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A Rádio Nacional apresenta uma nova atração semanal a partir deste domingo (17), às 20h, com a estreia do programa Festa do Disco, dedicado a celebrar o melhor da produção fonográfica brasileira. O lançamento é resultado do pitching de produção interna realizado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que teve 238 projetos de novos conteúdos inscritos por empregados de diversas áreas. Festa do Disco é o primeiro fruto desse esforço a entrar no ar.  

Produzido e apresentado pela jornalista Cibele Tenório, o programa aborda um disco brasileiro emblemático a cada edição. Com uma hora de duração, os episódios combinam o repertório do álbum com entrevistas sobre os bastidores e o processo criativo das obras. Festa do Disco tem sonoplastia de Messias Melo.  

“Nem sempre o ouvinte de rádio tem a chance de se aprofundar em um álbum ou refletir sobre sua proposta, sobre o conceito pensado pelo artista ou pelo produtor musical para aquela obra. Alguns podcasts musicais até discutem o álbum, mas quase sempre sem a chance de audição das faixas do disco na íntegra. Na Rádio Nacional, que é notadamente conhecida pela qualidade da sua programação musical e pela valorização da música popular brasileira, temos o espaço pra unir esses caminhos”, conta Cibele.

Durante a atração, artistas, produtores e pesquisadores musicais discutem grandes projetos da cena musical brasileira. A conversa intercalada pelas faixas do disco proporciona ao ouvinte tanto a audição das obras quanto o acesso a informações, curiosidades e análises sobre produções marcantes na discografia nacional. A ideia é valorizar, também, a pluralidade de gêneros musicais e de sotaques do país.  

A primeira temporada de Festa do Disco reúne 13 programas que destacam álbuns nacionais aclamados. A curadoria inclui clássicos atemporais como “Pérola Negra”, de Luiz Melodia, sucesso que comemora cinco décadas em 2023, até produções recentes como “No Tempo da Intolerância”, disco póstumo de Elza Soares, lançado um ano após a morte da cantora em 2022.  

Primeiro programa

Na edição de estreia, Cibele Tenório bate um papo com o historiador e pesquisador musical Lellison de Abreu Souza sobre os 45 anos do álbum “Axé - Gente Boa Do Samba”, do cantor e compositor Antônio Candeia Filho, mais conhecido como Candeia (1935-1978).  

Considerado um dos discos mais relevantes da história do gênero, o projeto foi o quinto e último álbum do sambista, que faleceu poucos dias antes do seu lançamento. O programa sobre a obra de Candeia conta, ainda, com a participação da cantora e compositora Teresa Cristina.  

Serviço

Festa do Disco – estreia – domingo, dia 17/9, às 20h, na Rádio Nacional  

Rádio Nacional na internet e nas redes sociais

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(Fonte: Agência brasil)

Na madrugada de 8 de julho de 1978, um incêndio atingiu o Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e consumiu quase a totalidade de seu acervo. Mais de 580 obras, principalmente de pinturas, desapareceram com as chamas. Além disso, toda a sua biblioteca foi perdida.

Foi refletindo sobre esse incêndio e o risco para outras instituições culturais brasileiras que o pesquisador, ativista, jornalista e crítico de arte Mário Pedrosa surgiu com uma proposta inusitada para a época: criar o Museu das Origens. Sua ideia era reunir cinco museus que, mesmo organizados de forma independente, funcionariam de maneira orgânica e articulada.

“Em face da destruição total pelo incêndio do MAM, é imperativo que se tire uma conclusão lógica da catástrofe: o MAM acabou. A situação mudou. Os tempos são outros, ou mesmo a ideologia que inspirou os que o fizeram mais de vinte anos atrás, mudou. Daí, a necessidade de chamar outras forças e o Estado para criar outro estabelecimento congênere, com outras finalidades”, escreveu Pedrosa em artigo publicado na revista Arte Hoje, em 1978.

A proposta de Pedrosa reuniria o Museu de Arte Moderna, o Museu de Arte Virgem (formado a partir do Museu de Imagens do Inconsciente), o Museu do Índio, o Museu do Negro e o Museu de Artes Populares. Mas sua proposta jamais se concretizou.

Inspirados na ideia, o Itaú Cultural e o Instituto Tomie Ohtake, duas instituições culturais localizadas na capital paulista, se uniram para criar uma exposição conjunta, que foi chamada de Ensaios para o Museu das Origens. A mostra está em cartaz em cinco salas das duas instituições [três delas no Itaú Cultural e duas no Tomie Ohtake] e reúne mais de mil itens, entre pinturas, esculturas, documentos, fotografias e vídeos, entre outros.

