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Dunshee de Abranches, 153 anos*

Capa de livro sobre Dunshee de Abranches

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Parece até caso pensado: grandes datas sobre grandes maranhenses continuam não merecendo a atenção maciça e massiva de autoridades de nosso Estado. A partir do talento e até da coragem de filhos seus do passado, o Maranhão legou ao Brasil um grande número de ações e contribuições que modificaram (para melhor) nosso país e concorreu para fortalecer a identidade do povo brasileiro.

Já escrevi e publiquei um texto sobre alguns nomes pioneiros que contribuíram enormemente com a brasilidade (“POR QUE O MARANHÃO ABANDONA SEU MAIOR PATRIMÔNIO”). Quem desejar este texto, solicite-o e será enviado por “e-mail” ([email protected]) ou como anexo na caixa de mensagens privadas do solicitante.

Nessa quarta-feira, 2 de setembro de 2020, completou exatos 153 anos de nascimento de um dos maiores intelectuais maranhenses: Dunshee de Abranches. Quando dos seus 150 anos, escrevi este texto. Mas nada sensibiliza quem não tem sensibilidade.

Nascido em 2 de setembro de 1867, João Dunshee de Abranches Moura foi escritor, advogado, promotor público, jornalista, poeta, músico (tocava violino), sociólogo, político (deputado estadual e federal), professor de Ciências Físicas e Naturais, Anatomia e Fisiologia Comparadas, de Direito Público Americano e professor honorário da Universidade de Heidelberg (Alemanha).

Aos 4 anos, Dunshee de Abranches já sabia ler e escrever; aos 6, fazia traduções do Francês. Aprendeu também Inglês, Espanhol, Alemão, Latim... Como jornalista, foi presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e, em sua gestão, foi criada a carteira de jornalista.

O escritor maranhense Joaquim Vieira da Luz, de Matões, escreveu uma das mais completas biografias sobre seu conterrâneo: o livro “Dunshee de Abranches e Outras Figuras”, de mais de 400 páginas, impresso nas oficinas do “Jornal do Brasil” (Rio de Janeiro/RJ), em 1954. A obra traz diversas fotos e outras imagens relacionadas a Dunshee de Abranches e às demais “figuras” (Aluízio Azevedo, Raimundo Lopes, Antônio Lobo, Correia de Araújo e Raimundo Correia).

Capa de "A Esfinge de Grajaú", obra regional mais conhecida

Tenho, em minha biblioteca particular, diversos livros de Dunshee de Abranches, entre os quais:

– “Como se Faziam Presidentes” (386 páginas; Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1973);

– “A Ilusão Brasileira” (dedicado ao também maranhense Urbano Santos, à época vice-presidente da República; (384 páginas; Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1917);

– “A Esfinge do Grajaú – Memórias” (266 páginas; Rio de Janeiro: “Jornal do Brasil”, 1959);

– “Actas e Actos do Governo Provisório” (2ª edição; 402 páginas; Rio de Janeiro: edição do autor, 1930);

– “Rio Branco e a Política Exterior do Brasil (1902-1912)” (1º e 2º volumes; 254 + 224 páginas; Rio de Janeiro: “Jornal do Brasil”, 1945).

No Maranhão, Dunshee de Abranches é patrono da Cadeira nº 40 da Academia Maranhense de Letras, da Cadeira nº 40 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), da Cadeira nº 19 da Academia Ludovicense de Letras e da Cadeira nº 20 da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), esta que tem como ocupante o professor e escritor Ribamar Silva, que sucedeu a Adalberto Franklin, fundador da Cadeira.

Também, como me informou Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Dunshee de Abranches é o patrono da Federação Esportiva de Levantamento de Peso do Estado do Maranhão, fundada em 1º/9/2017. Leopoldo Gil, professor, pesquisador e escritor, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) e da Academia Ludovicense de Letras, de São Luís, registra que Dunshee de Abranches “foi o primeiro a praticar o levantamento de peso – halterofilismo – no Maranhão", daí a homenagem com o patronato da novel federação esportiva.

Dunshee de Abranches faleceu aos 73 anos em Petrópolis (RJ), em 11 de março de 1941.

* EDMILSON SANCHES