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Rotary no Brasil: atuação e importância* (*)

23 de fevereiro: Dia Nacional do Rotary

– “Imagine o mundo sem o Rotary... Não é mais possível, e seria sofrível, pensar a Terra sem sua maior organização internacional de prestação de serviços voluntários. // Do “A” de Abadia de Goiás ao “Z” de Zortea, em Santa Catarina, do “A” do Afeganistão ao “Z” do Zimbábue, ou seja, no Brasil e em todo o planeta, não há país que não tenha uma cidade ou cidade que não tenha uma pessoa que não haja sido impactada, beneficiada, direta ou indiretamente, positiva e sadiamente, pela atuação do Rotary, pelo esforço e benquerença de seus membros, mulheres e homens, jovens e adultos, unidos pelo ideal de servir. // Do “a” da aids ao “z” da zika, passando pela coqueluche, difteria, hepatite, poliomielite, tétano..., todo um catálogo de doenças foi e é objeto das preocupações e, mais que isso, das ações e vacinações, campanhas e plantões de rotarianos, seja nas sedes dos clubes, seja nas idas e permanências em bairros e povoados, escolas e empresas, órgãos públicos e organizações privadas... Sem o Rotary, nossos corpos teriam vacinas a menos e doenças a mais.” (E. S.)

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Há coisas que, para serem feitas, precisam de dinheiro –  pagar contas, por exemplo.

Há coisas que, para serem feitas, precisam de esforço – por exemplo, descarregar um navio no porto, um caminhão no armazém.

Há coisas que, para serem feitas, precisam de paixão – por exemplo, entregar-se aos abraços nos braços da pessoa amada em uma noite maranhense enluarada...

Há coisas que, para serem feitas, precisam de amor – por exemplo, gerar e gestar um filho no próprio ventre, abrigando-o e protegendo-o da forma mais íntima possível e, 33 anos depois, ver esse filho ser, sob açoites, levado ao escárnio e ao escarro, ao martírio do Gólgota, ao suplício da Cruz...

E, entre tantas coisas que há, há aquelas que, para serem feitas, precisam de tudo isso (dinheiro, esforço, paixão, amor) e um pouco mais – tempo, talento, boa vontade, planejamento, real interesse em trabalhar por um mundo melhor... e prestação de serviços, bons serviços. Uma dessas “coisas” é o Rotary.

O Rotary é dessas ideias que, em princípio, poderiam não dar certo. Afinal, o que pode o sonho solitário de um advogado no ano de 1900, sonho repartido, cinco anos depois, dia 23 de fevereiro de 1905, com um fornecedor de carvão, um engenheiro de minas, um alfaiate e, dias depois, um dono de gráfica?

Pois é... Sonho que se sonha junto – é afirmação cervantina – vira realidade...

Mal debutara a Instituição e já o Brasil, em 1921, embebia-se dos ideais rotários e organizava seu primeiro grupo de iniciadores, na capital fluminense, onde se consolidou em 15 de dezembro de 1922, com a fundação do primeiro “club” em país de Língua Portuguesa. Para efeitos institucionais, entretanto, a data máxima do Rotary Club Rio de Janeiro –  e, por extensão, do Rotary no Brasil – é 28 de fevereiro de 1923, quando se deu a admissão em Rotary International.

São 100 anos de atuação no maior país da América do Sul. A partir do Rio, formaram-se milhares de clubes “afluentes”, com seus membros em cursos fluidos e frutíferos por todos os 8,5 milhões de quilômetros quadrados do Brasil. Mãos e mentes de mais de 50 mil rotarianos e mais de 30 mil rotaractianos e interactianos e voluntários, em mais de 4,2 mil clubes de Rotary, Rotaract, Interact e Núcleos Rotários. Todos herdaram a força de vontade e a capacidade de servir dos seus antecedentes e legarão continuidade de bons resultados àqueles que os sucederão.

A importância do Rotary, no Brasil e no mundo, resulta do que fazem e como atuam os rotarianos.

Imagine o mundo sem o Rotary... Não é mais possível, e seria sofrível, pensar a Terra sem sua maior organização internacional de prestação de serviços voluntários.

Do “A” de Abadia de Goiás ao “Z” de Zortea, em Santa Catarina, do “A” do Afeganistão ao “Z” do Zimbábue, ou seja, no Brasil e em todo o planeta, não há país que não tenha uma cidade ou cidade que não tenha uma pessoa que não haja sido impactada, beneficiada, direta ou indiretamente, positiva e sadiamente, pela atuação do Rotary, pelo esforço e benquerença de seus membros, mulheres e homens, jovens e adultos, unidos pelo ideal de servir.

