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 Uso contínuo de celular com  a cabeça inclinada para baixo pode gerar problemas na cervical.

Após a aprovação pelo Congresso Nacional, a lei que proíbe o uso dos celulares nas escolas públicas e privadas, tanto nas salas de aula quanto no recreio e nos intervalos, foi sancionada, esta semana, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os aparelhos continuam sendo permitidos para o uso pedagógico, ou seja, quando autorizado pelos professores como instrumento para a aula.

As regras não são novidade para a cidade do Rio de Janeiro, que, desde agosto de 2023, um decreto proíbe o uso dos aparelhos nas escolas. Também não é novidade no Ceará, que, desde 2008, tem legislação que restringe o uso do aparelho em salas de aula. 

A Agência Brasil conversou com representantes das respectivas secretarias de Educação para saber como tem sido a aplicação das regras nas redes de ensino.

No Rio de Janeiro, segundo o secretário de Educação do município, Renan Ferreirinha, a proibição do uso dos aparelhos já mostra resultados nas escolas. “Tem uma percepção dos diretores dizendo para a gente como os recreios voltaram a ficar mais barulhentos, como voltaram a ter mais pegada de escola. O que se estava observando era que os recreios estavam ficando com as crianças isoladas nas suas próprias telas sem ter uma interação uns com os outros. Isso é muito sério. A gente voltou a ter essa maior interação na hora do recreio”, disse.

Rio de Janeiro (RJ) 18/01/2025 - Renan Ferreirinha, redes de ensino que já proíbem celulares compartilham experiências
Foto: PSD/Brasília/Divulgação
Renan Ferreirinha

O secretário explica que as escolas têm autonomia para definir a melhor maneira para colocar as medidas em prática. “Ou [o estudante] chega na escola e guarda o celular na sua mochila, o que tem funcionado superbem através de um processo de conscientização, de um processo muito forte de diálogo também com toda a comunidade escolar. Ou algumas escolas também recolhem os celulares e devolvem depois. A gente apoia essas medidas, mas isso varia do que cada escola consegue fazer dentro do seu combinado”.

Em relação às sanções a quem descumpre a regra, Ferreirinha diz que as escolas contam com instrumentos e protocolos. "Imagina um aluno que está falando na sala de aula, que não para quieto, ou outro que está dormindo, o que você faz? O professor não chama atenção? Se for de novo, adverte o aluno, se for pela terceira vez, manda para a direção escolar. A direção escolar chama o responsável. Na verdade, as escolas estão muito mais preparadas para lidar com essas situações do que a gente imagina. O que a gente precisa é de um grande combinado social, que diga que isso aqui não pode acontecer e que dê o respaldo para as escolas poderem implementar e chamar as famílias para nos apoiarem nisso".

Ferreirinha, que como deputado federal foi relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados do projeto de lei que originou a lei sancionada esta semana, explica que a intenção não é afastar a tecnologia da escola, mas estimular que ela seja usada para fins de aprendizagem.

“A gente acha que a tecnologia pode ter um papel fundamental na educação. Agora, ela tem que ser usada de forma consciente e responsável. Tem que ter hora para tudo, porque senão, em vez de ser uma aliada, ela passa a ser uma inimiga do processo educacional”, defende. 

“O que a gente não pode achar normal é o aluno estar com o seu celular no meio da aula, usando, vendo um videozinho no Tik Tok, jogando o jogo do tigrinho, enquanto o professor está tentando dar aula. Isso não pode ser considerado normal”, acrescenta.

Ferreirinha ressalta que a nova lei “coloca o Brasil no grupo seleto dos países que já conseguiram ter legislações nacionais e enfrentam esse desafio”. 

A França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e Holanda já têm legislações que restringem o uso de celular em escolas. “Esse é um assunto que começa e tem o protagonismo da educação pública, demonstrando que dá para ter educação pública na vanguarda, de qualidade”, elogia.

Lei antiga

No Ceará, a Lei 14.146, de 2008, proíbe tanto a utilização de celulares nas escolas durante os horários de aulas quanto de aparelhos já ultrapassados, como walkman, discman, MP3 player, MP4 player, iPod, bip, pager.

De acordo com a secretária executiva do Ensino Médio e Profissional da Secretaria de Educação do Estado do Ceará, Jucineide Fernandes, nem todas as escolas conseguiram cumprir a medida, “que acabou sendo deixada de lado”.

Após o decreto do Rio de Janeiro, em 2024, o Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) recomendou que a lei fosse cumprida, que escolas públicas e particulares orientassem os diretores das unidades de ensino para impedir o uso de aparelhos celulares e outros equipamentos semelhantes durante as aulas.

Rio de Janeiro (RJ) 18/01/2025 - Jucineide Fernandes, redes de ensino que já proíbem celulares compartilham experiências
Foto: Seduc/Divulgação
Jucineide Fernandes

“Nós enviamos, então, uma recomendação às escolas para que proibissem o uso do celular em sala de aula”, disse Jucineide Fernandes. E após a sanção da nova lei federal esta semana, ela disse que foi enviada uma nova orientação aos centros de ensino. “Agora orientando que se convoque a comunidade escolar para a mudança no regimento da escola, e que essa proibição seja acompanhada pela escola dentro das normas de seu regimento e que também se pense como vai se usar nos momentos de uso pedagógico esses recursos porque, na nossa rede, a gente distribui tablets e chips para os estudantes”.

