Neste domingo, 26 de setembro, é celebrado o Dia Nacional dos Surdos, data para comemorar as conquistas da comunidade e, também, promover a reflexão sobre os direitos e a inclusão das pessoas que têm essa deficiência na sociedade.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5% da população brasileira é surda ou têm alguma deficiência auditiva e, dessa parcela, 2,7 milhões de pessoas não ouvem absolutamente nada.
Uma das principais dificuldades dos surdos no dia a dia é a comunicação, por isso a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma importante ferramenta de inclusão, já que permite o acesso a conteúdos educativos, por exemplo, o programa Criando Juntos, da startupde Criança para Criança, procura reduzir essa diferença e incentiva, em sala de aula, a inclusão hoje de mais de 130 animações com tradução para Libras.
No canal do De Criança Para Criança no YouTube -–, é possível encontrar vídeos traduzidos para libras, gratuitos, que abordam temas relativos à grade curricular e, também, falam sobre situações cotidianas que fazem parte do universo infantil.
Segundo o cofundador da startup, Vítor Azambuja, um ambiente mais inclusivo nas escolas é capaz de melhorar a autoestima e a interação dos surdos com outros alunos. “É indispensável tornar acessível o conteúdo para as crianças no ambiente escolar. Além de promover a inclusão, é uma forma de conscientizar os outros de que todos têm igual potencial em muitas atividades e são importantes para a sociedade”, afirma.
“A ferramenta tem o compromisso de abrir portas que antes não se abriam para as crianças que têm alguma dificuldade. Acreditamos que a inclusão é essencial na educação. O Criando Juntos tem o objetivo de trazer muita informação para todas as crianças, sem distinções. E o melhor: os próprios alunos criam as histórias e vivenciam o tema aprendendo a lidar com as diferenças”, finaliza Gilberto Barroso, o fundador da startup.
Termina, às 23h59 deste domingo (26), o prazo para participantes isentos que não compareceram ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 se inscreverem na edição 2021.
As inscrições foram abertas especificamente para esse público, que realizará as provas nas mesmas datas do exame para adultos privados de liberdade e para jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade (Enem PPL): em 9 e 16 de janeiro de 2022. A isenção da taxa de inscrição do Enem 2021 também será assegurada.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) formalizou o novo prazo de inscrição e os critérios por meio de edital complementar do Enem 2021 impresso, publicado na terça-feira (14).
Apesar da nova chance de inscrições, as provas do Enem 2021 estão mantidas para os dias 21 e 28 de novembro para todos os participantes que tiveram a inscrição confirmada no prazo previsto, conforme os editais do exame.
Calendário
O cronograma de aplicação do Enem 2021 para os isentos que não compareceram à edição 2020 tem o objetivo de garantir o direito de os participantes utilizarem o resultado do exame para acessar a educação superior, por meio de programas do Ministério da Educação (MEC), como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Com a nova oportunidade de participar do exame, esse público tem até domingo (26) para solicitar atendimento especializado. Já o prazo para solicitações de tratamento por nome social vai até a segunda-feira (27).
Com os novos prazos, pessoas privadas de liberdade tiveram as inscrições prorrogadas até sexta-feira (24).
Enem 2021
Ao todo, 3.109.762 pessoas tiveram as inscrições confirmadas para o Enem 2021, até o momento. O número corresponde ao total de participantes das duas versões do exame (impressa e digital). O Inep registrou 3.040.871 inscritos para a versão em papel. Para a modalidade digital, que teve as 101.100 vagas ofertadas preenchidas durante o período de inscrições, foram confirmados 68.891 participantes.
Após mais de três anos em obras de recuperação, o Casarão dos Azulejos Azuis, na região do Comércio, em Salvador, abriga, agora, o mais novo museu da capital soteropolitana: a Cidade da Música da Bahia.
Próximo a cartões-postais da cidade, como o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo, a construção da década de 1850 estava repleta de escombros oriundos do desabamento da cobertura do prédio.
No total, foram investidos mais de R$ 19 milhões em obras que incluíram a estabilização do imóvel e recuperação dos tradicionais azulejos portugueses azuis da fachada.
