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Depois de viver uma temporada inesquecível em 2024, o kitesurfista maranhense Bruno Lobo retornou ao cenário das grandes competições da modalidade ao participar do Campeonato Europeu de Fórmula Kite, que reuniu os principais atletas do mundo e foi realizado entre os dias 11 e 19 de maio, em Urla, na Turquia. Mesmo sofrendo uma lesão durante o evento, Bruno se superou, chegou até as quartas de final e foi o melhor atleta das Américas na disputa, garantindo o 7° lugar na classificação geral.

Bruno Lobo, que é patrocinado pelo Grupo Audiolar e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com o patrocínio do Bolsa Atleta, teve um desempenho consistente desde as primeiras regatas do Europeu de Fórmula Kite, se mantendo na briga pelas primeiras posições e se consolidando na zona de classificação para as regatas decisivas do evento, que reuniu 37 atletas na disputa masculina. Mesmo sofrendo uma queda e uma lesão no decorrer da fase classificatória, o maranhense mostrou garra e avançou de fase em 6° lugar.

Classificado para as quartas de final do Europeu de Fórmula Kite, Bruno Lobo travou uma disputa acirrada contra Gian Andrea Stragiotti (Suíça), Vojtech Koska (República Tcheca) e Jan Marciniak (Polônia) por duas vagas nas semifinais. O atleta maranhense lutou muito, mas se despediu do evento em 7° lugar após as classificações de Stragiotti e Marciniak. O campeão do evento em Urla foi o italiano Riccardo Pianosi.

"Estou muito feliz em voltar às competições e representar o Maranhão e o Brasil nesse grande evento que marca o meu retorno após as Olimpíadas. Lutei do início ao fim, mesmo com uma lesão na cartilagem que liga a costela ao esterno, após uma queda no quarto dia de competição. Obrigado a todos que estavam na torcida e a todos os meus patrocinadores, que fazem isso acontecer! Vamos voltar mais fortes!", afirmou Bruno Lobo após a competição na Turquia.

Bruno Lobo volta a competir após excelentes resultados em 2024. Além de garantir o sexto lugar da Fórmula Kite nos Jogos Olímpicos de Paris, cujas regatas ocorreram na Marina de Marselha, no Sul da França, Bruno foi eleito o melhor atleta da vela na 25ª edição do Prêmio Brasil Olímpico, que é considerado o Oscar do Esporte Brasileiro e homenageia os principais esportistas do país por suas performances na temporada.

Também na temporada de 2024, Bruno Lobo foi vice-campeão do Sertões Kitesurf, faturou o nono lugar no Campeonato Mundial de Fórmula Kite, garantiu o quarto lugar no Campeonato Europeu de Fórmula Kite e conquistou a 11ª colocação no Troféu Princesa Sofia, que foi válido como etapa da Copa do Mundo da modalidade. Bicampeão pan-americano e multicampeão brasileiro, o kitesurfista maranhense se manteve como principal nome das Américas e destaque mundial da modalidade com esses resultados.

Socorro Reis

Além de Bruno Lobo, o Maranhão foi representado no Europeu de Fórmula Kite por Socorro Reis na disputa da categoria feminina. Socorro, que é patrocinada pelo Grupo Audiolar e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Brasilcap e do programa Bolsa Atleta, garantiu o 17° lugar na competição, que serve de preparação em busca da tão sonhada vaga para os Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Maior campeã da história do Brasileiro de Fórmula Kite, Socorro Reis garantiu o vice-campeonato do Sertões Kitesurf e participou do Mundial de Fórmula Kite durante a temporada de 2024. Com larga experiência em competições nacionais e internacionais, a kitesurfista maranhense também já foi campeã do Pan-Americano de Fórmula Kite, terceira colocada no Mundial Master e medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2023, em Santiago, no Chile.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Rio de Janeiro (RJ) 20/05/2025 - festival de divulgação científica do mundo, o Pint of Science. Foto: Pint of Science/Divulgação

O maior festival de divulgação científica do mundo, o Pint of Science, completa dez anos no Brasil e, neste ano, ocorre em 169 cidades do país. Trazido da Inglaterra pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, o evento objetiva levar cientistas a interagirem diretamente com pessoas em ambientes descontraídos como bares, restaurantes, cafés e praças públicas. O evento vai até esta quarta-feira (21). Uma rede de colaboração nacional, com mais de 2 mil voluntários, está mobilizada para trazer ao palco a pesquisa científica que nasce e cresce em cada região brasileira.

