Termina, às 23h59 de hoje (15), o prazo para estudantes pedirem isenção da taxa de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022. O pedido deve ser feito na Página do Participante.
Pelas regras do Enem, têm direito à gratuidade os participantes que se enquadram nas seguintes situações:
- estar na última série do ensino médio neste ano, em escolas públicas;
- ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou ser bolsista integral em escola privada. Ter renda familiar igual ou inferior a um salário mínimo (R$ 1.818) por pessoa;
- aluno em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por ser integrante de família de baixa renda, e que esteja inscrito no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).
Documentação
Entre os documentos exigidos para a dispensa da taxa de inscrição, estão a cédula de identidade do participante e dos demais integrantes que compõem o núcleo familiar; a cópia do cartão com o NIS válido, no qual está a inscrição no CadÚnico; uma declaração que comprove a realização de todo o ensino médio em escola pública ou histórico escolar do ensino médio, com assinatura e carimbo da escola. No caso de participante bolsista, acrescentar a declaração da escola que comprove a condição de bolsista integral em todo o ensino médio.
Faltosos
Outra situação em que a taxa de inscrição pode ser dispensada é a de estudantes isentos no Enem 2021 que, por algum motivo, faltaram no dia da exame e desejam fazer o Enem 2022 gratuitamente. Os candidatos devem, também, enviar documentos que justifiquem a ausência, como atestado médico e boletim de ocorrência. Somente serão aceitos documentos nos formatos PDF, PNG ou JPG, com o tamanho máximo de 2MB.
Resultado
Os resultados, tanto da justificativa de ausência quanto da solicitação de isenção da taxa de inscrição para o Enem 2022, serão divulgados em 22 de abril, na Página do Participante. Quem tiver o pedido negado poderá recorrer entre 25 e 29 de abril. O resultado dos recursos será divulgado em 6 de maio.
Além de fazer o pedido de isenção, para participar do Enem 2022 é preciso se inscrever no exame. O edital com as datas das inscrições e das provas ainda não foi publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Notas
As notas do Enem podem ser usadas para ingressar no ensino superior, em universidades públicas e privadas, e para participar de programas federais como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
“Café na minha vida e na minha família é mais do que uma bebida, é um ritual, é o que une a gente. Tanto que eu, meu pai e minha irmã fizemos uma tatuagem de café juntos”, conta a jornalista Bárbara Cruz, cuja família tem uma fazenda na cidade de Coromandel (MG), onde produz café, há, pelo menos, 150 anos.
A cultura de fabricação colocou o produto no cotidiano da família. Embora tenha crescido em Brasília, Bárbara passava férias na fazenda e relata que os primos concorriam para ajudar na torra e na moagem. Começou a tomar a bebida na infância, mas desgostou na adolescência. Ao entrar na universidade, reencontrou-se com o café.
“Eu morei na Itália e tomava dois ou três expressos por dia. Um dia, eu estava muito corrida e não consegui parar para tomar após o almoço. Deu 16h e eu estava com uma dor de cabeça terrível. Quando me dei conta de que não tinha bebido, tomei um [café] e a dor passou”, conta a jornalista.
A relação íntima e próxima de Bárbara com o café é parte da cultura brasileira. E 14 de abril marca o dia dessa bebida tão presente na vida dos brasileiros. Segundo o Ministério da Agricultura (Mapa), o país consumiu 21,5 milhões de sacas de 60 quilos (kg) de café entre novembro de 2020 e outubro de 2021.
Qualidade
Entre 1997 e 2021, o consumo do café no Brasil quase dobrou, passando de 11,5 milhões de sacas para 21,5 milhões de sacas. Em 2021, o brasileiro consumiu, em média, 4,84kg de café torrado.
O alto consumo é acompanhado pelo destaque na fabricação. O país vem se mantendo no topo da lista de produtores por mais de 150 anos. Na safra de 2020/2021, o Brasil beneficiou 47,7 milhões de sacas.
