O próximo Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) deve ter cerca de três mil vagas, e a abertura das inscrições está prevista para o mês de junho. As informações foram divulgadas, nessa quarta-feira (23), pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.
Segundo a ministra, o termo de referência para a chamada das empresas candidatas a compor a banca do concurso já está pronto. Esther Dweck disse que essas informações, a serem publicadas no próximo edital, podem ser divulgadas de forma oficial nesta semana ou na próxima.
Duas novas carreiras
O próximo CNU deve ter, entre as novidades, duas novas carreiras ─ uma delas é ligada à área de defesa e segurança pública, e a outra é relacionada ao campo do desenvolvimento socioeconômico.
“São duas carreiras muito importantes, que complementam as carreiras de política social, de analista de infraestrutura e de analista de tecnologia da informação”, disse a ministra em entrevista à CNN Brasil.
Os salários iniciais devem ser acima de R$ 9 mil, podendo chegar a R$ 21 mil, disse a ministra. Outras carreiras, segundo Esther Dweck, já tiveram autorizações nas áreas de saúde e de administração.
Cargos ocupados
A ministra informou também que, nesta quinta-feira (24), deve haver mais um passo para a contratação das pessoas que passaram no último concurso em cargos que não requeriam curso de formação.
“São cerca de 4,3 mil pessoas que a gente vai publicar a autorização de provimento para que elas possam ingressar no serviço público brasileiro nas próximas semanas, de preferência”, afirmou.
A expectativa inclui os cargos que não exigem cursos de formação dos oito blocos temáticos, de nível superior e médio. São essas as nomeações que serão autorizadas pelo MGI por meio de uma portaria unificada prevista para sair ainda nesta semana.
A partir dessa autorização, o passo seguinte será dado pelos 16 órgãos e entidades federais participantes do certame, que deverão publicar os próprios atos de nomeação para dar posse aos aprovados. Os órgãos que farão as convocações são:
Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI);
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic);
Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa);
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet);
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra);
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI);
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep);
Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI);
Ministério da Saúde (MS);
Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP);
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc);
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
O Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor tem origem na Espanha. A data 23 de abril é a do falecimento, em 1616, de Miguel de Cervantes Saavedra, o notável espanhol autor de “Dom Quixote”, magistral obra em dois volumes (o primeiro lançado em 1605; o outro, 1615).
Mas há registros dando conta de que, desde 1923, e também no mês de abril, Cervantes já era homenageado em sua terra natal, com a criação de uma Feira de Livros em sua homenagem (homenagem consolidada – até pela realeza espanhola – nos anos seguintes, com registros em 1926 e 1930).
Em 1995, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) oficializou a data, e acrescentou-se que, naquele mesmo dia 23 de abril de 1616, além de Cervantes, outro gigante da Literatura universal também havia falecido: William Shakespeare, autor sobretudo de grandes textos teatrais que há séculos são levados ao palco e reinterpretados no Cinema.
Também foram citados outros autores com nascimento ou morte registrados em 23 de abril. (Não se dirá, aqui, da diferença de dias que aparece quando se converte o calendário juliano, vigente na Inglaterra shakesperiana, para o calendário gregoriano, vigente na maior parte do mundo, ocidental sobretudo).
Com uma obra numerosa e variada, e também sendo muito lido, citado e estudado, ainda assim Shakespeare não superou seu contemporâneo de morte: Cervantes teve uma de suas obras, o “Dom Quixote”, eleita como o melhor livro de todos os tempos, segundo escritores de qualidade inconteste e de fama mundial que se reuniram na Noruega, em maio de 2002, e escolheram a obra do sofrido autor espanhol -- que penou como escravo, tinha problemas financeiros graves, convivia com brigas domésticas com filha e mulher (que o deixou), sofreu o descaso de desejados protetores na nobreza da Espanha, manteve interações homossexuais (algumas delas, imagina-se, forçadas).
Além disso, Cervantes sofreu “ataque” de um até hoje insabido autor, que escreveu a continuação de seu “Dom Quixote”, beneficiando-se do sucesso da obra naquelas duas primeiras décadas dos anos 1600, pouco mais de quatrocentos anos atrás. (Ocorre que, em texto introdutório a outra obra sua, Cervantes antecipou que “Dom Quixote”, lançado em 1605, teria continuação, uma segunda e última parte. Alguém até hoje não descoberto, que não gostava de Cervantes e que também tinha gosto pelas Letras e pela escrita, antecipou-se a ele e escreveu uma obra pseudônima, dizendo ser a continuação. Isso obrigou Cervantes a apressar a segunda parte, final, de seu romance, que foi lançada em 1615, um ano antes de sua morte, em 1616).
O “Dom Quixote” de Cervantes é um dos orgulhos da nação espanhola. Com certeza, como livro e a partir da obra, a Espanha apresenta-se maior que seus 500 mil quilômetros quadrados (área dez por cento menor que a da Bahia, por exemplo). Essa é a força da Literatura e da nação que preza a Cultura.
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Cervantes e o 23 de Abril como Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor têm diversos pontos de contato com o Maranhão e autores maranhenses. Como antecipei, quando da oficialização da data pela UNESCO, em Paris, em 1995, foi registrado que o 23 de abril lembrava a morte de Cervantes e de Shakespeare em 1616, e, entre outros registros, marcava também o nascimento do romancista russo Vladimir Nabokov, em 1899, e o romancista francês Maurice Druon, em 1918. Nabokov é autor, entre outras, da obra “Lolita”, de 1955, clássico da literatura mundial, filmado e refilmado, onde um professor universitário vive sua obcecação pela menina Dolores, apelidada Lolita, de 12 anos.
E onde o Maranhão “arranha” nessa história?
O outro escritor nascido em 23 de abril de 1918, Maurice Druon, falecido em 14 de abril de 2009, nove dias antes de completar 91 anos, era bisneto do escritor maranhense Odorico Mendes, que nascera em São Luís, em 1799, e morrera em Londres, em 1864. Maurice Druon pertencia à mais referendada de todas as academias do mundo ocidental, a Academia Francesa, da qual era decano e secretário perpétuo. Druon foi também ministro da Cultura em seu país, a França, pela qual havia lutado, inclusive na Resistência, em terras francesas e em Londres, durante a Segunda Guerra Mundial. Das dezenas de livros que Druon escreveu, um deles e sua única obra de ficção infanto-juvenil, chamada “O Menino do Dedo Verde”, de 1957, é uma das obras do gênero mais conhecida no mundo.
Druon esteve algumas vezes no Maranhão, terra de familiares e antepassados – a partir de Manuel Odorico Mendes, jornalista, político, tradutor, poeta e humanista, considerado o precursor da moderna tradução criativa, com suas traduções, pioneiras e integrais, das obras de Virgílio (em latim) e Homero (em grego) para o português. Odorico Mendes também traduziu obras do francês Voltaire. Em 1999, nos eventos de 200 anos de nascimento de Odorico Mendes, em São Luís, lá estava Maurice Druon, prestigiando a memória do talentoso bisavô.
