “Araruta”, fazendo provas aos maranhenses de boa cepa que esse farináceo também tem seu dia de mingau.

Alegra-me dizer que esses versos de “Araruta” são dignos de se ombrearem com os do tresloucado Paul Verlaine, autor de “Poemas saturninos”, o “magnum opus” de sua poemática. Escutemos o poeta Carvalho Júnior: “Somos feitos das mesmas fomes dos nossos pais, / das mesmas lenhas que os guardaram / do fio súbito das noites caseadeiras de exílios. / De vez em quando, ouço de longe / a voz da lágrima do meu pai e de minha mãe. / Um quintal de ararutas nasceu dentro / do chão cansado dos meus olhos”.

Por fim, deixo com alegria, nesta prosa, para fazer companhia a esse homem-tijubina, uma lagartixa ilustre que vive escondidinha desde 1853, nas páginas da “Lira dos Vinte Anos”, pouca conhecida por muitos, mas que, aqui, a arribitar a cabeça por entre os ângulos das pedras, se faz anunciada nestes excertos pelo próprio autor, o amado e romântico poeta Álvares de Azevedo: “A lagartixa ao sol ardente vive, / e fazendo verão o corpo espicha: / o clarão dos teus olhos me dá vida, / tu és o sol e eu sou a lagartixa. / Amo-te como o vinho e como o sono, / tu és meu corpo e amoroso leito...”

Assim se prova que não só de aves canoras sobrevivem os poetas, mas também de lagartixas e tijubinas!

* Fernando Braga, in “Conversas Vadias”, [Toda prosa], antologia de textos do autor. 

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro realiza nesta segunda-feira (5), às 14h, mais uma edição da Campanha #AulaEmCasa, intitulada “Óperas, Balés e Concertos”. Para interagir com o público, estará a chefe de Divisão de Música do equipamento, Antonella Pareschi, e a flautista da Orquestra Sinfônica do teatro Sofia Ceccato. A #AulaEmCasa vai abordar diversos aspectos da orquestra, entre os quais a origem, o funcionamento, a direção, os bastidores, as diferenças entre orquestra de concerto e orquestra de ópera e balé. A live poderá ser acompanhada no Instagram  @theatromunicipalrj.

A carioca Antonella Pareschi é filha do violinista italiano Giancarlo Pareschi. Ela estudou violino desde os seis anos de idade com o seu pai. Mais tarde, diplomou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em bacharelado em Violino, e em Roma, com Domenico Nordio, no curso Aperfeiçoamento em Violino. Antonella foi Spalla da Orquestra Petrobras Sinfônica e da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Atualmente, além de chefiar a Divisão de Música do Theatro Municipal, dá aulas de violino na Escola In Concert de Violino, no Rio.

Sofia Ceccato é flautista de “domínio do instrumento e desenvoltura cênica”, apresenta o site movimento.com, especializado em música clássica. É solista, camerista e também instrumentista das orquestras Sinfônica do Theatro Municipal e Sinfônica de Mulheres do Rio de Janeiro. Atua ainda como produtora e apresentadora no Brasil e no exterior.

Seus trabalhos de destaque são Trio CapituGaia Trio e Trio Ceccato, tendo se apresentado nas mais importantes salas e teatros do Rio, do país e do exterior. Em 2020, foi professora do curso Música e Negócios EAD, promovido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio e integrou o time de professores da Escola Sesc de Ensino Médio, dentro do Projeto Uzina.

(Fonte: Agência Brasil)

Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba promove seu primeiro evento majoritariamente on-line. Ao todo, serão nove meses de palestras, lives, entrevistas e exposições virtuais. O evento virtual oferece conteúdo sobre artes visuais, design, arquitetura, cinema e literatura e será realizado gratuitamente, até o dia 31 de dezembro.

De acordo com a Bienal de Curitiba, a iniciativa faz parte da 14ª edição do evento, que ocorreu de forma presencial entre 2019 e 2020. Ainda não há previsão para realização da 15ª Bienal em virtude das medidas de segurança sanitária em decorrência da pandemia de covid-19.