“Quando o MAM pegou fogo, Pedrosa olhou para isso como uma possibilidade de integrar as artes que ele estava pesquisando. A exposição Ensaios para o Museu das Origens traz cinco eixos, que são inspirados nas propostas de eixos que o Mário Pedrosa fez”, explicou Juliano Ferreira, coordenador de Artes Visuais do Itaú Cultural, em entrevista à Agência Brasil.

Mário Pedrosa tinha recém-retornado do exílio ao Brasil quando o MAM foi consumido pelas chamas. “Quando ele voltou [do exílio] em 1978, o MAM do Rio de Janeiro pegou fogo. O incêndio havia sido causado por uma chama elétrica, e grande parte do acervo do museu foi perdida. A partir daí, o jornalista e muitos outros críticos do momento se reuniram para pensar o que deveria ser feito com aquele museu e sob quais bases um museu que foi destruído poderia ser reconstruído. E aí Pedrosa fez essa proposta de reconstrução do MAM a partir de cinco museus”, disse Ana Roman, curadora adjunta da exposição.

“Dois deles já existiam, como o Museu do Índio e o Museu do Inconsciente, e os demais seriam formados. Esses cinco museus orbitariam em torno de um centro de atividades comuns. Eles teriam seus próprios curadores, suas próprias estruturas institucionais mas, de alguma forma, tudo estaria em diálogo constante. A é uma proposta muito interessante de se pensar o museu e muito interdisciplinar e contemporânea”, acrescentou a curadora.

Integração

A exposição agora em cartaz é resultado de uma extensa pesquisa e tem curadoria geral de Izabela Pucu e Paulo Miyada, curadoria adjunta de Ana Roman e participação dos curadores convidados Daiara Tukano e Thiago de Paula Souza. Embora ocupe dois espaços expositivos, ela é uma só, podendo ser visitada em qualquer ordem. Seu objetivo é fazer um percurso pela história do Brasil, tomando a arte e a cultura como alicerces e passando pela memória de múltiplas ancestralidades.

Para a mostra, não houve divisões por temas ou por museus. Tudo se mistura e tudo se integra. “O Mário tinha essa proposta de borrar essas fronteiras das artes, de trazer as grandes artes para o mesmo nível, sem divisão do que era popular ou erudito. Mais do que uma proposta, ele quis nos fazer pensar quais são os limites, o que é arte, o que é essa produção”, disse Ferreira.

Somando os espaços expositivos, a exibição se estende por 1,5 mil metros, com obras de artistas, coletivos e mais de 20 instituições culturais e museus dedicadas à preservação e difusão da memória brasileira.

“Revisitamos essa história do Mário Pedrosa, temos como um ponto de partida para olharmos para as instituições e gestos que temos na atualidade para contar um pouco dessas histórias. Elas são instituições que, apesar do descaso das políticas públicas e das dificuldades muitas vezes encontradas, resistem, sobrevivem, trazem e contam parte da história do Brasil e de nós brasileiros”,  disse a curadora adjunta Ana Roman.

“Temos esses cinco museus como ponto de partida, mas eles vão se desdobrando em outras coisas. Por exemplo, a gente olha para essa pluralidade dos museus trazidas pelo Pedrosa, mas a gente sentia falta de falar de um mundo da natureza. Então, para essa exposição, trouxemos também instituições como a Serra da Capivara, o Museu Goeldi [Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém] e o Museu do Marajó”.

O público que for visitar a exposição vai se deparar com estrutura comum para cada uma das salas. No centro delas, há uma roda ou uma antessala, onde são apresentadas as histórias institucionais. Cada sala também apresenta obras de um artista convidado, que dialogam com o que está sendo apresentado. “Levamos artistas para as instituições e para os espaços institucionais, e os artistas trouxeram trabalhos que dialogassem com aqueles espaços”, disse a curadora.

Outro destaque é a instalação de uma mesa documental, com pastas e documentos complementares para consultas.

Memórias e resistência

A mostra Ensaios sobre o Museu das Origens pode fazer o público refletir sobre a importância da memória, dos legados e institucionalização cultural, disse o coordenador de Artes Visuais do Itaú Cultural. “Mais do que do apagamento, a mostra fala sobre a questão do acervo e a importância da institucionalização da arte e desses acervos que resistem, apesar do Brasil”.

