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Vista do entardecer no Museu do Amanhã, na Praça Mauá.

Começou, nessa segunda-feira (12), a 23ª Semana Nacional de Museus, com o tema “O futuro dos museus em comunidades em rápida transformação”. Até dia 18 de maio, 1.012 museus, centros culturais e instituições de memória de todo o país recebem exposições com temas sobre juventude, patrimônio imaterial e novas tecnologias.

Coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), a iniciativa ocorre anualmente em comemoração ao Dia Internacional dos Museus (18 de maio). Além das exposições temporárias, nesta edição os visitantes podem participar de mais de 3,1 mil atividades distribuídas pelas regiões Nordeste (254 instituições), Sudeste (440), Sul (198), Norte (57) e Centro-Oeste (63). A programação completa está disponível no site do Ibram.

O tema desta edição foi proposto pelo Conselho Internacional de Museus (Icom), com o objetivo de estimular reflexões sobre a promoção do patrimônio imaterial, o potencial transformador da juventude e a importância que novas tecnologias têm em transformar museus em espaços mais sustentáveis de promoção do aprendizado. A proposta do evento é promover a preservação do patrimônio histórico, democratizar o acesso à cultura e estimular a educação e a reflexão sobre temas culturais.

Visitas guiadas, palestras, oficinas e workshops sobre conservação de acervos e técnicas artísticas são parte das atividades ofertadas ao público. Com eventos presenciais e online, o público também pode assistir a seminários, mesas-redondas, participar de oficinas, saraus, rodas de conversa, performances e apresentações musicais e teatrais.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 10/11/2024 - Estudantes  no segundo dia de provas do ENEM na UNIP Vergueiro em São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

As pessoas que solicitaram isenção da taxa de inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano já podem conferir se o pedido foi aceito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) diretamente na Página do Participante do exame, com o login no portal único de serviços digitais do governo federal, o Gov.br.

Na tarde dessa segunda-feira (12), o Inep também disponibilizou os resultados referentes às justificativas dos candidatos da edição de 2024 que não compareceram aos dois dias de prova, mas querem participar da edição de 2025 gratuitamente.

Ter a aprovação da solicitação de isenção e/ou de justificativa de ausência no Enem 2024 não garante a efetivação da inscrição no Enem 2025. Todos os interessados deverão fazer a inscrição on-line de 26 de maio a 6 de junho. O edital do Enem 2025  – com as regras desta edição – ainda será publicado pelo Ministério da Educação (MEC).

Recursos

Os candidatos que tiveram negado o pedido de isenção de pagamento da taxa de inscrição do exame ou a justificativa de ausência no Enem 2024 reprovada pela equipe do Inep podem entrar com recurso até as 23h59 desta sexta-feira (16), no mesmo endereço eletrônico: a Página do Participante.

Para a solicitação de recurso da isenção de pagamento da taxa de inscrição para o Enem 2025, o participante deve enviar documentação que comprove uma das situações definidas pelo MEC, conforme previsto no anexo I do edital:

. matriculadas na 3ª série do ensino médio (neste ano de 2025), em escola pública;

. que cursaram todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em unidade de ensino privada;

. em situação de vulnerabilidade socioeconômica e Integrantes de famílias inscritas no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico);

. participantes do programa federal Pé-de-Meia.

Entre os documentos exigidos, está a declaração de realização de todo o ensino médio em escola do sistema público de ensino do Brasil (municipal, estadual ou federal) ou histórico escolar do ensino médio, com assinatura da escola.

Para entrar com recurso da justificativa de ausência, é preciso enviar nova documentação.

Confira, aqui, as situações previstas e os documentos aceitos pelo Inep.

Em toda a documentação apresentada, deverá constar o nome completo do faltoso em 2024. As declarações devem estar datadas e assinadas. Serão aceitos somente documentos nos formatos PDF, PNG ou JPG, com o tamanho máximo de 2 megabytes (MB).

Não serão aceitos documentos autodeclaratórios ou emitidos, por exemplo, por pais ou responsáveis dos participantes.

Se for constatado que o participante declarou informações falsas ou inexatas, conseguindo uma isenção indevida, ele será eliminado do exame, a qualquer tempo, e deverá ressarcir à União os custos referentes à taxa de inscrição, podendo ainda responder por crime contra a fé pública.

Resultados

O resultado final dos recursos será conhecido em 22 de maio. O candidato que teve o pedido do recurso de isenção negado em definitivo deverá pagar a taxa para se inscrever no exame.

Exame

O Enem, que avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica, é considerado a principal forma de entrada na educação superior no Brasil, por meio de programas federais como Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (Prouni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). As instituições de ensino públicas e privadas usam os resultados das provas para selecionar estudantes.

Os resultados individuais do exame também podem ser aproveitados em processos seletivos de instituições portuguesas que têm convênio com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.

(Fonte: Agência Brasil)

*

As profissões geralmente trazem em seu nome as “coisas” de que se ocupam.

O ourives tem a ver com ouro. O joalheiro, com joias. O dentista ou odontólogo, com dentes. O ferreiro, com ferro. O engraxate, com graxa. O pedreiro, com pedra.

Enfim, quase todos têm, no nome da profissão, o objeto de sua ocupação.

Pois enquanto muitas profissões trazem uma “coisa”, a Enfermagem revela uma “condição”.

O profissional da Enfermagem sabe que, ao cuidar da condição, da situação, está cuidando do indivíduo, da pessoa.

A beleza, compromisso e humildade da Enfermagem está presente não só na formação do profissional quanto na formação da palavra: “enfermagem” tem origem no adjetivo latino clássico “firmus” ou “firmis”, no latim popular.

Como é aparente, "firmus" ou "firmis" era a qualidade da pessoa que estava “firme”, tanto no aspecto físico (saúde) quanto no moral (caráter).

Assim, “firmus” / “firmis”, além de “firme”, era sinônimo de “forte”, “sólido”.

O contrário de “firmus” / “firmis” – ou seja, a condição de não estar firme, forte, sólido – é “infirmus” / “infirmis”, isto é, fraco, debilitado, adoentado.  O prefixo latino “in-” muda o sentido da palavra à qual ele é anteposto. Daí vem o verbo latino “infírmo” / “infirmatum” / “infirmare”, com o sentido de “'enfraquecer”, “danificar” etc.

