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Comércio eletrônico,Cartão de Crédito
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançaram um edital para fomentar o comércio eletrônico nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No total, serão destinados R$ 4,92 milhões para nove projetos selecionados.

Na primeira fase do processo seletivo serão selecionados 20 projetos, um para cada unidade da federação das regiões beneficiadas pelo edital. Na segunda etapa, nove projetos serão escolhidos para receber apoio financeiro, no valor de R$ 380 mil cada um. Desses, três irão prosseguir para a fase de escala, por mais um ano, contando com acompanhamento técnico e apoio da ABDI, em parceria com o MDIC, e recebendo recursos no valor de R$ 500 mil.

O edital E-commerce.BR vai premiar soluções inovadoras que ajudem as micro, pequenas e médias empresas do país a superar obstáculos de logística, capacitação digital e comunicação on-line.

As inscrições vão até 17 de fevereiro deste ano e podem ser feitas por Redes de Inovação compostas por, no mínimo, três instituições públicas ou privadas de nível estadual, distrital ou municipal, que atuem em apoio a micro, pequenas ou médias empresas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 

De acordo com dados do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional, do MDIC, o comércio eletrônico no Brasil movimentou R$ 196,1 bilhões em 2023, um crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior. No entanto, a concentração das vendas on-line ainda é grande: o Sudeste responde por 73,5% das transações, em contraste com Nordeste (7%), Centro-oeste (3%) e Norte (1,3%).


(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 28/07/2023 - Lançamento do do edital Viva Pequena África, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab). Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Nos cadernos e livros das crianças, a maioria dos heróis brasileiros, dos escritores, das histórias revolucionárias de estrangeiros e de descobertas é de personagens brancos. “Isso é muito ruim para a gente. Nossas crianças e jovens da comunidade são pessoas pretas que precisam reconhecer nossas histórias e heróis”, diz a agricultora Rose Meire Silva, de 46 anos, liderança da comunidade quilombola Rio dos Macacos, em Simões Filho (BA). 

Mesmo analfabeta, Rose passou a se informar sobre a Lei 10.639 que, há exatos 22 anos, tornou obrigatório o ensino de cultura afro-brasileira nas escolas brasileiras. Por isso, resolveu peregrinar pelas escolas “vizinhas” à comunidade para cobrar que o currículo seja inclusivo. Atualmente, as crianças andam pelo menos 14 quilômetros para chegar às escolas. “Elas andam tudo isso e, às vezes, ficam decepcionadas com o que ouvem em sala de aula. Tem professores que nem tocam nas temáticas dos negros e muito menos de quilombolas. Falam para ‘deixar quieto’”, lamenta.

Confira aqui o que diz a lei.

Busca de direitos

Pesquisadora em educação e direitos humanos, a professora brasiliense Gina Vieira, que defende o ensino antirracista, reforça que exigir os direitos, como é o caso da liderança quilombola, não tem relação com caridade ou concessão, mas com a busca por direitos. “Os professores devem se pautar pela promoção do que está na Constituição, como a diversidade e celebração da identidade brasileira”. Para ela, se uma escola não está aplicando a lei, precisa ser cobrada.

A professora Luiza Mandela, também pesquisadora e idealizadora de cursos de educação para a diversidade étnico-racial, no Rio de Janeiro, considera que a lei se tornou um respaldo para quem trabalha em sala de aula com esses temas da cultura afro-brasileira. “Isso não deixa de ser um avanço”, afirma.

Motivos para celebrar

A pesquisadora diz que há razões para comemorar os 22 anos da lei, já que possibilitou iniciativas positivas nas estruturas educacionais e o interesse de professores na busca de informações sobre a temática. “Nós tivemos avanços como produções intelectuais negras voltadas para a temática étnico-racial”, diz.

Conforme Gina Vieira, é importante celebrar mais de duas décadas de legislação, resultado de luta histórica do movimento negro que deve ser vista por diferentes perspectivas. Uma delas é ética. “É errado negar aos estudantes a possibilidade de uma formação humana integral e diversa”. Para ela, o currículo, o material didático e a organização do trabalho pedagógico sempre foram orientados no país por uma perspectiva branca que tornou subalternas todas as outras culturas.

Ela entende ainda que, pela primeira vez, de maneira contundente na escola, há uma celebração da estética negra, incluindo a de corpos negros e representações sobre o cabelo crespo. “Então, eu acredito que há muito a comemorar”.

Aperfeiçoamento

No entanto, as pesquisadoras defendem que a legislação e a aplicação precisam ser aperfeiçoadas. “A legislação também pode ser aperfeiçoada com relação à fiscalização do cumprimento dessa lei”, afirma Luiza Mandela. Gina Vieira acrescenta que a aplicação de uma lei envolve mudanças estruturais e políticas públicas, incluindo as mudanças do currículo, do material didático e da forma como os professores são formados nos programas de pós-graduação. 

As professoras veem, por um lado, que faltam disciplinas obrigatórias para os cursos de licenciatura se aprofundarem nesses temas. Por outro, pode ainda haver resistência de profissionais do ensino público e privado. “Para melhorar a formação docente, é necessário realmente ter uma lei que determine a obrigatoriedade dessas temáticas em todos os cursos”, diz Luiz Mandela. 

Repertório

O tema, aliás, tem sido cobrado a quem ingressa no ensino superior nos vestibulares, inclusive na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio - "Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”.  “Isso levou todo mundo a falar sobre o assunto. A gente até se pergunta como é que escreveram os estudantes das escolas que não estão aplicando a lei. Eles tiveram repertório para fazer a redação?”, questionou Gina Vieira. 

