A maranhense Socorro Reis, do Time Fribal, conquistou mais um grande resultado na temporada e manteve sua hegemonia como principal nome do kitesurf feminino no Brasil. Com muito talento e habilidade, Socorrinho sagrou-se pentacampeã brasileira de Hydrofoil após vencer a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Kite, competição encerrada nesse domingo (7) e realizada na Ocean Kite Point (OKP), na Praia do Olho d'Água, em São Luís (MA).
Socorro Reis, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Fribal, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, acumulou desempenhos expressivos nas competições que participou em 2021.
“Muito feliz com mais uma conquista nacional. O pentacampeonato brasileiro é o resultado do trabalho árduo que tenho tido para sempre evoluir. Só tenho a agradecer ao governo do Estado e à Fribal e a todos os apoiadores por acreditarem no meu potencial. Sei que ainda tenho muito a crescer no esporte e vou continuar dando o máximo para colocar o Maranhão no lugar mais alto do pódio”, afirmou a kitesurfista maranhense.
Além do pentacampeonato brasileiro, o ano de 2021 foi bastante especial para Socorrinho. Ela foi vice-campeã pan-americana de kitesurf em Cabarete, na República Dominicana, e conquistou o terceiro lugar na categoria Master Feminina do Campeonato Mundial, realizado no mês de outubro, em Torre Grande, na Itália.
Considerada uma das melhores atletas de kitesurf feminino do mundo, Socorro Reis também já foi campeã sul-americana de Hydrofoil em meio aos cinco títulos do Brasileiro. Com esse grande desempenho em várias competições nacionais e internacionais, Socorrinho se mantém como um dos principais nomes do esporte em meio ao ciclo olímpico de Paris 2024, uma vez que o kitesurf será disputado na próxima Olimpíada.
Fortalecer a prática do futebol feminino em São Luís. É com esse objetivo que a primeira edição da Copa Ludovicense de Futebol 7 Feminino, competição patrocinada pelo governo do Estado e pela Indústria de Água Aguafina, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, foi oficialmente lançada em solenidade realizada no último sábado (6), no Palácio dos Esportes, no Centro de São Luís (MA). O evento contou com a presença dos representantes das equipes participantes, do diretor-técnico do torneio, Waldemir Rosa, e do secretário adjunto de Esporte e Lazer, Neto Azevedo.
Durante a solenidade, a organização da Copa Ludovicense de Futebol 7 Feminino apresentou os detalhes do torneio, que terá início no próximo sábado (13). Ao todo, a competição contará com 16 equipes, que foram distribuídas em quatro grupos.
Neto Azevedo destacou a importância da Copa Ludovicense, uma vez que é a primeira competição de futebol 7 voltada, exclusivamente, para mulheres. “A Sedel está aqui para apoiar este projeto e ficamos felizes por essa iniciativa porque é a primeira competição exclusiva de futebol 7 feminino. Desejamos que as atletas aproveitem essa oportunidade de fortalecimento e crescimento da modalidade”, afirmou.
Como forma de fomentar o futebol 7 feminino, todas as 16 equipes participantes receberam kits esportivos contendo equipagem completa com camisas, calções e meiões e bolsas esportivas, que serão utilizados durante toda a competição. Além disso, o time campeão vai garantir vaga para representar o Maranhão em uma competição nacional no próximo ano.
“A Copa Ludovicense de Futebol 7 Feminino é uma grande oportunidade para fortalecermos a prática da modalidade entre as mulheres. Significa muito para a modalidade um torneio como esse que, logo em sua primeira edição, vai reunir 16 times. Temos certeza de que será uma bela competição. Só temos a agradecer ao governo do Estado e à Indústria de Água Aguafina por acreditarem no futebol 7 feminino”, explicou Waldemir Rosa.
Congresso técnico
Após a solenidade de lançamento da Copa Ludovicense de Futebol 7 Feminino, foi realizado o congresso técnico da competição, que definiu os grupos do torneio. Com o sorteio, os grupos ficaram da seguinte maneira: Tutela, Aurora, Projeto Bom de Bola e CT Sports estão no A; já Cruzeiro, Inovar, Viana e Espias compõem o B; o Grupo C conta com Moto Club, Brutos/Magnólia, AFC e Roma; e, o D, é formado por AFA, Atlético Cohab, RAF 07/Trivela e IJC.
