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A primeira obra da exposição Aqui é o fim do mundo, no Museu de Arte do Rio, lembra uma pintura clássica do século XIX sobre a fundação da cidade. Mas os personagens que participavam da cerimônia católica foram deletados da cena original, criada por Antônio Firmino Monteiro. No lugar deles, um adesivo do Canarinho Pistola, símbolos de Exu e a constelação do Cruzeiro do Sul formada por meio de tiros de espingarda. A releitura de Jaime Lauriano está entre as mais de 40 obras da mostra que estreou semana passada e celebra os 15 anos de carreira do artista.

Em comum, elas propõem repensar a história oficial do Brasil e evidenciar os processos de violência. Construir narrativas alternativas do passado é uma das marcas do trabalho de Lauriano.

De acordo com o curador da exposição, Marcelo Campos, o artista subverte as imagens oficiais, mancha pinturas e derruba monumentos. Ganham mais visibilidade os grupos sociais subalternizados, principalmente afrodescendentes e povos originários do Brasil. E, assim, as próprias instituições culturais que recebem as obras elaboram uma autocrítica.

“Os museus e as curadorias estão incluídos nesse processo de culto às imagens coloniais sem o mínimo de reflexão sobre o quê e quem está sendo retratado ali. Nesses 15 anos de trabalho, o Jaime nos ensina a lidar com isso. É muito difícil para uma coleção e para um museu no Brasil trazer na sua sala principal imagens de crueldade. E quando você tem o artista fazendo isso, o museu cumpre a função social de contar histórias e contradições”, explica o curador da exposição.

Além da já citada Invasão da cidade do Rio de Janeiro, outras três obras foram criadas especialmente para a exposição no MAR e dialogam com momentos distintos de opressão social, a colonização, a ditadura militar e ameaças à democracia nos dias atuais.

A primeira é a instalação Afirmação do valor do homem brasileiro, criada a partir de uma frase escrita pelo general Emílio Garrastazu Médici para comemorar o título da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970. Um painel traz recortes de jornais e de propagandas da época da ditadura. Por cima delas, é colocado um símbolo de Exu, orixá da Umbanda e do Candomblé. A marca é usada de forma recorrente pelo artista em outras obras.

“As imagens constroem narrativas e, por isso, são políticas por excelência. Eu sempre tento ressignificar esses símbolos com materiais de fontes primárias, sem usar reproduções. É o caso do tridente de Exu. É uma entidade que cria o vazio. E sem vazio, não tem como ter espaço. Então, quando eu coloco o tridente de Exu sobre as imagens históricas de violência, não é para fazer um apagamento da história, mas esvaziar essa história violenta e colonial, para que a gente consiga construir outras possibilidades de história”, explica o artista Jaime Lauriano.

No vídeo Justiça e barbárie #2, Jaime aborda a invasão de Brasília em 8 de janeiro de 2023 por adeptos da extrema-direita. O artista cria uma composição audiovisual com imagens de matérias de jornal e de grupos bolsonaristas do WhatsApp. Elas são mixadas com legendas, que, por sua vez, trazem textos e comentários retirados de interações desses grupos nas redes sociais. Com isso, evidencia os discursos de ódio e propõe uma reflexão sobre o futuro da democracia no país.

Já a pintura Na Bahia é São Jorge no Rio, São Sebastião parte de uma obra de Heitor dos Prazeres sobre a região da Pequena África, no Rio de Janeiro, e acrescenta um panteão em homenagem a 14 orixás. São representações de um plano transcendental que ajuda a destruir imagens de poder e de dominação que atuam sobre a vida das populações negra e periférica.

Outros trabalhos inéditos para o público são E se o apedrejado fosse você? #3 (2021), um mapa antigo da América desenhado com pemba branca (giz usado em rituais de umbanda) e lápis dermatográfico sobre algodão; e o conjunto das três obras Bandeirantes #1 (2019), Bandeirantes #2 (2019) e Bandeirantes #3 (2022). São miniaturas de 20 centímetros de monumentos dos bandeirantes, fundidas em latão e cartuchos de projéteis utilizadas pela Polícia Militar e pelas Forças Armadas, sobre base de taipa de pilão.

Parceria

O Museu de Arte do Rio e Jaime Lauriano tem uma história antiga de parcerias. Entre 2014 e 2022, o artista participou de oito exposições no museu. Uma das obras, de seis anos atrás, permanece até hoje na entrada do MAR. É a instalação A história do negro é uma felicidade guerreira, um calçamento de pedras portuguesas, gravadas com nomes das doze regiões da África de onde saíram as pessoas escravizadas para o Brasil. Por isso, um evento de celebração da trajetória do artista não faria sentido em outro lugar que não fosse o MAR.

“Uma pessoa preta completar 15 anos de carreira no Brasil é uma vitória não só minha, mas da sociedade. Isso, infelizmente, não é uma regra, ainda é uma exceção. Então, é preciso comemorar. Meu trabalho pensa o Brasil através da minha existência enquanto homem negro e periférico. As reflexões partem desse lugar, de como essa vitória é coletiva, e como para mim é muito necessário pensar o Brasil a partir do meu próprio corpo, subjetividade, identidade e fazer com que isso reverbere em outras identidades, em outras subjetividades, em outras particularidades”, disse o artista.

Serviço:

Exposição: Jaime Lauriano – Aqui é o fim do mundo

Onde: Museu de Arte do Rio, segundo andar

Abertura: 28 de abril de 2023

Encerramento: 1 º de outubro de 2023

Curadoria: Marcelo Campos e Amanda Bonan

Localização: Praça Mauá, Centro, Rio de Janeiro (RJ)

Bilheteria: funciona de quinta-feira a domingo das 10h30 às 17h, sendo possível permanecer no Pavilhão de Exposições até às 18h

Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

(Fonte: Agência Brasil)

Com objetivos de incentivar o hábito da leitura no país, ampliar o número de bibliotecas e facilitar o acesso da população aos livros, o Plano Nacional do Livro e Leitura será reestruturado.

“Vamos implementar, mais uma vez, o Plano Nacional do Livro e Leitura, no sentido de fazer com que o Brasil se torne uma sociedade leitora”, disse o diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura, Jéferson Assumção, em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (30), na TV Brasil.

Criado em 2006, a reestruturação do plano terá a participação do governo e da sociedade, de acordo com o diretor, envolvendo os ministérios da Cultura e da Educação, além de leitores, editores, escritores, livreiros e a cadeia produtiva e distributiva do livro. “Este ano, vamos reorganizar a base dessa participação e reestruturar o plano para os próximos dez anos”, disse Jéferson Assumção.

Cinco princípios nortearão o plano de 2023 a 2033. O primeiro é fazer com que o livro esteja mais presente no cotidiano das pessoas, de forma que se tenha a sociedade pensando o livro, a leitura e a literatura. Outro é trabalhar nas escolas a formação de leitores, não apenas do ponto de vista funcional, para passar no vestibular, mas de forma cultural para que o hábito de ler seja criado e permaneça.

Os outros princípios que nortearão o plano nacional são o incentivo à leitura em família; a ampliação do número de bibliotecas no país, para facilitar o acesso aos livros, e a busca de meios para viabilizar a redução do preço do livro, para ampliar o acesso a esse bem cultural.

“Pesquisas mostram que quando o brasileiro sai da escola, deixa de ler; quando sai da universidade, deixa de ler”, disse o diretor do Ministério da Cultura.