Segundo os organizadores, o cenário atual na ciência mundial é bastante diferente de dez anos atrás, mas os desafios persistem. 

“Estamos passando por um momento de muitas transformações no mundo. Além das acentuadas mudanças no clima, na temperatura e na vida no planeta, está se alterando também a forma como compreendemos o que é política, qual a ordem global do mundo, e temos nos questionado mais e mais sobre como funciona a ciência, a educação e as nossas universidades”, disse o coordenador nacional do Pint of Science Brasil, Eduardo Bessa, professor da Universidade de Brasília (UnB).

Tempo de Mudanças é o tema escolhido para o festival deste ano em parceria com o Instituto Clima e Sociedade, que apoia o evento em 2025. Segundo Bessa, a comunidade científica tem sentido o impacto atual das mudanças climáticas. Para o coordenador, antes, mudanças climáticas, era um assunto que remetia apenas a um futuro longínquo.

“Por muito tempo predominou aquele discurso de que a gente precisava fazer alguma coisa a respeito das mudanças climáticas porque senão, no futuro, não teríamos os ursos polares e afetaríamos a vida dos nossos bisnetos. Mas ninguém fez nada a respeito, talvez porque o futuro não fosse uma preocupação. O problema é que, agora, a gente está sentindo na pele o que imaginávamos que aconteceria com os ursos polares e com os nossos bisnetos”, afirmou.

O público das 169 cidades onde está sendo realizado o Pint of Science Brasil também poderá compreender como funciona o processo de criação de novos conhecimentos científicos. A proposta dos bate-papos com os cientistas é explicar, de um jeito descomplicado e atraente, como surgem as evidências científicas, para que as pessoas possam diferenciá-las das opiniões.

Rio de Janeiro

No Rio, as atividades ocorrem em cinco bairros da cidade: Barra da Tijuca, Botafogo, Gávea, Méier e Tijuca. O festival tem entrada gratuita e começa sempre às 19h30. Nesta edição carioca, o Pint of Science Rio 2025 contará com mais de 40 pesquisadores e pesquisadoras abordando temas como psicodélicos e saúde mental, inteligência artificial, cannabis medicinal, mudanças climáticas, carnaval, astrobiologia, comportamento humano, finanças pessoais entre outros.

“O nosso objetivo é mostrar que a ciência está presente no cotidiano, é feita por pessoas reais e pode – e deve – ser discutida em espaços informais”, explica Isalira Peroba Ramos, coordenadora do festival no Rio e diretora de extensão do Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem da UFRJ.

O Pint of Science Rio 2025 conta com apoio institucional da UFRJ e da FAPERJ. O festival busca aproximar ciência e sociedade de forma democrática, divertida e sem formalidades – com espaço para perguntas e trocas. “Acreditamos que só com mais ciência na vida das pessoas é possível combater a desinformação, estimular o pensamento crítico e valorizar o trabalho científico brasileiro”, completa Isalira.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 20/05/2025 - Festa da Palavra valoriza narrativas decoloniais na literatura.
Foto: Vitor Jubini/Divulgação

A 2ª edição da Festa Internacional da Palavra, a ser realizada na cidade de Itaúnas, no Espírito Santo, de 21 a 24 de maio, terá entre os convidados Itamar Vieira Junior - ganhador de dois prêmios Jabuti -, o escritor e ativista indígena Ailton Krenak e o cantor Chico César. O evento contará ainda com a presença da escritora e atriz capixaba Elisa Lucinda, idealizadora e diretora artística da festa.

O evento proporciona o protagonismo às narrativas decoloniais, indígenas, afro-brasileiras e quilombolas, reunindo autores que reafirmam a força da oralidade como um dos pilares da identidade nacional, além de ressignificar a literatura.

“A curadoria da festa da palavra foi norteada pelo interesse de dar voz justamente aos autores brasileiros de grupos que antes não encontravam espaço nas editoras e nos meios de comunicação, tais como indígenas e negros”, explicou a escritora e dramaturga Guiomar de Grammont, que assina a curadoria do evento junto à jornalista Lívia Corbellari.

Outro propósito da festa é o diálogo com a juventude e a educação, incentivando a formação de leitores críticos e conscientes.

“Precisamos que nossas crianças e jovens tenham acesso às obras que reflitam suas realidades e heranças culturais. Quando um jovem negro, indígena ou quilombola se vê na literatura, ele entende que seu lugar no mundo também pode ser escrito, contado e celebrado”, avalia Elisa Lucinda.

A atriz Elisa Lucinda na Festa da Palavra.