Do “a” da aids ao “z” da zika, passando pela coqueluche, difteria, hepatite, poliomielite, tétano..., todo um catálogo de doenças foi e é objeto das preocupações e, mais que isso, das ações e vacinações, campanhas e plantões de rotarianos, seja nas sedes dos clubes, seja nas idas e permanências em bairros e povoados, escolas e empresas, órgãos públicos e organizações privadas... Sem o Rotary, nossos corpos teriam vacinas a menos e doenças a mais.

Rotary tem construído escolas, casas, exemplos... Rotary tem distribuído alimentos, cadeiras de rodas, humanidade... Tem intercambiado jovens de países tão distintos entre si... Tem enviado médicos e outros profissionais para servirem a muitos Brasil afora...

Do bebê que, esperançoso, se gera ao ser que, idoso, se venera; da criança que estuda ao jovem adulto que se forma – nesses seres e em outros mais há ações e mediações, entendimento e atendimento do Rotary.

Sobretudo, Rotary tem edificado sólido conjunto de cidadania, respeito e amor ao próximo. À maneira de Paulo apóstolo, amor com obras. Amor feito visível, como o diz Gibran poeta. Esperança tangível, real. E tudo isso “dando de si sem pensar em si”, pois Rotary e rotarianos sabem que “mais se beneficia quem melhor serve”.

Não dá, mesmo, para imaginar o mundo sem Rotary... Como, agradecido, constatou o soldado, escritor, primeiro-ministro e estadista britânico Winston Churchill (1874-1965): “São poucos os que deixam de reconhecer o trabalho realizado pelos Rotary Clubs em todo o mundo”.

Até um tempo atrás, Rotary parecia fazer questão de que suas ações e sua importância não fossem anunciadas por trombones e megafones. Era o estilo “low profile” (baixa exposição), algo como – é bíblico – “não saiba uma das mãos o que faz a outra”. Mas a desnecessidade de arautos, núncios e pregoeiros se foi relativizando, e o peso dos trilhões de comunicações e outras interações (de governos, empresas, pessoas e organizações da sociedade civil), tornadas efetivas pelo desenvolvimento da microeletrônica, da Informática e das teletecnologias em geral, além do saudável direito ou dever de informar bem o Bem, “empurraram” o Rotary para dizer aos que queiram saber que, sim, Rotary faz o Bem, e bem feito; sim, o Rotary ajudou a fundar a ONU e luta, pacífica e efetivamente, pela paz...

Em algum lugar do mundo, em qualquer hora do dia, há rotarianos trabalhando. O Rotary não descansa.

Seja em reuniões em café da manhã, no horário de almoço ou em volta da mesa, em jantar...

... Seja em eventos especiais, em ações comunitárias, em solenidades anuais...

... Seja de terno e gravata ou com camiseta, de vestido longo ou simples calça, saia e blusa...

... Seja em encontros com altos mandatários de uma cidade, de um Estado ou de uma nação ou com aqueles humanos humildes, carentes, resistentes...

... Seja nas ruas empoeiradas e esburacadas ou nos salões refrigerados e requintados...

... Seja no brilho ou luminosidade, no acinzentamento ou opacidade, no pó e na poluição ou em ambiente sem contaminação, no frio ou no calor, com leque, abano, sem cobertor – não importa...

... Não importa a posição do sol, se é de dia ou se faz lua, há uma verdade polar, ártica, maior: – O sol do Rotary não se põe.

Só quem minimamente não conhece Rotary, ou quem maximamente faz pouco dele, ignora o que o Rotary fez e faz pelo mundo.

Quem conhece Rotary não pode imaginar mais o mundo sem ele.

O mundo sem Rotary seria um mundo diferente... Seria um mundo com mais fome, com mais doentes, com menos assistência, com mais carência...

Um mundo sem Rotary seria um mundo de mais pessoas com dificuldades, de muito mais crianças sem mobilidade, atingidas pela paralisia infantil – que o Rotary praticamente eliminou, com as vacinas que manda fazer e paga, em mais de 99% dos casos de poliomielite em crianças de todo o mundo... (Ainda agora, e desde sempre, o Rotary se doa de corpo e alma, ações e vacinações, para conter o retorno dessa doença – “End Polio Now”).

Um mundo sem Rotary seria um mundo com menos fraternidade, com menos relacionamentos irmãos, de gentes, inclusive jovens, de diversos países, que não estariam convivendo com gentes, inclusive jovens, de outros diversos países, que se conheceram pelo programa rotariano de  intercâmbio.

Um mundo sem Rotary teria, na origem, uma Organização das Nações Unidas menos fortalecida e uma Unesco enfraquecida.