Bibliotecas

A biblioteca é o equipamento cultural mais bem distribuído no Brasil, de acordo com Jéferson Assumção. Mas várias unidades foram fechadas no período da pandemia da covid-19 e ainda não reabriram. “Hoje, temos um cálculo, que ainda precisa ser atualizado, que é de cerca de 800 bibliotecas que fecharam durante a pandemia, e é um grande desafio reabrir essas bibliotecas”, disse.

Segundo Jéferson, em 2003, havia 1.170 municípios sem biblioteca, mas foi possível beneficiar todos os municípios. “O Brasil precisa voltar a zerar o número de municípios brasileiros sem biblioteca, vamos ter que voltar a reabrir bibliotecas pelo Brasil”, disse Jéferson Assumção.

O desafio, segundo Jéferson, é alcançar novamente essa marca de todos os municípios com bibliotecas, sob uma nova perspectiva na qual os equipamentos não sejam depósito de livros, mas centros culturais e espaços de tecnologia.

“Precisamos sempre mexer com a ideia de biblioteca, tirar uma e colocar outra, e essa outra é um centro cultural, um lugar onde as coisas acontecem de um modo articulado entre o livro e as novas tecnologias e também o presencial, o teatro, o cinema. Ou seja, a biblioteca precisa ser vista como um lugar de encontros, de composição entre tecnologias e interação entre as pessoas”.

(Fonte: Agência Brasil)

O corpo em movimento. Com ou sem música. Solo ou em grupo. Expressão de sentimentos e ideias. Passos ensaiados ou livres. Esta é a arte da dança, celebrada no dia 29 de abril.

Para celebrar o Dia Mundial da Dança, ocorre no Rio de Janeiro o festival O Corpo Negro, um dos maiores festivais de dança do país, que começou nesse sábado (28) com apresentações gratuitas de espetáculos criados e executados exclusivamente por artistas negros e negras.

O evento, realizado pelo Sesc-RJ, chega a sua terceira edição com mais de 90 apresentações, shows, mostra audiovisual, oficinas e debates, ao longo de um mês.

Selecionados por meio de um edital público e inédito de dança para todo o Brasil, o projeto O Corpo Negro tem como objetivo fortalecer o segmento, criar empregabilidade e proporcionar um espaço de visibilidade, além de ser o ponto de partida para maior protagonismo negro na cultura brasileira.

Importância

O analista-técnico de Artes Cênicas do Sesc-RJ e um dos curadores do festival, André Gracindo, explica que a atual geração de dançarinos negros leva para os palcos as questões sociais do país.

“Temos artistas de uma geração com grande relevância para a cena como Elísio Pitta, Mestre Manoel Dionísio, Carmen Luz, bem como jovens e outros profissionais de todo o país que produzem arte para os nossos tempos, com trabalhos completamente sintonizados com as questões dos nossos dias”, explicou. 

O projeto contribui com as discussões sobre o racismo estrutural e a necessária implementação de ações coletivas de outros setores da sociedade, como a educação básica. “Desde a reelaboração dos livros de história que não podem mais representar como heróis os algozes de todas as etnias escravizadas; até as ações no campo simbólico, como a representação positiva da imagem da pessoa negra na cultura e na sociedade de forma geral”, acrescenta Gracindo.

Espetáculos

O festival irá percorrer, até o dia 28 de maio, sete cidades fluminenses: Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Nova Friburgo, Petrópolis e Volta Redonda. Todos os espetáculos de dança foram criados e serão executados por artistas negros.

Ao todo, 18 espaços desses municípios receberão as apresentações, entre unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc), escolas, universidades e praças públicas. Além dos grupos de dança do Rio de Janeiro, há artistas de mais três Estados brasileiros: Bahia, Ceará e São Paulo. A maioria dos espetáculos é inédita.

A abertura oficial do evento, neste domingo (30), será às 19h, no Sesc Copacabana, com entrada franca. Com a presença de alguns artistas da programação, a noite terá a performance Ará Dudu, de Aline Valentim e Valéria Monã, em homenagem ao casal Carlos Negreiros, músico e líder da Orquestra Afro-Brasileira, morto no ano passado, e Isaura de Assis, uma das primeiras bailarinas e coreógrafas de dança afro do país, integrante do balé de Mercedes Baptista. A noite será encerrada com o show Mãe África de Awuré.

Destaques

Entre os destaques da programação, está a performance de Elísio Pitta, uma homenagem a Ismael Ivo, bailarino e coreógrafo negro, morto em 2021, e que se notabilizou atuando por mais de três décadas na Europa; a estreia do espetáculo Iyamesan, de Luna Leal, numa performance só com mulheres; e Repertório nº 2, com Davi Pontes e Wallace Ferreira, que vem circulando mundo afora com esse trabalho.

O festival terá, também, uma mostra audiovisual, com dez filmes de longa e curta-metragens, de seis Estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerias, Bahia, Alagoas e Ceará.

Durante a mostra, será lançado o documentário Congar, que registrou a viagem do grupo de congada Reinado de Nossa Senhora do Jatobá, de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, para apresentação no festival do ano passado. Produzido pelo Sesc-RJ, o filme mostra diferentes gerações da irmandade, que levam consigo os seus ritos e celebram juntos a fé, a memória e o tempo.

Oficinas nas escolas

Também serão oferecidas oito oficinas de dança em espaços escolares. Destaque para as oficinas com o Mestre Manoel Dionísio, um dos maiores nomes do samba carioca, que vai ministrar aulas de mestre-sala e porta-bandeira nas unidades do Sesc em Ramos, Nova Iguaçu e Nova Friburgo. Também haverá cinco palestras com artistas e convidados, que vão discutir nas mesas pautas referentes à temática negra e a dança.

Encerramento

O cantor Xande de Pilares fechará o evento, no dia 28 de maio, às 19h, com um show na Praça Mauá, na zona portuária do Rio, e contará com as apresentações Sambando, do grupo Minas do Samba, e O corpo que habita o terno, com Jefferson Bilisco. Haverá, ainda, uma Feira de Empreendedores, que dará ênfase a empreendedores negros.

Gratuidade

Todos os eventos serão gratuitos, com a retirada antecipada dos ingressos nos espaços com lotação limitada, e a programação completa pode ser vista no site do evento.

Dia Mundial da Dança

Instituído em 1982, o Dia Mundial da Dança é voltado para a promoção dessa arte em todo o mundo, além de conscientizar as pessoas sobre o valor da dança em todas as suas formas e compartilhar a alegria que há em movimentar o corpo. 

A data foi criada pelo Comitê de Dança do Instituto Internacional do Teatro da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e escolhida por ser o nascimento do bailarino e coreógrafo francês Jean-Georges Noverre. Autor do trabalho Lettres sur La Danse (Cartas sobre a Dança), o bailarino deixou seu legado sobre a expressividade dos movimentos nas apresentações de balé do século XVIII.

(Fonte: Agência Brasil)

Se a arte serve para extravasar a criatividade e provocar reflexões, ela também tem um papel muito importante como testemunha da história. E é pensando na arte não só como uma imagem, mas também como um documento para a memória de um país, que o Centro MariAntonia da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, inaugurou, na semana passada,  a exposição: Imagem Testemunho – Experiências Artísticas de Presos Políticos na Ditadura Civil-Militar. A mostra fica em cartaz até o dia 10 de dezembro.

