Skip to content

Cursinho preparatório para o vestibular da Universidade de São Paulo - USP Leste.

As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) terminam nesta terça-feira (21). O prazo começou na última sexta-feira (17). Segundo o cronograma oficial, o resultado da chamada regular está previsto para 26 de janeiro, enquanto o período de matrículas será entre 27 e 31 de janeiro. Já o prazo para participar da lista de espera vai de 26 a 31 de janeiro.

Gerido pelo Ministério da Educação (MEC), o sistema executa a seleção de estudantes com base na média da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) até o limite da oferta de vagas por instituições públicas de ensino superior, por curso e modalidade de concorrência, de acordo com a escolha dos candidatos inscritos e perfil socioeconômico.

A inscrição é gratuita e feita exclusivamente pela internet. O acesso ao sistema de inscrição é realizado com as informações de login e senha para acesso aos serviços digitais do governo federal, mediante uma conta no gov.br. Quando o candidato realiza o login, o sistema recupera, automaticamente, as notas obtidas na edição do Enem válida para o processo seletivo.

Questionário

No ato da inscrição, o candidato preenche um questionário socioeconômico do perfil para Lei de Cotas e escolhe até duas opções de curso dentre as ofertadas em cada processo seletivo do Sisu. É possível alterar as opções de curso durante todo o período de inscrições. A inscrição válida será a última registrada no sistema.

Quem não for selecionado em nenhuma das duas opções de curso indicadas no ato de inscrição ainda pode disputar uma das vagas por meio da lista de espera do Sisu.

Todos os estudantes que participaram do Enem 2024 obtiveram nota na prova de redação maior do que zero e não declararam estar na condição de treineiro podem participar do Sisu.

(Fonte: Agência Brasil)

– Um livro e seu autor, referência da “Revolução de Janeiro”, ocorrida em 18/1/1995, há 30 anos, em Imperatriz (MA).

*

Todo candidato a presidente, governador ou prefeito deveria ler este livro. Todo político deveria tê-lo, lê-lo e discuti-lo – se possível, e é possível, implementar suas idéias, sugestões, receitas. A (re)leitura da obra é recomendável, em especial neste dia de pós-eleição para mandatários do Brasil e de diversos Estados.

Em setembro de 1999, o advogado Ulisses Azevedo Braga lançou o livro “Carta Urgente – Da ‘Revolta Cidadã’ à Utopia Brasil. Ulisses Braga (falecido em janeiro de 2011, aos 80 anos)  tornou-se a referência do movimento que ficou conhecido como “Revolução de Janeiro”, que literalmente pôs pra fora um prefeito de Imperatriz no ano de 1995.

A partir daquele furacão de cidadania, que derrubou nulidades políticas e administrativas e levou a cidade à intervenção estadual, Ulisses Braga erigiu um livro, verdadeiro monumento de reflexão político-filosófica e prática cidadã. Lançado inicialmente em Imperatriz, o livro ganhou o país, com outros lançamentos e sessões de autógrafos, inclusive na capital, Brasília.

Reservei este espaço para documentar o que escrevi e disse acerca da obra e seu obreiro. Fui autor de um dos textos de apresentação do livro e orador oficial da noite de lançamento, ocorrida no auditório da Associação Médica de Imperatriz.

A seguir, a apresentação do livro, onde destaco, entre outros aspectos, os diversos “projetos” de cidade sonhados por outros autores e os sonhos de cidade e de país que Ulisses Braga projeta, com detalhes, em seu livro.

* * *

Caro Destinatário desta Carta Urgente:

Há pessoas que acham que sonhos vêm do sono, de um estado de letargia, e que o espaço para eles se circunscreve à mente. Não; os sonhos provêm da realidade, de uma situação de vigília, e para ela retornam, “materializados”, com as alterações/adequações, positivas ou não, a que forem submetidos pelas influências e desvios do meio.

Sonhos não são o contrário da realidade; são parte dela. Assim como o espírito dá vida ao corpo e a ele se integra, os sonhos é que animam, isto é, dão alma à realidade e a ela se incorpora. Dois-em-um. Indivíduo – ou seja, o dois que não se divide, o DUO (dois) que é UNO (um), o par irrepartível, casal inseparável, dupla indivisível.

À Luther King, Ulisses de Azevedo Braga tem um sonho, do qual também não se separa, embora reparta com outros. (Vantagem comum a sonhos, amor e conhecimento: quanto mais se divide, mais se multiplica).

O sonho de Ulisses é pulso, pulsão, pulsação. Pulso forte, social. Pulsão consciente, cidadã. Pulsação enérgica, energética, espiritual. Pulso, não impulso; pulsão, não compulsão. Um sonho que é materialidade gráfica neste livro. E que poderia (deveria) ser realidade sociopolítica neste país.

Nesta sociedade de espinhos, ninguém poderá dizer que alguém não falou de flores. Ulisses Braga não só fala de flores: ele prepara o buquê, ele entrega a corbeille.

Esta Carta Urgente bem que merece um “A. R.”, o Aviso de Recebimento. Porque o que deve ser urgente, mesmo, não é a Carta, mas a resposta a ela.

Ulisses é nosso “filósofo sociopolítico” mais carnal, espiritual, social: pensa/a/dor, vivencia/a/dor, soluciona/a/dor. Este livro demonstra isso; não é um produto tão-somente de um esforço intelectual, mas de uma prática político-social, de uma angústia espiritual, um sofrimento pessoal. Não é só obra de reflexão, mas de “reflexação”, ação refletida, reflexão e reflexo da ação.

Ulisses prega, ou prevê, o fim do Poder, do Poder como está sendo exercido, onde (quando) a Pátria comunal, nacional, vira patrimônio pessoal ou, no máximo, grupal. A Pátria é o patrimônio formado pelos muitos pobres e afanado pelos poucos ricos. A Política é o veículo do Poder, pelo Poder, para o Poder, e leva no porta-malas assistencialismo material e escravismo mental. Junto com a comida para o estômago, com o dinheiro para o bolso, o remédio para a doença, vai a anestesia para a alma, o modelador de vontades, o anulador de opções.

Este livro traça um novo modelo de Cidade e de Estado. Sugere regras, um Credo, crenças, práticas. A Utopia não é o não lugar, é o lugar pensado e possível, feito a partir das mesmas gentes e mesmos agentes hoje (sobre)viventes.

Ulisses Braga escreve a fórmula geral, desenha a forma ideal, molda a fôrma final. O livro é quase um toolbook, um livro-ferramenta: vai além do pensar e mostra os passos para a realização. O que Ulisses não pode fazer é o que cada um deve fazer, indivíduo-socialmente, socioindividualmente: avaliar a proposta, agregar-lhe outros valores e, sobretudo, mobilizar-se rumo à prática que leve à construção solidária, cooperativa, da nova realidade política, social, econômica, jurídica, cultural e filosófica – a Democracia Participativa.

Um novo ethos, uma nova práxis, um novo ser. Um novo ser, uma nova pólis, um novo Estado, um novo Cosmos. Ulisses executou um trabalho de Hércules. Fez uma obra de gênio (“gênio”, aqui, o homem excepcionalmente dotado de força criadora e criativa).

