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Parintins (AM), 06/06/2025 - Fundação Palmares reconhece Baixa da Xanda como o primeiro quilombo de Parintins. Moradores do Quilombo da Baixa da Xanda. Foto: Yasmin Cadore/Divulgação

Alegria misturada ao choro incontido e tremores na fala e nas mãos. Estas foram as primeiras reações da jornalista Suzan Monteverde Martins, de 34 anos, ao ser comunicada que a Baixa da Xanda, em Parintins (AM), foi certificada oficialmente como a primeira comunidade autodefinida como remanescente de quilombo no município. A certificação foi dada pela Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, na última semana.

A localidade é o berço do Boi-bumbá Garantido, astro do duelo anual no bumbódromo do Festival Folclórico de Parintins, com outro boi, o Caprichoso, sempre no fim de junho.

A ligação de Suzan com o território vai além do cargo que ocupa desde 2019 na comissão de arte da agremiação, em meio a alegorias e tambores. O elo dela é ancestral.

Nascida e criada na comunidade, Suzan é, primeiramente, a bisneta do criador do boi-bumbá vermelho e branco, em 1913, Lindolfo Monteverde, um dos sete filhos de Alexandrina, apelidada de Dona Xanda. A benzedeira e artesã negra, descendente de escravizados, deu nome à comunidade quilombola, localizada a 370 quilômetros de Manaus.

Brasília (DF), 06/06/2025  -   Suzan Monteverde, bisneta do Fundador do Boi Garantido, Lindolfo Monte Verde. Foto Instagram/@suzanmonteverde
Suzan Monteverde

Suzan foi uma das responsáveis pela mobilização iniciada em 2024, que exultou na realização de assembleias e reunião de documentos, escuta de relatos sobre ancestralidade negra, resistência e opressões sofridas pelos primeiros ocupantes daquele solo. Partes do processo que resultou, agora, na certificação de autodefinição da Baixa da Xanda como território de um quilombo.

Ela, que é também doutoranda em estudos de cultura contemporânea na Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, entende que esse reconhecimento do Estado brasileiro não é só um papel, mas “a afirmação de uma história que sempre existiu e que, por muito tempo, foi apagada”.

“O Estado brasileiro está reconhecendo que aquele território tem uma história de resistência negra, de ancestralidade, de luta, de pertencimento. E de que ali ainda vivem descendentes de pessoas que fugiram da escravidão e que formaram um modo de vida baseado na coletividade, na cultura, na preservação da memória. E digo: nossos passos vieram de longe e eles importam”, disse emocionada Suzan Monteverde, bisneta do criador do Boi Garantido e tataraneta de Dona Xanda.

Toada do boi e antropologia

 “Tem que se achar que a vida não é só isso que se vê. É um pouco mais, que os olhos não conseguem perceber”. Foi lembrando os versos do samba Sei Lá Mangueira, do compositor Paulinho da Viola, que o doutor em antropologia Alvatir Carolino, de 53 anos, comemorou a emissão da Certidão de Autorreconhecimento pela Fundação Palmares.

O profissional – que também é professor titular e pesquisador do Instituto Federal do Amazonas – é o responsável pela construção do processo da Baixa da Xanda e pelo relatório antropológico que registra a trajetória histórica dessa comunidade e suas relações territoriais específicas. Toda essa documentação foi enviada à Fundação Cultural Palmares, em março deste ano.

Brasília (DF), 06/06/2025  -   Alvatir Carolino (doutor em Antropologia e membro da comissão de artes do Boi Garantido. do Amazonas). Fotos Arquivo pessoal
Alvatir Carolino

Alvatir Carolino entende que o tempo de análise do processo pela União, na atual gestão da Fundação Palmares, cumpre o direito constitucional da titulação das terras quilombolas e não pode ser comparado com governos anteriores.

“A gente teve tempo célere de um governo que compreende a importância dessas certificações e que está em consonância com os direitos constitucionais, porque o reconhecimento de terras tradicionalmente ocupadas, a certificação de quilombos, é um direito constitucional”.

O antropólogo compara o andamento desse processo à experiência de certificação de outras duas terras remanescentes de quilombos: o segundo quilombo urbano reconhecido no Brasil, o do Barranco de São Benedito, no bairro da Praça 14, em Manaus; e o quilombo do Rio Andirá, no município de Barreirinha (AM).

Somado ao lado profissional, Alvatir Carolino revelou à Agência Brasil que tem memórias afetivas com o Garantido desde os 8 anos de idade, quando representantes do boi branco e vermelho foram brincar em um festival em Manaus, em 1980, e se ligaram à família dele.

Alvatir partilha lembranças de quando teve a oportunidade de conhecer Parintins. Por todas as histórias que ouvia sobre o Boi Garantido, ele manifestou interesse em sair da área central, logo após a igreja de São Benedito, e descer até a periferia da cidade, onde se encontrou na Baixa da Xanda, desde 1988. “Eu tinha uns 13, 14 anos e acho que já era meio antropólogo ali, porque o meu olhar estava sempre além, olhando para as pessoas e dialogando”.

Hoje, Alvatir Carolino, diz ter parentesco com a Baixa da Xanda. Ele é casado com outra antropóloga, que tem raízes familiares na comunidade e se emociona com a recente certificação.

“Foi uma extraordinária emoção que supera a do dia de minha titulação de doutor e da progressão ao cargo máximo na carreira do Ministério da Educação, o de professor titular. Esse reconhecimento, por tudo que trabalhei em outros reconhecimentos de quilombos na Amazônia, me afeta em um ponto emocional da minha alma, que é extraordinário, é indescritível. Estou muito feliz.”