Ela entende que iniciativas como essa do Enem são pertinentes e relevantes. Mas, por outro prisma, segundo Gina, não deve ser debatido apenas para que os alunos sejam capazes de fazer uma redação ou responder a uma questão, mas para que, de fato, seja promovido outro olhar sobre o mundo. 

Oo professor de sociologia pernambucano Claudio Valente, que coordena projeto educacional na comunidade do Ibura, considera que a escola tem papel fundamental na socialização do indivíduo. “Não tem como falar de Brasil e não tocar nos temas de cultura afro-brasileira. Por isso, essa lei é muito importante. Mas é preciso que haja fiscalização sobre a aplicação nos currículos”. 

Pesquisa divulgada em 2023 pelo Instituto Alana e Geledés Instituto da Mulher Negra identificou que sete em cada dez secretarias municipais de Educação não realizavam nenhuma ação ou desenvolviam poucas ações para implementação do ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas.

Política nacional

Em nota à Agência Brasil, o Ministério da Educação defendeu que houve, nesses 22 anos da Lei 10.639, avanços significativos. Citou, entre eles, o lançamento, em maio do ano passado, da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ). “Outro marco importante foi a instituição do feriado nacional de 20 de novembro, em homenagem à Consciência Negra e a Zumbi dos Palmares”.

A assessoria de comunicação do ministério lembrou que, do ponto de vista pedagógico, proporcionou a possibilidade de reorientar material didático, literário e instrucional para uma perspectiva de superação da discriminação racial e valorização das aprendizagens.

Outra consideração feita pelo governo é que, pela primeira vez em 21 anos, o MEC realizou pesquisa que apresenta dados sobre a implementação da educação para as relações étnico-raciais e da educação escolar quilombola. “Esse monitoramento contou com a participação de todas as secretarias estaduais de Educação e obteve 97,8% de adesão, com o questionário aplicado entre março e julho de 2024”.

A iniciativa faz parte da política nacional e pretende, a partir dos resultados, implementar ações e programas voltados à superação das desigualdades étnico-raciais e do racismo nos ambientes de ensino. “Além disso, a política visa a formar profissionais para a gestão e a docência em educação para as relações étnico-raciais e educação escolar quilombola, consolidando um compromisso com a equidade e a diversidade no âmbito educacional”.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ) 08/01/2025 - Anta flagrada em vida livre no território do estado do Rio de Janeiro.
Foto: Ascom-Instituto Estadual do Ambiente/Divulgação

Pela primeira vez em 100 anos, antas (Tapirus terrestris) foram flagradas em vida livre no território do Estado do Rio de Janeiro pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O animal, que é o maior mamífero da América do Sul, até então considerado extinto na natureza fluminense, era encontrado somente em instituições de proteção à fauna e em pontos de introdução na natureza com indivíduos nascidos em instalações assistidas.

O flagrante foi feito por meio de armadilhas fotográficas disponibilizadas pela Vale ao Inea, por meio de parceria firmada em 2020, na qual se desenvolvem ações de proteção ecossistêmica aliadas à conservação da biodiversidade nas áreas de abrangência do Parque Estadual Cunhambebe.

Os 108 registros, feitos pelas dez câmeras instaladas em uma unidade de conservação administrada na Costa Verde, flagraram grupos com até três indivíduos em uma única captura, além de uma fêmea com filhote – o que sugere uma população bem estabelecida da espécie na região. A redescoberta é resultado do trabalho de conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, que oferece um habitat preservado para a anta e outras espécies-chave, como a onça-parda (Puma concolor).

“É a primeira vez, em dez décadas, que são flagrados, registrados e monitorados no Rio de Janeiro tais animais em total vida livre, ou seja, indivíduos que não dependeram de ação humana direta ou projetos de reintrodução de fauna,” diz o Inea.

Segundo o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, as unidades de conservação estaduais são responsáveis pela proteção direta de quase meio milhão de hectares de Mata Atlântica no território fluminense. "Em episódios como esse, nos certificamos de que estamos no caminho certo. Essa redescoberta é um marco não só para o Rio de Janeiro, mas para a ciência", afirmou Rossi.

A anta-brasileira é um mamífero terrestre, que pode pesar até 250 quilos e se destaca por sua adaptabilidade e importância ecológica, pois potencialmente age como dispersora e predadora de sementes, o que contribui com a manutenção de seu habitat natural e, consequentemente, desempenha papel vital no ecossistema.

Sua capacidade de se movimentar com facilidade em diferentes tipos de terreno, incluindo áreas alagadas e encostas íngremes, aliada à sua habilidade como nadadora, a torna bem adaptada a evitar predadores.

O último registro do animal no estado do Rio tinha sido feito em 1914, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, sendo consideradas as principais causas para seu desaparecimento a perda de habitat, a caça e exploração desenfreadas e a urbanização. Atualmente, a espécie encontra-se incluída na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas como vulnerável.

“Apresentar esses registros da anta, após mais de 100 anos classificada como extinta no estado do Rio de Janeiro, é um momento histórico e significativo. A partir do material capturado pelas armadilhas fotográficas, é possível promover estratégias eficazes de conservação e conscientizar a sociedade sobre a importância da biodiversidade e do fortalecimento dos ecossistemas locais”, afirmou o presidente do Inea, Renato Jordão.

Parque Cunhambebe

Segundo maior parque do Estado, o Cunhambebe abrange quase 40 mil hectares de áreas naturais protegidas.

