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Brasília (DF), 01/08/2025 - Bailarino brasileiro Marcos Souza, contratado da Opera de Paris. Foto: Amanda Braide/Divulgação

O bailarino Marcos Sousa, 18 anos de idade, é o primeiro brasileiro a ter um contrato vitalício para integrar o corpo de baile da tradicional Ópera Nacional de Paris, uma das companhias de balé mais destacadas do mundo. A notícia chegou no dia 28 de junho, e agora Marcos se prepara para voltar à capital francesa e começar uma nova etapa da sua carreira de sucesso. 

Antes dessa vitória, no entanto, precisou enfrentar muitos desafios, mas sempre com a certeza de que o balé era fundamental na sua vida e era assim que poderia conquistar plateias fora do Brasil. Perseverança foi algo que nunca faltou ao jovem maranhense.

Quando ainda menino, na cidade de Grajaú, interior do Maranhão, Marcos Souza já dava sinais de como seria o seu futuro: se divertia dançando em quadrilhas juninas. 

Descoberto por Timóteo Cortez, coreógrafo da quadrilha da cidade, foi convidado a dançar em uma academia da sua cidade quando tinha 10 anos. Chegou a parar por um ano, até que recebeu novo convite para voltar à dança e fazer aulas na academia, com possibilidade de participar de uma pré-seleção, em São Luís, da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em 2019. Agora, com 12 anos.

“Fui para São Luís para a pré-seleção, passei para a seleção final em Joinville [Santa Catarina]. Em outubro de 2019, fiz essa audição, passei, e deu tudo certo”, disse à Agência Brasil.

Em 2020, começou os estudos na Escola Teatro Bolshoi no Brasil, e no primeiro ano estava sozinho porque a mãe não pôde ir. Era a primeira vez que ficava distante da família. 

“Morar longe da minha família, com novas pessoas, pessoas diferentes, e distante, foi bem difícil para mim”, lembra.

Pandemia

Marcos enfrentou outra barreira no período da pandemia da covid-19. Com apenas dois meses de aulas, teve que enfrentar tudo sozinho. 

“Nessa época, eu já estava sem minha família, lugar novo, pessoas novas, escola nova e pandemia, foi bem difícil, mas deu tudo certo nesse primeiro ano”, disse.

Passada essa fase, já integrado na escola, passou a ter a companhia da mãe, que se mudou para Joinville em 2021. 

Em setembro de 2023, Marcos realizou um grande sonho, que era estudar na École de Danse de l’Opéra National de Paris, escola vinculada à tradicional Ópera Nacional de Paris, que junto com o Escola do Teatro Bolshoi estão no topo da sua classificação pessoal como as melhores. 

O bailarino percebeu que naquele momento estava pronto e queria explorar novos horizontes. E decidiu enviar um e-mail “bem abusado mesmo”, porque, segundo ele, na verdade, não é esse o procedimento.

Na mensagem, em inglês, enviada em 2022, perguntava à direção da Escola de Dança da Ópera Nacional de Paris, se teria possibilidade de fazer uma audição. Mesmo sem receber resposta, não perdeu a esperança e enviou outro e-mail, dessa vez, em francês, em fevereiro de 2023, novamente perguntando sobre a possibilidade de fazer uma audição e dizendo que tinha interesse na escola que era seu sonho. Finalmente recebeu uma resposta, com um pedido dos franceses que encaminhasse um vídeo com uma série de exercícios que deveria fazer, para avaliarem.

“A resposta veio no dia do meu aniversário, em 5 de abril de 2023. Recebi a resposta dizendo que eu tinha uma audição em Paris, e aí, eu soube que ia para Paris. Cheguei na lua muito, muito, muito. Foi tipo de manhã, abri no meu telefone a caixa de e-mail e tinha lá a notificação, em francês. Eu falei que já sabia o que era”, contou, animado, em detalhes.

A ida para a capital francesa para a audição foi na companhia de Germana Saraiva, a primeira professora que teve na Escola Teatro Bolshoi no Brasil. 

“Convidei ela, porque é uma pessoa que tenho muita confiança. Foi minha primeira professora no Teatro Bolshoi, uma pessoa que tenho um vínculo muito grande. Ficamos cinco dias em Paris, fiz a audição e deu tudo certo”, disse.

Obstáculo

Como o caminho era sempre com muitos percalços, nesse momento também enfrentou um grande problema. Quatro dias antes da audição teve uma entorse no pé direito. 

“Me desmotivou muito. Fiquei muito triste, mas como estava tudo comprado, hotel, passagem de avião, eu não ia desistir assim no meio do caminho. Ia de qualquer forma. Lutei muito para conquistar, e disse ‘vamos’ tentar o meu sonho. Fui depois de muitos cuidados dos terapeutas da Escola Bolshoi, que sempre me ajudaram, sou muito grato”, revelou.

A formação técnica baseada na metodologia russa realizada em 5 anos da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil o permitiu mostrar à escola francesa a sua capacidade no balé clássico.

“Cheguei lá e era um método diferente, língua diferente, pessoas diferentes, e foi bem difícil a audição. Fiz a aula, no final a diretora da escola, Elizabeth Platel, me chamou na salinha dela e me falou que eu tinha sido aprovado. Eu pensava que não seria aprovado nessa audição, porque não tinha sido boa a minha aula, estava com o pé torcido, tinha tomado medicamentos para não sentir dor no pé, e aí veio a resposta que eu ia começar em setembro, na terceira divisão”, lembrou, explicando que pelo sistema da escola os pequenos bailarinos começam na sexta divisão e seguem até a primeira, onde estudam os bailarinos de mais idade.

De acordo com Marcos, o primeiro ano na escola parisiense foi de grande dificuldade, em um lugar em que tudo era novo. 

“Batalhei muito. Nos primeiros meses chorava de saudade dos meus amigos de Joinville, mas mesmo assim não me desmotivava. O primeiro ano passou, comecei a falar francês, fiz vários amigos”.

