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São Paulo (SP) 13/03/2024 - Itaú Cultural homenageia Maria Bethânia com exposição sensorial e visual sobre a artista
Foto: Itaú/Divulgação

“Meu Deus, me dê a coragem de viver 365 dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude”. São esses versos de Clarice Lispector, declamados na doce voz de Maria Bethânia, que ecoam agora no primeiro andar do Itaú Cultural e abrem a nova exposição do espaço, toda dedicada à cantora.

A Ocupação Maria Bethânia abre ao público nesta quarta-feira (13) à noite, em São Paulo, e destaca a força da palavra e da literatura na vida dessa cantora, celebrada como um dos maiores nomes da música brasileira. A curadoria é do Núcleo de Curadorias e Programação Artística do Itaú Cultural e da diretora Bia Lessa, com pesquisa audiovisual de Antônio Venâncio.

“A Bethânia é um extrato de Brasil muito relevante para nosso imaginário e para nossa noção identitária e cultural”, disse Galiana Brasil, gerente do Núcleo de Curadoria e Programação Artística do Itaú Cultural e integrante da equipe curatorial da mostra.

São Paulo (SP) 13/03/2024 - Itaú Cultural homenageia Maria Bethânia com exposição sensorial e visual sobre a artista
Foto: Itaú/Divulgação

“A Bethânia é um extrato de Brasil muito relevante para nosso imaginário e para nossa noção identitária e cultural”, disse Galiana Brasil, gerente do Núcleo de Curadoria e Programação Artística do Itaú Cultural e integrante da equipe curatorial da mostra.

Essa exposição, afirmou, pretende reforçar o legado da cantora e celebrar sua trajetória de 60 anos de carreira. “Ela [Bethânia] traz essa importância da identidade vocal e de pensamento. É uma artista que imprime um pensamento sobre o que faz. Nada do que faz é gratuito”, reforçou.

Para essa mostra, foram destinados dois espaços expositivos. O primeiro deles está no andar térreo, onde se apresentam 98 fotos que flutuam pela sala, suportadas por cabos de aço até a altura do público. As fotos apresentam a família de Bethânia, seu lugar de nascimento (a cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano), seus amigos, seu cotidiano e imagens de shows. Os cabos de aço também sustentam saquinhos de água e de terra, onde se lê o nome da cantora.

“Esse é o espaço do território. Aqui é muito a força de Santo Amaro no que constitui a Bethânia”, explicou Galiana, em entrevista à Agência Brasil.

São Paulo (SP) 13/03/2024 - Itaú Cultural homenageia Maria Bethânia com exposição sensorial e visual sobre a artista
Foto: Itaú/Divulgação

Para cada uma dessas fotos, há uma frase refletida no chão, criando um contraponto entre o que se vê e o que se escreve. Entre elas, uma dita pela própria cantora: “Pessoas do Recôncavo você distingue imediatamente”. Estão ali também frases de vários escritores, compositores e poetas como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Mário de Andrade, e que inspiraram a artista. Enquanto explora esse espaço, o público será envolvo em sons que remetem ao mar e à música.

No caminho entre o térreo e o primeiro andar, onde se encontra a segunda parte da exposição, o visitante vai se deparar com ventiladores, que foram espalhados pela escadaria. A ideia, explicou Galiana, é reforçar a ideia de natureza, que é tão importante no universo da artista.

Por sua vez, o primeiro andar foi todo ocupado por uma instalação composta de 47 monitores com imagens documentais de diferentes períodos da obra e da vida de Bethânia, reforçando seu diálogo com a poesia e a literatura. A produção tem duração de 1h45min e é rodeada por um espelho d’água. Uma leve brisa envolve o ambiente. “Esse espaço é um convite para que as pessoas vejam a Bethânia além daquele lugar ou de idolatria ao qual o olho já está mais treinado para vê-la. Aqui vamos vê-la em partes, por meio da cidade de Santo Amaro, das pessoas, da família e de suas grandes influências”, explicou Galiana.

São Paulo (SP) 13/03/2024 - Itaú Cultural homenageia Maria Bethânia com exposição sensorial e visual sobre a artista
Foto: Itaú/Divulgação

É nesse andar também que serão apresentados dois bordados feitos por Bethânia durante a pandemia: Rotas do Abismo e O Céu de Santo Amaro, nos quais a artista exprime, por meio de linhas, agulhas e tecido, sua intimidade com a palavra.

“Chamar isso que faço de bordado é engraçado, é uma ofensa a quem realmente sabe bordar”, disse a cantora, em nota que apresenta a exposição. “Gosto de bordar palavras, de escrever com linhas, de inventar. É um desabafo, um modo de me expressar. Como artista, além do isolamento e da solidão, ser proibida e não conseguir me expressar é insuportável para mim. São bordados que se relacionam com o presente”.

Atividades

Além da exposição, o Itaú Cultural preparou programação especial para celebrar a vida e a obra de Maria Bethânia com ateliê de bordados e shows, entre eles, o de Moreno Veloso, que ocorre na sexta-feira (15) e no sábado (16), às 20h. Também será apresentado o filme Os Doces Bárbaros, que poderá ser assistido on-line na plataforma Itaú Cultural Play. “Temos também a dimensão do site que vai trazer conteúdos superexclusivos e que não estão aqui, em nenhum dos pisos, tais como depoimentos e artigos”, explicou Galiana.

A mostra, que tem entrada gratuita, permanece em cartaz até o dia 9 de junho. Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas no site do Itaú Cultural.

(Fonte: Agência Brasil)

Estudantes de todo Brasil fazem o segundo dia de prova do Enem  2020 (Exame Nacional do Ensino Médio)

Romper o silêncio e assistir aos pais desmancharem-se em lágrimas de alegria diante de sílabas pronunciadas dos filhos. Na rotina da fonoaudióloga Luana Marques, de 33 anos, moradora da cidade de Valparaíso de Goiás (GO), e profissional de uma clínica em Taguatinga (DF), a missão profissional com crianças e adolescentes faz com que ela tenha certeza de ter tomado o caminho certo ao escolher um curso lá em 2019. 