A exposição apresenta 41 trabalhos que foram produzidos entre as décadas de 60 e 70 por presos políticos da ditadura militar brasileira. Esses trabalhos foram realizados em diferentes presídios do Estado de São Paulo, incluindo alguns dos lugares mais violentos desse período como o Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Entre as obras, há desenhos, colagens, xilogravuras, bilhetes trocados entre os encarcerados, anotações e serigrafias que foram reunidas pelo jornalista e ex-preso político Alípio Freire e que, agora, integram o acervo do Memorial da Resistência.

“O Alípio ficou cinco anos preso. Ele foi preso em 1969. Já antes, o Alípio tinha uma atividade de artista plástico. No presídio, se juntaram outras pessoas também, como o Sérgio Ferro. Lá, eles passaram a discutir arte e a trabalhar com isso. Todas as tendências modernas, como a pop art, tudo isso era motivo de discussão dessas pessoas. E eles não ficavam em um núcleo fechado: eles ampliavam essa discussão para todos da cela. Eu digo até que a cela do Alípio era um ateliê”, contou Rita Maria de Miranda Sipahi, advogada, ex-presa política e integrante da Comissão da Anistia. Rita foi esposa de Alípio Freire (1945-2021), um dos artistas que são apresentados na mostra.

Acervo

Sabendo da importância da preservação daquela memória, Alípio começou a coletar todos esses trabalhos que eram produzidos dentro das celas da ditadura e montou um rico acervo do período com mais de 300 obras, que já foram exibidas em outras oportunidades. Uma delas, em 2013, no Memorial da Resistência, que foi chamada de Insurreições: expressões plásticas nos presídios políticos de São Paulo.

“Essa exposição é um recorte de uma coleção maior, que é uma coleção realizada pelo Alípio Freire ao longo da sua vida e que contém em torno de 300 obras, desde imagens até documentos, cartas e recortes de jornais”, disse Priscila Arantes, curadora da exposição. 

“Essa é uma exposição de arte atravessada pela questão política. É uma exposição testemunho de uma geração que viveu os anos duros da ditadura civil-militar. O que você encontra aqui são imagens produzidas por artistas ou por pessoas que só desenvolveram trabalhos artísticos ou criativos dentro do espaço carcerário. São pessoas que vêm de alas e partidos políticos diversos”, acrescentou ela.

Os trabalhos que foram produzidos nesse período retratam o cotidiano na prisão, as relações entre os presos, suas redes de apoio e a solidariedade criada dentro e fora das prisões. As obras mostram diversas técnicas e foram feitas por meio de materiais que eles conseguiam dentro do espaço prisional ou que lhes foram levadas por parentes e amigos.

Entre as obras, está uma  xilogravura que  Aldo Arantes, pai da curadora da exposição, fez enquanto esteve preso para presentear a mãe dela. “Alguns trabalhos são presentes [para parentes e amigos]. Você tem também trabalhos que eram trocados entre celas. Mas você tem também trabalhos que têm esse caráter político como, por exemplo, os trabalhos em xilogravura do Artur Scavone, em que a xilogravura servia como um dispositivo de panfletagem política, de denúncia dos maus-tratos na prisão, de divulgação da situação política no Brasil e da opressão na época da ditadura. Há, também, produções que serviam, por exemplo, para capitanear recursos financeiros para colegas e companheiros pagarem advogados. Essa não é uma exposição grande no sentido de ter excesso de trabalhos, mas potente nesse sentido de trazer essa pluralidade, essa singularidade de cada trabalho”, explicou a curadora.

Um dos destaques da exposição é uma série de trabalhos desenvolvidos por Alípio a partir de uma fotografia e que, ainda hoje, emocionam Rita Maria de Miranda Sipahi. “Nessa exposição, tem uma coisa linda e que representa o amor. Acho que hoje a amizade, o amor, esses valores todos que o Alípio preservava, estão nessa exposição também. Certa vez, o Alípio me fez um presente a partir de uma fotografia que mandei a ele. Ele pegou a fotografia e começou a trabalhar com ela, desdobrando a fotografia em vários trabalhos plásticos. Isso tem uma representação fortíssima para mim. Eu ainda não os vi colocados na exposição. Então, penso que isso ainda vai me deixar tomada por esse sentimento que ele tinha tamanho de amor”, disse em entrevista à Agência Brasil, pouco antes de visitar a mostra.

Para a advogada, essa arte produzida pelos presos políticos da ditadura dentro da celas foi também uma forma que eles encontraram para transformar aquele espaço, onde eles foram submetidos a intensas e traumáticas sessões de torturas e violências. “Essa questão é interessante porque foi uma forma de transformar aquilo que aprisiona – a prisão e o espaço da cela – em uma possibilidade de liberdade. A liberdade não era contida naquele espaço”.

Além dessas obras, a exposição também apresenta sete depoimentos em vídeos produzidos especialmente para a mostra. “Contamos aqui com sete vídeos inéditos que foram feitos para essa exposição e que foram muito importantes para esse espaço de escuta na pesquisa curatorial”, disse Priscila.

30 anos do Centro MAriAntonia

A mostra marca a celebração dos 30 anos do Centro MariAntonia, um espaço importante de luta contra a ditadura brasileira. “Essa exposição faz parte de um grupo de comemorações dos 30 anos de luta do centro MariAntonia, que é conhecido como espaço de luta contra a ditadura. Essa exposição vem para fazer parte desse coro de ações. Na verdade, ela integra uma série de programações e conta também com mesas-redondas e toda uma programação paralela, onde a discussão sobre a arte e a ditadura na América Latina serão discutidas”, detalhou Priscila Arantes.

“O MariAntonia foi um palco muito importante de resistência politica durante os anos da ditadura. Simboliza a resistência da universidade ao autoritarismo no país. É um monumento histórico, tombado justamente em função desses movimentos estudantis e que resistiram ao arbítrio instalado no país. Por outro lado, nesses 30 anos, o Centro MariAntonia se tornou um dos espaços de arte mais importantes da cidade de São Paulo. Um espaço de reflexão sobre a arte, de exposição e de educação sobre a arte. Nesse sentido, a exposição junta esses dois fios de uma maneira extremamente oportuna para comemorar esses 30 anos”, explicou José Lira, professor da USP e diretor do Centro MariAntonia.

Entre 1949 e 1968, o Centro MariAntonia abrigou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, que, atualmente, fica no Campus do Butantã. Em outubro de 1968, a Rua Maria Antonia, onde o conjunto de edifícios está abrigado, foi palco de uma das mais importantes batalhas pela democracia na ditadura militar. Esse episódio ficou conhecido como a Batalha da Maria Antonia e envolveu estudantes de posições ideológicas opostas e a polícia.

“A batalha da Rua Maria Antonia foi o ponto culminante de uma insatisfação geral dos estudantes em relação à repressão e suas manifestações e passeatas no centro de São Paulo”, contou Lira.

“Por volta de maio [de 1968], esses estudantes foram alvo de ataques violentos da polícia. Um estudante secundarista foi morto e, a partir desse episódio, eles decidiram ocupar o prédio da Faculdade de Filosofia. Para tal, montou-se um grande mutirão de estudantes, de várias faculdades da universidade de São Paulo, não só de Filosofia, Ciências e Letras, que passaram a residir e organizar manifestações a partir daqui junto com os estudantes de Arquitetura, Direito, Medicina e da Politécnica. Em outubro de 68, em função da repressão a um pedágio que eles faziam para arrecadar fundos, iniciou-se uma grande batalha entre os estudantes da USP e alguns estudantes da Universidade Mackenzie, que fica do outro lado da rua. Esse episódio terminou após dois dias de batalhas campais, com quebradeira generalizada no prédio. O prédio foi parcialmente incendiado e logo em seguida, tomado da universidade pelo governo do Estado. Durante mais de 20 anos, esse prédio foi alienado da universidade. Só em 1993, portanto há 30 anos, é que a USP finalmente ganhou de volta o prédio e decidiu criar esse espaço dedicado à memória,  à arte e à criação livre, ao pensamento livre”, explicou o diretor do centro.

