Morreu na madrugada de hoje (4), aos 87 anos, o crítico, musicólogo e jornalista Zuza Homem de Mello. Em uma breve nota, postada no Instagram de Zuza, a esposa do crítico, Ercília Lobo, informou que ele sofreu um infarto dormindo. Companheira de 35 anos de Zuza, ela disse que os dois tinham passado uma noite agradável. “Ele morreu dormindo, após termos brindado, na noite de ontem, todos os projetos bem-sucedidos”, disse.
Em razão da pandemia do coronavírus, o velório será apenas para a família e amigos próximos. Não foi informado o local.
Zuza teve uma carreira em que acompanhou importantes movimentos da música. Chegou a ser músico profissional e a tocar com o trio de Dick Farney na década de 1950. Mas ficou reconhecido pelo trabalho de pesquisa e crítica que desenvolveu nos anos seguintes. Na sua trajetória, conheceu grandes nomes da música. Entrevistou, por diversas vezes, Elis Regina e viu, no palco, Billy Holiday Miles Davis, John Coltrane e Thelonious Monk.
Em 1956, começou uma coluna sobre jazz para a “Folha da Noite”. Trabalhou ainda, por dez anos, como engenheiro de som na TV Record e como responsável pelos contatos para contratações de artistas internacionais. Em 1977, começou o “Programa do Zuza” na Rádio Jovem Pan, que durou até 1988.
Publicou diversos livros, como “Música Popular Brasileira Cantada e Contada” (1976); “A Era dos Festivais” (2003); e “Copacabana: a trajetória do samba-canção” (2017).
Parte de sua história foi recontada no documentário “Zuza Homem de Jazz”, dirigido por Janaína Dalri e lançado no ano passado.
(Fonte: Agência Brasil)