Para a coordenadora de comunicação do museu, Maria João Amado, a importância do novo espaço reformado passa, inclusive, pela autoestima dos moradores da capital baiana: “É um edifício belíssimo que estava muito degradado. As pessoas passavam e pensavam ‘puxa, que pena que está assim’”.
Agora, a cidade que é berço de grandes artistas da MPB, samba-reggae, rock, pagode e axé, oferece uma experiência musical completa ao visitante, distribuída em quatro pavimentos totalmente recuperados do edifício.
Espaços
O piso térreo conta com hall de entrada, recepção e bilheteria, salão de estar, café, loja, biblioteca, midiateca, centro de pesquisa, além da área de infraestrutura do centro cultural.
Os pavimentos superiores abrigam acervos permanentes e estão sob as curadorias do antropólogo Antônio Risério e do arquiteto e artista Gringo Cardia.
No primeiro andar, a exposição A Cidade de Salvador e Sua Música retrata bairros da cidade e suas músicas, histórias, depoimentos e novas tendências. O local abriga uma grande maquete interativa, três grandes telas de projeção, estações de consulta e estúdio para gravação de depoimentos.
No segundo pavimento, o tema é a Tropicália e abriga a exposição História da Música na Bahia com nove cabines de vídeos, além de três salas: A Magia da Orquestra, com conteúdo voltado para a música clássica; A Nova Música da Cidade, com uma tela de 80 polegadas que exibe vídeos com grupos novos, cantores em ascensão e grupos periféricos de música; e, por fim, a sala Quem Faz a Música da Bahia, que exibe 260 depoimentos das pessoas mais importantes e representativas da música baiana.
O terceiro andar é dedicado a entretenimentos educativos, com estúdio e cabine de mixagem. No espaço karaokêteka, o visitante vira cantor. Escolhe um fundo para seu vídeo e, ao término, tem um clipe pronto para postar nas redes sociais. Uma estação de vídeo exibe todos os clipes já gravados. O conteúdo é acumulativo e dá para pesquisar quem gravou.
Pandemia
Com a vacinação avançando no país e o turismo sendo retomado, o museu é mais uma opção para o turista que visita Salvador. “Salvador é uma cidade de vocação musical, e a expectativa é a melhor possível para o turista que terá mais essa opção na capital baiana”, conta Maria José.
Segundo a coordenadora, em razão dos cuidados sanitários com a pandemia de covid-19, a visitação à Cidade da Música da Bahia deve ser agendada no site do museu.
Neste momento, a capacidade diária é de 400 visitantes, divididos em grupos de até 80 pessoas, em cinco horários ao longo do dia, sendo o primeiro às 10h e o último às 16h. As visitas têm duração de aproximadamente uma hora e meia.
“Como o museu tem um acervo de quase 800 horas de gravação, é impossível esgotar todo o conteúdo em uma única visita”, diz Maria José, ao encorajar o visitante a retornar mais vezes ao local.
Projetos futuros
Recém-aberto ao público, a Cidade da Música da Bahia já tem projetos ambiciosos para o futuro, na área de educação.
“A ideia é oferecer cursos variados como de percussão, história da música, dentre outros relacionados à expressão musical”, conta Maria José.
Segundo ela, há a expectativa de construção de um anexo ao edifício onde serão ministrados os cursos de formação educativa. Não há ainda previsão para o início das obras.
Serviço
O museu funciona de terça a domingo. O ingresso custa R$ 20. Têm direito à meia-entrada (R$ 10) estudantes, idosos (acima de 60 anos) e residentes em Salvador, que devem apresentar comprovante de residência.
A Cidade da Música da Bahia fica na Praça Visconde de Cayru, número 19, no Bairro Comércio.
Estou pensando em Telma, uma das filhas do meu irmão, prof. Raimundo Nascimento Moraes. Pensando na menina que estava na vida, que estava no lar de seus pais, que estava na alegria da sua inocência, que estava com seus irmãos e, tudo para ela viver, viver com suas travessuras, seus lindos sonhos, seus pensamentos alumiados de esperanças.