Para ele, celebrar os 30 anos do espaço com essa exposição é importante não só para a construção de uma memória sobre aquele período, mas também para provocar reflexões na sociedade atual. “Ela [exposição] traz também a força, uma memória da força da mobilização social contra o arbítrio, contra o autoritarismo e contra a ditadura. No momento em que os ataques aos direitos humanos são praticados cotidianamente, em suas múltiplas formas – não mais daquelas formas típicas da ditadura mas de formas igualmente atrozes – uma exposição como essa sugere inúmeras possibilidades de reflexão para o cidadão em geral”, disse.

Mais informações sobre a exposição, que é gratuita, podem ser obtidas no site do centro

(Fonte: Agência Brasil)

Um palácio construído com a fortuna de um traficante de pessoas, que negocia vantagens para cedê-lo a uma corte colonial, que, por sua vez, dá lugar a um império que descende dela e começa a reunir objetos deslocados de diferentes culturas, entre elas, as que eram traficadas e exterminadas pela colonização. Os esqueletos no armário do Palácio de São Cristóvão não ficam de fora do musical Museu Nacional [Todas as vozes do fogo], que fará seu último fim de semana de apresentação no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro.

O palácio era tudo isso, mas também lugar de produção de pensamento sobre um novo país, de nomes como Bertha Lutz; de formação de uma multidão de pesquisadores e de apresentação da ciência a milhares de estudantes que enchiam seus corredores em excursões escolares. O musical conta a história de um palácio que era tudo isso e foi consumido pelo fogo com seu acervo de 20 milhões de itens, e do país que o ergueu com toda essa complexidade e o deixou queimar.

Quem recebe o público para essa visita guiada é Luzia, o crânio humano mais antigo do Brasil e sobrevivente do fogo que destruiu o palácio em 2 de setembro de 2018. A “primeira brasileira” é interpretada por Ana Carbatti, indicada ao Prêmio Shell de melhor atriz deste ano por Ninguém Sabe Meu Nome, em que uma mãe preta reflete sobre como deve criar seu filho em uma sociedade racista.

Ana conta, em entrevista à Agência Brasil, que em Museu Nacional sua personagem é uma ancestral, mais no sentido humano no que no sentido solene desta palavra. “A princípio, eu tinha uma preocupação de que ela tinha que ser séria, em respeito a essa ancestralidade, em respeito a esse crânio sobrevivente. Mas, depois, a gente foi entendendo que não. Que a ideia era humanizar essa ancestralidade. Então, isso fez o trabalho ficar muito divertido pra mim. E, hoje, fazer a Luzia é uma alegria, me divirto muito”.

A Luzia que conduz a narrativa da peça lança mão do humor e da perspicácia para acessar o público em lugares diferentes da comoção com a tragédia. Museu Nacional não trata apenas disso, avisa Ana Carbatti, mas também de esperança e até de utopia.

“Se a gente perder a esperança, não precisa nem subir no palco. Subir no palco só pra falar das nossas mazelas, não precisa. Não é só pra isso. Acho que o teatro tem muitas funções, não pode ser só essa. A cultura é uma esperança, em si”.

Museu Nacional [Todas as vozes do fogo] é escrito e dirigido por Vinicius Calderoni, com direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, com 20 músicas originais. A diretora de produção e idealizadora do espetáculo, Andréa Alves, é da Sarau Cultura Brasileira, que completa 30 anos. O elenco conta com Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos, Eduardo Rios e Ricca Barros, todos da Companhia Barca dos Corações Partidos, e convida os atores e atrizes Adassa Martins, Aline Gonçalves, Felipe Frazão, Júlia Tizumba, Lucas dos Prazeres e Rosa Peixoto, além de Ana Carbatti, que concedeu entrevista exclusiva à Agência Brasil.

O musical passou por São Paulo no ano passado e encerra, nesta semana, as apresentações no Rio de Janeiro. Há expectativa de novas montagens em outros Estados, ainda sem datas e locais definidos.

Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista com Ana Carbatti:

Agência Brasil:

Acredito que nós, jornalistas, na época, não conseguimos traduzir para o público a dimensão do que significou essa tragédia, a perda que tivemos como sociedade e civilização com tudo que se perdeu no incêndio no Museu Nacional. Você acha que o teatro consegue dar conta de dimensionar isso?

Ana Carbatti:

Não. Eu acho que o teatro não consegue dar conta. Eu acho que o máximo que o teatro pode fazer é abrir possibilidades, abrir um horizonte, abrir discussões. Eu acho que esse nem é o papel do teatro. Eu acho que a gente tem um papel parecido com o de vocês, de reportar e reunir diferentes depoimentos e diferentes sentimentos, para que a gente possa enxergar as coisas de diferentes pontos de vista. E eu acho que, nesse sentido, o espetáculo cumpre com esse papel, de apresentar que não é só o museu, não são só objetos, não são só essas pessoas que estão ali. É uma história que foi escrita por diferentes mãos e de diferentes formas. E o que a gente faz com isso daqui pra frente, o que tá nas nossas mãos para encaminhar um futuro possível.

Agência Brasil:

Aqui, no Rio, vocês tiveram um público que viveu o Museu Nacional, que passeou nele e o conheceu. A reação desse público foi diferente?

Ana Carbatti

A gente teve vários pesquisadores que vieram assistir ao espetáculo, estudantes, pessoas que fizeram mestrado e doutorado no museu. Essas pessoas vêm com uma energia muito diferente do geral. Elas vêm com uma energia mais difícil de explicar, porque é uma coisa muito de corpo, daquela vibração do momento, mas eu sinto, sim, que aqui a relação com o objeto que esse espetáculo trata é uma relação mais delicada, mais profunda. E tem a ver com a questão da ficha demorar para cair. E não só num lugar de “que pena que pegou fogo, que tristeza”. É mais do que isso. Aqui no Rio de Janeiro, a relação das pessoas com esse espetáculo é mais delicada, sim. É mais profunda. Mas, mesmo em São Paulo, a gente sente que, além da apreciação estética, que é a função do teatro, o espetáculo não fala só do museu, ele fala da história do Brasil, o museu é a história do Brasil. Eu acho que essa é a grande sacada nesse espetáculo. Não é só sobre o museu, é sobre como a gente constrói o nosso patrimônio, sobre como o Brasil constrói seu patrimônio. Então, eu acho que isso fala a todos os brasileiros, em qualquer lugar do país. E, quiçá, se a gente tiver um futuro internacional, eu acho que vai falar a todas as pessoas do mundo, em qualquer lugar do mundo.

Agência Brasil:

E, como carioca, você frequentou o museu e teve uma relação com o museu? O que você tinha de lembrança com esse museu que você reencontrou com a peça?

Ana Carbatti

A Quinta da Boa Vista foi, na minha infância, o lugar da reunião, de fazer piquenique com a família, e depois visitar o museu e o zoológico. E a minha família é muito grande, tanto a materna quanto a paterna, e a gente se reunia muito. Então, eu visitei muitas vezes esse museu. Também com a escola, várias vezes. Com pai, mãe, a família. Meu irmão é antropólogo e fez mestrado e doutorado lá. Tenho uma história íntima com esse espaço físico. E eu fui educada no período da ditadura. Não tive nenhum contato com as informações sobre a história da Quinta da Boa Vista que a gente traz no espetáculo. Só fui ter acesso muito mais tarde, porque na escola a gente não falava disso. Falava que era residência imperial e isso que era importante.