Fonoaudióloga Luana Marques - Inscrições para Fies vão até a próxima sexta (15). Foto: Luana Marques/Arquivo Pessoal
Luana Marques

Dois anos depois de formada, ela garante que não teria conseguido pagar a faculdade se não tivesse sido beneficiada pelo programa do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). “Trabalhar para que uma criança atípica fale ‘mamãe’ é uma vitória diária. A profissão me realiza”, emociona-se a profissional. Outros caminhos no ensino superior, por essa política pública, começam nesta semana, com o início das inscrições para esse financiamento. Os interessados devem entregar documentação até a próxima sexta (15). Para se inscrever no Fies, é necessário que o estudante tenha participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e possua renda familiar mensal bruta per capita de até três salários mínimos.

Social

Neste ano, o Fies disponibiliza 112.168 vagas para financiamento de curso superior. Dessas vagas, 67.301 são destinadas para o processo seletivo do primeiro semestre. O edital traz novidade com reserva de vagas para o que é chamado de Fies Social (Resolução 58  e Portaria 167, ambas de 2024), com reserva de 50% das vagas de cada edição do Fundo para estudantes inscritos no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).

Estão nesse cadastro pessoas com renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Inclusive, segundo o Ministério da Educação, esse grupo poderá financiar até a totalidade dos encargos educacionais cobrados pela instituição de educação superior, o que é uma condição diferente do programa.

Áreas

Outra novidade desse edital é que, ao se inscrever no Fies, o estudante pode escolher até três opções de cursos de diferentes grupos de áreas do conhecimento. Antes, havia exigência de que os cursos escolhidos pertencessem a um mesmo agrupamento de áreas. 

O MEC informou que fez uma revisão das áreas de conhecimento consideradas prioritárias pelo Fies e incluiu cursos com maior empregabilidade e maior média salarial, além de cursos de licenciatura e pedagogia, voltados à atuação na educação básica. 

Resultados

Antes de entrar no ensino superior, Luana Marques era vendedora. A mensalidade do curso de fonoaudiologia, R$ 1,7 mil, assustou. Depois de ser beneficiada pelo Fies, o trajeto de mais de uma hora de casa para a faculdade não ficava tão dolorido. O boleto era de R$ 250. Luana, um dia, sonhou que podia reconstruir o próprio caminho e ser útil para outras pessoas. A faculdade seria a primeira porta.

Nesta edição, o resultado do Fies sai no dia 21 de março. Os pré-selecionados devem complementar as inscrições entre 22 e 26 também deste mês. A lista de espera será divulgada do dia 28 de março a 30 de abril.

(Fonte: Agência Brasil)

African kid moving knight piece during chess tournament, game strategy analysis

A 1ª Vara da Comarca de Lago da Pedra, em parceria com os municípios de Lago da Pedra, Lago do Junco, Lago dos Rodrigues e Lagoa Grande do Maranhão, promove a VI Copa de Xadrez da Região dos Lagos, entre escolas dos municípios.

O campeonato tem por objetivo desenvolver o raciocínio, concentração, criatividade e pensamento abstrato e estimular a prática do jogo de xadrez entre os estudantes e demais residentes dos municípios.

O projeto é viabilizado com recursos pagos pelas partes processuais em transações penais, para a compra dos tabuleiros de xadrez distribuídos entre as escolas dos municípios participantes, com base na Resolução nº 154, de julho de 2012, do Conselho Nacional de Justiça e no Provimento nº 10, de 30 de novembro de 2012, da Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão.

Categorias

O juiz Marcelo Santana Farias, titular da 1ª Vara, publicou o Regulamento-1VLP – 1/2024, com as regras da Copa de Xadrez, nesta quarta-feira (13).

Conforme o regulamento, os participantes concorrerão nas categorias: 4º e 5º; 6º e 7º e 8º e 9º ano do ensino fundamental; 1º a 3º ano do ensino médio; “Avulsos/EJA” e Pessoas com Deficiência (PCD).

Na categoria “jogadores avulsos”, será permitida a inscrição de qualquer pessoa residente em um dos quatro municípios participantes, ainda que não matriculado no sistema de ensino local e independentemente da idade ou profissão.

Inscrições

As inscrições dos estudantes para o campeonato nas escolas serão feitas nas próprias escolas. Não há limite para a quantidade de participantes.

Até cinco dias após o fim do prazo de inscrição, as escolas deverão enviar, por meio de correio eletrônico (e- mail [email protected] ou da distribuição do Fórum) à 1ª Vara a relação dos alunos participantes, registrando o nome completo, idade, série e escola em que está matriculado, além do número total de inscritos.

Os jogadores avulsos deverão se inscrever pelo correio eletrônico ([email protected])  ou pela distribuição deste Fórum, juntando cópia de identidade e comprovante de residência.

Etapas

A primeira etapa é de treinamento dos alunos das escolas participantes (8 de março a 19 de abril);  seguida da Copa Intermunicipal da Região dos Lagos (4 de junho, às 9 horas, no Salão do Tribunal do Júri) e das inscrições para os campeonatos escolares (22 de abril a 3 de maio) e, após, a realização do Campeonato Escolar (6 a 10 de maio), em cada escola.

Cada município deverá fornecer à 1ª Vara da Comarca de Lago da Pedra, até o dia 22 de maio, a lista com os nomes dos alunos vencedores, nas disputas escolares e interescolares. A cerimônia de premiação dos vencedores ocorrerá no dia 4 de junho de 2024, às 11 horas, no Salão do Júri do Fórum.

O regulamento informa ainda que as oficinas de xadrez ocorrerão todas as quartas-feiras, durante o mês de abril, a partir das 9h, exceto em feriados, ou quando  houver sessão ou outro evento no Salão do Júri.

(Fonte: TJ-MA)

Brasília (DF) 12/03/2024 Senado aprovou o projeto de lei que cria regras para a implementação da educação em tempo integral no Brasil. Relatado pela senadora Professora Dorinha Seabra. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

O Senado aprovou, nessa terça-feira (12), projeto com normas para a educação em tempo integral no país. A proposta segue para votação na Câmara dos Deputados. 

