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LÍNGUA PORTUGUESA: dicas e exercícios 65

Neste domingo, comentamos sobre...

Eternas dúvidas de concordância

1ª) Houve OU houveram erros?

Se “houveram erros” é porque HOUVE mais erros do que se imaginava.

O verbo HAVER, no sentido de “existir ou acontecer”, é impessoal (sem sujeito). Por isso, deve ser usado somente no singular:

“Há muitas pessoas na reunião”;

“Havia mais convidados que o esperado”;

“Haverá muitos candidatos no próximo concurso”;

“Ainda haveria alguns problemas para serem resolvidos”;

“HOUVE erros”…

2ª) Nos nossos planos não estão OU não está o atacante?

A regra básica de concordância verbal manda o verbo concordar com o sujeito. No caso, quem não está nos nossos planos é o atacante. Isso significa que o sujeito (o atacante) está no singular. A concordância correta, portanto, deve ser feita no singular: “Nos nossos planos não ESTÁ o atacante”.

Esse tipo de erro acontece com muita frequência quando o sujeito está invertido (depois do verbo):

“ACONTECERAM (e não “aconteceu”) dois acidentes nesta esquina”;

“SURGIRAM (e não “surgiu”), após muitas discussões, duas propostas para resolver o problema do oxigênio em Manaus”;

“SEGUEM ANEXAS (e não “segue anexo”) as notas fiscais”;

“ESTÃO FALTANDO (e não “está faltando”) cinco minutos para acabar o jogo do Sampaio”.

3ª) O grande segredo é OU são as jogadas ensaiadas?

O verbo SER pode concordar com o sujeito ou com o predicativo. Assim sendo, as duas possibilidades são corretas e aceitáveis. Há, porém, uma visível preferência pelo plural:

“O maior problema do Rio de Janeiro SÃO as chuvas”;

“A prioridade do governo SÃO os pobres”;

“A última esperança do Vasco SÃO os dois atacantes”;

“O grande segredo SÃO as jogadas ensaiadas”.

4ª) O ataque de hoje é OU são…?


É o mesmo caso anterior. Entre o singular e o plural, a concordância preferencial para o verbo SER é no plural:

“O ataque de hoje SÃO Carlos Adalton, Felipe e Walberth Pinheiro”.

5ª) Não é OU sou eu que vou dizer isso?


A locução enfática “é que”, a princípio, é invariável:

“Eu é que disse isso”;

“Nós é que resolvemos o caso”;

“Eles é que escolheram a data da reunião”.


Quando o verbo SER é colocado antes do pronome pessoal, é correto e aceitável que concorde com o pronome:

“FUI eu que disse isso”;

“FOMOS nós que resolvemos o caso”;

 “FORAM eles que escolheram a data da reunião”;

“SÃO eles que vão assinar o contrato”;

“Não SOU eu que vou dizer isso”.

6ª) Eles já têm idade para fazer o que quiser OU quiserem?


A concordância correta é “Eles já têm idade para fazer o que QUISEREM”.


Alguns autores consideram a concordância facultativa quando o sujeito do infinitivo está oculto e é o mesmo da oração principal:

“Eles já têm idade para FAZER ou FAZEREM o que quiserem”.

A maioria dos estudiosos, porém, afirma que, nesse caso, a concordância deve ser no singular (uso do infinitivo não flexionado):

“Eles já têm idade para FAZER o que quiserem”;

 “Os advogados foram chamados para ANALISAR o contrato”;

“Os diretores estão aqui para ASSINAR o contrato”;

“Eles foram convocados para RESOLVER os problemas”.


No caso de QUISER ou QUISEREM, o problema é outro. Embora terminem em “r”, QUISER, FIZER, DISSER, PUSER, FOR, TIVER… não são formas do infinitivo. São do futuro do subjuntivo. Em razão disso, a concordância com o sujeito (oculto ou não) é obrigatória:

“ELES já têm idade para fazer o que (eles) QUISEREM”.

Teste da semana

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases abaixo:

1) São questões __________;

2) Pediu dois _________.


a) técnico-científicas / cachorro-quentes;

b) técnico-científicas / cachorros-quentes;

c) técnicas-científicas / cachorros-quentes;

d) técnicas-científicas / cachorros-quente;

e) técnico-científicas / cachorros-quente.

Resposta do teste: letra (b).

Em adjetivos compostos (adjetivo + adjetivo), somente o segundo elemento se flexiona: “questões técnico-científicas”; em compostos formados por substantivo (cachorro) + adjetivo (quente), os dois elementos se flexionam: cachorros-quentes.