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Há 91 anos, em 10 de maio de 1933, o governo da Alemanha de Adolf Hitler remarcava seu ódio e descontava suas frustrações queimando livros em praça pública, de autores “inconvenientes” ao regime.

Dessa data até 8 de maio de 1945, doze anos depois, estima-se que a Alemanha queimou, pelo menos, CEM MILHÕES de livros.

Para os interessados, há uma obra espetacular que traz mais informações sobre esse “bibliocídio”: “Quando os Livros Foram à Guerra”, de M. G. Manning. Também, na ficção e na história, há outros livros sobre essa criminosa relação dos alemães nazistas com esse que é o maior e mais charmoso objeto de cultura popularizado há 600 anos. Entre esses, “A Bibliotecárias dos Livros Queimados”, de Brianna Labuskes; “Ladrões de Livros”, de Anders Rydell; “O Livro dos Livros Perdidos”, de Stuart Kelly... (Tenho essas obras em meu acervo, além de outros livros de Bibliologia que fazem referência a essa loucura piromaníaca [que queima] e biblioclasta [que destrói livros]).

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O LIVRO, A LEITURA, O PROFESSOR (*)

A bengala é a extensão do braço, a muleta é o complemento ou reforço da perna, o amuleto é a explicitação dos medos. Mas, o livro, é o prolongamento da consciência – e a leitura, sua decodificação e enriquecimento.

Não há nada que se compare ao ato de ler. Nem mesmo a apreciação de uma pintura, a contemplação de um pôr do sol. Ler é mais que ver – é vivenciar, é (re)viver. Ler é criar e recriar a coisa lida dentro de nós.

E lemos tão pouco... E, frequentemente, lemos tão mal...

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(...) De onde vem esse desapetite, essa falta de fome de leitura? Com fino humor, o crítico argentino Carmelo M. Bonet (falecido em 1977) escreveu que, para ser um escritor, haveria três alternativas: a genética – quando a pessoa dependeria de os pais serem inteligentes; o esforço pessoal – quando a pessoa dependeria de si mesma; ou a fé – quando a pessoa dependeria da vontade de Deus...

Não sei por que Carmelo Bonet não colocou o professor nessa lista da gênese da formação do escritor. Afinal, ali está ele, professor, artesão de saberes, emulador de mentes, fomentador de consciências, escultor a esculpir a massa (rósea, não cinzenta) de modelar que é o cérebro do jovem, do adolescente, da criança. Professor – modelo, exemplo, espelho.

Se o Brasil quiser ser uma pátria melhor, tem de ter mais e melhores leitores. E para ter mais e melhores leitores, temos de ter mais, muito mais e melhores professores. Professores-leitores.

No ato de ler, o leitor é, em igual tempo, objeto e sujeito: em um papel, é influenciado pelo conteúdo do texto-sujeito; no outro, e simultaneamente, o leitor é coautor, reescrevendo mentalmente, complementando, valorando e validando o texto-objeto.

* EDMILSON SANCHES

EDMILSON SANCHES

CONTATO:

[email protected]

www.edmilson-sanches.webnode.page

(*) Trecho do prefácio que escrevi para o livro “Professor-leitor: De um Olhar Ingênuo a um Olhar Plural”, da professora doutora Tereza Bom-Fim (UFMA). Interessados no texto integral podem solicitá-lo pelo “e-mail” acima ou como anexo do Messenger/Facebook ou WhatsApp.

FOTOS:

Fogueira de livros na Alemanha de 1933 e capas de livros que contam a história.

Inteligência Artificial - Ciência, Tecnologia; Pesquisa. Foto: Rawpick/Freepick

Os professores da rede pública estadual de São Paulo fazem, a partir de segunda-feira (13), uma mobilização contra as plataformas digitais nas escolas. No ano passado, o governo estadual implementou um sistema de ensino baseado em aplicativos, com conteúdo e atividades pré-estabelecidas.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) afirma que o método tira autonomia dos professores e convocou os profissionais a não usarem as plataformas ao longo da próxima semana. O sistema, no entanto, registra se o material foi usado ou não em sala de aula. Os acessos à plataforma se tornaram um dos fatores medidos para avaliar escolas e profissionais.

Farta de autonomia

 “Você não pode padronizar uma rede do tamanho do Estado de São Paulo, com a diversidade e com a especificidade que cada escola, cada região tem. O aplicativo faz isso. E o professor, se ele não estiver seguindo o aplicativo, o próprio sistema já comunica à direção da escola, e o diretor é obrigado a ir até a sala de aula, chamar a atenção do professor”, critica o presidente da Apeoesp, Fábio Moraes.

O método, segundo ele, provocou praticamente o abandono dos livros didáticos e impede que o professor busque formas diferentes de abordar os conteúdos em sala de aula. “Nós queremos tecnologia, escolas estruturadas, profissionais valorizados e nós queremos resguardar a nossa liberdade de cátedra. Se eu achar que a plataforma é melhor, eu uso a plataforma. Se eu achar que aquele assunto, o livro, aborda melhor, eu uso o livro. Se eu quiser, eu elaboro o meu material com os meus alunos. Quantas vezes não fizemos isso? Então, hoje, esse direito do professor está sendo ceifado”, acrescenta o sindicalista.

Material com erros

Em 2023, o governo de São Paulo chegou a anunciar que iria deixar de participar do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD) do Ministério da Educação (MEC), que fornece, gratuitamente, livros para serem usados pelas redes de ensino. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou, à época, que não usaria livros físicos em sala de aula e que os alunos teriam apenas material digital.

Após a repercussão negativa e uma decisão judicial contrária à saída da rede estadual do PNLD, o governo informou que continuaria a receber os livros do programa nacional. Na ocasião, também foram identificados erros grosseiros de informação no material elaborado pela secretaria estadual.

Em um dos trechos, era dito que, em 1888, Dom Pedro II assinou a Lei Áurea, quando, na verdade, a lei que encerrou a escravidão institucionalizada no Brasil foi assinada pela filha do monarca, a Princesa Isabel. Em outro trecho, afirmava-se, também de forma equivocada, que o transtorno do deficit de atenção e hiperatividade é transmissível pela água.

Moraes diz que a falta de qualidade continua sendo uma crítica ao material didático que tem sido oferecido pela secretaria de educação. “Nós temos material melhor. Nós podemos criar material melhor. Nós temos livros didáticos melhores que a rede”, diz.

Neste ano, o governo de São Paulo anunciou que vai usar ferramentas de inteligência artificial para elaboração do material didático para a rede estadual. “As aulas que já foram produzidas por um professor curriculista, e já estão em uso na rede, são aprimoradas pela IA [inteligência artificial] com a inserção de novas propostas de atividades, exemplos de aplicação prática do conhecimento e informações adicionais que enriqueçam as explicações de conceitos-chave de cada aula”, afirmou a secretaria de educação em abril.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação sobre a mobilização contras plataformas digitais e aguarda resposta.

(Fonte: Agência Brasil)

A partir deste fim de semana até o próximo dia 19, a cidade de Hyères, na França, receberá a edição de 2024 do Campeonato Mundial de Fórmula Kite. E, quem está confirmada na disputa internacional é a kitesurfista maranhense Socorro Reis, que é patrocinada pela Fribal e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Grupo Audiolar, da Revista Kitley e do programa Bolsa-Pódio. Melhor atleta do Brasil na modalidade, Socorro Reis chega a Hyères com boas expectativas em brigar pelas primeiras colocações no Mundial. 

A kitesurfista do Maranhão retorna a Hyéres um mês após disputar a seletiva que definiu os últimos classificados para a Olimpíada de Paris. Na seletiva, Socorro Reis terminou na 11ª posição e, por muito pouco, não assegurou uma das vagas nos Jogos Olímpicos. Apesar de não ter conseguido alcançar seu objetivo, Socorro está motivada e confiante em competir contra as melhores do mundo mais uma vez. 

“O Mundial vai reunir atletas do mundo todo na mesma cidade onde aconteceu, no mês passado, a última seletiva olímpica. Eu precisava estar entre as dez primeiras, mas fiquei em 11º. Foi um campeonato bem difícil, onde dei meu melhor, mas, infelizmente, não consegui chegar no top 10. O Mundial agora é uma nova oportunidade de fazer diferente. Eu já conheço um pouco da raia em Hyères. É uma raia bastante técnica e com variação de vento. O mar não é muito agitado, com menos ondas. Vamos com tudo em busca das primeiras colocações”, afirmou Socorro Reis. 

Esta edição do Mundial será ainda mais especial porque é o último grande teste antes de Paris 2024. Por isso, Socorro Reis sabe que obter um bom resultado diante dos principais nomes do kitesurf mundial servirá de combustível para as próximas competições do ano. 

“Sinto vontade de ser ainda melhor a cada dia e eu vou seguir com isso em mente. Não consegui a vaga para Paris, mas não vou desanimar. Agora é levantar a cabeça, me doar mais ainda, focar e ser ainda melhor para quem sabe estar nas Olimpíadas de 2028. Só tenho a agradecer a oportunidade de estar participando desses grandes eventos, de agradecer a Deus por tudo e aos meus patrocinadores que me permitem vivenciar isso. Vamos seguir em frente, com firmeza. Essa é a mentalidade de um campeão”, explicou. 

E a melhor kitesufista do Brasil reforça que 2024 está longe de terminar. “O ano ainda não acabou. Temos várias competições ao longo do ano. Tem o campeonato mundial, o World Series, tem o Pan-Americano de Fórmula Kite que vai ser em São Luís, em dezembro. Temos que continuar firme, treinando forte para poder representar bem nosso país e o Maranhão nesses campeonatos”, disse Socorro Reis. 

Bons resultados

Em 2023, Socorro Reis teve ótimas campanhas em eventos continentais e mundiais. A kitesurfista do Maranhão foi bronze nos Jogos Pan-Americanos no Chile, no mês de novembro. Antes, ela havia defendido o Brasil no Campeonato Mundial de Vela, competição realizada em junho, em Lelystad, na Holanda. No evento, a maranhense foi a segunda melhor atleta das Américas e a 21ª colocada geral na competição em águas holandesas. 

Além disso, Socorro Reis teve um desempenho de alto nível em outras competições. Ela garantiu o segundo lugar das Américas e a nona posição na classificação geral do Clearwater US Open, que ocorreu em Clearwater, nos Estados Unidos, no mês de fevereiro. Já em março, Socorro brilhou no Campeonato Pan-Americano de Fórmula Kite, em Cabarete, na República Dominicana, onde conquistou o vice-campeonato continental e ficou na terceira colocação na classificação geral. Além disso, Socorro Reis representou o Maranhão e o Brasil na tradicional Semana Olímpica Francesa, disputada em abril, na cidade de Hyères. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

PACIÊNCIA TAMBÉM TEM LIMITE

– Da vida de Josimo, só sua morte foi nossa.

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Sexta-feira, 10 de maio de 2022. A morte do padre Josimo Tavares Morais completa 38 anos.