Mas – já o disseram – o mal dos gênios é que quase nunca são devidamente reconhecidos em sua época. Quantos mestres de obras, quantas obras de mestres, meu Deus, lançaram fundamentos e fundações!... O ÉDEN, da Bíblia; CANAÃ, a terra santa prometida a Abraão; a REPÚBLICA, de Platão; a UTOPIA, de Morus; a COCANHA, dos franceses;  a LUILEKKERLAND, dos holandeses; a SCHLARAFFENLAND, dos alemães; o REINO DE PANICONE, dos italianos; a TERRA DE DILMUN, do povo mesopotâmico; a CIDADE DO SOL, de Campanella; a NOVA ATLÂNDIDA, de Bacon; o NOVO MUNDO INDUSTRIAL E SOCIETÁRIO, de Fourier; a TERRA DE EUSÉBIA e A TERRA DOS MÉROPES, de Teopompo de Quios; as ILHAS AFORTUNADAS, de Iâmbulo; a IDADE DE OURO, de Virgílio, Ovídio e outros; a ILHA DOS BEM-AVENTURADOS, de Hesíodo, Luciano “et alii” ; a ILHA DE BRAN e o TÍR NA N-OG, o país da juventude, dos celtas; o WALHALA, dos escandinavos; a TERRA SEM MAL, dos tupis-guaranis; a YVY-NOMI MBYRÉ, a “terra onde se esconde” dos índios nandevas; a SÃO SARUÊ, dos nordestinos; a PASÁRGADA, de Bandeira...

São cidades dos sonhos e sonhos de cidades. Pensadas como espaço pessoal ou comunitário, onde a vida e a convivência são prazerosas, de amores e louvores, sem preocupação com trabalho, alimentação, saúde... ou planejadas com regras, para seus habitantes desfrutarem do direito à participação, à expressão, à construção coletiva do seu próprio locus, de seu próprio destino e felicidade.

A partir da experiência cidadã de uma cidade, Ulisses Braga, arquiteto de futuros, desenha uma planta para uma comunidade municipal e também para a comum unidade nacional – brasileira, no caso. Não é tarefa fácil – senão não seria trabalho para Ulisses, desde a mitologia grega um símbolo da capacidade humana de superar as adversidades.

A teoria dos “Grandes Homens”, de Thomas Carlyle, credita o progresso humano aos esforços de indivíduos excepcionais. Para ele, “a história do mundo nada mais é que a biografia dos homens notáveis”.

Ulisses de Azevedo Braga é um homem notável. Construiu uma obra cujas intenções, honestas, exequíveis, certamente merecerão a compreensão, as atenções e as ações, senão dos seus contemporâneos, ao menos dos seus pósteros.

Pois essa parece ser a sina dos seres e das obras onde há gênio. A origem grega já advertia: “gênio” significa “ter nascido, vir a ser”.

Ulisses Braga nos oferta um belo presente.

O futuro te manda lembranças, Ulisses.

* EDMILSON SANCHES

Brasília (DF) 19/01/2025 - Morre, aos 92 anos, o jornalista Léo Batista.
Foto: TV Globo/Divulgação

O jornalista, locutor e apresentador de televisão Léo Batista morreu neste domingo (19), aos 92 anos. A confirmação foi feita pela TV Globo, emissora onde trabalhou por 55 anos.

Conhecido pela voz marcante ligada a transmissões esportivas, Batista estava internado desde o último dia 6 no hospital Rios D'Or, na Freguesia, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele enfrentava um câncer no pâncreas.

Carreira

Nascido em 22 de julho de 1932 em Cordeirópolis, interior de São Paulo, foi batizado como João Baptista Belinaso Neto. Começou a carreira de jornalista, locutor e apresentador em 1947. Ao longo da trajetória profissional, considerou ser conveniente mudar o nome para Léo Batista.

Trabalhou nas rádios de Birigui, de Campinas (SP), e na Difusora de Piracicaba (SP) antes de se mudar para o Rio de Janeiro, em janeiro de 1952, para atuar da rádio Globo como locutor e redator de notícias.

Apesar de ser muito associado ao jornalismo esportivo, uma das mais marcantes notícias lidas por Léo Batista faz parte da história política do Brasil. Em 24 de agosto de 1954, noticiou o suicídio do presidente Getulio Vargas.

Em novembro de 1963, noticiou também o assassinato do presidente americano John F. Kennedy.

Após a passagem pela rádio Globo, trabalhou na hoje extinta TV Rio, onde esteve à frente do Telejornal Pirelli por mais de 13 anos. Teve ainda uma rápida passagem pela antiga TV Excelsior, antes de chegar à TV Globo em 1969.

No canal carioca, participou dos principais telejornais e programas esportivos da casa, como locutor e apresentador. Criou quadros e virou uma das faces e vozes mais conhecidas da emissora.

A última aparição de Léo Batista na televisão foi no dia 26 de dezembro, no programa esportivo vespertino. "Léo Batista trabalhou com o que gostava até praticamente os últimos dias de sua vida", disse a TV Globo em nota.

Repercussão

“A maior referência para todos os jornalistas esportivos do Brasil. Cada gol com sua narração era mais emocionante. Uma voz que ecoava com sutileza em nossos ouvidos”, disse à Agência Brasil o locutor e comentarista Rodrigo Campos, da TV Brasil, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“A gente se acostumou a ouvir a voz do Léo Batista”, comenta o radialista Waldir Luiz, da Rádio Nacional, emissora da EBC.

“Léo Batista, sem dúvida alguma, foi um ícone do jornalismo esportivo. Uma pessoa que teve 70 anos de profissão tem que ser respeitada, reverenciada, aplaudida e amada por todos nós que participamos da crônica esportiva”, disse.

O Botafogo de Futebol e Regatas, time por quem Léo Batista torcia, publicou nas redes sociais uma homenagem ao locutor, que chamou de dono de uma voz marcante e atemporal, além de “um marco na história do jornalismo, do esporte e do Botafogo”. 

“Torcedor declarado e sócio desde 1992, Léo sempre exaltou o nome do Clube e ganhou um espaço a mais nos corações alvinegros. Em nossa casa, o [estádio] Nilton Santos, viu a cabine de TV ser batizada com o seu nome e foi ovacionado por milhares de botafoguenses em lindas homenagens. Uma relação de amor, reconhecimento e lealdade”, escreve a publicação.

(Fonte: Agência Brasil)

– 18 de janeiro de 1995/2025: 30 anos

*

DA FAGULHA AO FOGO

No dia 6 de janeiro de 1995, cidadãs e cidadãos de Imperatriz (MA) participavam da primeira reunião de discussão sobre meios de sensibilizar autoridades para, entre outras coisas, dar um basta nos desmandos administrativos que imperavam na prefeitura local. O nome do incipiente movimento era simbólico: “Fagulha”. À frente dessa iniciativa, o engenheiro-agrônomo José Cortez Moreira (o Moreirinha), filho do ex-prefeito Simplício Alves Moreira e voz intimorata na cobrança da resolução do crime de homicídio – e de encomenda – que vitimou seu irmão Renato Cortez Moreira, assassinado a tiros em 6 de outubro de 1993.