O texto prevê que, nessa modalidade de ensino, os alunos devem permanecer, pelo menos, sete horas diárias ou 35 horas por semana na escola. 

Brasília (DF) 12/03/2024 Senado aprovou o projeto de lei que cria regras para a implementação da educação em tempo integral no Brasil. Relatado pela senadora Professora Dorinha Seabra. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

O projeto ainda estabelece que as escolas devem ter infraestrutura adequada, com salas de aula, biblioteca, laboratórios, quadras, salas multiuso, áreas de recreação e convivência, além de recursos didáticos e tecnológicos. 

Outra recomendação é que os profissionais de educação tenham dedicação exclusiva à uma única instituição. O projeto abre ainda a possibilidade de as escolas firmarem parcerias com associações e instituições de educação superior e profissional para a oferta de atividades de cultura, lazer, esporte, meio ambiente e ciência e tecnologia. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), citados pela relatora Professora Dorinha Seabra (União-TO), 18,2% dos estudantes da etapa básica estavam na educação integral em 2022. O número de escolas de tempo integral passou de 29% em 2014 para 27% em 2022.

(Fonte: Agência Brasil)

A programação de comemoração dos 15 anos de atividade do grupo maranhense Xama Teatro iniciou-se a todo vapor, com as ações formativas que integram o projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”, que conta com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, do governo federal. E, a partir desta quinta-feira (14), o coletivo teatral começa as sessões especiais do projeto, também totalmente gratuitas e abertas ao público.

Os espetáculos serão apresentados no Teatro Xama, localizado na Rua das Esmeraldas, nº 3, Quadra 1, no Bairro do Araçagi. Nesta primeira semana, duas peças serão apresentadas ao público: “A Besta Fera – Biografia Cênica de Maria Aragão”, no dia 14 de março; e “As Três Fiandeiras”, no dia 15 de março – ambas às 20h.

Dirigido por Gisele Vasconcelos e estrelado pela atriz Maria Ethel, “A Besta Fera” trata da história da líder comunista maranhense Maria Aragão, que lutou para que seus filhos fossem alguém na vida, lutando contra o preconceito por ser mulher, negra, nordestina e pobre, cursando Medicina no Rio de Janeiro, nos anos 40, do século XX.

Do Prêmio Myriam Muniz (em 2007) ao Prêmio Sated-MA (em 2009 – por melhor espetáculo e melhor atriz), além de ter sido beneficiado pelo Plano Estadual da Cultura: Projeto na Rota de Maria pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma), em 2008, o espetáculo é marcado por destacar uma história de pobreza extrema em busca da superação da fome, do preconceito e da agressão. É indicado para maiores de 14 anos – os ingressos podem ser retirados neste linkhttps://www.sympla.com.br/evento/espetaculo-a-besta-fera-sao-luis/2368965.

Já “As Três Fiandeiras” gira em torno do desafio de três atrizes, Beatriz, Isadora e Isabel, em transformar um espetáculo que foi um fiasco de bilheteria em uma nova produção. Na peça, o fazer teatral, e a história pessoal das atrizes se juntam às narrativas das rendeiras Das Dores, Chica e Zezé: a história da mãe de Ribamar - Chica, uma rendeira que é mãe de um filho que saiu para pescar em alto-mar e não retornou – se entrelaça com o desafio das atrizes, unindo a busca pelo filho desaparecido com a necessidade de montar um novo espetáculo.

Dirigido por Igor Nascimento e estrelado por Renata Figueiredo, Gisele Vasconcelos e Rosa Ewerton, a peça também é indicada para maiores de 14 anos e já está com ingressos abertos para retirada: https://www.sympla.com.br/evento/espetaculo-as-tres-fiandeiras-sao-luis/2368974.

Para a atriz e arte-educadora Renata Figueiredo - que atua e também participou da composição das músicas de “As Três Fiandeiras” –, os espetáculos escolhidos para o projeto de comemoração dos 15 anos do Xama Teatro reforçam a transformação dessas peças a cada nova apresentação.

“São espetáculos que representam muita força e resistência. Se tornaram peças importantes para o teatro maranhense e, também, para a nossa trajetória. Para esta temporada especial, nosso objetivo foi fazer uma síntese dos trabalhos que a gente já faz e que temos bastante intimidade, levando ao público o que a gente vem experimentando no decorrer dos anos”, analisou a atriz.

A programação especial do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias” ocorrerá ao longo do primeiro semestre de 2024 – em março, as ações ocorrerão em São Luís; no mês de abril, em Belém; já em maio, serão realizadas em Fortaleza. Em São Luís, as ações formativas iniciaram-se nessa segunda-feira (11) – em sua etapa final, será realizada a oficina “Criação + Produção = Autogestão”, entre os dias 18 e 20 de março, das 9h às 12h, com foco em convidar o público para que possam produzir seus próprios projetos.

Todos os ingressos podem ser retirados, gratuitamente, por meio do link: https://www.sympla.com.br/produtor/xamateatro.

São Luís, Belém e Fortaleza

Na segunda semana do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”, além da oficina “Criação + Produção = Autogestão”, São Luís também terá sessões dos espetáculos “A Vagabunda – Revista de Uma Mulher Só”, no dia 21 de março, no Teatro Xama; e da peça “A Carroça é Nossa”, no dia 22 de março, no Viva Vila Luizão – ambas serão às 20h. A temporada na capital maranhense contará ainda com Narração de Histórias no dia 23 de março, às 18h, também no Teatro Xama.

Já nas cidades de Belém e Fortaleza, a temporada especial do projeto ocorrerá, respectivamente, nos meses de abril e maio. Em Belém, toda a programação será realizada entre os dias 4 e 11 de abril, tanto na Casa de Artes Cênicas do Sesc, localizada no Boulevard Castilhos França, 722, quanto no Teatro Waldemar Henrique, localizado na Avenida Pres. Vargas, 645, Campina.