Nesse contexto, o evento conta ainda com a pensadora e ativista indígena Yakui Tupinambá e do filósofo Renato Nogueira. Outro destaque é a participação da roteirista e ativista social cubana Teresa Cárdenas nesta edição.

Com programação gratuita, a Festa da Palavra vai ocupar Itaúnas, uma vila localizada no município de Conceição da Barra. Ao longo de quatro dias, escritores, poetas, artistas, educadores e leitores se reúnem para debates, oficinas criativas, lançamentos de livros e apresentações musicais.

Homenagens

Neste ano, a festa homenageia dois grandes nomes da literatura e da luta pelos direitos culturais no Brasil: Antonio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo, e Bernadette Lyra. “Nêgo Bispo é o farol deste tempo, um homem que vem com a inteligência quilombola. Ele reconfigura uma filosofia contracolonial e nos põe nus diante de nós mesmos”, disse Elisa Lucinda.

Filósofo, poeta, escritor, professor e líder quilombola, Bispo deixou um legado de resistência e pensamento crítico sobre identidade, terra e ancestralidade. Filha de Nêgo Bispo, a pesquisadora Joana Maria é uma das convidadas desta edição.

“Quilombolas e povos originários, em geral, têm papel central na Festa da Palavra de 2025, que homenageia o pensador Nêgo Bispo, recentemente falecido, que construiu uma obra na oralidade. As narrativas orais são fundamentais na Festa da Palavra, um evento que busca resgatar a herança ancestral desses povos”, ressaltou Guiomar.

Com origem no Espírito Santo e reconhecida pela contribuição à literatura brasileira, explorando os gêneros de ficção e narrativa histórica, Bernadette Lyra tem presença confirmada no evento. “Acho lindo que a festa tenha esses dois ícones e que possa trazer para a comunidade o brilho que a literatura deles tem, que o brilho dessa literatura possa interagir com a comunidade. Tem um brilho na vila de Itaúnas e um brilho na literatura, essa festa é a união dos dois”, acrescentou Elisa Lucinda.

Estímulos à leitura

A curadora Guiomar de Grammont acrescentou que a festa pretende formar leitores, além do encontro com autores, estimulando a leitura das obras. “Queremos sobretudo fazer com que o público reflita criticamente sobre os temas apresentados, de forma a influir positivamente sobre a realidade no sentido da democracia e da liberdade de expressão. Esperamos que as pessoas sejam também envolvidas afetuosamente pela Festa da Palavra, que se sintam acolhidas por ela. Por isso, demos muita atenção aos autores independentes, muitos terão na festa um lugar para apresentar suas obras.”

Na lista de escritores convidados, estão ainda a pedagoga Kiusam de Oliveira; o quadrinista Estevão Ribeiro; o autor e poeta popular Arquimino dos Santos; e a liderança quilombola Selma Dealdina Mbaye, organizadora do livro Mulheres Quilombolas - territórios de existências negras femininas.

Além deles, participarão da festa a jornalista Eliana Alves Cruz, autora das obras O Crime do Cais do ValongoÁgua de Barrela e Solitária; a atriz, poeta e autora Suely Bispo; e o ex-deputado federal Jean Wyllys. Na música, além de Chico César, o evento terá a cantora e compositora Sandra Sá e a cantora Bia Ferreira.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasil conquista o melhor resultado na história da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica

Em menos de um mês, terá início um projeto astronômico sem precedentes, que vai mapear o céu do hemisfério Sul, a partir de milhões de fotos de alta definição, feitas por um telescópio de última geração. Cerca de 170 cientistas brasileiros participarão do projeto, liderado pelo Estados Unidos, e que deve se estender por mais de 10 anos.

O supertelescópio instalado no Observatório Vera C. Rubin, no Chile, tem oito metros de diâmetro, e carrega a maior câmera digital já construída no mundo, com resolução de 3,2 gigapixels. O equipamento é capaz de gerar mais de 200 mil imagens por ano, permitindo a visualização de bilhões de objetos celestes e sua catalogação.

Mas isso também significa um volume gigantesco de dados e é aí que entra a contribuição brasileira. O Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA) será responsável pelo processamento, análise e distribuição de boa parte desses dados, armazenando pelo menos 5 petabytes de informações (1 petabyte equivale a mais de 1 milhão de gigabites).

Para isso, está concluindo o seu Centro Independente de Acesso a Dados, nas dependências do Laboratório Nacional de Computação Científica, que opera o maior supercomputador científico público do país, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.