A bola vai começar a rolar a partir do próximo sábado (13), com jogos na Arena Olynto, no Bairro do Olho d’Água. Nas redes sociais oficiais do torneio no Instagram e no Facebook (@copaludovicensedefut7fem) estão disponíveis todos os detalhes da competição.
A regulamentação do Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), uma das principais novidades da recente reformulação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), foi o tema de uma audiência pública na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (4). O debate ocorreu por iniciativa do deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA), que foi relator do Projeto de Lei 3.267/2019, que estabeleceu as mudanças na legislação.
“É justo e merecido que os bons motoristas sejam premiados e destacados com tratamento diferenciado, com descontos em impostos, tarifas e serviços, por exemplo. A expectativa é que esse cadastro positivo ajude a mudar o comportamento ao volante, que é a principal causa de acidentes e mortes nas ruas e estradas do país. Não há impedimento legal para que órgãos estaduais e o setor privado adotem ações próprias nesse sentido, mas o melhor é que a Secretaria Nacional de Trânsito assuma esse protagonismo”, disse Juscelino Filho.
O secretário nacional de Trânsito, Frederico Carneiro, frisou a importância do RNPC e elogiou a iniciativa de Juscelino de inclui-lo no texto do novo CTB. “O deputado tem razão, cabe à Senatran liderar esse processo, mas a regulamentação será feita por resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Já estamos trabalhando no sistema para reunir informações do Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf). Creio que, até o primeiro semestre de 2022, a gente já tenha isso disponível para órgãos públicos e entidades privadas que quiserem fazer uso dos dados para beneficiar o condutor”, anunciou.
Luiz Pazetti, assessor jurídico da Associação Nacional dos Detrans (AND), sugeriu que o Contran, ao regular o assunto, defina diretrizes gerais, abrindo espaço para que os Detrans possam inovar com regras específicas. “Cada Estado tem uma realidade diferente. Existe uma plataforma no Detran de São Paulo que prevê um sistema de telemetria. Ou seja, essa plataforma irá analisar a forma segura ou insegura de condução do condutor a partir de dados de telemetria, como a velocidade média”, exemplificou. E comemorou o que considera um grande avanço: “Após 80 anos, a legislação passa a olhar para o bom motorista”.
Para o deputado Juscelino Filho, a audiência pública foi extremamente positiva. “Foi muito importante ouvirmos, além de órgãos federal e estaduais de trânsito, alguns dos setores que poderão utilizar o cadastro positivo para beneficiar condutores e colaboradores, como de seguradoras, locadoras de veículos, empresas de transporte e entrega por aplicativo, entre outros. As ideias e sugestões coletadas serão muito úteis na regulamentação e na implementação desse instrumento”, destacou.
Também participaram das discussões representantes da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), da Associação Brasileira de Insurtech (ABInsurtech), da Federação Nacional das Empresas Locadoras de Automóveis (Fenaloc) e da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec). De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, o Registro Nacional Positivo de Condutores deverá ser atualizado mensalmente e conter os motoristas que não cometerem infração sujeita a pontuação, nos últimos 12 meses.
Começa hoje e vai até sexta-feira (12) o prazo de adesão das instituições de educação superior públicas à primeira edição de 2022 do Sistema de Seleção Unificado (Sisu). O programa do Ministério da Educação (MEC) dá acesso a cursos de graduação em universidades públicas do Brasil. As vagas são abertas duas vezes por ano.
De acordo com as regras, é de exclusiva responsabilidade da instituição participante do Sisu descrever, no documento de adesão, as condições específicas de concorrência às vagas por ela ofertadas.
De 15 a 19 de novembro, as instituições podem retificar, se for o caso, informações constantes nos documentos de adesão, que deverão ser assinados digitalmente, exclusivamente, por meio do sistema de gestão do Sisu.
Segundo o edital, as instituições de educação superior que aderirem ao Sisu devem divulgar, tanto em suas páginas na internet como em locais de grande circulação de estudantes, as condições específicas de concorrência às vagas ofertadas no âmbito do Sisu.
Candidatos
O processo seletivo do Sisu para o primeiro semestre de 2022 ainda não tem data marcada, mas está previsto para ocorrer entre janeiro e fevereiro do ano que vem. A seleção dos candidatos às vagas será feita com base na nota do estudante no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021.