Pelo esquema da escola, o ano letivo começa em setembro e vai até o mês de julho seguinte. Por causa do seu talento, o bailarino, que começou na terceira divisão, conseguiu reduzir o tempo de duração do curso de 3 para 2 anos. 

“No meio do ano letivo, a diretora da escola e meu professor da época me informaram que eu tinha pulado de série, porque estavam muito felizes com minha evolução. Ela via que eu estava querendo evoluir e fazer parte, realmente, desse trabalho que eles faziam comigo. Fiquei muito feliz, porque via que meu trabalho estava sendo recompensado e na direção correta”, disse.

Na temporada 2024/2025, último ano da escola, novamente Marcos teve que enfrentar problemas. Em novembro de 2024, teve uma lesão no ligamento do tornozelo esquerdo, que o obrigou a ficar sem dançar durante 2 meses.

Apreensivo, com esforço e vontade de recuperar o tempo perdido, Marcos voltou a dançar no final de janeiro de 2025. 

“Mas não era sobre isso, era sobre eu me acalmar, fazer as coisas direitinho, no meu tempo. Aí depois veio o espetáculo de fim de ano em abril de 2025, dancei com um outro brasileiro, no palco da Ópera Garnier, em Paris, o João Pedro Silva, a gente fez um duo. A diretora disse que nos colocou juntos porque via que tínhamos uma energia diferente, tinha uma sintonia ali”, lembra, acrescentando que João Pedro, um paulista que morava em Goiânia antes de ir para Paris.

Brasília (DF), 01/08/2025 - Bailarino brasileiro Marcos Souza, contratado da Opera de Paris. Foto: Alicia Cohim/Divulgação

Com 18 anos e em fim de curso na Escola de Paris, veio a preocupação de ter que arranjar um emprego para se manter na capital parisiense. 

“A escola aconselha a gente a fazer audições externas em outras escolas e eu fiz com as minhas amigas. A gente foi para Amsterdã, eu fui, inclusive, para Moscou, para o Teatro Bolshoi. Aí chegou o concurso para a entrada para corpo de baile do Balé da Ópera Nacional de Paris, que foi no dia 28 de junho de 2025”, detalhou.

Para a apresentação, um professor da Ópera Nacional de Paris passa uma aula para o pretendente fazer uns exercícios em 45 minutos, sem utilizar as barras, só fazendo centro e saltos, além de uma variação, que significa um trecho de um balé dançado sozinho, um solo. No caso dele, foi de A Bela Adormecida, da versão do famoso e renomado bailarino e coreógrafo russo Rudolf Nureyev.

Marcos contou emocionado que, no final, o resultado é exposto em uma folha colada na parede com a lista dos aprovados. 

“Esse ano passaram três meninos, eu e mais dois, e quatro meninas da minha turma. Foi uma emoção muito grande e eu estava com muita ansiedade”, recordou.

“Na hora que veio o resultado não conseguia acreditar de tanta emoção. A primeira pessoa que eu liguei foi minha mãe, obviamente, que é minha rainha, a pessoa que sempre me apoiou. Depois liguei para a professora Germana Saraiva. Até hoje estou sem acreditar que sou o primeiro homem brasileiro com contrato vitalício com o corpo de baile do Balé da Ópera Nacional de Paris. Passa um carrossel na minha cabeça”, revelou. 

Marcos entrou em férias para rever amigos em Joinville, e na sequência encontrar a mãe na cidade de Grajaú, no Maranhão.

Para o diretor-geral da Escola Bolshoi, Pavel Kazarian, ao considerar que mais de 70% dos alunos formados na instituição no Brasil estão empregados na área de dança, é possível “perceber que a arte muda a vida de crianças, de seus familiares e da comunidade ao redor”.

A próxima temporada da companhia da Ópera Nacional de Paris começa no dia 26 de agosto, e Marcos tem retorno previsto para o dia 20 de agosto, quando vai se preparar para o começo do trabalho no seu lugar de sonho. O balé de abertura da temporada será o Giselle, mas o bailarino ainda não sabe o papel que representará. 

“Eu gosto muito desse balé Giselle, mas nunca dancei na minha vida. Sempre assisti. Vai ser uma experiência ótima”, avalia.

Escola Bolshoi

A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil é um projeto cultural que tem influência social, cultural e educacional, representando uma ponte na área cultural entre o Brasil e a Rússia. Começou a funcionar em 15 de março de 2000, em Joinville, sendo a única extensão do Teatro Bolshoi fora da Rússia, e a primeira vez que o Bolshoi transfere o método de ensino de balé, que o tornou uma das mais destacadas instituições do mundo, a outro país.

“Com 25 anos de implantação no Brasil, a primeira Escola do Teatro Bolshoi, educa cerca de 260 alunos do Brasil e países como Argentina, Panamá, Paraguai e Rússia, sendo 54% meninas e 46% meninos. A instituição concede 100% de bolsas de estudo para todos os alunos”, informou o Teatro Bolshoi no Brasil.

O projeto conta com os Amigos do Bolshoi para manter as atividades, incluindo o apoio de empresas e pessoas físicas, por meio de serviços, patrocínios diretos ou incentivos fiscais.

(Fonte: Agência Brasil)

– Dizer que ‘agosto é mês de desgosto’ é querer rimar com palavras mas não com a verdade. É mais um registro linguístico e mítico ou mitológico do que uma realidade científica. E, como tantas coisas próprias do imaginário, do constructo humano, isto também faz ou compõe o que somos.

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O mês de agosto como período ruim ou tempo de desgosto é mais uma dessas rimas e crendices que o imaginário humano constrói a partir de bases naturais e/ou culturais.

Agosto, a contragosto de alguns, é tão somente uma sucessão de dias, horas, minutos, segundos nos quais ocorrem fatos bons e ruins como em todos os demais onze meses  -- meses estes para os quais se podem selecionar fatos tristes e desagradáveis e alegres e prazerosos, inclusive em quantidade e dramaticidade maior mesmo do que as ocorrências do oitavo mês.

Dizer que “agosto é mês de desgosto” é querer rimar com palavras mas não com a verdade. É mais um registro linguístico e mítico ou mitológico do que uma realidade científica. Mas, como tantas coisas próprias do imaginário, do constructo humano – e isto também faz ou compõe o que somos.