Portanto, há sangue e história maranhense – pela descendência de Odorico Mendes – nas homenagens que a UNESCO fez quando, ao instituir o Dia Mundial do Livro, lembrou grandes nomes que nasceram ou morreram em 23 de abril...
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Relembrando o nome de Cervantes, autores maranhenses tinham-no em sua predileção, a ele dedicando estudos e até livros. É o caso, por exemplo, de Josué Montello (1917-2006). O notável romancista, ensaísta, jornalista, professor e teatrólogo são-luisense é autor de pelo menos duas obras sobre Cervantes: “Cervantes e o Moinho de Vento”, lançado em 1950 (Gráfica Tupy, Rio de Janeiro – RJ), e, três anos depois, “Viagem ao Mundo de Dom Quixote” (Universidade Federal do Ceará, Fortaleza – CE, 1953). Sobre o ensaio montelliano de 1950, o ótimo escritor, historiador e crítico literário paulista Brito Broca (1903-1961), em setembro de 1952, anotou, já ao final de sua alentada e excepcional introdução a uma edição de “Dom Quixote de La Mancha”: “[...] muito erudito e penetrante, no qual o autor procura ver no romance em questão uma sátira ao leitor crédulo”. E ainda: “Não será demais que patrícios nossos, como Josué Montello, venham a descobrir sentidos novos em tal livro”.
Brito Broca também registra, antecedentemente às anotações sobre o ensaio de Montello, que o maranhense, de Caxias, Coelho Netto, respondendo a João do Rio sobre “quais os autores que lhe haviam contribuído para a formação literária”, teria colocado “Dom Quixote”, precedido de, primeiro, “As Mil e Uma Noites” e “toda a obra de Shakespeare”. Eis a íntegra do trecho:
“No inquérito realizado via ‘Gazeta de Notícias’, por volta de 1907, e reunido em volume, sob o título ‘O Momento Literário’, uma das perguntas dirigidas por João do Rio aos escritores era: quais os autores que lhe haviam contribuído para a formação literária. Coelho Neto coloca em primeiro lugar ‘As Mil e Uma Noites’; em segundo, toda a obra de Shakespeare; em terceiro o ‘Dom Quixote’. Mas a influência deste último decerto se filtrou de tal maneira na numerosa obra do romancista maranhense, a ponto de não nos permitir identificar qualquer manifestação concreta ou precisa.”
O parágrafo acima é o texto com a leitura de Brito Broca do que escreveu ou transcreveu João do Rio após a entrevista deste com Coelho Neto, texto publicado no livro “O Momento Literário”, onde Broca reúne 36 autores – outros oito não responderam ao “inquérito” (a lista de perguntas), entre eles os maranhenses Graça Aranha, que alegou que se deve “escrever pouco”; Aluísio Azevedo, que estava abarrotado de trabalho (“diante de mim uma torre de papeis”, teria escrito) no consulado em Cardiff, no País de Gales (Reino Unido); e Artur Azevedo, que, segundo Broca, “não disse nada”.
Afora Coelho Netto, de maranhense entre os 36 escritores entrevistados em "O Momento Literário" só vejo Raimundo Correia, o último do livro, onde ocupou só três páginas. Também vejo Rodrigo Otávio, que casou com uma das filhas de Ricardo Leão Sabino, são-luisense e, residente em Caxias, professor de Gonçalves Dias, lá na Rua do Cisco, onde morei, região central da cidade "Princesa do Sertão Maranhense" minha terra natal.
Vejo também, entre os 36 autores do livro “O Momento Literário”, Medeiros e Albuquerque, pernambucano, que deu a ideia desse livro para João do Rio, que por sua vez lhe dedicou a obra. Medeiros de Albuquerque (1867-1934) foi da Academia Brasileira de Letras e era filho do maranhense, de Caxias, Joaquim José de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque, de quem herdou talento e o nome (com a inversão dos prenomes iniciais – José Joaquim).
A leitura direta do texto de João do Rio sobre Coelho Netto diz mais, e diferentemente, do que resumiu Brito Broca em sua magistral introdução a uma das edições brasileiras de “Dom Quixote”. Na transcrição de Brito Broca, Coelho Netto diz logo, com sua “rude franqueza meridional” (como anotou o autor paulista) que, para a formação literária dele, “não contribuíram autores, contribuíram pessoas”. Continua o caxiense: “Até hoje sofro a influência do primeiro período da minha vida no sertão. Foram as histórias, as lendas, os contos ouvidos em criança, histórias de negros cheias de pavores, lendas de caboclos palpitando encantamentos, contos de homens brancos, a fantasia do sol, o perfume das florestas, o sonho dos civilizados... Nunca mais essa mistura de ideais e de raças deixou de predominar, e até hoje se faz sentir no meu ecletismo. A minha fantasia é resultado da alma dos negros, dos caboclos e dos brancos. É do choque permanente entre esse fundo completo e a cultura literária que decorre toda a minha obra [...]”.
Só quando João do Rio insiste (“– Há, entretanto, uma parte da sua obra...”) é que Coelho Neto, nem deixando o jornalista carioca completar a frase, diz:
“– Sim, a parte fescenina. É aí, no ‘Fruto Proibido’, que começo a ter a responsabilidade do meu trabalho. O amor pelas lendas, pelo fantástico ficou porém. O livro que mais me impressionou foi ‘As Mil e Uma Noites’. Depois toda a obra de Shakespeare, o ‘Dom Quixote’, os poetas gregos, Plutarco, que releio constantemente...”
João do Rio procura saber dos autores modernos de predileção de Coelho Netto, que lista:
“– Flaubert, o admirável Maupassant, Taine, que é a base da minha visão crítica, e os ingleses contemporâneos, com especialidade os dramaturgos.”
Coelho Netto menciona autores portugueses e outros mais. A parte que lhe coube em “O Momento Literário” de João do Rio tem sete páginas. Faço questão de antecipar, no parênteses abaixo, um pouco das informações que estarão em texto que preparo sobre o caxiense Aderson Ferro, escritor e odontólogo pioneiro no Brasil.
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(Parênteses: Quando Coelho Netto, acima, menciona, até qualificando de "admirável", o escritor francês Guy de Maupassant (1850-1893), lembrei-me de que tive acesso a uma ata de uma sociedade de geografia comercial da França onde se registrava que, em um dia dos anos 1870, o caxiense Aderson Ferro e o grande escritor francês Guy de Maupassant, amigo de Gustave Flaubert, estavam os dois, Aderson e Maupassant, tomando posse na dita sociedade. Aderson Ferro tinha saído de Caxias em setembro de 1877 para estudar “Arte Dentária” (Odontologia) em Paris e lá tornara-se membro da Sociedade Nacional de Geografia da França, e nesta condição estava na reunião com Maupassant e como este sendo admitido em uma sociedade mais específica da área, neste caso, Geografia Comercial. Também sobre Aderson Ferro descobri que, sim, e distintamente do que se registra em textos -- poucos -- biográficos, ele voltou para o Maranhão após retornar da França, tendo montado consultório na Rua da Paz, em São Luís, como comprovam anúncios de sua atividade profissional publicados em jornais da capital maranhense naquela segunda metade do século 19 (anos 1880). Só depois, por motivos ainda insabidos, é que Aderson Ferro mudou-se para o Ceará, onde clinicou em Fortaleza e, depois, em diversas cidades do interior cearense, onde faleceu e permanece enterrado, em Baturité).
