Meus caminhos
que caminho
são os caminhos
dos outros.
E, na distância
dos caminhos,
Eu finjo que Eu caminho
nos meus caminhos
que têm marcas de meus passos,
minha dor no cativeiro,
e Eu sorrindo caminho
agora, nos meus caminhos.
E há luares nesses caminhos,
ardência do Sol queimando
os caminhos que caminho.
E há sempre, nesses caminhos
das noites cheias de estrelas
alumiando meus passos,
meus passos quando Eu caminho.
Mas paro
de repente...
Vejo o Sol doirando o dia
que a minha noite passou.
E, no caminho lá em cima,
vejo a cruz de madeira
crucificando mil sombras.
Sim, os caminhos que caminho
me encaminham para o Gólgota.
Sou o CRISTO de mim mesmo
agora, nos meus caminhos.
* Paulo de Tarso Moraes. “Retratos do meu EU” (inédito).