Hoje é o último dia para candidatos selecionados na primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do primeiro semestre de 2022 fazerem suas matrículas. Os estudantes aprovados deverão comparecer às instituições de ensino em que foram concedidas as vagas.
O Sisu é o processo seletivo pelo qual estudantes concorrem a vagas de instituições públicas de ensino superior a partir da nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Vagas
Nesta primeira edição de 2022 do programa, foram oferecidas 221.790 vagas para 6.146 cursos de graduação, em 125 instituições públicas de ensino superior. Mais de 84,5% das vagas foram para as instituições federais (universidades e institutos).
Lista de espera
Nesta terça-feira (8), também termina o prazo para que estudantes não selecionados se inscrevam na lista de espera do Sisu. O resultado da segunda chamada será divulgado quinta-feira (10), no site do programa.
A semana começa e os clientes da doceira Elida Ribeiro recebem, por meio de lista de transmissão, mensagem motivacional. Foi essa a estratégia adotada quando ela começou a usar a internet nos negócios: “Todos os domingos, mandava uma mensagem para começarem a semana bem, mensagens com positividade. E daí vinham sempre três ou quatro encomendas”, conta.
A proprietária de A Mineira Doceria Gourmet considera a internet importante aliada nas vendas. Agora, as mensagens motivacionais deixaram a lista de transmissão e são postadas no status. Pelas redes sociais, ela recebe atualmente, pelo menos, 90% dos pedidos.
A internet também é o instrumento de trabalho da empreendedora digital Tayane Andrade, que chega a trabalhar até 14 horas por dia quando precisa executar um projeto. “É um mundo muito rico em questão de conteúdo. Um mundo que dá para trabalhar e se sustentar”, defende.
Tanto Elida quanto Tayane não são regras entre as mulheres brasileiras. Apesar de estarem mais conectadas à internet que os homens, as mulheres ainda usam menos a rede para trabalhar ou para estudar.
A pesquisa Mulheres e Tecnologia – Dados sobre o acesso feminino a Tecnologias da Informação e Comunicação, da plataforma Melhor Plano, mostra que 85% das mulheres de 10 anos ou mais são usuárias de internet. Esse percentual entre os homens é menor, 77%.
Apesar disso, elas usam menos a internet para trabalhar. Em 2020, em meio à pandemia de covid-19, 32,47%, praticamente uma em cada três mulheres, usou a internet para realizar atividades relacionadas ao trabalho. Entre os homens, 44,16% fizeram esse uso.
As redes sociais entraram na rotina de Elida por causa de um cliente. Em Brasília, ela fazia doces e levava para vender nos bares da cidade. Foi quando um cliente a ajudou a criar perfis nas redes sociais. Ela passou, então, a postar onde estaria fazendo as vendas. Logo, passou a receber encomendas on-line e a ampliar os negócios, contratando funcionárias para a empresa. Quando veio a pandemia, já estava estabelecida de forma on-line e isso, segundo ela, foi fundamental.
“A minha mãe dependia de as pessoas comprarem, comerem e gostarem. Hoje, tem essa ferramenta gratuita que é Instagram”, diz Elida, que aprendeu a fazer bolos e doces com a mãe e a avó, que tinham o mesmo ofício.
Se não é possível conquistar os clientes pelo estômago, ela conquista pelos olhos: só posta aquilo “que dá vontade de comer com os olhos”, diz. “Os nossos doces são cem por cento artesanais e feitos diariamente. A gente tira várias fotos. O cuidado que temos é se olhamos a foto e temos vontade de comer. É a primeira coisa. Tem vontade de comer? Se sim, divulgo e, se não, nem divulgo”.
Muito trabalho
Para Tayane, também foi fundamental o trabalho on-line, sobretudo na pandemia. “Essa pandemia não teve coisa boa, mas se tenho alguma coisa a agradecer desse tempo que fiquei em casa é justamente saber que mundo digital existe. É um privilégio”, diz.
Tayane dava aulas de empreendedorismo para mulheres. Com a necessidade de distanciamento social, as aulas passaram a ser on-line na pandemia. Foi aí que ela percebeu toda a dificuldade enfrentada por outras mulheres, que iam desde a falta de dinheiro para comprar pacotes de conexão, falta de equipamentos a até falta de tempo e de prioridade para se dedicar aos estudos. Como às vezes a família tinha um único celular, "a preferência era de quem trabalhava na rua ou era do marido, nunca dela”, diz.
