Metade da população brasileira ouve músicas e assiste a vídeos pela “internet”. A informação foi divulgada, nesta segunda-feira (5), pelo Comitê Gestor da Internet (CGI) no Fórum da Internet no Brasil, que ocorre nesta semana, em Goiânia. Ela faz parte da pesquisa TIC Domicílios Cultura, elaborada pelo CGI como detalhamento do estudo anual TIC Domicílios, lançado em julho deste ano.
Entre os entrevistados, 29% baixam músicas, 26% publicam textos, fotos ou vídeos de criação própria, 16% fazem “download” de filmes e 10% baixam séries. Entre 2014 e 2017, o hábito de consumir em tempo real áudio e vídeo (ou “streaming”, no termo em inglês) aumentou de 2014 até 2017: saiu de cerca de 58% para 71%. Já a prática de baixar obras sonoras ou audiovisuais ficou menos popular, caindo de 51% para 42% no caso de músicas e de 29% para 23% em relação a filmes.
“A ampliação do consumo é muito devido às plataformas de ‘streaming’. Essa prática, que antes era mais predominante de fazer ‘download’ e ter arquivo próprio no seu computador, agora as pessoas estão conseguindo mais acessar plataformas que disponibilizam esses conteúdos ‘on-line’”, analisa a coordenadora da pesquisa TIC Cultura, Luciana Lima.
Tipo de conexão
O tipo de conexão impacta esse acesso a conteúdos culturais. Enquanto o hábito de ouvir músicas na “internet” é de 70% dos usuários com conexão em banda larga fixa, entre aqueles que dependem de 3G e 4G o índice cai para 59%. No caso de vídeos, a diferença entre as pessoas com conexões fíxas e móveis é de 72% e 57%. Entre aqueles que usam a “internet” para ler notícias, os percentuais são, respectivamente, de 57% e 43%.
“Você tem uma questão de renda. Enquanto as classes mais altas têm conexão tanto 3G quanto “wi-fi” [conexão sem fio], a população de baixa renda depende exclusivamente do dispositivo móvel. Isso tem impacto no consumo de conteúdos culturais, pois faz com que quem tem conexões fixas de banda larga no seu domicílio consuma mais ‘streaming’ do que quem tem acessos só no celular”, destaca Alexandre Barbosa, gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic-BR), órgão vinculado ao Comitê Gestor da Internet.
Frequência e origem
Quanto à frequência, o tipo de conteúdo consumido mais comumente é a música: 29% da população ouve todo dia, 16%, pelo menos, uma vez por semana e 3% uma vez por mês. O restante não informou. A popularidade do “streaming” de filmes é menor: 12% assistem todo dia, 15%, pelo menos, uma vez por semana e 5%, pelo menos, uma vez por mês. Entre os fãs de séries, os índices foram, respectivamente, de 11%, 10% e 3%.
Os serviços pagos ainda não têm grande preferência entre a população. Do total, 10% pagam para ver filmes ou séries, 5% são clientes de “streaming” de música, e 3% relataram que compram filmes para baixar e assistir em seus computadores ou telefones celulares.
A pesquisa também perguntou aos entrevistados a origem dos conteúdos consumidos. Do total, 48% ouvem músicas brasileiras, e 28%, estrangeiras. No caso dos filmes, a diferença é menor, com 26% de obras nacionais e 24% internacionais. Em relação às séries, a preferência se inverte: 21% assistem a programas estrangeiros, e 13% veem obras produzidas aqui.
Publicações e compartilhamento
O estudo avaliou o comportamento dos usuários na produção e compartilhamento de conteúdos diversos. Enquanto o hábito de postar textos, imagens e vídeos em “blogs”, “sites” e plataformas como redes sociais ficou estável entre 2014 e 2017, a prática de compartilhar esses tipos de mensagens e conteúdos cresceu no mesmo intervalo, saindo de 60% para 73% dos usuários de “internet”.
O tipo de informação mais difundido é a imagem, publicada por 24% da população. Em seguida, vêm textos, com 13%, vídeos, com 11%, e músicas, com 4%. A motivação mais comum, conforme o levantamento, foram a divulgação de situações cotidianas, com 17%, dar opinião sobre temas de seu interesse, com 14%, e aproximar-se de pessoas com interesses comuns (13%).
A pesquisa TIC Domicílios é realizada, anualmente, pelo Comitê Gestor da Internet. Na edição relativa ao ano de 2017, foram ouvidos moradores de 23.592 domicílios em 350 cidades entre novembro de 2017 e maio de 2018.
(Fonte: Agência Brasil)