Além das ações de proteção ambiental, o parque se destaca por suas iniciativas consistentes em educação ambiental, promovendo uma aproximação efetiva com as comunidades do entorno e incentivando a pesquisa científica. Essas ações não apenas fortalecem a conservação da biodiversidade, mas também engajam a sociedade na valorização e preservação dos recursos naturais.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 02.05.2024 - Os candidatos do Distrito Federal que farão o Concurso Público Nacional Unificado (CNU) estão aproveitando os últimos dias para revisar o conteúdo. Cerca de 160 pessoas acompanharam o último aulão preparatório promovido pela Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Os candidatos do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) que solicitaram a devolução da taxa de inscrição começaram a receber o valor nesta segunda-feira (8). De acordo com o Ministério de Gestão e Inovação, mais de 29 mil pessoas já foram reembolsadas de um total de mais de 31 mil.

O prazo para solicitação de reembolso ocorreu de 5 a 7 de julho de 2024. A taxa de inscrição do concurso foi de R$ 90 para os cargos de nível superior e de R$ 60 para os de nível médio.

Para o procedimento de devolução, a Fundação Cesgranrio, banca responsável pela seleção, orientou os solicitantes por e-mail a criar uma chave PIX do tipo CPF — o mesmo informado na inscrição — no sistema bancário de sua preferência. Essa medida visa a facilitar o pagamento pelo Banco do Brasil.

O processo de devolução por este meio será realizado durante 30 dias corridos, a contar do dia 6 de janeiro. Nos casos em que não foi possível registrar a chave PIX, o reembolso será feito por outros meios, em um prazo maior.

O ministério informou que 31.050 candidatos solicitaram devolução da taxa de inscrição do CPNU e, com isso, a participação deles no processo seletivo foi cancelada. O pedido de reembolso foi permitido a todos os candidatos inscritos no país.

(Fonte: Agên cia Brasil)

São Paulo (SP) 18/08/2024 UNIP em São Paulo, candidatos  do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) a espera da abertura dos portões.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Candidatos negros que prestaram o Concurso Nacional Unificado (CNU) e foram eliminados por não cumprir a etapa de heteroidentificação poderão participar desta etapa no próximo sábado (11) e domingo (12). Para saber o dia, o horário e o local, a consulta deve ser feita na seção "Área do candidato" no site da Fundação Cesgranrio.

A heteroidentificação consiste na verificação de que os traços físicos dos candidatos e candidatas que se autodeclaram pretos ou pardos correspondem aos de pessoas negras. O processo serve para que se garanta que as vagas reservadas a essa parcela sejam de fato ocupadas por negros e negras, evitando quem não tem direito se beneficie da política afirmativa.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e a Cesgranrio atenderam à recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para oferecer uma nova oportunidade de aprovação a 4.048 candidatos eliminados depois de faltar ao processo de heteroidentificação, realizado em novembro de 2024. O MPF explicou, em nota, que muitos candidatos podem ter deixado de comparecer porque as instruções divulgadas pela organização do concurso podem ter causado confusão.

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Rio de Janeiro recebeu relatos de candidatos que apontaram falta de clareza e dificuldades no acesso às orientações dadas sobre a convocação. "O link de acesso à convocação na área do candidato era o mesmo utilizado para comunicar os resultados de recursos contra a prova discursiva, o que gerou confusão e levou à ausência involuntária de diversos candidatos no procedimento", acrescentou o MPF.

Na mensagem, o MPF destaca, ainda, que o MGI publicou um edital, especificamente para divulgar a retomada do processo de heteroidentificação. Além disso, a pasta também entrou em contato diretamente com os convocados, via área do candidato, no site da Fundação Cesgranrio, e na página oficial do concurso, além dos demais meios de comunicação usados pela banca, a partir das informações cadastradas pelos candidatos.

O CNU registrou 2.114.145 inscrições. Os candidatos concorrem a 6.640 vagas, separadas em oito blocos temáticos. A previsão é de que o resultado final seja divulgado no dia 11 de fevereiro.

(Fonte: Agência Brasil)

Diogo Oliveira

Sempre que um novo ano começa, é normal que as pessoas estabeleçam metas e redefinam certas prioridades em suas rotinas. E, nessa perspectiva, ter saúde e qualidade de vida surgem como alguns dos principais objetivos traçados para o ano. A procura por uma atividade física tende a aumentar significativamente, uma vez que muitas pessoas acabam “correndo atrás do tempo perdido”. No entanto, é fundamental que tais atividades sejam devidamente orientadas por um profissional de Educação Física devidamente registrado. E isso vale, desde o treino pesado de musculação até a corrida ao ar livre, pois todas elas exigem esforço por parte das articulações e da musculatura. 

O Conselho Regional de Educação Física do Maranhão (Cref21/MA) faz um alerta à sociedade maranhense sobre a importância do profissional de Educação Física registrado na rotina dos treinos. 

“A atividade física é um assunto muito presente no nosso dia a dia. É comum observarmos dicas, aulas e exercícios físicos a todo instante em aplicativos, redes sociais, blogs e na mídia. No entanto, é preciso fazer um alerta: a presença do profissional de Educação Física é fundamental para a eficácia de qualquer tipo de treino ou atividade física. Esse profissional é o único que pode orientar, dar dicas ou prescrever exercício físico adequado. Os exercícios físicos são um dos pilares da qualidade de vida, mas praticá-los de forma inadequada pode ocasionar uma série de problemas”, explica o diretor-executivo do Cref21/MA, Diogo Oliveira. 

Diminuição do risco de sofrer lesões, melhora do condicionamento físico e adequação da atividade à meta desejada de acordo com cada indivíduo são alguns dos benefícios alcançados por quem busca qualidade de vida por meio da prática de uma atividade física contando com um profissional de Educação Física registrado. O profissional de Educação Física escolhe as atividades que têm maior potencial de levar o praticante a alcançar seus objetivos, seja perder peso, melhorar as funções cardiorrespiratórias ou ganhar massa muscular.  