No mês de maio, em Fortaleza, as ações formativas, assim como os espetáculos e a Narração de Histórias começam a partir do dia 9, com temporada aberta até o dia 17, na cidade. Serão palcos da programação: o Porto Iracema das Artes, na Rua Dragão do Mar, 160; e no Dragão do Mar, na Rua Dragão do Mar, 81 – ambos na Praia de Iracema.

Serviço

O QUÊ: 

1ª semana de espetáculos do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”, do grupo Xama Teatro, em São Luís;

QUANDO: 

Nos dias 14 e 15 de março, às 20h;

ONDE: 

No Teatro Xama, localizado na Rua das Esmeraldas, nº 3, Quadra 1, Araçagi;

Contatos:

Assessoria de Comunicação: (98) 99968-2033 – Gustavo Sampaio.

Ingressos:

Redes do Grupo Xama Teatro:

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília, 12/03/2024 (DF) - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do ministro da Educação Camilo Santana e do vice-presidente, Geraldo Alckmin, durante solenidade de anúncio de 100 novos Institutos Federais Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta terça-feira (12), o plano de expansão da rede federal de ensino técnico, com a criação de 100 novos campi de institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) pelo país. A iniciativa alcançará todas as Unidades da Federação e vai criar 140 mil vagas, a maioria em cursos técnicos integrados ao ensino médio.

A expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica foi anunciada por Lula em dezembro de 2023, durante sua participação na Conferência Nacional de Juventude. Os institutos federais são instituições especializadas na educação profissional e tecnológica, oferecendo, também, educação básica e superior. Os cursos são gratuitos.

O objetivo do governo é aumentar a oferta de vagas na educação profissional e tecnológica e criar oportunidades para jovens e adultos, especialmente os mais vulneráveis.

“É com base no investimento na educação que a gente pode ter a certeza de que esse país vai chegar a ser um país de primeiro mundo, um país desenvolvido, um país de uma sociedade composta pela grande maioria de gente de classe média. Porque nós não fizemos opção para ser pobre. Aliás, ninguém gosta de ser pobre, ninguém gosta de se vestir mal, ninguém gosta de comer mal, ninguém gosta de morar mal, ou seja, todos nós nascemos para ter acesso a tudo aquilo que a gente produz”, disse Lula, durante a cerimônia no Palácio do Planalto.

“Então, quando a gente fala em investimento em educação é porque uma profissão dá a um homem e a uma mulher um estado de cidadania que sem educação a gente não conquista”, acrescentou o presidente, destacando, ainda, a importância da formação profissional para as mulheres, especialmente aquelas que vivem em contexto de violência doméstica.

“A coisa mais importante na educação é que, a mulher tendo uma profissão, ela vai ter um espaço de disputar trabalho no mercado, fora de casa. Porque a mulher não nasceu só para fazer trabalho doméstico, a mulher nasceu para fazer o que ela quiser fazer e trabalhar fora de casa é uma oportunidade”, disse Lula. “Quando a mulher tem uma profissão, quando ela tem um salário e pode custear a vida dela, ela não vai viver com nenhum homem que não goste dela, ela não vai viver por necessidade, por dependência”, ressaltou o presidente.

Brasília, 12/03/2024 (DF) - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do ministro da Educação Camilo Santana e do vice-presidente, Geraldo Alckmin, durante solenidade de anúncio de 100 novos Institutos Federais Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Serão investidos R$ 3,9 bilhões em obras nos institutos federais, por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desse total, R$ 2,5 bilhões são para instalação de campi e R$ 1,4 bilhão para melhorias em unidades já existentes, como a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.

O ministro da Educação, Camilo Santana, explicou os critérios de escolha dos municípios que serão atendidos com os novos campi. “Primeiro, olhar para os vazios demográficos, olhar a proporção de matrícula de ensino técnico ofertado também em cada Estado e olhar o número de institutos por população em cada Estado”, disse.

Rede federal

O Nordeste é a região que receberá o maior número de novos IFs: serão 38 campi nos nove Estados. O Sudeste aparece na sequência com 27 novos campi, seguido da Região Sul, com 13; do Norte, com 12; e do Centro-Oeste, com dez. Entre os Estados, São Paulo é o mais beneficiado, com 12 novos campi. Minas Gerais e Bahia terão oito unidades, cada um. Na sequência, aparecem Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro, com seis, cada um, e Paraná, Rio Grande do Sul e Pará, cada um com cinco.

Os institutos federais têm como obrigatoriedade legal garantir um mínimo de 50% de suas vagas para a oferta de cursos técnicos de nível médio, prioritariamente na forma integrada, ou seja, junto ao ensino médio. Mas, segundo Camilo Santana, está sendo pactuado com os reitores que as novas unidades tenham 80% das matrículas de ensino técnico profissionalizante.

“Nós não queremos perder nenhum jovem no ensino médio brasileiro. A escola é a porta para o futuro melhor, a educação transforma vidas, a educação é o grande caminho para transformar uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais humana, mais fraterna. E é isso que nós precisamos”, ressaltou o ministro.

De acordo com o governo, até 2002, o Brasil tinha 140 escolas técnicas. Em 2008, em seu segundo mandato, Lula sancionou a Lei nº 11.892/2008, que institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e criou 38 institutos federais.

A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é formada pelos IFs, por dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets), escolas técnicas vinculadas às universidades federais, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná e pelo Colégio Pedro II. Cada uma dessas instituições é composta por campi que atuam como unidades descentralizadas de ensino, dessa forma, o ensino dos IFs chega a mais locais.

Atualmente, a rede possui 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Com os novos 100 campi, passará a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de IFs.