E como se chegou à palavra “enfermagem”?

À palavra-base “firmus” (firme) juntou-se o prefixo “in-” (não): “infirmus” (não firme, fraco). Depois, juntou-se outro elemento linguístico, o sufixo francês “-age”, formador de substantivos que têm origem em verbos ou nomes e que, por sua vez, vem do sufixo latino “-aticu”. Em português, isso resultou em “-agem”.

Assim, somando “in-” (que virou “en-” na Língua Portuguesa) mais “firmus”, mais “-age”, chegou-se a “enfermagem”, palavra registrada em português desde 1913 – oito séculos antes, no século 13, já existiam o verbo “enfermar” (ficar ou cair doente), o substantivo e adjetivo “enfermo” e os termos “enfermaria”, “enfermeira” / “enfermeiro” e “enfermidade”. Já o adjetivo “enfermiço” (com jeito de doente, doentio) é do ano 1767 em português.

Portanto, na história da palavra, a beleza da profissão: a Enfermagem traz no seu nome não uma “coisa”, não uma parte do corpo, mas, sim, a condição dele, a situação, o estado.

É como se a Enfermagem reafirmasse a todo instante em seu nome aquilo que seus profissionais confirmam com seus atos – cuidar, tratar, servir: cuidar do ser humano que não está firme, tratar do que o debilita, servir para o restabelecimento da saúde.

“Enfermagem” não é apenas um nome. Grávida em si, a palavra diz a quem serve: aos fracos – os mesmos de que, nas bem-aventuranças, é feito o reino dos Céus. É como se o versículo bíblico do livro de Mateus (11, 28) fosse recitado pelo Maior dos Enfermeiros:

“Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”.

*

A Enfermagem é profissão que nasceu feminina: foi Florence Nightingale quem desenvolveu as bases profissionais da Enfermagem.  Além de enfermeira, foi estatística e escritora. Era filha de rica família inglesa, sua nacionalidade, ainda que nascida em Florença, na Itália, de onde veio seu prenome.

Mesmo não sendo, na época, uma atividade “digna” e mesmo sendo de família milionária, Florence preferiu servir a servir-se.

Ela nasceu em 12 de maio de 1820 e faleceu aos 90 anos, em 13 de agosto de 1910, em Londres. A data de seu nascimento é o Dia Internacional da Enfermagem.

No poema para a enfermeira, a homenagem a todos os profissionais da Enfermagem:

ENFERMEIRA

Quem socorre aquela bela, meiga enfermeira

que tanto corre, corre tanto, em seu dia a dia

e quase sempre toda a noite, a noite inteira

de gentes, sofrimentos e rara alegria?

Ah enfermeiras!... Florence... Ana Neri...

História... ideal... trabalho... tradição...

O que quer que uma enfermeira espere

quando se cansa, quem lhe dá a mão?

Quem ou o que lhe dá ânimo quando desanimada?

Quando entre noites e plantões de feridas e dores

o que mais deseja é abraço, colo, boa risada

e – é pedir demais? – bons odores, sabores, amores...

* EDMILSON SANCHES.

Brasília, 06/11/2023, Fachada do prédio do Teatro Sesc Garagem, em Brasília. Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Semana S, evento nacional do Sistema Comércio, foi aberta nesse domingo (11), em todo o país com uma programação que incui shows, palestras, oficinas e prestação de serviços de saúde e cidadania. 

As atividades gratuitas são promovidas pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), Serviço Social do Comércio (Sesc), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), federações e sindicatos.

Iza, Diogo Nogueira, Samuel Rosa, Michel Teló, Jota Quest, Vanessa da Mata, Barões da Pisadinha, Raça Negra, Daniel, Arnaldo Antunes, Almir Sater, Timbalada e Dudu Nobre são algumas das atrações musicais.

Personalidades como Criolo, Bernardinho, Bela Gil e Gabriel o Pensador participarão dos eventos com falas sobre empreendedorismo. Diretores e executivos de empresas e iniciativas privadas também estarão presentes em encontros e palestras, que têm o objetivo de impulsionar negócios de desenvolvimento.

A Semana S vai de hoje até o próximo domingo (18). Para participar, é preciso se inscrever no site do evento. A programação completa está no link ou no aplicativo oficial da Semana S. Os organizadores esperam cerca de 500 mil pessoas ao longo do evento.

“É fundamental apresentar à sociedade o impacto transformador das ações do Sesc e do Senac na qualidade de vida, educação, cultura e desenvolvimento profissional de milhões de brasileiros. Tudo isso só é possível graças aos empresários do setor, que investem e acreditam na missão de transformar vidas”, diz o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Segundo o Sistema S, anualmente, cerca de 1 milhão de profissionais recebem capacitação para o mercado de trabalho. Os números de 2024 indicam 10,5 milhões de credenciados no Sesc. Foram inauguradas mais de 50 novas instalações para o desenvolvimento de projetos nas áreas de educação, saúde, cultura, lazer e assistência.

“Há quase oito décadas, o Sesc cumpre com sua função de levar aos trabalhadores do comércio e familiares qualidade de vida e bem-estar. Isso se reflete em profissionais mais capacitados e contribui para o desenvolvimento da sociedade de forma mais justa e igualitária”, diz o diretor-geral do Departamento Nacional do Sesc, José Carlos Cirilo.

(Fonte: Agência Brasil)

como vídeos e comentários postados na internet podem influenciar os interesses e comportamentos individuais

Uma pesquisa realizada em abril mostrou que 90% dos brasileiros maiores de 18 anos que têm acesso à internet acreditam que adolescentes não recebem o apoio emocional e social necessário para lidar com o ambiente digital, em especial as redes sociais. Foram ouvidos no levantamento mil brasileiros conectados de todas as regiões e classes sociais, com 18 anos ou mais.

A margem de erro é de 3 pontos percentuais para o total da amostra, considerando um intervalo de confiança de 95%.

Segundo a pesquisa, 9 em cada 10 brasileiros acreditam que os jovens não têm apoio emocional e social suficiente, enquanto 70% defendem a presença de psicólogos nas escolas como caminho essencial para mudar esse cenário.