Essa construção tem início, para alguns, ainda no primeiro século da nossa era. O fundador do Império Romano e seu primeiro imperador, Otávio (ou Otaviano), recebeu como parte de seu nome um título: “Filho do Divino” e “Augusto” (sagrado, venerável, majestoso; “augusto” vem do verbo latino “augere”, que significa “fazer crescer”, “ampliar”, “aumentar”).

Otaviano Augusto, ou César Augusto (por ser filho adotivo do imperador Júlio César), com conquistas de outros territórios e crescimento econômico e cultural, realmente fez crescer, ampliou, aumentou o Império Romano em seus 41 anos de reinado, o maior tempo de governo entre os mandatários de Roma. Por essas e outras razões, deram seu título-nome ao oitavo mês do ano, logo após o mês “julho”, denominado em honra ao seu pai adotivo, Júlio César.

E, ironia do destino, nascido em setembro do ano 63 antes de Cristo, o poderoso imperador Otaviano Augusto morre aos 75 anos em... agosto, dia 19, no ano 14 depois de Cristo. Além desse fato, os antigos romanos daquele século 1º de nossa Era tinham, igualmente a outros povos, o costume de olhar as estrelas nos diversos períodos do ano – e exatamente em agosto eles olhavam certo grupamento de estrelas e ali, unindo-as por meio de pontos invisíveis, viam figuras de dragões, que os astrônomos depois atestaram ser a constelação de Leão.

Assim, agosto, mês cujo nome tem na origem o significado de “fazer crescer”, “aumentar”, “ampliar”, começa a ser vinculado a “coisas” desagradáveis ou temerárias, como dragões no céu e morte de um querido imperador aqui na terra.

Passam-se os séculos. Mudam-se os tempos e os lugares. Em Portugal, no século 16, o mês de agosto é tido como o melhor para os navios saírem em suas aventuras de conquistas e descobertas. Mas um certo grupo de pessoas não têm o mês em melhor conta: são os namorados e namoradas, as noivas e os noivos, que viam que agosto era contraindicado para selar a união, não deviam se casar, porque os noivos poderiam partir para as demoradas, demoradíssimas viagens... deixando no porto, chorosas, ansiosas, lamentosas, mulheres em idade núbil, que tiveram dias futuros e noites passadas (de núpcias) encurtados em função de seus maridos e amados partirem para navegar mares já ou nunca dantes navegados...

Os portugueses trouxeram essa estória do agosto desgostoso para o Brasil, em especial para o Nordeste, onde nossos irmãos lusitanos foram um tanto hegemônicos. Associado aos fatos de 15 séculos antes, a lenda do “agosto, mês de desgosto” foi-se fortalecendo.

A partir de outras ocorrências desagradáveis em agosto, no Brasil e no mundo, ampliou-se a superstição. Pelo menos três presidentes brasileiros têm vinculados seus nomes a tristes fatos neste mês: Getúlio Vargas, que comete suicídio no dia 24 de agosto de 1954; Jânio Quadros, que renuncia em 21 de agosto de 1961; e Juscelino Kubitschek, que morre dia 22 de agosto de 1976, em consequência do ainda mal explicado acidente automobilístico que sofreu. Além desses e de outros muitos fatos, nas décadas de 1940 a 1960, acidentes com navios e aviões no Brasil, no mês de agosto, deixam muitos mortos.

No plano mundial, o início da 1ª Grande Guerra (1914), a assunção de Hitler ao governo da Alemanha (1932), o início da 2ª Grande Guerra (1939), o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki (1945), o início da construção do muro de Berlim (1961)... são fatos que se deram no mês de agosto.

Enfim, como digo, “agosto, igual a todo mês, é mês a gosto do freguês”. Quem se der ao trabalho de pesquisar e selecionar haverá de encontrar e listar diversos, muitos, exemplos de fatos lamentáveis em qualquer um dos doze meses.

As crenças e crendices, os mitos e mitologias, as visões e superstições, bem como a Ciência e a Verdade são buscas e achados, procuras e respostas humanos. Depende dos conteúdos das pessoas, do cardápio de seus interesses, do portfólio de registros da tradição, dos hábitos, da história dos ambientes, das comunidades, da nação em que vivem. Na Alemanha, por exemplo, e contrariamente, agosto é o mês de preferência para muitas mulheres se casarem.

Dor e amor, lamentos e aleluias têm, sim, um período para acontecer: aquele que se inicia dia 1º de janeiro e termina dia 31 de dezembro.

* EDMILSON SANCHES

Imagens:

O mês agosto e o imperador Augusto.

02/04/2024 - Com menor taxa de analfabetismo do país, DF é referência em educação. Centro Educacional 2 de Taguatinga. Na foto adultos assistem aula dentro da sala da aula, Escola. Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Participantes da Prova Nacional Docente (PND) têm até a próxima quarta-feira (6) para realizar o pagamento da taxa de inscrição. Inicialmente, a data-limite era 1º de agosto. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a ampliação do prazo visa a atender os participantes não isentos.

A data de aplicação da prova permanece a mesma: 26 de outubro. O objetivo do exame, segundo o Inep, é avaliar o conhecimento e as habilidades dos profissionais, auxiliando na seleção para redes estaduais e municipais de ensino. A prova será utilizada como etapa única ou complementar de concursos e seleções de professores.

Em nota, o instituto informou que a edição de 2025 teve a adesão de 22 unidades da Federação e de 1.508 municípios de todas as regiões do país, dos quais 18 são capitais.

Além de estudantes concluintes inscritos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2025, podem realizar a prova pessoas com formação em cursos de licenciatura que tenham interesse em participar de concursos ou processos seletivos promovidos pela União, por unidades federativas e por municípios que adotem o resultado da avaliação como etapa de admissão.

Entenda

De acordo com o Inep, autarquia ligada ao Ministério da Educação (MEC), o exame foi criado com o objetivo de melhorar a qualidade da formação, além de estimular a realização de concursos públicos e induzir o aumento de professores qualificados nas redes públicas de ensino. A iniciativa faz parte do programa Mais Professores para o Brasil.