Para a safra de 2021/2022, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a produção deve avançar para 55,7 milhões de sacas. Segundo o Mapa, há 300 mil estabelecimentos que produzem café no país, em 17 Estados. As Unidades da Federação que lideram esse processo são Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Rondônia.
Memórias afetivas
A empresária Helena Rosa, dona do Crioula Café, no Distrito Federal, decidiu criar uma cafeteria para revisitar as próprias raízes. “Quando pequenas, tínhamos o hábito do alimento ao redor da mesa e um cafezinho da hora sempre presente. Daí, quis ter uma cafeteria e trouxe o diferencial da cultura quilombola”, diz.
Segundo ela, o objetivo é trazer memórias afetivas e fomentá-las nos clientes, tanto no preparo dos alimentos quanto na relação entre trabalhadores e clientes. Helena conta que as pessoas procuram, cada vez mais, conhecer sobre o café.
“É perceptível que o cliente se mostra cada vez mais interessado em saber sobre a qualidade do café a que tem acesso. Consequentemente, vemos um aquecimento do setor, que tem se movimentado cada vez mais para atender essa demanda”, destaca Rosa.
Em pouco mais de dez anos, o número de idosos no Brasil aumentou em 11 milhões de pessoas. Em 2010, o país tinha 19 milhões de habitantes com mais de 60 anos de idade. Em 2021, esse número chegou a 30,3 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A expectativa para as próximas décadas é que esse número continue aumentando. Projeções estimam que, em 2060, três em cada dez brasileiros serão idosos.
Para o gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, Márcio Minamiguchi, o aumento do número de idosos vem acompanhado de uma mudança de perfil dessa parcela da população ao longo dos anos.
“Aqueles idosos que, hoje em dia, chegam a idades mais avançadas, certamente, vão ter um tempo de vida maior e mais saudável em comparação com o passado. Ser idoso agora é bem diferente do que há algumas décadas”.
Atualmente, a expectativa de vida no Brasil é de quase 77 anos – em 2010, era de 73 anos.
Segundo a geriatra Roberta França, o aumento da longevidade está relacionado com vários fatores como: a prática de exercícios, a alimentação saudável e o avanço da ciência que permitiu a descoberta de novos tratamentos.
“Nós começamos a compreender melhor o processo do envelhecimento e, com os diagnósticos mais precisos, criamos mecanismos para melhorar a qualidade de vida”.
O aumento da expectativa de vida provocou uma mudança no perfil dos pacientes que procuram o consultório da geriatra.
“Há 30 anos, ter um paciente centenário era muito pouco comum. Atualmente, eu atendo dezenas de pessoas com mais de 100 anos de idade, e quem chegou aos 60 anos continua tendo uma vida ativa com trabalho, viagens e namoro”.
O avanço da medicina é um dos fatores que permite a Antônio Aiex uma vida saudável, aos 86 anos, depois de ter superado um tumor no cérebro, um câncer de pele e um tumor na coluna.
O primeiro câncer foi diagnosticado quando ele tinha 60 anos. Já o último tumor, detectado há 11 anos, está estabilizado devido ao tratamento.
Antônio acredita que a herança genética e os hábitos saudáveis são os segredos da longevidade. “Eu sempre tive uma vida sem grandes excessos, com uma alimentação regrada e praticando exercícios. Além disso, o tratamento eficiente fez toda a diferença”.
Médico do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Gélcio Mendes diz que, em diversos tipos de câncer, as chances de cura são consideradas altas, mesmo em pacientes idosos, e superam os 90% nos tumores na pele, mama, testículo, próstata e útero.
“Hoje em dia, entendemos melhor os tumores e temos tecnologias mais apropriadas para avaliar a extensão de cada tumor, mas o sucesso dos tratamentos está sempre relacionado com o diagnóstico precoce que é fundamental para aumentar as chances de cura”.