A fagulha transformou-se em fogo. Nos dias que se seguiram, várias reuniões aconteceram até a deposição do sucessor de Renato Moreira, em 18 de janeiro, com ocupação cidadã da prefeitura e da Câmara Municipal. A essa altura, outro nome – Ulisses Braga – catalisou e resumiu o sentimento dos estimados 20 mil imperatrizenses que deram corpo e coro aos pedidos de socorro desta grande cidade.

Ulisses de Azevedo Braga, filho de Carolina (MA), era advogado e homem de notável cultura humanística e, sobretudo, sensibilidade social, à época um pregador da cidadania ativa. Nessa sua pregação, e à frente do Fórum da Sociedade Civil de Imperatriz, desenvolveu e levou adiante projetos diversos, entre os quais programas e entrevistas em rádio e televisão onde falava de cidadania e seção onde publicava regularmente em jornal “aulas” sobre o assunto.

DO FOGO ÀS CINZAS

Mas aqueles que foram beneficiários diretos do resultado desse movimento cidadão só souberam usar (como lhes é próprio). Não souberam ousar nem respeitar. De um modo ou de outro, alimentaram quizílias e “sufocaram” o que provavelmente foi o mais destemido e forte gesto coletivo desta sociedade. Conhecida como a “Revolução de Janeiro”, esse movimento deveria ter se fortalecido e constituído a fortaleza a partir do qual os cidadãos honestos desta cidade partiriam para derrotar outras tentativas de “ataque” ao patrimônio comum material e imaterial de Imperatriz.

Entretanto, o fogo foi apagado. Certas pessoas beneficiadas não querem reconhecer que foi por causa do povo, mais uma vez, que chegaram ao poder e, a partir dele, deveriam PODER FAZER (pelo povo) – e não FAZER PODER (para si mesmo e seus “grupos”).

TEREMOS UMA FÊNIX?

 Hoje, embora se acreditem inatingíveis, autoridades e “poderosos” têm seu calcanhar de Aquiles. Não importa, como na mitologia grega, que sejam “banhados” de imunizações e imunidades: haverão de encontrar seus correspondentes Páris e Apolo, que acertarão no ponto fraco e porão fim à soberba e incompetência.

A sociedade imperatrizense, enquanto depositária dos valores da “Revolução de Janeiro”, precisa voltar a renascer como sujeito ativo da própria história. Das cinzas pode (deve) nascer a Fênix, pássaro mitológico que é símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual – como o deve ser a cidadania.

À maneira da Fênix, a cidadania tem um pesado fardo a carregar, composto, entre outros itens, de eterna vigilância e persistente cobrança dos direitos e deveres. A Fênix – diz a lenda – tem essa capacidade, de carregar grandes cargas.

Esperava-se que, nesta semana, como nunca ocorreu antes, os políticos, a Imprensa, as entidades, a população novamente não se privassem de lembrar e relembrar a “Revolução de Janeiro”. Foi neste movimento que a sociedade imperatrizense mostrou do que é feita –  sobretudo quando políticos e autoridades públicas, em vez de mostrar serviços, apresentam apenas desculpas.

PERSONALIDADES

Uma das virtudes que mais caracteriza um povo é a sua personalidade. Personalidade não é atributo apenas do indivíduo. Há como que uma espécie de personalidade coletiva, resultado da multiplicação das várias personalidades unitárias e que permitem qualificar um povo, uma comunidade.

Há povos que manifestam exuberantemente sua personalidade, não importando as críticas ou ressalvas que se façam a eles. A competência dos judeus, a persistência dos palestinos, o destemor dos iraquianos, a garra dos vietnamitas, a capacidade dos asiáticos em geral, o “ownership” dos norte-americanos e a resistência que têm os tantos povos que, até hoje, não têm seu próprio país – entre os quais as dezenas de milhões de curdos, tibetanos, ciganos, bascos...

No Brasil, costumam ressaltar o bom estado de espírito (joie de vivre) do brasileiro em geral, apesar dos pesares.

Do Nordeste, destacam a resistência do nordestino, a fortaleza sertaneja, embora a aparente fragilidade e desengonçamento, misto de Hércules e Quasímodo, como descreve e nomina Euclides da Cunha logo no adentrar do terceiro capítulo de sua obra prima, mãe e mestra “Os Sertões”.

E em Imperatriz, na pré-Amazônia maranhense, destacam-se a riqueza de vontade alimentada por uma vontade de riqueza que transmutaram pessoas aparentemente comuns em  desbravadores e pioneiros, bandeirantes de meio século atrás.

AMBIÇÕES

O último terço da história de Imperatriz resultou de gente assim. Mas adentrar florestas, enfrentar animais, andar por estradas tortuosas e tormentosas é bem menos difícil que enveredar pelo matagal das ambições humanas, confrontar-se com o irracional que há nos indivíduos e manter-se em pé nos caminhos lodosos e desviantes que furtiva ou descaradamente são preparados.

Dentre essas ambições, irracionalidades e descaminhos, os da política e da administração pública têm levado Imperatriz a se manter em posição desmerecedora em relação ao seu desenvolvimento econômico e social. Ambições mesquinhas, lastradas no único, exclusivo e inarredável desejo de ter mais dinheiro e poder; desejos vis, com suporte no cinismo, na hipocrisia e na mais evidente mentira, quando não no comportamento dilapidador e criminoso, na subalternidade que transforma referências políticas e empresariais em reles meninos de recados, a serviço (sem contestação) de forças mais poderosas – tudo isso e muito mais têm deixado Imperatriz de quatro ante o justo futuro que há muito tempo lhe é devido. Os números dizem isso, e a situação das comunidades na periferia o confirmam.

A REVOLUÇÃO

Houve um dia em que parecia que isso se iria acabar. Foi em 16 de janeiro de 1995, há trinta anos.

Nesse dia um bom número de pessoas de referência de Imperatriz tomou uma decisão quase extrema para tentar mudar a (des)ordem instaurada na administração pública do município: invadir e ocupar indefinidamente a prefeitura e forçar uma intervenção pelo governo estadual.

Para os tempos modernos, soa “pesado”, incomum, que cidadãos tenham de chegar a ações assim.

Mas, preservado o quanto possível o caráter pacífico, é legítimo – dir-se-ia: é cívico.

Saudado seja o povo que sabe quando a fagulha tem de se transformar em incêndio...

* EDMILSON SANCHES

Foto:

Ponte Dom Affonso Felippe Gregory, sobre o Rio Tocantins, em Imperatriz: essa obra e o município precisam de cuidados... (Imagem: Aeroset)

Brasília (DF), 17/01/2025 - Thiago Santos em sala de aula. Programa Mais professores. Foto: Thiago Santos/Arquivo Pessoal

A casa da tia Sandra era um dos melhores lugares do mundo para o menino recifense Thiago Santos. Por um motivo simples: ela era a única da família com emprego fixo. A avó teve dez filhos. Mas era na casa de Sandra, na cidade de Abreu e Lima, que tinha um espaço “raro”: o banheiro. A estrutura da casa e o saber dela fizeram brilhar os olhos de Thiago. Então, morador da favela de Frei Damião, na mesma cidade da tia. Sandra havia cursado magistério e conseguido trabalhar como professora. O sonho do menino, então, ganhava o contorno de uma casa, mas também de uma sala de aula.