Josimo não era de Imperatriz. Sua paróquia e sua igreja também não. Territorialmente, sua luta e sua causa não incluía nosso município. Seu assassino não era daqui. Os mandantes, também não.

Da vida de Josimo, só sua morte foi nossa.

E foi isso que ficou e (re)marcou a cidade de Imperatriz, fundada por um religioso e manchada por criminosos. Cidade que se iniciou sagrada e que continua sangrada – sangrada ainda por alguns e (in)certos malandros com ou sem revólver, com ou sem Poder, com ou sem dinheiro. Bandidos e malandros que se vestem de roupas escuras ou com colarinhos brancos.

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Puxando pela memória, eu me lembro, razoavelmente, daquele 10 de maio de 1986. Era um sábado. Eu morava em Imperatriz e me levantara lá pelas cinco horas da madrugada. Cedinho, fui ao vizinho município de João Lisboa, onde participei do lançamento de um programa de crédito agrícola para pequenos produtores rurais (“Programa São Vicente”). Éramos o gerente do Banco do Nordeste e eu, explicando a “coisa” a esperançosos agricultores joão-lisboenses.

Ainda de manhã, quando voltei para Imperatriz, fui direto para o chamado salão nobre do clube Juçara, no bairro do mesmo nome, ligado ao centro de Imperatriz. Eu colaborava com o “Jornal de Imperatriz”, publicação que eu ajudara a criar junto com seu proprietário, o Zé Maria Quariguasi (Gráfica Líder). Era o primeiro jornal diário da cidade impresso em sistema “off-set”.

Naqueles dias, eu também substituía o jornalista Jurivê de Macedo (falecido em 17/5/2010), que viajara para Goiás (hoje Tocantins) em nova visita a familiares. (Parênteses: Sabe do que tratava a manchete da edição número 1 do “Jornal de Imperatriz”? Ela mesma, a violência: “VIOLÊNCIA PREOCUPA SARNEY”, dizia a manchete de letras brancas sobre tarja preta, dia 1º de dezembro de 1985, um domingo).

Como jornalista, fui entrando no salão do Juçara Clube e fui logo assuntando e anotando o que era que estava acontecendo no grande salão nobre do à época mais sofisticado clube social de Imperatriz e região: era a criação de uma “filial” imperatrizense da falada União Democrática Ruralista (UDR).

Houve doações e leilões de gado e outros animais. (Não sei como, mas um manuscrito da ata – ou de anotações para ela –  consta dos meus arquivos de tudo).

Eu estava acompanhando o frenesi da reunião, para preparar a coluna de página inteira e outras matérias do jornal, quando o repórter Carlos Henrique Gaby Rocha, aí perto de 1 hora da tarde, me avisou que desconhecidos tinham acabado de dar tiros em um padre.

Pois bem: saí do Juçara Clube e fui para o local do crime – a escada (veja a foto) que levava aos altos do prédio onde se localizavam escritórios de advogados e de entidades religiosas, além das instalações da Rádio Imperatriz, ali, na Avenida Dorgival Pinheiro de Sousa, esquina com a Rua Godofredo Viana. É claro que, àquela altura, o corpo já tinha sido levado para um hospital, na tentativa de ver o que podiam fazer pelo padre de 33 anos, paraense nascido em Marabá.

A partir desse dia e nos dias seguintes, o Coriolano (Coló) Filho, que ficara na edição do jornal, e eu virávamos noites na redação do “Jornal de Imperatriz”, colhendo as informações mais recentes e consistentes e dando assistência a um mundo de jornalistas de todo canto do país que nos procuravam para alguma ajuda, inclusive na questão de laboratório fotográfico para revelação.

As manchetes daquelas edições diárias de maio de 1986 diziam muito do clima reinante. E foi nesse mesmo clima, poucos dias após o atentado fatal ao padre que viera do outro lado do rio, que escrevi o artigo “PACIÊNCIA TAMBÉM TEM LIMITE”, reproduzido abaixo.

Infelizmente para a nossa cidade, muita coisa do artigo ainda continua tristemente atual. (O artigo foi publicado originalmente no “Jornal de Imperatriz”, edição de 14 de maio de 1986).

Anos depois, como diretor da sucursal do jornal “O Imparcial”, dos Diários Associados, entrei pela madrugada no salão do Fórum da Justiça Estadual de Imperatriz, cobrindo o julgamento e noticiando a sentença que o juiz e meu conhecido Raimundo Licyano de Carvalho (falecido em 23/4/2018) proferiria, condenando o pistoleiro Geraldo à prisão. O caso nunca foi de todo resolvido.

Eis a íntegra do artigo, que foi reproduzido em jornais de outros pontos do país:

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PACIÊNCIA TAMBÉM TEM LIMITE

“DE VIOLÊNCIA ESTÁ CHEIA A NOSSA PACIÊNCIA. UM DIA, ELA EXPLODIRÁ”

Mais uma vez Imperatriz volta a ser assunto nacional, matéria de jornal. Pintou de novo, para todo o povo. Nas ondas sonoras, na tela de tevê, no papel-jornal. E, mais uma vez, esta cidade é vista pelo seu lado escuro.

Tá certo: a Imprensa é a menos culpada nisso, se é que cabe algum ônus a ela – como costuma pensar e falar, aqui, os que não são jornalistas. A Imprensa não está aqui pela cidade, nem pela sua violência. Está aqui pela notícia. E isso é indescartável.

O que aconteceu no dia 10 de maio foi só MAIS UM ato de violência. Nem o fato de Ter sido praticado ao meio-dia, no centro da cidade, e pelas costas, o tornou incomum. A diferença é que a vítima vestia batina; e, aos 33 anos e à traição, o padre morreu do jeito e com a idade em que morrem os santos homens.

O padre do Tocantins não subiu aos céus visivelmente, mas a sua morte fez ressuscitar (ou reavivar) aqui na terra, a questão da violência, inclusive agrária. Isso tudo, por força e influência da Igreja, que já deu provas do que pode fazer. “Je vous salue, Église!”

Esta cidade merece os crimes e os castigos que tem. Porque sua gente, seu empresariado, suas forças produtivas, suas entidades de classe, não sabem a força que têm. Deixam-se ferrar, escalpelar, tirar o couro, mesmo. Deixam-se matar. Povo-boi. Os crimes, as injustiças, a violência, são tantos que a tranquilidade, aqui, é que é a exceção. Manchete de jornal, rádio e televisão.

Questionamos muito pouco nossa realidade. É preciso, sempre, que haja uma próxima morte, uma nova violência, para se reviver o assunto. Ficamos cheios de indignação e vazios de respostas. Aí, nada mais havendo a tratar, é a vez de o assunto morrer também.

Dizem: os crimes são de competência da Polícia. Dizem: a Polícia é de competência do Governo. Mas o Governo é de nossa competência. Os políticos são nossos servidores – e não patrões. Dirão: Ah! Isso é idealismo, coisa de sociologia, política, filosofia; precisamos de respostas, agora. Quais, então? Armar-se? Incitar à rebelião civil, à prática de Lynch? Constituir organizações paramilitares? Botar o Exército, a Polícia Militar nas ruas (sem esquecer de deixar os policiais criminosos na cadeia)? Aparelhar melhor a Polícia? Pagar-lhe melhores salários?

E onde estão aqueles moços que o povo botamos nas Câmaras, nas Prefeituras, nas Assembleias, no Senado, enfim, no Poder? Onde eles? É quase regra: Eles só vivem, só fazem, só agem pensando na eleição seguinte. Entretanto, POLÍTICA e POLÍCIA, além da proximidade gráfica, têm, para o povo, o mesmo objetivo geral: defender os seus interesses, isto é, os interesses do povo.

E o que ocorre é que estes políticos de cá não tão nem aí, aliás, a maioria deles não tá nem aqui. Para estes, “política é a arte de governar com o máximo de promessas e o mínimo de realizações”. Estas, quando vêm, e a presença deles, quando é, estão acompanhadas da necessidade de “aparecer”, fazer figura. Outros preocupam-se mais com “acertos”, conchavos, manipulações, negociações (negociatas, inclusive).

Acham que isso é política. Têm uma história de praticar a “fidelidade partidária”... ao mesmo tempo em que cometem adultério contra o povo. Enganam o povo. Esquecem o povo. E o nosso povo, besta, não esquece eles. Porque a política é a arte de enrolar as pessoas. A linguagem política – diz Orwell – é destinada a fazer com que as mentiras soem como verdade. E para certos políticos, o que é a verdade senão uma mentira muito repetida?

Essa prática política tão miúda, tão interesseira, tão vil (quando não servil), é outra das violências que sofre este povo. Talvez a pior, porque, pela frente, dá-nos tapinhas nas costas e, por trás, socos na cara.

A violência em Imperatriz é algo exposto. As ações e seus motivos mostram-se a todos, em evisceração. Em um texto como este não é necessário precisar fatos, nominar pessoas. Disto, sabem-no as autoridades civis, militares, eclesiásticas e o povo em geral.

Disto estão cheios os jornais.

Disto estão cheios os livros de ocorrências.

Disto está cheia a nossa paciência.

Um dia, ela explodirá.

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

A escada onde o padre Josimo recebeu os tiros que o levou à morte (no alto, à direita, o padre). Alguns livros sobre a morte de Josimo (do acervo de Edmilson Sanches).

A cena cultural de Fortaleza ganhará toques maranhenses a partir desta quinta-feira (9), com o início da temporada especial do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”, do grupo maranhense Xama Teatro, que celebra os 15 anos de atividade do coletivo teatral. A programação conta com oficinas, espetáculos e narração de histórias oferecidos, gratuitamente, ao público, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do governo federal.

O dia da estreia em terras cearenses será em grande estilo, com duas atrações especiais na Praia de Iracema: a oficina “Residência Experimentos Arcanos”, ministrada por Renata Figueiredo, das 9h às 12h, no Porto Iracema das Artes (que será realizada até o dia 11 de maio); e uma sessão especial do espetáculo “As Três Fiandeiras”, que ocorrerá às 19h, no Teatro Dragão do Mar.

Para a atriz e arte-educadora Renata Figueiredo – que atua e também participou da composição das músicas de “As Três Fiandeiras” –, os espetáculos escolhidos para o projeto de comemoração dos 15 anos do Xama Teatro reforçam a transformação dessas peças a cada nova apresentação.

“São espetáculos que representam muita força e resistência. Se tornaram peças importantes para o teatro maranhense e, também, para a nossa trajetória. Para esta temporada especial, nosso objetivo foi fazer uma síntese dos trabalhos que a gente já faz e que temos bastante intimidade, levando ao público o que a gente vem experimentando no decorrer dos anos”, analisou a atriz.

Nesta sexta-feira (10), às 19h, o projeto apresenta o espetáculo “A Vagabunda – Revista de Uma Mulher Só”, no Teatro Dragão do Mar. Já neste domingo (12), no mesmo local, o público poderá conferir uma “Narração de Histórias”, a partir das 17h.