Também no Ceará, cabe às escolas definir a melhor maneira de implementar as medidas. Caixas para guardar celulares e perda de pontos em avaliações são algumas das estratégias usadas para que estudantes não se distraiam nas salas de aula com os celulares.

Segundo a secretária, para que a nova lei não acabe sendo descumprida como ocorreu com a antiga, é preciso um acompanhamento de perto por parte da secretaria e também que seja feita uma conscientização, como está previsto na nova lei. “Precisamos pensar não só na proibição, mas também no que a própria lei prevê, como palestras, orientações, pensar na questão da desinformação, da cultura digital, que inclusive faz parte do nosso currículo das escolas do tempo integral”, explica.

Para Jucineide Fernandes, a proibição do uso dos celulares na escola, exceto para fins pedagógicos, é uma medida importante. “O uso de telas está muito generalizado, inclusive por nós, adultos. A gente acha que a proibição é importante para o aluno se concentrar mais, para que o estudante possa também socializar com os demais, conversar. Então, a gente acredita que a proibição vai trazer mesmo maior atenção, foco aos estudantes no período das aulas”, defende.

Desafios de estrutura

A nova lei recebeu elogios, mas também foram levantados desafios enfrentados nas escolas que podem dificultar com que seja colocada em prática.

No Rio de Janeiro, quem já lida com a questão explica as dificuldades enfrentadas ao longo do último ano.

Rio de Janeiro (RJ) 18/01/2025 - Professor Diogo de Andrade, redes de ensino que já proíbem celulares compartilham experiências
Foto: Diogo de Andrade/Arquivo pessoal
Diogo de Andrade

Segundo o coordenador-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe), Diogo de Andrade, também professor da rede municipal, a implementação esbarra também nas condições encontradas nas escolas, onde muitas vezes falta estrutura e os professores precisam lidar com turmas lotadas.

“Os desafios são, principalmente, a estrutura para você garantir que os alunos não usarão o celular em sala de aula. Isso significa que não adianta nós termos uma lei que proíba o uso do telefone, se nós tivermos salas de aula lotadas em que o professor não consegue ter acesso ao que está acontecendo, por exemplo, no fundo da sala de aula. Então, quanto mais alunos por turma, menor é a capacidade de o professor verificar se a lei está sendo cumprida”, alerta.

Para ele, o esforço para o cumprimento da lei deve envolver toda a estrutura educacional, desde a Secretaria Municipal de Educação, da Secretaria Estadual de Educação, às escolas.

“A minha prática é avisar sempre no início da aula que não pode usar o celular. E aqueles alunos que insistem em fazê-lo, a gente encaminha para a coordenação pedagógica, a gente encaminha para a direção, para que seja registrado, para que os pais sejam chamados. Mas é muitas vezes um enxugar gelo, porque os adolescentes, e cada vez mais cedo as crianças chegam à escola já com uma situação de vício pelas redes sociais, vícios por jogos, até mesmo por apostas, por sites de apostas, que a atenção deles no aparelho, no virtual, a gente já percebe que eles não olham para frente, eles olham para baixo o tempo todo”.

Diogo de Andrade diz que agora, com a lei federal, as escolas terão mais um argumento para usar com os estudantes, mas defende que deve ser acompanhado de medidas efetivas para que a norma seja de fato implementada.

“Nós ainda temos uma dificuldade muito grande, que é, a partir do momento que a gente diz ‘você não pode usar o celular’, o profissional em sala de aula não se sente à vontade em pegar o celular do aluno, porque se o profissional pega o celular do aluno e aí o celular cai no chão e o aluno diz ‘o meu celular não estava com a tela trincada’. E aí? Quem paga por esse prejuízo? De maneira muito objetiva, falta estrutura ainda para que haja a garantia de que o celular não seja usado na sala de aula”, reforça.

A lei

A lei sancionada pelo presidente Lula restringe o uso do celular em sala de aula e nos intervalos, para fins pessoais, mas há exceções, como o uso para finalidade pedagógica, sob supervisão dos professores, ou em casos de pessoas que necessitem de apoio do aparelho para acessibilidade tecnológica ou por alguma necessidade de saúde. 

Um decreto presidencial, previsto para daqui a 30 dias, vai regulamentar a nova legislação, para que passe a valer já no início do ano letivo, em fevereiro.

(Fonte: Agência Brasil)

Os primeiros campeões do Duna Open, torneio que corresponde à 1ª etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis, já foram definidos na noite dessa quinta-feira (16). Na abertura da competição chancelada pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM), entidade que representa oficialmente a modalidade no Estado, foram realizadas as disputas das categorias por idade: 30+, 40+ e 50+ Masculino, além do 30+ e 40+ Feminino. Os jogos ocorreram na Arena Premium, no Olho d’Água, em São Luís. 

No torneio 30+ Masculino, o título do Duna Open ficou com a dupla Artur Lobão/Victor, que superou Levi Figueiredo/Paulo Cardoso na final. Já no 40+ Masculino, Antônio Albuquerque e Clodomir Neto venceram Edgar Filho e Patrick Araújo. Quem também comemorou na quinta-feira foram Jailson Santos e Jurandir Paixão, que levaram a melhor sobre Henrique Filho e Marcelo Moreira para garantir o título no 50+ Masculino.  