“A exposição é quase um chamamento para a gente olhar para essas instituições, para esse legado e esse acervo e olhar também para a importância dessa memória. Ela trata sobre resistência e sobre essa questão da preservação do acervo, com a precariedade e o desafio que são postos a esses museus”, acrescentou.

Segundo a resistência institucional, reforçou Ana, é uma das bases da mostra. “A exposição traz casos que falam sobre uma resistência institucional. Não só do MAM, que se reconstruiu e se reconstituiu, mas o museu é um exemplo interessante. Continua mudando e se transformando. Aqui, nessa exposição, estamos diante de instituições que, apesar das dificuldades e dos processos - e apesar do Brasil - resistem e constituem lugares de memória”, ressaltou. “A exposição é sobre esse atualizar, sobre instituições que se dobram em si mesma e viram outra coisa. A atualidade da exposição está muito nesse lugar”.

Para Ana, a mostra apresenta um olhar de esperança sobre o que vem sendo preservado e produzido no país. “É uma exposição que traz um pouco desse lugar de esperança e de olhar para o que tem sido feito. Muitas vezes a gente esquece que as coisas acontecem e estão acontecendo agora. E isso ocorre a partir de uma resistência popular, de movimentos sociais não institucionalizados, mas que estão colocando práticas instituintes constantemente e tomando frente desses processos de ressignificação e de pensar sobre sua própria memória”, destacou.

A exposição Ensaios para o Museu das Origens é gratuita e acontece até o dia 28 de janeiro de 2024. A curadoria das duas instituições também pensa em promover rodas de conversa, visitas virtuais, o lançamento de um catálogo e outras atividades para além da exposição. Mais informações podem ser obtidas nos sites do Itaú Cultural e do Instituto Tomie Ohtake.

(Fonte: Agência Brasil)

Tradição em várias capitais brasileiras, as feiras de livros de editoras universitárias estão chegando a Brasília. De terça-feira (19) a quinta-feira (21), a Universidade de Brasília (UnB) promove a 1ª Festa do Livro. O evento, no mezanino do Minhocão Sul, estreia com foco em um núcleo produtor de conhecimento crítico: pensadoras e autoras negras.

“Esse tema é uma maneira de puxar o debate da participação das mulheres negras em todas as esferas de interesse. De forma que esse protagonismo da mulher negra pudesse se tornar uma pauta para reflexão, tanto dentro da universidade como na comunidade do Distrito Federal como um todo”, explica a diretora da Editora UnB, Germana Henriques.

Com 35 editoras participantes, a 1ª Festa do Livro terá quatro lançamentos, quatro palestras, uma mesa-redonda, um workshop e um minicurso. Também haverá a exibição de ilustrações escolhidas no concurso organizado pela Editora UnB e a divulgação do resultado do edital de ensaios. Além dos quatro livros a serem lançados, haverá o lançamento conjunto de obras do Núcleo de Escritoras Pretas Maria Firmina dos Reis, constituído por professoras universitárias.

Entre alguns temas de destaque nos debates, estão a análise da política de cotas raciais; do lema “vidas negras importam”; da relação entre corpos negros e homossexualidade; e uma análise do racismo como neurose cultural, inspirada no trabalho da antropóloga Lélia González.

Todas as editoras participantes venderão livros com desconto de, pelo menos, 30%. No caso da Editora UnB, os preços terão reduções maiores, de 40% a 50%.

Paralelamente à feira do livro, haverá a Feira da Viração, onde funcionários da UnB venderão artesanatos, bijuterias e itens usados. “É por isso que chamamos o evento de Festa do Livro, porque queremos que seja muito mais do que uma feira”, justifica Germana.

Adiamento

Segundo a diretora da Editora UnB, a ideia da Festa do Livro estava em gestação desde 2016. No entanto, uma reestruturação na universidade e na própria editora adiaram a iniciativa. A primeira edição chegou a ser planejada em 2019 e ocorreria em 2020, mas a pandemia de covid-19 postergou novamente o evento.

“Essa será a primeira edição. A ideia é que a Festa do Livro ocorra em todos os anos, sempre no segundo semestre. Como em editoras universitárias de diversas capitais”, explica Germana. “Queremos que esse evento, que será muito mais do que uma simples feira, vire uma tradição no Distrito Federal”.