De acordo com o coordenador do LIneA, Luiz Nicolaci da Costa, o trabalho de análise deve começar em 2026, mas o laboratório ainda precisa de recursos para concluir suas instalações e garantir a sustentabilidade do trabalho.

"Nós temos um total de 170 pesquisadores brasileiros envolvidos, dos quais 80% são estudantes ou pós-doc. Quer dizer, é um projeto para o futuro, e o aluno de hoje será o pesquisador principal amanhã. E o projeto é muito amplo em termos de objetivos, então ele é dividido em grupos temáticos. E esses alunos podem trabalhar nesses grupos temáticos com as maiores lideranças científicas do mundo inteiro, de igual para igual", explica. 

Nicolaci também destaca a importância estratégica para o país de participar de uma iniciativa desse porte:

"São 1.500 pesquisadores de 48 instituições internacionais, então você tem essa rede de centros de ciência, onde você tem um intercâmbio tecnológico e você se mantém atualizado. E o que está envolvido de engenharia mecânica, de engenharia ótica, de engenharia eletrônica e de ciência de dados mostra que, apesar da aplicação final, talvez, ser uma coisa meio abstrata, o que você cria em termos de formação de pessoal nesse projeto é incomparável".

Na parte de astronomia, o mapeamento vai permitir avanços nas pesquisas sobre a energia  escura, que compõe a maior parte do universo, e outros corpos celestes pouco estudados. A estimativa é catalogar cerca de 17 bilhões de estrelas e 20 bilhões de galáxias, além de objetos difíceis de serem observados com instrumentos menos potentes.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 19/05/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com ministro da Educação, Camilo Santana, para assinatura do Decreto da Nova Política de Educação a Distância (EaD). Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Os cursos superiores de medicina, direito, odontologia, enfermagem e psicologia devem ser ofertados exclusivamente no formato presencial. A medida, determinada pelo decreto da Nova Política de Educação a Distância (EaD), assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta segunda-feira (19), em Brasília, também determina que os demais cursos da área de saúde e licenciaturas deverão ser ofertadas nos formatos presencial ou semipresencial (híbrido).

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o foco do novo marco regulatório é “o estudante e a valorização dos professores: a garantia de infraestrutura nos polos, a qualificação do corpo docente, a valorização da interação e mediação para uma formação rica e integral, independentemente da distância física.”

Na cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que o marco regulatório traz regras mais claras para garantir qualidade da oferta.

“Nós acreditamos que a educação a distância pode proporcionar ao estudante uma experiência rica quanto aos demais cursos, desde que haja um efetivo compromisso de todos com o processo de ensino e aprendizagem, que se estabelece nesse modelo”, diz Camilo Santana.

As instituições de ensino superior terão dois anos de transição para adaptação gradual dos cursos.

Brasília (DF), 19/05/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com ministro da Educação, Camilo Santana, para assinatura do Decreto da Nova Política de Educação a Distância (EaD). Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Novidades

De acordo com o ministro Camilo, as principais novidades da política são:

  • as aulas online ao vivo deverão ter um máximo de 70 alunos por professor ou mediador pedagógico, para valorização destes profissionais;
  • criação do modelo semipresencial, com atividades presenciais físicas e atividades virtuais ao vivo (síncronas) mediadas.
  • mais atividades presenciais e avaliações, com infraestrutura física e tecnológica adequada nos polos EaD.

Os polos de EaD serão reconhecidos como espaços acadêmicos de apoio, devendo atender a requisitos mínimos de infraestrutura física e tecnológica, como salas de coordenação, ambientes de estudo, laboratórios e acesso à internet. Não será permitido o compartilhamento de polos entre instituições de ensino superior.

O decreto cria, ainda, o cargo de mediador pedagógico, com formação compatível com o curso e vínculo formal com a instituição de ensino. O número destes profissionais deverá ser informado no Censo da Educação Superior, anualmente. A função de um mediador pedagógico será diferente da do tutor, que era limitada a tarefas administrativas.

Outra determinação do decreto é a existência de pelo menos uma avaliação presencial a cada disciplina curricular, que deverá representar a maior parte da nota final, inclusive em cursos EaD.

Formatos das aulas

O decreto permite a modalidade semipresencial para cursos superiores, a exemplo dos cursos de licenciatura e da área de saúde, que poderão ser ofertados nesse formato, mas que terão limites para a carga horária virtual.