A medicina também avançou nos tratamentos das doenças cardiovasculares, embora elas ainda sejam a principal causa de morte em todo o mundo. No Brasil, anualmente, cerca de 230 mil pessoas morrem devido a problemas relacionados ao coração.
O coordenador do setor de medicina nuclear do Hospital Pró-Cardíaco, Cláudio Tinoco, diz que as pessoas devem procurar sempre controlar a glicose, a pressão arterial e o colesterol para evitar o agravamento das doenças.
“Este controle deve ser preventivo. Os pacientes devem procurar os médicos pelo menos uma vez por ano para realizar um check-up completo. Isso é ainda mais importante depois dos 60 anos de idade”.
O aposentado José Alves, 73 anos, segue esses conselhos à risca e vai ao médico periodicamente para checar a saúde. Os resultados dos últimos exames foram ótimos, e José leva uma vida com muita disposição. Recentemente, ele começou a fazer aula de dança e faz planos para um futuro bem longo. “Eu me sinto bem e quero chegar aos 120 anos de idade”.
As disputas da terceira edição da Copa Interbairros de Futebol 7, competição patrocinada pelo governo do Estado e pelo Armazém Paraíba por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, já estão nas semifinais. Neste sábado (16), serão conhecidas as equipes finalistas dos torneios Sub-9, Sub-11 e Sub-13. A partir das 7h45, a bola rola para os jogos das semis. Já as finais estão marcadas para a manhã de domingo (17). Todas as partidas ocorrem na Arena Olynto, no Olho d’Água.
A rodada de sábado será aberta com os jogos da categoria Sub-9. Na primeira semifinal, Jeito Moleque e P4 se enfrentam após vitórias bem diferentes. Nas quartas de final, a garotada do Jeito Moleque sofreu, mas passou pelo Seve nos pênaltis (7 a 6), após empate por 0 a 0 no tempo normal. Já os meninos do P4, tiveram mais tranquilidade para vencer o Túnel por 2 a 0.
Na outra semifinal, Paredão e GPV chegam a essa fase depois de terem conseguido grandes triunfos nas quartas de final. Os meninos do Paredão golearam o Audaz por 5 a 0, enquanto o GPV eliminou o Titans: 3 a 1.
Sub-11
Já no Sub-11, os quatro times semifinalistas resolveram suas classificações no tempo normal. Os destaques das quartas de final ficaram para as belas vitórias da Alemanha e do Craques da Veneza, que derrotaram o AFA por 4 a 1 e o Confiança por 6 a 3, respectivamente. Nos outros jogos, o Juventude venceu o Elite Maranhense por 2 a 1, mesmo resultado da vitória do CED sobre a Afasca.
Assim, as semifinais do torneio Sub-11 ficaram da seguinte maneira: Alemanha x Craques da Veneza e Juventude x CED. Os jogos estão marcados para as 8h30, na Arena Olynto.
Sub-13
Já no torneio Sub-13, as semifinais ficaram assim: IJC x RAF 07 e R13 x Fórum Jaracaty. As partidas que definirão os finalistas da categoria estão marcadas para as 9h. Tudo sobre o torneio está disponível nas redes sociais oficiais do torneio no Instagram e no Facebook (@copainterbairrosfut7ma).
Vale destacar que a terceira edição da Copa Interbairros de Futebol 7 é uma competição patrocinada pelo governo do Estado e pelo Armazém Paraíba por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.
O Ministério da Educação (MEC) lançou, nesta quarta-feira (13), a plataforma PlaforEDU, um ambiente virtual de aprendizado para formação continuada de docentes da rede federal de ensino de educação básica, técnica e tecnológica.
Na plataforma, os professores terão à disposição 280 cursos gratuitos de capacitação. As aulas são divididas em trilhas do conhecimento, como iniciação ao serviço público, área técnico-administrativa para formação de gestores e docentes, além do enfoque para a aposentadoria e o encerramento da carreira.