As disputas das categorias femininas também agitaram o primeiro dia do Duna Open. Na decisão do 30+ Feminino, Alessandra Medeiros e Kayuri Costa derrotaram Fernanda Heluy e Tayara Carvalho por 6 a 1 para se tornarem campeãs da etapa. Enquanto isso, no 40+ Feminino, Fabiolla Correa e Ilana Simons venceram Milena Barros e Nathalia Maluf por 6 a 4. 

Nesta edição, o Duna Open vai valer pontos para o ranking estadual da modalidade. A pontuação será utilizada pela FBTM para definir o Time Maranhão que irá representar o Estado no Campeonato Norte-Nordeste de Beach Tennis. Em 2025, o torneio será realizado no mês de maio na cidade de Recife (PE). 

“Começamos o ano de 2025 com força total. Nesta primeira etapa tivemos 520 inscrições e 400 atletas. O Duna Open vai valer 200 importantes pontos no ranking estadual. A pontuação empolga os competidores que vão dar o máximo para conquistarem o título da primeira etapa”, afirmou Menezes Júnior, presidente da FBTM. 

Programação

Ao todo, 400 atletas estão na disputa desta primeira competição oficial de 2025 do beach tennis no Maranhão. Os jogos tiveram início na quinta-feira (16) com os duelos das categorias por idade. Na sexta-feira (17), haverá os jogos das categorias mistas e, no sábado (18), será dia dos duelos das categorias de gênero. A programação oficial do Duna Open será encerrada somente no domingo (19). A partir das 8h, vão ocorrer as semifinais e finais das categorias de gênero (A, B, C e D). 

Outras etapas

De acordo com calendário divulgado pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM), além do Duna Open, serão promovidas pela entidade que representa oficialmente a modalidade no Estado, outras 7 etapas do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis. As cidades de São Luís, Imperatriz, Bacabal e Santo Amaro vão sediar torneios ao longo de 2025. 

Outras informações sobre Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis 2025 estão disponíveis no Instagram oficial da Federação de Beach Tennis do Maranhão (@maranhaobeachtennis).

RESULTADOS DO DUNA OPEN

Dupla Feminina 30+

  1. Alessandra Medeiros / Kayuri Costa
  2. Fernanda Heluy / Tayara Carvalho

Dupla Feminina 40+

  1. Fabiolla Correa / Ilana Simons
  2. Milena Barros / Nathalia Maluf 

Dupla Masculina 30+

  1. Artur Lobão / Victor
  2. Levi Figueiredo / Paulo Cardoso 

Dupla Masculina 40+

  1. Antônio Albuquerque / Clodomir Neto
  2. Edgar Filho / Patrick Araújo 

Dupla Masculina 50+

  1. Jailson Santos / Jurandir Paixão
  2. Henrique Filho / Marcelo Moreira 

PROGRAMAÇÃO DE JOGOS

Sexta-feira (17/1) / Arena Premium Olho d’Água

A partir das 16h – Categorias mistas 

Sábado (18/1) / Arena Premium Olho d’Água

A partir das 8h – Categorias de gênero 

Domingo (19/1) / Arena Premium Olho d’Água

A partir das 8h – Semifinais e finais das categorias de gênero (A, B, C e D) 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF) 24/01/2022 – Unidade de distribuição dos Correios em Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Já está disponível, no site do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), o resultado preliminar das provas objetivas do concurso público dos Correios, para 3.099 vagas ofertadas aos candidatos ao cargo de Agente de Correios – Carteiro (nível médio).

Cerca de 1 milhão de candidatos concorreram a 3.511 vagas para carteiro e outros cargos. O concurso para a empresa pública foi aplicado no dia 15 de dezembro de 2024, após 13 anos de suspensão.

Os cargos de nível médio para carteiro terão salário inicial de R$ 2,4 mil, além de vale-alimentação/refeição de cerca de R$ 1,4 mil.

O resultado preliminar das provas objetivas para as 412 vagas para cargos de nível superior (analista de correios, com salário inicial de R$ 6,87 mil) será publicado no dia 24 de janeiro. Neste caso, com os benefícios, a remuneração total fica em cerca de R$ 8,5 mil. As especialidades previstas no edital são para advogado, analista de sistemas, arquiteto, arquivista, assistente social e engenheiro.

Ao menos 30% das vagas são destinadas para pessoas negras (pretas e pardas) e indígenas, quantitativo superior ao estabelecido pela legislação (20%), e 10% para pessoas com deficiência.

(Fonte: Agência Brasil)

Teletrabalho, home office ou trabalho remoto.

As inscrições dos candidatos interessados em participar do processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), para o primeiro semestre de 2025, vão de 4 a 7 de fevereiro.

Nessa etapa, haverá 67 mil vagas disponíveis, sendo 50% reservadas para o Fies Social, que atende estudantes com renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa e inscritos no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).

Gratuitas e exclusivas pela internet, as inscrições devem ser realizadas por meio do Fies Seleção, no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC).