Para o evento on-line, novas temáticas foram propostas. Vários assuntos mostram a relação entre arte e responsabilidade socioambiental, arte e tecnologia e questões sociais. Na 14ª edição, realizada entre 2019 e 2020, o tema foi “Fronteiras Em Aberto”, discutindo o conceito de fronteiras – e recebendo artistas de todos os continentes, com destaque para integrantes do Brics (bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul).

Programação

As atrações da Bienal on-line serão divididas por temática mensal. Neste mês, o evento traz discussões sobre videoarte. Maio será o mês do design, enquanto junho será o mês da produção internacional. Aproveitando as férias escolares, julho terá a Bienal on-line para o público infantojuvenil. Confira a íntegra da programação

Em agosto, haverá o Take Over – Arte On-line, voltado às plataformas digitais. As temáticas de setembro são o cinema e a literatura, e, em outubro, a arquitetura. Novembro será dedicado às exposições, com visitas on-line a mostras e ateliês de artistas. Dezembro retoma o Take Over, destacando artemídia e encerrando o evento. A programação será divulgada mês a mês, sempre no primeiro dia útil.

Bienal

Criada em 1993, a Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba teve suas primeiras edições voltadas à programação expositiva, chegando a ter sedes em outras cidades brasileiras, como São Paulo e Brasília, e até em Buenos Aires, na Argentina.

A partir de 2007, expandiu sua proposta incluindo performances, interferências urbanas, cursos e palestras. Artistas de renome mundial já participaram da Bienal, como Marina Abramović e Ai Weiwei.

Na 14ª edição, o conceito curatorial de “Fronteiras Em Aberto” foi assinado pelo espanhol Adolfo Montejo Navas e pela brasileira residente em Berlim (Alemanha) Tereza de Arruda, e contou com 461 artistas dos cinco continentes. Mais de 100 espaços da capital paranaense foram ocupados por ações do evento, atingindo um público de mais de 900 mil pessoas.

(Fonte: Agência Brasil)

A última vez que a vimos foi naquele dia 8 de fevereiro deste ano quando ela, já à noite, deixava a nossa casa para fazer o caminho de regresso a sua residência na Rua Carvalho Branco nº 196. Todos os dias, ela fazia este caminho. Há mais de 30 anos, ela repetia esta sua caminhada. Antes, quando estava na companhia da mestra inesquecível Zoe Cerveira. Depois, continuou com a Nadir Nascimento Moraes.

Era uma complementação da família. Nela, a dedicação, a amizade, a companheira de todas as horas e de todos os momentos. Estava nas nossas alegrias e nas nossas tristezas. Uma vida na vida de todos nós. Era a costureira da família. Um dia todo em nossa casa. E só à noite, agora, depois das novelas, é que regressava. Uma expressão de amor em cuidados, em companheirismo, em contribuição, participando de tudo, interferindo em tudo, auxiliando. Olhando a casa. Vigiando a casa. Sempre assim.

Mas, naquele dia 8, não pôde ficar mais, demorar mais, para assistir ao “Homem Proibido”, à “Legião dos Esquecidos”. Não. E tudo parecia bem. Mas, de momento, já à tardinha, queixou-se de que estava sentindo dores no quarto. Sim, não estava sentindo-se bem. E, mais cedo, resolveu ir para a sua casa onde morava com seus parentes, seus familiares. E lá estava os seus sobrinhos, suas crianças, sua vida na comunhão da família. E saiu. Mas, antes, tudo, se fez para que fosse de carro. Não custava nada se chamar um automóvel. Mas, com ela, a resistência. “Não era preciso. Não era nada de grave”. E saiu. Nós não a víamos mais.

A doença não mais a deixou voltar para a sua varanda antiga vestida de Ontem, do Passado. Não mais estaria olhando os candelabros, preocupando-se com a Zoezinha. Não mais estaria trabalhando na sua máquina de costura. Não. Não mais estaria a nossa mesa, na conversa da família, na pilhéria, na alegria dos risos. Nos momentos de inquietações, de tristezas. Não mais voltaria para continuar na vida de todos nós. Não mais.