A programação completa da 1ª Festa do Livro pode ser conferida na seguinte página: festadolivro.unb.br. Outras informações também podem ser obtidas nos perfis da Editora UnB no Facebook, no Instagram e no Tik Tok.

(Fonte: Agência Brasil)

A jornalista Olga Crispim Lobo Bardawil morreu na tarde dessa sexta-feira (15), em Brasília, aos 77 anos. Ex-funcionária da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Olga estava em tratamento de câncer, apresentou piora do quadro de saúde e teve como causas da morte um choque séptico, ou seja, uma infecção generalizada, e metástase no fígado.

Na EBC, Olga trabalhou em diversos meios de comunicação. A comunicadora participou da produção do programa A Voz do Brasil, um dos carros-chefes da empresa pública, e integrou a equipe de tradução da Agência Brasil.

Ela também foi assessora de comunicação na Presidência da República, durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e assessorou o ex-ministro da Cultura Sergio Paulo Rouanet, que criou, em 1991, a Lei Federal de Incentivo à Cultura, mais conhecida como Lei Rouanet. Olga ainda desempenhou a função de repórter esportiva na década de 1980, em São Paulo.

Olga foi casada com o também jornalista José Carlos Bardawil, que faleceu em 1997. Ela deixou três filhos: Bernardo, Carolina e Mário.

A jornalista e tradutora se desvinculou da EBC em fevereiro de 2018, após aderir a um plano de demissão voluntária (PDV). "Fui apresentado a Olga como a esposa do grande jornalista José Carlos Bardawil, mas logo ficou claro que a jornalista Olga Bardawil era jornalista com vida própria, muito talento, determinação e caráter. Parte de sua trajetória foi na EBC, e lamento muito seu falecimento”, afirmou o atual presidente da empresa pública de comunicação, Hélio Doyle.

Colegas de profissão prestaram condolências à família de Olga, nas redes sociais, e lembraram sua trajetória. “A imprensa nacional perde a veterana Olga Bardawil, figura importante na luta pela redemocratização do país”, escreveu a jornalista Maura Fraga, em sua conta no Facebook.

O velório da jornalista está sendo realizado nesta tarde, na Capela 1 do Cemitério Campo da Esperança, localizado na Asa Sul, em Brasília.

(Fonte: Agência Brasil)

Em 2000, Nivalda Amaral de Jesus, a Amotara, visitou, em São Paulo, a exposição Brasil +500, que celebrava os 500 anos do descobrimento do Brasil. Foi ali que ela entrou em contato pela primeira vez com o manto Tupinambá, uma indumentária confeccionada com penas vermelhas de pássaros guará sobre uma base de fibra natural, semelhante a uma rede de pesca. Remanescente do século XVII, a relíquia tem 1,80 metro de altura e havia sido emprestada ao Brasil pelo Museu Nacional da Dinamarca (Nationalmuseet), peça que lá chegou no ano de 1689.

Para Amotara, esse contato foi um reencontro com uma memória transcendental de seu povo Tupinambá de Olivença, na Bahia. Para este povo, o manto não é um objeto, mas uma representação de um ser vivo, “um ancião de mais de 300 anos”, que os conecta diretamente com seus ancestrais e sua cultura. Quando viu o manto ali exposto, Amotara decidiu que ele não poderia mais ficar na Europa.

Amotara, outros representantes tupinambás e a Embaixada do Brasil na Dinamarca negociaram com o museu da Dinamarca o retorno do manto ao país. E, agora, ele está pronto para voltar: o Museu Nacional da Dinamarca anunciou que vai doá-lo ao Museu Nacional do Rio de Janeiro e que ele chegará ao país em 2024.

“Ficamos sabendo da existência do manto quando conhecemos a antropóloga Susana Viegas, de Portugal. Ela veio a Olivença e conheceu Amotara. Conheceu, também, a família de dona Domingas e seu Pedro Brás. Ela [a antropóloga] dizia: ‘Vocês têm um marco. Vocês têm um manto na Dinamarca’. E minha mãe, Nivalda Amotara, quando era menor, já tinha ouvido a avó dela dizendo que existia um manto na Igreja Nossa Senhora da Escada e que vivia dentro de um baú. Ele era todo feito de pena de guará e tecido com linha de tucum. Ela já tinha ouvido falar sobre a presença desse manto”, contou Maria Valdelice Amaral de Jesus, ou Jamopoty, em entrevista à Agência Brasil. Jamopoty é a primeira cacica do povo Tupinambá de Olivença e da Bahia.

