Pesquisadores do Museu Nacional, que pegou fogo no dia 2 de setembro, estimam que o trabalho de reconstrução de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas, pode “renascer” já em 2020. A reconstituição de um dos itens mais preciosos da instituição bicentenária começará no segundo semestre de 2019. Não será uma tarefa simples: dividido em três etapas (diagnóstico, uma reconstituição virtual e, enfim, a remontagem física), o procedimento deverá levar cerca de um ano.
Novo laboratório
Para o trabalho de reconstrução do fóssil daquela que é chamada de “a primeira brasileira”, será montado um laboratório. O investimento poderá chegar a R$ 3 milhões.
— Teremos uma sala próxima ao local onde é coordenado o trabalho de resgate do acervo. Está sendo preparada com o dinheiro doado pelo governo alemão e com recursos que estamos adquirindo lentamente. O laboratório deverá receber equipamentos especiais, como um grande microscópio. Mas precisamos de outros itens, como um software de reconstrução virtual. Ainda não temos verba para todo o material necessário — diz a arqueóloga Cláudia Carvalho, que, ao lado de outros três pesquisadores do Museu Nacional, cuida da recuperação de Luzia.
Nos dias seguintes ao incêndio que destruiu a maior parte dos 20 milhões de itens do acervo do Museu Nacional, cientistas consideravam praticamente nula a chance de o fóssil humano de 11.500 anos ter resistido ao fogo. Contudo, no dia 19 de outubro, arqueólogos do mundo inteiro vibraram quando uma equipe de resgate das peças encontrou, dentro de um armário semidestruído, uma caixa de ferro parcialmente derretida. O crânio de Luzia estava ali, fragmentado.
(Fonte: Portal Globo.com)