O levantamento foi realizado pelo Porto Digital, em parceria com a Offerwise, empresa especializada em estudos de mercado na América Latina e no universo hispânico, a partir da repercussão de um seriado que abordou o lado sombrio da juventude imersa no mundo digital e o abismo entre pais e filhos.

Para 57% dos entrevistados, o bullying (agressão intencional e repetitiva, que pode ser verbal, física, psicológica ou social, para intimidar uma pessoa) e violência escolar são um dos principais desafios de saúde mental. Também estão entre os principais desafios atualmente enfrentados pelos jovens a depressão e a ansiedade (48%) e a pressão estética (32%).

Brasília (DF) 09/05/2025 -  90% dos brasileiros acima de 18 anos, que acessam a internet, acreditam que os adolescentes não recebem o apoio emocional. ( Pierre Lucena) Foto Porto Digital divulgação
Pierre Lucena

Na avaliação do presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, a série Adolescência, apresentada pela rede de streaming Netflix, colocou em evidência a necessidade de se debater a questão.

“O cuidado com a juventude deve ser um compromisso compartilhado, que envolve escolas, famílias, empresas e governos. Essa pesquisa evidencia que não basta discutir inovação tecnológica – é preciso humanizá-la e colocá-la a serviço da sociedade”, disse. “O futuro da inovação está diretamente ligado à forma como cuidamos dos nossos jovens. Não basta impulsionar avanços tecnológicos — é fundamental criar pontes entre a tecnologia e a transformação social real”, afirmou.

A pesquisa mostra que uma das ferramentas usadas pelos pais é o controle do tempo de navegação na internet. Segundo o estudo, entre crianças de até 12 anos, o controle tende a ser mais rígido e constante, inclusive com o uso de mecanismos de monitoramento. No entanto, apenas 20% dos pais responderam que pretendem usar futuramente alguma ferramenta de controle.

Já entre os adolescentes de 13 a 17 anos, a supervisão tende a diminuir. Os pais ainda acompanham, mas de forma mais flexível, permitindo maior autonomia.

Para o diretor-geral da Offerwise, Julio Calil, o cenário mostra a necessidade de desenvolvimento de espaços de acolhimento e orientação, tanto para os pais quanto para os filhos, como alternativas para proteção no ambiente digital.

“Os resultados da pesquisa nos mostram que a população enxerga a necessidade de um esforço conjunto para criar espaços mais seguros e de apoio nas escolas, especialmente diante do uso precoce e intenso das redes sociais”, apontou.

Plataformas

Recentemente, as principais plataformas digitais modificaram suas regras para restringir ou excluir a moderação de conteúdos publicados na internet, dificultando a identificação de contas ou publicações com conteúdos considerados criminosos.

Brasília (DF) 09/05/2025 -  90% dos brasileiros acima de 18 anos, que acessam a internet, acreditam que os adolescentes não recebem o apoio emocional. ( Luciano Meira) Foto Arquivo pessoal
Professor Luciano

Para o professor adjunto de psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, Luciano Meira, tal decisão parece priorizar interesses comerciais e políticos dos proprietários das redes.

“Essa decisão diminui a responsabilidade social das big techs, das corporações, das organizações controladoras das plataformas. Isso tem um impacto direto na proliferação de ódio, desinformação, conteúdos prejudiciais em diversas camadas,  especialmente, entre populações vulneráveis. Muito jovens ficam mais expostos a conteúdos inadequados sem essa moderação e, claro, quando se trata de desinformação, isso ataca instituições e a própria democracia”, avaliou.

Na outra ponta, o Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando a constitucionalidade do Artigo 19, do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), segundo o qual, provedores, websites e redes sociais só podem ser responsabilizados por conteúdo ofensivo ou danoso postado por usuários caso descumpram uma ordem judicial de remoção.

Ph.D. em educação matemática pela Universidade da Califórnia e mestre em psicologia cognitiva, Meira pontua que a ausência de uma decisão sobre o tema pode levar a uma potencial sobrecarga judicial.

“Pode haver um aumento considerável de casos judiciais justamente pela falta dessas ações preventivas. Então, é possível preservar a liberdade de expressão com moderação responsável. A meu ver, o posicionamento é uma rediscussão do Artigo 19, do Marco Civil da Internet, para fortalecer o que seria a proteção social, não só de crianças e jovens, mas de avaliar o que se faz com o grupo de idosos hoje, vulnerabilizados por todo um conjunto de ataques, de cooptação a determinados tipos de ideologia”, acrescentou.

Além disso, tramita, no Congresso Nacional, o Projeto de Lei 2.630 de 2020, conhecido como PL das Fake News, principal proposta de regulação das plataformas digitais. O texto já foi aprovado pelo Senado e está travado na Câmara dos Deputados. A proposta trata da responsabilidade civil das plataformas e também tem elementos de prevenção à disseminação de conteúdos ilegais e danosos a indivíduos ou a coletividades.

“Regular essas plataformas é vital para que tenhamos a manutenção de um espaço social on-line, produtivo e saudável para todas as pessoas – principalmente jovens e crianças que têm menos mecanismos individuais de proteção”, afirmou. “Aqueles que defendem a desregulamentação total das redes certamente têm uma ideia frágil e inconsistente do que é liberdade. Uma liberdade restrita sem controle social destrói, degenera as bases da nossa capacidade de construir e de fazer evoluir uma civilização. Então, claramente, a autorregulação é insuficiente, especialmente em se tratando de empresas que buscam lucro através, por exemplo, da publicidade, do comércio, enfim, as grandes plataformas, as big techs”, alertou.

Enquanto não há uma decisão sobre o tema, o professor considera necessário construir um ambiente de confiança na escola, na família e nos demais espaços onde crianças e jovens são acolhidos para evitar que crianças e adolescentes acabem sendo submetidos a situações de disseminação de ódio e bullying, entre outras.

“O principal é a construção da confiança entre as pessoas. Sem a construção desses laços, desse relacionamento baseado na confiança, qualquer dessas estratégias não terá os efeitos desejados. A primeira orientação é estabelecer um diálogo aberto. Então, pais, mães, filhos e filhas, eles têm que, de alguma forma, estabelecer, manter, ou evoluir essa interlocução confiante”.