Portaria n.º 399/2025 dispõe sobre regras e procedimentos para realização da prova O exame terá a mesma matriz da avaliação teórica do Enade das Licenciaturas, que, desde a sua edição de 2024, tem enfoque nos cursos de formação docente. A PND será aplicada anualmente, voltada a licenciados.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 01/08/2025 - Inauguração da Biblioteca da Pastoral do Povo de Rua. Foto: padrejulio.lancellotti/Instagram

A cidade de São Paulo passou a contar com uma biblioteca comunitária voltada para pessoas em situação de rua a partir desta sexta-feira (1}). O espaço, coordenado pelo padre Júlio Lancellotti, funcionará no Centro Santa Dulce dos Pobres, na Rua Sapucaia, 36, no bairro da Mooca, na zona leste da capital.

Além do acervo de livros, a Biblioteca Wilma Lancellotti oferece acesso a computadores, serviços para emissão de documentos e apoio na busca por emprego. O nome do equipamento é uma homenagem à mão do sacerdote.

“Essa iniciativa do padre Júlio é uma ação fundamental. Literatura é um direito de todos. Bibliotecas com bibliotecários vocacionados são equipamentos que salvam muitas vidas e as transformam para melhor”, declarou a escritora Luciene Muller, que viveu na rua dos 4 aos 11 anos.

A biblioteca, inaugurada hoje com a presença do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, conta com um acervo de oito mil livros doados, todos catalogados por seis bibliotecárias voluntárias. O espaço funciona com o sistema Sophia Biblioteca, utilizado pela Biblioteca Nacional para organização e gestão de acervos.

O espaço é destinado a todos que desejarem usufruir dos serviços, não a penas a quem vive nas ruas.

(Fonte: Agência Brasil)

Paraty (RJ), 31/07-2025 - Sony Ferseck participa do Café Literário com o tema puralidades editoriais e a criação literária durante a 23ª Festa Literária Internacional de Paraty no Sesc Santa Rita. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Autoras indígenas e da Amazônia marcam presença e ganham projeção na programação da 23ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), por meio da programação do Sesc Santa Rita. Uma dessas mulheres é a escritora indígena Sony Ferseck, que fundou a primeira editora independente do estado de Roraima, em 2019, voltada à publicação de autores indígenas e obras bilíngue.

“Dizer para um ancião indígena que está lá no interior de Roraima ‘o senhor pode fazer um livro’ é muito potente. Isso é muito poderoso e faz com que realmente a literatura seja para todos”, disse Sony, durante participação na mesa Pluralidades editoriais e a criação literária, nesta quinta-feira (31), no Sesc Santa Rita, ao lado da escritora Aline Cardoso, que também fundou uma editora independente, neste caso, na Paraíba.

Indígena do povo Macuxi, professora, poeta e cofundadora da Wei Editora, Sony teve seu livro Weiyamî: mulheres que fazem sol (2022), nascido entre oralidade e resistência, como semifinalista do 65º Prêmio Jabuti.

Sony apontou as dificuldades de publicação em seu estado, onde ainda há escassez de matéria-prima e de iniciativas relacionadas ao mercado editorial. “Nosso país tem dimensões continentais, isso acaba encarecendo [a produção] e provocando muitas faltas ainda em Roraima. Para vocês terem uma ideia, a gente só tem duas gráficas no estado inteiro”, disse.

A escritora contou do projeto que participava chamado Panton Pia’, em que se ouvia os mais velhos do grupo contarem suas histórias de vida e os conhecimentos tradicionais.

“Era tanta beleza que eu falei: isso não pode ficar guardado, apenas em um relatório do projeto. Isso aqui tem que circular.”

Diante desse desejo, a editora Wei, fundada por Sony, realizou publicações a partir dessa escuta dos anciãos. Com os livros publicados, foi possível que os indígenas pudessem se reconhecer como autores.

“A gente percebeu como o mercado editorial ainda não chegou nessa região do país, nem para essas pessoas”, lamentou.

Eles eram os mais velhos da comunidade, não falavam português como primeira língua e também não escreviam as histórias em computadores, porque elas eram fruto da tradição oral. “Eles contavam as histórias, então são livros que não são escritos, são transcritos”, explicou sobre uma produção que envolve a oralidade.

A disseminação da impressão de livros sob demanda, mencionou Sony, possibilita a expansão de publicações independentes. “A gente vai fazendo reimpressões bem pouquinhas. Geralmente, vem o primeiro cento [100 unidades], depois financia o segundo e assim por diante, para manter [a produção]”, disse. A escritora comemorou que, desse modo, é possível fazer com que as obras de autores independentes circulem e que essas histórias cheguem cada vez mais longe.

Sony acredita na literatura e na arte como ferramentas que “ressignificam completamente rotas de vida”.

“Eu acredito no poder da arte. Tocar corações, promover mudanças, quebrar ciclos de violência e de silenciamento. É o reencantamento do mundo, uma forma de dizer que nós ‘somos possíveis’ em todos os lugares que a gente queira e quando queira”, finalizou.

Mais vozes da Amazônia

A poeta acreana Francis Mary, referência da geração mimeógrafo, participou da mesa “A quem pertencem minhas palavras?”, também nesta quinta-feira, (31) no Sesc. Sua obra traz poemas que defendem a floresta, a democracia e os povos da Amazônia. Inspirada na luta de Chico Mendes e no cotidiano dos povos da floresta, a autora recorre à arte como instrumento de memória e de denúncia.

A artista Paty Wolff, nascida em Cacoal (RO) e radicada em Cuiabá (MT), promove a união entre artes visuais e literatura. Na sexta-feira (1º), às 15h, no Sesc Santa Rita, no evento “Narrativas visuais para todas as idades”, para discutir como a ilustração se estabelece como linguagem narrativa própria, indo além do papel de complemento visual ao texto.