Quando conseguiam passar muito tempo em frente às telas, dedicando-se aos estudos, parecia que estavam fazendo algo errado. “Elas se sentiam um pouco desconfortáveis de passar tanto tempo dedicadas ao negócio porque era estranho e parecia que não estavam fazendo nada. No início, eu mesma me incomodava com isso também e, se não cuidar, até hoje a gente se incomoda porque parece que não está fazendo nada. Mas é tão trabalhosa quanto qualquer outra atividade, às vezes até mais”.
Hoje, Tayane deixou de dar aulas e se dedica ao próprio negócio, em que oferece mentorias e trabalha com marketing digital.
Fora do mercado digital
Segundo a pesquisa, a baixa proporção de mulheres que trabalham na rede pode estar relacionada à alta concentração da população feminina em trabalhos convencionais, que exigem pouco contato com os espaços on-line. “Talvez, uma parte da população feminina ainda esteja concentrada em atividades que não exigem trabalho on-line, e sim mais presencial, físico, como domésticas ou mesmo cuidando da própria casa”, diz uma das sócias do Melhor Plano, Mariah Julia Alves.
“Grande parte das mulheres tem acesso à internet e isso é bem positivo”, complementa ela. “Mas, esses acessos têm sido usados em funções cotidianas – usam mensagens, chamadas de voz, para assistir a vídeos, acessar redes sociais, coisas muito pessoais e que não são relacionadas à educação, ao desenvolvimento profissional”.
A desigualdade está também na formação. O estudo mostra que, apenas, 19,81% das mulheres entrevistadas revelaram ter feito cursos a distância em 2020. Entre os homens, o percentual foi 22,68%.
“Isso traduz muitas das desigualdades, em todos os aspectos, que nos atingem”, analisa a professora da Universidade de Brasília (UnB) Catarina de Almeida Santos.
“A gente enfrentou grande dificuldade para meninas e mulheres fazerem seus cursos de forma remota, durante a pandemia]. Quando estão em casa, ninguém entende que estão estudando. Muitas vezes, precisam olhar o filho ou são chamadas para fazer outra atividade. A própria infraestrutura domiciliar não possibilita que as mulheres tenham esse tempo e esse espaço”, diz Catarina.
Outras desigualdades
Os dados do Cetic.br mostram que há várias desigualdades no acesso à internet no Brasil, entre elas o tipo de equipamento pelo qual se acessa a rede. Homens têm mais acesso a múltiplos dispositivos, enquanto mulheres acessam mais a internet pelo celular, equipamento que tende a limitar algumas funções da rede.
A pesquisa Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Domicílios Brasileiros (TIC Domicílios) revela que mulheres negras acessaram a internet exclusivamente pelo telefone celular (67%) em maiores proporções que homens brancos (42%). Por outro lado, elas realizaram transações financeiras (37%), serviços públicos (31%) e cursos (18%) pela internet em proporções bastante inferiores às de homens brancos (51%, 49% e 30%, respectivamente).
“Essa questão de acesso e uso das tecnologias de informação e comunicação foi inserida em contexto social cultural, ou seja, se se está em uma sociedade machista, em que mulheres têm menos oportunidades no off-line, isso também vai traduzir-se no mundo on-line”, diz o coordenador da pesquisa TIC Domicílios, Fabio Storino.
Segundo a analista do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), órgão Cetic.br, Javiera Macaya, essa desigualdade de acesso e de oportunidades na internet começa desde cedo. “É preciso ter acessibilidade de gênero, ter acessibilidade considerando questões raciais. Sempre pensar em política pública, em dados, não parar em uma primeira camada de análise, mas incluir outras variáveis que são importantes, ainda mais no contexto brasileiro”, diz.
Os pesquisadores enfatizam que é preciso garantir o acesso à internet, mas, além disso, a qualidade desse uso para todos, o que inclui equipamentos de qualidade, alta velocidade de conexão.
“Precisamos preparar nossa sociedade para esse mundo cada vez mais digital, pensar em políticas com as quais possamos trabalhar as habilidades digitais necessárias para conseguir a atividade on-line”, afirma Storino. “Não adianta o governo e as empresas estarem digitais se há uma população que ainda não é digital, que ainda é analógica, que precisa desenvolver certas habilidades. A gente precisa trabalhar tudo isso junto”, acrescenta.