Confira lista completa dos novos campi:

Unidade da FederaçãoNovos campiMunicípios
REGIÃO NORDESTE
Bahia 8Santo Estevão, Ribeira do Pombal, Itabuna, Macaúbas, Poções, Salvador, Ruy Barbosa e Remanso
Pernambuco 6Goiana, Santa Cruz do Capibaribe, Recife, Araripina, Águas Belas e Bezerros
Ceará  6Fortaleza (2), Cascavel, Mauriti, Campos Sales e Lavras de Mangabeira
Maranhão 4  Chapadinha, Colinas, Balsas e Amarante do Maranhão
Paraíba 3Mamanguape, Sapé e Queimadas
Rio Grande do Norte 3Touros, São Miguel e Umarizal
Piauí 3Barras, Esperantina e Altos
Alagoas 3 Girau do Ponciano, Mata Grande e Maceió
Sergipe 2Japaratuba e Aracaju
REGIÃO SUL 
Paraná 5Maringá, Araucária, Cianorte, Cambé e Toledo
Rio Grande do Sul 5Caçapava do Sul, São Luiz Gonzaga, São Leopoldo, Porto Alegre e Gramado
Santa Catarina 3Tijucas, Campos Novos e Mafra
REGIÃO SUDESTE
São Paulo 12São Paulo (Jardim Ângela e Cidade Tiradentes), Osasco, Santos, Diadema, Ribeirão Preto, Sumaré, Franco da Rocha, Cotia, Carapicuíba, São Vicente e Mauá
Minas Gerais 8João Monlevade, Itajubá, Sete Lagoas, Caratinga, São João Nepomuceno, Belo Horizonte, Minas Novas e Bom Despacho
Rio de Janeiro 6Rio de Janeiro (Cidade de Deus e Complexo do Alemão), Magé, Belford Roxo, Teresópolis e São Gonçalo
Espírito Santo 1Muniz Freire
REGIÃO NORTE
Pará 5Barcarena, Redenção, Tailândia, Alenquer e Viseu
Amazonas 2Santo Antônio do Içá e Manicoré
Rondônia 1Butiritis
Tocantins 1Tocantinópolis
Acre 1Feijó
Amapá 1Tartarugalzinho
Roraima 1 Rorainópolis
REGIÃO CENTRO-OESTE
Goiás 3Cavalcante, Porangatu e Quirinópolis
Mato Grosso 3 Água Boa, Colniza e Canarana
Distrito Federal 2 Sol Nascente e Sobradinho
Mato Grosso do Sul 2 Paranaíba e Amambaí

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 06/07/2023 - Estudantes universitários no campus Praia Vermelha da UFRJ.   Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

No Brasil, 9,8 milhões de jovens, de 15 a 29 anos – ou 19,9% da população dessa faixa etária – não concluíram a educação básica (formada pela educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio) e não frequentam escolas, segundo dados da pesquisa Juventudes Fora da Escola, do Itaú Educação e Trabalho e da Fundação Roberto Marinho, baseada em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022. 

De acordo com o levantamento, divulgado nessa segunda-feira (11), a maioria desses jovens (78%) provém de famílias com renda per capita de até um salário mínimo (R$ 1.412), e sete em cada dez (70%) são negros. A maioria (43%) não terminou o ensino fundamental; 22% completaram o ensino fundamental mas não iniciaram o médio; e 35% têm o ensino médio incompleto.

Oito a cada dez desses jovens estão fora da escola há mais de dois anos – a média, segundo a pesquisa, é de seis anos fora da escola. A maioria deles (84%) fazem parte da força de trabalho – 69% estão ocupados e, desses, 67% estão ocupados na informalidade.

“Os dados revelam a questão do mundo do trabalho como central na decisão desses jovens que estão fora da escola, seja na tomada de decisão para interromper os estudos, seja para retomá-los. Temos o compromisso constitucional de, na escola, formarmos profissionalmente os jovens, para que eles tenham condições de garantir inserção produtiva digna e dar sequência na carreira que desejarem optar”, destaca a superintendente do Itaú Educação e Trabalho, Ana Inoue.

A pesquisa mostra que 73% dos jovens disseram que pretendem concluir a educação básica. Entre as principais razões para terminar o ensino, os jovens apontam a perspectiva de melhora da condição profissional, seja para ter um emprego melhor (37%) ou arrumar um emprego (15%), seguido pelo desejo de cursar uma faculdade (28%).

Já os 27% que responderam não pretender concluir o ensino indicaram como principais razões para isso a necessidade de trabalhar (32%), seguida por precisar cuidar da família (17%). Do total de jovens ouvidos, 92% concordam que concluir a educação básica ajudaria a ter melhores oportunidades de trabalho. 

“Fortalecer a educação profissional e tecnológica é fundamental nesse sentido, para que os jovens tenham formação adequada e alinhada às tendências do mundo do trabalho, assim como é urgente criarmos condições para que essa parcela da população estude e tenha oportunidades profissionais”, ressalta Inoue.

Em nota, o Ministério da Educação disse que o governo federal instituiu, em 2024, o programa Pé-de-Meia, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de pessoas matriculadas no ensino médio público. “Seu objetivo é democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social”. 

(Fonte: Agência Brasil)

13ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos. Foto: Divulgação/MDHC

Com o tema Vencer o ódio, semear horizontes, a 13ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos começa nesta segunda-feira (11), em todas as capitais. A mostra, realizada pelos ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania e da Cultura, segue até o próximo dia 22.

Durante o evento, gratuito, serão exibidos 18 filmes nacionais. A mostra promove debates de temas como prevenção e combate à tortura e ao genocídio, democracia e enfrentamento ao extremismo, direito à participação política, segurança, diversidade religiosa, memória, verdade, saúde mental, cultura e educação.

Os filmes selecionados também apresentam como pauta os direitos de mulheres, pessoas idosas, crianças e jovens, pessoas com deficiência, população em situação de rua, povos indígenas e comunidade LGBTQIA+. 

As edições anteriores ocorreram de 2006 a 2018 e foram descontinuadas em 2018.

Em uma segunda fase do evento, que ocorre de 25 de março a 24 de abril, será realizada a Mostra Difusão, quando a programação vai ficar disponível em formato on-line. Os filmes estarão na plataforma de streaming InnSaei.TV e em equipamentos culturais das cidades participantes.

Oficinas

Como parte da programação, também serão realizadas oficinas de formação de professores sobre cinema e educação, definidas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania como “espaços para se pensar e experimentar as possíveis formas de incluir o cinema como experiência sensível em contextos educativos”.

