Mais de 90% do calor resultante do aumento de gases do efeito estufa foi armazenado nos oceanos, de acordo com uma das conclusões que serão debatidas na cúpula sobre mudança climática de Katowice (Polônia), e que será divulgada no relatório da ONU sobre o estado dos mares.
A informação foi confirmada nesta segunda-feira (27), em comunicado, pelo pesquisador do Instituto Espanhol de Oceanografia (IEO) Carlos García Soto, que participou da reunião da ONU para o Relatório Mundial sobre o Estado do Meio Ambiente Marinho realizada em Nova York, entre os dias 23 e 24 de agosto.
Entre as consequências de os oceanos absorvererm este calor estão os efeitos na distribuição e sobrevivência dos biomas (por exemplo, os corais), a elevação do nível do mar com consequências para as populações e o desaparecimento progressivo do gelo do Ártico.
As mudanças também afetam a salinidade, criam uma maior estratificação da coluna de água, e, associada a esta última, a desoxigenação de grandes zonas profundas e uma maior acidez provocada pelo dióxido de carbono (CO²).
É um momento "de crise oceânica global em múltiplas frentes cuja solução requer o esforço de todos", disse Soto.
Por isso, segundo o pesquisador do IEO, na reunião da ONU foi designada uma comissão de especialistas para a elaboração do novo relatório periódico do estado do meio ambiente dos oceanos, que deverá estar pronto para julho de 2019.
O relatório periódico representa o mecanismo global da ONU para a vigilância do estado dos oceanos incluindo seus aspectos socioeconômicos de uma maneira sistemática. "Os oceanos não são uma fonte inesgotável de recursos e serviços, e também não têm uma capacidade de carga ilimitada", explicou o pesquisador do IEO.
Soto disse que uma gestão sustentada é a chave para a atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 14, que fala da conservação e uso sustentável dos oceanos.
(Fonte: Agência Brasil)