Ia fazer nova anos. Já cursava a 1ª série do Curso Primário do Instituto Raimundo Cerveira. Dos pais pobres e dignos recebia cuidados e atenções. Uma menina inteligente. Uma menina alegre. Um espírito inquieto. Gostava de brincar, uma alma na vibração da vida, vida criança, vida travessa, vida jogada no alarido da convivência com meninos e meninas da sua idade, seus nove anos.
E, com seus pais, certamente, os planos para o futuro. Olhando os filhos crescerem e, para cada um, um programa de realizações as mais encantadoras. Para cada um, o melhor pensamento, os bons presságios. Para Telma, talvez, vê-la formada com seu uniforme azul e branco exibindo, para eles, o seu diploma de professora.
Mas há sempre uma força estranha, desconhecida, uma interferência que chega e muda todos os sonhos, afasta todos os planos de soerguimento, estraga todas as mensagens de paz, de amor e inutiliza todos os caminhos para a subida, para chegar no fim da longa caminhada, na iluminação das realizações mais encantadoras. É isso. E Tema estava na “marcação” dessa interferência.
Ela brincava. O pai observava. E notou que a menina apresentava uma inchação sobre os rins. Chamou-a e fez interrogações. Não. Telma não sentia nada. Não sentia dores. Não sabia que havia aquele inchaço. Mas, com o pai, a preocupação. E Telma começou a viver o seu drama. Daí por diante, a sua vida foi submetida a uma série de cuidados médicos.
Mas ela sempre alegre, ela sempre risonha. Ela sempre foi da terrível realidade que a cercava. Médicos examinaram-na. Veio o melhor conselho: levá-la para o Rio. O pai fez tudo. E, pouco antes de Telma embarcar, sofre uma crise de apendicite. É levada para o Hospital Presidente Dutra. É operada.
Dias depois, ei-la em casa. Ei-la correndo na casa. Mas lá estava aquela inchação. A inchação preocupando os pais. Os amigos, os parentes. Mas, com Telma, a sua inocência, seu espírito vivo. E Telma recupera-se. Depois, realiza, em companhia de sua mãe, sra. Carmelina Duarte Moraes, a viagem para a Guanabara. As recomendações foram feitas. E ei-la no hospital do IAPC. Exames são realizados. E veio o diagnóstico: um tumor. Depois, com os especialistas, a dúvida. A princípio, surgira a existência de um quisto. Mas, depois, a revelação fulminante: CÂNCER. Agora, a indecisão para extirpar ou não o órgão afetado. Extirparam-no.
Telma sofrendo tudo isso. Telma sem um dos rins. A operação se processou normalmente! Telma sem saber da fatalidade. E Telma sai do hospital! Ei-la na sua inocência. Está agora em observação. Um milagre, para muitos, sempre acontece.
Telma criança pura, anjo, talvez acontecesse o milagre. Mas não. Passados alguns dias, volta ao hospital para novos exames. A doença progredira. Um caso sem esperança. Telma condenada. Não ia mais continuar a viver. Ia começar a sua caminhada de volta! Ia abandonar a terra. Deixar seus pais, seus irmãos, seus parentes.
Os pais sabendo do inevitável. No coração do pai, a dor do desespero. No coração da mãe, a dor chorando. Chorando em soluços. Mas Telma não poderia ver essas lágrimas.
E regressa Telma. Está na casa de seus pais. E piora cada vez mais. Tudo se faz para melhorar os sofrimentos da pequenina que não chora, que não geme. Que suporta tudo, que está se afastando da vida. Pais e parentes e amigos assistindo à tragédia da pequenina Telma. Nada mais se pode fazer para salvar Telma.
Aquele tumor que se plantou nos rins da menina trouxe, com ele, a vigília da Morte. Da fatalidade. Todos sentindo a resistência de Telma. Ela morrendo aos poucos, morrendo todos os dias. Todas as horas.
Não fui olhar Telma. Mas ia sabendo da sua resistência. Os seus nove anos na luta que não se vence... contra o inimigo que sempre ganha: a Morte.
E anteontem, às três horas da madrugada, Telma deixara de bater. Seu corpinho na posição horizontal. Seus olhos fecharam-se para sempre. Num caixão cheio de flores, lá foi Telma de volta. Talvez, tivesse ouvido de Jesus: “deixai vir a mim as criancinhas”. Mas, com os pais, a lembrança daquele verso: “Deus nunca leve uma filha pequenina...”