O edital de adesão prevê que seja disponibilizado pelas instituições o acesso virtual para que os estudantes selecionados possam encaminhar a documentação exigida e efetuar a matrícula de forma remota, caso não possam fazer de forma presencial.
Após a divulgação da data do resultado do Enem 2021, o MEC publicará o edital com o prazo de inscrição e demais procedimentos referentes ao primeiro processo seletivo do Sisu do ano 2022. Na primeira edição de 2021, foram oferecidas 209.190 mil vagas em 110 instituições públicas de ensino superior em todo o país.
As heranças culturais que fazem parte da formação do Brasil são tema da plataforma Ancestralidades, que será lançada nesta segunda-feira (8), às 17h. A proposta reúne verbetes, biografias, fatos históricos e mapeia organizações importantes para compreender as questões raciais negras no país. A iniciativa é um trabalho conjunto da Fundação Tide Setúbal e do Itaú Cultural.
Para além de apresentar conteúdo próprio, a plataforma vai fazer ligações com informações produzidas por outros grupos e organizações, a partir de um monitoramento dos temas em discussão na atualidade. “A ideia é que a gente possa fazer um espaço mais forte e consistente, que possa ser um hub [conector] que sistematiza esses trabalhos e que você jogue para os diferentes núcleos que estão dispersos”, disse, em enrevista à Agência Brasil, a presidente do conselho da Fundação Tide Setúbal e idealizadora da proposta, Neca Setúbal.
A Ancestralidades vai oferecer ainda cursos e incentivar pesquisas. Com o lançamento, serão feitos encontros mediados pelos conselheiros do projeto: pela escritora Ana Maria Gonçalves, a filósofa Sueli Carneiro e o músico Tiganá Santana. Os encontros, que serão transmitidos ao vivo no YouTube do Itaú Cultural, vão abordar eixos do projeto: democracia e direitos humanos; ciência e tecnologia; artes e culturais. A primeira conversa será no próprio dia de lançamento da plataforma (8), às 17h, com o filósofo e professor da Universidade Federal da Bahia Eduardo Oliveira.
Eixos
A navegação na plataforma pode ser feita tanto a partir dos eixos estruturantes quanto por meio de uma linha temporal apresentada em uma mandala espiral, em um conceito de tempo não necessariamente linear. Os eventos históricos e biografias foram selecionados tendo como ponto de partida os acontecimentos atuais. “É uma plataforma que traz todo o conceito de ancestralidades a partir do momento presente, com seus acontecimentos principais, histórias e biografias que fizeram chegar nesse momento presente hoje”, enfatiza Neca.
O conteúdo deve servir como base de pesquisa, na opinião de Neca, não só para estudiosos e grupos que já têm interesse nas questões raciais, mas também para setores que começam, agora, a dar atenção para o assunto. “É um tema que está perpassando toda a sociedade brasileira. Óbvio que está longe de mudar a chave, mas está perpassando a sociedade brasileira nos seus diferentes setores: nas empresas, nas escolas, nas universidades”, acrescenta.
O aproveitamento do material e as possibilidades devem, segundo o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron. ficar mais claros com a plataforma em funcionamento. “A própria plataforma vai caminhar no sentido de cumprir um papel além das nossas organizações ao ser esse hub [conector] de espaço articulador”, ressaltou em entrevista à Agência Brasil.
O conteúdo, apesar de elaborado com cuidado, não pretende, de acordo com Saron, abranger toda a temática. “A gente não tem essa pretensão de ser exaustivo. A gente é parte do processo que a sociedade e alguns setores têm conduzido”, acrescenta.
Aprendizado contínuo
Dentro dessa dinâmica, a ideia é que, em algum momento, Ancestralidades incorpore também os assuntos ligados às questões indígenas brasileiras. A proposta de aperfeiçoamento contínuo é em si, segundo o diretor da instituição, um dos elementos que leva a construção da plataforma. A Ancestralidades se aproveita de experiências práticas do Itaú Cultural, como a enciclopédia de artes visuais, e de discussões feitas ao longo da trajetória do espaço.
Saron relembra da situação, em 2015, com a peça Mulher do Trem, da Cia. Os Fofos, que foi acusada de racismo por usar blackface – atores brancos com o rosto pintado para representar pessoas negras de forma caricata. O espetáculo, que estava em cartaz no Itau Cultural, foi duramente criticado na ocasião pelo uso da prática que tem um histórico racista.