“Nesta grande temporada que temos feito, estamos oferecendo apresentações de espetáculos do nosso repertório, assim como atividades paralelas nas formas de oficinas e residência e ações para público infantil por meio da narração de histórias. É uma mostra de como o grupo Xama Teatro se esforça em cada trabalho para encontrar, na vontade de um, a voz de uma multidão”, destacou Nicolle Machado, atriz, diretora profissional e integrante do coletivo.

Mais atividades

Na segunda semana de programação, serão duas ações formativas entre os dias 13 e 15 de maio, no Porto Iracema das Artes: a oficina “Criação + Produção = Autogestão”, por Nádia Ethel, das 9h às 12h; e a oficina “A Construção da Cena”, por Nicolle Machado, das 15h às 18h.

Já nos dias 16 e 17 de maio, serão realizados, respectivamente, os espetáculos “A Besta Fera – Biografia Cênica de Maria Aragão” e “A Carroça É Nossa”. Ambos às 19h, no Teatro Dragão do Mar.

Os ingressos de toda a programação podem ser retirados por meio do Sympla, no endereço: https://www.sympla.com.br/produtor/xamateatro.

Serviço

O QUÊ: edição Fortaleza do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”, do grupo maranhense Xama Teatro;

QUANDO: primeira semana do projeto ocorre entre os dias 9 e 12 de maio, com ações formativas, espetáculos e narração de histórias;

ONDE: ações no Porto Iracema das Artes, na Rua Dragão do Mar, 160, na Praia de Iracema; e no Teatro Dragão do Mar, na Rua Dragão do Mar, 81, na Praia de Iracema;

Contatos: AP Assessoria de Imprensa – (98) 99613-6521 – Aidê Rocha; (98) 99968-2033 – Gustavo Sampaio.

Ingressos

Redes do Grupo Xama Teatro

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF) 24/04/ 2024 Reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)  para deliberar o projeto que prorroga por 10 anos a cota para a população negra de 20% das vagas em concursos públicos da União. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nessa quarta-feira (8), por 17 votos favoráveis contra oito, o turno suplementar do Projeto de Lei 1.958, de 2021, que prorroga por mais 10 anos a política de cotas raciais para concursos públicos e processos seletivos para a administração pública federal, direta e indireta, incluindo fundações privadas e autarquias.

Como o projeto tramita em caráter terminativo, segue direto para análise da Câmara dos Deputados, sem precisar da aprovação do plenário do Senado. O tema terá que passar pelo plenário apenas se nove senadores apresentarem um recurso contra a matéria em até cinco dias úteis.

O projeto aprovado aumenta dos atuais 20% para 30% o total das vagas reservadas para cotas raciais, incluindo ainda os grupos dos indígenas e quilombolas. Atualmente, as cotas raciais para concursos alcançam apenas a população negra, que inclui pretos e pardos. A lei de cotas para concursos, de 2014, vence no dia 9 de junho.

O relator do projeto, senador Humberto Costa (PT-PE), rejeitou as quatro emendas apresentadas pelos senadores Sérgio Moro (União-PR), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Plínio Valério (PSDB-AM) e Rogério Marinho (PL-RN), que se manifestaram contra o projeto.

Para Costa, as emendas prejudicam a política de cotas raciais conforme previsto no projeto de lei. A CCJ ainda rejeitou todos os destaques apresentados pelos senadores contrários à matéria, mantendo o texto do relator Humberto Costa.

Pretos e pardos

A única alteração aceita pelo relator foi uma mudança de redação para trocar a palavra “negro” por “preto e pardo” após manifestação do senador Plínio Valério, que defendeu que pardo não seria o mesmo que negro. “E, quando ele for atrás da bolsa e disser que é negro, ele vai ser vítima de discriminação e acusado de fraudador, porque ele não é negro”, argumentou.

Humberto Costa explicou que a legislação prevê que negros são todas as pessoas que se declaram pretas ou pardos, conforme definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

“As pessoas que estão chateadas com essa possibilidade de serem consideradas negras, são negras”, disse o relator, acrescentando que a discussão se trata de “uma concepção preconceituosa”. 

“Mas vamos fazer, porque o que interessa hoje é que a gente aprove essa definição”, concluiu, aceitando a mudança de redação.

Oposição

Parte dos senadores se opôs à matéria, principalmente sob o argumento de que as cotas deveriam ser apenas sociais, baseadas no nível de renda, e não com base na raça.

“Essa discussão de etnia eu acho que ela vai pelo lado errado, porque todos nós somos frutos da miscigenação. A discussão, na minha opinião, tinha que ser socioeconômica”, defendeu o senador Carlos Portinho (PL-RJ).

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) argumentou, por sua vez, que a população negra sofre preconceitos e discriminações que a população não negra não sofre, o que justificaria a política pública de cotas raciais.

“[É cômodo] porque você não é julgado pela sua cor da pele. Porque ninguém atravessa a rua quando um homem branco atravessa a rua, mas seja um homem preto para você ver que, diuturnamente, as pessoas atravessam a rua para sequer cruzar com o homem negro. Essa é a realidade desse país desigual”, afirmou.

(Fonte: Agência Brasil)

Alunos em sala de aula. Foto: Sam Balye/Unsplash

Oito em cada dez professores da educação básica já pensaram em desistir da carreira. Entre os motivos, estão o baixo retorno financeiro, a falta de reconhecimento profissional, a carga horária excessiva e a falta de interesse dos alunos. Os dados são da pesquisa inédita Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, divulgada nessa quarta-feira (8), pelo Instituto Semesp.

A pesquisa foi realizada entre 18 e 31 de março de 2024, com 444 docentes das redes pública e privada, do ensino infantil ao médio, de todas as regiões do país. Os dados mostram que 79,4% dos professores entrevistados já pensaram em desistir da carreira de docente. Em relação ao futuro profissional, 67,6% se sentem inseguros, desanimados e frustrados.

Entre os principais desafios citados pelos professores, estão: falta de valorização e estímulo da carreira (74,8%), falta de disciplina e interesse dos alunos (62,8%), falta de apoio e reconhecimento da sociedade (61,3%) e falta de envolvimento e participação das famílias dos alunos (59%).

Segundo os dados da pesquisa, mais da metade dos respondentes (52,3%) diz já ter passado por algum tipo de violência enquanto desempenhava sua atividade como professor. As violências mais relatadas são agressão verbal (46,2%), intimidação (23,1%) e assédio moral (17,1%). São citados também racismo e injúria racial, violência de gênero e até mesmo ameaças de agressão e de morte. A violência é praticada principalmente por alunos (44,3%), alunos e responsáveis (23%) e funcionários da escola (16,1%).

Apesar disso, a pesquisa mostra que a maioria (53,6%) dos professores da educação básica está satisfeita ou muito satisfeita com a carreira. Os professores apontam como motivos para continuar nas salas de aula, principalmente, o interesse em ensinar e compartilhar conhecimento (59,7%), a satisfação de ver o progresso dos alunos (35,4%) e a própria vocação (30,9%).

“Apesar de todos os problemas é o que eu gosto de fazer e tenho maior capacidade”, diz um dos professores entrevistados, cujo nome não foi revelado. “A paixão pelo processo de ensinar e aprender, contribuindo para a evolução das pessoas”, aponta outro, que também não foi identificado.

Para Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, esses dados são importantes porque mostram o que motiva os professores. “Ele fala da sua vocação. Fala do interesse em ensinar, da satisfação de ver o progresso do aluno. São fatores que estão interligados. Tanto a vocação como o interesse em compartilhar o conhecimento e a satisfação de ver o progresso do aluno. Esse é um dado muito importante em termos do perfil daquele que escolhe ser professor”,, destaca

Licenciaturas

A pesquisa Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil faz parte da 14ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, que reúne dados oficiais e coletados pelo Instituto Semesp para traçar o cenário atual do setor educacional no país. Esta edição tem como foco principal Cursos de Licenciaturas: Cenários e Perspectivas.

De acordo com a publicação, o Brasil tem 9,44 milhões de estudantes matriculados no ensino superior. A maioria deles está em instituições privadas (78%). Por lei, pelo Plano Nacional de Educação (PNE), até 2024, o país deveria ter 33% dos jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior. Até 2022, essa taxa era 18,9%.

Atualmente, 17% dos alunos do ensino superior cursam alguma licenciatura, o que equivale a 1,67 milhão de universitários. Pedagogia aparece como 17º curso com mais estudantes nos cursos presenciais diurnos e como o primeiro curso com mais estudantes em ensino a distância (EaD).

Apesar do grande número de estudantes, os dados mostram que as desistências nesses cursos são altas. Cerca de 60% dos estudantes de licenciaturas na rede privada e 40% dos estudantes da rede pública desistem da formação. Entre os mais jovens, apenas 6,6% dos entrevistados pelo Instituto Semesp têm interesse em cursar cursos da área de educação.

“Nós pensamos que é necessário repensar também o modelo de oferta dos cursos de licenciatura, com essa campanha que estamos fazendo para atrair os jovens para os cursos de licenciatura. Os currículos têm que ter mais prática e mais capacitação para esse uso de tecnologia, a necessidade de financiamento das mensalidades, porque a maioria dos que vão para o curso de licenciatura é de uma classe social mais baixa e, por isso, a necessidade de uma bolsa permanência para o aluno não evadir e não precisar trabalhar”, defende Lúcia Teixeira.

Formação a distância

Recentemente, as altas taxas de matrícula em cursos a distância e a preocupação com a qualidade da formação dos estudantes, especialmente dos futuros professores, levaram o Ministério da Educação (MEC) a buscar uma revisão do marco regulatório da modalidade.

Para o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, a formação presencial pode não ser a única solução. Ele defende uma revisão da avaliação dos cursos. Ainda que seja na modalidade a distância, ele ressalta que os cursos de formação de professores preveem uma carga horária presencial, em estágios, por exemplo.

“Eu acho que o que precisa é melhorar a avaliação dessa presencialidade. Se eu tenho obrigatoriedade de estágios e esses estágios não são cumpridos ou são muito ruins, aí eu tenho um problema. Se é ruim e eu só aumento a carga [horária presencial], eu só vou aumentar a ruindade. Então, eu acho que, primeiro, antes de discutir mais carga presencial ou menos carga presencial, não estou falando que a gente defende ou não defende, mas eu acho que é preciso melhorar esse monitoramento do presencial”, diz.

A pesquisa feita com os docentes pelo Instituto Semesp mostra que 50,1% dos respondentes discordam parcial ou totalmente da afirmação de que o ensino a distância não é adequado. Além disso, para 55,7% dos entrevistados, os cursos de licenciatura devem ser ofertados apenas na modalidade presencial.

(Fonte: Agência Brasil)

– CIÊNCIA & CONSCIÊNCIA

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“Quando morreres, só levarás aquilo que tiveres dado”.