Da sua resistência, foi para um leito do Hospital Geral. Agravara-se o seu estado de saúde. Com ela, os cuidados médicos. Com ela, a presença da família, dos amigos, dos parentes. Mas, com ela, a pertinaz doença. E a dona Arcângela, seu nome de batismo, como nós a chamávamos, submeteu-se a duas operações. Foi necessária a intervenção cirúrgica. Complicações. Mas, com ela, a reação. Reagia sempre. Havia, com ela, um estado físico admirável. Mas a doença começou a devastação. O mal progredia. Quatro meses no Hospital Geral. Mas, contra ela, a ronda desta fatalidade – a morte. Esse diagnóstico plantou-se na vigília das nossas preocupações. Um estado de espírito permanente. Mas havia, sempre há, o lenitivo da esperança. Sim, poderia haver o milagre da recuperação. Mas o milagre não veio. D. Arcângela piorava sempre. Suas resistências cediam. Mas, com ela, sempre um estalo de vida, um pouco de melhora.

Sim, quatro meses no hospital. Depois, veio para casa. Estava no seu lar. E, junto dela, sempre a assistência da nossa família. A dor de Nadir, da Zezé. De todos nós que a tínhamos sempre na vida de todos nós. Mas a doença continuava. Insistia. Quebrava-lhe todas as resistências físicas. A inchação alastrando-se, dominando totalmente o organismo. Sim, dona Arcângela se aproximava do fim. E nós não a fomos ver um dia sequer. Nem no hospital e nem na sua residência. De longe, acompanhávamos o desenvolvimento do quadro clínico da grande amiga da família. Sabíamos que estávamos, talvez, mais Presente. Estávamos no sofrimento. No silêncio de nós, a marca da nossa dor em pedaço. Em nós, a sua lembrança. E sentíamos a sua ausência, a longa ausência. Na varanda da casa antiga, vestida de azulejos, não mais a tivemos sentada na sua cadeira “vivendo” as cenas das novelas, emocionando-se, sentindo os dramas, registrando suas impressões íntimas. Não mais a tivemos na mesa-redonda das refeições. Não mais na sua máquina de costura. Sim, sentíamos isto, sentimos isto.

Mas dona Arcângela ainda suportou mais dois meses e dias. E, na terça-feira, p. passada, às 5 horas da tarde, ela veio a falecer. Seu coração deixou de funcionar. De bater as horas da vida. Silenciou. Seus olhos se fecharam para a vida. A vida que, para ela, era a melhor maneira de viver. Sim, morreu dona Arcângela. E na quarta-feira, pela manhã, no seu caixão de pinho, polido, fazia a caminhada de volta. Não fomos ao Gavião. E nem lhe fomos falar à beira do túmulo. Não. Mas ficamos no silêncio, o nosso silêncio. No nosso recolhimento espiritual. E, para ela, acreditamos, a melhor maneira de a sentirmos ainda na vida, nas nossas lembranças e recordações. E já há, na noite, uma iluminação a mais no firmamento.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 5 de setembro de 1969 (sexta-feira).

Neste primeiro domingo de abril/2021, retornamos com as...

Dúvidas dos leitores

1ª) Qual é o plural de PRETO-VELHO?

Em palavras compostas formadas por um substantivo + um adjetivo, os dois elementos vão para o plural: PRETOS-VELHOS, guardas-civis, cachorros-quentes, boias-frias…

2ª) Qual é o plural de LUA DE MEL?

Em compostos com a preposição “de”, somente o primeiro elemento vai para o plural: LUAS DE MEL, pés de moleque, copos-de-leite, donas de casa, pores do sol, pães de ló…

3ª) LUAL ou LUAU?

Aquela festa informal que se realiza na praia à noite é LUAU.

4ª) Ficção-científica OU ficção científica?

O correto é escrever FICÇÃO CIENTÍFICA sem hífen, pois não se trata de uma palavra composta. Temos duas palavras independentes: um substantivo (ficção) qualificado por um adjetivo (científica).

5ª) PARA ou PÁRA?

Houve mudança...

ANTEs da reforma:

a) PARA (sem acento) é preposição: “O avião vai para Brasília”;

b) PÁRA (com acento) é a terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo PARAR: “O ônibus não pára nesta rua”.

Na frase, “Agitação em voo para (OU pára) o Recife”, teríamos as duas possibilidades. Se o avião ia para o Recife (= destino do voo) ou se a agitação no voo parou a cidade.

ATUALMENTE...