As oficinas serão voltadas à formação de multiplicadores, tendo como público-alvo professores da educação básica das redes públicas, arte-educadores e educadores que atuem em outros espaços formais ou não formais de educação. Os participantes que completarem a carga horária mínima receberão certificado emitido pela Universidade Federal Fluminense.

Programação

Em São Paulo, a mostra vai ocorrer entre os dias 13 e 16 de março, com as 18 produções cinematográficas sendo exibidas na Cinemateca Brasileira. A oficina será realizada no dia 16, no mesmo local.

Em Brasília, a mostra ocorre desde esta segunda-feira (11) até quarta-feira (13), no Sesc 504 Sul. A oficina ocorre de 12 a 15 de março.

No Rio de Janeiro, os filmes serão exibidos no Cine Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, de 13 a 16 de março. No último dia de exibições, será realizada uma sessão especial de homenagem, com o filme A Bolsa ou a Vida, seguida de debate entre os presentes.

Em Belo Horizonte, os filmes estarão em cartaz entre os dias 19 e 22 de março, no Cine Santa Tereza, com as oficinas sendo realizadas de 18 a 21 do mesmo mês.

A mostra desembarca em Salvador, nesta segunda-feira, e vai até quinta-feira (14), com sessões na Sala de Arte Cinema da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Já as oficinas serão realizadas na Faculdade de Comunicação da UFBA, no mesmo período.

Recife terá exibições no cinema da Universidade Federal de Pernambuco, entre os dias 12 e 15 de março, com as oficinas até o dia 14 de março.

A programação completa pode ser acessada no site da programação.

(Fonte: Agência Brasil)

Como o velho fazendeiro que era, todo dia acordando cedo para a vida, neste 11 de março de 2021 João Batista Pacheco acordou cedo... para a morte.

Era fim da madrugada ou início do amanhecer de hoje, quinta-feira. Ao lado da esposa, Lourdes Pacheco, João Batista fez menção a uma dorzinha no peito. Tornou-se desnecessário o cuidado de sua zelosa mulher na busca dos comprimidos: o Pachecão já havia partido, à frente de todos – mulher, filhos, netos e demais parentes –, para preparar os vastos campos celestes quando o tempo de cada um aqui na Terra se tiver exaurido.

Faltando três meses e 24 dias para completar 81 anos, Pacheco, mineiro de nascimento, ainda teve tempo e energia suficientes para vencer a covid-19. Mas o coração percussionista andava fraquejando em seus baticuns. E só parou como coração de lutador, que sabe a hora de parar – mansa e discretamente, como ocorre entre mineiros mansos e discretos... (Em 20 de maio de 2020, Pacheco referia-se a seu coração, em mensagem para uma prima: “Nada mudou; ocorre que há algum tempo estou com um problema cardíaco em tratamento. Para o próximo [ano] estarei reiniciando minhas atividades”. Como se vê, Pacheco tinha planos de incrementar seu trabalho).

João Batista Pacheco era meu amigo. Trabalhamos juntos muitos anos no Banco do Nordeste do Brasil (BNB), instituição financeira do governo federal considerada a maior da América Latina em termos de financiamento do desenvolvimento regional. Em umas raras vezes nos últimos tempos, encontramo-nos pelas ruas e conversamos. Sempre vinha um bordão só nosso: “Piada boa danada!” (Veja adiante).

Pacheco era chefe da Carteira de Crédito Rural, e eu, investigador de Cadastro. Juntos, Pacheco e eu, mais a participação do fiscal agrícola José Antônio da Nóbrega, quantas viagens fizemos pelos diversos municípios da imensa área de jurisdição da agência local do Banco do Nordeste naqueles idos das décadas de 1970 e 1980. Cabia ao Pacheco conversar com o futuro cliente sobre as condições dos empréstimos e financiamentos; Nóbrega visitava as terras e o que elas continham (benfeitorias, pastagem, animais, máquinas etc.); e eu era o responsável por colher informações do pretenso futuro cliente e sobre ele, pesquisando com pessoas físicas e jurídicas que nem o próprio futuro cliente atinava. Além disso, se o cliente fosse empresa (pessoa jurídica), eu, como contabilista registrado, analisava anos de balanços e balancetes, calculava índices financeiros, de liquidez, do imobilizado etc., projetava faturamento baseado em declarações atestadas por colega da área contábil, rebuscava uma parte da vida pessoal e profissional do cadastrando, praticamente rastreando seus passos por quase toda a vida nas diversas cidades e Estados por onde eu descobrira que o cliente andou, negociou, trabalhou, morou, deixou rastros – positivos, de preferência... ou o negócio parava ali mesmo e nada de financiamento.

Nas viagens, era Pacheco quem dirigia o próprio carro dia afora e noite adentro. Às vezes, em lugar ermo, parávamos para “calibrar” melhor a pontaria e as armas que levávamos, àquela época legais e necessárias, haja visto o sem-número de incidência de assaltos, mortes, ataques que comumente se davam nas péssimas estradas que, “ex officio”, éramos obrigados a percorrer.

Mas o clima interior, isto é, a animação dos três amigos era tal que estradas péssimas eram só moldura, não o quadro principal... Ríamos muito pelo caminho. O fiscal Nóbrega, com um jeito bem peculiar (quase sem graça...) de contar piada, quando contava, a gente achava que a anedota ainda prosseguiria. Ninguém ria... até o Pacheco olhar assim para mim e dizer: “– Piada boa danada, hein, Sanches!” E todos ríamos da observação do Pacheco e da sem-gracice das anedotas do bom benebeano Nóbrega, sujeito tranquilo, de boa índole.

Certa vez, fomos financiar as exposições agrícolas de Carolina e de Grajaú (a Expoagra) – é claro, cada uma a seu tempo. Não sei exatamente em qual dos dois municípios deu-se que se aproximou de nós, como é natural nesses eventos, dois bons cantadores e suas violas, fazendo versos de improviso – a gente dava o mote, e eles ampliavam. Depois de um certo tempo, vendo que nós três éramos chegados a ouvir os bons repentes, desafios, improvisos e versos outros, os violeiros decidiram fazer versos a partir dos nossos nomes. Inicialmente, perguntaram ao Pacheco o nome completo:  “– João Batista Pacheco”. Aí, os cantadores fizeram festa, rimando com “João Batista” e cruzando com passagens da história do santo pregador e batizante de Cristo.