O garoto pensou, então, que queria ser professor para também ter um dia direito a essa dignidade. “Atualmente, eu quero continuar a ser docente para que todos possam ter banheiro em suas casas e muito mais”, diz Thiago, hoje aos 31 anos, que é doutor em educação e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele é pesquisador do laboratório em políticas públicas, educação e sociedade na instituição, e forma novos professores.

Como especialista no tema, ele lamenta, entretanto, que “muitos estudantes” de licenciatura e também profissionais desistem da profissão por causa da desvalorização da carreira docente. Por isso, nesse cenário, ele entende que o programa Mais Professores, anunciado pelo governo federal na última semana, pode fazer salvar e resgatar esperanças de profissionais – e também de alunos. “Já vi muita gente desistindo da carreira”, lamenta.

Atualmente, o professor universitário ouve dos alunos sobre o que faz a paixão pela profissão renascer ou ficar frágil. “Eu visualizo a necessidade de uma conversa constante sobre esse tema. Os alunos devem entender o valor da profissão e lutar pela valorização da carreira”, defende.

Recursos

O governo defendeu que os pontos principais do programa são a seleção para o ingresso na docência, a atratividade para as licenciaturas, a alocação de professores, o aperfeiçoamento da formação docente e a valorização da carreira. “De modo geral, minha avaliação é positiva sobre o programa”, disse o pesquisador. Ele cita que a política pública pode melhorar a parceria do Ministério da Educação (MEC) com as universidades e também fortalecer a relação federativa em relação à educação, do município até o governo federal. 

Entre as ações da política pública, estão previstas a criação da Prova Nacional Docente (PND), que será realizada anualmente para a seleção de professores, e o Pé-de-Meia Licenciaturas (bolsa de atratividade e formação para a docência), que oferecerá auxílio financeiro mensal para estudantes permanecerem em cursos de formação de professores.

Ele considera a alocação de recursos para estudantes que tiveram um bom rendimento no Exame Nacional do Ensino Médio (notas acima de 650 de média) como um acerto. “Isso vai fazer com que as pessoas que tiraram boas médias no Enem tenham direito a se inscrever para ter subsídio do governo federal." Segundo o programa, alunos vão ser apoiados desde o início até o final da conclusão do seu curso. Receberão bolsa de R$ 1.050 por mês (R$ 700 para sacar a cada mês e R$ 350 para uma poupança).

Dificuldades

Por outro lado, o professor argumenta que há desafios imediatos para a efetividade do programa. Ele entende que há um cenário de desvalorização da profissão docente, desrespeito flagrante ao piso salarial do magistério e também falta de planos de cargos e carreiras que sejam atrativas para novos professores. O professor lamenta, inclusive, que municípios priorizem festas com custosas contratações de artistas em detrimento da melhoria salarial para os trabalhadores da educação.

“A carreira docente no Brasil acaba por não ser atrativa porque não há uma valorização salarial, e o plano de cargos e carreiras não é efetivado ou inexiste em muitos municípios”, afirma o pesquisador. Ele acrescenta que já existe no entender de estudantes que ser professor não é bom porque causa cansaço e por não proporcionar qualidade de vida, como em outras profissões.

“Não resolve sozinho”

Sob a mesma ótica, o presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Fábio Moraes, entende que o governo apresentou um programa necessário para a valorização da docência para evitar a possibilidade de falta de professores. Mas, ele entende que, por si só, o Mais Professores não vai resolver todos os problemas. “Os professores da educação básica estão vinculados aos estados e aos municípios. Que os prefeitos e os governadores entendam o recado do governo federal que é necessário valorizar a profissão docente.”

A diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) também destacou, em nota, que vislumbra desafios imediatos, como a liberação dos docentes para acessarem os cursos de formação continuada e de pós-graduação. “Outro desafio será garantir a adesão dos entes públicos à prova nacional do MEC para contratação efetiva de professores”, aponta a entidade. 

Para efetivação do programa, a confederação propõe ajustes, incluindo condicionar repasses federais à adesão de estados e municípios a essas políticas de valorização dos profissionais. A entidade afirmou que é fundamental a luta pela valorização do piso e das carreiras do magistério e pela implementação do piso do funcionários. Além disso, aguarda a publicação da portaria do MEC, que, seguindo a legislação atual, elevaria o piso para R$ 4.867,77.

Disparidades

A entidade que representa os trabalhadores lamenta que, conforme levantamento da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o investimento per capita na educação básica brasileira é o terceiro pior entre os países em desenvolvimento e que possuem melhores resultados no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). “Em 2023, o conjunto das redes públicas no Brasil investiu cerca de R$ 17,7 mil anuais por aluno, contra R$ 158,2 mil em Luxemburgo, R$ 103,9 na Suíça e R$ 99 mil na Bélgica”.

 A consequência é, conforme argumenta a entidade, que o Brasil estaria “há décadas nas últimas colocações da pesquisa da OCDE em relação aos salários de professores que atuam no nível básico”. A CNTE acrescenta que, atualmente, 54% dos docentes das redes estaduais trabalham com contratos precários, sem estabilidade ou a garantia do piso do magistério. 

Esperança em sala de aula

O professor pernambucano Thiago Santos, que passou mais de 20 anos morando em favela, sonhou que, um dia, poderia fazer a diferença em sala de aula, inclusive para comunidades como a que ele nasceu e cresceu. Hoje ele sente alegria e emoção com a formação de novos professores. “Eu vi que, através dessa profissão, nós podemos fazer muito pelo país”. Em sua formação no ensino médio, Thiago ouviu de colegas que estranhavam a escolha do estudante por cursar licenciatura, já que ele era estudioso e inteligente.

“Uma pessoa que veio da extrema pobreza, por que escolheria essa carreira?”, perguntavam ao rapaz. Thiago seguiu firme e até influenciou a mãe (que morreu de covid-19 em 2020), empregada doméstica, a também voltar para a escola. “Ela sentia a necessidade de voltar para a escola porque teve um momento que ela não conseguia mais nos ajudar com o dever de casa.” 

Além da tia professora, a história da mãe de Thiago foi inspiração para o professor. Ele recorda que era ela que fazia a capinha dos livros e dos cadernos que recebiam na escola. Em meio à miséria, a mãe nunca abriu mão que o rapaz continuasse os estudos. Ao olhar para a própria história, ele entende bem a transformação que um professor e a escola podem fazer na vida de alguém.

(Fonte: Agência Brasil)

 Uso contínuo de celular com  a cabeça inclinada para baixo pode gerar problemas na cervical.

Após a aprovação pelo Congresso Nacional, a lei que proíbe o uso dos celulares nas escolas públicas e privadas, tanto nas salas de aula quanto no recreio e nos intervalos, foi sancionada, esta semana, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os aparelhos continuam sendo permitidos para o uso pedagógico, ou seja, quando autorizado pelos professores como instrumento para a aula.