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Portanto, tornando a Brito Broca: ele ampliou para “formação literária” o que o próprio Coelho Netto assumiu como livros que mais o “impressionaram”, além do que, de cara, o maranhense-caxiense ter dito que não “autores”, mas “pessoas” (negros, caboclos, brancos) é quem contribuiu para a formação do autor, desde logo “em criança” – “Até hoje sofro a influência do primeiro período da minha vida no sertão”. (Veja-se a obra “O Momento Literário”, de João do Rio – pseudônimo do jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo carioca João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto[1881-1921] –, publicada pela Criar Edições – Curitiba, 2006).
Tornando à obra de Cervantes. Além de Josué Montello e Coelho Netto, o maranhense-ludovicense Aluísio de Azevedo foi tocado pelo talento cervantino: na mesma introdução a “Dom Quixote”, Brito Broca consigna que, em busca de uma “revivescência indígena do herói de Cervantes”, uma espécie de Dom Quixote brasileiro -- como à época já existiam Quixotes nas literaturas alemã, russa, francesa e italiana –, Aluísio de Azevedo “teve ideia semelhante, por volta de 1909, de fazer um Dom Quixote da fé, inspirado na figura de Antônio Conselheiro [...]”. A ideia aluisiana não se materializou...
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A influência e/ou a presença de autores maranhenses nos diversos estratos da Literatura – universal, brasileira, regional – é matéria a ser consolidada e ampliada, tais e muitas são as menções, citações, dissertações, teses e outros trabalhos acadêmicos, além de livros, textos em jornais etc. produzidos por ou sobre nossos conterrâneos, Brasil adentro e mundão afora.
Um dia haverá uma decisão, farto apoio e a efetivação de um trabalho de pesquisa, coleta, documentação e disseminação de informações e trabalhos relacionados aos – ou de autoria de – talentosos maranhenses que contribuíram, e muito, para que nosso País se houvesse melhor, seja enquanto realidade para nós, seja como referência para outrem.
Esta quarta-feira (23) é Dia de São Jorge, feriado no estado do Rio de Janeiro. Mas o santo celebrado por cariocas e fluminenses passou a dividir seu dia com os chorões. Desde o ano 2000, o 23 de abril também é Dia Nacional do Choro, um gênero musical brasileiro, nascido no Rio.
A data, estabelecida na Lei 10.000/2000, assinada pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso, foi escolhida para homenagear o nascimento de outro "santo": o pagão “São Pixinguinha”, como dizem nas rodas de choro. O detalhe é que, na verdade, Pixinguinha nasceu em 4 de maio de 1897 ─ como pesquisadores da música brasileira posteriormente desvendaram.
Para saber mais sobre os mistérios do choro, uma música de matriz popular e acadêmica, a Agência Brasil entrevistou o cavaquinista Henrique Cazes, professor do Programa de Pós-Graduação Profissional em Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), autor de quase uma dezena de livros sobre o choro e seus personagens.
Leia, a seguir principais trechos da entrevista,
Agência Brasil:
O 23 de abril é Dia Nacional do Choro em referência à data presumida de nascimento do Pixinguinha. O choro tem mais de uma definição, seja como gênero musical ou como uma maneira de tocar uma música. Há também mais de uma explicação por que foi batizado com nome choro. Que outros mistérios tem essa música que identificamos como genuinamente brasileira e com mais de 150 anos?
Henrique Cazes:
Mistério não falta no choro. A gente pode assinalar um padrão de composição que foi estabelecido pelos pioneiros, desde Henrique Alves de Mesquita, Chiquinha Gonzaga, Joaquim Callado, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros. Esses compositores de grande talento estabeleceram um padrão de acabamento, de elaboração nas composições, e isso tudo fez com que o choro, já no início, fosse uma música que era difícil de se fazer. No entanto, 150 anos depois, não para de aparecer gente fazendo choro e continuando a perseguir esse padrão de qualidade composicional.
Eu acho que isso é um mistério, porque se essa música fez tão pouco o sucesso comercial, por que haveria paixão de gerações a gerações? É algo, realmente, que é um mistério. A gente pode ter uma explicação bem técnica e racional, mas, do ponto de vista da paixão, é algo que que me admira até os dias de hoje, quando eu chego numa roda de choro e encontro músicos muito jovens tocando de uma forma que não envolve só a técnica, conhecimento, mas envolve também esse amor por essa música. Isso é algo incrível.
Outra coisa que eu também acho misteriosa é como, ao longo desses 150 anos, o repertório foi crescendo do ponto de vista acumulativo. Quero dizer que aquilo que é lá de trás não é descartado. E, à medida que vão surgindo novos compositores, vão surgindo novos clássicos, e os antigos não deixam de ser tocados. No choro, às vezes, a grande novidade que aparece numa roda é uma polca do Século 19 que foi tirada do baú de algum lugar, de alguma pesquisa. É fascinante isso. Não se deixa nada pelo caminho, vai se acumulando.
Agência Brasil:
As rodas de choros teriam alguma responsabilidade pela longevidade da música?
Henrique Cazes:
Eu escrevi um livro chamado O choro reinventa a roda, e seu título completo seria O choro reinventa a roda e a roda reinventa o choro. É realmente muito importante, ao longo desse tempo todo, a experiência compartilhada de interpretação em que há uma convivência harmoniosa entre a memorização de repertório e o improviso. Isso é uma coisa muito importante para que o choro esteja em constante renovação, numa dinâmica muito viva.
Agência Brasil:
Não havia disco nem rádio no início do choro. Foi pelas rodas que a música se perpetuou até haver um meio de comunicação que a levasse a um público maior?
Henrique Cazes:
Foi pelas rodas de choro e também pelas partituras. Uma parte do contingente dos chorões, desde o início, era de leitores de música que faziam as anotações. Um músico copiava do caderno do outro, e esses cadernos se multiplicaram e foram importantes na fixação do repertório do Século 19. Depois de um certo ponto, em torno do ano de 1900, começam a imprimir partituras em quantidade maior.
Já na era do rádio, os conjuntos tocavam choro [no ar, ao vivo]. Os grandes solistas que lideravam esses conjuntos, chamados regionais, foram figuras importantes. Eram solistas tão conhecidos quanto os cantores mais famosos. O conjunto do Jacob do Bandolim, o conjunto do Benedito Lacerda, o conjunto do Altamiro Carrilho. Eles eram atrações também na programação do rádio.
