O uso do celular em sala de aula é tema de uma pesquisa do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Minas Gerais. O trabalho teve início em 2016, no campus de Varginha, e se propõe a desmitificar o uso dos aparelhos telefônicos, mostrando de que forma eles podem ser aliados do professor e criar uma consciência entre os alunos, evitando a dispersão.
Intitulada É pra copiar ou posso tirar foto?, a pesquisa partiu de um clássico exemplo que já rendeu vários debates entre professores e alunos: o fato de tirar foto do assunto escrito no quadro, em vez de copiá-lo no caderno. “A princípio pesquisamos se os alunos que tiravam fotos retornavam àquelas imagens, isto é, se viam as fotos que eles tiravam do quadro”, explicou o orientador da pesquisa, o professor Lázaro Eduardo da Silva, de Ciências da Computação. “Com esses dados, verificamos alguns comportamentos, e o próximo passo será ir até os professores e identificar programas e softwares que seriam interessantes para as disciplinas deles”.
A pesquisa sugere o uso de aplicativos livres ou gratuitos que possam ser baixados por todos os alunos de maneira a acompanhar a explanação do professor, como explica Silva. Ele cita um aplicativo de fotos de satélite para as aulas de geografia. “No momento em que o professor de geografia quiser mostrar uma região, ele pede para o aluno entrar em um aplicativo a partir do celular e consegue que todos sigam o raciocínio dele olhando as localizações”, contou.
O professor Lázaro adverte, porém, que o celular deve ser visto com cuidado para que não substitua, por completo, a escrita dentro da sala de aula, tampouco interrompa o processo educacional. “No momento em que o aluno entender que pode usar o telefone, mas com o objetivo específico para o conteúdo que está sendo lecionado, aí acreditamos que vai obter resultados melhores do celular dentro da sala de aula”, explicou.
Assim como em boa parte das escolas em todo o país, no Cefet-MG, o uso do celular por parte dos alunos em sala de aula é proibido, salvo poucos casos em que o aparelho é usado para funções específicas. A pesquisa já foi apresentada durante a 26ª Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações (Meta) 2016 do Cefet-MG e durante a Semana Ciência e Tecnologia (C&T) do campus Varginha. Ela é coorientada pela professora Edilaine Gonçalves Ferreira e mantém um aluno bolsista do segundo ano do curso de informática.
(Fonte: MEC)