Telma, minha pequena Telma, eu não sei rezar, mas acreditando em Jesus, para Ele a prece que não se diz, mas que se sente. E Ele, minha pequena Telma, vai lhe tratar bem, você já está na iluminação da Noite, uma estrela a mais clareando a Terra. Com seus pais, haverá sempre a resignação.
* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito” – “Jornal do Dia”, 18 de dezembro de 1966 (domingo).
Donos das melhores campanhas da quarta etapa da Copa Maranhão do Sul de Futebol Sub-23, competição patrocinada pelo governo do Estado e pelo Grupo Mateus por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, e pela HotBel, Imperatriz e Tocantinense garantiram, na manhã deste sábado (25), a classificação para a decisão do torneio. Em semifinais realizadas no Estádio Frei Epifânio, o Imperatriz derrotou o JV Lideral, enquanto o Tocantinense venceu a equipe do Guarani.
Na abertura das semifinais da quarta etapa da Copa Maranhão do Sul Sub-23, o Imperatriz defendeu os 100% de aproveitamento na competição diante do JV Lideral, que se classificou em segundo lugar no Grupo A. A partida foi equilibrada e emocionante, com as duas equipes lutando pela bola a todo momento, porém o Imperatriz foi eficiente em sua melhor oportunidade de gol, venceu por 1 a 0 e carimbou o passaporte para a final.
O segundo confronto das semifinais da etapa de Imperatriz foi disputado entre o Tocantinense, que venceu as duas partidas disputadas no Grupo A, e o Guarani, classificado para as semifinais como vice-líder do Grupo B. Com muita criatividade, velocidade e oportunismo no campo de ataque, o Tocantinense conquistou a vitória por 5 a 2 sobre o Guarani e aumentou a confiança na briga pelo título.
A final da quarta etapa da Copa Maranhão do Sul Sub-23, entre Imperatriz e Tocantinense, será disputada na manhã deste domingo (26), a partir das 8h30, em Imperatriz. Em caso de empate no tempo normal, a decisão do título será nos pênaltis.
Etapa de Imperatriz
Depois de etapas em Porto Franco, Balsas e Açailândia, a Copa Maranhão do Sul Sub-23 iniciou, na última quarta-feira (22), a quarta etapa no município de Imperatriz. As seis equipes participantes foram divididas em dois grupos, sendo que os dois melhores times de cada chave garantem vaga nas semifinais. O Grupo A é formado por Tocantinense, Grêmio e JV Lideral, enquanto o Grupo B conta com Cavalo de Aço, Guarani e Imperatriz.
Copa Maranhão do Sul Sub-23
As disputas desta edição da Copa Maranhão do Sul de Futebol Sub-23 começaram no dia 8 de setembro e prosseguem até domingo (26). Ao todo, a competição é composta por quatro etapas, que ocorrerão nas cidades de Porto Franco, Balsas, Açailândia e Imperatriz.
A menina Alice, de 5 anos, ama tirar fotos e vídeos. Ela tem um perfil na rede social Instagram administrado pela mãe, a empresária do setor de alimentos Tainara Paradelas. A mãe cuida com atenção do perfil, feito apenas para registrar os momentos da infância da garotinha.
“O perfil da Alice foi feito para compartilhar memórias e coisas engraçadas com amigos íntimos e familiares”, conta a mãe, que usa critérios de segurança no perfil da pequena. “O perfil dela é trancado e só pode segui-la quem eu aceito”, detalha Tainara.
A empresária explica que a menina não tem obrigação com o Instagram dela, “e eu não fico fazendo conteúdo voltado para a rede. Eu tiro fotos e gravo vídeos de momentos descontraídos e felizes para eu ter guardado, postar é uma consequência. Alice é uma criança animada, ama foto e vídeos e, se algum dia, eu pedir para tirar uma foto e ela não quiser, eu não forço. Mas nunca pedi a ela para tirar uma foto ou fazer um vídeo para postar no Instagram”.