De acordo com Meira, esse ambiente propicia a realização de conversas sobre os riscos on- line e também sobre a forma como se dão os relacionamentos com e nas redes sociais. "Eu entendo que essas são conversas íntimas que, baseadas na confiança, podem progredir de forma saudável”, afirmou.

Outro ponto defendido pelo professor é o estabelecimento de limites claros sobre o uso da internet e de redes sociais como, por exemplo, de tempo e de tipos de relacionamento.

“Isso não vai ser realizado, não vai ser cumprido se não existir um diálogo aberto em que crianças e adolescentes entendam que existem conteúdos inadequados e que precisam ter senso crítico, ter seu pensamento e formas de raciocínio. No entanto, nessa faixa etária, eles simplesmente ainda não conseguem capturar os riscos. Por isso, precisam de um adulto que tenha, pelo menos, uma intuição mais apurada para identificar formas de cyberbullying, de exposição excessiva, de conteúdos inadequados, de contato com estranhos entre outros tipos de relacionamentos”, disse.

Luciano Meira ressalta que pais e responsáveis tendem a simplesmente restringir ou proibir o uso de redes sociais, sem um diálogo consistente sobre o porquê da decisão.

“Sinto dizer que os responsáveis o proíbem de uma forma muito autocrática e que, talvez, não surta efeito, porque não se tem controle absoluto sobre o que acontece na vida de absolutamente ninguém. Você pode estabelecer uma forma de monitoramento participativo, em que busca conhecer, e esse monitoramento pode ser apoiado, do ponto de vista técnico, inclusive por softwares, com aplicações computacionais que você instala no notebook, no computador de mesa ou no dispositivo móvel dessa criança ou jovem para ter acesso ao que está acontecendo nesses dispositivos”, sugeriu.

Por fim, o professor defende que não se deve deixar de lado o mundo real e exemplifica com a legislação que proíbe o uso de celulares nas escolas.

“Mais recentemente, as escolas têm visto alguma movimentação em torno das crianças voltarem a construir relações no mundo físico. Por exemplo, ao proibir o uso de dispositivos nas escolas, convidam as crianças para uma existência que é também off-line. No final das contas, um equilíbrio é necessário entre esses mundos para que no final a gente tenha a construção de relacionamentos sociais mais duradouros e que ganhe sustentação na confiança entre as pessoas e não apenas em algoritmos”, concluiu.

(Fonte: Agência Brasil)

PACIÊNCIA TAMBÉM TEM LIMITE

–  Da vida de Josimo, só sua morte foi nossa.

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Sábado, 10 de maio de 2025. A morte do padre Josimo Tavares Morais completou 39 anos.

Josimo não era de Imperatriz. Sua paróquia e sua igreja também não. Territorialmente, sua luta e sua causa não incluía nosso município. Seu assassino não era daqui. Os mandantes, também não.

Da vida de Josimo, só sua morte foi nossa.

E foi isso que ficou e (re)marcou a cidade de Imperatriz, fundada por um religioso e manchada por criminosos. Cidade que se iniciou sagrada e que continua sangrada – sangrada ainda por alguns e (in)certos malandros com ou sem revólver, com ou sem Poder, com ou sem dinheiro. Bandidos e malandros que se vestem de roupas escuras ou com colarinhos brancos.

* * *

Puxando pela memória, eu me lembro razoavelmente daquele 10 de maio de 1986. Era um sábado. Eu morava em Imperatriz e me levantara lá pelas cinco horas da manhã. Cedinho, fui ao vizinho município de João Lisboa, onde participei do lançamento de um programa de crédito agrícola para pequenos produtores rurais (“Programa São Vicente”). Éramos o gerente do Banco do Nordeste e eu, explicando a “coisa” a esperançosos agricultores joão-lisboenses.

Ainda de manhã, quando voltei para Imperatriz, fui direto para o chamado salão nobre do clube Juçara, no bairro do mesmo nome, ligado ao centro de Imperatriz. Eu colaborava com o "Jornal de Imperatriz", publicação que eu ajudara a criar junto com seu proprietário, o Zé Maria Quariguasi (Gráfica Líder). Era o primeiro jornal diário da cidade impresso em sistema "off-set".

Naqueles dias eu também substituía o jornalista Jurivê de Macedo (falecido em 17/5/2010), que viajara para o Goiás (hoje Tocantins) em nova visita a familiares. (Parênteses: Sabe do que tratava a manchete da edição número 1 do "Jornal de Imperatriz"? Ela mesma, a violência: “VIOLÊNCIA PREOCUPA SARNEY”, dizia a manchete de letras brancas sobre tarja preta, dia 1º de dezembro de 1985, um domingo).

Como jornalista, fui entrando no salão do Juçara Clube e fui logo assuntando e anotando o que era que estava acontecendo no grande salão nobre do à época mais sofisticado clube social de Imperatriz e região: era a criação de uma “filial” imperatrizense da falada UDR (União Democrática Ruralista).

Houve doações e leilões de gado e outros animais. (Não sei como, mas um manuscrito da ata –  ou de anotações para ela – consta dos meus arquivos de tudo).

Eu estava acompanhando o frenesi da reunião, para preparar a coluna de página inteira e outras matérias do jornal, quando o repórter Carlos Henrique Gaby Rocha, aí perto de 1 hora da tarde, me avisou que desconhecidos tinham acabado de dar tiros em um padre.

Pois bem: saí do Juçara Clube e fui para o local do crime –  a escada (veja a foto) que levava aos altos do prédio onde localizavam-se escritórios de advogados e de entidades religiosas, além das instalações da Rádio Imperatriz, ali, na avenida Dorgival Pinheiro de Sousa, esquina com a rua Godofredo Viana. É claro que, àquela altura, o corpo já tinha sido levado para um hospital, na tentativa de ver o que podiam fazer pelo padre de 33 anos, paraense nascido em Marabá.

A partir desse dia e nos dias seguintes, o Coriolano (Coló) Filho, que ficara na edição do jornal, e eu virávamos noites na redação do "Jornal de Imperatriz", colhendo as informações mais recentes e consistentes e dando assistência a um mundo de jornalistas de todo canto do país que nos procuravam para alguma ajuda, inclusive na questão de laboratório fotográfico para revelação.