A era do rádio foi uma coisa muito importante, mas eu acho que as rodas de choro selecionaram o acervo musical. Uma parcela do repertório foi mudando de acordo com o núcleo de chorões [que tocavam nas rodas de choro] e reafirmava pertencimento em razão do amor pela música. As rodas também são uma maneira dos amadores encontrarem os profissionais.
Agência Brasil:
No livro O choro reinventa a roda, você chama de Fase Defensiva do Choro um período que vai de 1932 a 1980. Nesses quase 50 anos iniciados com a era do rádio, tivemos nomes como Pixinguinha, Garoto, Jacob do Bandolim, Benedito Lacerda, Altamiro Carrilho, Abel Ferreira, Zé Menezes, Valdir Azevedo, Zé da Velha e outros tantos citados. Com elenco desses, o melhor nome que a gente poderia chamar é de fase defensiva?
Henrique Cazes:
Na verdade, o que aconteceu, coincidentemente com a era do rádio, foi um distanciamento dos profissionais do ambiente da roda. Ou seja, um distanciamento entre profissionais e amadores. E isso fez com que os amadores fechassem o ambiente do choro. Daí é esse nome de “fase defensiva”, porque a roda de choro ganha um caráter meio iniciático, uma coisa quase maçônica. É um momento difícil, em que, praticamente, a transmissão se dá por meio dos discos, dos quais os músicos amadores conseguiam tirar o repertório. As rodas eram muito fechadas. Dois musicólogos norte-americanos, Tamara Livington-Isenhour e Thomas Garcia, nomearam essa fase como “defensiva”, e eu aproveitei ao constatar na descrição de vários chorões o temor que havia de que as rodas se abrissem e se desvirtuasse. Uma visão muito conservadora.
Agência Brasil:
Nesses tempos fechados, as rodas de choro se esconderam nos quintais do subúrbio do Rio de Janeiro? O que a cidade tem a ver com esse momento do choro?
Henrique Cazes:
Em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, Jacob do Bandolim disse que as rodas de choro estavam rareando porque não se admitia uma roda sem um quintal, sem uma varanda. E havia uma transformação urbana, com o desaparecimento do modo de viver da casa, com espaço, dando lugar a prédios de apartamento, ainda nos anos 1950 e 60. Em um apartamento é muito complicado fazer alguma coisa desse tipo.
Agência Brasil:
Os baianos, como os cariocas, reivindicam a paternidade do samba. Mas sobre o choro não há querela, é uma música genuinamente carioca. Por que o choro nasceu no Rio?
Henrique Cazes:
A experiência que levou ao aparecimento do choro só poderia ter acontecido em uma cidade que, no Século 19, em 1808, recebe a corte portuguesa. Uma cidade que tinha população negra muito grande, não só pessoas escravizadas, e onde houve encontro com a cultura de origem europeia. O mundo acadêmico não era longe desse mundo da música popular. Tudo isso fez com que o choro tivesse características tão peculiares. A certidão de nascimento carioca é inquestionável porque, naquele momento, a única cidade que tinha essa mistura específica [era o Rio], inclusive com a quantidade de músicos e professores de música trazidos pela corte.
O professor belga Métier André Hacker foi professor do Joaquim Callado. Eles se tornam grandes amigos e acabaram compondo dentro das formas do choro: do lundu e da polca abrasileirada. Havia uma interação de fato com os olhos na Europa e os pés no chão dos terreiros.
Agência Brasil:
Nesse chão dos terreiros, também vai ter samba... Você percebe dinâmicas diferentes entre as rodas de choro e as rodas de samba?
Henrique Cazes:
A principal diferença é o elemento corpo. A roda de choro é um ritual construído por sons e olhares. Na roda de samba, o corpo é o dono do samba, e o samba é o dono do corpo. Aliás o [sociólogo e jornalista] Muniz Sodré já escreveu um livro com esse título. Essa parte que envolve sensualidade, tão marcante da roda de samba, é ausente na roda de choro.
É algo muito sutil e é justamente o mistério da roda de choro, com características que parecem tão pouco atrativas principalmente às pessoas mais jovens, conseguir existir há 150 anos. E está aí firme e forte, toda hora aparece uma roda de choro nova. Isso é fascinante, né?
Agência Brasil:
Choro e samba não têm em comum os conjuntos chamados de “regionais”?
Henrique Cazes:
Não, [o regional] é do samba. A profissionalização do rádio se deu ao mesmo tempo em que houve a consagração do chamado samba batucado. Quer dizer, o samba maxixado dá lugar ao samba batucado. O [maestro e compositor] Benedito Lacerda é o primeiro a aperfeiçoar um conjunto que era ideal para o acompanhamento do samba batucado. Tanto é que na discografia da Carmen Miranda dos anos 1930, os sambas são acompanhados pelo regional do Benedito Lacerda, e as marchas, acompanhadas pela banda do Pixinguinha. A Carmen sabia escolher o melhor acompanhamento para ela. Isso faz com que esse conjunto ─ com dois violões ou três, pandeiro, cavaquinho, um instrumento solista; o chamado regional ─ acabe sendo muito útil nas estações de rádio, porque ele podia acompanhar justamente aquela onda do samba que estava se consagrando como música nacional.
Mas o choro começa a ser tocado de outra maneira. O choro era muito mais perto da polca e do maxixe até o surgimento do conjunto regional do Benedito Lacerda, que é o modelo que todos copiam. O conjunto regional é o acompanhamento ideal do samba batucado que se consagra e muda a maneira de tocar o choro. Até a era do rádio, o choro era tocado por orquestra, tocado por pequenos conjuntos. Tinha piano com flauta, piano com trompete. Havia variedade de instrumentação. A partir da era do rádio, há um afunilamento para o conjunto regional e acaba passando a ideia para as gerações seguintes, que choro era tocado só daquela maneira, só com aquela formação, quando na verdade era uma coisa muito mais diversificada.
Agência Brasil:
Morreu recentemente Cristina Buarque, com quem você gravou disco e teve projeto de espetáculos.
Henrique Cazes:
No início dos anos 1990, eu e Cristina tínhamos um ponto de encontro que era um bar chamado Bip Bip, em Copacabana, muito perto da casa da mãe dela. [Lá] foi surgindo a ideia de fazer um trabalho sobre Noel Rosa. E homenageando, então, a situação em que todos nos encontrávamos naquele momento, a gente escolheu o título de Sem tostão... a crise não é boato para um show que estreou em março de 1992. Depois de 7 anos com esse show, a gente fez A crise continua e gravamos dois discos.
Nesse espetáculo, éramos só eu e ela. Eu tocando, cantando e contando histórias, e ela cantando. A gente se divertia muito fazendo show. Ela tinha um humor muito peculiar. É uma perda incrível. Cristina foi um exemplo de interesse por repertórios que estavam esquecidos. Há uma geração toda que veio cantando nos espaços da Lapa ─ como Pedro Miranda, Pedro Paulo Malta, Alfredo Del-Penho, Teresa Cristina e outros mais ─ que pegaram o gosto da pesquisa por causa da Cristina. Ela era uma pesquisadora prática. Perguntava: “você conhece aquela música?” Eu respondia; “não conheço, não.” E ela: “vou te mandar”. Outro dia, encontrei na minha casa uma seleção que ela fez de coisas esquecidas do Cartola. Ela queria era que mais pessoas partilhassem daquela paixão dela pelo samba de repertório pouco rodado, né?