Diferentemente de Taianara, no entanto, muitos pais e mães expõem indevidamente informações pessoais de seus filhos menores em redes sociais, o que pode colocá-los em situação de vulnerabilidade. Esse tipo de atitude, conhecida como sharenting – termo em inglês que combina as palavras share (compartilhar) e parenting (paternidade) –, parte de uma tendência crescente e que pode ter consequências indesejadas.
Impactos
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta para os perigos e impactos de longo prazo desse hábito na vida dos menores.
“A criança e o adolescente não devem ter vida pública nas redes sociais. Não sabemos quem está do outro lado da tela. O conteúdo compartilhado publicamente, sem critérios de segurança e privacidade, pode ser distorcido e adulterado por predadores em crimes de violência e abusos nas redes internacionais de pedofilia ou pornografia, por exemplo", explica a coordenadora do Grupo de Saúde Digital da SBP, Evelyn Eisenstein.
O coordenador do Grupo de Trabalho de Saúde Mental da SBP, o médico Roberto Santoro, alerta que o sharenting traz perigos objetivos e subjetivos ao desenvolvimento da criança: “Acho que a gente tem que partir primeiro de uma questão de princípio. A vida da criança não pertence aos pais. Eles são promotores do desenvolvimento da criança e do adolescente e têm que zelar por esse desenvolvimento, para que ocorra de uma maneira coerente e equilibrada, rumo a uma idade adulta em que a pessoa consiga se realizar plenamente de acordo com os seus potenciais”.
Guia prático
Para atualizar pediatras, pais e educadores sobre a influência das tecnologias de informação e comunicação (TICs), redes sociais e internet nas questões de saúde e de comportamento das crianças e adolescentes, a SBP publicou, neste ano, o Guia Prático de Atualização "#SemAbusos #MaisSaúde.
O guia destaca importantes recomendações aos médicos sobre como avaliar na história e no exame, durante a consulta, casos suspeitos de violência ou abusos off-line ou on-line; além de orientar os pais sobre alternativas seguras, educativas e saudáveis de atividades para crianças e adolescentes.
A exposição exagerada de informações sobre crianças representa uma ameaça à intimidade, vida privada e direito à imagem, como dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Somado a isso, todo conteúdo publicado na internet cria dados que, no futuro, podem ser desaprovados pelos filhos, por entenderem que sua vida privada foi exposta indevidamente durante a infância.
A mãe da Alice afirma que não se preocupa com essa questão, pois não posta nada inadequado. “Isso não me preocupa nem um pouco. Não posto nada que venha a envergonhar minha filha no futuro”, garante Tainara.
Assim como Tainara, o publicitário Filipe Ferraz também é o administrador do perfil da Mariah, também de 5 anos. “A gente que gera todo conteúdo publicado. Evitamos deixar o celular na mão dela e dar essa autonomia. Acho que ainda é cedo, ela tem 5 anos de idade. O conteúdo é mais viagem, brincadeiras e algumas danças. Nada vulgar, para preservar a integridade dela”.
O pai conta que o perfil da Mariah é despretensioso. “Não temos uma frequência nem planejamento. Registramos ocasiões fora da rotina e novidades”. Além disso, Mariah gosta e até pede para fazer postagens. “Quase todos os dias, ela quer publicar! Ela adora dancinhas e montagens! Filtros com carinhas então... ama!”.
Agora, quando a menina não quer fazer alguma postagem, os pais aceitam e respeitam a decisão, conta Filipe. “A gente respeita o momento dela. Nem sempre ela está disposta”. Para ele, é preciso ter discernimento de como a criança será exposta. “A responsabilidade é toda dos pais”.
Já na opinião do médico Santoro, não há como diminuir os riscos da exposição exagerada de crianças na internet. Para ele, esse público não deve ser exposto nas redes. “Eu sou radical em relação a isso. A gente não tem que minimizar os riscos de exposição da criança. A gente simplesmente não tem que expor crianças e adolescentes, porque eles não têm ainda condições de determinar o que é seguro e o que não é seguro em termos dessa exposição”.
Segundo ele, os pais precisam zelar justamente pela privacidade dos filhos. “Sugiro que as imagens de crianças e adolescentes não sejam compartilhadas livremente na internet, a não ser com muito cuidado para pessoas muito próximas, para pessoas da família. Eu não colocaria, por exemplo, imagens de crianças em sites públicos e tomaria muito cuidado com isso”, aconselha Santoro.