MUSHARRIF OD-DIN SAADI (1184-1291), poeta persa.

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I – “MORTES”

“Quantos mortos trago vivos

no fundo do coração

e dentro em mim quantos vivos

há muitos mortos estão”.

(BELMIRO BRAGA, 1872-1937, poeta brasileiro)

Há pessoas que não morrem só uma vez. Quando for contada em livro a história da grande vida de Terezinha de Jesus Almeida Silva Rego – e, a partir de uma queda em casa, de sua inesperada morte, dia 3/5/2024 –, o pesquisador e escritor mais diligente poderá incluir, sem intenção de blague, os registros apressadamente feitos – e envergonha…

CONCLUSÃO (TEREZINHA DE JESUS ALMEIDA SILVA REGO - CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA)

PREMIAÇÕES & HOMENAGENS – Se gentileza gera gentileza, o trabalho bem feito pode render reconhecimentos. Terezinha Rego foi homenageada pela Câmara de Comércio Brasil – China, pois os asiáticos estavam agradecidos à cientista maranhense pelo envio de medicamentos fitoterápicos que curaram os chineses que sofriam com o surto da doença “pneumonia asiática” em 2003.

E do sul da Ásia outra distinção, desta vez da Índia, de onde veio para Terezinha Rego um troféu como forma de reconhecimento e homenagem... Ela observa: “No Exterior eu sou mais conhecida do que aqui no Brasil”.

Por escolha da Sociedade Botânica do Brasil, a maranhense passou três meses na Inglaterra, onde apresentou estudos e experiências, pelo que recebeu reconhecimento. Na oportunidade, esteve em dois lugares icônicos de Londres, a capital da Inglaterra e do Reino Unido: os Reais Jardins Botânicos de Kew ou apenas Jardins de Kew (em inglês: Royal Botanic Gardens, Kew; ou apenas Kew Gardens), criados em 1840; e The British Museum, o famoso Museu Britânico, fundado em 1753. Os Reais Jardins Botânicos são considerados os maiores do mundo, pelo critério de variedade de plantas (em maio de 2019 eram 16.900 espécies), um herbário com mais de 7 milhões de espécies e “2.000 anos de conhecimento sobre plantas em uma das mais extensas bibliotecas botânicas do mundo”... e um mundo de coisas mais, vegetais, gastronômicas, arquitetônicas etc. Já o Museu Britânico é o detentor do fragmento da Pedra (ou Estela) de Roseta, “a mais famosa pedra do mundo”, cujas inscrições em três antigas línguas (egípcio hieroglífico, demótico e grego) foram decifradas em 1822 pelo filólogo e egiptólogo francês Jean-François Champollion, o que provocou uma saudável, esperada e necessária (r)evolução para a Arqueologia (em especial a Egiptologia) e a Paleografia, pois, a partir da decodificação da pedra, instaurou-se uma referência para futuras novas traduções de antigos textos ou inscrições.

E, volte-se a lembrar, que, ainda na Europa, um estudo de Terezinha Rego ganhou o 1º lugar em evento em Córdoba, cidade espanhola de mais de 22 séculos e Patrimônio Mundial da Unesco. Observa a escritora Arlete Nogueira da Cruz, em texto de 2023: “Antes do Brasil, [Terezinha] foi reconhecida fora, na Holanda, Portugal, Itália, viajando a convite pelo Japão, Cuba, Espanha [...], Londres e outros países que se beneficiavam com as suas medicações”.

O programa “Globo Rural”, da TV Globo, fez homenagem à pesquisadora maranhense.

Em 2001, o nome e trabalho, a vida e obra de Terezinha Rego foi tema de samba-enredo da maior campeã (pelo menos 20 títulos) do Carnaval da capital maranhense, a Sociedade Recreativa Escola de Samba Favela do Samba. O título do samba – "De cabaça a cabacinha, eu sou mais Terezinha" – destacou o fruto cabacinha (ou buchinha, entre outros nomes), do qual Terezinha isolou o princípio ativo e, ao final dos estudos e outros esforços científicos, produziu um dos seus mais conhecidos medicamentos fitoterápicos, aqui já citado. O samba, feito com os parceiros Tião e Riba do Palmares, foi a última composição do músico rosariense Escrete (José Henrique Pinheiro Silva), falecido aos 54 anos (15/3/1952-25/01/2007).

Em 2002, nas comemorações do Dia do Farmacêutico em Brasília, Terezinha Rego foi uma das 22 pessoas, entre farmacêuticos e autoridades, a receber homenagem do Conselho Federal de Farmácia.

Em setembro de 2009, o Senado Federal rendeu homenagem a Terezinha Rego, em sessão especial em Brasília, pela dedicação à flora e à Fitoterapia, à formação de novos profissionais, ao trabalho em favor da saúde de populações carentes etc.

Em 26 de outubro de 2010, Terezinha Rego recebeu o título de Doutora "Honoris Causa", da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). O discurso de saudação foi feito pela fundadora e diretora do Curso de Ciências Biológicas, professora e pesquisadora Zafira da Silva de Almeida – que faleceu em 11 de dezembro de 2021 e que, imperatrizense de nascimento, teve seu nome por mim escolhido para o patronato da Cadeira nº 1 do Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz, que (re)fundei na “Princesa do Tocantins” em março de 2023, “ressuscitando” os esforços, de outros e meus, de criação do Instituto em 23 de fevereiro de 1989, data que o novo Estatuto do IHGI manteve. Na entrega do Diploma, o reitor José Augusto Silva Oliveira destacou: "O título ‘Honoris Causa’ reconhece o esforço e o trabalho realizado por cientistas como Terezinha Rêgo à sociedade e legitima o papel da universidade diante do seu corpo docente".

Em 2010, Terezinha Rego foi uma das 15 mulheres finalistas da 15ª edição do “Prêmio Cláudia”, da revista feminina de mesmo nome publicada desde outubro de 1961 pela Editora Abril, de São Paulo (SP). O Prêmio Cláudia “consagra mulheres brasileiras que alcançaram relevância em uma das seguintes áreas: Políticas Públicas, Trabalho Social, Negócios, Cultura e Ciências, sendo que as vencedoras são escolhidas por três júris (o de notáveis, o da redação e o de leitoras)”. Terezinha estava na categoria “Políticas Públicas”.

Em 20 de dezembro de 2016, por sua dedicação à pesquisa científica em Fitoterapia e estudos conexos (Etnobotânica, Hortas Medicinais, Medicina Popular etc.), Terezinha Rego foi homenageada pelo governo estadual, no Encontro Anual dos Profissionais da Força Estadual de Saúde do Maranhão. Terezinha já havia capacitado todos os farmacêuticos e nutricionistas da Força de Saúde, além de ter ministrado palestras em diversos municípios maranhenses.

No ano seguinte, em outubro de 2017, a dedicação de Terezinha Rego à Ciência das plantas maranhenses foi objeto de homenagem da Câmara Municipal de São Luís.

Em 2019, foi homenageada com o Prêmio Fapema, concedido em São Luís pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão.

REGISTROS (MUITO) PESSOAIS

"De quantas vidas se faz uma vida? Quantas passam? Quantas ficam?"

(E. S.)

Conheci Terezinha Rego. Até seu falecimento, tivemos em comum a pertença, em tempos variados, aos quadros e atividades de pelo menos cinco organizações, instituições ou entidades: a Academia Maranhense de Ciências (AMC, fundada em 2008), o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM, fundado em 1925), o Partido Socialista Brasileiro (PSB, fundado em 1947), o Rotary Club/Rotary International (fundado em 1905), e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC, fundada em 1948). Na Política, ela na capital e eu no interior maranhense, nos “aventuramos”, demos a cara à tapa colocando-nos disponíveis e dispostos e concorrendo a mandatos eletivos – Terezinha, a senadora, e eu, a quase tudo. E pagamos o “preço” que a “pulítica” errada e minúscula cobra dos que ousam torna-la menos ruim. Político que não é corrupto não é confiável...

Tenho os livros de Terezinha, que obtive com autógrafo e dedicatória para outrem, uma terceira pessoa de quem a obra se deve ter descolado e ido para venda em loja especializada de raridades assim –  onde eu, capt!, peguei!

Puxando pela memória, creio que a primeira vez que encontrei-me com Terezinha Rego – e não foram muitas – deve ter sido na década de 1990. E, como dizem os latinos: “Pauca, sed bonna” – poucas vezes, mas boas vezes. Uma das conversas mais interessantes e emocionantes que (man)tivemos deu-se em um evento técnico da Embrapa, a excepcional, incomparável Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, criada em 1973 pelo governo federal . Foi assim:

No interior maranhense, eu era gestor de um órgão público voltado para o Desenvolvimento Integrado. Como sempre nessas estruturas da Administração Pública, quem está à frente de Pastas assim têm mais poder de sugestão do que de decisão... Então, eu me dedicava também a escrever artigos, ministrar palestras, auxiliar na organização ou dinamização de entidades, com uma obstinação crédula, quase quixotesca. (Nós, os idealistas...).

Por saudável insistência de uma técnica/gestora da Embrapa, que fora alertada por um engenheiro seu irmão e conhecedor de meus esforços e intenções, aceitei convite para contribuir com a formulação do Planejamento Estratégico da Empresa, que se daria em São Luís, com a presença de mais de uma centena de técnicos e outras boas gentes do ramo, do Brasil e do exterior, que ficaram dois dias “internados” em hotel, dedicado exclusivamente a observar e absorver a metodologia e a aplica-la quando da parte “prática”, da elaboração de ideias, metas, objetivos, ações, essas coisas.

O evento era uma espécie de “Future Search Conference”, um encontro de busca de futuro, ou seja: Atrás do quê mesmo a Embrapa deveria correr? No Maranhão, o encontro tinha o nome, se não me engano, de “Busca de Prioridades do Agronegócio do Maranhão” – e, adianto logo, quando terminou o evento, minha participação fez a diferença na definição de qual a cidade do interior onde iria dar-se o próximo encontro...

Recordo-me que, durante os dois dias, mais de cem técnicos maranhenses e não maranhenses contaram com a participação de especialistas de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e do exterior, discutiram a definição de temas e linhas de ação da Embrapa, na região do Meio-Norte brasileiro. Durante as atividades, fui eleito coordenador de grupos de discussão e relator de trabalhos. Ao final da reunião, foram relacionados seis grandes pontos desejáveis para a atuação da Embrapa nos próximos cinco anos: Agronegócio Familiar, Grãos, Fruticultura, Cadeias Produtivas, Pecuária e Recursos Naturais. Entre as sugestões que apresentei e defendi, estava a necessidade de continuidade do processo de Gestão Participativa não só na formulação e formatação das linhas de planejamento estratégico para a elaboração do Plano Diretor da Embrapa mas também no compartilhamento das informações e implementação das ações.