Sua morte é uma perda muito grande. Era uma pessoa que, toda vez que a gente sentava para conversar, eram horas de conversa, muita risada, falávamos muita bobagem. Tinha um humor muito ácido, muito crítico. Sua perda para mim foi uma pancada firme. É duro para o samba, é duro para o ambiente das rodas de samba. E o que a gente pode fazer? A gente só pode cantar o repertório dela.
Uma hora antes do sol nascer no horizonte carioca, às cinco horas da manhã, um grupo de fiéis católicos começa o dia em Quintino, bairro da Zona Norte da capital fluminense, para prestigiar a tradicional queima de fogos em homenagem a São Jorge. É o início oficial do dia dedicado ao personagem, feriado em alguns locais do país, como é o caso do estado do Rio de Janeiro.
Na crença católica, São Jorge é considerado padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros. Ou, de forma mais popular, como o santo guerreiro. Para os devotos, simboliza um guia contra as dificuldades da existência humana, aquele que ajuda na luta contra o mal, ou contra os diferentes problemas do plano terreno e sobrenatural.
Essa ideia é explicitada no site do Vaticano, em verbete que se refere ao santo.
“Como acontece com outros santos, envolvidos por lendas, poder-se-ia concluir que também a função histórica de São Jorge é recordar ao mundo uma única ideia fundamental: que o bem, com o passar do tempo, vence sempre o mal. A luta contra o mal é uma dimensão sempre presente na história humana, mas esta batalha não se vence sozinhos: São Jorge matou o dragão porque Deus agiu por meio dele”, diz o texto.
Apesar da força no catolicismo, há outras vertentes do cristianismo que o consideram santo, como a Igreja Anglicana e a Igreja Ortodoxa. Também para alguns seguidores de religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, há um comportamento de respeito.
O perfil de guerreiro, daquele que supera todas as dificuldades, é uma das explicações para a popularidade de Jorge, segundo o escritor, professor e historiador Luiz Antônio Simas. No ano passado, ele publicou o livro infantil O cavaleiro da lua: Cordel para São Jorge.
“São Jorge pertence ao rol do que eu chamo de santos do cotidiano. Aqueles dos milagres diários. Existem santos que você não evoca para os perrengues do dia a dia. Existe uma categoria que é invocada para resolver problemas imediatos. Como Santo Expedito, das causas urgentes. São Jorge é um santo da rua”, diz Simas.
Origens da fé
A historiografia não identifica um conjunto de documentos que ateste, de forma inconteste, a existência de São Jorge. Muito do que é conhecido hoje se deu através da tradição oral e literária. O próprio Vaticano explica, em seu site oficial, que surgiram várias histórias fantasiosas ao longo do tempo em torno de São Jorge.
Segundo a versão mais conhecida, Jorge, nome de origem grega que significa “agricultor”, nasceu na Capadócia, atual Turquia, por volta do ano 280, em uma família cristã. Mudou-se para a Palestina e se alistou no exército de Diocleciano, imperador romano. Em 303, o imperador iniciou uma perseguição aos cristãos, e Jorge teria se colocado de forma contundente contra o imperador, o que o levou a sofrer torturas e a ser decapitado.
Um registro antigo, epígrafe grega do ano 368, descoberta em Eraclea de Betânia, teria uma das raras referências ao santo, ao falar da “casa ou igreja dos santos e triunfantes mártires, Jorge e companheiros”.
O período das Cruzadas acrescentou outros elementos à mitologia. As Cruzadas eram expedições militares, religiosas e comerciais, ocorridas entre os séculos XI e XIII, em que cristãos europeus viajavam até a Palestina para derrotar os muçulmanos e conquistar Jerusalém.
A narrativa mais famosa é a de que havia um grande pântano na cidade de Selém, na Líbia, onde vivia um dragão. Uma das formas de acalmá-lo era oferecer um(a) jovem. Um dia, chegou a vez da filha do rei. Mas Jorge se levantou contra o dragão e o matou com uma espada, imagem que até hoje é a mais representativa do santo. Os cruzados compararam a morte do dragão com a derrota do Islamismo.
“O dragão sintetiza a ideia da maldade, do inimigo, que está à espreita, no plano espiritual ou material, que te acossa no cotidiano. Acho que São Jorge ganha essa popularidade justamente por causa da simbologia guerreira, bélica, por ser um santo muito articulado com o imaginário de batalhas”, explica Luiz Antonio Simas.
O curioso é que, mesmo entre os muçulmanos, Jorge é uma figura de respeito, e muitos enxergam indícios de que ele esteja presente no livro sagrado do Islão, como explica o historiador.
“Há quem diga que ele é um personagem que aparece no Alcorão, chamado Al-Khidr. Ele seria São Jorge. Tem essa multiplicidade por ter esse perfil guerreiro, é o vencedor de demandas”, diz Simas.
O culto a Jorge se aprofundou na Inglaterra com os normandos. Em 1348, o Rei Eduardo III instituiu a “Ordem dos Cavaleiros de São Jorge”. E, durante a Idade Média, a figura foi tema de literatura épica. Segundo o Vaticano, na falta de notícias mais concretas sobre ele, em 1969, houve uma mudança de status da celebração ao santo: passou de festa litúrgica para memória facultativa.
São Jorge é Ogum?
Uma das afirmações frequentes no senso comum é o de que São Jorge e Ogum, orixá ligado às religiões de matriz africana, são o mesmo personagem, com nomes diferentes. A socióloga Flávia Pinto, que também é escritora, mãe de santo e matriarca da Casa do Perdão, explica que esse é um erro.
“Para nós do candomblé e da umbanda, já temos consciência hoje que São Jorge não é Ogum. Por um motivo histórico e cronológico. São Jorge existiu na Capadócia há dois mil anos. Já Ogum existe há mais de 10 mil anos na cidade de Ire, na Nigéria. Naturalmente, São Jorge é um filho pródigo de Ogum, mas não é o próprio Ogum”, diz Flávia.
Outra ideia comum é a de valorizar o sincretismo cultural quando se fala em São Jorge, por ele ter sido apropriado e ressignificado pelos afrodescendentes, ligados à diáspora negra, como forma de resistência e manutenção das crenças africanas. Flávia Pinto defende que esse cenário não pode ser visto de maneira romantizada, por ter envolvido processos violentos.
“A aceitação de um santo católico é mais palatável porque a gente tem uma dominação euro-cristã em nosso processo de socialização chamado de colonização. Não podemos chamar de maneira romântica um comportamento genocida e torturador, que foi a imposição da fé de um povo dominador sobre outro povos, que tinham as próprias religiosidades, como os indígenas e os africanos. Mas, ainda assim, a sabedoria milenar desses povos foi tamanha, que conseguimos estudar minimamente a história daquele santo e associar ele aos nossos orixás”, diz a socióloga.