“Os exercícios físicos quando bem orientados evitam lesões e outros problemas. A orientação de um profissional apto contribui para a utilização de forma adequada dos aparelhos para a realização dos exercícios físicos, que proporcionam benefícios como: melhora do sono, humor, mente e corpo, reduzindo os riscos de cometer erros e o aumento dos benefício, visto que a pessoa ganha mais aderência para continuar praticando as atividades na academia. Queremos que as pessoas se exercitem, mas é preciso se exercitar da maneira correta. É necessário que todos se conscientizem da importância e da necessidade do profissional de Educação Física”, concluiu Diogo Oliveira.  

Sobre o Cref21/MA

Desde a criação do Sistema Confef/Crefs, no ano de 1998, foi definida a meta de criar 27 Conselhos Regionais de Educação Física, possibilitando aos diversos Estados da federação terem os seus próprios órgãos de representatividade da categoria. Contudo, foram estabelecidos os princípios de que os Crefs seriam criados à medida que se comprovasse a sustentabilidade financeira, administrativa e política. Por esse motivo, o Conselho Regional de Educação Física do Maranhão (Cref21/MA) foi criado somente em 2019, o que possibilitou um passo importante em direção ao fortalecimento da profissão no Estado. 

(Fon te: Assessoria de imprensa)

7 de janeiro é o Dia do Leitor. A data foi criada pelo diário "O Povo", jornal de Fortaleza (CE), e já “pegou” no país inteiro.

Nessa data, em 1928, foi fundado o jornal "O Povo", criado por Demócrito Rocha (14/4/1888 – 29/11/1943), Baiano de Caravelas, que, além de jornalista, foi poeta, servidor público federal (telegrafista dos Correios), maçom, político, escritor, professor universitário (da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, onde se formou em 1921 e passou a ensinar no ano seguinte). Demócrito Rocha faleceu em Fortaleza.

O dia 7 é também uma referência simbólica aos sete dias da semana em que o leitor estaria acompanhando um jornal.

Além de jornais, revistas e outras publicações, o Leitor tem, no livro, um dos principais e com certeza o mais simbólico e charmoso produto de expressão, acumulação, documentação e transmissão do conhecimento, das reflexões e das compulsões humanas.

Como se situa o livro na esfera humana e científica? Leia a seguir.

*

O livro é o mais simbólico dos elementos manuseados pelo Bibliotecário.

Hoje, entretanto, esse profissional não lida (ou não deveria lidar) propriamente com livros, mas com pessoas.

É a evolução da função socioprofissional do Bibliotecário, que sai do bibliocentrismo (isto é, voltado apenas para os livros) e vai para o antropocentrismo (o ser humano como finalidade do conhecimento e do trabalho de outrem).

Para chegarmos ao livro como superproduto humano, passamos, antes pela LITOSFERA, que é a parte da terra (a crosta terrestre) onde está a BIOSFERA, o conjunto dos seres vivos (animais, vegetais).

Na biosfera encontra-se a ZOOSFERA, o sistema onde se desenvolve o reino animal.

Nesse reino, reina a ANTROPOSFERA, a parte da Terra em que o ser humano vive, também chamada IDEOSFERA.

É na antroposfera que se desenvolve a NOOSFERA, o sistema mental, cujos fenômenos, documentados de forma escrita, formam a GRAFOSFERA.

Portanto, o livro é parte da grafosfera.

Para cuidar do livro – e de outros suportes de informação – existem grupos de conhecimentos próprios: as Ciências das Ciências.

Como se sabe, existem as Ciências da Natureza, como as Ciências Exatas ou Descritivas (Matemática, Física, Química, Biologia) e as Ciências Aplicadas (Medicina, Agronomia, Engenharia).

Existem as Ciências da Cultura, como as Ciências Sociais (Linguística, Antropologia Cultural, Sociologia, Economia, História, Educação, Administração) e Humanidades (Filosofia, Teologia, Psicologia, Letras, Artes Plásticas, Música).

E, por fim, existem as Ciências das Ciências, que tratam de organizar, preservar e colocar à disposição os conteúdos das demais Ciências.

As Ciências das Ciências dividem-se em Teóricas (Teoria da Informação, Teoria Geral dos Sistemas, Metodologia) e Documentológicas (Bibliografia, Bibliometria, Bibliologia, Biblioteconomia, Arquivologia ou Arquivística, Museologia, Documentação).

A evolução do conhecimento trouxe a evolução do conceito (ou seria o contrário?): seja encapsulada em disquetes, CDs, CDs-ROM, fitas e discos de cinema e vídeo (DVDs, Blu-rays, HD-DVD); seja encasulada em livros, revistas, jornais; seja incrustada em outros suportes físicos ou fluindo no éter do mundo virtual da Informática e das Comunicações, a informação tem de ser colocada à disposição daquele que a gerou: o ser humano.

Assim é que a Biblioteca deixou de ser uma coleção de livros e outros documentos, classificados e catalogados, para ser uma assembleia de usuários da informação.

O Bibliotecário não é um alfarrabista que só tem olhos para os livros (função bibliocêntrica), mas um profissional academicamente preparado para uma função verdadeiramente “antropobibliocêntrica”, onde ser humano e livro (i. e., documento) interagem sob sua mediação.

Existem vários tipos de biblioteca. Frances Henne considerava a Biblioteca Infantil como a “mais importante de todas”.

Têm ainda as Bibliotecas Escolares, com material didático para professores e alunos.

As Universitárias, as Especializadas (que se voltam para um tipo de usuário ou por tipo de documentos).

As Bibliotecas Nacionais reúnem a produção bibliográfica e audiovisual do próprio país e de outros.

As Bibliotecas Públicas são as dos governos estaduais e municipais.

