A noite esgoela-se endoidecida
como um velho cavalo selvagem,
a correr pelo tempo na noite veloz.
Na varanda existe só a varanda,
e mulheres a dançarem rítmicas,
a cada volta do moinho vermelho.
Tudo que da calçada se contempla,
à vista de quem está de fora,
lá dentro, fechado, não mais há...
Na varanda existe apenas a varanda,
e uma colombina trinta anos depois,
a cirandar como um cata-vento...
*Fernando Braga. In “O Sétimo dia”, São Luís, 1997.