Em resumo, os três formatos contemplados pelo novo marco regulatório são:

  • presenciais: caracterizado pela oferta majoritária de carga horária presencial física, com limite de até 30% de EaD;
  • semipresenciais: atividades presenciais físicas (estágio, extensão, práticas laboratoriais) e virtuais ao vivo (síncronas) mediadas, além de carga horária a distância;
  • a distância: caracterizado pela oferta preponderante de carga horária a distância. Antes, não havia limite mínimo para atividades presenciais. Com o novo decreto, este limite mínimo passa a ser de 20% atividades presenciais e/ou online (síncronas) mediadas, com a exigência de provas presenciais.

O controle de frequência dos estudantes é obrigatório.

Relembre

Em junho de 2024, o MEC suspendeu a criação de novos cursos de graduação a distância, novas vagas e polos até 10 de março de 2025.

A medida teve o objetivo de reformular os referenciais de qualidade da EaD e criar um novo marco regulatório para oferta de cursos de graduação na modalidade EaD pelas instituições de ensino superior.

EaD em números

O MEC aponta que, no período de 2018 a 2023, os cursos a distância cresceram 232% no país.

Em 2023, o número de ingressantes em cursos EaD foi o dobro dos ingressantes nos cursos presenciais. De acordo com o Censo da Educação Superior 2023, divulgado em outubro de 2024 pelo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, na modalidade de EAD, a oferta de vagas foi de 77,2% (19.181.871); já as presenciais representaram 22,8% (5.505.259).

Se considerada somente a rede pública de ensino superior, a maior parte dos ingressos ocorreu nas graduações presenciais: 85% (481.578). Os outros 15% (87.511) são alunos de cursos a distância.

Na rede privada, a situação se inverte: 73% (3.226.891) dos ingressos em cursos de ensino superior foram na modalidade EaD, enquanto 27% (1.198.012) ingressaram em cursos presenciais.

Dos 5.570 municípios do Brasil, 3.392 deles têm estudantes matriculados em cursos de EaD. Esses municípios representam 93% da população brasileira.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 08/08/2023 - Detalhes da gravação do programa Cine Resenha, no estúdio da TV Brasil. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A chamada pública Seleção TV Brasil, cujas inscrições terminaram na última semana, recebeu 1.676 projetos de todas as 27 unidades da federação. A iniciativa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) voltada à TV pública, em parceria com a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, representa o maior investimento em conteúdo para a emissora pública, com um valor recorde de R$ 110 milhões.

O edital prevê a contratação de, no mínimo, 35 produções independentes de conteúdo audiovisual brasileiro. As obras selecionadas e produzidas serão posteriormente exibidas na programação da TV Brasil e Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP).

Os interessados inscreveram seus projetos em uma das sete linhas temáticas propostas: infantil, infantojuvenil, natureza e meio ambiente, futebol feminino, sociedade e cultura, produção e finalização de longas-metragens, e produção de novela. Cada linha contempla formatos diversos — unitários ou seriados — com quantidades de episódios e durações variadas.

“Para nós, é uma honra ter recebido esse grande volume de inscrições, o que comprova o sucesso deste edital. É especialmente importante termos projetos inscritos de todas as regiões do país, alinhando-se à proposta de uma programação inclusiva e diversa para a TV Brasil e para o sistema público de comunicação”, afirma o diretor-presidente da EBC, Jean Lima.

Próximas etapas

A partir das inscrições, o processo seletivo se dará em três etapas subsequentes e eliminatórias. A primeira é a habilitação, que prevê a checagem da documentação e do material enviados. Aqueles considerados aptos seguem para a avaliação preliminar, quando serão atribuídas pontuações em critérios como aspectos artísticos, relevância temática, qualificação técnica e estrutura da proposta. 

Por fim, os inscritos passam por uma avaliação final de investimento, quando será realizada sessão de pitching com os projetos finalistas de cada linha, avaliados pela comissão de seleção. Todas as atualizações sobre a chamada serão publicadas em selecao.tvbrasil.ebc.com.br

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 16/05/2025 - A Exposição “Retratos Revelados” mostra judeus sobreviventes do Holocausto que vivem hoje no Brasil. Ao lado de cada fotografia, é possível ler um resumo da biografia de cada sobrevivente retratado. Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil

O espaço Unibes Cultural, na capital paulista, apresenta mostra de fotografias de 31 sobreviventes do Holocausto que vivem no Brasil.

Com expressões serenas, a mostra busca ressignificar a imagem desses sobreviventes, refletindo a dignidade, a singularidade e a presença dessas pessoas que foram vítimas de muitas violências. 

“São todos sobreviventes do Holocausto e que passaram por diferentes dificuldades na condição de refugiados ou fugindo do regime nazista”, disse Jacob Bosch Contreras, fotógrafo e co-curador da mostra. 