Apresentei ainda sugestões de ações tecnológicas e não tecnológicas, aprovadas em grupos e pelo plenário da reunião. Entre as sugestões, a de realização de convênio entre a Embrapa e o Projeto Banco do Nordeste/PNUD (Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento) para a capacitação empresarial de pequenos empreendedores de agronegócios. Essas sugestões e intervenções receberam apoio e elogios de autoridades e técnicos presentes, entre os quais um do interior maranhense, o deputado estadual e engenheiro agrônomo Mercial Arruda, que disse estar a região tocantina “muito bem representada com a participação do secretário Edmilson Sanches”.

Também elogiaram a nossa participação e manifestaram apoio às propostas que apresentei o agrônomo e pesquisador Marco Aurélio, diretor da Empresa Maranhense de Pesquisa Agropecuária (Emapa), o economista e professor universitário Arlindo Raposo (consultor do Consórcio Intermunicipal de Produção e Abastecimento-Cinpra), o produtor e consultor Enílton Grill, a engenheira Rosa Lúcia Rocha Duarte (pesquisadora em Horticultura da Embrapa em Teresina - PI) e a chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa, Maria Pinheiro Fernandes Corrêa. Ainda tive tempo de ter reuniões na capital com técnicos do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do governo federal) e do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ipes, do governo do Maranhão).

E onde aparece Terezinha Rego nessa história? Relembro: as sugestões que eu havia apresentado  – de minha parte e como líder de grupos –, abrangiam seis áreas ou subáreas: Agronegócio Familiar, Grãos, Fruticultura, Cadeias Produtivas, Pecuária e Recursos Naturais.

Pois bem: na hora que fui convidado a apresentar as reflexões, ideias e proposições do grupo que eu liderava, entre as propostas detalhadas estava a que elevava a importância da Botânica, da flora, da Medicina Natural, da Fitoterapia, das plantas e demais vegetais do Maranhão. Reclamei do pouco caso, do acaso e descaso que há entre autoridades e formuladores e executores de Políticas Públicas, que detêm nível de decisão acima dos “operadores” da Fitoterapia maranhense, como os Farmacêuticos-Bioquímicos, os Botânicos, os Fitoterapeutas, os Nutrólogos, os Nutricionistas, os Engenheiros Alimentares, os Técnicos Agrícolas, os Naturopatas e, entre outros, os pajés e demais indígenas responsáveis, nas comunidades tribais, pela condução do ritualismo mágico, por serem ou terem a autoridade xamanística relacionada à invocação e controle de espíritos e o uso tradicional de plantas, o que, em suma, torna os pajés ou outros indígenas os indivíduos de referência, reverência e, quase sempre, primeira preferência em assuntos da mística e realidade de cada tribo e de exercício ou manifestação de poderes encantatórios, tanto oraculares (consulta a divindades) quanto vaticinantes (profecias ou predição de futuro) e, é claro, CURATIVOS.

Era exatamente este aspecto – “curativo”, medicamentoso – do uso da Flora maranhense que eu busquei ressaltar na apresentação das propostas. Devo ter dito de minhas lembranças com o sem-número de remédios, de “banhos de cheiro”, de “lambedores”, de mezinhas e compressas, até “benzeduras” com galhinhos que murchavam e o quê mais que minha zelosa mãe, Dona Carlinda (falecida aos 49 anos) preparava, à base de cascas, folhas, sementes, óleos, pós, folhas, flores e frutos ou frutas, mas sobretudo preparava à base de afinco e de afeto, com muita habilidade, com a maior bondade... e o melhor resultado, comprovadíssimo pela melhoria ou restauro da saúde de filhos, familiares, vizinhos e muitas pessoas a quem Dona Carlinda (linda até no nome) acudia em nossa residência, sem nada cobrar ou receber de todos que a procuravam. A aqueles “preparos” minha mãe e eu, bem-humorados, brincávamos denominando-os de “garrafadas” ou “gororobas”, “xamberebas” ou... De minha parte, até hoje nunca “arrepunei” (repugnei, rejeitei), nunca “enjeitei” (recusei) tomar chá ou suco de mastruz, ou de folho de boldo com laranja, entre outras “soluções”, guardadas em garrafas de vidro que eram mantidas na geladeira sempre cheias daqueles líquidos preciosos, milagrosos...

A veemência e emoção com que defendi as plantas e a Fitoterapia maranhense falaram fundo em Terezinha Rego, de cuja presença eu sequer sabia no lotado salão onde os grupos àquela hora se concentravam. (Durante os dois dias os grupos se haviam espalhados por diversos pontos do hotel, ali no Bairro São Francisco, da capital maranhense).

Recordo-me de que, após ter feito sua exposição, o líder do grupo de que participava a professora Terezinha Rego anunciou um momento de fala solicitado pela pesquisadora. Não deu outra. Terezinha Rego começou com impacto e com emoção, ao elogiar as palavras que eu dissera, agradecer a proposição que eu fizera e do modo com que eu expusera. Disse que nem mesmo no grupo em que ela estava foi lembrado o uso ou utilização das plantas medicinais do nosso Estado para integrar parte das ações do plano estratégico da Embrapa, que ali se formulava.

Eu me lembro dos olhos brilhantes, chorosos, emocionados, verdadeiros da tão dedicada cientista da flora do Maranhão. Ali, pequena, aparentemente frágil, mas já com um portifólio real e potencial de conteúdos, ações e soluções práticas que, em milhares de casos, beneficiaram ou viriam a beneficiar mais ainda muuuuuuita gente, seja no Maranhão, seja no Brasil, seja na China.

Todos ouviram respeitosamente, e igualmente emocionados, a professora Terezinha Rego. Era a lutadora ali, querendo quem sabe abrir ou confirmar mais um espaço de (boa) ação, de (bom) uso para suas / nossas plantas. Foi aplaudida de pé. O engenheiro Mercial Arruda (não lembro se ele integrava meu grupo; atualmente é prefeito de Grajaú (MA)), com o (bom) hábito de deputado que era à época e com o conhecimento de engenheiro-agrônomo, do interior, pediu a palavra e fez um escancarado elogio – esses políticos amigos... – ao que eu e a professora Terezinha dissemos e propusemos e defendemos. Saiu um ou dois dias depois no jornal “O Estado do Maranhão”, terceira página.

Assim conheci Terezinha Rego.

Na lida. Na luta.

II – MORTE

"[...] o rio mais cansado / alcança a salvo nalgum lugar o mar."

(SWINBURNE, 1837-1909, escritor inglês)

A morte de Terezinha Rego deu-se a partir de uma queda em sua residência, quando bateu a cabeça. Levada a hospital, onde ficou internada, o quadro evoluiu para pneumonia e, ao final, a grande mestra veio a falecer às 2h30 de sexta-feira, 3 de maio de 2024, em razão de insuficiência respiratória. Em declarações à TV Difusora, uma sobrinha da fitoterapeuta, Elaile Silva Carvalho, detalhe o ocorrido: “No domingo [28 de abril], ela caiu ao tentar se levantar e minha prima levou-a ao hospital para ver se ela não havia quebrado nada. Os médicos acharam melhor que ela ficasse em observação por 24 horas. À noite, ela se sentiu mal e vomitou. Pela manhã, ela vomitou e broncoaspirou. Em decorrência dessa broncoaspiração, ela contraiu uma pneumonia”. Depois, segundo a notícia, “os médicos passaram a administrar antibióticos para tentar evitar que o quadro pulmonar evoluísse, mas o quadro se agravou”. A sobrinha continua: “Ontem [2 de maio] pela manhã, ela até dormiu bem, mas, já na metade da manhã, os médicos chamaram a família para dizer que os antibióticos não estavam fazendo mais efeito”. A sobrinha finaliza, com um retrato 3 x 4 de uma pessoa de grandes dimensões, profissionais e sobretudo humanas: “Ela teve uma vida plena. Uma pessoa festiva, gostava de festas e de reunir as pessoas. Tratava todo mundo igual, independentemente da condição social e econômica da pessoa. Ela ajudou muitas famílias e durante esses noventa e um anos de vida dela. Ela deixa um legado para nós lembrarmos dela eternamente”.

Terezinha Rego ter sua morte causada por problemas respiratórios é uma lamentável coincidência e triste ironia, pois foram doenças e problemas respiratórios o que tanto ela estudou e de que tanta gente ela cuidou e curou com vários de seus medicamentos, dum lado ao outro do mundo, do Brasil à China. Pelo visto e sentido, a vida continua fazendo suas estranhas poesias... O corpo de Terezinha Rego foi cremado na tarde do dia 3 de maio, no Cemitério Jardim da Paz, após ter sido velado no Salvatore Funeral Home, em São Luís.

III – PÓS-MORTE

"Do lado esquerdo carrego meus mortos. / Por isso caminho um pouco de banda".

(CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, 1902-1987, escritor brasileiro)

A FALTA QUE ELA FAZ... – Após a morte de Terezinha Rego, pessoas físicas e jurídicas, instituições de que ela fazia parte, emitiram notas onde registraram seu pesar e reconheceram a contribuição de cientista e humanista maranhense à Ciência e à Sociedade. Trechos das manifestações institucionais de que tive conhecimento:

A UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (UFMA), “alma mater” de Terezinha Rego, destacou em sua Nota; "Farmacêutica por formação e professora do Departamento de Farmácia da UFMA, Terezinha Rêgo era apaixonada pela flora medicinal desde a infância. Dedicou mais de cinco décadas de sua vida ao estudo e à valorização das plantas medicinais como ferramentas para a promoção da saúde e do bem-estar. (...) Entre tantas outras premiações, com base em seus estudos, a pesquisadora contribuiu para que a UFMA alcançasse destaque no cenário internacional. A Universidade se solidariza com familiares e amigos neste momento de dor e consternação".

O PODER EXECUTIVO DO MARANHÃO, pelo governador do Estado Carlos Brandão, apresentou “[...] solidariedade aos familiares, amigos e alunos da professora Terezinha Rêgo. Sem dúvidas, ela entra para a história da ciência maranhense pela sua importante contribuição para a Botânica e Biotecnologia, com especial atenção aos que mais precisam. Descanse em paz!”

O PODER JUDICIÁRIO DO MARANHÃO (Tribunal de Justiça/TJ-MA) registrou que Terezinha Rego era “reconhecida pelo seu conhecimento em Farmacologia natural baseada na flora medicinal maranhense” e informou que, “em seu discurso oficial durante a solenidade de posse da nova Mesa Diretora do TJ-MA (biênio 2024-2026), realizada na última terça-feira (30/4), o desembargador Froz Sobrinho homenageou a professora, pelos serviços prestados à ciência e à população no Maranhão. A professora Terezinha de Jesus Almeida Silva Rêgo [...] era irmã dos desembargadores (aposentados) José Antônio e Orville de Almeida e Silva (in memoriam). Notabilizou-se na UFMA e na comunidade acadêmica por suas inúmeras pesquisas e seu empenho como coordenadora do Herbário da Universidade [...]”.