O primeiro contato com o manto, no entanto, só veio a ocorrer em São Paulo, durante a exposição. E foi emocionante. “Convidada pela Folha de S.Paulo, a Amotara e o Aloísio [Aloísio Cunha Silva, que também era um líder tupinambá] foram lá no [Parque] Ibirapuera. E quando ela chegou na porta do Ibirapuera, teve uma grande emoção, que foi [quando] os Encantados a conduziram até o manto. Os Encantados mostraram para ela o que ela foi lá ver”, contou Jamopoty.

Segundo a cacica, o manto precisa ser devolvido ao povo Tupinambá como instrumento de resistência e também de luta por seu território. “Fomos invadidos, tanto no nosso território quanto nas coisas que preservávamos de nossos ancestrais. Quantas peças temos fora do Brasil? São muitas. E isso precisa ser devolvido para seus povos de origem. Isso vai dar segurança para nosso povo, vai dar o nosso território demarcado e vai dar, principalmente, a estrutura e a conexão. O povo vai estar mais junto. O manto vem para a união. Toda peça que sai do seu território e vai para fora, quando retorna, retorna para a união dos povos”, afirmou.

A cacica lembrou ainda que o manto é um encantamento e que, por isso, trará mudanças para o Brasil. “Vamos receber esse ancião com muito orgulho. Ele vai trazer a força e a unidade de nossas memórias que não estão aqui, mas em espírito”.

Segundo Jamopoty, o manto ficará no Museu Nacional do Rio de Janeiro, e não na aldeia, porque esse território ainda não foi demarcado. “O manto tem uma força espiritual dos nossos ancestrais que é para a demarcação desse território. Não devemos esquecer que esse território foi demarcado em 1926. E, hoje, a gente precisa demarcá-lo de novo.”

Recepção

O manto que está na Dinamarca deverá chegar ao Brasil somente em janeiro. Mas, para antecipar essa chegada, o projeto Manto em Movimento tem promovido uma ação de ativação que pretende apresentar um manto Tupinambá de forma itinerante por vários museus de São Paulo.

Confeccionado por Glicéria Tupinambá, o manto ficará em exibição no Museu das Culturas Indígenas, na capital paulista até este domingo (17). Depois, seguirá para a Pinacoteca, para os museus do Ipiranga e de Arte Contemporânea e para a Ocupação 9 de Julho, retornando para a Casa do Povo.

A exposição Manto em Movimento é uma mostra documental que refaz o percurso da artista no reencontro com os mantos de seu povo. A mostra também se interconecta com a luta pela demarcação do território Tupinambá. O manto confeccionado por Glicéria tem percorrido vários museus, mas a Casa do Povo, especialmente, preparou uma mostra completa sobre esse trabalho da artista, apresentando mapas, iconografias, textos e painéis que pode ser visitada até o dia 9 de dezembro.

A artista e ativista Glicéria Jesus da Silva, a Glicéria Tupinambá, tem pesquisado sobre essa indumentária há algum tempo. Inspirada nesse reencontro de Amotara e Aloísio com o manto, Glicéria confeccionou outros quatro, com o objetivo de reencontrar aqueles que haviam sido levados para a Europa. Sua proposta não é de uma retomada material. Seu trabalho, explica a Casa do Povo, está conectado ao direito à memória e à ancestralidade, que permite exercer o direito de reaprender e reviver uma tradição, relembrando seu modo de feitura e dos rituais que a indumentária representa.

“O primeiro manto que eu fiz foi em 2006 para homenagear os Encantados e foi doado para o Museu Nacional na exposição Os primeiros brasileiros. Depois disso, os Encantados me pediram para que eu fizesse mais três mantos. Ele foi feito com base no manto que eu tinha visto de perto, na França, e também na minha pesquisa”, explicou a artista à Agência Brasil.

“Na França, foi a primeira vez que o manto falou comigo. Naquele momento, descobri que o manto era um ancestral, uma entidade e que estava se comunicando. E ele me trazia a mensagem de que os mantos eram bortados por mulheres e eram feitos por mulheres. E que eu deveria buscar isso. Então, voltei para a aldeia e fui confeccionar esse manto, encontrando esses pontos e fragmentos que estavam com minhas tias-avós. Elas tramavam com o ponto do jereré. Eu consegui resgatar esse ponto e desenvolvi uma outra técnica, mas cheguei no mesmo objetivo. E aí comecei a fazer a aplicação das penas, que são coletadas dentro do território. Toda a comunidade se envolveu na feitura desse manto, que é coletiva”, lembrou Glicéria.