O diretor se refere ao episódio como emblemático para a instituição e para ele mesmo. “Um espetáculo que já tinha 11 anos. Prêmio Shell. Um grupo impecável, tinha uma história no teatro e no campo das artes cênicas”, diz sobre a surpresa ao surgirem as acusações de racismo. “A gente transformou aquela peça que iria ao palco do Itau Cultural em um grande debate. E para nós foi um momento bastante divisor de águas no Itau Cultural para que nós pudéssemos, de fato, tratar desse assunto”, acrescenta como a situação foi contornada, com a peça voltando ao palco sem o uso de blackface.
Dessa forma, Saron considera o lançamento da plataforma como um desdobramento das preocupações que ganharam força naquele momento. “O [projeto] Ancestralidades é um momento de reafirmação dessa trajetória, que a gente tenha uma conversa mais orgânica com o campo para que a gente possa fruir, fomentar e criar processos formativos”, diz.
Ancestralidades pode ser acessada na página da plataforma.
A programação com as rodas de conversa e apresentações musicais que serão transmitidas on-line pode ser vista na página do Itau Cultural.
O Museu de Arte de São Paulo (Masp) realiza, nesta terça-feira (9), o seminário Histórias Indígenas. Ele será transmitido, gratuitamente, pela página no YouTube do museu. A atividade antecipa a programação temática da instituição para 2023.
Das 11h às 16h30, serão abordados, por oito convidados, diversos temas relacionados tanto à cultura indígena, como a questões ligadas à luta dos povos originários por direitos.
Pela manhã, Dirce Jorge, liderança espiritual da Terra Indígena Vanuíre, localizada no município de Arco-Íris (SP), vai apresentar os aspectos da espiritualidade que sustentam os modos de ser e pensar do povo kaingang. Também vai falar sobre as considerações que devem ser feitas sobre os elementos do sagrado trabalhados por museus.
Na parte da tarde, o curador e escritor Pablo José Ramírez apresentará reflexões sobre a ancestralidade e contemporaneidade. Ramírez é curador adjunto para povos originários e arte indígena do Tate, museu de arte moderna e contemporânea do Reino Unido.
A programação completa pode ser vista na página do Masp.
O Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense (UFF) comemora, a partir de amanhã (8), os 200 anos do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), autor de obras clássicas da literatura mundial, como Crime e Castigo, O Idiota, Os Demônios, e Os Irmãos Karamázov, entre outras.
Com o projeto 200 Dostoiévski, a UFF reunirá, até o próximo dia 12, artistas e pesquisadores que trabalham temáticas pertinentes à obra do autor russo, em lives e vídeos gravados no seu canal do YouTube. Dentre os convidados, os atores Matheus Nachtergaele, Bel Kutner e Celso Frateschi apresentarão performances, leituras dramatizadas e exercícios artísticos inspirados na escrita dostoievskiana.
O superintendente do Centro de Artes UFF, professor Leonardo Guelman, assina a direção curatorial do projeto. O evento conta com a participação de representantes diplomáticos russos, que abordarão aspectos históricos e culturais da terra natal do escritor.
A conferência de abertura do evento será proferida pelo tradutor, crítico literário e professor da UFF, Paulo Bezerra, com o tema “200 anos com Dostoiévski”. Tradutor de mais de 50 obras do russo para o português, Bezerra vai falar sobre sua experiência de duas décadas como intérprete da literatura e profundo conhecedor das narrativas e personagens do escritor russo. A programação principal inclui apresentações musicais, círculos de diálogos sobre o autor e exposição virtual.
Alcance
O reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega lembrou o alcance da obra de Dostoiévski. “No marco de seus duzentos anos, reveste-se de grande relevância no quadro da pesquisa e da internacionalização da universidade, ao enfocar o caráter transversal da obra do autor russo, conjugando as ciências sociais, a economia e a psicologia, dentre outras áreas, sob a lente da arte, no seu poder sempre atual de revelar as contradições da realidade e os dilemas do humano”, disse.
Quem foi Dostoiévski
Nascido em Moscou, em 11 de novembro de 1821, Fiódor Dostoiévski cursou a Escola de Engenharia Militar em 1837, em São Petersburgo, cidade em que viveu até a sua morte, em 1881. Em 1846, publicou Gente Pobre, sua primeira novela, O Duplo e Noites Brancas (1847).