Trabalho de Palmares

A Fundação Cultural Palmares é a responsável pela emissão de certidões às comunidades quilombolas a partir do reconhecimento da autodeclaração.

Na instituição, o processo da Baixa da Xanda foi recebido pela equipe da coordenadora de Projetos do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro, Cida Santos. Ela comenta que o reconhecimento da Baixa da Xanda como primeiro quilombo de Parintins deve ser motivo de grande orgulho por ser o território onde foi criado o Boi-Bumbá Garantido, reconhecido nacional e internacionalmente como expressão cultural do povo brasileiro.

“A população de Parintins e de todo o Amazonas deve se sentir orgulhosa dessa expressão de ancestralidade, que é o festival de Parintins. E essa emissão da certificação de autorreconhecimento, enquanto comunidade quilombola, para nós, é uma satisfação muito grande”.

Cida Santos relata que desde o início deste ano, a fundação tem intensificado a campanha nacional com o nome Acelera Certificação Quilombola, com o objetivo de ampliar o reconhecimento formal de mais de 8 mil comunidades quilombolas do país.  Até junho deste ano, 3.940 comunidades já haviam sido certificadas pela entidade.

Mais direitos

A certificação de reconhecimento do Estado brasileiro, de que se trata de uma comunidade quilombola, é acionadora de direitos específicos para o grupo, diz a coordenadora da Fundação Cultural Palmares. “Esta certificação é um ‘abre portas’ para o acesso a diversas políticas afirmativas implementadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

Cida detalha que o documento administrativo permite que as comunidades quilombolas possam ser assistidas pelas políticas públicas intersetoriais do programa Aquilomba Brasil, coordenado pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR).

Aquilomba Brasil está dividido em quatro eixos temáticos:

1 – acesso à terra;

2 – infraestrutura e qualidade de vida;

3 – inclusão produtiva e desenvolvimento local;

4 – direitos e cidadania.

Além disso, os estudantes quilombolas desses territórios que estão matriculados em instituições federais de ensino superior passam a ter direito à Bolsa Permanência. A política pública concede auxílio financeiro diretamente aos estudantes de graduação, com o objetivo de contribuir para a permanência e a diplomação dos beneficiados.

Próximos passos

A Certidão de Autorreconhecimento emitida pela Fundação Cultural Palmares é o documento inicial no processo de regularização fundiária de seu território como sendo de uma comunidade remanescente de quilombo.

A partir da certificação do governo federal, a comunidade Baixa da Xanda deve solicitar a abertura de um processo administrativo de regularização fundiária de seu território na superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no estado, para requerer o título de posse dessa terra.

O Incra, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), é o órgão responsável pela identificação, demarcação e titulação, entre outras, das terras quilombolas no Brasil.

(Fonte: Agência Brasil)

Nessa segunda-feira (9), a Biblioteca Pública Benedito Leite, por meio de sua gestora, Aline Nascimento, teve a honra de receber a visita do escritor, jornalista e professor Edmilson Sanches.

Durante o encontro, uma conversa enriquecedora, repleta de informações valiosas sobre a importância histórica do nosso Maranhão.

Na ocasião, o autor gentilmente realizou a doação de diversos títulos – obras de sua autoria e outras publicações – que, agora, passam a integrar o acervo da BPBL.

Agradecemos pela visita e pela significativa contribuição ao nosso patrimônio literário!

https://www.instagram.com/p/DKsNioHysGv/?igsh=MTIwenVycGMycjkyeg==

*

Conhecer um pouco mais nossa BPBL deveria ser dever de todo maranhense que puder se deslocar até a capital do Estado.

Sua diretora, Aline Nascimento, que é do ramo da Biblioteconomia, os demais servidores desse templo de saberes têm consciência de que milhares de vidas e milhares e milhares de anos de Conhecimento gravitam em torno deles, em suporte de celulose e tinta.

Mais que uma satisfação em (re)conhecer, a Biblioteca Pública Benedito Leite deve provocar em nós o sentimento de sadio orgulho e o sentido de inafastável responsabilidade.

Vida longa e saudável à rainha das Bibliotecas maranhenses.

Deus – e as autoridades públicas – a livre do fogo, das águas, das traças e de tudo e todo que não devoram livros apenas com os olhos...

Grato pelo acolhimento, Aline.

Edmilson Sanches

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Rio de Janeiro (RJ), 03/11/2024 - Candidatos chegam para primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, na Universidade Estácio de Sá, no centro da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

As pessoas inscritas que não receberam isenção no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025 devem fazer o pagamento da taxa de inscrição até 18 de junho, para garantir participação nas provas.

Os inscritos que não foram isentos do pagamento ganharam uma semana a mais para quitar a taxa, depois que o Ministério da Educação prorrogou, no sábado (7), o período de inscrições do exame até esta sexta-feira (13).

Como pagar

Logo após a confirmação da inscrição, o candidato pode pagar o valor de R$ 85 por meio de boleto gerado na Página do Participante ou por Pix, cartão de crédito, débito em conta corrente e poupança.

Para pagar por Pix, basta acessar o QR Code que consta no boleto.

Inscrições

Todos os interessados em fazer o exame devem se inscrever, por meio da página oficial, para garantir a participação – inclusive os isentos da taxa de inscrição.