Para acessar o Fies, é necessário ter renda familiar mensal bruta por pessoa de até três salários mínimos e ter realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em qualquer uma de suas edições, a partir de 2010, com média de 450 pontos no resultado das provas e nota superior a zero na redação. Treineiros não podem participar do processo seletivo do Fies.

As notas do melhor desempenho em uma das edições do Enem servirão para classificar o candidato na seleção do Fies, por tipo de vaga, grupo de preferência e modalidade de concorrência. Candidatos que não concluíram o ensino superior são priorizados.

Para se candidatar às vagas do Fies Social, que garante a contratação do financiamento integral, com cobertura de 100% dos encargos educacionais, serão considerados os candidatos constantes na base de dados do CadÚnico de 11 de janeiro de 2025.

Resultado

No dia 18 de fevereiro, será divulgado o resultado da pré-seleção na chamada única, quando será necessária a complementação da inscrição, que poderá ser preenchida dos dias 19 a 21 de fevereiro. Somente depois de cumprir esses procedimentos é que a contratação do financiamento será formalizada.

Candidatos que não forem pré-selecionados entram automaticamente na lista de espera conforme a ordem de classificação. Haverá novas pré-seleções da lista de espera no período de 25 de fevereiro a 9 de abril.

Instituído pela Lei 10.260/2001, o Fies concede financiamento a estudantes de cursos de graduação em instituições de educação superior privadas com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e que tenham aderido à política pública.

Em 2025, o MEC informou que ofertará mais de 112 mil vagas ao longo do ano, sendo 67 mil no primeiro semestre e 45 mil no segundo.

(Fonte: Agência Brasil)

Há pessoas que nascem em Caxias. Há pessoas que Caxias nasce nelas.

O juiz de Direito (aposentado) e escritor Firmino Antônio Freitas Soares foi uma dessas raras pessoas permanentemente grávidas do sentimento de pertença à cidade caxiense, da qual fisicamente se despertenceu há exatamente seis anos.

Sim. Foi em Caxias (MA), na manhã de 17 de janeiro de 2019, cinco dias antes de Firmino completar 75 anos de idade. Naquela data, as informações davam conta de que o grande poeta e prosador, por volta das 6h, teria tido um infarto fulminante. Ele se encontrava em sua residência, na tradicional Rua Padre Gerosa, no centro de Caxias, próximo à Igreja de São Benedito, vizinha à praça que leva o nome de outra expressão literária caxiense – Vespasiano Ramos.

Firmino Freitas nasceu em Crateús (CE), em 22 de janeiro de 1944. Recém-nascido, mal contando dois dias que viera à luz, o futuro juiz de Direito, escritor de talento e dedicado numismata chegou a Caxias com os pais. Firmino saiu da “Princesa do Oeste” e do sertão cearense para entrar de corpo e alma na “Princesa do Leste – e do Sertão – Maranhense”.

Talvez impregnado pelo ambiente da Terra dos Poetas, o mais caxiense dos crateusenses tornou-se respeitado homem do Direito e escritor de fato. Poesia e Prosa foram campos em que esse lavrador de palavras semeou letras e colheu livros. Livros de – e à – mão cheia, como se relacionará mais abaixo.

Firmino Freitas era casado com Dª Maria das Graças (Gracinha), com quem teve os filhos Firmino Freitas Filho (advogado e um dos mais completos ornitologistas amadores, nascido em 3/2/1968), Rita (Ritinha) Freitas (enfermeira e servidora pública; 11/3/1971) e Louise Freitas (28/8), proprietária do Antiquário Louise Store, em Caxias. Deixou também netos.

Firmino foi membro da Academia Caxiense de Letras (ACL), da qual se tornou sócio honorário, após voluntariamente se desligar da entidade: ele alegou, entre outras coisas, que era para “dar lugar aos mais jovens”. Ocupava a Cadeira nº 2, que tem como patrono o inesquecível Monsenhor Clóvis Bevilacqua Vidigal, com quem em minha infância/adolescência desenvolvi projeto de um jornal cultural para Caxias. Firmino foi sucedido, na ACL, pelo professor, escritor, servidor público, gestor escolar e ativista cultural Carvalho Júnior (falecido em 30/3/2021).

Na Rua Benedito Leite (antiga Rua do Cisco e hoje Rua Fauze Simão), onde também morei, Firmino aprendeu os primeiros rudimentos das letras, ensinados por sua mãe e irmãs. Depois foi estudar no Grupo Escolar João Lisboa, na Rua Aarão Reis. Aí fez do 1º ao 5º ano do antigo Curso Primário. Foi nesse Grupo Escolar onde Firmino escreveu seus primeiros poemas.

Ainda em Caxias, no Colégio Diocesano São Luís de Gonzaga, no alto do histórico Morro do Alecrim, Firmino fez o à época famoso Exame de Admissão ao Ginásio e, sucessivamente, o Ginásio (que corresponde, atualmente, aos anos do 5º ao 9º do Ensino Fundamental). No Diocesano cursou ainda dois anos do Científico, correspondente, hoje, aos 1º e 2º anos do Ensino Médio. Inteligente e com espírito de liderança, foi eleito presidente do Grêmio Lítero e Recreativo São Luís de Gonzaga e, anos depois, presidente da União Caxiense dos Estudantes Secundários, que fica na Rua Dr. Berredo, próxima ao Palácio do Comércio e Excelsior Hotel, no centro caxiense.