O Ministério da Educação (MEC) lançou, nesta quarta-feira (23), o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). A proposta é estabelecer um instrumento unificado de avaliação da formação médica no Brasil. Os resultados, segundo a pasta, poderão ser utilizados inclusive para acesso a programas de residência médica.
A prova, realizada anualmente e já com uma primeira etapa prevista para outubro deste ano, será conduzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em colaboração com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao MEC.
Ainda de acordo com o ministério, o exame vai unificar as matrizes de referência e os instrumentos de avaliação no âmbito do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para os cursos de medicina e da prova objetiva de acesso direto do Exame Nacional de Residência (Enare).
Durante a cerimônia de lançamento, o ministro da Educação, Camilo Santana, avaliou que o Enamed tem relevância estratégica nacional no que diz respeito à avaliação da formação médica no Brasil e que seus resultados vão impactar diretamente o Sistema Único de Saúde (SUS) e o ingresso de novos profissionais no mercado de trabalho.
“Vamos formar agora um grupo de trabalho a partir do decreto da comissão interministerial para discutir a proposta que o Inep está colocando dessa prova, dessa avaliação. Vamos chamar conselhos, entidades de classe. Vamos chamar todos para discutir o melhor formato. Já queremos aplicar em outubro aqui no Brasil,
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância de se ter uma avaliação capaz de aferir o progresso do estudante, que aconteça ao longo da formação e não apenas ao final do curso. “Permite que a gente possa avaliar o progresso desse estudante e trazer à luz a instituição formadora”.
“Ainda mais no caso do nosso país, e em outros países do mundo, onde a formação médica, boa parte, é paga, tem mensalidades. Tem que ter um olhar sobre essa instituição formadora. Ou ela vai continuar faturando com as suas mensalidades enquanto oferece baixa qualidade na formação”.
Em nota, o MEC citou os seguintes pontos como objetivos do Enamed:
- avaliação da formação médica: verificar se os concluintes dos cursos de medicina adquiriram as competências e habilidades exigidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs);
- apoio à melhoria dos cursos: fornecer insumos para o aprimoramento das graduações em medicina, contribuindo para a qualidade da educação médica no Brasil;
- aprimoramento da seleção para a residência médica: unificar a avaliação do Enade e a prova objetiva do Enare, otimizando o acesso à residência médica de acesso direto;
- fortalecimento do SUS: garantir que os futuros médicos estejam preparados para atuar de maneira qualificada na rede pública;
- unificação e transparência: criar um modelo padronizado de avaliação, democratizando o ingresso nos programas de residência médica de acesso direto.
Entenda
De acordo com a pasta, o Enamed deve ser organizado como um instrumento unificado de avaliação da formação médica no Brasil, na forma de um exame "guarda-chuva", tendo como base a aplicação do Enade. A avaliação atenderá a dois públicos específicos:
- estudantes de medicina inscritos no Enade, que indicarão seu interesse em utilizar a nota da prova no processo seletivo do Enare;
- médicos interessados em participar do processo seletivo de programas de residência médica de acesso direto do Enare, inscritos no Enamed, no período a ser estabelecido no edital do exame.
Inscrição e provas
A previsão é que as inscrições para o Enamed sejam abertas no mês de julho, sendo que o exame será obrigatório para todos os estudantes de medicina concluintes. A aplicação da prova está prevista para outubro e a divulgação dos resultados individuais, para dezembro.
Para utilizar os resultados do Enamed para o Enare, é necessário se inscrever no Enare e pagar uma taxa de inscrição (exceto em casos de isenção previstos em edital). Os estudantes que farão Enade e que não pretendem utilizar os resultados da prova para ingressar na residência estão isentos de taxa.
Os estudantes do ensino médio da rede pública de ensino, beneficiários do programa Pé-de-Meia 2025, recebem, a partir desta quarta-feira (23), a parcela do Incentivo Matrícula, no valor de R$ 200. A parcela única anual será paga de forma escalonada até 30 de abril, conforme o mês de nascimento do estudante.
O Incentivo Matrícula é destinado a todos os estudantes do ensino médio público que efetivaram sua matrícula para o ano letivo de 2025. A Caixa Econômica Federal confirma que neste mês serão disponibilizadas cerca de 3,9 milhões de parcelas, sendo 1,3 milhão para novos estudantes, ou seja, os que ingressaram no primeiro ano do ensino médio público este ano.
Confira o calendário de pagamento da primeira parcela da edição de 2025 do programa Pé-de-Meia, no valor de R$ 200:
Nascidos em janeiro e fevereiro recebem em 23 de abril;
Nascidos em março e abril recebem em 24 de abril;
Nascidos em maio e junho recebem em 25 de abril;
Nascidos em julho e agosto recebem em 28 de abril;
Nascidos em setembro e outubro recebem em 29 de abril;
Nascidos em novembro e dezembro recebem em 30 de abril.
Incentivos pagos
A chamada Poupança do Ensino Médio tem quatro tipos de incentivos:
incentivo-matrícula: por matrícula registrada no início do ano letivo, valor pago uma vez por ano, no valor de R$ 200;
incentivo-frequência: por frequência mínima escolar de 80% do total de horas letivas. Para o ensino regular, são nove parcelas durante o ano de R$ 200.
incentivo-conclusão: por conclusão e com aprovação em cada um dos três anos letivos do ensino médio e participação em avaliações educacionais, no valor total de R$ 3 mil. O saque depende da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio;
incentivo-Enem: por participação comprovada nos dois dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último ano do ensino médio. Os R$ 200 são pagos em parcela única ao estudante matriculado no terceiro ano e ficam disponíveis para saque.
O incentivo-matrícula corresponde à primeira parcela do ano. As parcelas do incentivo-frequência, que somam R$ 1,8 mil por ano, são pagas ao longo do ano letivo, a partir da comprovação da frequência mensal do estudante.
O pagamento do incentivo-conclusão na modalidade poupança depende da conclusão de cada ano do ensino médio e poderá ser sacado somente após a aprovação no terceiro ano. A última parcela, a do incentivo-Enem, será concedida se o estudante comparecer aos dois dias de provas do Enem, no ano em que estiver cursando o terceiro ano do ensino médio.
Aos alunos do Educação de Jovens e Adultos (EJA), o bônus é pago em quatro parcelas de R$ 225, por semestre cursado. O valor total semestral é de R$ 900.
Depósitos
Todos os incentivos do Pé-de-Meia são pagos pelo Ministério da Educação em conta aberta automaticamente pela Caixa em nome dos estudantes do primeiro, segundo e terceiro anos do ensino médio matriculados em 2025.
O agendamento dos pagamentos e os futuros depósitos também poderão ser consultados no aplicativo Jornada do Estudante, que pode ser baixado em smartphones e tablets e o login é feito com o próprio Cadastro de Pessoa Física (CPF) do estudante na conta no portal único de serviços digitais do governo federal, o Gov.br. A conta pode ser de nível de segurança bronze.