No Brasil, as primeiras bibliotecas chegaram com os jesuítas, em meados do século XVI, na Bahia. Neste Estado, também surgiu a primeira biblioteca de um mosteiro beneditino, em 1511, e a primeira biblioteca pública, em 1811.

Em 1915, surgiu, no Brasil, o primeiro curso de Biblioteconomia da América Latina.

Hoje, existem dezenas de cursos de graduação e pós-graduação.

A profissão de Bibliotecário surgiu com a Lei 4.084, de 30/6/1962, regulamentada pelo decreto 56.725, de 16/08/1965.

*

“BIBLIOTERMOS”

(alguns termos relacionados ao livro, a maior parte constante de "Elementos de Bibliologia" [São Paulo: Hucitec/INL/Pró-Memória, 1983], livro de Antônio Houaiss)

ARISTOBIBLIOFILIA – sentimento de amor aos livros de luxo.

BIBLIOCIMELIOFILIA – sentimento de amor aos livros raros.

BIBLIOCIRURGIA – técnica que salva do deterioramento a parte ainda sã do livro.

BIBLIOCLEPTOMANIA – subtração de livros, por furto, roubo ou não restituição.

BIBLIOFILIA – atribuição de valor ao livro, pela mensagem, pelo material, pela importância histórica.

BIBLIOFOBIA – indevida incompreensão do valor dos livros.

BIBLIOFOTOGRAFIA – técnica da reprodução fotográfica de livros, preservando-o em seu feiçoamento original.

BIBLIOGNOSIA – conhecimento dos livros.

BIBLIOGRAFIA – disciplina que agrupa os livros segundo critérios sistemáticos vários.

BIBLIO-HISTORIOGRAFIA – história do livro.

BIBLIOLATRIA – adoração ao livro, sem excluir seu uso, gozo e proveito.

BIBLIOLOGIA – examina o livro do ponto de vista de sua sistematização.

BIBLIOMANIA – preocupação obsessiva com os livros e a vontade de possuí-los.

BIBLIOMÁTICA – aplicação de processos informatizados na produção e difusão dos livros.

BIBLIOMETRIA – aplicação da análise estatística à bibliografia geral (MACROBIBLIOGRAFIA) e específica (MICROBIBLIOGRAFIA).

BIBLIOPATOLOGIA – disciplina aplicada (química / física / parasitologia) que estuda o deperecimento material do livro sob a influência do meio, do tempo, de ações parasitárias.

BIBLIOPROFILAXIA – técnica de proteção do livro contra as influências/ações de deterioração.

BIBLIOSOFIA – conjunto dos saberes relacionados ao livro.

BIBLIOTAFIA – amor exagerado aos próprios livros (lidos ou apenas possuídos), ao ponto de ocultá-los ou torná-los inacessíveis para outrem.

BIBLIOTECNIA ou BIBLIOTÉCNICA – corpo de técnicas relacionadas à produção do livro, do ponto de vista de seus elementos materiais.

BIBLIOTECNOGRAFIA – exposição sistemática dos princípios e normas de bibliotecnologia.

BIBLIOTECNOLOGIA – sistematiza o corpo de técnicas da bibliotecnia.

BIBLIOTECOCIRURGIA – técnica que salva do deterioramento progressivo coleções e bibliotecas.

BIBLIOTECOGRAFIA – cuida da disposição sistemática das coleções de livros.

BIBLIOTECOLOGIA – disciplina dos livros como coleções agrupadas.

BIBLIOTECONOMIA – armazenagem, acesso e circulação dos livros.

BIBLIOTECOPATOLOGIA – disciplina aplicada (arquitetura / administração) que estuda o deperecimento e a deterioração das coleções e bibliotecas.

BIBLIOTECOPROFILAXIA – técnica de proteção às coleções e bibliotecas.

BIBLIOTECOTECNIA ou BIBLIOTECOTÉCNICA – técnicas relacionadas à criação de bibliotecas.

BIBLIOTECOTECNOGRAFIA – exposição sistemática dos princípios da Bibliotecotecnologia.

BIBLIOTECOTECNOLOGIA – sistematiza técnicas/conhecimentos da Bibliotecotecnografia.

BIBLIOTECOTERAPIA – técnica de restaurar coleções e bibliotecas.

BIBLIOTERAPIA – técnica de recuperação/restauração de livros materialmente deteriorados.

ECDÓTICA – arte de descobrir e corrigir erros de um texto e, a partir daí, estabelecer uma edição o mais perfeita possível (“edição crítica” ou “edição exegética”).

EDITORAÇÃO – preparação técnica de originais de um livro para publicação, envolvendo revisão de forma e de conteúdo e, em outra fase, a organização para a edição impressa.

NOVOS TERMOS (NEOLOGISMOS)

Nessa linha, engendrei dois novos termos relacionados aos livros. Consultei o Google e o Dicionário Houaiss e não há menção aos termos nem a seus significados, com essa formação léxica / lexical.

As palavras são formadas a partir dos elementos de composição gregos para “novo” (NÉOS-), “livro” (BIBLION), “cheiro” / “odor” (OSMÓS) e “amigo” ou aquele que deseja, quer ou gosta (-PHILOS):

BIBLIOSMIOFILIA – Amor ao ou satisfação com o cheiro de livros.

BIBLIOSMIÓFILO – Aquele que gosta do cheiro de livros.

NEOBIBLIOSMIOFILIA – Amor ao ou satisfação com o cheiro de livros novos.

NEOBIBLIOSMIÓFILO – Aquele que gosta do cheiro de livros novos.

* EDMILSON SANCHES

Os professores Sebastião Moreira Duarte, José Geraldo da Costa e eu já conversamos muito, estimulados pelo bom ambiente, pela boa mesa e pelos bons espíritos (ou seja, as bebidas) da antiga Cantina Don Vito, que marcou época e pontificou em Imperatriz (MA) por cerca de 30 anos, de 1986 a 2015.