Para confeccionar o manto, foram necessários quatro meses e penas de vários pássaros e aves como peru, frango, canário-da-mata, gavião e guiné. E essa indumentária, destacou Glicéria, é feminina. “Ele [o manto] reforça as majés, as mulheres que têm o poder de cura e de reza, que são as parteiras e benzedeiras.”

Além do manto que está na Dinamarca, a Casa do Povo informa que há mais dez espalhados por museus europeus. Esses artefatos, produzidos entre os séculos XVI e XVII, teriam sido trocados em negociações diplomáticas ou saqueados durante a colonização. No Brasil, fisicamente, não restou nenhum, mas eles resistiram na memória ancestral de seu povo.

Mais informações sobre a visitação ao projeto Manto em Movimento pode ser obtida no site da Casa do Povo ou no do Museu das Culturas Indígenas.

(Fonte: Agência Brasil)

Sete shows musicais marcam a retomada, nesta sexta-feira (15), do Programa de Ocupação dos Espaços da Caixa Cultural. As apresentações ocorrem esta noite, nas sete unidades culturais que o banco mantém pelo país. De acordo com a própria instituição, o programa estava paralisado há quatro anos

Em Brasília, a partir das 19 horas, a cantora Mart´Nália vai mesclar as músicas de seu mais recente trabalho, Sou Assim Até Mudar (2021), a sucessos de sua bem-sucedida carreira. Na capital paranaense, Tetê Espíndola ocupa o palco da Caixa Cultural Curitiba das 20 horas de hoje a domingo (17).

A programação também conta com shows do grupo Franscisco, el Hombre, em Fortaleza (CE); de Amaro Freitas e Zé Manoel, em Recife (PE); da banda 14 Bis, no Rio de Janeiro; do multiartista Wado, em Salvador (BA) e da cantora Ceumar, em São Paulo.

Os shows de 14 Bis, Ceumar e Tetê Espíndola serão transmitidos neste sábado à noite, em sequência, pela Rádio Nacional, emissora gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Às 21 horas, os ouvintes poderão conferir parte do espetáculo 14 Bis Acústico ao Vivo, com o qual a banda de rock criada em Minas Gerais celebra 40 anos de atividade.

A partir das 22 horas, a Rádio Nacional transmite o show de Ceumar, que festeja, em São Paulo, seus 35 anos de carreira. A partir das 23 horas, a cantora Tetê Espíndola fecha as primeiras transmissões, frutos da parceria que a Caixa firmou com a tradicional rádio pública a fim de permitir que mais pessoas tenham acesso aos espetáculos.

Os três shows que a Rádio Nacional vai transmitir poderão ser acompanhados no site da emissora e nas seguintes frequências: Brasília (FM 96,1MHz e AM 980kHz); Rio de Janeiro (FM 87,1MHz e AM 1130kHz); São Paulo (FM 87,1MHz); Pernambuco (FM 87,1MHz); Maranhão (FM 93,7MHz); Amazônia (11.780kHz e 6.180kHz OC) e Alto Solimões/Tabatinga (FM 96,1MHz). Informações adicionais sobre os espetáculos musicais e outros eventos artísticos, como preços dos ingressos, podem ser consultadas no site da Caixa Cultural.

Retomada

A Caixa promete investir cerca de R$ 30 milhões na realização de 171 eventos culturais já selecionados no âmbito do Programa de Ocupação da Caixa Cultural. As atividades foram escolhidas entre 7.727 propostas ligadas ao teatro, dança, música, cinema, artes visuais e vivências artísticas inscritas.

Além de patrocinar a produção e a exibição artística, a Caixa também planeja expandir a oferta cultural, inaugurando dois espaços culturais nas cidades de Belém (PA) e São Luís (MA). Ao anunciar a iniciativa, em agosto, a presidenta do banco, Maria Rita Serrano, informou que a unidade paraense deve ser inaugurada até 2025, somando-se às iniciativas para preparar a cidade para sediar a 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP-30). A unidade de São Luís também deve ser inaugurada no primeiro semestre de 2025, no centro histórico da capital maranhense.

Em nota divulgada hoje, Maria Rita sustenta que este “é um momento de celebração para a Caixa” e que a nova programação das unidades culturais do banco “levarão a riqueza e a diversidade das culturas brasileiras à sociedade, de forma gratuita ou a preços populares, promovendo mais acesso à cultura e gerando emprego e renda”.

