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Palestras destacam maranhenses e nordestinos e debatem o ser humano

– Jornalista maranhense será homenageado na Assembleia Legislativa do Espírito Santo

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Quatro palestras – três em Fortaleza, capital do Ceará, e uma em Vitória, capital do Espírito Santo -– têm como destaque reflexões sobre o Ser Humano e a contribuição do Maranhão e do Nordeste em geral para a identidade e o desenvolvimento do Brasil. Duas dessas palestras já foram feitas, tendo como palco a Academia Cearense de Letras, no dia 15 de novembro, com a participação de outros palestrantes e de escritores, advogados, médicos, executivos, jornalistas, professores universitários, diretores de Entidades acadêmicas e culturais etc. As outras duas palestras serão ministradas em Fortaleza e em Vitória: nesta semana, dia 19, no Ideal Clube, a convite de clubes de serviço da capital cearense, entre os quais o Rotary Club Dunas, que está à frente da organização, o Rotary Club Praia e o Rotary Club Edson Queiroz; e, em dezembro, na Assembleia Legislativa do estado do Espírito Santo, em Vitória, a convite de Entidades culturais e de membro do Poder Legislativo estadual.

O palestrante convidado é o administrador, jornalista, escritor e consultor maranhense, de Caxias, Edmilson Sanches, membro da Academia Maranhense de Ciências, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, dos Conselhos Regionais de Administração e de Contabilidade, da União Brasileira de Escritores (São Paulo), de Academias de Letras e do Instituto Histórico de Caxias, e de Entidades congêneres do Maranhão, Pará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Estados Unidos. Autor de dezenas de livros nas áreas de Administração, Biografias, Comunicação, Desenvolvimento, História e Literatura, Sanches tem sido há mais de quatro décadas requisitado palestrante, conferencista, debatedor e instrutor de cursos e outros treinamentos em 18 Estados brasileiros. A Academia Pan-americana de Letras e Artes, do Rio de Janeiro, por seus presidente e vice, Newton Nazareth e Regina Britto, enviaram carta credenciando seu associado e palestrante como representante da Entidade junto ao evento cearense.

Sobre a contribuição maranhense e nordestina, diz Edmilson Sanches:

“O Maranhão e todo o Nordeste têm de mostrar aos demais Estados e regiões brasileiros, de modo sistêmico e sistemático, orgânico e organizado, a força, o talento, as realizações e as vantagens e potenciais proporcionados por seus filhos e existentes nas riquezas naturais e culturais em geral. Há um entendimento acinzentado que quer pôr maranhenses e demais nordestinos apenas  -- ou majoritariamente --  como destinatários de recursos e não como agentes geradores deles, e isso, de certo modo, ‘esconde’ uma verdade material e imaterial, que é real, histórica, científica, documentada, de uma gigantesca contribuição dada tanta pela força de trabalho quanto, de modo muitíssimo expressivo, pelas inumeráveis realizações no campo da Ciência, da Legislação, Direito e Justiça, da Administração Pública, das Artes e Cultura em geral – como na Literatura, Música, Artes Plásticas etc. Atualmente, e talvez mais que em outros tempos, comunicar, informar, divulgar é existir, é dizer que fizemos e fazemos, é (com)provar que a construção da identidade e do desenvolvimento do nosso País dependeu – e muito – do talento, esforço e outros recursos de muitos maranhenses e nordestinos ao longo da História. Imaginar o Brasil de hoje sem a concreta e diferenciada participação positiva dos brasileiros do Maranhão e de todo o Nordeste é impossível, pois, assim como os grandes feitos dos brasileiros dos demais Estados e regiões, essas contribuições migram incontrolavelmente para todos os brasileiros e a todos elas beneficiam. Exemplos? Imagine o Brasil sem os trabalhos do caxiense Aderson Ferro, um dos introdutores da anestesia odontológica e primeiro brasileiro a escrever um livro sobre Odontologia. Ou o conjunto de leis redigidas pelo maranhense Teixeira Mendes, autor das primeiras leis aprovadas no Brasil para proteção da mulher trabalhadora, do menor trabalhador, do doente mental, e para a separação Igreja-Estado e liberdade de crença e culto, a criação da Bandeira do Brasil e a inspiração para a criação do Serviço Nacional do Índio, hoje Funai. Ou a obra de Gonçalves Dias, que iniciou em 1846 a verdadeira Literatura Brasileira. Ou a inédita responsabilidade do caxiense Joaquim José de Campos da Costa Medeiros e Albuquerque, que realizou o primeiro Censo Demográfico no Brasil, em 1872, quando o País literalmente – ou numericamente – contou 9.930.478 habitantes. Ou a ação abolicionista de João Mendes de Almeida, advogado, político, jornalista e escritor nascido em Caxias e ex-presidente da Assembleia Provincial de São Paulo... Associe esses poucos mas grandes exemplos a outras centenas de contribuições de nível nacional dadas pelo Maranhão ao Brasil e adicione as milhares de contribuições científicas, culturais, educativas, administrativas, entre outras, trazidas pelos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia”.