O período de matrículas da primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) – relativo ao primeiro semestre de 2022 – terminará amanhã (8). Os estudantes aprovados deverão comparecer às instituições de ensino em que foram concedidas as vagas.
O Sisu é o processo seletivo pelo qual estudantes concorrem a vagas em instituições públicas de ensino superior a partir da nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Vagas
Nesta primeira edição de 2022 do programa, foram oferecidas 221.790 vagas para 6.146 cursos de graduação, em 125 instituições públicas de ensino superior. Mais de 84,5% das vagas foram para as instituições federais (universidades e institutos).
Até esta terça-feira, estudantes não selecionados também podem inscrever-se na lista de espera do programa. O resultado da segunda chamada será divulgado no dia 10 de março, no site do Sisu.
A partir desta segunda-feira (7) quem tem contratos firmados até 2017 com instituições financeiras credoras para Financiamento Estudantil (Fies) pode pedir o refinanciamento da dívida. Por lei, os bancos serão obrigados a conceder descontos que podem variar entre 12% e 92%. O saldo devedor poderá ser parcelado em até 150 vezes, a depender da situação.
As regras do programa foram definidas pela Medida Provisória 1.090/22. A norma foi convertida em lei pelo Congresso Nacional e entrou em vigor na última terça-feira (1º). Atualmente, pelo menos, dois milhões de contratos do Fies estão na fase de quitação, com um saldo devedor de R$ 87,2 bilhões. A taxa atual de inadimplência é de 51,7%.
Quem tem direito?
Pelas regras, qualquer estudante com contrato de financiamento estudantil firmado até o ano de 2017 pode se beneficiar da medida. As condições e o percentual de desconto variam de acordo com o perfil de cada aluno e com o tempo de atraso no pagamento:
Estudantes inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) ou que foram aprovados no Auxílio Emergencial terão desconto de 92% sobre o valor total da dívida que, no caso, poderá ser parcelada em 10 vezes. A estimativa é de 548 mil estudantes com atraso de mais de 360 dias no pagamento do Fies se enquadrem nessa categoria.
Já aqueles que não efetuam pagamentos há mais de 360 dias, o desconto previsto é de 86,5% no saldo devedor. Para os estudantes inscritos no CadÚnico ou que sejam beneficiários do Auxílio Emergencial, o desconto será de 92%. Além disso, o saldo da dívida poderá ser parcelado em até 10 vezes.
Outra situação é a de estudantes que têm dívidas com 90 a 360 dias de atraso. No caso, o devedor terá de 12% no saldo devedor, isenção de juros e multas e parcelamento em até 150 vezes, também com perdão total de multas e atrasos que tenham sido aplicadas antes do refinanciamento.
Como fazer a renegociação?
Na Caixa Econômica, a partir de hoje, a expectativa é que até 800 mil estudantes com dívida média de R$ 35 mil façam a renegociação de seus contratos de forma 100% digital. Interessados já podem consultar o site do banco para fazer a solicitação.
Após confirmar o enquadramento nas regras e simular a renegociação, é preciso produzir um boleto para pagamento da primeira parcela ou de quitação do débito.
Já no Banco do Brasil, mais de 500 mil estudantes estão com o Fies em atraso. Para aderir à renegociação pelo app do banco, basta acessar a opção “Soluções de Dívidas” e clicar em “Renegociação Fies”. Pela ferramenta, o estudante poderá verificar se faz parte do público-alvo, as opções disponíveis para liquidação ou parcelamento da dívida, os descontos concedidos, assim como os valores da entrada e demais parcelas.
O valor mínimo da prestação é R$ 200. A promessa é que o nome seja retirado dos cadastros restritivos de crédito a partir do pagamento correspondente à primeira parcela.
Atraso
Após assinatura do aditivo de contrato do refinanciamento do Fies, no caso do não pagamento de três parcelas da renegociação da dívida, o estudante perderá o direito ao refinanciamento e o desconto inicial aplicado será cancelado. Para situações de atraso no pagamento das parcelas, são aplicados juros moratórios de 1% ao mês, ou fração, incidentes sobre o valor da parcela em atraso e multa de 2% sobre o total das parcelas restantes.