O PODER EXECUTIVO MUNICIPAL DE SÃO LUÍS, por intermédio do prefeito  Eduardo Braide, ressaltou em Nota que Terezinha rego foi “pioneira e incansável no estudo da fitoterapia e flora maranhense, teve a vida dedicada a estudar o poder de cura através das plantas, ajudando milhares de pessoas e, assim, tornou-se uma referência para o Maranhão, o Brasil e o mundo!”. Foi decretado “luto de três dias no município de São Luís em razão de sua partida, pelo grande legado de cura e ensinamentos que ela nos deixa. Descanse em paz. A sua luta é e será para sempre inspiração”.

O PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL DE SÃO LUÍS (Câmara de Vereadores) destaca que “Terezinha Rêgo deixa um grande legado para São Luís, para o Maranhão e todo o Brasil. Foi uma das mais influentes farmacólogas do País e seus tratamentos eram baseados em medicamentos naturais, sendo pioneira e reconhecida, nacionalmente e mundialmente, pelo estudo da flora medicinal do Maranhão.”

A UEMASUL – UNIVERSIDADE ESTADUAL DA REGIÃO TOCANTINA DO MARANHÃO confirma que Terezinha “dedicou sua vida ao estudo das propriedades curativas das plantas, sendo reconhecida nacional e internacionalmente por sua pesquisa inovadora, especialmente no tratamento de sinusite e outras doenças respiratórias”, que ela “era apaixonada pela formação de novos profissionais e pela preservação da rica flora medicinal do Maranhão” e lamenta “a perda  desta figura ímpar que tanto contribuiu para o avanço da ciência, da educação e da cultura do nosso Estado. Terezinha Rêgo deixa um legado de amor à natureza, conhecimento e compromisso com o bem-estar da comunidade.”

O CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA inicia seus registros lamentando “profundamente a perda de um dos maiores expoentes da profissão farmacêutica no país”, realçando que “a farmacêutica Terezinha de Jesus Almeida Silva Rêgo, conhecida como Terezinha Rêgo”, “[...] tinha 91 anos e era a farmacêutica com maior tempo de atividade do Maranhão”; que “foi uma das fundadoras da Academia Maranhense de Ciências, sendo pioneira e reconhecida nacional e mundialmente, pelo estudo da flora medicinal do Maranhão”; que “sua paixão pelas plantas começou com a instalação de hortas medicinais nas periferias de São Luís, por meio de uma pesquisa junto às comunidades carentes”; que “a fitoterapia a acompanhou por toda a vida”; que “um dos destaques da sua carreira foi o lançamento de um medicamento para sinusite, rinite alérgica e adenoide”; que esse “medicamento demorou 20 anos para ser lançado”; que “Terezinha Rego também pesquisou a chanana, uma flor amarela [que] tem uma substância energética que melhora o sistema imunológico” e “foi usado no tratamento do câncer no Hospital Aldenora Bello, em São Luís”. Os registros se encerram com “sentimentos” apresentados “à família, amigos e a todos aqueles que tiveram o privilégio de serem alunos ou pacientes da professora Terezinha Rêgo”.

Em sua Nota, a FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DO MARANHÃO (Fapema) “lamenta a morte da Pesquisadora Terezinha Rêgo, referência estadual, nacional e internacional em fitoterapia e que possui um legado inestimável resultado de mais de 50 anos de dedicação ao estudo da flora medicinal maranhense. Teresinha estará sempre imortalizada em sua produção e na memória de amigos, familiares, colegas, alunos e pesquisadores do Estado”.

A APRUMA (antiga ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS DO MARANHÃO, hoje SEÇÃO SINDICAL DO ANDES – SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR anota que Terezinha rego era “Professora aposentada do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Maranhão” e que ela continuava “contribuindo com o Departamento, inclusive depois de aposentada”. História que “a professora foi sindicalizada da Apruma desde o início da década de 1980” e que “teve grande e admirável contribuição para a formação de centenas de farmacêuticos no estado do Maranhão, com destaque para as experiências na área de Botânica, e na sua atuação na Fitoterapia, [...], com mais de 75 medicamentos lançados pelo herbário da UFMA, o qual por muitos anos coordenou”. A Nota avalia que Terezinha Rego “consolidou-se, assim, como parte da história da Fitoterapia do Brasil e do Exterior e sempre destacou a importância da rica flora do Maranhão.” Continua: “A mestra, também, sempre colocava em evidência a necessidade dos investimentos em educação e pesquisa por parte dos governos e externava o desejo de dias melhores para a Ciência.” Finaliza a Nota reconhecendo: “Homenageada por diversas entidades e instituições acadêmicas e científicas, inclusive pela Apruma, por sua forma de fazer e ser Ciência, por sua força como mulher e cidadã e pelo reconhecimento da sociedade dos seus atendimentos, principalmente às populações mais carentes.”

A nota da ACADEMIA DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DO BRASIL (anteriormente, ACADEMIA NACIONAL DE FARMÁCIA) registra o “legado inestimável” que Terezinha Rego deixa “para o Maranhão e para a comunidade científica”, reconhece a “contribuição para a fitoterapia e seu incansável trabalho em comunidades carentes”, destaca a “atuação exemplar na pesquisa e ensino” e confirma que “Terezinha Rêgo foi uma líder acadêmica respeitada, fundadora do Herbário Ático Seabra e coordenadora de importantes projetos científicos, como o Polo de Biotecnologia do Maranhão.” E lembra que “seu compromisso com a preservação do conhecimento botânico e seu empenho em promover mudanças estruturais na forma como a Ciência é percebida são legados que perdurarão”, concluindo: “Que a memória e o exemplo de Terezinha de Jesus Almeida Silva Rêgo permaneçam vivos em nossos corações e inspirem-nos a seguir seus nobres ideais.”

A ACADEMIA MARANHENSE DE CIÊNCIAS (AMC), em sua Nota, “manifesta seu mais profundo pesar pelo falecimento da professora e fitoterapeuta Drª Terezinha de Jesus Almeida Silva rego, que, de 2008 a 2024, ocupou a Cadeira nº 14, como Membra Efetiva e fundadora da AMC.”

O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO divulgou Nota comunicando o falecimento de Terezinha Rego e lembrou que a “professora, pesquisadora” foi a “pioneira no estudo da Fitoterapia no Maranhão” e era “sócia honorária do IHGM”.

A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FITOTERAPIA (ABFIT) destacou o “legado imensurável para a fitoterapia'” que Terezinha rego deixou “com sua dedicação ao estudos das plantas medicinais” e que “sua representação na pesquisa Etnobotânica fora do Brasil é orgulho para todos nós que nos dedicamos a trabalhar com as plantas medicinais”.

Em sua “Nota de Pesar e de Reconhecimento”, a ACADEMIA BRASILEIRA ROTÁRIA DE LETRAS (ABROL/MA) resumiu a formação, atuação e envolvimento sociocomunitário e institucional de Terezinha Rego. Registrou a presidência de clube rotário de Terezinha Rego e destacou suas “atividades de voluntariado uma vez associada do Rotary International”. A Nota encerra, reconhecendo: “Por todas as atividades desempenhadas, pela democratização da Ciência, pelas vidas salvas, pela dedicação com todos que se beneficiaram dos seus conhecimentos e dedicada atenção, ficam as homenagens a essa mulher maranhense de grande contribuição ao ensino e à pesquisa científica nacional e de merecido reconhecimento internacional”.

Em sua Nota, a ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS (ALL) qualificou Terezinha Rego como “uma importante figura no campo científico nacional, conhecida por suas contribuições ao estudo da Farmacologia Natural e da Fitoterapia, especialmente com foco na flora medicinal do Maranhão” e que “sua trajetória destaca-se por décadas de trabalho em pesquisa, educação e promoção da saúde”.

O INSTITUTO FLORENCE, estabelecimento privado de Ensino Superior, de São Luís, também se manifestou. Trouxe em sua Nota (“Lágrimas que regam plantas”): "Como membro fundadora da Academia Maranhense de Ciências e professora titular do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), seu legado na formação de estudantes e na pesquisa da medicina popular são indeléveis. Os estudos de Terezinha Rêgo na área da fitoterapia sempre priorizavam a busca de tratamentos a populações mais carentes, demonstrando seu compromisso com a saúde pública e o bem-estar social".

A FAVELA DO SAMBA lembra em sua nota que “Terezinha Rego foi tema do nosso desfile de Carnaval no ano de 2001” e que “neste momento de luto, unimo-nos em solidariedade à família e amigos de Terezinha, compartilhando as memórias de sua vida extraordinária”. Ao final, a escola de samba deseja “que a jornada” de Terezinha Rego “seja iluminada pelo brilho que ela trouxe ao mundo”.

IV – CIÊNCIA, CONSCIÊNCIA

Um casulo é o túmulo de uma lagarta e o berço de uma borboleta;

também a morte para o homem é o princípio de uma nova e melhor vida.

(MARQUÊS DE MARICÁ, 1773-1848, filósofo e escritor brasileiro)

Terezinha Rego, avessa à política, não queria FAZER PODER – ela só queria trabalhar, isto é, PODER FAZER. Para não dizer que ela pelo menos não tentou na política, em 2002 concedeu-se o direito cidadão de concorrer a uma candidatura, ao Senado, pelo PSB. Os maranhenses, entretanto, não a elegeram, pois tinham ciência e certeza de a partir de qual cadeira Terezinha Rego fazia bem feito o bem que fazia para o Maranhão, o Brasil e o mundo: era na cátedra magisterial, não na poltrona senatorial.

Outra declaração de amor se junta àquela: “[...] acho que essa é a minha grande paixão: a botânica, lutar pelas nossas plantas e mostrar o valor que elas têm.” E mais adiante continua, com um olhar no futuro – que lamentavelmente já está presente, com a morte de Terezinha, que expressou um desejo: “Eu espero que alguém continue esse meu amor pelas plantas, que não deixe morrer essa importância que elas têm no dia a dia de cada um de nós, não só na saúde, como também na alegria, pois as flores trazem também muita alegria. Sou uma inteira apaixonada pela Botânica.” E por ser forte e grande, embasado e verdadeiro, o amor de Terezinha à Botânica contagia: um ex-aluno que se tornou presidente da Agência Nacional de Vigilância sanitária (Anvisa), do Governo Brasileiro) emocionou sua antiga mestra ao dizer em entrevista nos Estados Unidos: “Tudo que eu tenho, esse amor, tudo que já consegui fazer através das plantas, devo a minha professora de Botânica, Terezinha Rêgo”. Para ela, essa declaração foi a “emoção maior”.

Com ela, o conhecimento, isto é, a ciência dos benefícios das plantas levou os benefícios das plantas à Ciência. Com ela, o EMPIRISMO, no que este tem de observacional e experiencial, chegou ao CIENTIFICISMO, no que este tem de rigor metodológico e de positividade de resultados.