Encerrando a programação especial das autoras da Amazônia, a multiartista Aliã Wamiri Guajajara participará da palestra “Tecnologias do encantamento: entre o artesanal e o digital”, no sábado (2), às 11h. Nascida em Teresina (PI), filha de mãe Guajajara e pai Timbira, Aliã é escritora, curadora, performer e graduada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Piauí. 

“Para mim a Flip é um lugar de afirmação importante e podemos mostrar que a literatura indígena existe, resiste e encanta. Espero que possamos ecoar de maneira ainda mais intensa nossas memórias vivas”, avaliou Aliã.

(Fonte: Agência Brasil)

02/04/2024 - Com menor taxa de analfabetismo do país, DF é referência em educação
O Distrito Federal é a unidade da Federação com a menor taxa de analfabetismo do país (1,7%), segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua mais recente. Sala de aula da escola. Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Os inscritos na Prova Nacional Docente (PND) não isentos ou que tiveram o pedido de isenção reprovado têm até esta sexta-feira (1º) para pagar a taxa de inscrição.

A Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança) para pagamento da taxa de inscrição foi gerada no momento da inscrição do participante. Quem precisar reimprimir a GRU deve acessar a página do Participante do Sistema PND, com login do portal Gov.br.

O valor da taxa é de R$ 85 e pode ser pago em qualquer agência bancária, casa lotérica ou aplicativos de bancos.

Objetivos

A prova oferece uma oportunidade justa e padronizada de ingresso na carreira docente, facilitando o acesso a posições efetivas.

Para as redes de ensino, especialmente as municipais e estaduais, a prova reduz os custos e a complexidade dos processos seletivos, permitindo a contratação de profissionais mais qualificados e preparados para a docência.

A edição de 2025 do exame teve a adesão de  22 estados e 1.508 municípios de todas as regiões do país, dos quais 18 são capitais.

O que é a PND?

A Prova Nacional Docente (PND) foi criada em 2025 com o objetivo de melhorar a qualidade da formação dos professores e estimular a realização de concursos públicos pelas redes de ensino estaduais, do Distrito Federal e dos municípios e, desta forma, estimular o ingresso de profissionais qualificados no magistério público.

A prova não é um concurso público e não é uma seleção unificada.

A partir de 2026, os gestores das redes estaduais e municipais de ensino podem usar a nota da prova obtida pelo candidato como etapa única ou complementar de concursos públicos e seleções processos simplificados de contratação destes profissionais para educação básica.

A adesão, porém, não obriga os estados e municípios a usarem os resultados da PND em todos os seus processos seletivos.

O exame é parte do programa Mais Professores para o Brasil, criado em 2024 para fortalecer a formação docente, incentivar o ingresso de professores no ensino público e valorizar os profissionais do magistério. A iniciativa pretende atender 2,3 milhões de docentes em todo o país.

A prova

A data de aplicação da prova apelidada de CNU dos Professores será no dia 26 de outubro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), conforme o edital.

Oficialmente, a PND terá como base a avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas. O exame será aplicado a cursos de licenciaturas de 17 áreas de conhecimento.

1.      artes visuais

2.      ciências biológicas

3.      ciências sociais

4.      computação

5.      educação física

6.      filosofia

7.      física

8.      geografia

9.      história

10.  letras - inglês

11.  letras - português

12.  letras - português e espanhol

13.  letras - português e inglês

14.  matemática

15.  música

16.  pedagogia

17.  química

A prova é composta por questões, divididas entre a formação geral e a formação específica da área de avaliação, ambas combinando itens de múltipla escolha questões discursivas.

Confira o novo cronograma da PND:

arte cnu dos professores

(Fonte: Agência Brasil)

O Maranhão foi destaque na 6ª edição do Campeonato Pan-Americano de Karate Shotokan, Ao todo, sete atletas maranhenses da Academia Seiryükan integraram a Seleção Brasileira na competição internacional, realizada entre os dias 24 e 27 de julho, no Ginásio Tancredão, na cidade de Vitória (ES). E os resultados dos caratecas foram excelentes: 21 medalhas conquistadas, sendo oito de ouro, seis de prata e sete de bronze.

O desempenho obtido pelos maranhenses nesta edição do Pan-Americano foi impressionante e coloca o Estado entre as potências nacionais da modalidade. O evento contou com a participação de mais de 300 atletas de todo o Brasil e de outros países. 

O sensei Marco Aurélio Mota foi quem mais vezes subiu ao pódio no Pan-Americano. O faixa preta garantiu cinco medalhas, sendo uma de ouro, três de prata e uma de bronze. Já o jovem João Guilherme foi quem mais conquistou medalhas de ouro: quatro no total.

Quem também foi bem no evento em Vitória, foi Vítor Moraes, que conquistou três medalhas de bronze na competição, sendo uma delas no Kumite Individual (18-20 anos), categoria que reuniu a maior quantidade de atletas na disputa. Além desse resultado, Vítor formou, ao lado de Daniel Caripunas e Micael Silva, uma equipe 100% maranhense que brilhou na competição de Kata por Equipes (17-19 anos).

“Foi uma competição incrível e de muito aprendizado. Orgulhoso em representar o Brasil e o Maranhão no Pan-Americano de Karate Shotokan. Feliz em fechar minha participação com três medalhas, mas mais feliz em ver que toda nossa equipe subiu ao pódio. Isso mostra que estamos no caminho certo e que o trabalho da Academia Seiryükan tem dado bons frutos. Vamos seguir assim em busca de mais conquistas”, disse Vítor Moraes.

Após o Pan-Americano de Karate Shotokan, os atletas do Maranhão focam no próximo desafio: o Campeonato Brasileiro da modalidade, que ocorrerá no mês de outubro, na cidade de São Luís (MA). “Vamos nos preparar ainda mais para representar bem o nosso Estado. É um evento importante onde tradicionalmente conquistamos bons resultados”, afirmou o sensei Marco Aurélio Mota. 