Agência Brasil:

E não que era um palácio construído por um traficante de gente.

Ana Carbatti

Absolutamente. Na minha época, isso não era assunto de escola. Eu fui educada no período da ditadura. Hoje, pensar nesse espaço com essa outra perspectiva é uma coisa bem marcante. 

Agência Brasil:

Como conceber a personalidade e a personagem Luzia a partir de um texto e de um fóssil? 

Ana Carbatti:

Não foi fácil. Foi, primeiro, um grande mistério, porque, como você dá corpo pra um esqueleto de uma forma que não seja óbvia, caricata. E o Vinícius é um diretor muito generoso e muito aberto, tem uma escuta incrível para qualquer movimentação dos atores. O texto foi criado em sala de ensaio, tudo foi criado nesses quatro meses de trabalho. Então, isso foi deixando de ser um mistério ao longo do processo. Como era uma construção coletiva, com o Vinícius com a função de amarrar essas ideias e passar para o público de uma maneira que comunicasse de uma forma mais efetiva, foi facilitando o processo, foi tirando o mistério. Pra mim, a palavra-chave é anfitriã. A mulher mais antiga. Essa ancestralidade que é uma coisa com a qual tenho intimidade, por causa da minha história pessoal, foi um mote pra mim. Ela é a primeira e a anfitriã que recebe e conduz as pessoas. A princípio, eu tinha uma preocupação de que ela tinha que ser séria, em respeito a essa ancestralidade, em respeito a esse crânio sobrevivente. Mas, depois, a gente foi entendendo que não. Que a ideia era humanizar essa ancestralidade. Então, isso fez o trabalho ficar muito divertido pra mim. E, hoje, fazer a Luzia é uma alegria, me divirto muito. Deixo o corpo ir falando, e o texto do Vinícius é um texto muito vivo. A história dessa peça não é uma história que se repete. Todo dia faço uma Luzia nova. É como se ela entrasse em cena para dizer que o museu é um ato.

Agência Brasil:

Você também fez a Clementina de Jesus no teatro. Queria saber como essas duas mulheres conversam e como conversam com você. 

Ana Carbatti:

São dois presentes na minha vida. Quando fiz Clementina, há 10 anos atrás, eu nem era fã, eu conhecia, mas eu não tinha todos os álbuns e ouvia diariamente em casa. Esse contato profundo com ela e com a história dela mexeu muito comigo. A Luzia e a Clementina falam muito entre si por essa questão óbvia da ancestralidade. O fato de a Clementina ter ganhado notoriedade já como uma senhora, uma anciã, foi o que deu e vai dar a ela no futuro esse caráter de que a gente pensa nela como um ser, não é só mais uma cantora que apareceu. Os ensinamentos e transformações que ela trouxe para a música brasileira, a representatividade que ela trouxe, nos mais profundos sentidos dessa palavra, para o cancioneiro brasileiro é gigantesca. Ela chega em um momento em que ela transforma a música brasileira e a pesquisa musical brasileira. E a Luzia, enfim, 12 mil anos, né? Eu acho que Luzia e Clementina falam entre si a história desse país e desse continente, sobre em que base a gente constrói as nossas vigas e os nossos pilares. E, comigo, elas são um presente. É um presente muito grande para uma atriz madura ter esses personagens que vão muito além do meu corpo físico e do meu pensamento como indivíduo. É muito engrandecedor e muito especial.

Agência Brasil:

A Luzia fala que está cansada de resistir e sobreviver. Eu acho que essa fala ecoa para os brasileiros de uma forma muito forte. Como você vê esse eco em todos nós brasileiros, e principalmente nas mulheres negras?

Ana Carbatti:

É muito profundo isso. É uma luta muito antiga. E é uma luta que tem suas transformações, mas parece que não tem fim. Acho que o cansaço é um pouco esse. Eu escuto muitas jovens negras dizendo que estão cansadas de explicar. Meninas de 20 e poucos anos, ativistas, que falam que não querem mais explicar, que esse não é o seu papel, e é muito louco se você pensar que é uma menina que acabou de começar a vida e está cansada. É uma luta ancestral e é cansativa, é muito cansativa para o povo brasileiro, para qualquer pessoa que entende o mundo para além do próprio umbigo, se você é uma pessoa que nasceu nesse país e que constrói nesse país. A gente tem esse problema, porque, além de todas as divisões no país, de raça, classe e gênero, a gente ainda tem essa divisão da produção, de que pouca gente fala. A gente tem um grupo imenso que produz nesse país e realmente gera as divisas desse país. E a gente tem um grupo que desfruta dessas divisas e não precisa produzir. Que nasceu em berço de ouro. E é uma gente que cansa muito, porque essa gente determina muito o pensamento de uma parcela da população, o modus operandi da população, e é cansativo pra caramba. Para qualquer brasileiro que produz nesse país, e que tá ocupado com o que acontece ao nosso redor, essa frase ecoa, em qualquer dessas pessoas, porque é uma luta diária. É um leão por dia para todo brasileiro. Mas é um leão e meio ou dois leões para algumas outras pessoas que ainda precisam lutar contra preconceitos.

Agência Brasil:

Você começou pensando a Luzia como uma pessoa séria e depois o humor veio chegando. O humor está presente na peça até em momentos que falam de assuntos pesados. Ele é uma forma de ajudar a processar essa crítica social e todas as camadas dessa tragédia?

Ana Carbatti:

Sem sombra de dúvida. O teatro é entretenimento, e a gente nunca pode perder de vista essa função, e também de educar, porque também é educação. O teatro é uma das ferramentas mais importantes da cultura mundial. Em vários países, é tratado como uma atividade nobre. Aqui, não. Mas é entretenimento, que vai fazer você pensar, sentir. Então, a gente nunca deve abrir mão dessa possibilidade. Eu acho que ajuda a processar, sim, mas não é só esse o papel do humor, não é só aliviar o clima para entender melhor. É para que a gente consiga abrir todos os canais possíveis de comunicação. Eu preciso, como atriz, quando estou no palco, que você, espectador, esteja com todos os canais abertos. Você precisa estar desprovido de barreiras, de ideias preconcebidas. Você precisa estar com a mente aberta para receber aquilo e responder pra mim. Se eu estou, ali, fazendo um monte de coisas com uma pessoa parada, que não ri, não chora, não tosse, não se mexe, o teatro não está acontecendo. O humor é um dos canais de acesso ao espectador para que ele possa ficar totalmente aberto, com todos os sentidos abertos. A gente sobe no palco e começa a ir escavando até chegar em você, e a gente tem que usar todas as ferramentas, e o humor é uma delas. 

Agência Brasil

Vocês se prepararam e estrearam em São Paulo em um momento em que o rumo das eleições ainda estava incerto. E agora se apresentaram no Rio, em um momento totalmente distinto. Como foi apresentar a peça nesses dois momentos?