Neste ano, concluintes da rede pública terão sua inscrição pré-preenchida no sistema, mas, mesmo assim, devem confirmar sua participação na Página do Participante e selecionar em qual língua estrangeira (inglês ou espanhol) serão avaliados para poder realizar as provas.

Provas

As provas do Enem 2025 serão aplicadas pelo Inep nos dias 9 e 16 de novembro, nas 27 unidades da federação.

Somente os municípios de Belém, Ananindeua e Marituba (Pará) terão outras datas de aplicação ─ 30 de novembro e 7 de dezembro ─ devido à realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá no estado, no período da aplicação regular do exame. 

Os candidatos que pretendiam fazer o Enem em alguma dessas cidades ainda podem optar por realizar as provas nas datas regulares, 9 e 16 de novembro, em outras localidades. Para isso, é necessário escolher outro município de aplicação no momento da inscrição. 

Certificação

Na edição de 2025, o Enem voltará a certificar a conclusão do ensino médio ou a proficiência parcial de estudantes maiores de 18 anos. Para obter a certificação, é necessário que o participante atinjá o mínimo de 450 pontos em cada uma das áreas de conhecimento e o mínimo de 500 pontos na redação do Enem.

Pé-de-Meia

Os estudantes concluintes do ensino médio em escolas públicas, que são beneficiados pelo programa Pé-de-Meia, do MEC, receberão uma parcela bônus de R$ 200 se participarem dos dois dias de provas do Enem 2025.

O pagamento será feito após a conclusão dessa etapa de ensino. Além disso, todos os participantes do Pé-de-Meia tiveram direito à isenção da taxa de inscrição do Enem 2025.

Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, o Enem tornou-se a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). 

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 10/04/2023 - Fachada do ministério da Educação.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

Os beneficiários da Bolsa Permanência, do Programa Universidade para Todos (PBP Prouni), poderão acumular o benefício com outros incentivos financeiro-educacionais de programas do governo federal voltados ao ingresso, permanência e conclusão de cursos de licenciatura, como o Pé-de-Meia Licenciaturas.

A medida foi autorizada pelo Ministério da Educação (MEC) por meio da portaria nº 412/2025, publicada na última semana. A nova norma também prevê a possibilidade de acúmulo da bolsa permanência do Prouni com outros auxílios ou bolsas acadêmicas oferecidas pelas próprias de instituições de ensino superior.  

O Programa Bolsa Permanência (PBP) é voltado a estudantes de graduação matriculados nas instituições federais de ensino superior, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, especialmente, as pessoas indígenas e quilombolas. O auxílio financeiro tem como meta contribuir para a permanência e a diplomação na graduação dos beneficiários, como forma de reduzir as desigualdades sociais e étnico-raciais no país. 

Programas federais

O Programa Bolsa Permanência Prouni (PBP Prouni) oferece auxílio financeiro de R$ 700 aos bolsistas integrais do Prouni que têm renda de até um salário mínimo e meio por pessoa da família, ou seja, R$ 2.277, em 2025, per capita [por pessoa]. O valor pago pelo PBP Prouni é para custeio das despesas educacionais, como material didático, alimentação e transporte.

O Pé-de-Meia Licenciaturas destina-se a estudantes de cursos de licenciatura presenciais que conquistaram nota média igual ou superior a 650 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O valor do incentivo financeiro mensal é de R$ 1.050, depositado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Do valor total, R$ 700 podem ser sacados imediatamente e o restante (R$ 350) é depositado na modalidade poupança. O valor acumulado durante o curso de licenciatura poderá ser sacado somente após o formando ingressar em uma rede pública de ensino, em até cinco anos após a conclusão do curso.

Já o Programa Universidade Para Todos (Prouni) oferta bolsas de estudo - integrais e parciais de 50% - em cursos de graduação e sequenciais de formação específica em instituições de educação superior privadas. O programa tem como público-alvo o estudante sem diploma de nível superior.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 06/06/2025 - “Escravo de Jó”, obra audiovisual de Aline Motta, recupera a cultura rítmica e circular bantu, a partir da cantiga infantil de mesmo nome, na Mostra no Museu de Arte do Rio - MAR. Foto: Bruno Itan/Divulgação

A busca pelo significado de um das mais tradicionais brincadeiras infantis brasileiras, a clássica Escravos de Jó, é um dos focos da exposição Nossa Vida Bantu, em cartaz no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), no centro da capital fluminense.

Na instalação, a artista Aline Motta sugere que Jó não foi um traficante de pessoas ou religioso, como o senso comum chegou a afirmar.  Jó, segundo Aline, possivelmente deriva de "nzo", que significa casa, em quicongo, e faz alusão às mulheres escravizadas “domésticas”, jogando "caxangá", talvez, um jogo de búzios, na época da escravidão, no Brasil. Já o caxangá e o ziguezague da cantiga seriam referências às tentativas de fuga, expressas de forma cifrada.

Na primeira sala da exposição, a artista projeta representações de pessoas escravizadas, jornais da época e palavras bantu, em círculos, uma vez que elementos rítmicos circulares são típicos da cultura afro-brasileira.

A obra é um dos destaques da mostra que ficará em cartaz ao longo do ano e tem o objetivo de recuperar o papel significativo que os povos de diversos países africanos, denominados sob o termo linguístico bantu, tiveram na formação cultural brasileira e na identidade nacional.