“Eles enfrentaram diferentes tipos de violência, desde a privação da sua liberdade ao trabalho em campos nazistas, humilhação pública, prisão, fome e, com certeza, muito abuso psicológico. E isso pesa ainda mais pois muitos deles eram crianças pequenas [quando tudo ocorreu]”, explicou em entrevista à Agência Brasil.

São Paulo (SP), 16/05/2025 - A Exposição “Retratos Revelados” mostra judeus sobreviventes do Holocausto que vivem hoje no Brasil. Ao lado de cada fotografia, é possível ler um resumo da biografia de cada sobrevivente retratado. Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil

Intitulada Retratos Revelados - Sobreviventes do Holocausto, a exposição começa com um mapa-múndi e uma linha do tempo que mostram o avanço geográfico do nazismo e as medidas que estruturaram esse regime. 

“O nazismo foi um movimento político-militar opressor que tentou extinguir a memória do povo judeu, assim como de outras culturas minoritárias na época da Segunda Guerra Mundial na Europa. Como movimento militar organizado, ele terminou submetendo as suas vítimas às mais horrendas atrocidades desde a tortura até a morte em campos de concentração”, lembra o fotógrafo.

E é nesta linha do tempo que vão surgindo as fotografias de algumas das pessoas que sobreviveram às violências praticadas pelo nazismo e que atualmente vivem no Brasil. Ao lado de cada uma dessas fotografias, há um pequeno resumo sobre a história e a biografia de cada um dos retratados.

A curadoria é de Maria Luiz Tucci Carneiro, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). 

“Por trás de cada retrato, há as histórias que não foram possíveis de serem captadas pela câmera. A câmera fotografa o rosto, as rugas, a postura das mãos, mas ela não é sensível aos traumas. Você só vai saber dessa trajetória se ouvir os seus testemunhos”, disse ao Jornal da USP.

São Paulo (SP), 16/05/2025 - A Exposição “Retratos Revelados” mostra judeus sobreviventes do Holocausto que vivem hoje no Brasil. Ao lado de cada fotografia, é possível ler um resumo da biografia de cada sobrevivente retratado. Foto: Cadu Pinotti/Agência Brasil

Uma das histórias apresentadas na mostra é a da holandesa Liselotte Barochel, que tinha apenas 2 anos de idade quando seu país foi ocupado pelas forças alemãs. Ela conta que seu pai era um jornalista alinhado ao socialismo, e foi denunciado, detido pela Gestapo e morto em Auschwitz em 1944.

As imagens apresentadas na mostra foram produzidas pelos fotógrafos Jacob Bosch Contreras, Mário Virgílio Castello, Moyra Madeira e Patricia Lens e feitas com câmeras analógicas e película fotográfica para valorizar o tempo do encontro e o gesto artesanal na revelação das imagens. 

“Os retratos serenos e com sorrisos autênticos vêm do profundo da alma de cada um deles. São pessoas que passaram inúmeras injustiças, mas que, mesmo assim, decidiram virar o jogo e usar o ruim que passaram como uma plataforma para criar um caráter profundo e resiliente. O que emana dos olhos deles é amor, amor pela vida”, disse Contreras.

A mostra, gratuita, fica em cartaz até o dia 29 de junho. 

Outras informações podem ser obtidas no site da Unibes Cultural. (Fonte: Agência Brasil)

(Fonte: Agência Brasil)

Amazing Polaris in deep starry night sky, space with stars

A longa interrupção de energia elétrica, que, na segunda-feira passada, atingiu a Península Ibérica, trouxe o caos e a inquietação para as grandes cidades – crianças presas em elevadores, escolas fechadas, dezenas de voos cancelados, boatos terríveis, e muita gente assustada, fazendo fila diante das mercearias de bairro para comprar água, vinho tinto, comida enlatada e papel higiênico.

Ao entardecer, porém, o ambiente distendeu-se. Em Lisboa, de onde escrevo esta coluna, vi vizinhos, que nunca antes se haviam cumprimentado, conversando uns com os outros, sentados na calçada. Vi desconhecidos partilhando velas e lanternas; outros oferecendo água e alimentos aos menos prevenidos.

Embora os semáforos tivessem deixado de funcionar não testemunhei nenhum sinal de nervosismo. Os motoristas respeitavam-se uns aos outros. Respeitavam até mesmo os pedestres, até mesmo os ciclistas, numa cortesia rara para os padrões locais. Cheguei a me sentir em Berlim.