Com a última reforma ortográfica, a forma verbal PÁRA perdeu o acento agudo. Assim sendo, a preposição e a forma verbal são grafadas sem acento: PARA.

6ª) Das 22h a 0h OU das 22 a 0h?

A dúvida do leitor é se deve ou não pôr o “h” depois do “22”.

É bom pôr o “h”, mas o problema maior é a falta do acento indicativo da crase. O correto é: das 22h à 0h ou das 22h à meia-noite.

7ª) Andar a pé OU à pé?

O correto é “andar a pé” (sem acento grave).

Embora seja um adjunto adverbial de modo, não há crase, pois “pé” é um substantivo masculino.

As locuções adverbiais (lugar, tempo, modo…) recebem o acento indicativo da crase quando formadas por palavras femininas: sentar-se à mesa, bater à porta, entrar à direita, vigiar à distância, sair à noite, errar às vezes, vender à vista, viver à toa, falar às claras, sair às escuras, coser à mão…

Não devemos confundir com aqueles casos em que subentendemos a locução “à moda de”: filé à francesa, bife à milanesa, bacalhau à Gomes de Sá, churrasco à Osvaldo Aranha, versos à Bilac…

8ª) Criança mau-educada OU má-educada?

Nem um nem outro. O correto é MAL-EDUCADA.

a) MAU é adjetivo e se opõe a BOM (acompanha substantivos): mau-caráter, mau profissional, mau uso, mau humor;

b) MÁ é o feminino de MAU: má educação, má hora e lugar, má notícia, má forma;

c) MAL é advérbio e se opõe a BEM (acompanha verbos ou adjetivos): “Ele comportou-se mal”; “Ela fala muito mal”; “As crianças foram mal educadas pelos pais”.

Devemos escrever com hífen quando formar um adjetivo ou um substantivo composto e a palavra seguinte começar por “h” ou por vogais: “Ela é uma criança mal-educada”; “Houve um grande mal-estar”; “Ele estava mal-humorado”; “Era um produto mal-acabado”.

Se a palavra seguinte começar por uma letra diferente de “h” e vogais, devemos escrever “tudo junto”: “Ela é uma criança malcriada”; “Ela é uma malcasada”; “É um produto malfeito”.

9ª) Preconceito OU pré-conceito?

O correto é preconceito.

Com o prefixo “pré-”, só usamos hífen, quando ele  é tônico: pré-colombiano, pré-coma, pré-contrato, pré-cozido, pré-datado, pré-vestibular…

Quando o prefixo “pre” é átono, escrevemos “junto”: preconceito, preconcebido, precocidade, precogitação, precognição, preconizar, predeterminar…

Teste da semana

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases a seguir:

1ª) “Isso nunca __________”;

2ª) “Ela sempre se __________”;

3ª) “O juiz __________ o caso”.

(a) vareia / maqueia / intermedeia;

(b) varia / maquia / intermedia;

(c) vareia / maquia / intermedia;

(d) varia / maqueia / intermedeia;

(e) varia / maquia / intermedeia.

Resposta do teste: letra (e).

Os verbos terminados em “-iar” são regulares: ele anuncia, copia, premia, varia, maquia… São irregulares somente os verbos “mediar” (e “intermediar”), “ansiar”, “remediar”, “incendiar” e “odiar” (= grupo do MARIO): ele medeia, intermedeia, anseia, remedeia, incendeia e odeia.

Um grande desfile transportou 22 múmias reais egípcias antigas em cápsulas especiais pela capital Cairo, nesse sábado (3), para um novo museu, onde podem ser exibidas em maior esplendor.

O comboio transportou 18 reis e quatro rainhas, principalmente do Novo Reino, do Museu Egípcio na Praça Tahrir, no centro do Cairo, para o Museu Nacional da Civilização Egípcia, em Fostate, por cerca de 5km.

As autoridades fecharam pistas ao longo do Nilo para a cerimônia, projetada para despertar o interesse pelas ricas coleções de antiguidades do Egito quando o turismo estava quase totalmente paralisado por causa das restrições relacionadas à covid-19.

Quando as múmias reais chegaram ao museu, que foi inaugurado oficialmente ontem, os canhões dispararam uma salva de 21 tiros. O presidente Abdel Fattah al-Sisi ficou parado enquanto as múmias passavam em veículos adornados com temas faraônicos dourados.