As manchetes daquelas edições diárias de maio de 1986 diziam muito do clima reinante. E foi nesse mesmo clima, poucos dias após o atentado fatal ao padre que viera do outro lado do rio, que escrevi o artigo “PACIÊNCIA TAMBÉM TEM LIMITE”, reproduzido abaixo.

Infelizmente para a nossa cidade, muita coisa do artigo ainda continua tristemente atual. (O artigo foi publicado originalmente no "Jornal de Imperatriz", edição de 14 de maio de 1986).

Anos depois, como diretor da sucursal do jornal "O Imparcial", dos Diários Associados, entrei pela madrugada no salão do Fórum da Justiça Estadual de Imperatriz, cobrindo o julgamento e noticiando a sentença que o juiz e meu conhecido Raimundo Licyano de Carvalho (falecido em 23/4/2018) proferiria, condenando o pistoleiro Geraldo à prisão. O caso nunca foi de todo resolvido.

Eis a íntegra do artigo, que foi reproduzido em jornais de outros pontos do País:

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PACIÊNCIA TAMBÉM TEM LIMITE

“DE VIOLÊNCIA ESTÁ CHEIA A NOSSA PACIÊNCIA. UM DIA, ELA EXPLODIRÁ”

Mais uma vez Imperatriz volta a ser assunto nacional, matéria de jornal. Pintou de novo, para todo o povo. Nas ondas sonoras, na tela de tevê, no papel-jornal. E, mais uma vez, esta cidade é vista pelo seu lado escuro.

Tá certo: a Imprensa é a menos culpada nisso, se é que cabe algum ônus a ela –  como costuma pensar e falar, aqui, os que não são jornalistas. A Imprensa não está aqui pela cidade, nem pela sua violência. Está aqui pela notícia. E isso é indescartável.

O que aconteceu no dia 10 de maio foi só MAIS UM ato de violência. Nem o fato de Ter sido praticado ao meio-dia, no centro da cidade, e pelas costas, o tornou incomum. A diferença é que a vítima vestia batina; e, aos 33 anos e à traição, o padre morreu do jeito e com a idade em que morrem os santos homens.

O padre do Tocantins não subiu aos céus visivelmente, mas a sua morte fez ressuscitar (ou reavivar) aqui na terra, a questão da violência, inclusive agrária. Isso tudo, por força e influência da Igreja, que já deu provas do que pode fazer. "Je vous salue, Église!"

Esta cidade merece os crimes e os castigos que tem. Porque sua gente, seu empresariado, suas forças produtivas, suas entidades de classe, não sabem a força que têm. Deixam-se ferrar, escalpelar, tirar o couro, mesmo. Deixam-se matar. Povo-boi. Os crimes, as injustiças, a violência, são tantos que a tranquilidade, aqui, é que é a exceção. Manchete de jornal, rádio e televisão.

Questionamos muito pouco nossa realidade. É preciso, sempre, que haja uma próxima morte, uma nova violência, para se reviver o assunto. Ficamos cheios de indignação e vazios de respostas. Aí, nada mais havendo a tratar, é a vez de o assunto morrer também.

Dizem: os crimes são de competência da Polícia. Dizem: a Polícia é de competência do Governo. Mas o Governo é de nossa competência. Os políticos são nossos servidores – e não patrões. Dirão: Ah! Isso é idealismo, coisa de sociologia, política, filosofia; precisamos de respostas, agora. Quais, então? Armar-se? Incitar à rebelião civil, à prática de Lynch? Constituir organizações paramilitares? Botar o Exército, a Polícia Militar nas ruas (sem esquecer de deixar os policiais criminosos na cadeia)? Aparelhar melhor a Polícia? Pagar-lhe melhores salários?

E onde estão aqueles moços que o povo botamos nas Câmaras, nas Prefeituras, nas Assembleias, no Senado, enfim, no Poder? Onde eles? É quase regra: Eles só vivem, só fazem, só agem pensando na eleição seguinte. Entretanto, POLÍTICA e POLÍCIA, além da proximidade gráfica, têm, para o povo, o mesmo objetivo geral: defender os seus interesses, isto é, os interesses do povo.

E o que ocorre é que estes políticos de cá não tão nem aí, aliás, a maioria deles não tá nem aqui. Para estes, “política é a arte de governar com o máximo de promessas e o mínimo de realizações”. Estas, quando vêm, e a presença deles, quando é, estão acompanhadas da necessidade de “aparecer”, fazer figura. Outros preocupam-se mais com “acertos”, conchavos, manipulações, negociações (negociatas, inclusive).

Acham que isso é política. Têm uma história de praticar a “fidelidade partidária”... ao mesmo tempo em que cometem adultério contra o povo. Enganam o povo. Esquecem o povo. E o nosso povo, besta, não esquece eles. Porque a política é a arte de enrolar as pessoas. A linguagem política –  diz Orwell –  é destinada a fazer com que as mentiras soem como verdade. E para certos políticos, o que é a verdade senão uma mentira muito repetida?

Essa prática política tão miúda, tão interesseira, tão vil (quando não servil), é outra das violências que sofre este povo. Talvez a pior, porque, pela frente, dá-nos tapinhas nas costas e, por trás, socos na cara.

A violência em Imperatriz é algo exposto. As ações e seus motivos mostram-se a todos, em evisceração. Em um texto como este não é necessário precisar fatos, nominar pessoas. Disto, sabem-no as autoridades civis, militares, eclesiásticas e o povo em geral.

Disto estão cheios os jornais.

Disto estão cheios os livros de ocorrências.

Disto está cheia a nossa paciência.

Um dia, ela explodirá.

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

A escada onde o padre Josimo recebeu os tiros que o levou à morte (no alto, à direita, o padre). Alguns livros sobre a morte de Josimo (do acervo de Edmilson Sanches).

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Há 92 anos, em 10 de maio de 1933, o governo da Alemanha de Adolf Hitler remarcava seu ódio e descontava suas frustrações queimando livros em praça pública, de autores "inconvenientes" ao regime. Foi a “Bücherverbrennung” palavra alemã para “queima de livros”.

Daquela data até 8 de maio de 1945, doze anos depois, estima-se que a Alemanha queimou pelo menos CEM MILHÕES de livros.