As esplanadas encheram-se de gargalhadas, ainda que os bares e restaurantes não tivessem como servir refeições quentes. As pessoas deixaram de olhar para a tela dos celulares — e começaram a prestar atenção umas às outras. Parecia um domingo numa cidade pequena, há 30 ou 40 anos, antes da invenção dos celulares.

Katie Flour, uma chef norte-americana, radicada na capital portuguesa, passou a manhã dessa segunda-feira em casa, assando um cordeiro e preparando saladas para um jantar pop-up num restaurante muito conhecido. Às 11 horas ocorreu o apagão. Ao final da tarde, percebendo que o jantar não iria se realizar, Katie colocou travessas com comida nos bancos de um jardim em frente, acendeu algumas velas, e convidou os vizinhos. Outras pessoas foram aparecendo, e o que poderia ter sido um fracasso se transformou num momento mágico, que Katie nunca mais esquecerá.

Além disso, por algumas horas, libertas da poluição luminosa, as estrelas voltaram. Na noite esplêndida, morna, acolhedora como um abraço, vi jovens deitados de costas, nos parques e nos jardins, apontando com espanto para o desenho das constelações. Talvez fosse a primeira vez que alguns deles viram estrelas.

Vozes mais românticas defendem que os governos deveriam organizar apagões pelo menos uma vez por mês. Não me atrevo a tanto. Contudo, talvez não fosse má ideia cortar o acesso à internet todas as semanas, por exemplo, nas noites de domingo.

Nesses domingos jurássicos voltaríamos a ser simplesmente humanos, como os nossos avós. Conversaríamos, olhos nos olhos, inteiros e sem interrupções, trocando histórias e gargalhadas e festejando a amizade e o milagre da vida. Em vez de tirarmos fotos do jantar para depois as postarmos no Instagram — comeríamos! Em vez de nos abraçarmos para as selfies — nos abraçaríamos! Em vez de nos preocuparmos com os grandes dramas do mundo, estaríamos atentos aos pequenos problemas daqueles que nos são próximos. E isso tudo — atenção! — sob a luz perpétua das estrelas.

* José Eduardo Agualusa

(Fonte:  Site Aldeia Nago)

Rio de Janeiro (RJ) 18/11/2024 – O Viaduto de Madureira, onde acontece o Baile Charme, está em uma região marcada por diversas manifestações negras, como as escolas de samba Portela e Impérío Serrano, o Jongo da Serrinha e a Feira das Yabás. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Viaduto Prefeito Negrão de Lima, localizado no Bairro de Madureira, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, recebeu, nesse sábado (17), um dos precursores do gênero musical rhythm and blues (R&B) no Brasil em celebração dos 35 anos do Baile Charme, realizado no local.

Entre os anos 1980 e 1990, Marco Aurélio Ferreira, mais conhecido como DJ Corello, popularizou a expressão charme nos bailes de black music (música negra) promovidos pela população negra na capital fluminense.

O evento, que também celebrou os 45 anos do Movimento Charme no Brasil, começou às 22h e reúniu os DJs residentes do Viaduto de Madureira – DJ Michell, Fernandinho, Vig, Gab e Guto – e o Coletivo Sampa Charme, com o DJ Sammy como convidado especial.

“O Movimento Charme, que começou nos anos 1980, já começou com a pegada de uma música dentro da outra. Essa sonoridade pegou outra geração, que não era a geração do soul, com o ouvido virgem. Eu consegui catequizar essa geração para o Movimento Charme”, disse o DJ Corello à Agência Brasil, à época da celebração dos 50 anos da black music no país.

Patrimônio imaterial

O Baile Charme do viaduto de Madureira começa no início dos anos 1990, quando entusiastas do samba conhecidos como Leno, Pedro, Edinho e Xandoca se organizaram e fundaram o bloco carnavalesco Pagodão de Madureira, que era realizado.

“O espaço começou a ser ocupado pelo bloco carnavalesco Pagodão de Madureira em 1º de maio de 1990 e, logo depois, se inicia o Charme, criando uma relação tão forte que se tornou um espaço de resistência e representatividade para a juventude negra e periférica”, lembra o DJ Michell, nome artístico de Michel Jacob Pessoa.

Segundo o artista, os bailes no viaduto começaram de maneira despretensiosa, com um grupo de camelôs que queria apenas um baile mais simples para curtir. "Com o tempo, a festa se fortaleceu e se profissionalizou, até que em 2000 nasceu o Espaço Cultural Rio Hip Hop Charme, reconhecido como Bem Cultural de Natureza Imaterial da Cidade do Rio de Janeiro em 2013".