Ana Carbatti:

No primeiro momento, em São Paulo, antes das eleições, as pessoas, todos nós, estávamos à flor da pele. Tinha um perigo iminente. Tinha um meteorito pendurado em cima da gente que podia cair a qualquer momento, e foi um período muito assustador. A primeira vez que entramos no palco e apresentamos esse espetáculo, eu fiquei muito assustada, porque é nesse momento que você reconhece que está todo mundo andando no precipício mesmo, que não sou só eu me sentindo assim, que a gente está comungando desse sentimento aqui. Era uma coisa que arrepiava a gente, e o espetáculo terminava com essa sensação de esperança, de que as coisas iam mudar, e de que a gente ia sair da beira do precipício. Já aqui no Rio de Janeiro, eu falei muito em casa, pro meu marido, que as pessoas iam questionar que importância tinha isso agora, que isso que eu estava falando já não falava com as pessoas, porque o Brasil já estava se transformando em um outro país. E eu estava completamente errada, porque esse sentimento de esperança ainda está pulsando dentro da gente. A gente está em um caminho que é diferente, mas a gente ainda não tem garantia de nada. E eu acho que ter vivido esse perigo deixou a nossa população mais atenta, então, eu sinto que a plateia desse teatro é uma plateia mais atenta e mais crítica, que sabe que ainda estamos pisando em ovos, que as coisas não mudaram ainda. 

Agência Brasil:

No meio de toda a tragédia que é apontada na peça, desde a colonização até o incêndio, vocês ainda encontram espaço para contar uma utopia. A esperança é um tom da peça de forma geral, impulsionar os brasileiros a construir a partir de escombros, como diz o texto?

Ana Carbatti:

Se a gente perder a esperança, não precisa nem subir no palco. Subir no palco só pra falar das nossas mazelas, não precisa. Não é só pra isso. Acho que o teatro tem muitas funções, e não pode ser só essa. A cultura é uma esperança, em si. E eu acho que a gente tem que fazer esse nosso papel de dizer, mesmo quando as coisas terminam em tragédia, que estamos aqui, que o presente é agora. E é muito bom essa ideia de ter um entendimento do passado para que possa viver o presente e construir o futuro. Sempre. Essa deve ser uma perspectiva de todos os indivíduos. Vamos entender o passado para que a gente possa viver o presente, olhando de verdade para o futuro. O problema da humanidade hoje é que precisa olhar para o futuro com um pouco mais de proatividade, porque ele está começando a ficar comprometido.

Agência Brasil:

A peça é muito contundente na crítica antirracista, e vocês se apresentaram em casas em que talvez a maioria da plateia fosse branca. Como essa crítica está ecoando na plateia? Ela é acolhida, ela causa contrariedade?

Ana Carbatti:

Graças a Dionísio, tudo isso. A gente tem, na plateia, as pessoas que entendem. Uma das canções que está mais relacionada a isso é sempre ovacionada. A plateia do teatro é majoritariamente não negra, apesar de que hoje, eu, que estou nessa carreira há 30 anos, vejo muito mais pessoas negras na plateia do que eu via quando eu comecei. Mas [a branca] ainda é a população que domina a cidade financeiramente, então ainda é a população que mais vai ao teatro. E eu fico muito feliz que a gente tem todas as reações. Acho que a contrariedade faz parte desse pacote. Ouvir e não gostar. Teve um dia, em uma plateia no Rio, que tinha um senhor sentado muito na frente. Quando eu falei “a cultura branquitude desapareceu”, ele fez “aaahhh”. E eu tive vontade de rir. E, quando terminou, e ele aplaudiu o espetáculo, ele era uma pessoa que estava muito feliz de ter visto. E eu associei aquele “ah” àquela pessoa que estava aplaudindo efusivamente no teatro. O “ah” dele foi de, por que estão me tirando dessa história? Eu não quero ser tirado, eu quero fazer parte. Mas tem gente que não quer fazer parte disso. E essas pessoas vão receber essa crítica da forma objetiva que ela vem: “sinto muito, mas não vai ter futuro”. Se você pensa que vai existir nesse mundo sem nós, eu lamento te informar, mas o caminho aponta o contrário. Então, abre teu olho. Acho que chega em todo mundo. Não tem como não chegar. Só se a pessoa não usa a internet, não lê jornal, não vê televisão, não é possível. Tem que estar chegando de alguma forma. É um assunto, esse [antirracismo] e todo o assunto relacionado à inclusão no seu sentido mais amplo, que faz parte do nosso cotidiano hoje. Vai ter que conviver com isso amigues, não vai ter outro jeito.

(Fonte: Agência Brasil)

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, lançou nessa sexta-feira (28), na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, edital para seleção de dez propostas de longas-metragens dirigidos por mulheres estreantes no audiovisual. Chamado de Ruth de Souza, o edital terá R$ 20 milhões em recursos, sendo R$ 2 milhões para cada filme selecionado.

De acordo com a ministra, além de ser uma homenagem à atriz Ruth de Souza, primeira artista negra a conquistar projeção na dramaturgia brasileira e primeira brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema, o edital pretende promover, ampliar e estimular a participação de mulheres na direção de filmes brasileiros. A atriz Ruth de Souza morreu em julho de 2019, aos 98 anos.

Segundo Débora Ivanov, que foi diretora da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e, agora, está à frente do projeto +Mulheres Lideranças no Audiovisual Brasileiro, um estudo feito pela instituição demonstrou que a participação de mulheres em projetos de direção e de roteiro no cinema nacional é muito baixa.

Entre mais de 2 mil obras analisadas no estudo, mulheres foram responsáveis por apenas 20% do total produzido. “É preciso usar o poder do audiovisual para a mudança. E, para mudar a realidade nas telas, é preciso começar mudando a realidade por trás das telas. Em uma sociedade cada vez mais perpassada por imagens e sons, precisamos, com urgência, de uma produção mais diversa, que venha espelhar a realidade do mundo em que vivemos e quebrar esse ciclo vicioso que perpetua estereótipos e preconceitos. E o lançamento do Edital Ruth de Souza marca a retomada dessa pauta tão cara para nós”, disse Débora durante o evento.

Além de valorizar as cineastas, o projeto busca ampliar a participação de mulheres negras e indígenas no audiovisual. É por isso que o edital prevê que, pelo menos, três projetos escolhidos sejam de filmes dirigidos por negras e, pelo menos, dois, por mulheres indígenas.

“O Edital Ruth de Souza vai apoiar a produção de dez filmes, com aporte de R$ 2 milhões para cada filme, dois de cada região do Brasil. Estamos fazendo também um recorte de mulheres negras e mulheres indígenas porque há pouca oportunidade para que elas dirijam um longa-metragem. Esta é uma ação que visa potencializar a produção das mulheres cineastas do Brasil”, disse Margareth Menezes.

As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas de 15 de maio a 14 de julho, no portal Mapa da Cultura.

Cinemateca

Cinemateca Brasileira

Durante o evento de ontem, a ministra da Cultura anunciou, também, o repasse de R$ 24 milhões para a Cinemateca Brasileira. De acordo com a secretária de Audiovisual, Joelma Gonzaga, o aporte é 30% maior do que era garantido anteriormente à instituição.

A Cinemateca Brasileira guarda o maior acervo de filmes da América do Sul e é um importante instrumento para a preservação da memória do cinema e do audiovisual brasileiros.

Nos últimos anos, a Cinemateca Brasileira sofreu com enchentes, incêndios e um grande desmonte de sua estrutura. Isso se agravou a partir de 2020, quando a instituição ficou fechada por um período de 16 meses, o que colocou em severo risco a preservação de seu acervo. “Um acervo precioso ficou sem acompanhamento técnico por 16 meses. Tudo foi trancado, sem que ninguém pudesse entrar. Um total de 45 mil títulos ficou sem nenhuma assistência nesse período”, reclamou a diretora-geral da Cinemateca, Maria Dora Mourão, que participou do evento dessa sexta-feira com a ministra da Cultura.