Para os interessados, há uma obra espetacular que traz mais informações sobre esse "bibliocídio": "Quando os Livros Foram à Guerra", de M. G. Manning.

Também, na ficção e na história, há outros livros sobre essa criminosa relação dos alemães nazistas com esse que é o maior e mais charmoso objeto de cultura popularizado há 600 anos. Entre esses, "A Bibliotecária dos Livros Queimados", de Brianna Labuskes; "Ladrões de Livros", de Anders Rydell, a referência genérica de George Steiner em sua obra “Aqueles que Queimam Livros”... E sobre perdas em geral de livros, leia-se "O Livro dos Livros Perdidos", de Stuart Kelly... (Tenho essas obras em meu acervo, além de outros livros de Bibliologia que fazem referência a essa loucura piromaníaca [que queima] e biblioclasta [que destrói livros]).

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O LIVRO, A LEITURA, O PROFESSOR (*)

A bengala é a extensão do braço, a muleta é o complemento ou reforço da perna, o amuleto é a explicitação dos medos. Mas, o livro, é o prolongamento da consciência – e a leitura, sua decodificação e enriquecimento.

Não há nada que se compare ao ato de ler. Nem mesmo a apreciação de uma pintura, a contemplação de um pôr do sol. Ler é mais que ver – é vivenciar, é (re)viver. Ler é criar e recriar a coisa lida dentro de nós.

E lemos tão pouco... E, frequentemente, lemos tão mal...

*

(...) De onde vem esse desapetite, essa falta de fome de leitura? Com fino humor, o crítico argentino Carmelo M. Bonet (falecido em 1977) escreveu que, para ser um escritor, haveria três alternativas: a genética – quando a pessoa dependeria de os pais serem inteligentes; o esforço pessoal – quando a pessoa dependeria de si mesma; ou a fé – quando a pessoa dependeria da vontade de Deus...

Não sei por que Carmelo Bonet não colocou o professor nessa lista da gênese da formação do escritor. Afinal, ali está ele, professor, artesão de saberes, emulador de mentes, fomentador de consciências, escultor a esculpir a massa (rósea, não cinzenta) de modelar que é o cérebro do jovem, do adolescente, da criança. Professor -- modelo, exemplo, espelho.

Se o Brasil quiser ser uma pátria melhor, tem de ter mais e melhores leitores. E para ter mais e melhores leitores, temos de ter mais, muito mais e melhores professores. Professores-leitores.

No ato de ler, o leitor é, em igual tempo, objeto e sujeito: em um papel, é influenciado pelo conteúdo do texto-sujeito; no outro, e simultaneamente, o leitor é coautor, reescrevendo mentalmente, complementando, valorando e validando o texto-objeto.

* EDMILSON SANCHES

(*) Trecho do prefácio que escrevi para o livro "Professor-leitor: De um Olhar Ingênuo a um Olhar Plural", da professora doutora Tereza Bom-Fim (UFMA). Interessados no texto integral podem solicitá-lo pelo e-mail acima ou via Messenger/Facebook e WhatsApp.

FOTOS:

Fogueira de livros na Alemanha de 1933 e capas de livros que contam a história de livros queimados e livros perdidos..

Brasília (DF) 10/11/2024 – Segundo dia do Enem: candidatos respondem a 90 questões até 18h30
Candidatos chegaram cedo para evitar surpresas antes da prova
Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025 poderão ser feitas de 26 de maio a 6 de junho. As provas desta edição estão agendadas para os domingos, dias 9 e 16 de novembro. As datas definidas foram anunciadas pelo Ministério da Educação (MEC) nessa sexta-feira (9).

A pasta prevê que o edital com as regras do Enem 2025 será publicado em breve no Diário Oficial da União com informações como as áreas de conhecimento do ensino médio avaliadas, normas para participação dos candidatos "treineiros", o valor da taxa de inscrição e as formas de pagamento. Na edição de 2024, a taxa foi de R$ 85.

Anualmente, os editais do Enem ainda trazem orientações sobre como pedir atendimento especializado e/ou de recurso de acessibilidade; como pedir o tratamento pelo nome social registrado na Receita Federal. Essa possibilidade é destinada à pessoa que se identifica e quer ser reconhecida socialmente conforme sua identidade de gênero.

Os interessados em se inscrever devem, antes, criar cadastro e senha de acesso para a Página do Participante, por meio do login único no endereço eletrônico de serviços digitais do governo federal, o Gov.br.

Isenção da taxa de inscrição

prazo para solicitar a isenção da taxa de inscrição do exame terminou em 2 de maio. O mesmo prazo valeu para os participantes do Enem do ano passado que tiveram a gratuidade da taxa de inscrição, faltaram aos dias de prova, e, desejam fazer novamente o Enem, em 2025, de graça.

O resultado da justificativa de ausência no Enem 2024 e solicitação de isenção da taxa de inscrição para o Enem 2025 será publicado em 12 de maio.

Mesmo com a isenção confirmada pela equipe do Inep, o estudante precisará fazer a sua inscrição, no período a ser divulgado no futuro edital do Enem 2025.

O solicitante que tiver o pedido negado para justificativa de ausência no Enem 2024 ou para solicitação de isenção da taxa de inscrição para o Enem 2025 pode entrar com recurso entre 12 e 16 de maio. O resultado final das contestações será conhecido em 22 de maio.

No futuro, os participantes que não solicitarem o recurso ou tiverem o pedido de isenção de pagamento da taxa de inscrição para o Enem 2025 reprovado deverão se inscrever conforme o futuro edital do Enem 2025.

O exame

O Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Instituições de ensino públicas e privadas usam a prova para selecionar estudantes: os resultados podem ser adotados como critério único ou complementar de processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). 

Os resultados individuais do exame também podem ser aproveitados em processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 10/04/2025 - A Rádio MEC estreia o seriado “Ao som dos boleros e tangos”, produção inédita apresentada pelo jornalista e escritor Ruy Castro. Rádio MEC

A Bienal do Livro 2025 está programada para ocorrer entre 13 e 22 de junho, no Rio de Janeiro, com homenagem ao escritor e jornalista Ruy Castro, que lançará dois livros no evento. O festival será organizado por meio de um conceito de Book Park, um tipo de parque literário com experiências mais imersivas e lúdicas para o público. 