Consequências
Os dados digitais das crianças podem ser utilizados para diferentes finalidades, desde o roubo de identidade, cyberbullying, uso indevido de imagens e vídeos por pedófilos, até outras ameaças à segurança.
A coordenadora do Grupo de Saúde Digital da SBP, a médica Evelyn Eisenstein, destaca que a privacidade onl-ine é uma garantia para que as futuras gerações possam entrar em sua maturidade livres para construir por elas mesmas suas identidades digitais.
“Isso é mandatório. A SBP sempre procura destacar a importância da mediação parental em acessos a conteúdos nas redes sociais para tentar reduzir problemas relacionados à segurança e à saúde das crianças e adolescentes”, disse Evelyn.
A psicóloga Thais Ventura Corrêa Dominguez reforça que os pais são os principais responsáveis pela exposição de crianças na internet. “É importante que eles estejam atentos a resguardar a individualidade e privacidade da criança, considerando-a como um ser de direitos, que devem ser preservados”.
O cuidado com a disponibilização de informações pessoais deve sempre ser considerado, completa Thaís. “As crianças não possuem habilidade cognitiva para tal discernimento. O estar on-line hoje se torna quase uma obrigação, o que muitas vezes leva a comportamentos reativos e impulsivos de compartilhamento de informações. Por isso, o cuidado com as ações nas redes deve ser redobrado”.
Precauções
No Brasil, ainda não existem medidas legislativas que regulem a privacidade das crianças pelos provedores de internet. Logo, a publicação de uma foto aparentemente simples pode ter diversas interpretações e prejuízos, mesmo anos após a postagem.
“Temos vários projetos de lei barrados por indústrias de entretenimento, mídias e provedores que lucram em demasia com esse tipo de compartilhamento", comentou a médica Evelyn Eisenstein. Segundo ela, não há, na legislação brasileira, uma lei como a Children’s Online Privacy Protection Act (Coppa – Lei de Proteção à privacidade on-line de crianças, em tradução livre), instituída nos Estados Unidos, em 1998, para a proteção de dados e regulação da exposição de crianças menores de 13 anos na internet.
Em agosto deste ano, o Google anunciou o lançamento de um serviço que permite remoção de imagens pessoais de adolescentes menores de 18 anos em seus resultados de pesquisa. Um formulário para fazer o pedido de remoção está disponível na página de suporte da empresa. O Google informa, no entanto, que essa remoção não significa que a foto será retirada da internet, mas que deixará de ser mostrada nos resultados de busca do Google Imagens.
O compartilhamento de imagens e vídeos é um hábito relativamente novo, por isso as repercussões na vida futura das crianças ainda não são totalmente conhecidas, essa é a parte mais preocupante da exposição excessiva.
“Não são apenas os pais que devem ser mais cuidadosos, mas também familiares e cuidadores. Eles precisam estar cientes das possíveis consequências indesejadas para a saúde das crianças. Não é inofensivo compartilhar conteúdo on-line”, disse Evelyn.
Para a psicóloga Thaís Ventura, é importante a reflexão dos pais quanto aos seus interesses pessoais em relação à exposição de seus filhos a essas tecnologias, “buscando sempre refletir quais as necessidades e consequências de suas atitudes referentes ao uso dessas tecnologias na influência da saúde da criança”.
Os pais que desejam compartilhar fotos e vídeos de seus filhos podem tomar medidas protetivas para garantir que o conteúdo não seja usado para fins maliciosos. Por exemplo, é possível limitar o público de postagens para que apenas aqueles em quem você confia que possam ver o conteúdo.
Influencers mirins
Com status de celebridade, muitas crianças se tornaram influenciadores digitais. Elas começaram com o incentivo dos familiares, e muitos têm até patrocinadores. “Essas crianças constroem uma vida falsa, de imagens e não uma vida de experiências reais. E os pais estão colaborando para a construção de uma personalidade moldada para agradar a imagem que fazem da pessoa, ou seja, de um falso self. A criança começa a passar por essa situação desde pequena. Muitas vezes, por trás desse perfil falso pode existir um grande vazio. A exploração dessas crianças por parte dos pais é uma forma de abuso infantil”, apontou o coordenador do Grupo de Trabalho de Saúde Mental da SBP, Roberto Santoro.