A veia de homem das letras já se inflamava. Assim, com a participação dos colegas e amigos Enoque Torres da Rocha Filho e José Carlos Santos, fundou e dirigiu “O Lábaro”, primeiro jornal estudantil impresso de Caxias.

Além das palavras impressas, mais tarde foi profissional da voz, como locutor do serviço de alto-falante “Gigante do Ar”, de propriedade do Delamar Silva, e da Empresa Eletracústica de Propaganda “A Voz da Cidade”, de Osvaldo Marques, que era orador e poeta.

Ao mesmo tempo, Firmino Freitas fazia a revisão do jornal “Tribuna Caxiense”, cujo diretor era o Luís Coelho Sales, escritor (sobretudo cronista) e, se não me engano, trabalhava também nos Correios e Telégrafos.

Ainda na seara jornalística, Firmino Freitas foi colaborador da “Folha de Caxias”, dirigida pelo Vitor Gonçalves Neto, escritor e jornalista, autor de obras como “Conversa Tão Somente” e “Roteiro de Sete Cidades” e que, tempos depois, passaria a dirigir por décadas o jornal “O Pioneiro”, onde por anos também escrevi e, ainda adolescente, fui responsável por uma coluna de página inteira.

Firmino e eu tivemos outra atividade comum, exercida em mesmo local, mas em anos distintos e distantes no tempo: locutor da Rádio Mearim de Caxias. Em 1959 ele Firmino atendeu convite do amigo comum e também jornalista e político Luís Gonzaga Abreu Sobrinho, que foi o primeiro prefeito de Eugênio Barros (MA); de minha parte, eu atendi convite do Antônio Bezerra de Araújo, radiotécnico e diretor geral da Mearim na década de 1970.

Além de locutor da Mearim, Firmino Freitas, sete anos depois (1966), foi seu Diretor Artístico e Diretor Geral. Um ano depois (1967), ascendia rumo à capital maranhense, São Luís, onde se tornou locutor da Rádio Gurupi.

De volta para Caxias, Firmino fez o curso de Técnico em Contabilidade, na Escola Técnica de Comércio de Caxias. Na colação de grau (1971), foi orador da turma. Também nessa escola confirmou-se como líder estudantil, como presidente do Grêmio Lítero e Recreativo Vespasiano Ramos.

Adulto feito, Firmino tornou-se membro da sociedade internacional Lions Club e ingressou na Maçonaria, onde, em Teresina, Timon e São Luís, prestou relevantes serviços, inclusive fundação e direção de lojas maçônicas.

O curso superior (Bacharelado em Direito, pela Universidade Federal do Piauí) foi concluído em 1975; na formatura, e por concurso, foi eleito orador da turma. Era o poder da palavra e da liderança se reconfirmando.

Já nas lides profissionais, foi advogado registrado no Piauí e Maranhão, tendo defendido causas em diversas comarcas da Região Nordeste, no período de 1976 a 1981. Neste ano fez concurso para a Magistratura do Estado do Maranhão e desde 10 de dezembro de 1981, como juiz de Direito, levou e elevou a Justiça às comarcas de Paraibano, Parnarama, Chapadinha, Imperatriz, Caxias e São Luís.

Como advogado e juiz não descansou e, além das causas e processos, sempre buscou a atualização e aperfeiçoamento, tendo participado de diversos eventos jurídicos no Maranhão, Piauí, Pernambuco, Amazonas, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, além de curso de Especialização em Metodologia do Ensino do Terceiro Grau, que o habilitou a ser professor no Ensino Superior.

Seu talento e trabalho levaram-no a receber algumas distinções e honrarias, representadas por títulos, diplomas, placas e medalhas. Mas, fora das atividades laborais, gostava mesmo era de ler e de colecionar moedas e cédulas, “hobby” este que o levou à Sociedade Numismática Brasileira e à Associação Filatélica e Numismática de Brasília, das quais era sócio correspondente.

*

Encontrei-me poucas vezes com esse meu confrade de Academia e colega de escritas. Conversei com ele algumas vezes em remotas reuniões e solenidades da Entidade. Tempos atrás, tendo eu viajado mais uma vez a Caxias, telefonei para o Firmino, em busca de um exemplar de um dos seus livros, onde, em uma das crônicas, ele (re)lembra Dª Maria Poquinho, que morava no encontro da Rua da Galiana com a Rua da Palmeirinha, logradouros onde também morei. Maria Poquinho e suas filhas Santa, Mariman e a mais nova, Fátima, eram amigas de minha família e tinham o carinho de minha mãe, Dª Carlinda – que, alma boa que era, dispensava cuidados especiais ao filho mais velho de Maria Poquinho, o Antônio, portador de hanseníase.

Depois de dizer ao Firmino o quanto de memória me despertou em mim a crônica dele, sobre a Maria Poquinho, pude ouvir sua voz lamentando verdadeiramente o não ter um exemplar para repassar para mim, sabedor ele do zelo, do interesse que (man)tenho pelas coisas e causas caxienses.