O evento deste ano ganhou mais importância com a escolha do Rio como Capital Mundial do Livro em 2025 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

“Eu comecei a frequentar a Bienal como criança e apenas leitor. E toda vez que entro na Bienal ainda hoje dou uma chorada de emoção. Adoro essa ideia de Book Park porque traz um senso de diversão e entretenimento. Eu defendo bastante tirar essas ideias da literatura como pedestal, de que ela é para poucos. Colocar a literatura no lugar que ela deve estar, de ser tão divertida como jogar videogame e assistir série”, disse o escritor Raphael Montes, que vai participar do evento deste ano.

A programação oficial traz em destaque autores brasileiros como:

  • Ailton Krenak,
  • Conceição Evaristo,
  • Marcelo Rubens Paiva,
  • Drauzio Varella,
  • Pedro Bial,
  • Miriam Leitão,
  • Mario Sergio Cortella,
  • Leandro Karnal,
  • Gabriela Prioli,
  • Itamar Vieira Junior,
  • Aline Bei,
  • Jefferson Tenorio.

Entre os estrangeiros, estão previstos:

  • A nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie,
  • A cubana Teresa Afonso Cruz,
  • A britânica Cara Hunter,
  • As italianas Dacia Maraini e Antonella Lattanzi,
  • A chilena Lina Meruane,
  • Os norte-americanos GT Karber, Lynn Painter e Alexene Farol Folmuth,
  • O canadense Brynne Weaver.

A Bienal é organizada pela empresa GL events Exhibitions em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

“A Bienal é muito mais do que um festival, é uma celebração da leitura e da potência transformadora dos livros. E se está presente na memória afetiva da cidade há décadas, desta vez, os visitantes vão viver experiências ainda mais marcantes”, disse Tatiana Zaccaro, diretora da GL events Exhibitions.

“Se na última edição comemoramos os 40 anos do maior festival literário do país, este ano olhamos para o futuro, para mostrar a importância do livro em todas as suas formas”, disse o presidente da SNEL, Dante Cid.

Brasília (DF) 09/05/2025 -  Bienal 2025 terá parque literário e homenageará o escritor Ruy Castro. Foto  Divulgação / Bienal do Livro Rio / Filmart

Acesso

Os ingressos podem ser comprados pelo site oficial do evento por R$ 42 (inteira) e R$ 21 (meia). Professores e bibliotecários têm acesso gratuito com a apresentação da carteira profissional. O evento terá uma roda gigante e quem quiser comprar ingresso antecipado o valor é R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

O serviço de transporte privado será ampliado em rotas tidas como estratégicas, informaram os organizadores, para que o acesso ao Riocentro seja facilitado. Horários e pontos de embarque estão disponíveis no site oficial da Bienal.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 09/05/2025 - Orquestra Petrobras Sinfônica com a regência do maestro Felipe Prazeres
Foto: Renato Mangolin/Divulgação

A Orquestra Petrobras Sinfônica (OPES) vai comemorar os seus 50 anos com um concerto, nesta sexta-feira (9), às 19h, e amanhã (10), às 17h, na tradicional Sala Cecília Meireles, um espaço Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), no centro do Rio.

A escolha de O Messias, de George Friedrich Händel, para a apresentação não foi à toa. A obra marcou a estreia, no mesmo palco da OPES, fundada pelo maestro Armando Prazeres, em 1975. A orquestra OPES, que atualmente tem como diretor artístico o maestro Isaac Karabtchevsky, será acompanhada pelo Coro da Associação Canto Coral, com regência de Jesus Figueiredo, e convidará ao palco os solistas Michele Menezes (soprano), Lara Cavalcanti (contralto), Guilherme Moreira (tenor) e Marcelo Coutinho (barítono).

Quando os 50 anos começaram a ser contados, ainda havia o nome de Orquestra Pró-Música do Rio de Janeiro, que tinha na regência o seu fundador, Armando Prazeres. A violoncelista Atelisa de Salles disse que, no início da Pró-Música, eram apenas 12 músicos que aderiram à proposta do maestro nos anos 60. O projeto foi evoluindo até se tornar a OPES, que tem o patrocínio da Petrobras.

“Começou uma orquestra bem pequenininha, que parecia um conjunto de igreja, com 12 pessoas e a gente acompanhava um coral pequeno que o Armando tinha e íamos fazendo as apresentações. Até quando Armando achou que podíamos fazer um pouco mais e começou a trabalhar com corais. Começamos as apresentações primeiro em igrejas até que chegamos a este teatro. O aniversário dos 50 anos é comemorado a partir de 1975, justamente por causa da primeira apresentação, na época, com o Coral da Uerj [Universidade do Estado do Rio de Janeiro] na Sala Cecília Meireles”, disse à Agência Brasil.

Emoção

Atelisa estava no primeiro concerto em 1975 e se emociona ao lembrar da sua trajetória desde o começo da orquestra - que se chamava inicialmente Orquestra Pró-Música do Rio de Janeiro - e dos projetos sociais que ela desenvolve.

“Hoje com 83 anos, ainda me sinto motivada pela paixão que eu tenho pela Orquestra Petrobras, de tocar, estar presente, ter construído devagarinho, mas o grande nome disso tudo a gente não pode esquecer é o Armando Prazeres. Ele lutou muito para chegar onde a gente chegou. Foi aquele cara que trabalhou igual a uma formiguinha, migalhinha, migalhinha até chegar. Não sei se outra pessoa teria tido essa paciência e esse amor que ele teve de transformar a coisinha pequenina que era de 12 músicos a esta orquestra que é referência nacional”, frisou.

Brasília (DF), 09/05/2025 - Violoncelista Atelisa de Salles. Orquestra Petrobras Sinfônica com a regência do maestro Felipe Prazeres
Foto: Atelisa de Salles/Arquivo pessoal

“É uma coisa muito emocionante, tanto que, quando me falaram que eu tinha que participar de alguma forma, minha cabeça rodou, porque aí você cai na real. Até então, vai passando o tempo, mas, de repente, alguém chega e diz que a orquestra tem 50 anos. Você olha para trás e vê 50 anos seus passarem e você ser fiel àqueles 50 anos, sempre presente ajudando a fazer. É muito emocionante e foi muito complicado para mim pensar assim. Eu disse: se forem fazer alguma coisa e citar meu nome, me avisem antes porque, na minha idade, vou ficar muito emocionada e eu sou muito chorona”, revelou Atelisa, completando que pediu para não ter surpresas nas comemorações.