"A intenção foi resgatar uma cultura que está entre nós, que permanece, mas que, de certa maneira, houve sobre ela poucos estudos e inflexões intelectuais, entendendo que a cultura nagô e iorubá foi muito mais estudada, representada na literatura e no teatro", explicou Marcelo Campos, curador-chefe do MAR. "Vamos resgatar, trazer para o centro a cultura bantu que é africana, sobretudo da África central, mas sobre a qual falamos pouco”, completou. A cultura bantu mencionada por ele se refere a Angola e Moçambique, por exemplo.

Rio de Janeiro (RJ), 06/06/2025 - Canecas de agata dispostas em formato de navio negreiro com café e a água do mar. A obra homenageia os que resistiram aos tumbeiros e, apesar da violência, produziram o grão, base da economia brasileira até o início do século 20, na Mostra no Museu de Arte do Rio - MAR. Foto: Beatriz Gimenez/Divulgação

Tecnologias da metalurgia, manipulação do couro, repertório gestual, religioso, além de expressões como "dengo", "moleque", "mafuá" e "farofa", assim como congadas e folias são herdadas dessa matriz.

"A presença das culturas bantu no Brasil e em diversos territórios das Américas não se limita a uma herança remota, mas se expressa em práticas que organizam o tempo, o espaço a linguagem e a vida em comunidade", diz o texto que apresenta a exposição ao público, logo na entrada.

Por meio de várias linguagens artísticas, mais de 50 obras,  entre filmes, pinturas, fotografias e música, a Nossa Vida Bantu reúne mais de 20 artistas nacionais e estrangeiros. Além de Aline Motta, estão o coletivo de artistas africanos Verkron, o coletivo indígena Mahku, e André Vargas, outro destaque da mostra.

"Vargas é um artista carioca que trabalha duas poesias. Em uma delas, ele vai criando frases relativas às nossas manifestações da umbanda, junto aos pretos velhos. Ele cita nomes pelos quais a gente denomina muitas dessas entidades. Por exemplo, Joaquim de Angola. Ele declama para poder fazer com que a gente entenda que eram os países africanos que nós cultuávamos nos ritos afro-diaspóricos", explicou Campos.

Rio de Janeiro (RJ), 06/06/2025 - Cena onírica produzida pelo Coletivo Indígena Mahku, de indígenas Huni Kuin, do Acre. Nela, um imenso jacaré serve como ponte para os indígenas atravessarem, na Mostra no Museu de Arte do Rio - MAR. Foto: Bruno Itan/Divulgação

Há ainda um pedaço da mostra que reflete sobre como a cultura bantu foi incorporada pelos povos indígenas, originários, e ressignificada após a dispersão de pessoas escravizadas e seus descendentes pelo país, e que poderia ser chamada afro-indígena.

O filósofo, pesquisador e artista Tiganá Santana atuou como curador convidado da mostra no MAR. Ele diz que a exposição buscou evidenciar “subjetividades e ações artísticas entre Brasil, Angola, Cuba e Uruguai, a versar sobre presenças bantu a partir de agora, acontecendo nesta molécula de instante”, ressaltou, em nota.

O MAR é um museu da prefeitura do Rio de Janeiro e abre todos os dias, das 11h às 18h, com exceção das quartas-feiras. Na terça, a entrada é gratuita.

(Fonte: Agência Brasil)

A CONVITE DA ACADEMIA MARANHENSE DE CIÊNCIAS, EDMILSON SANCHES FAZ PALESTRAS SOBRE CONTRIBUIÇÃO DE MARANHENSES PARA O BRASIL E O MUNDO

– Desde o fim de maio, estão sendo divulgadas as duas palestras que o jornalista, administrador, escritor e consultor Edmilson Sanches vai fazer em São Luís, a convite da Academia Maranhense de Ciências. As palestras ocorrerão no auditório AMEI, nos dias 9 e 10 de junho, segunda e terça-feira próximas, a partir das 19h, no São Luís Shopping, situado na Avenida Prof. Carlos Cunha, número 1.000, Bairro Jaracaty, na capital maranhense. A entrada é gratuita, mas as vagas são limitadas. Os participantes receberão Certificados expedidos pela Academia Maranhense de Ciências.

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Um conjunto de informações impressionantes e muitas delas inéditas sobre talentos maranhenses será apresentado nos dias 9 e 10 de junho, segunda e terça-feira próximas, em São Luís. Grande parte dessas informações já foi exposta em palestras, conferências, cursos, encontros, reuniões, conversas e outros contatos em 20 Estados brasileiros, tendo causado boas surpresas a quem ouviu ou assistiu.

Recentemente, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, plateias aplaudiram de pé os pronunciamentos de Edmilson Sanches, que há décadas pesquisa a contribuição de grandes nomes do Maranhão que, com talento, esforço e determinação tornaram-se pioneiros em todo o País em áreas da Cultura, das Ciências, da Administração e outras. Centenas de conquistas maranhenses estão documentadas por Sanches e constituem seu projeto de uma “Enciclopédia Maranhense”, obra impressa e digital que há anos ele vem apresentando a autoridades governamentais e a agentes empresariais. “Essa ‘Enciclopédia Maranhense’ seria fonte de conhecimento dos brasileiros, de inspiração para os mais jovens e, por que não, de orgulho dos maranhenses como um todo, ante a gigantesca contribuição de seus conterrâneos para o progresso cultural e científico do Brasil e até do mundo”  –  acredita Sanches.