Logo que soube, manhã cedinho de 17/1/2019, do passamento do talentoso Firmino Freitas, telefonei para outros amigos e caxienses, entre os quais Francisca Girlene Dias, Carvalho Junior, Eziquio Barros, Wybson Carvalho, Jacqueline Moreira, Arthur Almada Lima Filho (falecido em 27 de outubro de 2021), Magda da Cunha e meu tio, Raimundo João Gama Soares, o João Gama ou J. Gama, que também conhecia Firmino Freitas.

No velório, que se realizou na residência da família, a memória e o talento de Firmino Freitas foram reverenciados por familiares, amigos, colegas e membros de entidades históricas culturais de Caxias (Academia Caxiense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico de Caxias e Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão), entre os quais os professores Antônia Miramar, Valquíria Fernandes (falecida em 8/6/2019), Carvalho Junior e o desembargador Arthur Almada Lima Filho, que só tratava Firmino, cortês e fraternalmente, por “Sereníssimo”. Foi Arthur Almada quem aconselhou e orientou o à época advogado Firmino Freitas para a carreira da Magistratura, em que se aposentou.

Firmino Freitas estreou em livro em meados da década de 1980, com a obra de prosa poética “Conversando com Deus” (1985). A esse diálogo com Deus, sucederam-se outras “conversas” literárias enfeixadas em outros 12 livros: “Versos de Cantaria” (poesias, 1986); “Do Verbo ao Verso” (poesias, 1990); “Cantares de Amor e Outros Cantos” (poesia, 1990); “Memorial dos Insensatos” (prosa, 2002); “Festejos de São Benedito” (prosa, 2003); “A Mudez do Grito” (poesia, 2003); “Sermão aos Surdos” (prosa, 2003); “Causos de Caxias” (prosa, 2004, com Rodrigo Otávio Baima Pereira); “Oitavas do Eu Menino” (prosa, 2004); “Mensagem aos Cegos” (poesia, 2005); “Maria sem Vez” (prosa, 2011); “Largo do Rosário” (prosa, 2011).

Diversos desses títulos, já de cara, revelam, a nós caxienses, o quanto da terra, do ar, da água, enfim, do (meio) ambiente e do povo caxienses impregnava-se fundamente na alma de Firmino Freitas e o quanto tudo isso se desvelava, se revelava e se elevava ao correr da pena segura dele escritor.

Com certeza mais e mais textos foram elaborados por Firmino e esses escritos devem por enquanto estar recolhidos e em paz em folhas e maços guardados em alguma gaveta de mesa, ou sob pesos de papel ou, como pedaços de espíritos, jazem – virtual e virtuosamente – em forma de pulsos de luz, de brilhos de energia, de “bits” e “bytes” na memória de um computador e nos espaços não computáveis no vasto mundo da Internet. Sim, Firmino Freitas tem obras inéditas e dois de seus filhos já me contataram para tratar de futura edição dessas obras.

*

Muito de Firmino Freitas está em muitos de nós – até um dia todos nós estarmos juntos dele...

O corpo de Firmino Freitas foi sepultado do Cemitério Nossa Senhora dos Remédios, onde outros seus familiares já dormem a Eternidade.

“Sit tibi terra levis”.

Que a terra, Firmino, te seja como a tua consciência:

Leve.

* EDMILSON SANCHES

Foto:

O escritor e juiz de Direito Firmino Freitas.

Brasília (DF) 17/01/2025 - José Bezerra da Silva foi um cantor, compositor, violonista, percussionista e intérprete brasileiro dos gêneros musical coco e samba, em especial de partido-alto
Foto: Gravadora RCA

Neste sábado (18), a partir das 13 horas, haverá uma grande festa em Mesquita (RJ). Caravanas de São Paulo, Minas Gerais e do Espírito Santo são esperadas na cidade da Baixada Fluminense. Toda essa gente, com locais e moradores de outras partes do Rio de Janeiro, vai se encontrar no Espaço JS1 para uma feijoada regada a muito samba em homenagem ao cantor, compositor e músico multi-instrumentista Bezerra da Silva, morto há exatos 20 anos.

O encontro iniciado na tarde de sábado deverá terminar no domingo com churrasco. “Serão praticamente dois dias de festa, entendeu? A gente canta samba à vontade, inédito e gravado, e faz aquela reverência ao nosso mestre”. As expectativas de duração da festa e também do público presente são de Roxinho, autor de Transação de Malandro e A Semente – um dos grandes clássicos do sambista –, entre outros sambas gravados por Bezerra.

Feijoada e churrasco marcam também os 12 anos de funcionamento do Q.G. dos Compositores e Amigos do Bezerra da Silva, que também funciona em Mesquita. O convite está nas redes sociais, o evento é para todos, mas não deve aparecer nenhum “cagoete”, “bicho”, “mané” ou “otário”. Esses tipos da linguagem informal, muito peculiar em parte do Rio de Janeiro, são detestados pelo sistema planetário de sambistas que ainda orbita Bezerra.