As regras não são novidade para a cidade do Rio de Janeiro, que, desde agosto de 2023, um decreto proíbe o uso dos aparelhos nas escolas. Também não é novidade no Ceará, que, desde 2008, tem legislação que restringe o uso do aparelho em salas de aula. 

A Agência Brasil conversou com representantes das respectivas secretarias de Educação para saber como tem sido a aplicação das regras nas redes de ensino.

No Rio de Janeiro, segundo o secretário de Educação do município, Renan Ferreirinha, a proibição do uso dos aparelhos já mostra resultados nas escolas. “Tem uma percepção dos diretores dizendo para a gente como os recreios voltaram a ficar mais barulhentos, como voltaram a ter mais pegada de escola. O que se estava observando era que os recreios estavam ficando com as crianças isoladas nas suas próprias telas sem ter uma interação uns com os outros. Isso é muito sério. A gente voltou a ter essa maior interação na hora do recreio”, disse.

Rio de Janeiro (RJ) 18/01/2025 - Renan Ferreirinha, redes de ensino que já proíbem celulares compartilham experiências
Foto: PSD/Brasília/Divulgação
Renan Ferreirinha

O secretário explica que as escolas têm autonomia para definir a melhor maneira para colocar as medidas em prática. “Ou [o estudante] chega na escola e guarda o celular na sua mochila, o que tem funcionado superbem através de um processo de conscientização, de um processo muito forte de diálogo também com toda a comunidade escolar. Ou algumas escolas também recolhem os celulares e devolvem depois. A gente apoia essas medidas, mas isso varia do que cada escola consegue fazer dentro do seu combinado”.

Em relação às sanções a quem descumpre a regra, Ferreirinha diz que as escolas contam com instrumentos e protocolos. "Imagina um aluno que está falando na sala de aula, que não para quieto, ou outro que está dormindo, o que você faz? O professor não chama atenção? Se for de novo, adverte o aluno, se for pela terceira vez, manda para a direção escolar. A direção escolar chama o responsável. Na verdade, as escolas estão muito mais preparadas para lidar com essas situações do que a gente imagina. O que a gente precisa é de um grande combinado social, que diga que isso aqui não pode acontecer e que dê o respaldo para as escolas poderem implementar e chamar as famílias para nos apoiarem nisso".

Ferreirinha, que como deputado federal foi relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados do projeto de lei que originou a lei sancionada esta semana, explica que a intenção não é afastar a tecnologia da escola, mas estimular que ela seja usada para fins de aprendizagem.

“A gente acha que a tecnologia pode ter um papel fundamental na educação. Agora, ela tem que ser usada de forma consciente e responsável. Tem que ter hora para tudo, porque senão, em vez de ser uma aliada, ela passa a ser uma inimiga do processo educacional”, defende. 

“O que a gente não pode achar normal é o aluno estar com o seu celular no meio da aula, usando, vendo um videozinho no Tik Tok, jogando o jogo do tigrinho, enquanto o professor está tentando dar aula. Isso não pode ser considerado normal”, acrescenta.

Ferreirinha ressalta que a nova lei “coloca o Brasil no grupo seleto dos países que já conseguiram ter legislações nacionais e enfrentam esse desafio”. 

A França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e Holanda já têm legislações que restringem o uso de celular em escolas. “Esse é um assunto que começa e tem o protagonismo da educação pública, demonstrando que dá para ter educação pública na vanguarda, de qualidade”, elogia.

Lei antiga

No Ceará, a Lei 14.146, de 2008, proíbe tanto a utilização de celulares nas escolas durante os horários de aulas quanto de aparelhos já ultrapassados, como walkman, discman, MP3 player, MP4 player, iPod, bip, pager.

De acordo com a secretária executiva do Ensino Médio e Profissional da Secretaria de Educação do Estado do Ceará, Jucineide Fernandes, nem todas as escolas conseguiram cumprir a medida, “que acabou sendo deixada de lado”.

Após o decreto do Rio de Janeiro, em 2024, o Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) recomendou que a lei fosse cumprida, que escolas públicas e particulares orientassem os diretores das unidades de ensino para impedir o uso de aparelhos celulares e outros equipamentos semelhantes durante as aulas.

Rio de Janeiro (RJ) 18/01/2025 - Jucineide Fernandes, redes de ensino que já proíbem celulares compartilham experiências
Foto: Seduc/Divulgação
Jucineide Fernandes

“Nós enviamos, então, uma recomendação às escolas para que proibissem o uso do celular em sala de aula”, disse Jucineide Fernandes. E após a sanção da nova lei federal esta semana, ela disse que foi enviada uma nova orientação aos centros de ensino. “Agora orientando que se convoque a comunidade escolar para a mudança no regimento da escola, e que essa proibição seja acompanhada pela escola dentro das normas de seu regimento e que também se pense como vai se usar nos momentos de uso pedagógico esses recursos porque, na nossa rede, a gente distribui tablets e chips para os estudantes”.

Também no Ceará, cabe às escolas definir a melhor maneira de implementar as medidas. Caixas para guardar celulares e perda de pontos em avaliações são algumas das estratégias usadas para que estudantes não se distraiam nas salas de aula com os celulares.

Segundo a secretária, para que a nova lei não acabe sendo descumprida como ocorreu com a antiga, é preciso um acompanhamento de perto por parte da secretaria e também que seja feita uma conscientização, como está previsto na nova lei. “Precisamos pensar não só na proibição, mas também no que a própria lei prevê, como palestras, orientações, pensar na questão da desinformação, da cultura digital, que inclusive faz parte do nosso currículo das escolas do tempo integral”, explica.

Para Jucineide Fernandes, a proibição do uso dos celulares na escola, exceto para fins pedagógicos, é uma medida importante. “O uso de telas está muito generalizado, inclusive por nós, adultos. A gente acha que a proibição é importante para o aluno se concentrar mais, para que o estudante possa também socializar com os demais, conversar. Então, a gente acredita que a proibição vai trazer mesmo maior atenção, foco aos estudantes no período das aulas”, defende.

Desafios de estrutura

A nova lei recebeu elogios, mas também foram levantados desafios enfrentados nas escolas que podem dificultar com que seja colocada em prática.

No Rio de Janeiro, quem já lida com a questão explica as dificuldades enfrentadas ao longo do último ano.

Rio de Janeiro (RJ) 18/01/2025 - Professor Diogo de Andrade, redes de ensino que já proíbem celulares compartilham experiências
Foto: Diogo de Andrade/Arquivo pessoal
Diogo de Andrade

Segundo o coordenador-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe), Diogo de Andrade, também professor da rede municipal, a implementação esbarra também nas condições encontradas nas escolas, onde muitas vezes falta estrutura e os professores precisam lidar com turmas lotadas.

“Os desafios são, principalmente, a estrutura para você garantir que os alunos não usarão o celular em sala de aula. Isso significa que não adianta nós termos uma lei que proíba o uso do telefone, se nós tivermos salas de aula lotadas em que o professor não consegue ter acesso ao que está acontecendo, por exemplo, no fundo da sala de aula. Então, quanto mais alunos por turma, menor é a capacidade de o professor verificar se a lei está sendo cumprida”, alerta.

Para ele, o esforço para o cumprimento da lei deve envolver toda a estrutura educacional, desde a Secretaria Municipal de Educação, da Secretaria Estadual de Educação, às escolas.