O Museu de Mariana, localizado na cidade histórica do mesmo nome, em Minas Gerais, deverá ter sua primeira unidade funcionando para o público no próximo ano. A expectativa é que, ainda em 2023, a segunda unidade esteja pronta para também entrar em operação.
A obra, que terá apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 3,075 milhões, prevê restauração física de um imóvel construído no século XVIII, na Rua Direita, onde funcionará a segunda unidade do equipamento cultural. Os recursos, não reembolsáveis, serão aplicados também em ações de educação patrimonial e no desenvolvimento de um roteiro turístico da cidade, antiga capital mineira.
Com valor total de R$ 6,15 milhões, o projeto será desenvolvido pelo Instituto Pedra, organização sem fins lucrativos, em parceria com o município de Mariana. O restante será dividido entre o Instituto Cultural Vale (R$ 2,02 milhões), o município de Mariana (R$ 783,24 mil) e o Instituto Pedra (R$ 267 mil), que desenvolveu o projeto arquitetônico.
O projeto é o primeiro aprovado entre 21 propostas pré-selecionadas pela chamada Resgatando a História 2021, programa do BNDES em parceria com a iniciativa privada que aplicará em torno de R$ 309,8 milhões em trabalhos de restauro e conservação no país. A lista dos 21 projetos pré-selecionados e dos que compõem o cadastro de reserva está disponível neste link.
Museugrafia
O diretor adjunto do Instituto Pedra, Norton Ficarelli, responsável pela primeira unidade do museu, disse àAgência Brasil que as obras de restauro arquitetônico da Casa do Conde de Assumar foram concluídas no fim do ano passado e que, ao longo do ano de 2022, começam os procedimentos para instalação da museografia e expografia desse espaço cultural.
Decreto da Prefeitura de Mariana criou o museu em termos jurídicos e institucionais neste ano. “A primeira unidade deve ficar pronta em 2023 e vai contar a história da cidade desde a sua origem até o início do século XX”, disse Ficarelli.
A segunda unidade, que funcionará em um casarão na Rua Direita, foi selecionada pelo programa Resgatando a História. Ali, o escopo é semelhante ao da Casa do Conde de Assumar, explicou o diretor do Instituto Pedra. As obras incluem o restauro do imóvel, cujo projeto arquitetônico foi feito pelo próprio instituto, e a instalação da museografia, “porque o casarão é complementar à primeira unidade do museu”. A unidade é menor do que a Casa do Conde de Assumar e será focada na história da cidade nos séculos XX e XXI, até o desastre da Barragem de Mariana.
O projeto museográfico da primeira parte do museu já foi concluído. A produção é da empresa Expomos, contratada pela prefeitura local, que está produzindo também o projeto da segunda unidade. Ficarelli explicou que o projeto cultural da Rua Direita será viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet e tem que estar aprovado para receber os recursos do BNDES.
De acordo com Ficarelli, o projeto já teve aprovação inicial pela Lei de Incentivo à Cultura e, nos próximos meses, passará por análise orçamentária, de escopo e jurídica da Secretaria Nacional de Cultura, com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Com a aprovação final, o projeto estará apto a receber os recursos. O contrato com o banco ainda não foi assinado.
O diretor do Instituto Pedra espera que o projeto da segunda unidade do Museu de Mariana comece no segundo semestre deste ano, com as obras de restauro. O término do empreendimento está previsto para o fim de 2023. Após a conclusão dos trabalhos, a Prefeitura de Mariana assumirá a gestão do museu.
Patrimônio
O diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES. Bruno Aranha, destacou que Mariana tem importante conjunto arquitetônico colonial brasileiro, reconhecido como patrimônio nacional desde 1938. Ele disse que o banco já apoia diversas iniciativas no município e que a instalação do Museu de Mariana complementará essa atuação, “permitindo compreender a cidade como legado patrimonial”.
Com ações voltadas para educação patrimonial e o desenvolvimento de um programa turístico no centro histórico, o BNDES vai contribuir para a diversificação econômica do município, que hoje está concentrado na mineração, acrescentou Aranha.
Desastre
A restauração do casarão da Rua Direita, onde funcionará a segunda unidade do Museu de Mariana, complementa a recuperação da Casa Conde de Assumar. O projeto envolve instalação de espaço para exposições, construção de auditório, adequação do espaço para portadores de necessidades especiais e ações de prevenção e combate a incêndios, entre outras iniciativas, informou o BNDES.