A violoncelista trabalhou também no projeto social da Orquestra Mirim Armando Prazeres que recebia crianças de comunidades situadas ao redor do bairro do Flamengo, no Rio. “Dessa Orquestra Mirim várias crianças hoje em dia são formadas em música. Trabalham com música e em outros projetos sociais no Rio. É muito bonito ver esse crescimento todo dessa orquestra de 12 membros ter chegado a isso”, analisou.

De pai para filho

Hoje, no mesmo palco, quem estará à frente da orquestra é o maestro Felipe Prazeres, filho de Armando e atual regente associado da Petrobras Sinfônica.

“Penso que - desde a sua criação - foi tudo feito com muito amor, amor pela música, pela causa para levar a música com muito afeto para toda a população. Todos esses sentimentos nobres foram colocados no embrião que era a Orquestra Pró-Música do Rio de Janeiro. Depois, ela evoluiu como grupo e continua sendo essa orquestra que faz concertos para todos, sem exceção. Essa foi a premissa quando ela foi fundada”, disse Felipe.

Na visão do maestro, as orquestras sinfônicas são um organismo secular e, por isso, têm que acompanhar os tempos. Felipe Prazeres destacou que, na época em que a orquestra foi criada, não havia internet e se vivia em um mundo completamente distinto. Ao longo do tempo, segundo ele, a Petrobras Sinfônica acompanha a evolução da humanidade.

“Então, tem-se vários projetos [visando] entender o grupo da orquestra como se não fosse preso a um tipo de repertório. Ser vista como um grande instrumento musical mais complexo de todos, que pode abarcar qualquer tipo de repertório. A forma como ela faz isso faz com muita excelência, transita estilos diferentes para alcançar públicos diferentes e atrai também para a música de concerto, que é pouco divulgada comparada à música mais comercial. Populariza e desmistifica também. Quando se fala em orquestra já remetem a uma época ou uma coisa que precisa ter alguma erudição para curtir isso. Em vários projetos da Petrobras Sinfônica toca-se muito repertório em que o público que nunca viu uma orquestra se sente pertencente a isso e acaba instigando também a curiosidade de saber mais coisas que uma orquestra pode abarcar”, observou.

Um outro projeto social desenvolvido pela OPES é o Academia Juvenil do qual o maestro é um dos fundadores e trabalhou durante sete anos. Felipe Prazeres tem orgulho de ter contribuído para a formação de talentos.

“Acho que qualquer orquestra hoje tem que ter um projeto social e um projeto educativo. Isso integra a sociedade, abre mercado de trabalho para as pessoas. A gente fez isso há 12 anos e tem um oboísta que entrou agora para a orquestra que é ex-academista. Vários alunos meus integram hoje a Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro e tocam comigo, porque sou regente lá também e tem os expoentes Miguel Braga, violoncelista aqui do Rio de Janeiro; Nathan Amaral, um violinista excelente que está nos Estados Unidos; Felipe Freitas, um trompista que está em Rotterdam, na Holanda tocando na principal orquestra [de lá] e todos que estão aqui no Brasil contribuindo para a fruição da música de concerto e da música de orquestra”, afirmou.

A Orquestra Petrobras Sinfônica tem uma proposta administrativa inovadora. É a única do país que tem a gestão feita pelos próprios músicos. O Conselho Diretor da OPES tem três diretores: o presidente Carlos Mendes, violinista; o financeiro Philip Doyle é violinista e o executivo, João Luiz Areias, trombonista. “Nós somos um modelo único no Brasil. Essa é uma tarefa difícil porque, além de tocar, tem que fazer a gestão. Tem que estar preocupado com transporte, contratos, com várias coisas”, assegurou João Luiz Areias.

Manutenção

Para ele, que também é o primeiro trombone da OPES, a manutenção da orquestra por tantos anos se deve ao compromisso com a qualidade e com a cultura nacional.

“A gente tem sempre a preocupação da divulgação da música brasileira, da música clássica e também de trazer para o público novos estilos musicais como, por exemplo, o rock, o frevo, outros tipos de músicas mais populares.

“O trombone está em quase todos os tipos de música que se pode pensar. Por exemplo, na música popular, no frevo, no samba e no choro tem representação do trombone em todos esses ritmos. No jazz, na big band, na banda sinfônica, na orquestra sinfônica, é um instrumento muito utilizado. As grandes trilhas de filmes utilizam muitos metais, como é o caso do trombone. Existe um certo mito de que esses instrumentos são mais difíceis”, acentuou, apontando que ainda há desconhecimento do grande público sobre o trombone, o que começa a diminuir porque atualmente esse instrumento é procurado por jovens, inclusive nas bandas e blocos de carnaval.

“Com essa coisa de bandas de carnaval tem muita gente tocando, homem, mulher, todo mundo participando e podendo tocar [trombone]”, destacou.

Areias afirmou que os programas sociais desenvolvidos pela OPES também contribuem para a longevidade da orquestra, “com a criação de vários projetos educacionais. Tem-se um programa social que é a Orquestra Jovem da Petrobras Sinfônica que proporciona oportunidade a jovens para que se preparem para as universidades”, frisou.

Organismo sinfônico

A Petrobras é patrocinadora oficial da OPES desde 1987, o que permite a manutenção da orquestra como um dos principais organismos sinfônicos do continente. Assim, desenvolve relevante trabalho de acesso à música clássica e formação de jovens talentos cuja origem é de diversos projetos sociais. “Ao incentivar diversos projetos, a Petrobras coloca em prática a crença de que a cultura é uma importante energia que transforma a sociedade. Por meio do Programa Petrobras Cultural, [ela] apoia a cultura brasileira como força transformadora e impulsionadora deste desenvolvimento, nas áreas de artes cênicas, música, audiovisual e múltiplas expressões”, indicou a empresa, que também patrocina a Temporada 2025 da Sala Cecília Meireles.

(Fonte: Agência Brasil)