Na opinião do médico, essa conduta pode interferir no desenvolvimento da criança e englobar múltiplos aspectos como o interesse econômico e o narcisismo patológico dos pais.
“Porque em vez da criança seguir sua via natural de desenvolvimento, os pais podem estar usando a criança para exibir a outras pessoas com fins de lucro financeiros e, às vezes, por puro narcisismo, ou seja: pais frustrados que não conseguiram realizar suas necessidades de se destacar, então usam os filhos para atender a essas necessidades. Isso é sempre absolutamente inadequado”.
A opinião é compartilhada pela psicóloga Thaís Ventura: “Deve-se estar atento ao natural conflito e interesses familiares, pois a falta de entendimento e a administração equivocada desse cenário podem resultar em exploração e afetar a saúde e o bem-estar da criança. É importante que os pais busquem conhecimento e informação quanto à função e à exposição que seu filho está exercendo, agindo em prol de garantir o cuidado e a saúde da criança”.
Foram quase 2.100 músicas inscritas, que resultaram em 47 finalistas. Agora, chegou a hora de saber quem venceu o Festival de Música da Rádio MEC 2021. A emissora anuncia neste sábado (25), Dia Nacional do Rádio, às 20h, o resultado, com transmissão ao vivo pela Rádio MEC e Rádio Nacional, pelo Facebook e Twitter da Rádio MEC e YouTube da TV Brasil. Às 22h30, a TV Brasil transmite a gravação da premiação.
São quatro categorias: Música Instrumental, Música Clássica, Música Infantil e Música Popular. Cada uma delas vai premiar o Melhor Intérprete e Melhor Composição Inédita, pela escolha do júri, e o público vai escolher a sua preferida de cada grupo, por meio de votação no site das Rádios EBC, que segue aberta até minutos antes de cada prêmio ser anunciado. Ao todo, são 12 vencedores, sendo oito escolhidos pelo júri técnico e quatro pela audiência.
As músicas semifinalistas estão sendo transmitidas na programação da Rádio MEC e também foram disponibilizadas para o público na internet. Essa promoção das músicas visa divulgar gravações de músicas inéditas e abrir espaço na programação da emissora para cantores, compositores e instrumentistas.
Com apresentação de Tiago Alves e Bia Aparecida, a grande final será transmitida diretamente do estúdio 2 da TV Brasil, no Rio de Janeiro, e contará com algumas homenagens musicais, já gravadas. Uma delas é ao centenário do compositor Zé Keti, com uma apresentação de sucessos do repertório pelo cantor Vidal Assis, que apresentou a série Zé Kéti – um repórter musical.
A 13ª edição do festival vai comemorar também os 60 anos do apresentador do programa Blim-Blem-Blom, Tim Rescala, com show da formação de câmara organizada pelo compositor e produtor musical.
O educador, cantor, compositor e radialista Zé Zuca, que faria 70 anos em 2021, é outro que será homenageado na noite deste sábado. O Coro do Laboratório Juvenil do Rio de Janeiro vai interpretar as músicas do ex-apresentador da Rádio Maluca e Radioteca, programas voltados ao público infantil.
Rosinha de Valença fecha as homenagens. A violonista, que concebeu a série Eles escolheram a música - relembrada em edições do programa Memória Rádio MEC -, completaria 80 anos e terá músicas de seu repertório revisitadas.
“O festival tem essa missão de combinar gerações. Abre espaço e descobre nomes com potencial como princípio, mas também valoriza e reconhece personalidades como Tim Rescala, além de homenagear astros como Rosinha de Valença, Zé Zuca e Zé Keti”, explica Thiago Regotto, gerente daRádio MEC.
Recorde de inscritos
Pela primeira vez aberto a músicas de fora da região Sudeste, o festival mais do que dobrou o número de inscrições este ano. Foram 2.094 músicas inscritas, batendo o recorde da edição de 2020, quando 1.023 composições concorreram. Só na categoria Música Popular, que teve a maior procura, foram 1.371 inscrições. Em Música Instrumental o número chegou a 408, seguidas de Música Infantil com 167 e Música Clássica com 148 composições.