Após ser condenado à morte por integrar um grupo revolucionário, teve, à última hora, a pena comutada para prisão na Sibéria, onde ficou por dez anos em regime de trabalhos forçados. Foi anistiado em 1859 e retornou a São Petersburgo, onde narrou suas duras experiências em Memórias da Casa Morta (1862) e, depois, em Memórias do Subsolo (1864). Essas obras antecederam suas grandes criações, reconhecidas mundialmente.
A programação completa do evento pode ser acessada no site. As atividades do projeto 200 Dostoiévski serão transmitidas pelo canal do Centro de Artes UFF.
A artista Soberana Ziza abre duas exposições na capital paulista baseadas em uma pesquisa que desenvolve sobre a memória de mulheres negras na cidade. As mostras foram premiadas pelo Programa de Ação Cultural do governo de São Paulo e ocorrem sob o título Mulheres-raízes da Conexão.
As obras, fruto do trabalho da artista como muralista, se desdobraram em outras técnicas, como a da sublimação em tecido. Nelas, as mulheres, personagens importantes da cidade, aparecem conectadas à terra por motivos. “É a reconexão com o nosso ancestral. Essa base, essa rede, essa raiz fortalecida é o que vai ser um fortalecimento para o futuro”, explica a artista.
Uma das mostras foi aberta na última sexta-feira (5), na Galeria Choque Cultural, na zona oeste da cidade. Ali, segundo a artista, podem ser vistos os trabalhos feitos a partir da pesquisa do Bairro da Liberdade, na região central paulistana. Apesar de ter ficado conhecida nas últimas décadas pelas comunidades orientais, a região tem alguns principais marcos da trajetória da população negra na cidade.
Memórias
Um dos trabalhos de Ziza remete a ossadas encontradas nas imediações da Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, construída no século XVIII, vizinha de um cemitério, de mesmo nome, desativado no século XIX. A identificação de parte de uma guia dedicada ao orixá Ogum foi base para a composição de um mural feito em uma empresa situada ao lado do Elevado João Goulart, conhecido como Minhocão. “Pego essa conta azul e ilustro nessa grande empresa na mão dessa mulher, com o fundo azul que é o seu ancestral”, afirma Ziza.
Nos estudos sobre o bairro, a artista chegou à história de Madrinha Eunice, fundadora da Escola de Samba Lavapés, em 1937, a mais antiga em atividade na cidade de São Paulo. “A Eunice, que foi uma visionária”, enfatiza Ziza. A madrinha do samba paulistano foi homenageada em um trabalho com tecido translúcido, de modo que, ao mesmo tempo, é possível ver a imagem do outro lado da peça da também pioneira do samba Dona Guga, da Escola do Morro da Casa Verde.
Casa Pretahub
A segunda mostra será aberta na próxima terça-feira (9), na Casa Pretahub, no centro da capital paulista. Um dos trabalhos faz uma releitura da estátua da Mãe Preta, que fica no Largo do Paissandú, no centro paulistano. Na peça, Ziza retrata a violência a que eram submetidas as amas de leite. “ Aquela mulher negra é uma pessoa que presta um serviço de amamentação, ela tinha que relegar o próprio filho”, diz a artista, sobre a figura na escultura.
No trabalho, a artista também usa a técnica com tecido semitransparente. “Na frente, aparece uma mãe com seu filho em um ato de carinho, com muita conexão e, atrás, a mãe preta com o filho que não era dela”, descreve a artista.
As exposições ficarão abertas até o dia 30 de novembro. Na Pretahub, a visitação será de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Na Choque Cultural, de terça-feira a sábado, das 12h às 19h.
O fim do ano se aproxima e traz, com ele, a apreensão de quem deseja conquistar uma vaga no ensino superior em 2022. Novembro e dezembro são meses de vestibulares e processos seletivos em instituições públicas e privadas e também de uma das maiores avaliações do país, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será nos dias 21 e 28 deste mês.
O Enem, que conta com mais de 3 milhões de inscritos, é a principal entrada para o ensino superior público, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), e para obter bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). As notas são usadas também no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e para ingressar em instituições portuguesas que possuem convênio com o Brasil.
Além do Enem, também estão marcados outros processos seletivos nos próximos meses. Estão, nessa lista, os vestibulares da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - as provas da primeira fase serão domingo (7); Fuvest – a primeira fase será no dia 12 de dezembro; Fundação Getulio Vargas (FGV) - nos dias 14 e 15 de novembro, entre outras.