Para a secretária-executiva substituta do MEC, Sylvia Gouveia, a capacitação dos profissionais da área é importante para a melhoria da qualidade da educação.
“Se tem uma constatação que me parece inequívoca é aquela que aponta para importância dos programas de formação e capacitação profissional para o aprimoramento das políticas públicas educacionais e para a melhoria da qualidade da educação no Brasil”, afirmou.
A plataforma faz parte do Plafor (Plano de Formação Continuada dos Servidores da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica), criado em 2016 para promover ações de inovação e empreendedorismo para melhorar o ensino e a pesquisa na rede pública.
Em grande estilo e com jogos emocionantes, a temporada 2022 do beach tennis no Maranhão foi aberta, oficialmente, com a realização da primeira etapa do Circuito Maranhense de Beach Tennis, competição promovida pela Federação Maranhense de Tênis (FMT) em parceria com a Arena Premium. O torneio reuniu centenas de atletas em diversas categorias em uma verdadeira festa da modalidade que, a cada dia, tem conquistado mais adeptos. A competição contabilizou pontos para o ranking estadual da modalidade.
As disputas da primeira etapa do Circuito Maranhense de Beach Tennis ocorreram na Arena Premium, no Olho d’Água, nos dois primeiros fins de semana de abril. No último dia de competição, foram definidas as duplas campeãs das categorias Mista A, Mista B, Mista C, Masculino B, Feminino B e Masculino Pro.
“Essa primeira edição do Circuito Maranhense foi um sucesso total. Tivemos mais de 200 inscritos, distribuídos em 20 categorias. Para nós, da Arena Premium, é uma satisfação enorme termos recebido essa competição, essa galera com uma vibe maravilhosa. Tivemos jogos excelentes, com nível técnico altíssimo. Só temos a agradecer aos nossos patrocinadores e dizer que novas etapas virão. Isso az com que a modalidade cresça no Estado”, afirmou Rodrigo Meireles, coordenador esportivo da Arena Premium.
Após grandes duelos em quadra, com belas jogadas e muita técnica, as seguintes duplas puderam soltar o grito de campeão: Daniel Rodrigues/Ludmilla Araújo (Mista C), Mickson Guedes/Fernanda Santana (Mista B), Matheus Pires/Fernanda (Mista A), André Figueiredo/Juliano (Masculino B), Caroline Abrantes/Vanessa Costa (Feminino B) e Augusto Neto/Rafael Masculino Pro).
Outros campeões
Na semana passada, já haviam sido definidos os vencedores das seguintes categorias: José Nazareno/Valdiney Segundo (Masculino Iniciante); Rodrigo Meireles/Rodolfo Santos (Masculino 40+); Mara Berti/Nathalia Couto (Feminino Iniciante), Ludmila Araújo/Flávia Brito (Feminino C), Leonardo Santos/Felipe Bastos (Masculino C) e Flavio Melo/Samarone (Masculino 50+).
A primeira etapa do Circuito Maranhense de Beach Tennis foi uma realização da Federação Maranhense de Tênis (FMT) em parceria com a Arena Premium e contou com os patrocínios da Opport, Live São Luís e Smart Construção e Reforma.
O Maranhão no pódio do Campeonato Pan-Americano de Judô Sub-18. O judoca Antônio Eduardo Rocha, atleta da Academia Monte Branco, conquistou a medalha de prata na competição internacional na categoria Leve (-66kg) e ajudou a Seleção Brasileira a garantir o primeiro lugar geral e manter a hegemonia no continente americano. As disputas foram realizadas na cidade de Lima, no Peru, no último fim de semana.
O desempenho do maranhense Antônio Eduardo Rocha no Pan-Americano comprova a grande fase do judoca em 2022. Antes deste vice-campeonato, o judoca da Academia Monte Branco havia brilhado na Seletiva Nacional, onde garantiu a segunda colocação. O resultado na seletiva o credenciou a disputar o Meeting Nacional de Judô e brigar por uma vaga direta na Seleção Brasileira Sub-18.