Thiago Regotto, explicou que a primeira grande triagem foi feita pela equipe interna de programadores, que avaliou as músicas que poderiam ser consideradas prontas para veiculação.
“Foi um grande esforço conjunto de toda a equipe de programadores e produtores de música clássica, popular, infantil e instrumental”, afirma o gerente da emissora, que vê o festival ganhar relevância a cada ano. “A abertura de inscrições para concorrentes de todo o país atendeu a uma demanda que já existia. A novidade rendeu recorde de inscrições, mais que o dobro do ano passado, que já tinha sido a maior. Além disso, aumenta a diversidade com novos artistas, sons e sotaques”, analisa.
Em seguida, o júri do festival escolheu as 24 músicas que avançaram para a final. Os critérios em avaliação foram qualidades da gravação e artística, interpretação e originalidade. As outras composições foram escolhidas pelo voto do público, reforçando a intenção de valorizar o voto dos ouvintes e internautas, com aumento de um para quatro prêmios reconhecidos por meio da escolha feita pelo público.
Edição totalmente on-line
Desde o início da pandemia de covid-19, o Festival de Música da Rádio MECé realizado totalmente de forma virtual, com transmissões pelos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e seus perfis nas redes sociais. Este é o segundo ano nesse formato, com a final sem apresentação dos vencedores.
Com todas as etapas on-line, o festival ganhou mais agilidade, considera Regotto - tanto do ponto de vista dos participantes quanto da organização, já que diminui o custo com impressões, cópias e envio para os inscritos e proporciona uma entrega dinâmica do material. “No entanto, nosso desafio aumenta quando consideramos a quantidade de obras e inscrições que precisam ser validadas”, acrescentou.
Além de levar o troféu para casa, as músicas premiadas serão veiculadas na programação da emissora, de acordo com o perfil musical de cada uma.
Depois do sucesso de público de “Cazuza – Exagerado”, “Cadê a Herança? – uma comédia musical” (indicado à premiação na Semana de Teatro do Maranhão 2019 e no Prêmio Volts 2019) e “Meu Amigo, Charlie Brown” (vencedor na Semana de Teatro do Maranhão 2020), a EnCanto Coletivo Cultural traz aos palcos maranhenses, pela primeira vez no Estado, o maior clássico do teatro originalmente brasileiro: A “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque.
Com adaptação e direção geral de Leonardo Fernandes, somos apresentados às rodas de malandragem do Rio de Janeiro dos anos 40, com a história de Max Overseas, um contrabandista esquivo, nunca capturado pela polícia. Seu parceiro, Chaves, é chefe da polícia e colabora com seus planos, fazendo vista grossa. Isso tudo muda quando Max decide casar com Teresinha, filha única do maior comerciante de prostitutas da Lapa, Fernandes de Duran. Em um embate de forças e território, Duran persegue Max e quem mais estiver no caminho. Entre o submundo do contrabando, o comércio da prostituição e a boemia da Lapa, uma roda de samba se estabelece, com batuque, várias viradas e improvisos balançando a narrativa. Com um pano de fundo em que a malandragem e a falsa burocracia vivem num cabo de guerra, o espetáculo traz em sua trilha os grandes sucessos “Hino de Duran”, “Palavra de Mulher”, “O Meu Amor”, “Geni e o Zepelim”, “Teresinha”, “Pedaço de Mim” e “Folhetim”.
Com coreografias de Andressa Brandão, Preparação e Arranjos Vocais de Samuel Rebouças e Trilhas de Thierry Castelo e Zequinha Moura, o espetáculo, composto por um elenco de 14 atores e atrizes que dão vida às histórias de malandragem, tem liberação formal, do próprio autor, dos direitos de montagem da obra, cedidos à EnCanto Coletivo Cultural.
A “Ópera do Malandro” realiza sua temporada de estreia nos dias 8 e 10 de outubro de 2021, no Teatro Arthur Azevedo, sendo às 20h na sexta e no domingo em duas sessões, 17h e 20h. Os ingressos podem ser adquirido pela plataforma sympla (app ou site).