Todas essas provas têm algo em comum, a ansiedade e as expectativas que provocam nos candidatos. Por isso, aAgência Brasilreuniu dicas para quem está contando os minutos para os exames. As dicas foram adaptadas a partir de recomendações do Anglo Vestibulares, Sistema de Ensino pH, Colégio Anglo Chácara e UniCuritiba.
1. Conheça o formato e estilo da prova. É importante que o estudante faça simulados para saber como se comportar diante de diferentes situações. Por exemplo, quando o enunciado é grande ou quando precisa de mais tempo para compreender uma pergunta e pensar em estratégias para resolver. Essas experiências vão ocorrer no dia da prova.
2. Não vire a noite estudando ou passe a manhã da prova debruçado nos livros e apostilas. Descansar é necessário. Se você estiver cansado, terá dificuldades de concentração e sairá prejudicado na hora de resolver as questões da prova.
3. Fique atento ao ‘ritual’ dos vestibulares. Uma das partes mais importantes da realização dos exames é o momento que os antecede. Separar os documentos necessários, se alimentar e descansar bem e chegar com antecedência ao local da prova. Na teoria, essas ações podem parecer simples, mas muitas pessoas as subestimam ou esquecem de sua importância. O ideal é estar no local de prova com 1h de antecedência para evitar imprevistos e contratempos.
4. Evite estudar ou consumir conteúdo na internet no dia da prova – seja pelo computador ou celular. Amenize o cansaço mental e o desgaste visual antes do teste.
5. Antes da prova, faça uma refeição leve. Evite frituras ou condimentos que podem causar mal-estar. Durante o vestibular – assim como nos exames presenciais – tenha por perto um lanche e água. É importante se manter hidratado.
6. Administre o tempo de prova. É importante se planejar e ficar atento ao horário para conseguir responder todas as questões no prazo.
7. Durante o exame, faça pausas. Horas sem se alimentar, se hidratar ou descansar um pouco com toda certeza impactam negativamente no desempenho na prova. Pensando nisso, o candidato deve planejar o tempo visando pequenos descansos.
8. Se você estudou durante todo o ano, estará preparado para a prova. Confie nos seus conhecimentos. Mantenha o foco nos objetivos e acredite no seu potencial.
A exposição fotográfica Onde Mora a Esperança, que está em cartaz até 28 de novembro na Casa das Rosas, em São Paulo, faz uma viagem por lares de diversas famílias espalhadas por 12 países, retratando culturas e memórias. A entrada é gratuita.
A mostra, um fragmento do acervo fotográfico de mais de 6 mil fotos da organização Habitat para a Humanidade, reúne mais de 70 imagens registradas por fotógrafos profissionais e amadores que retratam personagens e remetem a uma variedade de etnias e culturas.
“A volta ao mundo que essa exposição nos proporciona é um chamado para refletirmos sobre as nossas diferenças e similitudes, compartilhando o planeta onde moramos. É também um convite para atuarmos na construção de um mundo mais democrático e com justiça social. Os cenários são muitos, mas a esperança nos une em cada sonho, em cada conquista, em cada lar”, disse, em nota, Mário Vieira, diretor-executivo da Habitat para a Humanidade Brasil.
Reflexão
A exposição proporciona pensar o direito à moradia, em que se convida para a reflexão sobre privilégios e a empatia sobre a causa. “Só no Brasil, mais de 25 milhões de moradias estão em condições inadequadas de habitação. No cenário global, mais de 20% da população vivem em condições precárias e expostas a riscos de saúde”, informou a Habitat.
Para retratar locais do Brasil, a organização reuniu o trabalho de seis fotógrafos e convidou dois profissionais brasileiros que farão registros inéditos para a exposição, em dois locais onde a organização tem projetos.
Maíra Erlich fotografou áreas rurais no semiárido de Pernambuco, em Riacho das Almas, onde a entidade desenvolve soluções de acesso à água potável há mais de dez anos e, mais recentemente, uma iniciativa que levou banheiros para famílias sem acesso ao saneamento básico.
Já o fotógrafo Rodrigo Zaim retratou famílias da comunidade de Heliópolis, em São Paulo, em que a organização atua para melhorias habitacionais. Zaim também fotografou pessoas em situação de rua no centro da capital paulista, mostrando que o acesso a uma moradia digna ainda está distante de muitas pessoas.