Agora, a convite da Academia Maranhense de Ciências (AMC), Edmilson Sanches vai ministrar duas palestras em São Luís, nos dias 9 e 10 de junho. Sanches mostrará as conquistas intelectuais e científicas (“brain gain”) proporcionadas pela migração de talentos (“brain drain”) do Maranhão para outros Estados brasileiros. A palestra é uma verdadeira vitamina de maranhensidade para fortalecer o sadio orgulho de ser do Maranhão.

Sanches lamenta que os setores público e privado, autoridades e mundo empresarial, nunca elaboraram um plano orgânico e organizado, com substância e sentido, para pesquisar, documentar e divulgar esse enorme potencial existente no Maranhão e transformá-lo em estratégia de desenvolvimento socioeconômico, sobretudo no segmento do turismo histórico-cultural. Segundo Sanches, “o passado é o presente de maior futuro para Maranhão”. “Trata-se de uma excepcional oportunidade, com diferenciação mercadológica, inclusão e sustentabilidade, além, evidentemente, de ganhos financeiros” – diz Sanches, que lamenta: “Infelizmente, não se veem ações concretas, permanentes, nesse sentido; percebe-se, só, o silêncio – e o silêncio é a forma mais covarde de dizer NÃO a conquistas a que tanto se dedicaram maranhenses de grande talento que nos antecederam, em especial no século XIX.”

Maranhenses foram autores de avanços na Medicina, na Odontologia, na Farmácia e Bioquímica, nas Leis e Direito, na Administração, na Música, na Literatura, no Teatro, nas Artes Plásticas, na Espiritualidade, na Economia, na Demografia, na Agricultura, no Turismo e em diversas outras áreas.

Na palestra do dia 10 de junho, Edmilson Sanches abordará aspectos menos conhecidos da vida e obra do advogado, escritor e cientista Antônio Gonçalves Dias, cuja livro de estreia, “Primeiros Cantos, de 1846, foi responsável pelo início de uma verdadeira Literatura Brasileira. Antes de Gonçalves Dias, os livros publicados no Brasil em geral mantinham o modo português de se escrever em língua portuguesa, além de impregnados da simbologia ou mitologia grega e romana.

Com Gonçalves Dias, a natureza, pessoas, paisagens, fauna e flora do Brasil foram trazidos para dentro das páginas de obras em verso e prosa. Gonçalves Dias também se destacou como cientista, tendo realizado vários estudos, inclusive chefiado expedições, entre estas as realizadas na Amazônia e no interior do Estado do Ceará.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF), 06/06/2025  -  Áurea Martins celebra 85 anos com especial no programa Samba na Gamboa, da TV Brasil. Áurea Martins e Teresa Cristina no Samba na Gamboa / Divulgação / TV Brasil

Na semana em que a cantora Áurea Martins completa 85 anos, a apresentadora Teresa Cristina recebe a veterana para a edição especial no Samba na Gamboa deste domingo (8), às 13h, na TV Brasil. O programa comemorativo celebra a diva que faz aniversário na sexta-feira seguinte, dia 13 de junho.

Durante a atração inédita, a convidada e a anfitriã interpretam clássicos do samba e da MPB. Elas cantam sucessos como Tive Sim e Amor Proibido, de Cartola; Janelas Abertas, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; Alvorecer, de Dona Ivone Lara e Delcio Carvalho; Doce de Coco, de Hermínio Bello de Moraes e Jacob do Bandolim; e Até Pensei, de Chico Buarque, e outras músicas.

Entre as performances, as duas conversam sobre a trajetória de Áurea Martins. A homenageada recorda a vida de personalidades que começaram cantando em casas noturnas como Alcione, Benito di Paula, Djavan e Emilio Santiago. Ela fala sobre o exemplo de persistência desses astros.

Programa original da emissora pública, o Samba na Gamboa está disponível no app TV Brasil Play e também no YouTube do canal. A produção ainda tem uma versão radiofônica que pode ser acompanhada na programação da Rádio Nacional aos sábados, ao meio-dia, para toda a rede.

Trajetória e planos para o futuro

Samba na Gamboa traz a cantora carioca Áurea Martins para um emocionante papo na atração semanal. A diva conta no decorrer da entrevista que reconheceu o próprio talento na "escola da noite no Rio", como ela mesmo destaca para Teresa Cristina durante a conversa.

"A noite ensina ao cantor a ter tolerância e paciência. Eu tive muito mais alegrias do que tristezas. A gente canta para o fundo de conversa. Eu me interiorizava e, assim, consegui fazer minha carreira. A noite me deu espaço maior para eu saber que era cantora", revela.

Em mais de cinco décadas de carreira, a intérprete atuou na noite da capital fluminense no circuito boêmio do Rio de Janeiro, como os bares da Lapa. Também passou por programas de calouros, como a histórica produção da Rádio Nacional em que ganhou seu nome artístico do ator e apresentador Paulo Gracindo, que a apadrinhou nos programas de auditório da emissora pública.

"Conheci muita gente, aprendi bastante. Era uma ilustre desconhecida que fiz da noite a minha carreira. Pouca coisa me chateava e tirava a concentração. Tudo isso valeu a pena. Se eu tivesse que começar agora, faria tudo de novo", afirma a convidada.

O canto de Áurea Martins cativa plateias com repertório de todas as vertentes do samba, desde o samba-canção, até o partido alto, além de gêneros variados como bolero, música pop e jazz. Ela demonstra no programa da TV Brasil como sua voz de crooner toca o coração.