No local, deverão ser realizadas exposições que contem, principalmente, a história do município a partir do século XX, considerando aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais, com destaque para as atividades de mineração e suas relações com a região.
Entre os temas que deverão ser abordados, está o desastre ambiental provocado pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração no distrito de Bento Rodrigues, em 2015. Os impactos da tragédia são sentidos até hoje no município.
O projeto expográfico (conjunto de técnicas para desenvolvimento de uma exposição) prevê uso de conteúdos multimídia, como dispositivos interativos e audiovisuais.
Programa
O programa Resgatando a História é uma ação conjunta do BNDES, da empresa de bebidas Ambev, do Instituto Neoenergia e do Instituto Cultural Vale, entre outras entidades, e tem o objetivo de viabilizar apoio a 21 projetos de restauro e revitalização do patrimônio histórico nacional escolhidos por meio de seleção pública.
Os aportes do BNDES são oriundos do Fundo Cultural da instituição e podem contar com incentivos fiscais da Lei Federal de Incentivo à Cultura, desde que os projetos sejam aprovados no Programa Nacional de Incentivo à Cultura (Pronac), o que constitui condição prévia para a aprovação final e o desembolso dos recursos.
As propostas provenientes das regiões Norte e Nordeste poderão contar com maior participação financeira do banco, visando refletir as regras da seleção, que buscam estimular as iniciativas regionais com mais dificuldade de captação.
Ao longo dos últimos 24 anos, o BNDES investiu mais de R$ 600 milhões em projetos de restauro, preservação e revitalização de cerca de 200 monumentos localizados em todas as regiões do país.
Tratar do que o cerca e, ao mesmo tempo, expandir os horizontes para o mundo. Lembrar da infância e, junto, provocar o despertar diante do estranhamento às lógicas dos adultos. Ser realista e denunciador, mas com elementos do mistério, do inusitado e do transcendental. Reunir detalhes com tão evidentes texturas, em ficção, que pareciam até verdade. O escritor colombiano Gabriel García Márquez (1927 - 2014), Nobel de Literatura de 1982, e que faria 95 anos neste domingo (6), encanta leitores mundo afora com romances consagrados, e seu “realismo fantástico”, com uma escrita colorida pelos contrastes. Dentre os admiradores de sua obra, o cineasta inglês Justin Webster mergulhou no mundo do escritor para realizar o documentário Gabo: a criação de Gabriel García Márquez (disponível na plataforma Netflix desde o ano passado e com quatro prêmios internacionais no currículo).
“O trabalho de García Márquez é uma expressão tremendamente latino-americana, e também universal, da força generosa da criatividade”, afirmou o diretor em entrevista à Agência Brasil. A admiração pela obra do colombiano fez com que o inglês se detivesse a investigar e percorrer o pensamento e as inspirações dele para entender as origens da criatividade que produziu, ao menos, 30 obras como Cem Anos de Solidão (1967), O Amor nos Tempos do Cólera (1985), Crônica de uma Morte Anunciada (1981) e Notícia de um sequestro (1996). Neste livro, por exemplo, Gabo mistura realidade e ficção. O escritor fez carreira no jornalismo antes de se tornar um dos principais romancistas do século XX. Chuva de flores e uma praga de insônia, em Cem Anos de Solidão, ouum papagaio poliglota, em O Amor nos Tempos do Cólera, ouhumanos que viram animais, em De Amor e Outros Demônios (1994) são exemplos dos vastos recursos do realismo mágico utilizados pelo autor colombiano, que usa esses elementos extraordinários como figuras de linguagem para mexer com a imaginação do leitor.
“Como muitos, fora da América Latina, descobri os livros de Gabo na década de 1980, na Inglaterra. E foi amor à primeira vista. Vivo em Barcelona há 30 anos, primeiro como jornalista e escritor de não ficção, depois como documentarista, e, desde o início, tive muito contato com escritores latino-americanos”, afirmou o cineasta inglês. Entre os documentários de Justin Webster, outro trabalho que está disponível na Netflix é Nisman: o promotor, a presidente e o espião (2019). Ele assina a direção de outros trabalhos de não ficção como Morte em León (2018), O Fim do ETA (2013), Serei Assassinado (2013).
