Skip to content

6 de junho de 2025: AÇAILÂNDIA, 44 ANOS*

– A quarta maior economia do Estado.

*

O município de Açailândia é um dos 217 do Estado do Maranhão e o primeiro em ordem alfabética (que chega ao “Z”, de Zé Doca).

Situado no Oeste Maranhense, tem 5.805 quilômetros quadrados (km2), mais de quatro vezes maior do que a área atual do município que lhe deu origem territorial, Imperatriz, que tem 1.369 km2.

A população açailandense é de 110.506 habitantes, segundo estimativa oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2024 (em 2020, eram 113.121).

A economia (Produto Interno Bruto – PIB) de Açailândia é de R$ 3 bilhões 828 milhões 780 mil (2021, o ano mais recente que o IBGE calculou). Em 2018, a economia totalizava R$ 2 bilhões, 379 milhões e 994 mil;

Com esses R$ 3,8 bilhões, o município de Açailândia é o de número 349 do Brasil, entre os 5.570 municípios, e mantém-se como quarta maior economia do Maranhão, abaixo apenas de São Luís (R$ 36,5 bilhões), Imperatriz (R$ 7,6 bilhões) e Balsas (R$ 6,3 bilhões). Em 2018, Açailândia era a economia número 373 no Brasil e a 4ª do Estado.

A Indústria (Setor Secundário) é o setor que mais contribui para a formação dessa economia, com R$ 1 bilhão 393 milhões 405 mil. Em seguida, vem o setor de Serviços (Setor Terciário, que inclui o segmento do comércio), com R$ 971 milhões 178 mil. Depois, a Administração Pública, nos três níveis (municipal, estadual, federal), com R$ 515 milhões 417 mil. Paradoxalmente, o primeiro setor da economia é o último na formação do PIB açailandense: a Agropecuária (ou Setor Primário) participa com apenas R$ 492 milhões 701 mil. Os impostos entram com R$ 456 milhões 077 mil.

Em 2023, último ano disponível no IBGE, os bancos aplicaram em Açailândia, em operações de crédito (financiamentos, empréstimos etc.), R$ 1 bilhão 150 milhões 258 mil (em 2020 foram R$ 527 milhões). Expressiva parte desse total (mais de R$ 484 milhões; em 2020 eram R$ 444 milhões) pode ter vindo do bolso dos próprios clientes  – pessoas físicas e jurídicas – de Açailândia e dos municípios da jurisdição das instituições financeiras: havia em depósito nos bancos R$ 271 milhões 482 mil em contas de poupança (eram R$ 284,3 milhões em 2020), R$ 160 milhões 509 mil em depósitos a prazo (eram R$ 113,5 milhões em 2020) e R$ 52 milhões 052 mil em depósitos à vista (eram R$ 47 milhões em 2020).

*

Pela Lei Estadual nº 4.295, de 6 de junho de 1981 – portanto, há 44 anos – foi criado oficialmente o município de Açailândia, que saiu da condição de distrito de Imperatriz. (Por sua vez, Imperatriz saiu do território de Grajaú; Grajaú saiu de Pastos Bons e Pastos Bons, de Caxias, minha terra natal).

Mas a história de Açailândia completará 67 anos no dia 19 de julho. Foi nesse dia, em 1958, que os índios Cotia e Cocranum, em busca de água para a equipe de trabalhadores que construíam a rodovia Belém-Brasília, encontraram um riacho que tinha às suas margens palmeiras de açaí.

A Prefeitura e a Câmara de Vereadores deveriam oficializar o 19 de julho como a data maior do município – assim como acontece com Imperatriz, que foi fundada em 16 de julho de 1852 mas só em 1856 foi oficialmente criada (e, depois, em 1924, elevada à categoria de cidade).