RESULTADOS DOS MARANHENSES NO PAN-AMERICANO

João Guilherme

Ouro Kata Individual (8-9 anos)

Ouro Kumite Individual (8-9 anos)

Ouro Kata Equipe (8-10 anos)

Ouro Kumite Equipe (8-10 anos) 

Samuel Rocha

Ouro Kumite Equipe (11-13 anos) 

Daniel Caripunas

Ouro Kumite Equipe (17-19 anos)

Prata Kata Individual (16-17 anos)

Bronze kata Equipe (17-19 anos)

Bronze Koten Kata (12-17 anos) 

Micael Silva

Prata Kata Individual (18-20 anos)

Bronze Kata Equipe (17-19 anos) 

Vítor Moraes

Bronze Kumite Individual (18-20 anos)

Bronze Kumite Equipe (17-19 anos)

Bronze Kata Equipe (17-19 anos) 

Garance Demousseau

Ouro Kumite Individual (21-39 anos / 62-67kg)

Prata Kata Equipe (20 anos acima)

Bronze Koten Kata (18-49 anos)

Bronze Kumite Equipe (20 anos acima) 

Marco Aurélio Mota

Ouro Kumite (Master 1)

Prata Koten Kata Individual (18-49 anos)

Prata Kata Individual (Master 1)

Prata Kumite Equipe (20 anos acima)

Bronze Kata Equipe (20 anos acima) 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Rio de Janeiro (RJ), 31/07/2025 - Prêmio Grande Otelo. Foto: Anna Karina de Carvalho/Agência Brasil

Em uma sala repleta de profissionais do audiovisual brasileiro, em 4 horas de cerimônia, o Prêmio Grande Otelo de 2025, da Academia Brasileira de Cinema, chegou à sua 24ª edição com muito para celebrar, nesta quarta-feira (30), na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no sio de Janeiro.

Já nas primeiras premiações, Walter Salles subiu ao palco para receber o prêmio pelo músico americano Warren Ellis, que ganhou Melhor Trilha Sonora por Ainda Estou Aqui.  

"Muito obrigado, em nome do Warren. Ele soube das indicações antes de mim, e achou incrível. Para ele, ser indicado no Brasil, é um presente’’, agradeceu o cineasta.

Salles ressaltou também a parceria que teve com Warren que, segundo ele, incorporou na trilha o tipo de resistência que Eunice Paiva arquitetou.

“Ele entendeu que ela recusou melodrama e qualquer tipo de sentimentalismo", disse o cineasta.

A noite, pilotada pelas atrizes Isabel Fillardis e Bárbara Paz, passou por homenagens ao cinema brasileiro desde os tempos da Atlântida de Carmem Miranda até os dias de hoje. 

Rio de Janeiro (RJ), 31/07/2025 - Prêmio Grande Otelo. Foto: Anna Karina de Carvalho/Agência Brasil

No roteiro da noite, não faltaram imagens na tela e gente na plateia que faz cinema no Brasil. Na voz da cantora Duda Brack, interpretações marcantes como O Que É Que a Baiana Tem?, de Dorival Caymmi, sucesso que projetou Carmen Miranda rumo à carreira internacional; Bye Bye Brasil, escrita por Chico Buarque especialmente para o longa homônimo de Cacá Diegues, e É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo, de Erasmo Carlos, que se tornou um hino do momento atual do audiovisual brasileiro com Ainda Estou Aqui.

O ator Selton Mello, que recebeu sua primeira indicação em uma premiação, falou emocionado ao receber seu troféu. 

"Walter, obrigado por ter me chamado para fazer um filme tão importante. Obrigado à família Paiva por ter me acolhido e ter achado que eu era a pessoa certa para fazer Rubens Paiva. Quando o filme estreou em Veneza, eu tive a sensação de que o filme era o corpo do Rubens. E, de uma certa maneira, eu emprestei o meu corpo para esse corpo que nunca voltou. Então, é muito tocante receber esse prêmio. É a minha primeira indicação por esse trabalho", disse o ator. 

A atriz Fernanda Torres, também emocionada, lembrou e ovacionou Eunice Paiva nos 2 anos que viveu e fala dela. Ela relembrou o périplo pelo mundo na pele de Eunice Paiva, mas também de todos os filmes que participou. 

"Ainda Estou Aqui começou no Rio de Janeiro. E eu sinto que eu dei a volta ao mundo estando de volta aqui, com o Walter. Quero agradecer ao Walter, meu irmão, que me deu essa oportunidade. Eu já estou há 2 anos com a Eunice Paiva, e ela virou uma segunda natureza minha", disse Fernanda Torres. 

“E ela virou uma segunda natureza minha. E eu acho que os atores, eles dependem muito disso, de você encontrar o seu personagem, alguém que você é capaz de dar vida. E eu ter minimamente dado conta dessa grande brasileira, uma mulher que viveu uma época parecida com a que a gente está vivendo, assim, de medo, de insegurança, e que soube ser tão grande. Ela me ensinou tanto com o Walter sobre evitar o melodrama, sobre tentar ser como ator, assim, tentar se abrir para um personagem”, acrescentou sob aplausos.

Sérgio Machado recebeu prêmios pelo longa-metragem animação Arca de Noé e melhor longa-metragem documentário pelo 3 Obás de Xangô

Emocionado, com o Troféu Grande Otelo em mãos, relembrou que conheceu o ator no começo de sua carreira no cinema. 

“Conheci o mestre Grande Otelo quando comecei no cinema. Então, para mim, quando eu olhei ele agora, é que a ficha toda caiu, né, como se tivesse ligando tudo’’, disse.

Vencedor do melhor longa-metragem infantil por Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa, o diretor Fernando Fraiha falou da importância do cinema infantil.

“Com esse filme, eu passei a acreditar que poderia ser feliz um dia dirigindo um filme infantil no Brasil. Eu quero dizer que é muito bom fazer um filme infantil. Muito mesmo!’’

Outro ponto alto da festa, que encantou a plateia, foi o discurso emocionado do ator mirim Isaac Amendoim, que também subiu ao palco com a voz engasgada. 

“Quero agradecer por receber esse prêmio aqui tão importante, e estar representando todos que fizeram esse filme lindo, eu estou muito feliz, gente’’, disse.