No Meeting, Antônio Eduardo Rocha mostrou um judô de altíssimo nível para ser campeão da disputa e garantir a vaga de titular na Seleção Brasileira Sub-18 que competiu no Pan-Americano. Ao todo, o Brasil foi representado por 16 atletas.
Além da medalha de prata de Antônio Eduardo Rocha, o Brasil faturou outras 13 medalhas em Lima. No total, a Seleção Brasileira fechou o Pan-Americano em primeiro lugar geral, com 8 ouros, 5 pratas e 1 bronze.
“Ficamos felizes com os resultados da Seleção Brasileira no Pan-Americano, em especial do maranhense Antônio Eduardo Rocha, que segue em constante evolução. Em breve, ele representará o Brasil no Circuito Europeu deste ano. Será outro importante desafio porque ele vai encarar os melhores atletas do mundo. A FMJ se orgulha em apoiar e incentivar o judô maranhense. Temos certeza de que ele também vai fazer bonito na Europa”, afirmou Rodolfo Leite, presidente da Federação Maranhense de Judô (FMJ).
Vale destacar que, além dos bons resultados em 2022, Antônio Eduardo Rocha soma outros títulos em sua carreira. O judoca da Academia Monte Branco já se sagrou campeão brasileiro, maranhense, regional e da Copa São Paulo.
Liberdade e sonho. As palavras que se fundiram em versos atravessaram as “duas vidas” da enfermeira-sambista Ivone Lara (1922-2018). Ou seria sambista-enfermeira? A artista, que usou musicoterapia no cuidado com pacientes psiquiátricos ou nas composições marcantes que a tornaram uma musicista singular, faria 100 anos de idade nesta quarta-feira (13).
“Ela é um caso único na história da música brasileira. Isso porque, antes de lançar o primeiro disco, Dona Ivone dedicou 37 anos no trabalho como enfermeira e assistente social no serviço de doenças mentais”, afirma o biógrafo Lucas Nobile. Ele é o autor de Ivone Lara: a primeira-dama do Samba, livro que conta uma das histórias mais complexas de uma personagem longeva da cultura brasileira. Ela morreu com 96 anos de idade.
“Felizmente, a gente tem, pelo menos, dez grandes sucessos de Dona Ivone que são tocados até hoje em toda roda de samba. Ela teve sua obra gravada pelos maiores cantores e cantoras do Brasil. Isso não é nenhum exagero dizer”, afirma o biógrafo. A música Sonho Meu, por exemplo, integrou o histórico disco Álibi, de Maria Bethânia, o primeiro álbum de uma cantora brasileira a ultrapassar 1 milhão de cópias.
A enfermeira
A primeira vida profissional de Ivone Lara (de 37 anos de serviços) é igualmente marcante. Ela trabalhou na equipe da médica Nise da Silveira (ouça programa sobre a histórica brasileira), que revolucionou o tratamento psiquiátrico no Brasil com ações humanizadas em contraste aos procedimentos agressivos como eletrochoques e lobotomia. “A doutora Nise passou a tratar aqueles pacientes com a utilização das artes [como visuais e plásticas]. A Dona Ivone Lara chega pra ela e sugere que ela crie uma salinha com instrumentos musicais lá no Hospital do Engenho de Dentro”, afirma o biógrafo.
Nise da Silveira acatou essa sugestão da Dona Ivone e passou a organizar o “tratamento com música” também na década de 1940, uma época em que mal se falava de musicoterapia. A enfermeira, de maneira intuitiva, começou a aplicar aquele tratamento diferente ao longo de 37 anos. A música não era apenas uma intuição para a enfermeira.
Influência de todos os lados
Ivone Lara nasceu em um berço musical. “Os pais eram músicos amadores. A mãe cantava, e o pai tocava violão. Dona Ivone recebeu essas influências musicais dentro da família e não é exagero nenhum a gente dizer que também tem uma trajetória única na história da música brasileira”, afirma Nobile.