Segundo Maria Dora, o trabalho de conservação está sendo retomado, mas a Cinemateca ainda não conta com a mesma estrutura que tinha antes da crise. “Hoje, temos 80 colaboradores. Até o final deste ano, devemos chegar a 100. Antes da crise, tínhamos 150 técnicos e colaboradores”.

“Precisamos superar as dores da inundação e do incêndio que atingiram nossa memória do audiovisual em tempos recentes, com muito trabalho, programas, projetos e participação institucional e social. Por isso, celebramos a assinatura do novo contrato de gestão da Cinemateca Brasileira com a Sociedade Amigos da Cinemateca [que gere a instituição], que foi aditivado em valores 30% maiores do que seu valor original”, disse Joelma.

A ministra Margareth Menezes enfatizou que seu grande objetivo à frente da pasta é retomar a importância da cultura brasileira. “Queremos fortalecer a cultura do Brasil. Queremos que a cultura se torne uma política de Estado no país”, afirmou.

(Fonte: Agência Brasil)

Os institutos federais (IFs) de todo o país promoveram, na manhã desta sexta-feira (28), um abraço pela paz simultâneo. O ato simbólico marca o Dia Mundial da Educação, celebrado em 28 de abril, e contou com a participação de estudantes, professores e demais servidores dos institutos federais e da comunidade em geral.  

A iniciativa foi organizada pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), que engloba 41 instituições com mais de 600 campi, em todo o país. O objetivo é promover a cultura de paz nas instituições de ensino e na sociedade. Os estudantes foram convidados a fazer publicações nas redes sociais com as hashtags  #BrasilUnidoPelaPaz e #EscolaSegura, para  juntar os conteúdos publicados.

No Distrito Federal, o Instituto Federal de Brasília (IFB) realizou a atividade nos oito campi para marcar posição no enfrentamento à violência no ambiente escolar.  

A reitora do IFB, Luciana Massukado, que preparou a mobilização na área externa do Campus Brasília, acredita que a harmonia começa pelo respeito às diferenças.

“É preciso trabalhar uma cultura de paz que venha dentro de cada um de nós, para melhorar nossas relações humanas, com a comunicação não violenta, com empatia, com respeito às diversidades. Eu vejo a educação como um lugar que você pode transformar vidas por meio de uma educação ‘com e para’ a diversidade”.

Abraço coletivo

A diretora do IFB Campus Brasília, Patrícia Albuquerque de Lima, entende que o ato contribui para devolver o ambiente escolar para seu real propósito: educar.

“A instituição de ensino faz parte desse processo de cultivar o respeito à diversidade. A gente não tem que ficar preocupado só com as questões de segurança. Precisamos voltar a investir, cada vez mais, o nosso tempo para devolver à sociedade tudo que a gente recebe dela.”  

A professora de física Christine Loureço aposta que o Abraço pela Paz deixa um legado positivo. “Deste ato simbólico, fica a mensagem [de paz] para a nossa comunidade. Às vezes, você não pensa a respeito disso. Mas, quando a sua atenção é chamada para aquele momento, você passa a reconsiderar e olhar de maneira diferente”.

A professora de licenciatura em dança Juliana Passos trouxe vários alunos do curso para participar da dinâmica coletiva: “tirei os alunos da sala porque nós, da dança, os artistas, temos que apoiar esses movimentos pela paz”.

A estudante Nicole Cristina saiu da sala de aula, no Campus Brasília, para se unir aos colegas: “acho importante a gente falar sobre isso, ter essas atitudes para resgatar a paz e se conectar com os outros”.

“O abraço de hoje serve para relembrarmos que o amor é importante. Precisamos nos preocupar, não somente com o caos, mas com o respeito aos outros”, disse o estudante Jhone Soares Costa,

Efeito multiplicador

O diretor-geral do Instituto Federal de Sergipe (IFS), Campus Aracaju, Francisco Gumes, destacou o efeito multiplicador na sociedade para manter o ambiente seguro. “Esse evento sensibiliza o aluno, o traz à responsabilidade também. Não é só para o aluno, mas para o servidor administrativo, o docente, o colaborador terceirizado, enfim, para toda a gestão como um elemento a mais em um processo de segurança e de manutenção dessa cultura de paz”.

“Todo mundo tem um pouco de responsabilidade para a manutenção da paz na escola. A gente entende esse abraço simbólico como um momento de necessidade de resgatar valores”, defendeu Gumes.

Para o professor de Sociologia do Campus Aracaju Alysson Rocha coloca este ato consciente se contrapõe à violência vivida recentemente dentro do ambiente escolar no país.

“Os atos terroristas que aconteceram nas escolas do Brasil têm o intuito de dispersar, fazer a gente ter medo, não confiar no outro. Então, o abraço de hoje é mais do que um símbolo. Ajuda a gente a se sentir mais próximo pelo toque, pelo olhar e, também, para a gente se sentir pertencente à comunidade escolar. Essa é maneira que a gente tem para combater a violência que vinha se construindo”.  

Cartilha

Na semana passada, o Ministério da Educação publicou a cartilha on-line Recomendações para Proteção e Segurança no Ambiente Escolar, em formato digital. A publicação é parte do trabalho do grupo interministerial coordenado pelo MEC para tratar da violência nas escolas. 

(Fonte: Agência Brasil)

A violência surgiu de onde ela menos esperava. Em pleno Dia das Mulheres, há quase dois meses, a professora Edmar Sônia Vieira Valéria, de 50 anos, em uma escola da região administrativa de Ceilândia (DF), recebeu de “surpresa” de um aluno uma palha de aço. A ação, considerada de caráter racista e machista, abalou a docente, mas não alterou as convicções de que é necessário e possível uma educação antirracista.

 “O nosso trabalho deve ser com amor. Devemos levar em conta que as características dos alunos de hoje são muito diferentes das de 20 anos atrás”, afirmou a professora em entrevista à Agência Brasil. As agressividades, segundo ela, são voltadas para serem filmadas e espalhadas pelas redes.

O celular, segundo testemunha, virou protagonista no dia a dia educacional. “Tudo acontece por meio do telefone dentro de uma escola. É por ali que eles combinam qualquer ato, qualquer ação. É o que eles usam para se agredirem, por onde se ameaçam. Ou quando desejam filmar um professor recebendo um pacote de palha de aço, como aconteceu comigo”. 

Ela defende maior participação das famílias na escola e uma revisão geral do processo de ensino-aprendizagem para efetivação de uma escola antirracista.

“Nós precisamos de ações efetivas. Além das leis, precisamos de modelos de educação mais atuantes, uma escola mais atraente. O caminho é a educação séria e não o castigo”. Para ela, as escolas precisam contar histórias de pessoas negras a fim de que os alunos se vejam representados.

A professora explica que o aluno que a ofendeu pediu desculpas em diferentes ocasiões desde então e crê que ele aprendeu com o erro.

“Ele nunca foi um aluno agressivo. Chegava sempre com muita alegria. Sentava próximo à minha mesa. Ele se arrependeu e entendeu”. A conscientização passou pelo caminho da repercussão e da solidariedade à professora, que se seguiram à violência, e pelas constantes conversas em sala.

Sem tabu

O caminho para uma educação antirracista, no entender do cientista social Vidal Mota Junior, obriga que o tema deixe de ser tratado como tabu e seja reconhecido como um problema a ser discutido e enfrentado em sala de aula. 