Afinal, a data de 19 de julho de 1958 dá mais “tamanho”, historicidade para Açailândia. Para ser a data oficial, basta que a Prefeitura encaminhe à Câmara (ou esta inicie por conta própria) um projeto de lei onde se justifique que, “considerando a necessidade de preservar os elementos históricos de início da cidade, fica estabelecido, como data comemorativa maior do município o dia 16 de julho, em homenagem aos pioneiros índios e brancos que formaram o primeiro ajuntamento populacional no território do município, a partir da descoberta do riacho que levou o nome de ‘Açailândia’, em razão da existência, em suas margens, da espécie de palmeira chamada ‘açaí’”.

Vale lembrar que a data de aniversário de uma pessoa é a data em que ela nasce e não o dia em que foi registrada no cartório.

* EDMILSON SANCHES

* * *

AÇAILÂNDIA – O NOME

Ter um nome (de respeito) é tudo. E o que um nome tem? O que ele significa? Que história(s) conta?

No caso do topônimo (nome de cidade) “Açailândia”, você leitor sabe, ele foi dado em razão da existência, no território do município maranhense, da conhecida espécie de palmeira chamada “açaí”, ou “juçara”, o outro nome pelo qual a planta e a fruta são identificadas – incorretamente – em grande parte do Maranhão (açaí e juçara são plantas -- palmeiras – diferentes).

A ORIGEM DO NOME

O nome “Açailândia” é formado da união de dois elementos linguísticos, um bem brasileiro, originado da língua tupi, e outro da Alemanha, país do Velho Mundo, a Europa.

“Açaí” vem do tupi “iwasa’i”, com o significado de “fruta que chora” (diz-se que em razão do suco que sai dos frutos roxo-escuros).

Por sua vez, “lândia” vem de “land”, palavra de uma antiga língua alemã, o teutão ou teutônico, que significa “terra”, “região”, “país”. “Land” ficou muito popular em inglês e francês e foi adaptado pelo latim (de onde veio para o português), com o acréscimo do sufixo “-ia”, servindo para formar muitos nomes em nosso idioma.

A DATA

O registro impresso mais antigo da palavra “açaí” data de 1763. Ele foi localizado (segundo os lexicólogos Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar, autores do “Dicionário Houaiss”) no livro “Viagem e Visita do Sertão em O Bispado do Gram-Pará”, escrito pelo monge beneditino, frei e bispo dom João de São José.

AÇAILÂNDIA, A OUTRA

A maranhense Açailândia correu risco de ficar sem este nome. Em 1932, bem antes da fundação de Açailândia, um grupo de homens de origem japonesa desmatou terras no Estado do Paraná e constituíram a Fazenda Três Barras. Com o povoamento, a área passou a ser chamada “Assahiland”.  Neste caso, “Assahi” é expressão da língua japonesa que significa “sol nascente”. Em 30 de dezembro de 1943 a localidade é elevada à categoria de município, com o nome Açaí. O habitante ou natural de Açaí chama-se “açaiense”, ficando “açailandense” para o município do Maranhão. (Embora haja grafia dupla para a cidade paranaense -- Açaí e Assai – os dicionários só registram “Açaí”).

A LEI

Sobre a palmeira açaí, há décadas venho falando ou escrevendo no sentido de que a Câmara Municipal de Açailândia corrija uma inconformidade da Lei Orgânica de Açailândia, aprovada em 1990. (A Lei orgânica é a maior lei, espécie de Constituição de um município). Se ainda não tiver sido corrigida, a inconformidade está no Artigo 227. Diz este artigo, textualmente: “Fica protegida por esta lei a espécie ‘Euterpe edulis’ (açaizeiros), que originou nome do Município”.

E qual é a incorreção?

O nome científico “Euterpe edulis” é exclusivo da palmeira conhecida como JUÇARA.

Cientificamente, botanicamente, o AÇAÍ chama-se “Euterpe oleracea”.

Embora se diga que no Maranhão “juçara” e “açaí” são a mesma coisa, em termos de Lei e de Ciência botânica as coisas não são assim – ou, pelo menos, não devem ser assim.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:

A bandeira e o brasão do município. Açailândia no ato de emancipação; vista aérea; e a ponte sobre o riacho Pequiá.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.