A Ciência de Terezinha Rego despertava-lhe tanto um sentimento de amor profissional quanto um sentido de consciência social. Para fazer Ciência, ela própria diz com outras palavras, se envolvia tanto e viajava tanta que a própria mãe dela, Dona Chiquinha, se perguntava ou sugeria por que Terezinha já não deixava permanentemente a mala na garagem... Terezinha confirma, em entrevista à Fapema, em 2010: “Eu sempre lutei por isso. Eu me lembro que viajava muito em busca de pesquisa, deixava minhas filhas pequenas mais com o pai, que foi meu grande apoiador. Graças a Deus, minhas filhas e toda a minha família entenderam a minha paixão pela botânica, pelo meu trabalho. Sou inteiramente apaixonada.” Bem-humorada e entre risos, avalia: “Olha, eu não sei se, por causa desse amor pela Botânica, se eu fui uma boa mãe, uma boa avó”.

Para ter o que fazer com a Ciência, após tanto conhecimento observado e absorvido, Terezinha Rego foi dividi-la com pessoas, famílias, comunidades pobres, inicialmente apeando seu acervo de Ciência e Consciência e compartilhando “essa ideia das hortas” (iniciada em 1955 ou 1956) com pessoas do Apeadouro, bairro do século XVII e um dos mais antigos de São Luís, situado entre os bairros João Paulo, Fátima, Monte Castelo e Alemanha.

DOR – A dor a que aqui se refere não é a dor da tortura, do sofrimento, mas a dor do incômodo, do inconformismo. Não é a dor nervo, sensação, mas a dor sentimento, coração. Doía em Terezinha Rego a falta de apoio, declarada em diversas entrevistas. A falta de melhor e mais adequada estrutura –  espaço, equipamentos, tecnologia, investimentos, pessoal (houve época em que Terezinha Rego só contava três auxiliares – um engenheiro agrônomo, uma secretária e um auxiliar. Em 2011, ela revelava: “Olha, tem mês que o dinheiro arrecadado não dá para cobrir a folha [de pagamento] e a gente tem que entrar nos recursos da gente”.

Havia também em Terezinha Rego uma “dor cívica”, cidadã, trazida pela necessidade social de redução de certas demandas de comunidades de favelas e invasões carentes de um mínimo de assistência e dos medicamentos que ela teria condição de produzir, receitar e distribuir em maior quantidade, com garantida e qualidade, caso não fosse o quase descaso à sua causa.

Havia em Terezinha Rego a dor ante o poder da influência das multinacionais farmacêuticas sobre o uso de medicamentos fitoterápicos – isso combinado com a resistência “muito grande” da classe médica, à época. Disse a pesquisadora, em 2007: “A fitoterapia é milenar, mas foi marginalizada no Brasil devido a interesses de multinacionais que perderiam mercado para seus produtos alopáticos”.

A dor ante a falta de um laboratório para controle de qualidade, daqueles cuja tecnologia apresenta, em minutos, resultados que ela, Terezinha, só conseguia após 15 ou 20 anos de estudo. “É muito triste”. Ela ficou sem condição de competição ante o elevado grau de desenvolvimento tecnológico que estava sendo alcançado por laboratórios e faculdades de outros países. O Maranhão e o Brasil perderam muito...

A dor histórica por, no início, não ter espaço adequado para trabalhar, tendo conseguido uma sala pequena em um porão da universidade, local cujo acesso cobrava tempo e paciência e alguma chateação: era muita lama para enfrentar... o automóvel atolava... os alunos tinham de ajudar, empurrando o veículo da professora... Não há vitória sem sacrifício...

A dor por não ter conseguido  laboratório de alta tecnologia que seria doado pela China, porque a universidade, à época, disse não condição de dar a contrapartida – que era tão só o espaço físico para instalação dos equipamentos.

A “dor” causada pela insatisfação de, durante muito tempo, o Maranhão não se perfilar a Estados como Ceará e Pará, que já apresentavam avanços nos estudos científicos das plantas medicinais.

A dor ante as críticas injustas. “Fui muito criticada”. Por exemplo, em um congresso científico em Belém (PA), só faltou Terezinha ser queimada fisicamente, como uma nova Joana d’Arc, pois verbalmente foi agredida por cientistas que a chamaram de “feiticeira” durante e após a exposição da farmacêutica maranhense sobre plantas medicinais.

“Eu certamente não estarei aqui – disse Terezinha Rego, em entrevista –, mas quando conseguirem o princípio ativo capaz de contribuir para a cura do câncer, esse princípio virá das plantas”.

“As nossas plantas estão indo para o Exterior, estão sendo patenteadas lá e nós não temos o direito de utilizá-las mais aqui”. Em setembro de 2007, Terezinha Rego declarava em entrevista: “[...] ainda temos muita dificuldade com a lei de patentes e a falta de recursos para pesquisa”. Pessoalmente, ela confirmava nunca ter patenteado uma fórmula dela, “porque o processo é muito complicado e caro no Brasil. Os pesquisadores não têm recursos para patentear suas fórmulas”. E informava –  não sem um travo de decepção ou descontentamento ou frustração ou desapontamento, ou tudo isso junto e misturado – que “os japoneses patentearam a babosa (“Aloe vera”) e estão tentando patentear o “Peumus boldus”, o boldo brasileiro, porque descobriram que essa planta contém ácido acetilsalicílico, o princípio ativo da aspirina”.

Quando consultora da Central de Medicamentos do governo federal, Terezinha rego era sua consultora. Um de seus deveres era despachar pelos Correios plantas para serem estudadas, por exemplo, na nonagenária Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Essa atividade lhe valeu mais uma dor  --  a dor da suspeição injusta: “[...] eu fui barrada nos Correios pela Polícia Federal, [...] pela frequência com que eu transportava as plantas, como se eu tivesse traficando, como se tivesse mandando maconha [...]”. Terezinha compara: “Eu que lido com isso [plantas medicinais] desde os oito anos de idade, [...] eu fui chamada, e esses que levam as nossas plantas para lá (para o Exterior]? Eles são ao menos autuados? Não são [...]. É uma tristeza, viu. A gente sente uma revolta muito grande”.

V – LEGADO: E AGORA?

"Se nada se perde no mundo, se luz, som, pensamento, alma, tudo tem substância e tem força 

– onde estarão a voz, o pensamento, a alma daqueles que fecham os olhos [...]?"

(RACHEL DE QUEIROZ, 1910-2003, escritora brasileira)

Com milhares e milhares de anos de história, a Fitoterapia passa pelo Irã, pelo ginseng e cânfora da China, pelos receituários do Egito, pelo grego Hipócrates (pai da Medicina, que já receitava plantas), passa pela antiga Roma com Dioscórides e sua Farmacognosia... E, ante nossa riqueza florística, a Fitoterapia tem lugar cativo no Brasil para chegar e ficar e ser desenvolvida, enriquecida pela rica variedade de ervas, plantas e outros vegetais.

Morreu Terezinha Rego – a pessoa, pois viverá seu exemplo. E o quê, já nestes dias de hoje e nos tempos que hão de vir, o que se fará com os amores e dores dela?

Seu maior legado não é tão somente o que ela era e o que ela fez, mas, até muito mais, o que ela poderia ter sido e o que poderia ter feito, tal a miríade de desejos irrealizados mas factíveis; tais as potencialidades e possibilidades de fazer negadas, em diversos casos e em determinados momentos, por quem (de)tinha o poder.

Que na História permaneçam de modo indelével os esforços, estudos e realizações da farmacêutica, da fitoterapeuta, da botânica, da pesquisadora, da professora, da escritora Terezinha Rego.

Tudo isso é CIÊNCIA.

Que em nossa Memória, individual, comunitária e/ou coletiva permaneçam – e nos melhorem com seu exemplo – o modo de se dar com e para os outros, o jeito “Terezinha” de ser equânime e equilibrado, afetuoso e interessado e de ser humilde mas não, nunca, ser humilhado. Isto é (e)terno.

E isso tudo é CONSCIÊNCIA.

*

A Ciência sabe o que Terezinha Rego fez COM e POR ela.

E nós, maranhenses sobretudo, o que faremos com o que Terezinha Rego fez?

*

Com a mudança de Vida de Terezinha Rego para a Eternidade, Deus reforça seu time: agora os futuros Édens que Ele criar já podem contar com gente muito boa para deles cuidar... Uma profissional do ramo – do ramo... da flor... da folha... da semente...

Paz e Luz, Amiga.

* EDMILSON SANCHES

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(*) Ou 1960. Por oportuno, deixe-se patente que em alguns casos as fontes apresentam pequenas divergências de registros de datas, quantidades, lugares, fatos etc. Embora não lhe caiba a origem, ao autor deste texto cabe-lhe a responsabilidade das escolhas que fez. Futuramente, para este – e outro(s) texto(s), espera-se –  estudos e pesquisas com coleta de dados primários e novas entrevistas com colaboradores de Terezinha Rego poderão contribuir para a precisão e fixação definitiva das informações. (E. S.)

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REFERÊNCIAS – “sites”: www.academia.edu; amc-ma.org; apruma.org.br; www.camara.slz.br; site.cff.org.br; cienciasfarmaceuticas.org.br; claudia.abril.com.br; cristalinolodge.com.br; difusoranews.com;  www.escavador.com; www.fapema.br; farmaceuticos.org.br; www.florence.edu.br; gauchazh.clicrbs.com.br; www.gbif.org; g1.globo.com/ma; cidades.ibge.gov.br;  ihgb.org.br; www.instagram.com/p/C6gsFqwut69/; jornalpequeno,blog.br; www.jusbrasil.com.br; www.kew.org; miscelaneama.blogspot.com; namu.com.br; www.nybg.org/; portaloinformante.com.b; portal.sescsp.org.br; super.abril.com.br; www.terra.com.br; www.uemasul.edu.br; portalpadrao.ufma.br; /umsoplaneta.globo.com; https://whc.unesco.org; www.uol.com.br/ecoa; viajonarios.com; https://pt.wikipedia.org; www.youtube.com/watch?v=XuOqmoNoMvQ (TV UFMA); https://www.youtube.com/watch?v=wO5vNt9Wn9o (TV UFMA).

RÓNAI, Paulo. Dicionário Universal Nova Fronteira de Citações. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2024 – Parte dos fósseis recebidos são apresentados durante evento no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O acervo do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que está sendo reconstituído depois do incêndio de 2018, ganhou 1.104 peças doadas pelo grupo suíço-alemão Interprospekt, da família do colecionador Burkart Pohl. A doação foi feita por meio de uma parceria com o Instituto Inclusartiz, presidido pela ativista cultural argentina radicada no Brasil Frances Reynolds e o Museu Nacional. Todas as peças já estão guardadas em instalações do espaço cultural.