Um mundo sem Rotary seria um mundo de mais de dois milhões de pessoas (rotarianos, rotaractianos, interactianos e voluntários) que deixariam de empregar parte de seu tempo, esforço, saúde, energia, talento, dinheiro, paixão, amor e outros recursos na busca de soluções que beneficiam os que mais precisam.

O Rotary não veio ao mundo para torná-lo um Paraíso. O Rotary está aqui para diminuir o que no mundo há de Inferno ou infernal, de injusto e desigual, de carente e coisa e tal. Sua arma é seu amor, nos ilimites de seu bem servir.

Porque Rotary é clube de serviços – isto é: menos CLUBE... e mais SERVIÇOS.

Rotarianos prestam serviços que prestam. Fazem serviços bem feitos...

... Porque não estão em Rotary para engordar currículo nem fazer de conta.

Estão em Rotary para servir.

Rotary, portanto, não é lugar para ociosos. Não há espaço para preguiçosos.

Em Rotary, não se aceitam oportunistas – pois isso definitivamente não combina com o espírito e lema rotário de DAR DE SI SEM PENSAR EM SI.

DAR DE SI não significa ser perfeito no servir, mas importa dar o seu melhor na prestação dos serviços.

SEM PENSAR EM SI não significa que rotarianos se abandonam a si mesmos em nome de uma causa. Significa que não esperam retorno, recompensa; não querem contraprestação, não buscam pagamento, não exigem retribuição pelo que fazem ou pelo que ajudam a fazer.

Assim continuarão – com o propósito e o trabalho de servir ao próximo, difundir a integridade e promover a boa vontade, paz e compreensão mundial por meio da consolidação de boas relações entre líderes profissionais, empresariais e sociocomunitários.

Assim, rotarianos continuam – em todos os cantos e recantos do mundo, milhões de pessoas que nem você, em dezenas de milhares de clubes espalhados por todo o planeta, irradiando paz e amor, obras e serviços, esperança com trabalho, ideais com realizações.

Rotary é isso e muito mais.

Porque Rotary é tudo o que de bom podem fazer seres humanos em coletividade.

Em Rotary, não basta a união que faz a força. Antes, é preciso a FORÇA (de vontade) para fazer a UNIÃO (em torno das causas humanitárias que rotarianos defendem e que fazem acontecer).

Ser rotariano é ter humildade e coragem.

Humildade – porque é a base do SERVIR.

E coragem – porque é a energia para TRANSFORMAR.

Ser rotariano é ser humano.

E ser humano é a única razão – humana – de ser.

Seja Rotary.

Viva Rotary.

* EDMILSON SANCHES

(*) Texto sobre os 100 anos de Rotary no Brasil; 1º lugar em concurso nacional em 2023. Premiação entregue pelo clube patrocinador, RC São Luís-Praia Grande. Edmilson Sanches é filiado ao Rotary desde novembro de 1986. No Rotary, entre outras funções que desempenhou, é Companheiro Paul Harris e ex-vice-presidente do RC Fortaleza-Praia (Fortaleza/CE); Companheiro 100%, palestrante/conferencista, ex-associado e Associado Honorário do RC de Imperatriz (MA) e palestrante, Associado Honorário e associado efetivo do RC Caxias (MA). Fez pronunciamentos em diversos clubes nos 18 Estados brasileiros que visitou.

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REFERÊNCIAS:

QUANTOS somos. “Rotary Brasil”. Rio de Janeiro, nº 1.203, p. 4, set. 2022, ano 1997. Disponível em: https://issuu.com/revistarotarybrasil/docs/setembro2022. Acesso em: 19 out 2022.

WEBBER, Brad. Pessoas em ação pelo mundo – um pouco do que o Rotary vem fazendo em outros países. “Rotary Brasil”. Rio de Janeiro, nº 1.174, p. 28-29, abr. 2020. Disponível em: https://issuu.com/revistarotarybrasil/docs/abril_2020. Acesso em: 19 out 2022.

ROTARY Club do Rio de Janeiro: um século de ações e solidariedade.  Disponível em: https://www.rotaryrj.org.br/sobrerotaryinternational. Acesso em: 19 out 2022.

FOTOS:

Edmilson Sanches em pronunciamentos em Rotary. Com o ex-governador do Distrito 4490 Renê Ribeiro, o ex-presidente Levi Torres Madeira (RC Imperatriz), a professora Valquíria Fernandes (RC Caxias; “in memoriam”) apresentando o palestrante. O diploma de “Companheiro Paul Harris”, concedido pelo Rotary International “em reconhecimento à prestação de tangíveis e significantes serviços”.