“A minha prática é avisar sempre no início da aula que não pode usar o celular. E aqueles alunos que insistem em fazê-lo, a gente encaminha para a coordenação pedagógica, a gente encaminha para a direção, para que seja registrado, para que os pais sejam chamados. Mas é muitas vezes um enxugar gelo, porque os adolescentes, e cada vez mais cedo as crianças chegam à escola já com uma situação de vício pelas redes sociais, vícios por jogos, até mesmo por apostas, por sites de apostas, que a atenção deles no aparelho, no virtual, a gente já percebe que eles não olham para frente, eles olham para baixo o tempo todo”.

Diogo de Andrade diz que agora, com a lei federal, as escolas terão mais um argumento para usar com os estudantes, mas defende que deve ser acompanhado de medidas efetivas para que a norma seja de fato implementada.

“Nós ainda temos uma dificuldade muito grande, que é, a partir do momento que a gente diz ‘você não pode usar o celular’, o profissional em sala de aula não se sente à vontade em pegar o celular do aluno, porque se o profissional pega o celular do aluno e aí o celular cai no chão e o aluno diz ‘o meu celular não estava com a tela trincada’. E aí? Quem paga por esse prejuízo? De maneira muito objetiva, falta estrutura ainda para que haja a garantia de que o celular não seja usado na sala de aula”, reforça.

A lei

A lei sancionada pelo presidente Lula restringe o uso do celular em sala de aula e nos intervalos, para fins pessoais, mas há exceções, como o uso para finalidade pedagógica, sob supervisão dos professores, ou em casos de pessoas que necessitem de apoio do aparelho para acessibilidade tecnológica ou por alguma necessidade de saúde. 

Um decreto presidencial, previsto para daqui a 30 dias, vai regulamentar a nova legislação, para que passe a valer já no início do ano letivo, em fevereiro.

(Fonte: Agência Brasil)

Os primeiros campeões do Duna Open, torneio que corresponde à 1ª etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis, já foram definidos na noite dessa quinta-feira (16). Na abertura da competição chancelada pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM), entidade que representa oficialmente a modalidade no Estado, foram realizadas as disputas das categorias por idade: 30+, 40+ e 50+ Masculino, além do 30+ e 40+ Feminino. Os jogos ocorreram na Arena Premium, no Olho d’Água, em São Luís. 

No torneio 30+ Masculino, o título do Duna Open ficou com a dupla Artur Lobão/Victor, que superou Levi Figueiredo/Paulo Cardoso na final. Já no 40+ Masculino, Antônio Albuquerque e Clodomir Neto venceram Edgar Filho e Patrick Araújo. Quem também comemorou na quinta-feira foram Jailson Santos e Jurandir Paixão, que levaram a melhor sobre Henrique Filho e Marcelo Moreira para garantir o título no 50+ Masculino.  

As disputas das categorias femininas também agitaram o primeiro dia do Duna Open. Na decisão do 30+ Feminino, Alessandra Medeiros e Kayuri Costa derrotaram Fernanda Heluy e Tayara Carvalho por 6 a 1 para se tornarem campeãs da etapa. Enquanto isso, no 40+ Feminino, Fabiolla Correa e Ilana Simons venceram Milena Barros e Nathalia Maluf por 6 a 4. 

Nesta edição, o Duna Open vai valer pontos para o ranking estadual da modalidade. A pontuação será utilizada pela FBTM para definir o Time Maranhão que irá representar o Estado no Campeonato Norte-Nordeste de Beach Tennis. Em 2025, o torneio será realizado no mês de maio na cidade de Recife (PE). 

“Começamos o ano de 2025 com força total. Nesta primeira etapa tivemos 520 inscrições e 400 atletas. O Duna Open vai valer 200 importantes pontos no ranking estadual. A pontuação empolga os competidores que vão dar o máximo para conquistarem o título da primeira etapa”, afirmou Menezes Júnior, presidente da FBTM. 

Programação

Ao todo, 400 atletas estão na disputa desta primeira competição oficial de 2025 do beach tennis no Maranhão. Os jogos tiveram início na quinta-feira (16) com os duelos das categorias por idade. Na sexta-feira (17), haverá os jogos das categorias mistas e, no sábado (18), será dia dos duelos das categorias de gênero. A programação oficial do Duna Open será encerrada somente no domingo (19). A partir das 8h, vão ocorrer as semifinais e finais das categorias de gênero (A, B, C e D). 

Outras etapas

De acordo com calendário divulgado pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM), além do Duna Open, serão promovidas pela entidade que representa oficialmente a modalidade no Estado, outras 7 etapas do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis. As cidades de São Luís, Imperatriz, Bacabal e Santo Amaro vão sediar torneios ao longo de 2025. 

Outras informações sobre Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis 2025 estão disponíveis no Instagram oficial da Federação de Beach Tennis do Maranhão (@maranhaobeachtennis).

RESULTADOS DO DUNA OPEN

Dupla Feminina 30+

  1. Alessandra Medeiros / Kayuri Costa
  2. Fernanda Heluy / Tayara Carvalho

Dupla Feminina 40+

  1. Fabiolla Correa / Ilana Simons
  2. Milena Barros / Nathalia Maluf 

Dupla Masculina 30+

  1. Artur Lobão / Victor
  2. Levi Figueiredo / Paulo Cardoso 

Dupla Masculina 40+

  1. Antônio Albuquerque / Clodomir Neto
  2. Edgar Filho / Patrick Araújo 

Dupla Masculina 50+

  1. Jailson Santos / Jurandir Paixão
  2. Henrique Filho / Marcelo Moreira 

PROGRAMAÇÃO DE JOGOS

Sexta-feira (17/1) / Arena Premium Olho d’Água

A partir das 16h – Categorias mistas 

Sábado (18/1) / Arena Premium Olho d’Água

A partir das 8h – Categorias de gênero 

Domingo (19/1) / Arena Premium Olho d’Água

A partir das 8h – Semifinais e finais das categorias de gênero (A, B, C e D) 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF) 24/01/2022 – Unidade de distribuição dos Correios em Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Já está disponível, no site do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), o resultado preliminar das provas objetivas do concurso público dos Correios, para 3.099 vagas ofertadas aos candidatos ao cargo de Agente de Correios – Carteiro (nível médio).

Cerca de 1 milhão de candidatos concorreram a 3.511 vagas para carteiro e outros cargos. O concurso para a empresa pública foi aplicado no dia 15 de dezembro de 2024, após 13 anos de suspensão.

Os cargos de nível médio para carteiro terão salário inicial de R$ 2,4 mil, além de vale-alimentação/refeição de cerca de R$ 1,4 mil.

O resultado preliminar das provas objetivas para as 412 vagas para cargos de nível superior (analista de correios, com salário inicial de R$ 6,87 mil) será publicado no dia 24 de janeiro. Neste caso, com os benefícios, a remuneração total fica em cerca de R$ 8,5 mil. As especialidades previstas no edital são para advogado, analista de sistemas, arquiteto, arquivista, assistente social e engenheiro.