Dos pais, ela herdou a melodia dos “ranchos carnavalescos”, agremiações de Carnaval anteriores às escolas de samba. Da tia, Vovó Tereza, ícone do Morro da Serrinha, recebeu a herança das matrizes africanas. Tereza era mãe dos dois primos sambistas, Hélio e Fuleiro.
“Com 12 anos de idade, ela compôs sua primeira música. Foram os primos que a levaram para o ambiente de Carnaval e para a escola de samba Prazer da Serrinha”. Lá, ela conheceu o Oscar (filho do dono da agremiação), com quem se casaria em 1947. “Assim, ela entra no ambiente do Carnaval, que ainda era muito masculinizado, machista e misógino”. Para driblar os obstáculos e participar com sua música, ela mostrava as composições como se fossem feitas pelos primos.
Ivone Lara ficou órfã cedo (na infância, perdeu o pai; na adolescência, a mãe). Aliás, foi a mãe que, para garantir uma boa educação formal para as filhas (para Ivone e para a irmã, Elza), teve a ideia de matriculá-las em uma escola pública que funcionava em regime de internato. Para isso, precisou declarar que Ivone tinha um ano a mais. Está registrada como nascida em 1921. “Ela mesma, em depoimento de viva voz, contou essa história de que a mãe dela aumentou a idade dela”.
Na escola, as alunas, naquele tempo, eram ensinadas a fazer trabalhos manuais como artesanato e costura. Mas foi lá também que ela aprendeu o canto orfeônico com a prática de canto em grupo. Teve professoras como a pianista Lucília Guimarães, que foi companheira de Heitor Villa-Lobos.
“Depois que Ivone perdeu a mãe, ela foi morar com o tio Dionísio, que tocava trombone e violão na sua escola e promovia saraus na casa dele”. Nos encontros, chegavam por lá músicos como Pixinguinha, Jacob do Bandolime o Candinho do Trombone. “Dona Ivone assistia a essas pessoas no quintal da casa dela”.
Eram influências por toda a parte que iriam escrever a história da artista. Ela trabalhou por 37 anos com enfermagem em paralelo ao aprender musical, e cuidando dos doentes psiquiátricos. Em 1978, ela se aposentoou. O marido, que era muito ciumento, havia morrido. Ela tinha 56 anos de idade. “Aí finalmente ela gravou o seu primeiro disco. É um ano de estreia dela nessa carreira exclusivamente artística de forma muito impressionante”. Com Délcio Carvalho, ela compôs o grande sucesso Sonho Meu. “A estreia foi arrebatadora”, detalha Nobile.
DONA IVONE 2 COM DELCIO CARVALHO
O desaguar
O escritor entende que a experiência na área da saúde tem uma influência central na música da Dona Ivone. “O trabalho de Dona Ivone era o da inclusão. Muitos pacientes ficavam abandonados pela própria família. Então, Dona Ivone tinha um papel de fazer contato com essas famílias para quando eles saíssem dali. Esse olhar doce de cuidar de outra pessoa sempre foi muito presente. Então, pra mim, é muito natural que, quando ela partisse para a carreira artística, todo esse humanismo fosse desaguar na obra dela”.
Dona Ivone é responsável por quase 200 composições. “Em uma quantidade considerável de músicas, ela fala de sonho e de imaginação. O trabalho com aqueles pacientes era com o inconsciente. Não é obra do acaso que a música mais conhecida dela tenha no título a palavra sonho”. As memórias faziam parte do enredo de seus sambas…
“Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho
Mas eu vim de lá pequenininho
Alguém me avisou
Pra pisar nesse chão devagarinho
(Alguém me avisou)
Um dos principais sucessos históricos da compositora é Cinco Bailes da História do Rio, que a consagrou como a primeira mulher a vencer uma disputa de samba-enredo. “Este samba que ela fez em 1965 para a Império Serrano é considerado por muita gente como o mais bonito de todos os tempos. É uma parceria com Silas de Oliveira e Bacalhau”, afirma o escritor.