“Bizerrês”

Brasília (DF) 17/01/2025 - No dia 23 de fevereiro de 1927 nascia no Recife, em Permanbuco, José Bezerra da Silva, cantor e compositor considerado o embaixador dos morros e favelas.
Foto: Gravadora RCA

 “De cagoete, ninguém gosta. É uma praga, coisa ruim. Não vê na polícia? Tem sempre um safado lá pra dedurar, pra dizer qual é paradinha do irmão”, explica o compositor Tião Miranda, autor de Língua de Tamanduá, samba cantado por Bezerra da Silva no disco Alô Malandragem, Maloca o Flagrante, de 1986. A canção é especialmente dedicada aos delatores ou “traíras”, “dedos de seta”, “dedos de radar”, “línguas nervosas”, conforme o léxico de Bezerra da Silva.

“Bicho”, no mesmo dicionário, é vagabundo e até bandido. “É quem não quer nada, não quer trabalhar, não faz nada. É quem dá tiro na polícia, mata os outros quando vai assaltar”, traduz Tião Miranda. “Malandro demais vira bicho”, alertava Bezerra no samba Os Federais Estão Te Filmando, assinado por Silva Jr. e gravado em 1993.

“Mané” e “otário” são sinônimos e, no "bizerrês", querem dizer algo mais do que tolo ou ingênuo. “O otário é aquele cara que te dá um bote. Pede dinheiro emprestado a você, e não te paga. Tudo que ele faz está errado”, descreve o compositor Enedir Vieira Dantas, mais conhecido como Pinga entre as rodas de samba da Baixada Fluminense e autor de músicas como Quem Usa Antena é Televisão, feita em parceria com Celsinho da Barra Funda e gravada por Bezerra da Silva em 1986.

Para entender mesmo o que é otário ou mané é preciso consultar a versão de antônimos do Dicionário de Bizerrês. As duas palavras são usadas em diferentes músicas como o contrário de malandro. Afinal “malandro é malandro e mané é mané”, como há anos explica a letra de Neguinho da Beija-Flor, registrada na voz de Bezerra da Silva em disco de 2000.

Brasília (DF) 17/01/2025 - Reprodução da capa e contracapa do LP “Eu não sou santo”, gravado por Bezerra da Silva em 1990.
Foto: Gravadora RCA

O malandro do Bezerra

O malandro é o principal personagem de Bezerra da Silva. Era o embaixador das favelas, o cronista da vida das pessoas que moram nas periferias e nas comunidades mais pobres. A história de Bezerra da Silva o habilita para essas atribuições. Ele viveu os problemas que retratou em canções próprias ou do grupo de amigos compositores como Roxinho, Tião e Pinga.

Batizado no Recife como José Bezerra da Silva, foi abandonado pelo pai antes de nascer em fevereiro de 1927. Como ainda acontece com alguns brasileiros, só obteve registro civil tardiamente, aos 15 anos, quando foi trabalhar na Marinha Mercante – de onde foi expulso ao denunciar tentativa de assédio sexual de um oficial.

Ainda adolescente, imigra clandestinamente para o Rio de Janeiro para localizar o pai. Encontra, mas o convívio na casa do genitor durou menos de uma semana. Sozinho no Rio, vai trabalhar na construção civil. Sem dinheiro para alugar uma casa, dorme nas obras onde trabalhava. Adulto jovem, se casa pela primeira vez e vai morar no Morro do Cantagalo. Terminado o relacionamento, Bezerra da Silva vira morador de rua por mais de seis anos em Copacabana.

“Eu me identifiquei muito com a realidade do Bezerra, porque eu tenho uma origem humilde, sou filho de uma empregada doméstica. Meu pai é um vendedor da [Rua] 25 de março [em São Paulo]. E eu nasci, cresci e ainda resido aqui em Carapicuíba [cidade periférica na Região Metropolitana de São Paulo]”, conta o historiador Eder Sedano, autor do livro Bezerra da Silva: Música, malandragem e resistência nos morros e subúrbios cariocas. Apesar de ter o livro publicado e o doutorado concluído, ele procura emprego há mais de um ano para complementar a renda.

Detido para averiguações

As dificuldades de Bezerra começam a ser superadas quando ele passa a se dedicar mais à música, conforme aconselhamento recebido de uma entidade em um terreiro de umbanda, e volta ao trabalho na construção civil. Desde criança, ele tinha interesse pela música, mas a família o proibia de aprender e tocar. Tornando-se músico profissional, Bezerra da Silva faz percussão nos conjuntos que acompanharam Clementina de Jesus, Marlene, Elizeth Cardoso e Roberto Ribeiro. É convidado para tocar na orquestra de shows do Canecão e mais tarde na orquestra da Rede Globo. Fica na emissora por oito anos e lá tem pela primeira vez a carteira de trabalho assinada, documento que lhe fez falta nas 21 vezes que foi detido pela polícia para averiguações.

Brasília (DF) 17/01/2025 - No dia 23 de fevereiro de 1927 nascia no Recife, em Permanbuco, José Bezerra da Silva, cantor e compositor considerado o embaixador dos morros e favelas.
Foto: Gravadora RCA

“Eu acho que a grande lição de Bezerra da Silva é como o Estado lida com os pobres, efetivamente. E a criminalização é um dos instrumentos disponíveis para isso”, aponta o advogado e mestre em linguística Yuri Brito Santos, morador de Salvador. Para ele, Bezerra mostraria que esse segmento marginalizado da sociedade é considerado suspeito até que se prove o contrário. “A premissa do princípio da inocência, do Estado Democrático de Direito... isso não se aplica às comunidades carentes cuja voz ele ecoa através da música”.