Webster explica que, durante todo esse período, García Márquez foi a principal referência de América Latina para ele e era necessário buscar raridades para descobrir mais sobre o escritor. Uma das principais referências no documentário é a influência da infância na pequena cidade de Aracataca, com os avós, para entender o pensamento do ficcionista.
O olhar para Aracataca desvenda o mundo do escritor, inconformado com a pobreza e desigualdades na América Latina. “Pesquisei que a sua infância muito particular, na casa dos avós, foi decisiva, como tantas vezes expressou”. Para o diretor, solidão e saudade são marcas da narrativa ficcional. Outro elemento muito importante refere-se às expectativas e às esperanças depositadas nele por sua família. A ligação com o povo da cidade era importante em sua visão política de mundo”.
Busca pelos rastros
O filme reúne raridades de depoimentos de parentes, amigos, críticos e do próprio Gabo sobre como ele pensava. “A verdade é que fazer um documentário sobre ele não é o mais óbvio: há poucas entrevistas com ele diante das câmeras. Então, o primeiro passo foi rastreá-los, um a um, e continuar procurando por muito tempo todas as pistas sobre Gabo”.
Entre as descobertas, Webster detalha que o cerco às pegadas e aos rastros de Gabo revelou-se um painel de memórias afetivas e reflexivas sobre a própria existência. “Há muitas influências para decifrar as ideias colocadas no papel pelo autor. Algumas dessas descobertas foram novidades para mim e que nos fez entender muito melhor como o escritor pensava. Sua atitude em relação à morte, por exemplo, que ele define no final do documentário, foi um poderoso motor criativo”.
No filme, Gabriel García Márquez revelou seu inconformismo com a finitude da vida e entende que escrever faz parte da busca por sobreviver além do seu tempo. “Entendo que, como muitos grandes criadores, sua arte era uma forma de terapia, e que ele conseguia resolver seus próprios problemas existenciais, ou mesmo familiares, por meio da escrita”.
Todas são histórias de amor
O documentário traz pensamentos do escritor colombiano que surpreendem aqueles leitores que veem o colombiano apenas como um autor ativista ou engajado em denunciar as mazelas sociais. Gabo diz que, embora tente disfarçar, todos os seus romances são “de amor”. “O amor que ele trata deve ser entendido em um sentido amplo, um amor à vida e às pessoas”, afirma Webster. O livro favorito do inglês é o Crônica de uma Morte Anunciada, que completou 40 anos em 2021, um livro de mistério narrado em estilo jornalístico.
Aliás, ele entende que Gabo deixou legado de luta para essa atividade profissional. “Ele elevou a dignidade do ofício, como diz Jon Lee Anderson (jornalista que foi correspondente de guerra e hoje escreve para a revista New Yorker) no documentário. Ele defendia o jornalismo e amava o que há de mais essencial na profissão, a reportagem”.
Webster espera que a exposição do filme na plataforma de streaming Netflix ajude a difundir as ideias de Gabriel García Márquez e que mais pessoas tenham interesse em abrir um livro do célebre escritor. “Gabo já conseguiu se conectar com pessoas comuns. Mais de 50 milhões de seus livros foram vendidos. Eu espero que o filme sirva para descobrir mais de suas obras-primas”.
Veja outras publicações na EBC sobre Gabriel Garcia Marquez:
Tendo como principal objetivo discutir a falta de acessibilidade a pessoas com deficiência, a exposição “Ilhados” será aberta nesta segunda-feira (7), às 9h, no Espaço de Artes Ilzé Cordeiro, no Centro Cultural do Ministério Público do Maranhão (Rua Oswaldo Cruz – Centro). A mostra é resultado da inquietação do coletivo Os Dalí, integrado por três artistas e arte-educadores formados pela Universidade Federal do Maranhão: Edi Bruzaca, Hugo Alves e Palloma de Castro.
A exposição conta com uma série de nove fotografias e quatro instalações artísticas, além de recursos de tecnologia assistiva, como QR Code com áudio descritivo e MP3. Motivaram a mostra depoimentos sobre as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência em diversos contextos da cidade de São Luís. A finalidade é discutir, refletir e problematizar a questão, especialmente no âmbito cultural.
Para os artistas, o avanço das discussões sobre a deficiência no âmbito social e cultural resultou no entendimento de que a falta de acessibilidade é um fator que contribui para a invisibilidade das pessoas com deficiência, sendo uma violência normativa que privilegia algumas vidas em detrimento de outras.
