Professores da rede pública de ensino do Estado de São Paulo fizeram, nessa terça-feira (7), manifestações em diversas cidades contra a volta às aulas, agendada pelo governo paulista para ocorrer em 8 de setembro. Os atos, programados, em ao menos, 29 municípios do Estado, ocorreram em forma de carreatas, buzinaços e exposição de faixas em pontos centrais das cidades.
Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o retorno das atividades presenciais nas escolas do Estado só deveria ocorrer com a garantia sanitária da comunidade escolar, e com uma redução drástica da pandemia de covid-19.
“O primeiro local que teve de ser fechado foi a escola, e o último a voltar deverá ser a escola. Qual é a base sanitária para o retorno em 8 de setembro? Qual é a base científica?”, questionou a presidente da Apeoesp, a professora Bebel Azevedo Noronha.
O governador de São Paulo, João Doria, disse, no último dia 24, que as aulas presenciais na rede de ensino do Estado voltarão a partir de 8 de setembro, em sistema de rodízio. A medida irá afetar 13,3 milhões de alunos tanto da rede pública quanto da rede privada, e abrangerá todas as etapas de ensino, do infantil ao universitário de São Paulo.
Segundo o governo, os alunos voltarão às aulas de forma gradual. Na primeira etapa, prevista para ser iniciada no dia 8 de setembro, até 35% dos alunos poderão voltar às aulas presenciais, respeitando o distanciamento de 1,5 metro. Isso deverá ser feito em forma de rodízio e, com o restante dos alunos seguindo em aulas remotas e “on-line”.
“Será que simplesmente mudar, colocar menos alunos nas salas de aula, mudar o dia de ir para aula, a quantidade de horas, só isso dá conta? O projeto arquitetônico das escolas não dá conta de tratar dessa questão porque tem salas que são improvisadas. Nós sabemos disso”, disse Bebel.
As aulas presenciais na rede estadual de São Paulo estão suspensas desde o dia 23 de março como medida de controle da propagação do novo coronavírus. Atualmente, as aulas das escolas estaduais ocorrem de forma remota e “on-line”, sendo transmitidas por meio do aplicativo Centro de Mídias SP (CMSP), plataforma criada pela Secretaria de Educação durante a pandemia do novo coronavírus. Ela também é transmitida por meio dos canais digitais na TV 2.2 – TV Univesp e 2.3 – TV Educação.
Outro lado
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado disse que sempre agiu em absoluto respeito aos professores, e que a decisão do retorno presencial das aulas foi adotada após diálogo com representantes de professores, funcionários, alunos, pais e administradores de escolas, seguindo as recomendações sanitárias do Centro de Contingência do Coronavírus do Estado.
“O governo de São Paulo planeja a retomada das aulas pautado em medidas de contenção da epidemia, atendendo aos interesses da população e sem colocar nenhuma vida em risco. Somente quando todas as regiões do Estado permanecerem na etapa amarela – a terceira menos restritiva segundo critérios de capacidade hospitalar e progressão da pandemia – por 28 dias consecutivos é que será possível reabrir as escolas", diz a nota.
(Fonte: Agência Brasil)