(Fonte: Agência Brasil)

O Ministério da Educação (MEC) anunciou, nesta sexta-feira (15), a previsão de oferta de cerca de 60 mil vagas por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) ainda este ano. São vagas remanescentes, ou seja, aquelas cujos financiamentos não foram contratados no processo de seleção regular. Os inscritos serão classificados com base nas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).  

A convocação para ocupação de vagas remanescentes do Fies foi interrompida em 2021 e, agora, foi retomada.

Segundo o MEC, os prazos de inscrição e todos os critérios exigidos para participar do processo seletivo serão divulgados até outubro, por meio de edital.

Nas edições anteriores, a ocupação de vagas remanescentes se dava por ordem do registro da inscrição no sistema. Agora, os inscritos serão selecionados de acordo com a classificação de suas notas no Enem. Serão consideradas as edições do exame a partir de 2010.

Outra mudança para o preenchimento de vagas, de acordo com a pasta, é que todas as mantenedoras de instituições de ensino superior privadas poderão participar do próximo processo seletivo, independentemente de ter participado de edições do Fies já realizadas este ano, o que não era permitido nas seleções passadas. Os prazos e critérios para participação das instituições de ensino serão também definidos em edital previsto para ser publicado até o fim de setembro.

A retomada do processo seletivo havia sido antecipada pelo diretor de Políticas e Programas de Educação Superior do Ministério da Educação, Alexandre Fonseca, no seminário Diálogo sobre a reconstrução do Fies, promovido pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes). Segundo Fonseca, os financiamentos serão para estudantes que estão matriculados em cursos de ensino superior em instituições privadas.

A retomada no preenchimento de vagas remanescentes é resultado das discussões que ocorrem no MEC, para a reconstrução do Fies. A intenção é retomar o caráter social do programa. A pasta deverá lançar, em breve, o Fies Social, que cobrirá 100% dos custos das mensalidades em instituições privadas de ensino superior.

O Fies foi criado em 1999 e oferece financiamento a estudantes em instituições particulares de ensino a condições mais favoráveis que as de mercado. O programa, que chegou a firmar, em 2014, mais de 732 mil contratos, sofreu, desde 2015, diversas mudanças e enxugamentos.

Um dos principais motivos para as mudanças nas regras do Fies, de acordo com gestões anteriores do MEC, foi a alta inadimplência, ou seja, estudantes que contratam o financiamento e não conseguem quitar as dívidas.

(Fonte: Agência Brasil)

Vem aí a 3ª etapa do Circuito Maranhense de Judô, competição promovida pela Federação Maranhense de Judô (FMJ) que reunirá alguns dos principais atletas do Estado. Considerado um dos principais eventos da modalidade no Maranhão, o Circuito será realizado no próximo dia 23, no Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís. 

As inscrições para esta etapa do Circuito continuam abertas e podem ser realizadas na FMJ. Vale destacar que haverá disputas nas seguintes classes: Sub-13, Sub-15, Sub-18, Sub-21, Sênior e Veteranos. A taxa de inscrição custa R$ 50. 

“O Circuito Maranhense é uma competição já consolidada e que atrai judocas de diversas regiões do Estado. Nossa expectativa é a melhor possível uma vez que o nível dos nossos judocas está cada vez mais elevado. A FMJ segue o trabalho de fomentar o judô no Maranhão e são por competições como essa que conseguimos encontrar novos talentos do esporte e, consequentemente, lapidá-los”, afirmou Rodolfo Leite, presidente da FMJ

Nas etapas anteriores do Circuito Maranhense de Judô, o Fórum Jaracaty e a Academia Monte Branco foram os principais destaques. Na primeira etapa, o Fórum Jaracaty ficou com o título de campeão geral. Já na etapa seguinte, o título ficou com a Academia Monte Branco. 

Festival de Judô

Também no dia 23 de setembro, a Federação Maranhense de Judô (FMJ) vai realizar a segunda edição do Festival de Judô 2023, evento voltado para crianças de 4 a 10 anos. O objetivo do festival é o de atrair e incentivar a prática da modalidade a jovens judocas. 