“A gente vê como um longo caminho de conscientização. Mais de 56% da população são negros e menos representados em posições de liderança ou dentro de uma sala de aula”, afirma o especialista, que coordena a organização não governamental (ONG) Dacor, com sede em São Paulo, que promove políticas e campanhas de conscientização sobre a questão racial no Brasil. 

Para o pesquisador, é preciso que essa violência do racismo não seja naturalizada, e todos os crimes gerem intervenções sérias. “A escola tem que chamar os alunos que cometem a violência para reensiná-los. E mostrar para toda a comunidade escolar que o preconceito racial não terá vez naquele espaço”.

Protagonismos e prioridades

Além disso, segundo os professores, a escola deve apresentar sinais nítidos de democracia racial, com inclusão e protagonismos de histórias de heróis negros e não os clássicos personagens brancos de origem europeia. 

Em 2023, ano em que a Lei Antirracista nas escolas completou 20 anos, a legislação tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira. O desafio dos sistemas educacionais, de todos os âmbitos, é que, além da lei, efetivamente se promova empatia e estrutura para que os estudantes entendam as próprias raízes, e de uma forma atraente.

Essa necessidade é reconhecida pela advogada brasiliense Karina Berardo, mãe de dois filhos negros adolescentes. “Na escola deles, a lei não saiu do papel. Não tem professores ou diretores negros. Para enfrentar isso, eles vão ter que cortar na própria carne. Claro que não precisa ser negro para falar sobre democracia racial”.

Outra preocupação de Karina é o que chega pelos celulares, como alertaram os pesquisadores. Ela procura acompanhar, por exemplo, os grupos de mensagens dos filhos. “Não raras vezes, eu encontro a utilização de termos utilizados para agredir e diminuir as pessoas. Os meninos têm hábito de um chamar o outro de gay, de retardado, de preto. Quer dizer: utilizam termos de forma completamente equivocada. Eu conversei isso na escola: é preciso trazer pessoas deficientes, pessoas gays, pessoas negras para conversarem com os alunos. As escolas precisam abraçar a causa de verdade”.

(Fonte: Agência Brasil)

Com promessa de belas jogadas, muitos gols e duelos emocionantes, a segunda edição da Copa Golzinho de Praia, competição de futebol de travinha patrocinada pelo governo do Estado, pelo El Camiño Supermercados e pela Potiguar, terá continuidade na manhã deste domingo (30), quando será realizada a abertura do torneio Adulto Feminino. Os confrontos das oitavas de final serão realizados a partir das 8h15, na Praia do Calhau, em São Luís.

Os duelos das oitavas de final são os seguintes: R13 x Vasco, Cruzeiro x Tutela, Brutus x Atlético Cohab, Espias x Roma, Fut Girls x Boa Esperança, IJC x AFA, Fênix x RB Sports e Jeito Moleque x Trivela. As equipes que vencerem avançam à próxima fase.

O torneio Adulto Feminino da Copa Golzinho de Praia contará com a participação de 16 equipes, que receberam coletes e bolsas esportivas personalizados para serem utilizados durante toda a competição. 

Entre as equipes confirmadas no segundo torneio Adulto Feminino da Copa Golzinho de Praia, destaque para o atual campeão Espias e o vice-campeão Atlético Cohab. A competição também contará com a participação dos seguintes times: R13, Vasco, Cruzeiro, Tutela, Brutus, Roma, Fut Girls, Boa Esperança, IJC, AFA, Fênix, RB Sports, Jeito Moleque e Trivela.

Sub-17

A Copa Golzinho de Praia começou no dia 2 de abril, com as oitavas de final da categoria Sub-17. O destaque da rodada foi o Audaz, que garantiu classificação com uma goleada de 10 a 1 sobre o Corinthians.

Também pelas oitavas do torneio Sub-17, o América venceu o Flamengo por 4 a 3, o Geração Jovem derrotou o Afasca por 3 a 2, o Athletico bateu por 2 a 1 o Craque na Escola, o Revelação ganhou por 4 a 2 do Inovar, e o Comercial goleou o GM Sports por 4 a 1.

Outras duas partidas terminaram sem vencedor no tempo normal e só foram decididas no shootout. Após um emocionante empate por 4 a 4 no tempo normal, o Raf 07 bateu o 15 de Novembro por 1 a 0 no desempate. O Palmeirão, por sua vez, empatou por 1 a 1 com o Lyon e venceu por 1 a 0 nas cobranças de shootout.

Quer saber mais sobre a Copa Golzinho de Praia? Nas redes sociais oficiais do torneio no Instagram e no Facebook (@copagolzinhodepraia) estão disponíveis todos os detalhes da competição.

TABELA DE JOGOS

Domingo (30/4) / Praia do Calhau (Campo 1)

8h15 - R13 x Vasco

9h - Cruzeiro x Tutela

9h40 - Brutus x Atlético Cohab

10h20 - Espias x Roma

Domingo (30/4) / Praia do Calhau (Campo 2)

8h15 - Fut Girls x Boa Esperança

9h - IJC x AFA

9h40 - Fênix x RB Sports

10h20 - Jeito Moleque x Trivela

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Começam nesta quinta-feira (27), às 15h, as inscrições para o Prêmio Rádio MEC 100 anos. A iniciativa pretende revelar e divulgar gravações de obras musicais inéditas e valorizar a produção de artistas de todo o Brasil. Os interessados em concorrer devem preencher um formulário na página do concurso, até o dia 12 de junho.

Como parte da programação de aniversário da Rádio MEC que completou, no dia 20 de abril, 100 anos, o prêmio dará visibilidade a cantores, compositores e instrumentistas. As músicas selecionadas entrarão na programação da emissora.

“Esta edição, além de comemorar os 100 anos da Rádio MEC, dará continuidade à história desse prêmio, conhecido por abrir espaço para o artista novo e independente. Então, vamos celebrar o centenário da emissora, mantendo a dinâmica de fazer uma rádio para a sociedade e para os artistas”, destaca Thiago Regotto, gerente-executo de Rádios da EBC.

Os inscritos poderão concorrer com até duas composições em cada uma das quatro categorias do festival: Música Clássica, Instrumental, Infantil e Canção. A regra (acesse aqui) exige composições inéditas e em português.

Ao todo, serão 12 prêmios: Melhor Música Clássica, Melhor Intérprete Música Clássica, Melhor Música Instrumental, Melhor Intérprete Música Instrumental, Melhor Música Infantil, Melhor Intérprete Música Infantil, Melhor Canção, Melhor Intérprete Vocal, Melhor Música Clássica - Voto Popular, Melhor Música Instrumental - Voto Popular, Melhor Música Infantil - Voto Popular e Melhor Canção - Voto Popular.

A Comissão Julgadora será composta por personalidades de notório saber ou em atividade na área musical, e por profissionais da EBC. Os vencedores serão conhecidos no dia 25 de setembro no site do Prêmio e durante programação especial.  

Confira o cronograma do Prêmio:

27/4 – Abertura das Inscrições

27/4 a 12/06 – Período de inscrição

11/7 – Divulgação das músicas classificadas

11/7 a 17/8 – Período de veiculação nas emissoras

11/7 a 17/8 – Votação Popular (Internet)

18/8 – Divulgação das músicas semifinalistas

18/8 a 14/9 – Período de veiculação nas emissoras

18/8 a 14/9 – Votação Popular (Internet)

15/9 – Divulgação das músicas finalistas

15/9 a 25/9 – Período de veiculação nas emissoras

25/9 – Divulgação dos vencedores

(Fonte: Agência Brasil)