Acerca das reflexões que envolvem a natureza humana, Sanches destaca:

“Ser humano é a razão – razão humana – de a gente ser. De a Humanidade sobreviver. ‘Humano’ é o adjetivo que dá sentido ao ‘Ser’ verbo e substantivo. E temos que ‘Humanidade’ vai muito além de apenas definir o conjunto de seres humanos: a palavra ‘humanidade’ qualifica, positivamente, o conjunto de suas características, contrárias à animalidade e à bestialidade, e plena de beleza, bondade e benevolência para com o outro, próximo ou distante, conhecido ou não. A ‘humanidade’, que é qualificada e em igual tempo é qualificadora, está em ser Bom, fazer o Bem e admirar o Belo. Este ‘BBB’ – nada a ver com ‘Big Brother Brasil’... – é o que chamo de “a ‘religião’ humana”, o melhor dos credos no mundo secular: ser BBB – Bondade, Benevolência, Beleza”.

“’Ser Bom’ – continua Sanches – é não ser mau, imprestável, doentio, ruim, malévolo, diabólico. Bondade é o que aquela pessoa, em relação aos semelhantes, desenvolve de modo sólido, um verdadeiro sentido e sentimento de colaboração e compaixão, de piedade e positividade. A Bondade é algo da pele para dentro. ‘Fazer o Bem’ é a materialização do ‘ser Bom’. O Bem é a Bondade em ação. É a forma sucessora do conteúdo. A atitude como corolário da virtude – sentimentos seguidos de provimentos, ou providências. Socorrer a velhinha que caiu é um ato de benevolência, benignidade, benquerença – ato que aconteceu, materializou-se, em razão da base de Bondade de onde se catapultou. O Bem é o foguete; a Bondade, sua ignição e rampa de lançamento. Não haverá Benignidade onde previamente não haja Bondade”.

O palestrante maranhense amplia: “Se o Bem é a explicitação do Bom, se este é interno e, por seu intermédio, externaliza aquele, o Belo é o que, dentro ou fora do Ser, é por este apreendido pela sensibilidade e aprendido como sensação, satisfação, emoção, maravilhamento... A Beleza, sem necessariamente ser sonora, é musical: tem harmonia... e toca(-nos)... Evidentemente, em termos de Bom e Bem, não se está aqui receitando, defendendo, desejando, sugerindo que os seres humanos, maciça e massivamente, sejam ou convertam-se em falsos virtuosos  de um alfabeto tosco, um abecedário medíocre, um ABC, ou melhor, um ABCD, ou ainda, um ABCDZ de bizantinos e bizarros, de heréticos e não iluminados --  acólitos... beatos... carolas... devotos... zelotes”.