A artista abre o coração na homenagem preparada pelo Samba na Gamboa. Franca, Áurea Martins conta seus planos para o futuro. "Tenho muito para ensinar. Daqui a pouco quero parar [de cantar]. Eu quero dirigir cantoras mais novas e roteirizar", planeja a estrela.

Sobre o programa

A nova temporada do Samba na Gamboa que marca a estreia de Teresa Cristina como apresentadora do programa da TV Brasil foi gravada no Teatro Ruth de Souza, no Parque Glória Maria, em Santa Teresa, na região central do Rio de Janeiro. O palco para conversas embaladas por hits é um cenário colorido que evoca uma praça na Gamboa - bairro histórico da zona portuária da capital carioca. A presença de plateia é outro destaque da atração.

Os encontros contam, ainda, com uma banda da pesada, comandada pelo lendário Paulão Sete Cordas, que acompanha Teresa Cristina e seus convidados pelo inesgotável repertório do samba brasileiro. A equipe reúne os músicos Eduardo Neves (sopros), João Callado (cavaco), Paulino Dias (percussão), Rodrigo Jesus (percussão) e Waltis Zacarias (percussão).

Cantora e compositora de mão cheia, a diva também tem se revelado uma ótima entrevistadora. Teresa Cristina conduz os papos com muita graça, informação, e, principalmente, emoção. A pesquisa sobre a cultura popular é importante para a artista que, além do sucesso com o grupo Semente e na carreira solo, ganhou ainda mais atenção com as lives que fez nas redes sociais no período da pandemia.

Com novo cenário, pacote gráfico e a trilha sonora de abertura repaginados, o Samba na Gamboa tem janela semanal, aos domingos, às 13h, na programação da TV Brasil. O público pode curtir os conteúdos exclusivos no app TV Brasil Play e no YouTube da emissora. As edições também ganham espaço nas ondas da Rádio Nacional aos sábados, ao meio-dia, para toda a rede.

Destaques da temporada

Durante a nova temporada do Samba na Gamboa, Teresa Cristina recebe nomes consagrados do gênero como Áurea Martins, Dorina, Dudu Nobre, Jorge Aragão, Moacyr Luz, Nei Lopes, Tia Surica, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Neguinho da Beija Flor, Nei Lopes, Nelson Rufino, Nilze Carvalho, Péricles e Sombrinha.

O programa da TV Brasil também vai ter a presença de célebres artistas de outras matizes da música como Adriana Calcanhotto, Fabiana Cozza, Hermínio Bello de Carvalho, Mônica Salmaso, Roberta Sá, Simone Mazzer e Zé Renato.

A produção musical valoriza compositores que escreveram sucessos, mas nem sempre têm o devido reconhecimento e espaço na mídia. Teresa Cristina recebe nomes como Alex Ribeiro, Alfredo Del-Penho, Claudio Jorge, Mariene de Castro, Moyseis Marques, Serginho Meriti, Toninho Geraes e Zé Roberto. Artistas como Luísa Dionísio, Marina Íris, Nego Álvaro e Mingo Silva são outros convidados da temporada.

Samba na Gamboa ainda traz nessa sequência de atrações inéditas uma série de programas especiais que destacam a importância de personalidades consagradas da sonoridade tipicamente nacional. Os conteúdos temáticos reverenciam o trabalho de Arlindo Cruz, Chico Buarque e Paulinho da Viola.

O canal público também exibe edições temáticas que prestam tributo a ícones que já partiram como Aldir Blanc, Almir Guineto, Beth Carvalho, Candeia, Clara Nunes, Dona Ivone Lara, Elizeth Cardoso, Elton Medeiros, Lupicínio Rodrigues, Monarco, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento, Reinaldo, Wilson Moreira e Zé Keti.

Com direção de Shirlene Paixão, a nova temporada do programa, que marca a volta das edições inéditas do Samba na Gamboa, tem roteiro e pesquisa do jornalista Leonardo Bruno, profundo conhecedor do gênero.

Histórico da produção

Samba na Gamboa reúne grandes intérpretes das novas gerações e nomes consagrados do gênero e ícones da MPB para uma animada roda de samba. Com Diogo Nogueira, o programa contou com sete temporadas e foi gravado entre 2008 e 2018. Até hoje a atração faz parte da grade do canal público.

Ao vivo e on demand

Acompanhe a programação da TV Brasil pelo canal aberto, TV por assinatura e parabólica. Sintonize: https://tvbrasil.ebc.com.br/comosintonizar.

Seus programas favoritos estão no TV Brasil Play, pelo site http://tvbrasilplay.com.br ou por aplicativo  no smartphone. O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV: https://tvbrasil.ebc.com.br/webtv.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 10/11/2024 - Estudantes  no segundo dia de provas do ENEM na UNIP Vergueiro em São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O Ministério da Educação anunciou, nesse sábado (7), a prorrogação das inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025. Inicialmente programadas para encerrar na última sexta-feira, dia 6 de junho, as inscrições agora podem ser feitas até o dia 13 de junho.

O Ministério da Educação anunciou, nesse sábado (7), a prorrogação das inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025. Inicialmente programadas para encerrar na última sexta-feira, dia 6 de junho, as inscrições agora podem ser feitas até o dia 13 de junho.

Com isso, o pagamento da taxa de inscrição pode ser feito até o dia 18 de junho. Já os pedidos de tratamento por nome social e solicitações de atendimento especializado devem ser feitos até o dia 13 de junho, mesma data em que se encerram as inscrições.