Os depósitos são feitos de acordo com matrícula, frequência dos estudantes nas aulas e participação no Enem. Os pagamentos seguem um cronograma que varia conforme o mês de nascimento do estudante.
Poupança do ensino médio
O programa federal do Ministério da Educação (MEC) funciona como um incentivo financeiro para que o estudante de baixa renda da rede pública permaneça na escola e se forme no ensino médio, sem abandonar os estudos para trabalhar.
A política pública é voltada a jovens matriculados do ensino médio regular e na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, que sejam parte de famílias incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Todo estudante que se encaixa nos critérios do programa é incluído automaticamente. Não há necessidade de se inscrever no Pé-de-Meia.
O período para solicitar isenção da taxa de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 se encerra na próxima sexta-feira (25). O prazo de inscrição para a prova ainda será divulgado pelo Ministério da Educação (MEC).
Em nota, a pasta informou que interessados na isenção da taxa devem fazer a solicitação por meio da Página do Participante, utilizando o login único do Gov.br.
“Quem não lembrar a senha da conta poderá recuperá-la seguindo as orientações da plataforma”, orienta o MEC.
De acordo com o MEC, participantes que não compareceram aos dois dias de provas do Enem em 2024 precisam justificar a ausência caso queiram participar da edição de 2025 gratuitamente.
Entenda
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, prevê a gratuidade da taxa de inscrição para pessoas que se enquadrem nos seguintes perfis:
matriculados no 3º ano do ensino médio em escola pública (em 2025);
aqueles que fizeram todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada e que possuam renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio;
pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica por serem de família de baixa renda, com registro no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico);
participantes do programa Pé-de-Meia.
Documentação
Para não pagar a taxa de R$ 85, o MEC exige que sejam apresentados os seguintes documentos, no intuito de comprovar que o candidato não tem condições financeiras de pagar pela inscrição no Enem:
documento de identificação do estudante e dos demais membros que compõem o núcleo familiar;
declaração que comprove a realização de todo o ensino médio em escola pública ou histórico escolar do ensino médio, com assinatura e carimbo da escola. No caso de bolsista, deve ser incluída declaração da escola que comprove a condição de bolsista integral em todo o ensino médio;
comprovante da renda declarada referente ao mês corrente ou até três meses anteriores;
comprovante de pagamento (holerite ou contracheque, recibo de pagamento por serviços prestados, envelope de pagamento e/ou declaração do empregador, entre outros);
declaração original, assinada pelo próprio interessado, para autônomos e trabalhadores em atividades informais, contendo as seguintes informações: nome, atividade que desenvolve, local onde a executa, telefone, há quanto tempo a exerce e renda bruta mensal em reais;
extrato de rendimentos fornecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou por outras fontes, referente à aposentadoria, auxílio-doença, pensão, pecúlio, auxílio-reclusão e previdência privada. Na ausência desses documentos, apresentar extrato bancário identificado, com o valor do crédito do benefício;
recibo de comissões, aluguéis, pró-labores e outros;
recibo de seguro-desemprego e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
rescisão do último contrato de trabalho;
comprovante do valor da pensão alimentícia (na ausência desse documento, apresentar extrato ou declaração de quem a concede, especificando o valor);
comprovantes de benefícios concedidos por programas sociais, como o Bolsa Família;
declaração original da pessoa que concede ajuda financeira ao interessado, pagamento de despesas com escola ou de outras despesas, contendo as seguintes informações: nome, endereço, telefone, valor concedido e finalidade;
comprovante de residência (conta de água, energia elétrica, gás, telefone, carnê de IPTU, correspondências oficiais ou bancárias);
para beneficiários do CadÚnico: cópia do cartão com o NIS válido que contenha nome completo e CPF da mãe do participante.
Cronograma
Solicitação de isenção da taxa/justificativa de ausência: 14 a 25 de abril;
Resultado das solicitações de isenção da taxa/justificativa de ausência: 12 de maio;
Período de recursos: 12 a 16 de maio;
Resultado dos recursos: 22 de maio.
O exame
O Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Instituições de ensino públicas e privadas utilizam a prova para selecionar estudantes: os resultados são utilizados como critério único ou complementar de processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Os resultados individuais do exame também podem ser aproveitados em processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.
Fortalecimento do intercâmbio entre grupos de teatro nacionais, pesquisa dos saberes ancestrais femininos e fomento à acessibilidade de qualidade junto ao público e artistas surdos e ouvintes. Assim será a programação do Grupo Moitará em sua temporada especial por São Luís (MA), com o projeto “A BUSCA – trocas, acessibilidade e pesquisa”, que estreia no próximo mês de maio.
Em turnê pelo Nordeste, o Grupo Moitará, reconhecido pelos seus 36 anos de pesquisa na linguagem com as máscaras teatrais, chega ao Maranhão para várias ações culturais e sociais. O projeto, que será desenvolvido na capital maranhense entre os dias 7 e 20 de maio, é fomentado pela Bolsa Funarte de Teatro Myriam Muniz.
“A BUSCA – trocas, acessibilidade e pesquisa” é um projeto com foco em contribuir para a criação de uma rede de troca de saberes artísticos e tradicionais a nível nacional. Para isso, a linguagem da máscara teatral e a acessibilidade cultural de qualidade para pessoas surdas, que são vertentes do trabalho desenvolvido pelo Grupo Moitará, se integram a Libras e à linguagem do Visual Vernacular nesse processo criativo e inclusivo – este último, inclusive, é um recurso artístico e poético próprio das Línguas de Sinais que visa construir cenas a partir da expressividade física e imagética dos corpos, sem necessidade da palavra.
Na capital maranhense, a programação será dividida em: apresentações do espetáculo “A BUSCA – versão bilíngue (Libras e Português)” nos dias 7, 8 e 9 de maio, a partir das 20h; oficina de Visual Vernacular para artistas surdos e ouvintes nos dias 9 e 10; roda de conversa sobre acessibilidade de qualidade na cultura para a comunidade surda no dia 10; palestra-espetáculo “A Máscara na Energia do Ator/Atriz”, onde serão discutidos os princípios de trabalho com a máscara teatral no dia 14; e na etapa final, uma oficina de treinamento de atores e atrizes na linguagem da máscara teatral nos dias 15, 16 e 17 – os locais ainda serão definidos e divulgados em breve.
Outra ação prevista será a reunião do Grupo Moitará com os grupos Xama Teatro, Núcleo Atmosfera e Companhia Cambalhotas durante dois dias, para compartilhar pesquisas e experiências criativas a partir do tema sobre saberes e ancestralidades femininas.
Arte e pesquisa
Além disso, a passagem do projeto pelo Maranhão também será acompanhada por trabalhos de pesquisa e entrevistas com grupos de mulheres quebradeiras de coco-babaçu. Esses conteúdos serão uma das fontes de inspiração para o novo espetáculo do Moitará sobre saberes ancestrais femininos em terras brasileiras e que estará concluindo a trilogia que o Grupo vem trabalhando de espetáculos criados sobre o tema.