O coletivo Os Dalí se destina à pesquisa e desenvolvimento de projetos voltados à acessibilidade cultural para pessoas com deficiência. Além disso, os artistas desenvolvem trabalhos com estética surrealista, o que motiva o nome Os Dalí, como uma referência ao famoso artista catalão Salvador Dalí.
Os artistas
Edi Bruzaca é graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Conheceu o graffiti em meados dos anos 2000 e busca, em seu trabalho, uma linguagem lúdica, misturando realidade urbana com o universo onírico. Palloma de Castro é artista, arte-educadora pela UFMA, mediadora cultural, especialista em Metodologias Ativas, Neuropsicopedagogia e Educação Especial. Já Hugo Alves é artista visual, graduado em Artes Visuais na UFMA e técnico em Multimídia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA).
Serviço
Abertura da exposição “Ilhados” do coletivo Os Dalí
Quando: segunda-feira (7), às 9h
Local: Espaço de Artes Ilzé Cordeiro, no Centro Cultural do MP-MA (Rua Oswaldo Cruz – Centro)
Em homenagem aos 135 anos de nascimento do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, a Rádio MEC apresenta uma programação especial. A emissora pública toca repertório apenas com obras de compositores brasileiros para festejar o Dia Nacional da Música Clássica.
Desde a meia-noite, a MEC leva ao ar 24 horas dos principais autores do país. Além do legado de Villa-Lobos, as produções destacam as composições de personalidades que são referência na música clássica brasileira, como Carlos Gomes, Francisco Mignone e Marlos Nobre, entre outros grandes artistas.
O alcance dos conteúdos ganha mais visibilidade com o ingresso da Rádio MEC na plataforma de streaming de áudio Spotify. Para conquistar novos públicos, entre outras iniciativas, a emissora estreia playlists e podcasts, promove o engajamento nas redes sociais e desenvolve novos projetos interativos.
Conhecida por ser a Rádio de Música Clássica do Brasil, a MEC reverbera sua presença digital na data com novidades. A comemoração da efeméride potencializa as ações da emissora gerida pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
A estação lança a playlist no “100 anos de Rádio – Anos 1930” no Spotify com vasta seleção musical de compositores brasileiros que tocavam no rádio nessa época. Na plataforma, é possível escutar repertórios únicos e produções exclusivas.
A qualidade na curadoria dos conteúdos é um dos diferenciais da Rádio MEC. Para encantar a audiência, o espectador tem à sua disposição a oportunidade para escolher coletâneas de clássicos e conhecer programas marcantes com o ritmo e a vibração contagiantes que marcam as atrações da estação.
Os ouvintes têm participação garantida e podem colaborar com sugestões para a programação da Rádio MEC. O público pode interagir pelas redes sociais e pelo WhatsApp. Para isso, basta que os interessados enviem mensagens de texto para o número (21) 99710-0537.
Atrações especiais
A programação temática da Rádio MEC para celebrar os 135 anos de Heitor Villa-Lobos, em 5 de março, começa à meia-noite de sexta-feira (4) para sábado (5). Durante 24 horas, a emissora apresenta uma sequência de produções especiais com repertório que reverencia ao Dia Nacional da Música Clássica.
Os destaques da homenagem começam à meia-noite com o Acervo Rádio MEC. A proposta é resgatar uma seleção de séries históricas com compositores clássicos brasileiros que integram o vasto acervo preservado pela emissora pública.
No início da manhã, às 6h, o programa Áurea Música traça um panorama sobre os primórdios da composição clássica no Brasil. A atração apresenta obras de compositores dos períodos medieval, renascentista e barroco.
Já às 8h, o Manhã MEC FM apresenta as mais importantes composições brasileiras da música de concerto. No começo da tarde, às 13h, a programação especial traz a faixa Clássicos do Ouvinte, que executa as músicas mais pedidas pelo público.
No fim da tarde, às 17h, a emissora leva ao ar a pré-estreia da nova temporada do tradicional programa Sala de Concerto. Ao vivo, direto do estúdio da Rádio MEC, com transmissão em live pelas redes, os artistas Turibio Santos e Hugo Pilger executam o recital “Violão e Violoncelos, os instrumentos de Villa”.
