
ALINE DE LIMA, (EN)CANTANDO O MUNDO
*
Aline de Lima, cantora e compositora caxiense, já se apresentou na Alemanha, Argélia, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Luxemburgo, Marrocos, Noruega, República Tcheca, Suíça, entre outros países.
Aline de Lima completou 47 anos nessa quinta-feira, 23 de outubro de 2025.
Ela nasceu em Caxias em 23 de outubro de 1978. Aos 18 anos, quis estudar Design e foi para a Suécia, mais precisamente para capital do país, Estocolmo, cidade de pouco mais de 800 mil habitantes, cuja história remonta aos anos 1200. Aline, que já conhecia a Veneza de Caxias, no norte do Maranhão, foi para a capital sueca, cidade sobre ilhas, chamada de “Veneza do Norte”.
Ficou três anos na Suécia. Queria ser cantora. Fazer “design” com a voz. Desenhar tons e semitons... musicais. Assim, trocando a paleta pela partitura, mudou-se para a França, fixando moradia em Paris. Cantou em bares, em lares e em outros ares parisienses. Com uma série de composições que fez, encantou olhares, ouvires, pensares. Pronto! Garantiu-se o primeiro contrato profissional, com a gravadora/editora Naïve.
E como a repetir que a boa filha sai da cidade mas a cidade não sai dela, Aline de Lima, já em seu primeiro disco, o CD “Arrebol”, de 2006, faz homenagem a um conterrâneo, igualmente maranhense, talqualmente caxiense – Gonçalves Dias, cuja “Canção do Exílio” é citada/declamada na composição ricamente e teluricamente intitulada “Terra”. Era o primeiro CD, que saía não apenas com a marca da beleza regional mas também com o marco do talento internacional: a participação de profissionais de renome, como o compositor e violoncelista norte-americano Erik Friedlander, o baterista brasileiro Paulo Braga (que trabalhou com Elis Regina, Ivan Lins, Mílton Nascimento e Tom Jobim) e o guitarrista norte-americano Marc Ribot, além do norte-americano Arto Lindsay, cantor, compositor e produtor, já que assinou trabalhos (álbuns) para diversos artistas brasileiros, entre os quais Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Gal Costa, Marisa Monte e Tom Zé). O CD foi produzido pelo nortista-amazonense Vinicius Cantuária, ex-integrante do conjunto “O Terço” e respeitado músico brasileiro.
A presença mundial em seus trabalhos se amplia. Já no segundo CD, de 2008, tão brasileiramente, tão nortistamente chamado “Açaí”, tem a participação do arranjador, compositor e músico japonês Jun Miyake e uma música em sueco, além de, desta vez, fazer ponte com Portugal e citar, em sua música “Adeus, solidão”, o poema “Horizontes”, de Fernando Pessoa.
Seu terceiro CD foi “Marítima”, lançado em 2011. O trabalho de Aline de Lima, seja o que canta, seja o que toca, seja o que compõe, é ressaltado por críticos na França e no Canadá. O prestigioso jornal “Le Monde” deu-lhe destaque. Em entrevista a esse diário francês, Aline disse que a receita para seu trabalho é dirigi-lo “como um pintor” faz/faria. Para quem tinha vocação para o desenho, ela sabe muito bem o que está dizendo – e fazendo.
Observando e absorvendo, inspirando-se e expirando, transudando, transpirando e transparecendo brasilidades, maranhensidades e caxiensidades, Aline de Lima junta à sua beleza pessoal-vocal-musical o ritmo, o jeito, o dengo, as sonoridades em “B” maior de nossa Bossa, de nosso Batuque, de nosso Baião, do nosso samBa, e nisso ela é BamBa.
Parabéns, conterrânea.
Parabéns, Aline de Lima,
Aline de Caxias,
Aline do Maranhão,
Aline do Brasil e do mundo.
Com muito (en)canto.
* EDMILSON SANCHES
Imagem: Aline de Lima em cartaz (2012).