Compradas em feiras internacionais, as peças são originárias da Bacia do Araripe, localizada entre os Estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, onde estão as formações Crato e Romualdo. Segundo o Museu Nacional, trata-se de duas unidades ricas em  material paleontológico que datam, respectivamente, de 115 milhões e 110 milhões de anos. Frances Reynolds contou que Pohl, influenciado pelos pais, começou a colecionar fósseis ainda criança. “É um processo da vida inteira que ele está fazendo e tem também minerais que são incríveis”, relatou, em entrevista coletiva nessa terça-feira (7) no prédio em recuperação do Museu Nacional.

“Muitas vezes, a gente tem que ter um bom olho para saber o que está dentro da pedra. Esses fósseis foram preparados por técnicos”, destacou o colecionador.

Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2024 – Parte dos fósseis recebidos são apresentados durante evento no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Depois de atender a um chamado do diretor do museu, Alexander Kellner, Frances, que tem presença forte no cenário das artes plásticas do país e do mundo, assinou, em 2022, um acordo de colaboração técnica entre o Inclusartiz e a Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN). Desde lá, trabalha pela recuperação do acervo do histórico espaço cultural, que teve 85% das peças destruídas pelo fogo.

Foi assim que a argentina radicada no Brasil intermediou a doação para o Museu Nacional. O colecionador chegou à conclusão de que peças originárias do Brasil pertencentes ao seu extenso acervo deveriam ir para o Museu Nacional. “Tem que haver um estoque de fósseis do Brasil no museu mais importante do Brasil”, comentou.

“A gente faz um apelo para que mais pessoas façam isso. O Museu Nacional pertence a todos e seria muito importante que a gente realmente se concentrasse na recuperação e recomposição das nossas coleções”, disse o diretor do museu, já aguardando uma nova doação da família Pohl. “Rezo todos os dias”, completou sorrindo após a coletiva.

Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2024 – O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner durante apresentação de fósseis doados à instituição, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Alexander Kellner

Alexander Kellner trabalha com a possibilidade de conseguir, por meio de doações, 10 mil peças para a reconstituição do acervo. Segundo ele, o museu já recebeu cerca de 2 mil.

“Já tivemos particulares doando desde peças arqueológicas até mesmo o pequeno quadro da Leopoldina, essa austríaca de nascença, mas brasileira de coração, é uma grande injustiçada para quem entende um pouco de história e queira se aprofundar”.

“Pretendemos nas nossas novas exposições já em 2026 trazer um pouco isso de volta. A história dessa grande brasileira, que foi absolutamente fundamental para a nossa independência e tudo o que correu nesse palácio”, disse se referindo ao prédio do Paço Imperial onde se localiza o museu, na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio.

Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2024 – A fundadora do Instituto Inclusartiz Frances Reynolds durante apresentação de fósseis doados ao Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Frances Reynolds

Frances Reynolds disse que é fã do trabalho realizado pelo Museu Nacional e defendeu a união de vários agentes para a recuperação do espaço cultural. “A única maneira de transformar isso é que todo mundo se some. Cada um que possa dar o que tem para compartilhar dinheiro, ideias, portas para abrir, caminho das pedras como se diz aqui no Brasil, mas muito, muito importante é que juntos nós formamos um país e juntos nós formamos o museu”, disse.

Coleções de fósseis

Burkart Pohl tem uma das mais representativas coleções privadas de fósseis do mundo. Por acreditar na importância dos museus de história natural, criou o Centro de Dinossauros de Wyoming, nos Estados Unidos, e o Museu Paleontológico Sino-Alemão, em Liaoning, na China. Os dois fazem parte do grupo que desenvolve ainda projetos globais de escavações, exposições, educação e comércio relacionados à história natural.

Em um desses projetos, um grupo de seis paleontólogos e estudantes do Museu Nacional aceitou o convite de Pohl e, em agosto de 2023, participou da primeira excursão de escavação conjunta no noroeste dos Estados Unidos. O local é conhecido como terras ricas em fósseis de dinossauros da Formação Hell Creek, nos Estados de Wyoming e Montana.

De acordo com o Museu Nacional, dois alunos da equipe começaram a desenvolver lá um estudo sobre espécimes fósseis específicas. A expectativa é que o grupo possa voltar à região no segundo semestre deste ano. Para a paleontóloga do Museu Nacional Juliana Sayão, a experiência é superimportante. “A gente tem oportunidade de estar em um local onde nenhum paleontólogo brasileiro tem oportunidade de pesquisar, procurar fósseis e, principalmente, trazer para o museu”, destacou em entrevista à Agência Brasil..

Juliana adiantou qual é o sonho dos pesquisadores nesse projeto. “Encontrar o T-Rex porque ele mora nesse local. É onde se encontram fósseis como do T-Rex, do Tricerátops e outros dinossauros muito famosos que vimos no filme Jurassic Park e que a gente não tem no Brasil. Ali, a gente pode não só capacitar os nossos alunos na prática da coleta de fósseis como também fazer grandes descobertas que virão para o Brasil para ilustrar o nosso museu”, afirmou.

Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2024 – Parte dos fósseis recebidos são apresentados durante evento no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Na visão da paleontóloga, a doação tem importância científica porque inclui plantas fósseis vertebradas e invertebradas e grande quantidade de insetos, muitos deles ainda não conhecidos pela equipe. “A gente vai ter a oportunidade de estudar esse material e fazer uma série de análises e pesquisas envolvendo não só a descrição, mas a reconstrução do ambiente da Bacia do Araripe há 110 milhões de anos. Além disso, são fósseis belíssimos que vão ajudar a gente a recompor as nossas exposições quando o museu reabrir. É uma doação de importância tripla. A gente tem a ciência, a divulgação científica mostrando isso para a sociedade e a oportunidade de formar novos paleontólogos que vão estudar esses fósseis”.

Lucas Canejo Azevedo Francisco, licenciado em ciências biológicas pela UFRJ, fez mestrado em zoologia com ênfase em paleontologia e, atualmente, cursa doutorado em zoologia também com ênfase em paleontologia, os dois pelo Museu Nacional. Para ele, os fósseis são muito relevantes no estudo da paleontologia, porque permitem avaliar o modo de vida do animal, desde o que comiam, como viviam e como era o seu corpo. “Principalmente na minha área pela doação do Tupandactylus imperator, que é um pterossauro encontrado na Bacia do Araripe. Vai ser de vital importância inclusive durante o meu processo de doutoramento”, disse dando um exemplo de destaque das peças doadas.

(Fonte: Agência Brasil)

Nesta sexta-feira e sábado (10 e 11), a cidade de São Luís sediará a 99ª edição do Café com Personal. Promovida pela Associação Nacional de Personal Trainers (ANPT) com o apoio do Conselho Federal de Educação Física (Confef) e do Conselho Regional de Educação Física da 21ª Região (Cref21-MA), a iniciativa é totalmente gratuita e tem como objetivo central o debate de temas relacionados à área da atividade física, saúde e bem-estar, assim como atualizar os profissionais de Educação Física. Todas as atividades do Café com Personal vão ocorrer na Academia Viva Água, no Bairro do Renascença, em São Luís. 

O Café com Personal contará com uma ampla programação voltada aos profissionais de Educação Física e acadêmicos. Para o presidente do Cref21-MA, Sandow Feques, é uma excelente oportunidade para trocar experiências com alguns dos principais especialistas do país. 

“O Cref21-MA tem orgulho em apoiar mais uma edição do Café com Personal, uma iniciativa muito importante e valiosa para o profissional de Educação Física e para quem ainda é acadêmico. Vai ser uma experiência muito boa porque vamos poder dialogar sobre assuntos do nosso dia a dia, trocar experiências e conhecer a realidade de outros centros. Todos os profissionais e estudantes estão convidados a participar do evento”, afirmou. 

Vale destacar que a 99ª edição do Café com Personal concederá certificado aos participantes. As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser feitas pelo Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/cafe-com-personal-edicao-99-cref21-ma-sao-luis/2434421). 

Serviço

O quê: 

Café com Personal Edição 99 – São Luís

Quando: 

10 e 11 de maio de 2024 (presencial e com certificado)

Onde: 

Academia Viva Água (Renascença)

Realização: 

Associação Nacional de Personal Trainers

Apoio: 

Confed e Cref21-MA

Inscrições Gratuitas: https://www.sympla.com.br/evento/cafe-com-personal-edicao-99-cref21-ma-sao-luis/2434421

PROGRAMAÇÃO (SÃO LUÍS-MA) 

Sexta (10/5)

18h – Talks Personal Trainer – Diferencial Competitivo, Nicho, Atendimento e Vendas

Prof. Dr. Dionísio Alencar - 000029-G/CE

Prof. Me. Ricardo Barata -  000017-G/CE

Prof. Me. Adilson Reis - 000568-G/MT

Prof. Esp. Manuel Lopes - 040219-G/SP

Profª. Esp. Larissa Xerez - 004819-G/CE

Profª. Esp. Michelle Spósito - 059137-G/SP 

18h45 – Ginástica Coletiva: criando um modelo de atividade física

Profª. Esp. Luana Saminez - 015032-G/CE 

19h30 - Prescrição e Periodização do treino de força em academia de musculação

Prof. Me. Paulo Uchôa - 006811-G/CE 

20h15 - Variações de exercícios para potencializar a hipertrofia de MMII/ posteriores e glúteos

Prof. Romney Dantas - 003889-G/CE 

21h – Organização financeira para o personal trainer

Prof. Esp. Felippe Januário - 000879-G/AL 

Sábado (11/5)

8h – Abertura

Prof. Dr. Claudio Boschi - Presidente do CONFEF 

8h15 – Make money – aprenda as 5 principais rendas extras do personal trainer

Prof. Esp. Felippe Januário - 000879-G/AL 

9h – Exercício Físico no Pós-Operatório de Mamoplastia de Aumento

Prof. Esp. Manuel Lopes - 040219-G/SP 

9h45 – O mercado de trabalho e a formação de uma categoria profissional na Educação Física

Prof.Dr. Dionísio Alencar - 000029-G/CE 

10h30 – Reestruturação abdominal e Pós-parto

Profª. Esp. Larissa Xerez - 004819-G/CE 

11h15 – O Perfil do Profissional de Educação Física, desafios na nova intervenção

Prof. Me. Ricardo Barata -  000017-G/CE 

12h às 13h – Intervalo Almoço 

13h – Personal Training na Reabilitação Cardiovascular

Prof. Me. Adilson Reis - 000568-G/MT 

13h45 – Ginástica Coletiva: criando um modelo de atividade física

Profª. Esp. Luana Saminez - 015032-G/CE 

14h30 – CF 98: o outro modelo de gestão fitness

Prof. Victor Teles - 004232-G/MA 

15h15 – Variações de exercícios para potencializar a hipertrofia de MMII/ posteriores e glúteos

Prof. Esp. Romney Dantas - 003889-G/CE 

16h – Ginástica Coletiva, como trabalhar em academias, eventos e num navio

Profª. Esp. Michelle Spósito - 059137-G/SP

16h45 – Controle do volume no treinamento de força: Aspectos práticos

Prof. Me. Paulo Uchôa - 006811-G/CE 

(Fonte: Assessoria de imprensa)