Skip to content

Estudantes desenvolvem aplicativo que contribui para preservação do meio ambiente no Ceará

Um aplicativo para celular desenvolvido por alunos do ensino médio do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) vai possibilitar à comunidade de Cedro (CE) fiscalizar e apontar ameaças ao ecossistema local. Chamado de Aquameaça, o dispositivo permite que o usuário registre situações como acúmulo de lixo nas margens de rios e queimadas próximas a açudes e nascentes.

Coordenados pelo professor-orientador Humberto Beltrão, os alunos do curso técnico-integrado em desenvolvimento de dispositivos móveis, do Campus Cedro, criaram uma ferramenta de interface simples para que qualquer pessoa possa identificar, fotografar e relatar, em poucas palavras, possíveis ameaças ao meio ambiente.

O sistema armazena informações e cria um mapa revelando a amplitude do problema. A intenção é que os dados sejam usados por gestores na criação de medidas assertivas de proteção e sustentabilidade em diferentes regiões.

“As ameaças seriam qualquer fator que pudesse representar algum perigo ou colocar em risco a manutenção desses ambientes. Como, por exemplo, a pesca de forma indiscriminada, a agricultura, que dependendo da maneira como é feita, pode provocar o assoreamento e, consequentemente, prejudicar a qualidade da água”, explica o professor.

De acordo com ele, o aplicativo desperta a consciência ambiental dos moradores da comunidade e demonstra que o cuidado e a responsabilidade não devem ficar a cargo apenas da administração pública.

“Na grande maioria das vezes, esse monitoramento é feito por agentes gestores. O objetivo do aplicativo é que possamos dar à população que reside próxima a esses ecossistemas o poder de monitorar esses ambientes, de uma forma simples”, disse.

Na prática, o aplicativo – disponível inicialmente para celulares com sistema Android – apresenta, pelo menos, oito definições e exemplos de ameaças ao ecossistema. O projeto continua em fase de testes.

“No dia que fizemos o primeiro experimento, das oito ameaças que o aplicativo consegue hoje englobar, encontramos quatro apenas em uma manhã de caminhada no açude. E podemos ter a noção de, se com pouco tempo já encontramos essa quantidade de ameaças, imagina se isso agora tomar uma proporção maior, a quantidade de registros que vamos ter para, consequentemente, traçar ações mais proativas”, prevê.

Um dos alunos do professor Humberto, Leonardo de Oliveira, de 18 anos, está no último ano do ensino médio e ajudou a desenvolver o aplicativo. Ele espera que, quando finalizada, a ferramenta ajude a comunidade de Cedro a superar problemas relacionados ao assunto.

“Em uma cidade pequena que, muitas vezes, não tem saneamento básico, não tem tratamento, as pessoas jogam lixo em todo lugar. Então, eu acho importante que tenha um aplicativo desses para monitorar. É importante que as pessoas usem quando ele estiver finalizado e distribuído ao público”, acredita o estudante.

Reconhecimento

Apesar de ainda não estar disponível para o público, o aplicativo já tem sido reconhecido. Leonardo foi um dos estudantes beneficiados pelo prêmio Jovem Cientista de 2018, na categoria ensino médio. Para o professor Humberto, esta é só uma das respostas positivas de todo o trabalho, fruto da aproximação dos estudantes com a pesquisa acadêmica.

“Temos alunos no ensino médio com mente de pesquisador, tentando resolver um problema que é global, não apenas local”, comemora o professor.

(Fonte: MEC)