A rede pública do Estado da Paraíba trabalha, desde 2016, um modelo pedagógico e de gestão escolar centrado no protagonismo juvenil e no projeto de vida dos estudantes.
O Programa das Escolas Cidadãs Integrais (ECIs) e Escolas Cidadãs Integrais Técnicas (ECITs) oferece 45 mil vagas para estudantes em cerca de 150 escolas.
A jornada dos alunos é de nove horas, incluindo três refeições diárias. A metodologia foi criada para os alunos do ensino médio, e, em algumas escolas, envolve também os alunos do 6º ao 9º ano, do ensino fundamental.
A articulação dos conteúdos da Base Nacional Comum com o currículo da parte diversificada visa formar cidadãos autônomos, solidários, competentes e socialmente ativos, com capacidade para o exercício da cidadania e habilidades para o mundo do trabalho.
Segundo o secretário de Estado da Educação da Paraíba, Aléssio Trindade, a proposta curricular proporciona aos estudantes uma aprendizagem significativa. “As escolas se abriram para uma interação efetiva com a comunidade e as empresas do entorno, e os estudantes vivenciaram atividades práticas, criaram tecnologias sociais e elaboraram projetos com soluções de problemas reais enfrentado, no cotidiano, pelas empresas da comunidade onde vivem”.
Os alunos têm aulas de estudo orientado, para auxiliar nas disciplinas em que sentem dificuldades; preparação acadêmica, para ajudar a dar continuidade aos estudos após o ensino médio; preparação para o mercado de trabalho com os cursos técnicos; disciplinas eletivas para o enriquecimento cultural, de aprofundamento ou atualização de conhecimentos específicos que complementem a formação acadêmica; tutoria e auxílio na elaboração do projeto de vida, que consiste em um plano para o futuro do estudante.
As unidades de ensino contam com equipamentos adequados para atividades teóricas e práticas. A estrutura conta com laboratórios de robótica, informática, matemática, química, biologia e línguas, além de sistemas portáteis de impressoras 3D em cada unidade.
Para o estudante Fábio Dantas, que concluiu o ensino médio em 2017, na ECIT Erenice Cavalcante Dias, em Bayeux, Região Metropolitana de João Pessoa, a experiência de participar de atividades em uma empresa pedagógica foi definitiva para formação acadêmica e carreira profissional. Ele participou de uma disciplina na Ecoclima-Empresa Júnior de Refrigeração que teve como proposta desenvolver nos estudantes o senso crítico e empreendedor. “Escolhi qual rumo profissional tomar após conhecer uma empresa e tenho confiança que me destacarei no mercado, pois aprendi como me comportar em um ambiente de trabalho e como melhorar como profissional”, disse o estudante.
Para a assessora de Educação do Itaú BBA, instituto parceiro do governo da Paraíba na criação das práticas inovadoras nas ECITs, Carla Chiamareli, as metodologias de educação integral estão muito focadas no protagonismo juvenil.
“Não é somente o tempo integral, mas, quando se tem uma carga horária mais estendida, é possível trabalhar outras questões para além do que é o mínimo básico. Na educação integral, tem-se mais atividades focadas que dão espaço para a juventude ser autora da construção de seu próprio conhecimento”.
Na visão da assessora, a metodologia e como ela é trabalhada trazem os resultados positivos. “Tem o [ensino] técnico, que tem esse protagonismo social e profissional, tem essa missão de desenvolver competências táticas e sociais do mundo do trabalho e aí se soma mais um elemento dentro do currículo da educação integral”.
(Fonte: Agência Brasil)