Antes do último prêmio da noite, já nas categorias finais, o prêmio de Melhor Direção foi para as mãos de Walter Salles, por Ainda Estou Aqui, que concorreu com outros quatro diretores, como o amigo Andrucha Waddington, marido de Fernanda Torres e diretor do longa-metragem Vitória; com o vencedor do Festival de Cinema de Gramado de 2024, Érico Rassi, por ‘Oeste outra Vez’; com Karim Aïnouz, por ’Motel Destino’, e o diretor do premiado pelo longa-metragem Baby’, Marcelo Caetano.

A coroação final veio com o prêmio de Melhor Filme, quando Walter Salles chamou o elenco e equipe para subir ao palco em clima de celebração. 

‘’O Andrei Tarkovski, que é um um diretor que eu sou apaixonado, ele dizia que o filme só levanta voo quando todos aqueles que estão na frente da câmera e também atrás da câmera estão na mesma artéria. E eu acho que se eu estou aqui agora é porque essa equipe que está me acompanhando hoje aqui teve realmente nessa artéria e se tornaram autores do filme. Então, isso aqui é de vocês também’’, disse Salles.

Ele terminou sua fala prestando uma homenagem ao crítico de cinema, morto em 2016, José Carlos Avellar.

“Eu queria dedicar esse prêmio a uma pessoa de quem eu sinto muita falta, que é um mestre, um crítico, um pensador do cinema incrível, que é o José Carlos Avellar. Para quem não conheceu, foi um companheiro de conversa desde ’Terra Estrangeira’, que acho que eu não teria conseguido fazer esse filme’’.

Vencedores do Prêmio Grande Otelo 2025

Melhor longa-metragem ficção
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.

Melhor longa-metragem documentário
3 Obás de Xangô, de Sérgio Machado.

Melhor longa-metragem animação
Arca de Noé, de Sérgio Machado e Alois di Leo.

Melhor longa-metragem infantil
Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa, de Fernando Fraiha.

Melhor longa-metragem ibero-americano
Grand Tour (Portugal), de Miguel Gomes.
Indicação: Academia Portuguesa de Cinema

Melhor direção
Walter Salles por Ainda Estou Aqui

Melhor primeira direção de longa-metragem
Pedro Freire por Malu

Melhor atriz de longa-metragem
Fernanda Torres como Eunice Paiva por Ainda Estou Aqui

Melhor ator de longa-metragem
Selton Mello como Rubens Paiva por Ainda Estou Aqui

Melhor atriz coadjuvante de longa-metragem
Juliana Carneiro da Cunha como Dona Lili por Malu

Melhor ator coadjuvante de longa-metragem
Ricardo Teodoro como Ronaldo por Baby

Melhor direção de fotografia
Adrian Teijido, ABC, por Ainda Estou Aqui

Melhor roteiro original
Pedro Freire por Malu

Melhor roteiro adaptado
Murilo Hauser e Heitor Lorega - baseado no livro Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva, por Ainda Estou Aqui

Melhor montagem
Affonso Gonçalves, ACE, por Ainda Estou Aqui

Melhor efeito visual
Claudio Peralta por Ainda Estou Aqui

Melhor som
Laura Zimmerman e Stéphane Thiébaut por Ainda Estou Aqui

Melhor direção de arte
Carlos Conti por Ainda Estou Aqui

Melhor figurino
Claudia Kopke por Ainda Estou Aqui

Melhor maquiagem
Marisa Amenta e Luigi Rochetti por Ainda Estou Aqui

Melhor trilha sonora
Warren Ellis por Ainda Estou Aqui

Melhor série brasileira de ficção, de produção independente, para tv aberta, tv paga ou streaming
Senna - Temporada Única, de Vicente Aamorim

Melhor série brasileira de documentário, de produção independente, para tv aberta, tv paga ou streaming
Falas Negras - 4ª temporada, de Antonia Prado

Melhor série brasileira de animação, de produção independente, para tv aberta, tv paga ou streaming
Irmão do Jorel - 5ª temporada, de Juliano Enrico

Melhor atriz - série de ficção para tv aberta, tv paga ou streaming
Adriana Esteves como Cibele por Os Outros

Melhor ator - série de ficção para tv aberta, tv paga ou streaming
Gabriel Leone como Senna por Senna

Melhor curta-metragem ficção
Helena de Guaratiba, de Karen Black

Melhor curta-metragem documentário
Você, de Elisa Bessa

Melhor curta-metragem animação
A Menina e o Pote, de Valentina Homem e Tati Bond

Voto popular
Milton Bituca Nascimento, de Flavia Moraes (documentário)

(Fonte: Agência Brasil)

A cidade de Bacabal recebeu a primeira edição do Projeto Movimenta Esporte e Lazer, iniciativa patrocinada pelo governo do Estado e pela Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Durante os quatro dias de atividades do Movimenta Esporte e Lazer - entre sexta-feira (25) e segunda-feira (28), centenas de crianças participaram gratuitamente de atividades recreativas e gincanas esportivas no Estádio Merecão, com as orientações de professores e profissionais de Educação Física. 

O Projeto Movimenta Esporte e Lazer foi criado com o objetivo de proporcionar momentos de diversão e incentivar a prática do esporte e do lazer na vida das pessoas, especialmente em relação ao público infantil. Contando com a grande participação das crianças e de seus familiares, a iniciativa reforça o seu caráter de inclusão social na cidade de Bacabal.

Maria Silva, mãe de uma das crianças participantes do Movimenta Esporte e Lazer, elogiou a primeira edição do projeto e ressaltou a importância da iniciativa para toda a família. Para Maria, a união da atividade esportiva e da educação é fundamental na construção de bons cidadãos para a sociedade.

"Só tenho a agradecer pelo desenvolvimento desse projeto durante o período de férias, é muito importante esse tipo de iniciativa para as crianças se divertirem, se entreterem, saírem um pouco das telas, gastarem a energia e conviverem com outras crianças. Estamos muito felizes pela realização do Movimenta Esporte e Lazer em Bacabal", destaca Maria Silva.