O Festival de Judô é uma oportunidade de propiciar uma confraternização com os pais e responsáveis dos jovens atletas. As inscrições para a segunda edição do Festival de Judô 2023 estão abertas e podem ser feitas pelo telefone (98) 98872-5572. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Diversão garantida para toda a família. Neste fim de semana (16 e 17), a comunidade da cidade de Bacabal tem encontro marcado com o projeto Agito Cultural, iniciativa que vai proporcionar, gratuitamente, atividades culturais e de lazer para todos: crianças, adultos, idosos e pessoas com deficiência. As ações do projeto, que conta com os patrocínios do governo do Estado e do El Camiño Supermercados por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, vão ocorrer em dois locais. No sábado, a programação será na Praça da Bíblia e, no domingo, na Associação Atlética Boa Vida. 

No primeiro dia do Agito Cultural, a Praça da Bíblia receberá uma grande estrutura para acolher a comunidade de Bacabal. A programação terá início a partir das 16h e foi idealizada para atender toda a família: das crianças aos idosos. Briincadeira, shows de mágica e de palhaço, pintura facial e aulão de zumba são algumas das atividades que serão oferecidas às pessoas de graça. 

Já no domingo, a programação do Agito Cultural terá início às 8h, na Associação Atlética Boa Vida. Gincanas, atividades culturais e lazer, além de recreação para crianças. Essas atividades são algumas das previstas para o segundo dia de ações do projeto.   

“É importante ressaltar que o Agito Cultural é para todos. Vamos ter diversas atividades que serão desenvolvidas por uma equipe especializada em lazer, esporte recreativo, arte e cultura. O projeto tem como objetivo geral ampliar o acesso à cidadania pela inclusão socioeducativa. Nosso muito obrigado ao governo do Estado, à Secretaria de Cultura e ao El Camiño Supermercados por incentivarem essa importante inciativa”, explicou Kléber Muniz, coordenador do projeto. 

Tudo sobre Projeto Agito Cultural está disponível no Instagram oficial @projetoagitocultural

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O artista colombiano Fernando Botero morreu nesta sexta-feira (15), aos 91 anos, em sua casa no principado de Mônaco. Nascido na cidade de Medellín, Botero foi o criador do movimento artístico “boterismo” caracterizado por personagens volumosos que o tornaram reconhecido em todo o mundo. 

“Morreu Fernando Botero, o pintor das nossas tradições e dos nossos defeitos, o pintor das nossas virtudes. O pintor da nossa violência e da nossa paz. Da pomba mil vezes descartada e mil vezes colocada no seu trono”, escreveu o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, nas redes sociais. 

O prefeito de Medellín, Daniel Quintero, anunciou sete dias de luto para “homenagear a memória do maior artista colombiano de todos os tempos”.  

Com suas figuras corpulentas, Botero abordou uma ampla variedade de temas em sua obra, como reinterpretações de pinturas de artistas como Leonardo da Vinci e Edgar Degas, cenas de rua latino-americanas, vida doméstica e retratos satíricos de figuras políticas. 

A formação artística de Botero foi autodidata, embora tenha frequentado a Academia San Fernando, de Madrid, e a Academia San Marcos, de Florença. Suas primeiras obras conhecidas são as ilustrações que publicou no suplemento literário do jornal El Colombiano, de sua cidade natal. 

Aos 19 anos, viajou para Bogotá, onde apresentou sua primeira exposição individual de aquarelas, guaches, tintas e pinturas a óleo na Galeria Leo Matiz, e com os lucros viveu algum tempo em Tolú. Em sua estada ali, produziu a pintura a óleo “Frente al mar"” com a qual conquistou o segundo prêmio de pintura no 9º Salão Anual de Artistas Colombianos. 

Seu momento de descoberta veio em 1956, quando morava na Cidade do México: o artista pintou um bandolim com um orifício sonoro incomumente pequeno, fazendo com que o instrumento assumisse proporções exageradas. Botero ficou entusiasmado com essas possibilidades aparentemente novas e isso desencadeou sua exploração do volume das figuras ao longo da vida. 

Em 1977, expôs, pela primeira vez, os seus trabalhos no Grand Palais de Paris e, em 1978, Fernando Botero pintou sua própria arte pastiche (reinterpretação de uma obra existente) intitulada “Monalisa”. A obra no estilo característico do “boterismo” homenageou uma das mais famosas pinturas a óleo ocidentais criada por Leonardo da Vinci. 

Foi, também, um escultor talentoso que criou formas que parecem ser uma extensão de suas obras bidimensionais. As peças escultóricas de Botero podem ser encontradas nas ruas de Medellín, Nova York, Paris, Barcelona, ​​​​Madrid e Jerusalém, entre outras. 

(Fonte: Agência Brasil)