Ao menos 30% das vagas são destinadas para pessoas negras (pretas e pardas) e indígenas, quantitativo superior ao estabelecido pela legislação (20%), e 10% para pessoas com deficiência.

(Fonte: Agência Brasil)

Teletrabalho, home office ou trabalho remoto.

As inscrições dos candidatos interessados em participar do processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), para o primeiro semestre de 2025, vão de 4 a 7 de fevereiro.

Nessa etapa, haverá 67 mil vagas disponíveis, sendo 50% reservadas para o Fies Social, que atende estudantes com renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa e inscritos no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).

Gratuitas e exclusivas pela internet, as inscrições devem ser realizadas por meio do Fies Seleção, no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC).

Para acessar o Fies, é necessário ter renda familiar mensal bruta por pessoa de até três salários mínimos e ter realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em qualquer uma de suas edições, a partir de 2010, com média de 450 pontos no resultado das provas e nota superior a zero na redação. Treineiros não podem participar do processo seletivo do Fies.

As notas do melhor desempenho em uma das edições do Enem servirão para classificar o candidato na seleção do Fies, por tipo de vaga, grupo de preferência e modalidade de concorrência. Candidatos que não concluíram o ensino superior são priorizados.

Para se candidatar às vagas do Fies Social, que garante a contratação do financiamento integral, com cobertura de 100% dos encargos educacionais, serão considerados os candidatos constantes na base de dados do CadÚnico de 11 de janeiro de 2025.

Resultado

No dia 18 de fevereiro, será divulgado o resultado da pré-seleção na chamada única, quando será necessária a complementação da inscrição, que poderá ser preenchida dos dias 19 a 21 de fevereiro. Somente depois de cumprir esses procedimentos é que a contratação do financiamento será formalizada.

Candidatos que não forem pré-selecionados entram automaticamente na lista de espera conforme a ordem de classificação. Haverá novas pré-seleções da lista de espera no período de 25 de fevereiro a 9 de abril.

Instituído pela Lei 10.260/2001, o Fies concede financiamento a estudantes de cursos de graduação em instituições de educação superior privadas com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e que tenham aderido à política pública.

Em 2025, o MEC informou que ofertará mais de 112 mil vagas ao longo do ano, sendo 67 mil no primeiro semestre e 45 mil no segundo.

(Fonte: Agência Brasil)

Há pessoas que nascem em Caxias. Há pessoas que Caxias nasce nelas.

O juiz de Direito (aposentado) e escritor Firmino Antônio Freitas Soares foi uma dessas raras pessoas permanentemente grávidas do sentimento de pertença à cidade caxiense, da qual fisicamente se despertenceu há exatamente seis anos.

Sim. Foi em Caxias (MA), na manhã de 17 de janeiro de 2019, cinco dias antes de Firmino completar 75 anos de idade. Naquela data, as informações davam conta de que o grande poeta e prosador, por volta das 6h, teria tido um infarto fulminante. Ele se encontrava em sua residência, na tradicional Rua Padre Gerosa, no centro de Caxias, próximo à Igreja de São Benedito, vizinha à praça que leva o nome de outra expressão literária caxiense – Vespasiano Ramos.

Firmino Freitas nasceu em Crateús (CE), em 22 de janeiro de 1944. Recém-nascido, mal contando dois dias que viera à luz, o futuro juiz de Direito, escritor de talento e dedicado numismata chegou a Caxias com os pais. Firmino saiu da “Princesa do Oeste” e do sertão cearense para entrar de corpo e alma na “Princesa do Leste – e do Sertão – Maranhense”.

Talvez impregnado pelo ambiente da Terra dos Poetas, o mais caxiense dos crateusenses tornou-se respeitado homem do Direito e escritor de fato. Poesia e Prosa foram campos em que esse lavrador de palavras semeou letras e colheu livros. Livros de – e à – mão cheia, como se relacionará mais abaixo.

Firmino Freitas era casado com Dª Maria das Graças (Gracinha), com quem teve os filhos Firmino Freitas Filho (advogado e um dos mais completos ornitologistas amadores, nascido em 3/2/1968), Rita (Ritinha) Freitas (enfermeira e servidora pública; 11/3/1971) e Louise Freitas (28/8), proprietária do Antiquário Louise Store, em Caxias. Deixou também netos.

Firmino foi membro da Academia Caxiense de Letras (ACL), da qual se tornou sócio honorário, após voluntariamente se desligar da entidade: ele alegou, entre outras coisas, que era para “dar lugar aos mais jovens”. Ocupava a Cadeira nº 2, que tem como patrono o inesquecível Monsenhor Clóvis Bevilacqua Vidigal, com quem em minha infância/adolescência desenvolvi projeto de um jornal cultural para Caxias. Firmino foi sucedido, na ACL, pelo professor, escritor, servidor público, gestor escolar e ativista cultural Carvalho Júnior (falecido em 30/3/2021).

Na Rua Benedito Leite (antiga Rua do Cisco e hoje Rua Fauze Simão), onde também morei, Firmino aprendeu os primeiros rudimentos das letras, ensinados por sua mãe e irmãs. Depois foi estudar no Grupo Escolar João Lisboa, na Rua Aarão Reis. Aí fez do 1º ao 5º ano do antigo Curso Primário. Foi nesse Grupo Escolar onde Firmino escreveu seus primeiros poemas.

Ainda em Caxias, no Colégio Diocesano São Luís de Gonzaga, no alto do histórico Morro do Alecrim, Firmino fez o à época famoso Exame de Admissão ao Ginásio e, sucessivamente, o Ginásio (que corresponde, atualmente, aos anos do 5º ao 9º do Ensino Fundamental). No Diocesano cursou ainda dois anos do Científico, correspondente, hoje, aos 1º e 2º anos do Ensino Médio. Inteligente e com espírito de liderança, foi eleito presidente do Grêmio Lítero e Recreativo São Luís de Gonzaga e, anos depois, presidente da União Caxiense dos Estudantes Secundários, que fica na Rua Dr. Berredo, próxima ao Palácio do Comércio e Excelsior Hotel, no centro caxiense.

A veia de homem das letras já se inflamava. Assim, com a participação dos colegas e amigos Enoque Torres da Rocha Filho e José Carlos Santos, fundou e dirigiu “O Lábaro”, primeiro jornal estudantil impresso de Caxias.

Além das palavras impressas, mais tarde foi profissional da voz, como locutor do serviço de alto-falante “Gigante do Ar”, de propriedade do Delamar Silva, e da Empresa Eletracústica de Propaganda “A Voz da Cidade”, de Osvaldo Marques, que era orador e poeta.

Ao mesmo tempo, Firmino Freitas fazia a revisão do jornal “Tribuna Caxiense”, cujo diretor era o Luís Coelho Sales, escritor (sobretudo cronista) e, se não me engano, trabalhava também nos Correios e Telégrafos.

Ainda na seara jornalística, Firmino Freitas foi colaborador da “Folha de Caxias”, dirigida pelo Vitor Gonçalves Neto, escritor e jornalista, autor de obras como “Conversa Tão Somente” e “Roteiro de Sete Cidades” e que, tempos depois, passaria a dirigir por décadas o jornal “O Pioneiro”, onde por anos também escrevi e, ainda adolescente, fui responsável por uma coluna de página inteira.