Os chefes da agência cultural da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e da Organização Mundial do Turismo também estiveram presentes na cerimônia.

Cada múmia foi colocada em uma cápsula especial cheia de nitrogênio para garantir a proteção, disse o arqueólogo egípcio Zahi Hawass.

Eles foram transportados em veículos projetados para fornecer estabilidade. 

(Fonte: Agência Brasil)

Agnaldo Timóteo

Morreu, neste sábado (3), o cantor Agnaldo Timóteo, vítima da covid-19. Ele estava hospitalizado desde o dia 17 de março, no Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada em nota publicada pela família do artista.

“É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu às complicações decorrentes da covid-19 e faleceu hoje às 10h45. Temos a convicção que Timóteo deu o seu melhor para vencer essa batalha e a venceu. Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações”, disse a família.

Mineiro de Caratinga, ele foi ainda jovem para o Rio em busca de oportunidades, onde foi ajudado pela cantora Angela Maria, tendo gravado o seu primeiro disco em 1961, aos 25 anos de idade.

Dono de uma voz potente, sua carreira foi se fortalecendo, até estourar nas paradas em 1967, com o disco Obrigado Querida, com a canção Meu Grito, de Roberto Carlos, ficando em primeiro lugar nas principais rádios do país. O disco veio ainda com dois grandes sucessos da sua carreira: Mamãe Estou Tão Feliz" (Mamma) e Os Verdes Campos da Minha Terra. Segundo o próprio Agnaldo, Meu Grito consolidou a sua carreira.

Sua popularidade era baseada em um repertório romântico e na potência vocal. Tinha público cativo em todo o país, fazendo shows que lotavam os auditórios com seus fãs.

Gravou 64 discos em sua carreira. Em janeiro deste ano, comandou uma apresentação beneficente pela internet aos pés do Cristo Redentor, uma de suas últimas aparições públicas. Era torcedor fanático do Botafogo, clube que divulgou nota lamentando sua morte.

Política

O cantor também trilhou o caminho político. Em 1982, foi eleito deputado federal pelo PDT no Rio de Janeiro, com mais de 500 mil votos. Depois, ingressou no extinto PDS, cumprindo o restante de seu mandato. Ele se candidatou ao governo do Rio, em 1990, sendo derrotado. Em 1993, transferiu-se para o extinto PPR. Voltou à Câmara Federal em 1995. Em 1997, concorreu a uma cadeira na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo extinto PPB, alcançando a maior votação do partido.

Tentou a reeleição no pleito municipal de 2000, mas não obteve êxito. Transferiu-se para São Paulo e retomou a carreira política ao candidatar-se a vereador em 2004, pelo PP. Foi reeleito em 2008 para novo mandato como vereador paulistano, cargo do qual licenciou-se em 2010 para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Porém, obteve apenas uma suplência. Foi candidato à reeleição em 2012, mas não obteve votação suficiente. Deixou a atividade política para voltar a se dedicar à música.

(Fonte: Agência Brasil)

Como as crianças, suas famílias e amigos podem se proteger contra o novo coronavírus é o tema do livro Meu herói é você, como as crianças podem combater a covid-19!. Produzido por 50 organizações que trabalham no setor humanitário, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o livro é indicado para crianças de 6 a 11 anos de idade e pode ser baixado gratuitamente.

Com a ajuda de uma criatura mágica, Ario, a obra também fala sobre como lidar com emoções difíceis quando confrontadas com uma realidade nova e que muda rapidamente.

“Esperamos que este livro lindamente ilustrado leve as crianças a uma jornada através dos fusos horários e continentes, e os ajude a entender o que podem fazer para permanecer positivas e se manter seguras durante o surto de coronavírus”, comentou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adahnom.

A diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Henrietta Fore, lembra que, em todo o mundo, a vida das crianças foi completamente alterada – a maioria delas vive em países com algum tipo de movimento ou bloqueio restrito. “Este livro maravilhoso ajuda as crianças a entender e navegar neste novo cenário e a aprender como podem realizar pequenas ações para se tornarem heróis em suas próprias histórias”, destacou.

(Fonte: Agência Brasil)