Em sua rede social, o Inep publicou um vídeo com o tutorial de como fazer a inscrição.

Inscrições

Os participantes que tiveram os pedidos de isenção da taxa de inscrição e as justificativas de ausência em 2024 aprovados pelo Inep precisam se inscrever no exame.

Os estudantes do 3º ano do ensino médio em escola pública, mesmo com a inscrição pré-preenchida automaticamente, precisam atualizar os dados solicitados e confirmar a inscrição para garantir a participação nesta edição. Esses candidatos não pagarão a taxa de inscrição. A medida pretende estimular a participação desse público no Enem e facilitar o processo de inscrição.

(Fonte: Agência Brasil)

– A quarta maior economia do Estado.

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O município de Açailândia é um dos 217 do Estado do Maranhão e o primeiro em ordem alfabética (que chega ao “Z”, de Zé Doca).

Situado no Oeste Maranhense, tem 5.805 quilômetros quadrados (km2), mais de quatro vezes maior do que a área atual do município que lhe deu origem territorial, Imperatriz, que tem 1.369 km2.

A população açailandense é de 110.506 habitantes, segundo estimativa oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2024 (em 2020, eram 113.121).

A economia (Produto Interno Bruto – PIB) de Açailândia é de R$ 3 bilhões 828 milhões 780 mil (2021, o ano mais recente que o IBGE calculou). Em 2018, a economia totalizava R$ 2 bilhões, 379 milhões e 994 mil;

Com esses R$ 3,8 bilhões, o município de Açailândia é o de número 349 do Brasil, entre os 5.570 municípios, e mantém-se como quarta maior economia do Maranhão, abaixo apenas de São Luís (R$ 36,5 bilhões), Imperatriz (R$ 7,6 bilhões) e Balsas (R$ 6,3 bilhões). Em 2018, Açailândia era a economia número 373 no Brasil e a 4ª do Estado.

A Indústria (Setor Secundário) é o setor que mais contribui para a formação dessa economia, com R$ 1 bilhão 393 milhões 405 mil. Em seguida, vem o setor de Serviços (Setor Terciário, que inclui o segmento do comércio), com R$ 971 milhões 178 mil. Depois, a Administração Pública, nos três níveis (municipal, estadual, federal), com R$ 515 milhões 417 mil. Paradoxalmente, o primeiro setor da economia é o último na formação do PIB açailandense: a Agropecuária (ou Setor Primário) participa com apenas R$ 492 milhões 701 mil. Os impostos entram com R$ 456 milhões 077 mil.

Em 2023, último ano disponível no IBGE, os bancos aplicaram em Açailândia, em operações de crédito (financiamentos, empréstimos etc.), R$ 1 bilhão 150 milhões 258 mil (em 2020 foram R$ 527 milhões). Expressiva parte desse total (mais de R$ 484 milhões; em 2020 eram R$ 444 milhões) pode ter vindo do bolso dos próprios clientes  – pessoas físicas e jurídicas – de Açailândia e dos municípios da jurisdição das instituições financeiras: havia em depósito nos bancos R$ 271 milhões 482 mil em contas de poupança (eram R$ 284,3 milhões em 2020), R$ 160 milhões 509 mil em depósitos a prazo (eram R$ 113,5 milhões em 2020) e R$ 52 milhões 052 mil em depósitos à vista (eram R$ 47 milhões em 2020).

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Pela Lei Estadual nº 4.295, de 6 de junho de 1981 – portanto, há 44 anos – foi criado oficialmente o município de Açailândia, que saiu da condição de distrito de Imperatriz. (Por sua vez, Imperatriz saiu do território de Grajaú; Grajaú saiu de Pastos Bons e Pastos Bons, de Caxias, minha terra natal).

Mas a história de Açailândia completará 67 anos no dia 19 de julho. Foi nesse dia, em 1958, que os índios Cotia e Cocranum, em busca de água para a equipe de trabalhadores que construíam a rodovia Belém-Brasília, encontraram um riacho que tinha às suas margens palmeiras de açaí.

A Prefeitura e a Câmara de Vereadores deveriam oficializar o 19 de julho como a data maior do município – assim como acontece com Imperatriz, que foi fundada em 16 de julho de 1852 mas só em 1856 foi oficialmente criada (e, depois, em 1924, elevada à categoria de cidade).

Afinal, a data de 19 de julho de 1958 dá mais “tamanho”, historicidade para Açailândia. Para ser a data oficial, basta que a Prefeitura encaminhe à Câmara (ou esta inicie por conta própria) um projeto de lei onde se justifique que, “considerando a necessidade de preservar os elementos históricos de início da cidade, fica estabelecido, como data comemorativa maior do município o dia 16 de julho, em homenagem aos pioneiros índios e brancos que formaram o primeiro ajuntamento populacional no território do município, a partir da descoberta do riacho que levou o nome de ‘Açailândia’, em razão da existência, em suas margens, da espécie de palmeira chamada ‘açaí’”.

Vale lembrar que a data de aniversário de uma pessoa é a data em que ela nasce e não o dia em que foi registrada no cartório.

* EDMILSON SANCHES

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AÇAILÂNDIA – O NOME

Ter um nome (de respeito) é tudo. E o que um nome tem? O que ele significa? Que história(s) conta?