Éramos um trio palrando sobre coisas e loisas do ser humano e do século, isto é, do mundo. Sebastião, maranhense que nasceu no Ceará; Geraldo, o decano do trio, imperatrizense que nasceu em Recife, Pernambuco – e eu, caxiense da gema, clara e casca.

Essa nesga de lembrança me chega quando, na multidão de mensagens perdidas e achadas em uma multidão de grupos e pessoas do aplicativo WhatsApp, leio um “pedido”, feito ao nosso amigo comum José Carlos Castro Sanches e por este “socializado” no grupo da Sociedade de Cultura Latina do Brasil.

Sebastião Duarte fez a seguinte “encomenda” (termo dele): “[...] descubra pra mim o significado do sufixo ‘íua’, que forma tantas palavras de origem indígena no Maranhão”.

Sebastião referia-se ao “sugestivo” topônimo “Paricatíua”, povoado à beira do Rio Itapetininga, no quase nonagenário município de Bequimão (criado na Baixada Ocidental maranhense em 19 de junho de 1935; 20 mil habitantes). O químico e escritor José Carlos, suplicante, pergunta a cada leitor do outro lado da telinha do celular: “Quem pode responder a pergunta acima?”

Essas três letrinhas vão precisar de muitas outras para explicá-las... (Mas, quem sofre de exarticulação precoce, isto é, fragmentação e perda de coesão, vá direto para o parágrafo precedido do intertítulo “Paricatíua: O Significado”).

Comecemos:

Os especialistas deram um novo nome para “sufixo”: agora, chama-se “pospositivo”, que é a partícula que vem ao final da palavra – quando é o caso de o processo de formação do vocábulo precisar dessa “pós-elemento”, dessa parte final.

Deve-se dizer, logo de saída (ou entrada...), que, nesse caso e contrariamente, não se aplica o pospositivo “-íua” no fitônimo “paricatíua”. O pospositivo “-íua”, e suas variantes “-iba” e “-iva”, vêm do tupi “-iwa”, que significa “ruim”, “imprestável”, “feio” – como no muito citado exemplo do nome de Estado “Paraíba”, em que “Pará-“ é “rio” ou “mar” e “-iba” é “ruim”, significando “rio impróprio ou ruim para navegar”, porque, pelo menos no início de seu canal, ali pelos idos do século XVI ou início do XVII, o Rio Paraíba não seria largo o bastante para certas embarcações.

Vale lembrar que existem também, com semelhante grafia, os pospositivos “-iwa” e “i’wa”, onde o primeiro significa “tronco”, “árvore”, “planta”, “haste”, “pau”, e o segundo, “fruto”, “fruta”. Ambos, na transcrição / transliteração para a Língua Portuguesa, assumem grafias e variantes como “-iba”, “-iva”, “-uba”, “-uva”, “-aba”, “-ava”...

PARICATÍUA: O SIGNIFICADO

Especificamente, no caso de “Paricatíua”, este é um nome botânico (fitônimo) dado como nome a uma localidade (topônimo). “Paricatíua” é formado do tupi “paricá-“, que é nome de uma árvore, mais “-tíua”, o pospositivo tupi que significa “muito”, “em abundância”. Assim, “Paricatíua” é nome tupi que significa ajuntamento, abundância de paricás. Retorne-se e reforce-se a lembrança das costumeiras variações gráficas quando o Português assume um termo alienígena para seu “corpus” linguístico ou vocabular: em tupi, “paricá-“ é “pari’ka” e “-tíua” é “-tiwa”, este que, transliterado, escreve-se “-tiba”, “-diba”, “-tuba”... Alguns exemplos: “Mangaratiba”, ajuntamento de mangarás, que são tipos de ervas e plantas – estas também chamadas taiobas ou taiovas, entre outros nomes. “Ubatuba”, abundância de ubás, que são caniços ou pés de canas fininhos.

Só conheço de foto a árvore paricá. Deve haver – ou no mínimo deve ter havido – muitas delas pela Baixada maranhense, mormente em Bequimão, maiormente no Povoado Paricatíua. Os indígenas não chamariam o lugar se não houvesse, em grande quantidade, a planta ou árvore que eles denominavam “paricá”. É o que os tupinólogos chamam de “composição atributiva”, que é o modo de os indígenas formarem uma palavra em que um elemento posterior atribui uma qualidade, dá uma característica ao primeiro elemento da palavra. No caso de “Paricatíua”, “paricá-“ é o primeiro e principal elemento (a árvore) e o segundo elemento é uma espécie de adjetivo, um qualificador, “-tíua”, que diz que naquele lugar há (ou havia) muitos pés de paricás.

Sobre o paricá, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), patrimônio e orgulho de todo brasileiro, diz que é uma árvore de até 40 metros de altura e 1 metro de diâmetro e, em diversos Estados brasileiros, floresce de maio a julho e frutifica de agosto a outubro. A planta é “quente”: não gosta de temperaturas frias, gosta mesmo é de sol (heliófila). Anota-se, ainda, que no Pará o paricá é também conhecido como “faveira”; em Rondônia, “bandarra”; e, entre outros, no Acre, “canafístula” (na Pré-Amazônia maranhense, faveira e canafístula ou canafista são outro papo, isto é, são outros tipos de árvores. Mas são coisas e nomes desse imenso e redundante Brasilzão...).