Era também a primeira mulher a tocar um instrumento e a cantar e a dançar de um jeito especial. “Ela está em outro patamar no sentido de criação artística”, diz. "Ela deve ser espelho e inspiração não só no centenário e como referência do feminismo negro. Devemos celebrar Dona Ivone todos os dias”, completa.
As disputas da primeira edição da Copa Interbairros de Futsal Adulto, competição promovida pela Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma) e que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Glacial por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, tiveram início no último fim de semana. Seis partidas movimentaram o torneio da categoria Adulto Feminino. Nessa rodada de abertura, realizada no Ginásio Guioberto Alves, no Bairro de Fátima, a elevada quantidade de gols chamou a atenção. Foram marcados 28 gols, o que representa uma média de 4,6 tentos por partida.
E as principais responsáveis pela alta média de gols foram as meninas da equipe da Arena São Francisco/Bet, que aplicaram a maior goleada da primeira rodada: 10 a 0 sobre o Inovar. Com gols de Adryely (2), Franciele (2), Hilda (2), Thayrla (2), Rayssa e Kaylane, a Arena São Francisco/Bet somou seus primeiros três pontos e assumiu a liderança do Grupo A. Pela mesma chave, o Athenas derrotou o Trivela/RAF 07 por 2 a 0, com gols de Beatriz e Leandra.
Quem também estrou muito bem foi a equipe do Moto Club que, de virada, superou o Juventus por 4 a 1. Pelo mesmo grupo, o AFC mostrou força e derrotou o Fênix por 4 a 0.
Nos outros dois jogos que completaram a rodada de abertura, o Magnólia/Brutos fez 3 a 1 sobre a Apcef ,e o CT Sports venceu a Uninassau por 3 a 0.
O torneio feminino da Copa Interbairros de Futsal Adulto conta com a participação de 12 times, distribuídos em três grupos na primeira fase. Siga as redes sociais oficiais da Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma) no Instagram e no Facebook (@fefusma) e fique por dentro de todos os detalhes da Copa Interbairros de Futsal Adulto, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Glacial, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte.
A Câmara dos Deputados aprovou, nessa segunda-feira (11), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 13/2021. A proposta impede a punição a gestores municipais que não aplicaram os percentuais mínimos de gastos com educação em 2020 e 2021 devido à pandemia de covid-19. A proposta já havia passado pelo Senado e, agora, segue para promulgação.
A justificativa para aprovação da PEC é que a pandemia, que obrigou a suspensão de aulas e, ao mesmo tempo, o redirecionamento de verbas para a área da saúde, impediu prefeitos de investirem em educação uma porcentagem mínima prevista em lei. Por causa da suspensão de aulas presenciais, gastos com transporte escolar e merenda não foram necessários.
Partidos de oposição se mostraram contrários à proposta. Para Glauber Braga (PSOL-RJ), um recuo no piso constitucional, mesmo justificado pela pandemia, pode abrir uma brecha para novos recuos e consequente redução de investimento na educação.
Já Tiago Mitraud (Novo-MG) defendeu a PEC. Ele acredita que os congressistas não podem definir como os gestores que estão na ponta, nos Estados e municípios, devem direcionar os investimentos porque, segundo ele, esses gestores conhecem melhor a realidade e as necessidades da população.
A Constituição determina que a União aplique em educação, pelo menos, 18%, e Estados e municípios, pelo menos, 25% do total de receitas vindas de impostos. Se a PEC não tivesse sido aprovada no Congresso, os gestores que não aplicaram o mínimo previsto poderiam sofrer penalidades cíveis ou criminais, além de sanções administrativas. Segundo levantamento da Consultoria do Senado, apenas 280 municípios não cumpriram com a destinação mínima, o que representa 5% do total de municípios do país.