Firmino e eu tivemos outra atividade comum, exercida em mesmo local, mas em anos distintos e distantes no tempo: locutor da Rádio Mearim de Caxias. Em 1959 ele Firmino atendeu convite do amigo comum e também jornalista e político Luís Gonzaga Abreu Sobrinho, que foi o primeiro prefeito de Eugênio Barros (MA); de minha parte, eu atendi convite do Antônio Bezerra de Araújo, radiotécnico e diretor geral da Mearim na década de 1970.

Além de locutor da Mearim, Firmino Freitas, sete anos depois (1966), foi seu Diretor Artístico e Diretor Geral. Um ano depois (1967), ascendia rumo à capital maranhense, São Luís, onde se tornou locutor da Rádio Gurupi.

De volta para Caxias, Firmino fez o curso de Técnico em Contabilidade, na Escola Técnica de Comércio de Caxias. Na colação de grau (1971), foi orador da turma. Também nessa escola confirmou-se como líder estudantil, como presidente do Grêmio Lítero e Recreativo Vespasiano Ramos.

Adulto feito, Firmino tornou-se membro da sociedade internacional Lions Club e ingressou na Maçonaria, onde, em Teresina, Timon e São Luís, prestou relevantes serviços, inclusive fundação e direção de lojas maçônicas.

O curso superior (Bacharelado em Direito, pela Universidade Federal do Piauí) foi concluído em 1975; na formatura, e por concurso, foi eleito orador da turma. Era o poder da palavra e da liderança se reconfirmando.

Já nas lides profissionais, foi advogado registrado no Piauí e Maranhão, tendo defendido causas em diversas comarcas da Região Nordeste, no período de 1976 a 1981. Neste ano fez concurso para a Magistratura do Estado do Maranhão e desde 10 de dezembro de 1981, como juiz de Direito, levou e elevou a Justiça às comarcas de Paraibano, Parnarama, Chapadinha, Imperatriz, Caxias e São Luís.

Como advogado e juiz não descansou e, além das causas e processos, sempre buscou a atualização e aperfeiçoamento, tendo participado de diversos eventos jurídicos no Maranhão, Piauí, Pernambuco, Amazonas, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, além de curso de Especialização em Metodologia do Ensino do Terceiro Grau, que o habilitou a ser professor no Ensino Superior.

Seu talento e trabalho levaram-no a receber algumas distinções e honrarias, representadas por títulos, diplomas, placas e medalhas. Mas, fora das atividades laborais, gostava mesmo era de ler e de colecionar moedas e cédulas, “hobby” este que o levou à Sociedade Numismática Brasileira e à Associação Filatélica e Numismática de Brasília, das quais era sócio correspondente.

*

Encontrei-me poucas vezes com esse meu confrade de Academia e colega de escritas. Conversei com ele algumas vezes em remotas reuniões e solenidades da Entidade. Tempos atrás, tendo eu viajado mais uma vez a Caxias, telefonei para o Firmino, em busca de um exemplar de um dos seus livros, onde, em uma das crônicas, ele (re)lembra Dª Maria Poquinho, que morava no encontro da Rua da Galiana com a Rua da Palmeirinha, logradouros onde também morei. Maria Poquinho e suas filhas Santa, Mariman e a mais nova, Fátima, eram amigas de minha família e tinham o carinho de minha mãe, Dª Carlinda – que, alma boa que era, dispensava cuidados especiais ao filho mais velho de Maria Poquinho, o Antônio, portador de hanseníase.

Depois de dizer ao Firmino o quanto de memória me despertou em mim a crônica dele, sobre a Maria Poquinho, pude ouvir sua voz lamentando verdadeiramente o não ter um exemplar para repassar para mim, sabedor ele do zelo, do interesse que (man)tenho pelas coisas e causas caxienses.

Logo que soube, manhã cedinho de 17/1/2019, do passamento do talentoso Firmino Freitas, telefonei para outros amigos e caxienses, entre os quais Francisca Girlene Dias, Carvalho Junior, Eziquio Barros, Wybson Carvalho, Jacqueline Moreira, Arthur Almada Lima Filho (falecido em 27 de outubro de 2021), Magda da Cunha e meu tio, Raimundo João Gama Soares, o João Gama ou J. Gama, que também conhecia Firmino Freitas.

No velório, que se realizou na residência da família, a memória e o talento de Firmino Freitas foram reverenciados por familiares, amigos, colegas e membros de entidades históricas culturais de Caxias (Academia Caxiense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico de Caxias e Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão), entre os quais os professores Antônia Miramar, Valquíria Fernandes (falecida em 8/6/2019), Carvalho Junior e o desembargador Arthur Almada Lima Filho, que só tratava Firmino, cortês e fraternalmente, por “Sereníssimo”. Foi Arthur Almada quem aconselhou e orientou o à época advogado Firmino Freitas para a carreira da Magistratura, em que se aposentou.

Firmino Freitas estreou em livro em meados da década de 1980, com a obra de prosa poética “Conversando com Deus” (1985). A esse diálogo com Deus, sucederam-se outras “conversas” literárias enfeixadas em outros 12 livros: “Versos de Cantaria” (poesias, 1986); “Do Verbo ao Verso” (poesias, 1990); “Cantares de Amor e Outros Cantos” (poesia, 1990); “Memorial dos Insensatos” (prosa, 2002); “Festejos de São Benedito” (prosa, 2003); “A Mudez do Grito” (poesia, 2003); “Sermão aos Surdos” (prosa, 2003); “Causos de Caxias” (prosa, 2004, com Rodrigo Otávio Baima Pereira); “Oitavas do Eu Menino” (prosa, 2004); “Mensagem aos Cegos” (poesia, 2005); “Maria sem Vez” (prosa, 2011); “Largo do Rosário” (prosa, 2011).

Diversos desses títulos, já de cara, revelam, a nós caxienses, o quanto da terra, do ar, da água, enfim, do (meio) ambiente e do povo caxienses impregnava-se fundamente na alma de Firmino Freitas e o quanto tudo isso se desvelava, se revelava e se elevava ao correr da pena segura dele escritor.

Com certeza mais e mais textos foram elaborados por Firmino e esses escritos devem por enquanto estar recolhidos e em paz em folhas e maços guardados em alguma gaveta de mesa, ou sob pesos de papel ou, como pedaços de espíritos, jazem – virtual e virtuosamente – em forma de pulsos de luz, de brilhos de energia, de “bits” e “bytes” na memória de um computador e nos espaços não computáveis no vasto mundo da Internet. Sim, Firmino Freitas tem obras inéditas e dois de seus filhos já me contataram para tratar de futura edição dessas obras.

*

Muito de Firmino Freitas está em muitos de nós – até um dia todos nós estarmos juntos dele...

O corpo de Firmino Freitas foi sepultado do Cemitério Nossa Senhora dos Remédios, onde outros seus familiares já dormem a Eternidade.

“Sit tibi terra levis”.

Que a terra, Firmino, te seja como a tua consciência:

Leve.

* EDMILSON SANCHES

Foto:

O escritor e juiz de Direito Firmino Freitas.