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A propósito, a palavra “Itapetininga”, que dá nome ao rio que margeia o Povoado Paricatíua, em Bequimão, também é termo tupi e significa algo como “rio sinuoso, ladeado de penedos / rochas / lajes”. Há definições aproximadas; esta daí tem como base a obra “Diccionario Geografhico da Provincia de S. Paulo – Precedido de um Estudo sobre a Estructura da Lingua Tupi e Trazendo, em Appendice, uma Memoria sobre o nome AMERICA” (grafia original), de 1902, livro póstumo do grande maranhense de Caxias, advogado, jurista, jornalista, genealogista, estudioso do tupi e escritor João Mendes de Almeida (1831-1898).

O Dr. João Mendes fundou vários jornais em São Paulo, foi presidente do Instituto dos Advogados paulistas, o Iasp (fundado em 1874), e foi deputado e presidente da Assembleia de São Paulo, Estado e cidade que o homenagearam oficialmente, em 1898, com nome e busto em grande praça – existente desde 1757 – na região central (bairros Sé e Liberdade) da capital paulista. Em frente à praça, o Fórum de Justiça de São Paulo, o maior da América Latina, que leva o nome de João Mendes de Almeida Júnior (1856-1923), filho paulistano do caxiense Dr. João Mendes, que era casado com Dª Ana Rita Fortes Leite Lobo.

Além do “Diccionario” de João Mendes de Almeida, vali-me do “Dicionário de Tupi-Guarani” da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do “Dicionário Houaiss” e da “Infoteca” no “site” da Embrapa, para as informações sobre a árvore paricá.

* EDMILSON SANCHES

Foto:

O povoado Paricatíua, no município de Bequimão (MA). No alto, à direita, o rio Itapetininga.

A pandemia revelou a desigualdade de acesso à internet

A aprovação de projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos em escolas públicas e privadas no Estado, já no ano letivo de 2025, deu destaque ao tema. Além do cuidado nas escolas, o Centro Marista de Defesa da Infância avalia que a utilização dos aparelhos e da internet também precisa de atenção em casa.

Levantamento da TIC Kids Online Brasil (2024), realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e Cetic.br, mostrou que 93% das crianças e adolescentes brasileiros - de 9 a 17 anos - usam a internet, o que representa 24,5 milhões de pessoas.

O estudo apontou, ainda, que cerca de três a cada dez usuários de internet de nove a 17 anos têm responsáveis que usam recursos para bloquear ou filtrar alguns tipos de sites (34%); para filtrar aplicativos baixados (32%), que limitam pessoas que entram em contato por chamadas de voz ou mensagens (32%); que monitoram sites ou aplicativos acessados (31%); que bloqueiam anúncios (28%); alertam sobre o desejo de fazer compras em aplicativos (26%); e que restringem o tempo na internet (24%).

“Assim como ensinamos nossas crianças a não falar com estranhos na rua, temos que agora ensiná-las a como se comportar na internet. Atualmente, pais e responsáveis devem trabalhar no letramento digital, supervisionando as atividades e ensinando dinâmicas mercadológicas, pois o uso inadequado da internet pode gerar um meio propício para o adoecimento físico e mental”, disse, em nota, Valdir Gugiel, diretor do Centro Marista de Defesa da Infância e membro do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Santa Catarina.

Ele acrescenta que, atualmente, quando se trata de infância e juventude, é necessário promover um debate sobre o uso consciente de telas e dispositivos e a violência no ambiente digital.

Ofensas

Ainda segundo a TIC Kids Online, entre os usuários de nove a 17 anos, 29% contaram ter passado por situações ofensivas, que não gostaram ou os chatearam no ambiente digital. Desses, 31% relataram sobre o que aconteceu para seus pais, mães ou responsáveis; 29% para um amigo ou amiga da mesma idade; 17% para irmãs, irmãos ou primos; e 13% não revelaram para ninguém.

A gerente do Centro Marista de Defesa da Infância, Bárbara Pimpão, explica que alguns casos de situações ofensivas na internet podem evoluir para cyberbullying [violência virtual que ocorre geralmente com as pessoas tímidas e indefesas].

“Crianças e adolescentes que estão sendo expostas repetidamente a mensagens que têm o objetivo de assustar, envergonhar ou enfurecer podem sofrer consequências psicológicas, físicas e sociais, como baixa autoestima, depressão, transtornos de ansiedade e insônia”, disse, em nota.

A entidade apontou as seguintes dicas e cuidados para os responsáveis em relação ao acesso de crianças e adolescentes a ferramentas digitais:

1. Fazer monitoramento e controle parental do telefone celular.

2. Ficar alerta a situações ofensivas.

3. Explicar sobre perigos do contato com estranhos.

4. Conversar sobre o uso excessivo da internet.

5. Acessem juntos conteúdos para conscientização.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 05/01/2025 - Mestre Antônio Cândido. Dia de Reis. Foto: Antônio Cândido/Arquivo Pessoal

O toque da zabumba, os versos, as cantorias, as cores das roupas, a dança e o legado dos mais velhos… Tudo encantou os olhos de Cícera Flatenara desde a infância. Hoje, aos 27 anos de idade, a cearense nascida e moradora de Juazeiro do Norte é mestra do reisado, manifestação cultural que celebra o nascimento de Cristo e a visita dos reis Magos ao “Menino Deus”.

A data de 6 de janeiro, Dia de Reis, que é o mais importante para a festividade, tem dois sentidos para ela. Antes, de celebração. Mas, agora, também de dor. O pai dela, mestre Cicinho (Cícero da Silva, de 44) foi assassinado neste dia, no ano passado, enquanto preparava o evento. Mesmo em luto, ela diz que tem a missão de inspirar outros jovens a participarem do reisado e fazer com que mais olhos brilhem, como ocorreu com ela, pela arte do pai.