A finalidade da pesquisa é aproximar os integrantes do grupo, aos saberes, tradições, técnicas, hábitos e comportamentos que sejam expressões de ancestralidades femininas das benzedeiras do Rio Grande do Norte e das quebradeiras de coco-babaçu do Maranhão. Em cada local, os integrantes do Moitará estarão visitando e entrevistando mulheres reconhecidas como detentoras desses saberes tradicionais e que sejam respeitadas por suas comunidades pelas lutas em prol do coletivo.
“Este trabalho é importante porque convida o espectador a reconhecer a importância de práticas e saberes ancestrais e a refletir sobre a qualidade das relações que estabelece com o mundo ao seu redor e com a natureza. A primeira peça da trilogia criada a partir dessa pesquisa foi ‘Imagens da Quimera’, seguida por ‘A BUSCA’ e será fechada com um terceiro espetáculo que está atualmente em fase de pesquisa para sua construção”, destaca Venício Fonseca, integrante do Grupo Moitará e diretor do espetáculo “A BUSCA – versão bilíngue (Libras e Português)”.
Grupo Moitará
O Grupo Moitará foi criado em 1988, por Erika Rettl e Venício Fonseca. Há 36 anos, desenvolve uma pesquisa continuada sobre o trabalho de preparação de atores e atrizes, buscando compreender os princípios que fundamentam sua arte, tendo nos estudos dos aspectos e funções da Máscara Teatral a base para a elaboração de uma metodologia própria. Ao longo desses anos, vem realizando projetos artísticos, didáticos e socioculturais por meio de oficinas, espetáculos e palestras-espetáculos, sendo reconhecido nacionalmente por sua contribuição na área artística e didática.
Em 2008, o Grupo Moitará criou o projeto “Palavras Visíveis”, voltado à capacitação técnica para atores surdos a partir da linguagem da máscara teatral. Se caracteriza por ser um projeto bilíngue (Libras/Português) que tem como objetivo unir experiências teatrais entre surdos e ouvintes, fortalecer e ampliar a produção artística da comunidade surda na cena contemporânea brasileira.
Mais informações sobre o grupo no site oficial: www.grupomoitara.art.br. Já para mais detalhes sobre a programação do projeto “A BUSCA – trocas, acessibilidade e pesquisa” em São Luís, acesse o
Nos trabalhos de (re)organização do meu acervo, encontrei esse documento (acima), espécie de cupom-recibo do jornal "Cidade de Caxias", provavelmente de pagamento de assinatura e anúncio(s), anos 1960, em que os caxienses JOÃO MACHADO e ADAILTON MEDEIROS aparecem como administradores da publicação.
Um achado!
João Elzimar da Costa Machado era advogado e sócio efetivo fundador e diretor (secretário geral) do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias. Também foi promotor público, fundador da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Caxias, conciliador em juizado cível e criminal, juiz suplente, juiz de paz, ex-prefeito de Caxias, ex-deputado estadual, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, integrante do Terço dos Homens, do Centro de Cultura Coelho Netto, membro fundador da ASLEAMA (Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão), escritor, poeta, autor do livro "O Fim e o Nada", de 2012. Faleceu há doze anos, em 9 de fevereiro de 2013. Em 13 de maio de 2023, foi lançada a obra "João Machado – O Conciliador por Excelência", biografia escrita pelo empresário, bancário aposentado e escritor caxiense Antônio Cruz Gonçalves.
Adailton Medeiros foi jornalista e professor universitário no Rio de Janeiro, monge no Mosteiro de São Bento, romancista, ensaísta, um dos cinco mais citados poetas da Poesia Práxis no Brasil. Nasceu em 16 de julho de 1938 no povoado Angical, em Caxias, Maranhão, onde também surgiu literária/mente. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 9 de fevereiro de 2010, Está enterrado no Mosteiro de São Bento. Um livro inédito ("Oculto Piano") e seis publicados saíram no Rio em um só volume, "Obra Reunida", de 2022, com revisão e longa apresentação com ensaio biográfico-literário de Edmilson Sanches.
* EDMILSON SANCHES
Imagens:
Cupom-recibo do jornal "Cidade de Caxias" (anos 1960) e os escritores caxienses João Machado e Adailton Medeiros, com suas obras.
Estudantes interessados em concorrer às vagas remanescentes do processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), referente ao primeiro semestre de 2025, podem fazer a inscrição a partir desta terça-feira (22), por meio do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. O prazo continua até 29 de abril.
De acordo com o edital, o resultado da ordem de classificação e da pré-seleção será divulgado no dia 6 de maio, constituído de chamada única e de lista de espera.
“Caso seja pré-selecionado, o estudante deverá comparecer à Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) da instituição de ensino superior (IES) nos dias 7 e 8 de maio, no horário de atendimento da IES, para comprovar as informações declaradas no ato da inscrição”, informou o Ministério da Educação (MEC).
Entenda
As vagas remanescentes do Fies referem-se às oportunidades de financiamento que não foram preenchidas durante as etapas regulares de seleção do programa. Elas são destinadas a estudantes que tenham condições de atingir a frequência mínima exigida para concluir o primeiro semestre letivo de 2025 na opção de curso, turno e local de oferta para os quais se inscreveram.
Ainda conforme o edital, 50% das vagas remanescentes serão reservadas para candidatos com renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo, inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), conforme determinam as regras do Fies Social.
Já para candidatos autodeclarados pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, serão reservadas vagas em percentual de acordo com a proporção da população na unidade da Federação onde está instalada a instituição de ensino, tendo como base o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Pré-selecionados pelo Fies Social poderão solicitar a contratação de financiamento de até 100% dos encargos educacionais cobrados pelas instituições. Eles serão identificados automaticamente pelo Fies Seleção a partir de base de dados do CadÚnico, fornecida ao MEC pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome”, completou o MEC.
Podem se inscrever no processo seletivo os candidatos que, cumulativamente, atendam às seguintes condições:
- ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com nota no exame válida até o momento anterior à abertura das inscrições;
- ter obtido média aritmética das notas nas cinco provas igual ou superior a 450 pontos e nota na prova de redação superior a zero;
- não ter participado do Enem como treineiro;
- possuir renda familiar mensal bruta per capita de até três salários mínimos;
- possuir, obrigatoriamente, condições de atingir a frequência mínima exigida para o semestre letivo referente ao primeiro semestre de 2025, no curso, turno e local de oferta da instituição de ensino superior para o qual se inscrever.
Vagas
Em 2025, o MEC vai ofertar mais de 112 mil vagas para o Fies. Dessas, 67.301 foram disponibilizadas no primeiro semestre. As demais serão oferecidas no processo seletivo do segundo semestre – inclusive aquelas eventualmente não forem preenchidas após o final da convocação das vagas remanescentes do primeiro semestre.