Um local que dita tendência

Além de eventos semanais, com entrega de prêmios, o espaço também oferece oportunidades para novos talentos musicais voltados para a black music

“Podemos considerar o baile do viaduto como um local que dita tendência, seja na moda ou na música. Músicas que começam a tocar ali, depois de algum tempo, viralizam e looks que são lançados por muitos jovens e, às vezes, caem no gosto popular. É um espaço único e onde a juventude preta e periférica pode ser autêntica sem ser recriminada”, diz o DJ.

Hoje, apesar da variedade de festas que surgiram com o tempo no Rio de Janeiro, o Baile Charme do viaduto de Madureira mantém a importância ao construir um legado de resistência e representatividade, acrescenta o artista. “Quando você entra naquele lugar, você se sente pertencente a ele, e nenhum outro espaço consegue passar a mesma impressão. É mágico e inexplicável”.

Para o músico, inclusive, celebrar os 35 anos do evento representa a força que o Charme adquiriu com o tempo e tem atualmente. “São 35 anos fazendo a mesma coisa, sem mudar a essência, apenas se atualizando de acordo com as gerações, mas celebrando o charme, enquanto música e cultura. Não é qualquer lugar que consegue existir por tanto tempo sem perder o seu propósito”, afirma.

(Fonte: Agência Brasil)

– Foi em 17 de maio de 2010...

* * *

A morte não é uma velha.

Pelo menos, não para o jornalista e advogado Jurivê de Macedo.

Hoje, 17 de maio de 2025, a morte de Jurivê faz quinze anos. É uma debutante – e, não mais dores, traz flores.

Flores carregadas de pétalas de lembranças, de memórias, de momentos. No meu caso, o registro de alguns vínculos, elos, hifens, traços de união com o Colega (de Jornalismo);

o Parceiro (de ideais);

o Confrade (de Academia);

o Amigo (de sempre).

De Jurivê também lhe fui seu confidente, das contidas coisas que só se contam para ouvidos bem próximos às incontidas lágrimas que só se deixam ser percebidas por olhos e corações confiáveis.

Fui eu que, depois de ser informado por telefone, fui buscar, de táxi, o Jurivê, quando ele concluiu sua última hora de expediente do último dia de trabalho no jornal que ele mesmo, décadas atrás, havia fundado em Imperatriz com nosso amigo comum e meu conterrâneo caxiense José Matos Vieira.

Levei Jurivê para a redação do "Jornal de Negócios", que eu havia criado e sobre o qual, em sua coluna em "O Estado do Maranhão", Jurivê opinara ser "o jornal mais bem feito" do Estado.

Fiz o Jurivê ficar à vontade naquela tarde do corte umbilical de seu filho de celulose e tinta e, quando ele quis, fomos para a casa dele, onde o regaço, o colo e carinho de sua esposa, Dona Leonor, o aguardavam.

Pouco tempo depois, Juredo (como ele também se autorreferia, provável cruzamento de "Jurivê" e "Macedo") foi ser diretor da sucursal do à época maior jornal diário maranhense – "O Estado do Maranhão", de São Luís – e também apresentador, entrevistador e comentarista em programas jornalísticos da TV Mirante, afiliada maranhense da Rede Globo. Também estivemos juntos no "Jornal de Imperatriz", o primeiro diário impresso em "offset" do município, que o industrial gráfico e amigo José Maria Quariguasi e eu fundamos. Em razão de outros compromissos, não pude dirigir a publicação, e o Jurivê foi convidado (eu e o Coló Filho o substituíamos quando Jurivê, como quem vai a Meca, tinha de viajar para sua querida terra e rima natal, Porto Nacional, no Goiás, depois Tocantins  – mas Jurivê, bem-humorado, só se dizia goiano...).

Memórias, lembranças, histórias de, sobre, com Jurivê de Macedo dariam mais que muitas edições de jornal; talvez mais que diversas estantes de livros.

Pois uma vida plena, produtiva, com suas benemerências e dificuldades, é bem maior que páginas de publicações e tem muito mais volume que aqueles que se guardam e se empoeiram em prateleiras de bibliotecas.

Um pouco de Jurivê está em um livreto que fiz, e que vai aqui anexo.

É Jurivê, mais uma vez, junto da gente.

*

P. S. – Jurivê agora é redator-chefe do "Diário do Paraíso".

Com o estilo de escrever, o bom humor, o "toque" do Jurivê, as notícias celestiais estão bem mais... divinas.

Paz e Luz, Amigo.

* EDMILSON SANCHES