No caso do topônimo (nome de cidade) “Açailândia”, você leitor sabe, ele foi dado em razão da existência, no território do município maranhense, da conhecida espécie de palmeira chamada “açaí”, ou “juçara”, o outro nome pelo qual a planta e a fruta são identificadas – incorretamente – em grande parte do Maranhão (açaí e juçara são plantas -- palmeiras – diferentes).

A ORIGEM DO NOME

O nome “Açailândia” é formado da união de dois elementos linguísticos, um bem brasileiro, originado da língua tupi, e outro da Alemanha, país do Velho Mundo, a Europa.

“Açaí” vem do tupi “iwasa’i”, com o significado de “fruta que chora” (diz-se que em razão do suco que sai dos frutos roxo-escuros).

Por sua vez, “lândia” vem de “land”, palavra de uma antiga língua alemã, o teutão ou teutônico, que significa “terra”, “região”, “país”. “Land” ficou muito popular em inglês e francês e foi adaptado pelo latim (de onde veio para o português), com o acréscimo do sufixo “-ia”, servindo para formar muitos nomes em nosso idioma.

A DATA

O registro impresso mais antigo da palavra “açaí” data de 1763. Ele foi localizado (segundo os lexicólogos Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar, autores do “Dicionário Houaiss”) no livro “Viagem e Visita do Sertão em O Bispado do Gram-Pará”, escrito pelo monge beneditino, frei e bispo dom João de São José.

AÇAILÂNDIA, A OUTRA

A maranhense Açailândia correu risco de ficar sem este nome. Em 1932, bem antes da fundação de Açailândia, um grupo de homens de origem japonesa desmatou terras no Estado do Paraná e constituíram a Fazenda Três Barras. Com o povoamento, a área passou a ser chamada “Assahiland”.  Neste caso, “Assahi” é expressão da língua japonesa que significa “sol nascente”. Em 30 de dezembro de 1943 a localidade é elevada à categoria de município, com o nome Açaí. O habitante ou natural de Açaí chama-se “açaiense”, ficando “açailandense” para o município do Maranhão. (Embora haja grafia dupla para a cidade paranaense -- Açaí e Assai – os dicionários só registram “Açaí”).

A LEI

Sobre a palmeira açaí, há décadas venho falando ou escrevendo no sentido de que a Câmara Municipal de Açailândia corrija uma inconformidade da Lei Orgânica de Açailândia, aprovada em 1990. (A Lei orgânica é a maior lei, espécie de Constituição de um município). Se ainda não tiver sido corrigida, a inconformidade está no Artigo 227. Diz este artigo, textualmente: “Fica protegida por esta lei a espécie ‘Euterpe edulis’ (açaizeiros), que originou nome do Município”.

E qual é a incorreção?

O nome científico “Euterpe edulis” é exclusivo da palmeira conhecida como JUÇARA.

Cientificamente, botanicamente, o AÇAÍ chama-se “Euterpe oleracea”.

Embora se diga que no Maranhão “juçara” e “açaí” são a mesma coisa, em termos de Lei e de Ciência botânica as coisas não são assim – ou, pelo menos, não devem ser assim.

* EDMILSON SANCHES

Fotos:

A bandeira e o brasão do município. Açailândia no ato de emancipação; vista aérea; e a ponte sobre o riacho Pequiá.

Brasília (DF), 06/06/2025- Governo entrega certidão de autodefinição a quilombolas do Maranhão.
Foto: Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar

A Fundação Cultural Palmares (FCP), em parceria com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater/MDA), entregou Certidões de Autodefinição para as Comunidades Guarimã e Babaçual dos Pretos, no Maranhão.

A solenidade foi nessa quinta-feira (5), em São Luís, e representa o reconhecimento formal de 62 comunidades quilombolas nos municípios de São Benedito do Rio Preto e Nina Rodrigues. Mais de setecentas famílias foram beneficiadas.

A certidão de autodefinição é um documento voltado a comunidades quilombolas, e vai garantir o acesso a políticas públicas e assistência técnica e jurídica da Fundação Cultural Palmares, como a Assistência Técnica e Extensão Rural, que pode apoiar comunidades na garantia da segurança alimentar. Em nota, a diretora técnica da Anater, Loroana Santana, explicou o objetivo do certificado.

"A assistência técnica e extensão rural deu visibilidade às comunidades e despertou o interesse pelas políticas públicas. Com a Fundação Palmares tivemos êxito na busca desse direito e agora mais de setecentas famílias estão contempladas com a certidão. Além de saírem da invisibilidade, poderão receber Assistência Técnica e Extensão Rural, que pode apoiar comunidades na garantia da segurança alimentar", enfatizou.

Reconhecimento

Para João Jorge Rodrigues, presidente da Fundação Cultural Palmares, a entrega das certidões não é apenas um ato administrativo, mas um reconhecimento da história de resistência do povo quilombola.

"A luta pela terra sempre foi central na história do povo negro no Brasil. Os quilombos nasceram da recusa à escravidão, mas também da afirmação de um modo de vida, de uma relação com o território, com a cultura e com a liberdade. Hoje, quando uma comunidade como Guarimã ou Babaçual dos Pretos recebe sua certidão de reconhecimento, o estado legitima, ainda que tardiamente, essa história de resistência", afirmou.

O presidente da fundação disse, ainda, que a certificação também é uma ferramenta de combate às violações sofridas por essas comunidades, como a ação de grileiros, o desmatamento e a violência, e reafirma o papel da Fundação Palmares na defesa de direitos e na busca por justiça histórica. 

(Fonte: Agência Brasil)