Brasília (DF), 05/01/2025 - Cícera Flatenara. Dia de Reis. Foto: Cícera Flatenara/Arquivo Pessoal

Mestre Cicinho era do Reisado de Manuel Messias. A filha abraçou o legado e segue com o grupo. Ela aprendeu tudo com o pai, inclusive porque ele criou também um grupo para filha para que ela abraçasse a missão de fazer com que a cantoria nunca findasse. “Foi meu pai que me incentivou, ensinou, e fez crescer. A gente montou um grupo de reisados chamado Mirim Santos Expedito”, diz. Ela explica que o pai tirou dinheiro do próprio bolso para fazer as roupas e os instrumentos. Hoje pelo menos 30 crianças e adolescentes participam das atividades.

“As crianças veem o colorido e pedem para brincar. Hoje eu passo para os meus dois filhos. Quando eu não estiver aqui, vai ter quem dê continuidade por mim”, conta Cícera Flatenara.

Eles já conhecem o que fazem os mestres (que coordenam o reisado), os contramestres, as personagens de  Mateus, Catirina, reis, rainha, a princesa e o príncipe, além de embaixadores, que puxam a música na hora da dança. Assim, se organiza o cordão. Os sons dos instrumentos de percussão e corda se misturam para encanto de quem aprecia a tradição.

Diversidade

E pensar que mulheres, no século passado, não costumavam ser as mestras. “Mulher dançava mais o ‘guerreiro’ (de Alagoas). Meu pai foi um dos mestres que mais incentivava a participação das mulheres aqui em Juazeiro do Norte”. Já é normal às vistas dos juazeirenses quando a mestra Flatenara ‘desafia’ homens para o tradicional jogo de espadas, em uma coreografia que impressiona quem está na roda. “O rei vai proteger a rainha e o príncipe no trono. Ele tem o dia todo para proteger a realeza do reisado e não deixar ninguém vir tomar”. 

Um dos pares no jogo de espadas de Flatenara é o mestre Antônio Candido, de 35 anos, também conhecido na tradição da região. “Nosso foco é manter a tradição dos reisados como surgiram na região do Cariri, ao som da viola [do reisado de Congo)] e do maracá”. Ele celebra que a filha de 15 anos também já participa da festa e já fez até o papel de rainha. O mestre enfatiza que essa é uma tradição nas comunidades tradicionais no período natalino, com participantes nas portas das casas, nas ruas, louvando o sagrado.

Ele é ligado ao Reisado Santo Antônio e faz ensaios todas as terças-feiras.

“Meu grupo é pequeno, a gente só tem 18 pessoas. O reisado, para mim, é alegria, amor e esperança de um futuro melhor. Isso é o que a gente passa aos mais jovens”, afirma Antônio Candido.

Em sua memória, a manifestação está vinculada ao som da zabumba, caixa e pífano, mas também à viola, que faz parte da tradição local. Outra ação é a “queima da lapinha”, que são as folhagens secas levadas ao fogo a fim de simbolizar as esperanças de cada pessoa. “Essas tradições são importantes para mim desde a minha infância”.

Brasília (DF), 05/01/2025 - Mestre Antônio Cândido. Dia de Reis. Foto: Antônio Cândido/Arquivo Pessoal

Desafio

Referência de sons para Antônio Candido foi o mestre Nando, nome artístico do amigo violeiro Francisco Valmir da Silva Santos, de 45 anos, que aprendeu o reisado na zona rural. Ele entende que, apesar das tradições, há dificuldades de manter o reisado vivo. “Chega a ser um desafio por conta da internet. Existem brincantes jovens ou até adultos que não querem mais. Nós, que mantemos o reisado de Congo legítimo sempre convidamos os jovens a levar em frente esse folguedo do reisado”.

Ele observa que, nas escolas, as apresentações não são contínuas e existem dificuldades para que projetos sejam contemplados em editais públicos. “Quando a cultura vai para a escola, os alunos tornam-se novos aprendizes dos reisados. Principalmente para formar novos tocadores de viola ou violão”, diz. Mestre Nando explica que, mesmo com as características particulares de cada Estado, os reisados têm semelhanças pelo país.

De norte a sul

A 3,6 mil quilômetros de distância de Juazeiro do Norte, a preocupação de fazer com que o reisado siga forte está em grupos na cidade de Esteio (RS), que chamam a exibição de “terno de reis”. O acordeonista Gabriel Romano, de 37 anos, diz que aprendeu com o avô, mas teme que a tradição caia no esquecimento. “Na tradição, o terno de reis vai até uma casa sem avisar. A gente chega e começa a cantar na porta até a pessoa ouvir e convidar para entrarem. A gente faz várias apresentações por dia.” Originalmente, os artistas usam o improviso. 

Brasília (DF), 05/01/2025 - Grupo Estrela Guia de Esteio (RS). Dia de Reis. Foto: Grupo Estrela Guia de Esteio/Divulgação

Como as apresentações do reisado gaúcho do grupo de Gabriel (Estrela Guia de Esteio) são mais curtas, há uma abertura já consagrada, em uma música que usa versos como “Cristo podia nascer entre ouros e cristais, mas, para dar exemplo ao mundo, quis nascer entre animais. O de casa nobre gente, se quiser nos apreciar, abre a porta e mande entrar.” O músico entende que, mesmo pautado pela religiosidade cristã, há uma preocupação de atender um público mais diverso, inclusive para adeptos de religiões de matriz africana.

Gabriel anda feliz porque no grupo conseguiu atrair uma acordeonista de 12 anos, Anita, que é filha dele. “Ela foi vendo o terno e fazendo o movimento. A minha filha tem celular, usa internet, mas a gente incentiva ela a ter essas vivências na música. Para ela também saber que existe um mundo fora daquilo.”

(Fonte: Agência Brasil)