Depois, foi a vez do Nóbrega – “– José Nóbrega Rocha”, disse o fiscal. Pra quê! Os violeiros serviram um prato cheio de rimas (com “José” e “Rocha”), além de informações onde pontificava a figura do padre jesuíta português Manuel da Nóbrega, fundador, com José de Anchieta, da cidade-capital São Paulo.

Quando chegou a minha vez – e o Pacheco costumava lembrar e rir muito dessa lembrança –, os violeiros, após ouvirem meu nome completo, encostaram o rosto ao cabo de suas violas, olhavam para cima, ficavam dedilhando as cordas... e nada dos versos saírem... Acontece que meu antropônimo – “Edmilson Sanches” – era tão poeticamente pobre que não havia, assim à mão, o que evocar a partir de meu nome e sobrenome. Um nome sem versatilidade para a versificação... E ali estavam os dois violeiros aqui e acolá repetindo: “– Sanches... Sanches... Sanches...”, e as musas não facilitavam o trabalho dos moços cantadores...

Nem os maiores dicionários registram, entre seus verbetes, palavras que rimem com “edmilson”; e, para “sanches”, temos uns poucos e rebuscados exemplos para plurais de uma meia dúzia de palavras em um universo de mais de quatrocentas mil: as quedas de neves, por exemplo, chamadas avalanches; os indígenas norte-americanos denominados comanches; os desmontes de veículos e máquinas apelidados desmanches; as refeições rápidas, os lanches; as alavancas de comando dos aviões – manches; o nome mais sutil para desforras e vinganças – revanches; e apelar para o plural de um dialeto em um determinado cantão da Suíça – romanche. Ou desdobrar-se na segunda pessoa do singular para flexões de verbo que resulte, por exemplo, em “enganches”, “arranches”, “manches”, ou nomes próprios como “Abranches”... É muita “sofisticação”... Melhor fazer o que nós fizemos: convidamos os dois cantadores para se abancarem à mesa e partilharem dos comes e bebes e das falas e risos – sem esquecer a justa paga pelo tempo e talento dos dois.

Outro momento que ficou como anedota na história da primeira década do BNB em Imperatriz foi quando João Batista Pacheco e seu subordinado (e também substituto) Antônio Bento de Araújo se esbarraram, colidiram no meio da escada de acesso ao segundo andar, onde ambos trabalhavam. Um vinha subindo e, o outro, descendo. Após darem de frente um contra o outro, um deles teria observado: “– Você não olha por onde anda?!” Ao que o outro respondeu: “– E tu, que não anda por onde olha!”

O episódio foi motivo de saudável bom humor. Acontece que tanto o Pacheco quanto o Bento eram portadores de estrabismo, cada um de um tipo – divergente e convergente, quando os olhares, para alguém não estrábico, “não combinam” com os passos que dão. Resultado: colisão frontal... Nada de ressentimentos.

*

João Batista Pacheco era mineiro da cidade de Januária, famosa, além de sua cachaça, por ser cidade com diversos estabelecimentos de ensino superior. Quando veio de lá para Imperatriz, Pacheco trouxe também a esposa, Lourdes (nascida em Montes Claros), e dois filhos januarenses, Pacheco Filho, microempresário, e Mônica, odontóloga. Em Imperatriz, o casal teve o caçula, Políbio, empreendedor do setor de irrigação. Os dois filhos lhe deram quatro netas: Marília, Ana Carolina e Ana Beatriz, filhas de Antônia e Pacheco Filho; e Laís, filha de Tânia Menezes e Políbio.

Depois de aposentado, Pacheco cuidava de umas terras (fazenda) que tinha em Montes Altos (MA). Estudioso, era uma sumidade em assuntos rurais. Bem diferente da ridicularia de seu homônimo Pacheco, da ficção de Eça de Queirós em sua fictícia correspondência de Fradique Mendes, o nosso João Batista Pacheco era mineiro ladino, vivaz, esperto. Aqui e acolá, tinha seus rompantes, se a coisa não saía como deveria ser – mas todos temos esses momentos (faz parte...).

Pacheco já conhecia bem de leis e jurisprudências, pelos rigorosos estudos de formação interna no Banco e pelas características e qualidade de seu alto cargo de gestor, como responsável por assinar contratos de milhares e de milhões. Buscando aperfeiçoamento e até, quem sabe, uma futura profissão (em que se daria muito bem, se tivesse concluído), estudou Direito – mas, já perto de formar-se, desistiu; entretanto, elaborava peças processuais com esmero, auxiliando mesmo advogados de carreira.

Pacheco tinha condições e teve convites para ser gerente e comandar sua própria agência bancária, mas preferiu a estabilidade da família à ascensão para um posto cujas atribuições ele, de há muito, as conhecia. Pra que debandar com a família de um lado para o outro do país, por causa de uns poucos reais a mais no salário? Melhor o sossego construído ao longo de anos em Imperatriz...

João Batista Pacheco saiu de sua cidade à margem esquerda do Rio São Francisco e veio trabalhar, veio de vez e para sempre para a cidade-majestade à direita do Rio Tocantins. Da mineira Januária à maranhense Imperatriz, são perto de 1.600 quilômetros, por terra. Um dia de viagem.

Acostumado a grandes distâncias, bom motorista que era, João Batista Pacheco demorou-se bem pouco para a última de suas viagens...

... pois o caminho dos Céus se percorre apenas com um fechar de olhos.

Ou um último suspiro.

Ou uma última batida do coração... – tum... tum... tu... t... ...

*

Toc toc toc.

Abre o portão, São Pedro.

João Batista chegou.

*

Abraço na Lourdes, Pachequinho, Políbio, Antônia, Tânia e os netos daquele que em vida era e em memória é João Batista Pacheco.

Descanse em paz, Amigo.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:

João Batista Pacheco (Pacheco Joao Batista) quando jovem e com a esposa, Lourdes Pacheco, em momento de lazer nas águas e praias fluviais do Rio Tocantins.

