Houve um tempo em que a música era para ser ouvida com a consciência.
Consciência do outro. Do sofrimento do outro.
Fraternidade. Solidariedade. Irmandade.
Foi no dia 13 de julho de 1985 que ídolos do "rock and roll" tocaram para os estômagos famintos da Etiópia (África).
Fome que dura até hoje.
Com um “show” simultâneo em Londres (Reino Unido) e na Filadélfia (Estados Unidos) e também na Austrália e no Japão, o show “Live Aid” (um feliz duplo sentido: “ajuda ao vivo”) atingiu, pelo menos, cem países e cerca de 2 bilhões de pessoas.
Entre os participantes, cantores, músicos e bandas de minha adolescência e de todas as épocas: The Who, Status Quo, Dire Straits, Led Zeppelin, Queen, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins, Eric Clapton, Black Sabbath, Tina Turner, Santana, The Pretenders, Bob Dylan, Lionel Ritchie...
E lembrando esses nomes, recordo-me dos muitos mais que eu ouvia nos idos anos 1970/1980: AC/DC, Bread, ELO (Electric Light Orchestra), Black Oak Arkansas (Carvalho Negro do Arkansas), Uriah Heep, o sinfônico rock do YES / Genesis / Rick Wakeman, ELP (Emerson Lake Palmer), UFO, Pink Floyd, Kraftwerk, Yanni, Jean Michel Jarre, Kitaro, Giorgio Moroder, Joahann Timman, Beatles, KC and the Sunshine Band, Jeff Beck (e outros “monstros” da guitarra: Eric Clapton, Lou Van Eaton, Santana...), Voyage, Vangelis, The Vamps, Stevie Wonder, Janis Joplin, Nazareth...
E ainda Chicago, Bruce Springsteen, Carpenters, Barrabas, Automat, Aretha Franklin, Anthony Philips, Andreas Vollenweider, Alice Cooper, The Peppers, Isaac Hayes, Iron Maiden, Passport, Alan Parson's Project, Gary Glitter, Grand Funk Railroad, Harry Nilson, Eurythmics, Simply Red, Frank Sinatra, Men At Work, Ruby Winters, Scorpions, Simon and Garfunkel, Israel Sings, Mercedes Sosa, Willie Nelson, Rush, Rick Wakeman, The Moody Blues, The Monkees, Munich Machine, Ravi Shankar, Marillion, Larry Coryell, Creedence Clearwater Revival, Yazoo, Frank Zappa, Supertramp, The Concept, Commodores, Green on Red, Deep Purple e muito, muito mais...
Claro que havia muita MPB. Do “A” do "Abertura" ao “Z” dos Zés Geraldo e Ramalho. E o “rock” do Terço, da Casa Encantada, Casa das Máquinas, Joelho de Porco, Rita Lee e muito, muito mais...
Esse povo todo não está somente nas lembranças ou na memória. Todos estão em discos LP (vinil) e CD e DVD ou “Blu-ray”, que guardo com zelo e os reescuto em conservado toca-discos e no “player” dos discos digitais.
Como se lê, não faço nenhuma objeção aos CDs / DVDs / “Blu-rays” nem aos núsicos clássicos, do “A” do italiano Albinoni ao “Z” do tcheco Zelenka (coincidência: tanto Albinoni quanto Zelenka eram elogiados por Johann Sebastian Bach).
Clássica, erudita, popular, folclórica, sacra, a música é a trilha sonora da História humana e da história de cada um de nós.
Qual é a sua trilha musical?
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Falando em Música (“rock” é música), não há como não reiterar registros de músicos mais pertos de nós, seja pela espacialidade, seja pela brasilidade/regionalidade. Embora sejam músicos de um modo, digamos, mais brasílico, eles também têm suas referências rockeiras.
São artistas (compositores, instrumentistas, cantores) da música imperatrizense, tocantina, maranhense e nordestina.
Conheço muitos deles e conheço um pouco mais de seus trabalhos, em especial as produções mais antigas, que coleciono. Já escrevi textos sobre alguns desses músicos, compositores e intérpretes, e diversos deles – e suas produções, os discos – foram descritos e documentados na “Enciclopédia de Imperatriz”, que escrevi, lançada no primeiro semestre de 2003, nos ecos dos 150 anos de Imperatriz.
E referindo-me só às obras gravadas que tenho (em DVD, CD, LP, K-7, compacto duplo e simples), estão trabalhos e primeiros discos do Neném Bragança (falecido em 15 de janeiro de 2015) e outras produções “antigas” da “rapaziada”, por exemplo:
Wilson Zara Zara (meu ex-colega de faculdade), Henrique Guimarães (competente; um dia será [re]descoberto...), Clauber Martins, Zeca Tocantins, Washington Brasil,...
...Lourival Tavares (parceiro de composições, uma delas – “Cenas” – gravadas no seu disco “Lobo da Lua”), Luis Carlos Dias (meu apoiador e general de campanha), o (ins)piradíssimo e “fissurado” Chiquinho França (sobre quem escrevi textos e para quem agradeci a espontânea colaboração com belíssimo “blue” que compôs para campanha eleitoral minha),...