O secretário de esportes de Bacabal, Mauro César, também destacou a realização do Movimenta Esporte e Lazer na cidade. "Foram quatro dias de uma experiência incrível, que vai fazer toda a diferença na vida dessas crianças. É muito bom ver essa garotada se divertindo e mostrando a sua alegria com as atividades e gincanas. Fica o nosso agradecimento ao governo do Estado e à Potiguar por esse projeto via Lei de Incentivo ao Esporte, que é tão importante para o desenvolvimento dessas atividades. Quando há o alinhamento entre governo e município, mais projetos podem ser executados e quem ganha é a população", diz Mauro.

"Estamos muito felizes com o sucesso do Movimenta Esporte e Lazer em Bacabal. Tivemos uma grande participação das crianças e de suas famílias, que puderam participar gratuitamente de uma ampla programação nesses quatro dias de atividades no Estádio Merecão. É importante levar o esporte e o lazer para as comunidades, como ferramenta de inclusão social. Mais uma vez, agradecemos ao governo do Estado e à Potiguar por todo o suporte para a realização desse projeto", afirma Kléber Muniz, coordenador do projeto.

Todas as informações sobre o Movimenta Esporte e Lazer estão disponíveis no Instagram oficial do projeto (@movimentaesporteelazerma).

(Fonte: Assessoria de imprensa)

(Fonte: Agência Brasil)

Bonito (MS), 28/07/2025 - Rua do Pescador nº 6 é um documentário que mostra urgência de ações pelo clima no 3° Bonito CineSur - Festival de Cinema Sul-Americano. Foto: Diego Cardoso/Fotografando Bonito

Uma sequência de imagens em preto e branco mostra a dimensão da tragédia. Pessoas em cima de telhados, completamente ilhadas, buscam socorro. Casas e ruas desaparecem. A terra foi toda tomada por água. Animais lutam por sobrevivência. Bombeiros tentam ajudar pessoas por meio de helicópteros. Quando a água começa a baixar, o que se vê é muita lama, lixo e desolação.

A destruição provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado e o longo e trabalhoso processo de reconstrução daquelas famílias afetadas são os protagonistas do documentário Rua do Pescador nº 6, dirigido por Bárbara Paz, e exibido no último domingo (27), no Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, o Cinesur, no Mato Grosso do Sul.

Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou a pior enchente de sua história. E foi essa tragédia que fez a diretora voltar para seu estado natal e oferecer, por meio do cinema, um retrato de todas aquelas histórias. 

“A gente estava muito em choque com tudo que estava acontecendo, e a gente queria fazer algo”, contou a diretora a jornalistas, depois da exibição do filme no Cinesur.

“Eu precisava registrar aquilo. Eu senti que era um filme urgente, era um documento histórico, e que a gente não quer que aquilo aconteça de novo. Então, isso tem que ser registrado para que nunca mais aconteça, apesar de continuar acontecendo. Só em 2024, foram 150 desastres climáticos no mundo”, disse.

Ao todo, as inundações do Rio Grande do Sul impactaram 478 das 497 cidades gaúchas, afetando diretamente cerca de 2,4 milhões de habitantes. O número de vítimas fatais chegou a 184, além de 806 feridos e 25 pessoas até hoje dadas como desaparecidas. Além disso, quase 200 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas em todo o estado.

Passado que se repete

A intenção do filme, disse a diretora, é mostrar a urgência climática no mundo atual. Apesar disso, seu documentário não deixa de mostrar que o passado vai se repetindo, sem que soluções sejam encontradas. 

Em Rua do Pescador nº 6, Bárbara Paz busca justapor imagens do presente a de cenas das enchentes ocorridas no mesmo Rio Grande do Sul em 1941. 

“É um ensaio sobre a tragédia”, definiu a diretora sobre seu longa documental.

“Quando eu vi o material de arquivo das enchentes de 1941, elas eram iguais. Havia animais em cima dos telhados, pessoas em abrigos, só mudavam as vestimentas e os telhados das casas. Acho que as imagens são como um poema sobre o desastre, sabe? É uma costura em que você não precisa gritar e botar legenda, porque as imagens estão falando”.

Segundo Bárbara Paz, essa justaposição de duas grandes tragédias, separadas pelo tempo, mas muito semelhantes, mostra a urgência de ações pelo clima. 

“Cada vez mais as águas estão subindo, as florestas estão sendo queimadas e a destruição está acontecendo. Isso é quase como um prólogo do que pode acontecer”, reforçou a diretora. 

“Eu tive que deixar um registro, potente, para daqui a 50 anos, porque a gente não sabe o que vai acontecer com esse planeta. Mas esse registro está aí”, afirmou.

De demtro para fora

O documentário começa mostrando a destruição vista de cima e só então vai entrando dentro das casas, já destruídas e cheias de lama. Sem narração, o que a câmera desse documentário faz é escutar as vozes marcadas por perdas, memórias e ausências. 

“Eu queria fazer um filme de dentro para fora. Eu queria esse silêncio para retratar as pessoas. Eu não queria que eles falassem deles, eu queria apenas mostrar aquelas pessoas”, disse.

A diretora espera que seu longa documental alcance mais público. Principalmente os que podem ajudar a mudar a realidade. Seu desejo é que ele possa ser exibido na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, que será realizada neste ano, em Belém, no Pará. 

“Espero que meu filme esteja na COP porque ele é um documento. Ele precisa ser visto para que isso não se repita. Essa é uma questão muito urgente. Eu falo que meu filme é apenas um micro dentro desse macro, fazendo um zoom sobre um vilarejo de Porto Alegre”, alerta.

“Essa crise climática é só o começo. Isso não vai parar. Cada vez mais é preciso ter documentos, retratos, filmes, registros, e falar sobre esse assunto. É preciso trazer a urgência desse tema”, defendeu Bárbara Paz.

Cinesur

O Cinesur é um festival de cinema que vai até o próximo dia 2 de agosto na turística cidade de Bonito. Neste ano, o festival está exibindo 63 filmes de nove países da América do Sul, além de promover debates, seminários e cursos de formação. 

Outras informações sobre o festival podem ser obtidas no site do evento.

(Fonte: Agência Brasil)