Brasília (DF) 07/03/2024 - Clube de Leitura CCBB
Foto:  Clube de Leitura CCBB/Divulgação

O Clube de Leitura do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) inicia suas atividades anuais, no próximo dia 13, no Salão de Leitura da Biblioteca, a partir das 17h30, tendo como tema de estreia, em alusão ao mês da mulher, a literatura negra feminina no Brasil.

“Na verdade, nos reunimos em torno de uma pergunta: Literatura tem gênero e cor?”, disse à Agência Brasil a curadora do clube, Suzana Vargas, poeta, ensaísta, escritora, professora e mestre em teoria literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

As rodas de conversa ficarão gravadas e serão disponibilizadas no canal do Banco do Brasil no YouTube, na semana seguinte ao evento.

Para o encontro de abertura, foram convidadas duas escritoras negras: Marilene Felinto, autora da obra As Mulheres de Tijucopapo, escrita na década de 1980 e que foi definida como uma bandeira do feminismo, e a escritora contemporânea Eliana Alves Cruz, com o livro O Crime do Cais do Valongo, que aborda a questão da negritude, tendo como pano de fundo a história do Brasil escravocrata.

O debate conta com participação especial da poeta e filósofa Viviane Mosé. Nele, serão levantadas, entre outras questões, se uma mulher pode escrever como homem ou um homem pode escrever como mulher; e quais são as marcas de que uma literatura é feminina ou negra, informou Suzana Vargas.

Os dois livros que serão discutidos foram escolhidos por votação popular entre os participantes do Clube no X (antigo Twitter), logo depois do Carnaval. Foram sugeridos ao público dois livros de cada autora convidada.

Autoras

Marilene Felinto é pernambucana, jornalista e escritora, graduada em letras. É, também, tradutora, romancista e cronista. Seu primeiro livro, As mulheres de Tijucopapo, ganhou o Prêmio da União Brasileira dos Escritores (1981) e o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, em 1982.

“É sempre surpreendente que o romance As Mulheres de Tijucopapo, publicado 42 anos atrás, escrito quando eu tinha 22 anos, desperte a atenção de gerações mais jovens, como acontece hoje”, destacou Marilene. Eliana Alves Cruz é escritora, roteirista, jornalista e apresentadora. Ganhou o Prêmio Jabuti de contos, em 2022.

A obra As Mulheres de Tijucopapo narra a viagem de retorno da narradora Rísia a Tijucopapo, local fictício de nascimento de sua mãe, evocando a história real do local, em Pernambuco.

No século XVII, a cidade foi palco de uma batalha entre mulheres da região e holandeses interessados em saquear o Estado. Nas entrelinhas, As Mulheres de Tijucopapo revelam as contradições inerentes à sociedade e à cultura multirracial brasileira.

Já O crime do Cais do Valongo é um romance histórico policial que começa em Moçambique e se estende até o Cais do Valongo, que foi porta de entrada de cerca de um milhão de escravizados entre 1811 e 1831 no Rio de Janeiro e reconhecido como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2017.

Tema contemporâneo

Na avaliação de Suzana Vargas, a literatura feminina negra é um tema muito contemporâneo, que precisa de reflexão. “Tanto para quem faz literatura, como para quem é leitor. Porque o Brasil está vivendo um momento em que as questões da negritude, as questões da mulher, a diversidade, estão muito presentes hoje na produção literária contemporânea. Assim como a literatura indígena”.

Por isso, a curadora acredita que o Clube de Leitura vem trazendo um modo de formar e informar os seus leitores sobre as questões principais da literatura produzida no Brasil atual. “Acho que, de fato, é uma discussão urgente e importante nesse dia, com as duas autoras e personagens que a gente vai poder brindar o público, e com a literatura que elas produzem”. Este será o quarto ano do Clube de Leitura do CCBB RJ.

Calendário

O Clube de Leitura do CCBB RJ terá dez encontros este ano, cada um com duração de uma hora e meia. Até o próximo mês de julho, já estão definidos os temas e convidados que participarão das atividades. A retirada dos ingressos é feita a partir das 9h do dia do evento na bilheteria física ou no site.

Em abril, o clube terá como tema caminhos e descaminhos indígenas. Participarão a autora Eliane Potiguara e a jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum. O convidado especial será Anapuaka Tupinambá, comunicador e entusiasta da cultura digital indígena. É fundador e presidente-executivo (CEO) da Rádio Yandê, primeira rádio indígena do Brasil.

Em maio, o clube vai tratar do escritor clássico brasileiro Lima Barreto. Quem falará sobre ele é Lilia Schwarcz, historiadora e antropóloga brasileira, e Beatriz Resende, pesquisadora e professora titular de letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Suzana Vargas será a mediadora.

Em junho, o tema de debate será a escritora Clarice Lispector e seu livro A Paixão Segundo G.H. O cineasta Luiz Fernando Carvalho, que está lançando um filme sobre essa obra, conversará com o público, além da biógrafa da escritora, Nádia Gotlib, e a roteirista Melina Dalboni. Haverá participação especial da atriz Maria Fernanda Cândido, por videoconferência, que fez o papel de Clarice Lispector no filme.

Para o encontro de julho, o tema escolhido é As 7 Cores da Palavra, Literatura e Diversidade. Já estão confirmadas as presenças de Guilherme Terreri Lima Pereira, mais conhecido pelo nome artístico Rita von Hunty, que é professor, ator, youtber, comediante, palestrante e drag queen brasileiro, e Tom Grito, artista trans que defende a tradição da poesia falada. A programação do segundo semestre ainda está sendo elaborada.

No ano passado, 1.243 pessoas participaram presencialmente do Clube, que recebeu os escritores Paula Tavares; Milton Hatoum; Gonçalo Tavares; Gregório Duvivier; Cida Pedrosa; Eliakin Rufino; José Eduardo Agualusa; Luiz Fernando Carvalho e Ítalo Moriconi; Conceição Evaristo; Mia Couto; e Antonio Torres. 

(Fonte: Agência Brasil)