...meu colega e amigo Gildomar Marinho, Deive Campos, Lena Garcia, Olívia Heringer, “Canta Imperatriz” (CD), Carlinhos Veloz (a quem entreguei título de “Cidadão de Imperatriz”, por minha indicação e pelo que representa sua música “Imperador Tocantins”, hino não oficial de Imperatriz), Chico Brawn (que leva adiante projeto de formação musical para crianças), Erasmo Dibell, Nani Vieira (Ernanes Vieira), VieiraDK6, Dumar Bosa, Elcias, Franck Seixas, Genésio Tocantins, Itamar Dias Fernandes, Adrianna Dias,...
...Dona Francisca do Lindô e da Mangaba (caxiense como eu; conversava com ela em sua residência no Bairro Santa Inês, de Imperatriz; falecida em 5 de junho de 2017), Zuza e seu sax, Paulo Pirata (ou Paulo Maranhão), Ostérnio, Josean Amaury, Ires, Lídia, Gerson Alves, Ed Millson, Diogo Rodrigues, Ageu Santos, Adriana e suas Adrenalinas, Marcelino, Samya, Cleyton Alves, Alcides, Flor de Maria, Cia. Cristã de Fátima (Cocrifá), Victor Cruz, Lídia,...
...César & Matheus, Suzanna, Jandel & Jordão, Ray & Roger, Plebeu & Nativo, Acássio Reis, Rael & Ricardo, Grupo Celebr'Art, Banda Baetz, Júlio Nascimento, Fruta Mel, Pollyana, Valdenice, Elizeth Gomes, Chirley Camargo, Conexão Explosão, Cristo Melquíades, Luciano Guimarães & Banda, Marcos Villar, Forró Doce Paixão, Furacão Brasil, Galego & Adriano, Benerval Silva, Elissâmya, Elson Santos,...
...Raimundo Soldado, Paulinho dos Teclados, Pedrinho dos Teclados, Sandez, Raimundo Paulino e os Conscientes do Forró, Ray Douglas, Henrique Braga, Paulinho, Arão Filho, Wilson Júnior & Luciano, entre outros.
Documentei exaustivamente quase todos eles na “Enciclopédia de Imperatriz”, que escrevi, lançada em março de 2003.
Não esquecer as obras e outros autores maranhenses como Josias Sobrinho (tenho quase todos seus CDs, com dedicatória e tudo), “Arrebentação da Ilha”, Beto Pereira, Boizinho Barrica, Bumba-boi de Morros, Chico Saldanha, Cláudio Valente e Sérgio Habibe, Coral do Maranhão, Gerude, Hermógenes Som Pop, “Pedra de Cantaria”, Tribo de Jah, Tutuca, Ubiratan Sousa e Souza Neto.
De Minas Gerais, Rubinho do Vale.
De São Paulo, Ângelo Alves.
Do Pará, Wada Paz.
Em Fortaleza (CE), “entrosei-me” com o pessoal da música popular cearense. Gente do naipe de Calé Alencar (abraço, amigo!), Pingo de Fortaleza, Acauã, Edmar Gonçalves (além de músico, excepcional artista plástico/pintor; é primo do Calé Alencar), Augusto Bonequeiro, Lúcia Menezes, Abdoral Jamacaru, Adauto Oliveira, Alcântara, André & Cristina, Bernardo Neto, Cacau, Cego Oliveira, Cleivan Paiva, Jabuti, Manassés, Patativa do Assaré, Ricardo Augusto, Ronaldo Lopes & Banda Oficina, Talis Ribeiro, Tom Canhoto, e outros... (Calé, como está esse povo todo?)
Fiz textos sobre Chiquinho França, Luis Carlos Dias, Zeca Tocantins, Lourival Tavares (que gravou duas músicas minhas e dele)... Também escrevi sobre o Luís Brasília (falecido em 14 de fevereiro de 2011), jornalista e produtor cultural, criador do programa de TV “ArteNativa” (Mirante/Rede Globo), que divulgou ou lançou diversos nomes e obras.
Também ouço e aplaudo excelências musicais como Heury Ferr (violão), Humberto Santos e Junior Schubbert (violino), excepcionais nos instrumentos que tocam com mestria e Maestria.
Em minha terra natal, Caxias, Chico Belezza Beleza, Naum, Roger Maranhão, Jorge Bastiani, Antônio Cruz (falecido este ano), Hilter (violão) e tantos outros são referência e orgulho caxiense, que nem José Salgado Maranhão, letrista de nome e nomeada, residente no Rio de Janeiro (RJ), com suas produções já gravadas por diversas grandes estrelas da MPB.
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Os artistas da música acima são de variada flora, florada e floração. Todos os gêneros de composição. Da MPB ao “gospel”, do compromisso com a raiz que se finca na terra ao pólen que se espalha e se espraia pelos ares, mares, lares e outros lugares de muitos cantares.
* EDMILSON SANCHES