Como destaque final, Sanches reflete: “Não há infinito cósmico que seja tão complexo quanto os microcosmos de que é feito e que habitam o ser humano. Pela Ciência, todo ser humano, todo tipo de vida e não vida, na Terra e em qualquer lugar, inclusive os insabidos e incertos, tudo isso tem origem naquilo que explodiu e expandiu – o “Big Bang” – ou nas estrelas supernovas que igualmente deixaram de existir e, de algum modo, lançaram por todo o Universo, incluindo-se a Terra, seus restos mortais, uma variada tabela de elementos químicos que se depositaram e se depositam nos corpos celestes imensidão adentro, eternidade afora... No dizer de Carl Sagan, maior divulgador científico do mundo, somos “poeira de estrelas”... Bem antes dele, um Astrônomo incomparavelmente maior, já houvera dito: “Tu és pó...” E antecipou ou advertiu: “...e em pó te hás de tornar”, “ao pó voltarás”.

“Tudo isso é o ser humano. De belezas microscópicas. De mistérios macroscópicos” –  conclui.

PALESTRAS E HOMENAGEM

As palestras já proferidas realizaram-se durante o 2º Congresso Internacional de literatura e cultura, em Fortaleza, promovido pela Academia Mundial de Letras da Humanidade, sediada em São Paulo.

As demais palestras serão feitas no Ideal Clube, em Fortaleza, a convite do Rotary Club Dunas, e na Assembleia Legislativa, em Vitória. A solenidade na capital espírito-santense será em dezembro e marcará o “Dia da Consciência Humana", projeto do deputado estadual Coronel Weliton Virgílio Pereira, sancionado pelo governador do Estado, o engenheiro e bacharel em Direito Renato Casagrande. Trata-se da Lei Estadual nº 12.106/2024, que institui o Dia Estadual da Consciência Humana.

No primeiro evento após a sanção da Lei, serão concedidas “homenagens especiais”, agraciando também o jornalista e escritor maranhense Edmilson Sanches, em reconhecimento às “ações realizadas em prol do despertamento, construção e/ou desenvolvimento da consciência humana e social”. Sanches será um dos dois palestrantes da solenidade e falará após a saudação aos convidados, feita pelo presidente da Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores, Clério José Borges de SantAnna, e pelo deputado proponente Coronel Weliton, e a palestra da acadêmica Maribel Barreto, que idealizou o projeto do “Dia da Consciência Humana”. A certificação da homenagem é assinada pela Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores (Espírito Santo), entidade sucessora do Clube dos Trovadores Capixabas, fundado em 1980, pela Fundação Ocidemnte, organização científica e de estudos fundada em 1984, mantenedora do Instituto Superior de Educação Ocidente, em Salvador (BA), e pelo deputado autor do projeto de lei do “Dia da Consciência Humana”, Coronel Weliton Virgílio Pereira.

BERREDO DE MENEZES

Em seu pronunciamento, Edmilson Sanches ressaltará a contribuição de maranhenses para o Brasil, com destaque para a vida, obra literária e realizações do advogado, economista, político, professor universitário e escritor Ferdinand Berredo de Menezes, nascido em Caxias (MA) e que, em Vitória (ES), foi considerado um dos melhores prefeitos da história da capital. Berredo de Menezes também foi vereador, advogado e, por 35 anos, professor da Universidade Federal do Espírito Santo. Será realizada ainda exposição de livros autografados do caxiense Berredo de Menezes, exemplares da biblioteca de Edmilson Sanches, que dispõe da maioria dos cerca de vinte títulos publicados por Menezes. Já estão sendo programadas visitas de Edmilson Sanches a diversas Instituições onde Berredo de Menezes atuou, para coleta de informações e documentos relacionados às atividades do advogado, economista, escritor e político caxiense na capital e no Estado em que foi sepultado. Berredo de Menezes nasceu em 30 de abril de 1929, em Caxias, e faleceu em Vila Velha (ES), onde residia, em 04 de setembro de 2015. Tinha 86 anos. Mudou-se em 1957 para o Espírito Santo. Era membro da  Academia Espírito-santense de Letras, Cadeira número 1, e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. Premiado mais de 20 vezes no Brasil e Exterior, sobre ele escreveu o poeta Carlos Nejar, da Academia Brasileira de Letras: “[...] há vocações que se nutrem, deleitosamente, da luz, como Berredo de Menezes, que se impõe como importante e nova voz da poesia contemporânea”.

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