Em uma “live”, a Rádio MEC apresentou, nesse sábado (18), as 100 músicas semifinalistas da 12ª edição do festival da emissora e também abriu para votação do público. Foram, ao todo, 1.029 trabalhos inscritos. Nas categorias de música clássica e música instrumental, 17 trabalhos se classificaram em cada uma. Entre as músicas infantis, ficaram 16 concorrentes. Na categoria de música popular, há 50 obras na disputa. O público pode ouvir as músicas e votar em cada uma das categorias: Música Popular, Música Infantil, Música Instrumental e Música Clássica.
“Live” em diferentes ritmos
Piano, violão, misturas de ritmos, expectativas e interação com o público. Até o resultado com os semifinalistas, o ritmo da “live” foi de homenagem à arte brasileira. O evento foi marcado por quatro atrações musicais, de diferentes gêneros. Eram artistas premiados em outras edições que trouxeram trabalhos já reconhecidos. Eles também explicaram que a cultura é fundamental para a convivência nesse momento de pandemia. A transmissão teve início com uma apresentação da pianista Deborah Levy com a música “Isolamento e cura”, que integra o projeto Nossa Melhor Visão de Mundo, feito sob inspiração dos tempos de pandemia.
Deborah venceu em 2018, na categoria de Melhor Intérprete de Música Instrumental com a música “Back to life”. “O meu prêmio está em local especial na minha casa, em cima do piano”. A musicista, que é produtora e realizadora do CD “Apimentada”, apresentou na “live” a música vencedora do festival.
Deborah Levy lembrou que o trabalho foi composto quando resolveu voltar ao Brasil para retomar a carreira. Ela vivia nos Estados Unidos e também trabalhava como musicista em um navio. A pianista explicou que estar em isolamento produz ansiedade e, também, reflexão. “Produzir nos ajuda a lidar com essa ansiedade. Estou fazendo ‘lives’ nesse período. Nesse projeto, temos trabalhado com esse tema”.
Na sequência, o violonista Hamilton Catette, que é especializado em música infantil, tocou “Pezinho de maracujá”, canção vencedora da edição de 2018 do festival. Na apresentação, ele recordou a felicidade de estar entre os finalistas e, depois, quando soube que havia ganhado. “Eu separei sementes de maracujá para trazer aos meus colegas músicos que também estavam concorrendo. Quando soube que eu ganhei, eu pulei muito”. O músico, que também é professor e tem cinco discos, valorizou a importância da possibilidade de difusão instantânea da arte. Catette também cantou a música “Tomatinho vermelho”, que foi gravada por uma ex-aluna dele, Luiza Possi. “Fazer música é de uma responsabilidade muito grande. Precisa ser educativa, e as crianças são verdadeiras quando ouvem uma canção”.
De norte a sul
O terceiro a se apresentar foi o músico Eduardo Camenietzki, vencedor em 2019, na categoria Música Clássica, tocou, nesse sábado, obras com inspirações de diferentes partes do país. O primeiro trabalho que ele apresentou no violão foi “Prelúdio em tempo de axé”. Camenietzki tem 37 anos de carreira e mais de 400 composições. “Eu crio desde que me entendo por gente. Vivi sempre das minhas músicas. Eu compunha antes de tocar instrumento”.
Entre as criações, o músico ressaltou que fez até músicas para aberturas de telejornais, documentários de cinema e séries de TV. Entre os trabalhos, a música “Suíte gaúcha” foi crida para “O Tempo e o Vento”, exibida pela TV Globo, em 1985, a convite do ator e diretor Paulo José. Camenietzki recorda que também ensinou para o ator Tarcísio Meira, intérprete do personagem Capitão Rodrigo, parte da música para que fosse incorporada nas cenas. A música já foi gravada também pelo músico Yamandu Costa. “Fiquei honrado que ele tocou ‘Suíte gaúcha’. Ele é um dos grandes que já surgiram no violão brasileiro”. Camenietzki explica que o instrumento de corda necessita de bastante energia. "Eu fico relaxado quando toco, mas descobri que os batimentos cardíacos aumentam bastante”.
O último a se apresentar foi o violonista Raphael Gemal. O músico trouxe a ode a misturas de ritmos (como carimbó e maracatu) em “Feira Livre”. Logo depois, ele tocou a música “Chamada”, de autoria dele e de Ricardo Szpilman. Em 2015, a canção teve interpretação premiada de Valéria Lobão, no Festival da Rádio MEC. O artista ainda tocou “Tema de Hipólita”, finalista no ano passado.
(Fonte: Agência Brasil)