Mais tarde, às 18h, o Roda de Choro também entra em nova temporada. O programa campeão de audiência faz uma seleção de temas de Villa-Lobos em forma de choro. Por fim, às 21h, o Plateia tem uma edição especial. A produção temática destaca orquestras brasileiras e a música de concerto nacional.
Sobre a empresa
Reconhecida pelos amantes da música, a Rádio MEC é consagrada pelo público por sua vocação direcionada à música erudita. A tradicional estação dedica 80% de sua programação à música clássica e leva ao ar compositores brasileiros e internacionais de todos os tempos.
Entre conteúdos exclusivos, com transmissões ao vivo e a valorização do rico acervo preservado pela emissora, a Rádio MEC oferece aos ouvintes a experiência de acompanhar repertórios segmentados, composições originais e produções qualificadas. Ainda há espaço também para faixas de jazz e música popular brasileira, combinação que garante a conquista de novos públicos e agrada a audiência cativa.
Programação especial da Rádio MEC para o Dia Nacional da Música Clássica
0h – Acervo Rádio MEC – produções com compositores clássicos brasileiros preservadas no acervo
6h – Áurea Música – primórdios da composição clássica no país com obras do período colonial
8h – Manhã MEC FM – panorama das mais importantes composições brasileiras da música de concerto
13h – Clássicos do Ouvinte – seleção das músicas mais pedidas pelo público
17h – Sala de Concerto – pré-estreia da nova temporada com o recital “Violão e Violoncelos, os instrumentos de Villa”, ao vivo no estúdio e live nas nossas redes, com Turibio Santos e Hugo Pilger
18h – Roda de Choro – estreia da nova temporada com uma seleção especial de temas de Villa-Lobos em forma de choro
21h – Plateia – especial com orquestras brasileiras e a música de concerto nacional
Serviço
Programação especial da Rádio MEC – 135 anos de nascimento de Heitor Villa-Lobos e Dia Nacional da Música Clássica
Sábado, 5 de março de 2022
Rádio MEC na internet e nas redes sociais
Site: https://radiomec.ebc.com.br
Instagram: https://www.instagram.com/radiomec
Spotify: https://open.spotify.com/user/radiomec
YouTube: https://www.youtube.com/radiomec
Facebook: https://www.facebook.com/radiomec
Twitter: https://twitter.com/radiomec
WhatsApp: (21) 99710-0537
Saiba como sintonizar a Rádio MEC
Rio de Janeiro: FM 99,3 MHz e AM 800 kHz
Brasília: FM 87,1 MHz e AM 800 kHz
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A temporada 2021 do futsal maranhense terminou nesta semana, com as definições dos campeões estaduais das categorias Sub-12, Sub-14, Sub-16 e Sub-19, todas no naipe feminino. Os jogos ocorreram no Ginásio Guioberto Alves, praça esportiva recém-inaugurada pela Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel). As equipes do Codó Esporte Clube, da Apcef/Juventus Academy, do Inovar Ice e AFC/Arena São Francisco conquistaram os títulos em disputa nesta edição do Campeonato Maranhense de Futsal, competição promovida pela Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma).
Na categoria Sub-12 Feminino, as meninas do Codó Esporte Clube levaram a melhor sobre a Apcef/Juventus Academy em um jogo que sobrou emoção. No tempo normal, empate por 1 a 1. A igualdade levou o duelo para os pênaltis, e as codoenses fizeram 3 a 2 para soltar o grito de campeãs.
Na sequência, foi a vez de conhecer as campeãs estaduais do Sub-14. Novamente, Codó Esporte Clube e Apcef/Juventus Academy fizeram uma grande final. No entanto, nessa decisão, a equipe da capital comemorou o título ao vencer a partida por 3 a 1.
Já na final do Sub-16, uma partida de tirar o fôlego. Inovar Ice e Balsas/Athenas fizeram uma partida disputada e definida somente nos segundos finais. O Balsas/Athenas chegou a abrir 2 a 0, mas cedeu o empate. Quando tudo indicava que o duelo iria para os pênaltis, a meninas do Inovar Ice foram às redes a quatro segundos do fim do jogo e venceram por 3 a 2.
O último campeão estadual da temporada 2021 foi o da categoria Sub-19 Feminino. O AFC/Arena São Francisco se impôs diante da Apcef/F10 Sports/Olympus, venceu por 3 a 1 e comemorou o bicampeonato estadual.