Na opinião de Santos, que escreveu o livro Bezerra da Silva: A Criminologia na Voz do Morro, o sambista cantava um Brasil mais cru, menos atrelado à visão folclórica de um país amistoso. “O que a gente encontra é um Brasil hostil, em vários sentidos, e para as mais variadas pessoas. E aí Bezerra canta também essa realidade. Ele brinca, tem o lado cômico, que também é muito próprio de nossa cultura”.

Partido alto

Bezerra da Silva entra no estúdio pela primeira vez no início dos anos 1970, gravando coco, gênero musical tradicional do Norte e Nordeste do Brasil. Algumas dessas músicas são gravadas por Jackson do Pandeiro. Mas o sucesso e o reconhecimento do público só chega no final daquela década, quando se torna cantor e compositor de Partido Alto.

“Bezerra da Silva acabou criando, com o Dicró, uma linguagem irônica, bem-humorada e que falava muito desse dia a dia das comunidades e das pessoas mais simples. Era um samba muito swingado também, muito bem feito”, atesta o cantor e compositor Roberto Frejat. Em meados dos anos 1990, quando ainda fazia parte da banda Barão Vermelho, regravou um sucesso de Bezerra: Malandragem, Dá Um Tempo, composta por Adelzonilton Barbosa da Silva, também de Mesquita e já falecido.

“Foi uma gravação muito feliz, no final das contas. Ela fez bastante sucesso, tocou bastante no rádio e foi uma coisa que ajudou muito a carreira do Bezerra, [digo] sem pretensão alguma. Ele, algumas vezes, me agradeceu por isso, porque essa música o trouxe de volta para a cena, todos nós ficamos muito felizes por isso. E, a partir dali, a gente desenvolveu uma relação de amizade muito bacana”, recorda-se Frejat em entrevista à Agência Brasil.

Além de tocar percussão, Bezerra da Silva estudou violão clássico por oito anos, sabia tocar piano e, quando ficou doente com problemas respiratórios, aprendeu a tocar sax para exercitar os pulmões.

O cantor, compositor e músico multi-instrumentista faleceu em 17 de janeiro de 2005, aos 77 anos, após complicações nos pulmões. Seu último trabalho, Caminho da Luz, no estilo gospel, foi lançado postumamente.

O mesmo Bezerra, que já havia tecido críticas a pastores evangélicos em O Bom Pastor, de 1989, e O Pastor Trambiqueiro, de 1991, tornou-se evangélico neopentecostal no fim da vida. Talvez essa reviravolta merecesse um último samba, mas Bezerra não estaria mais aqui para cantá-lo. Coube a Tião Miranda, então, uma interpretação do que pode ter sido a malandragem final do parceiro. “Bezerra morreu em Cristo, graças a Deus. Nessa aí o diabo levou uma rasteira legal”.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília - 10/07/2023 - Página do Sisu 2023 na internet. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Começam, nesta sexta-feira (17), as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O prazo continua até 21 de janeiro. De acordo com o cronograma oficial, o resultado da chamada regular está previsto para 26 de janeiro, enquanto o período de matrículas ocorre de 27 a 31 de janeiro. Já o prazo para participar da lista de espera vai de 26 a 31 de janeiro.

Gerido pelo Ministério da Educação (MEC), o sistema executa a seleção dos estudantes com base na média da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) até o limite da oferta de vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior, por curso e modalidade de concorrência, de acordo com a escolha dos candidatos inscritos e perfil socioeconômico.

A inscrição é gratuita e feita, exclusivamente, pela internet. O acesso ao sistema de inscrição é realizado com as informações de login e senha para acesso aos serviços digitais do governo federal, mediante uma conta no Gov.br. Quando o candidato realiza o login, o sistema recupera, automaticamente, as notas obtidas na edição do Enem válida para o processo seletivo.

No ato da inscrição, o candidato preenche um questionário socioeconômico do perfil para Lei de Cotas e escolhe até duas opções de curso dentre as ofertadas em cada processo seletivo do Sisu. É possível alterar as opções de curso durante todo o período de inscrições. A inscrição válida será a última registrada no sistema.

Quem não for selecionado em nenhuma das duas opções de curso indicadas no ato de inscrição ainda pode disputar uma das vagas por meio da lista de espera do Sisu. 

Todos os estudantes que participaram do Enem 2024, obtiveram nota na prova de redação maior do que zero e não declararam estar na condição de treineiro podem participar do Sisu.

(Fonte: Agência Brasil)

O Conselho Regional de Educação Física do Maranhão (Cref21/MA) ajuizou Ação Civil Pública (ACP) para que a Justiça determine a retificação no edital do Concurso para Professores de São Luís, promovido pela Prefeitura de São Luís. O Cref21/MA constatou irregularidades quanto à exigência do registro profissional aos candidatos às vagas ao cargo de professor de Educação Física. 

Lançado pela Prefeitura de São Luís em 26 de dezembro de 2024, o Edital nº 002/2024 do Concurso para Professores de São Luís, chegou a ser impugnado pelo Cref21/MA ainda no fim do ano passado por não cumprir a Lei nº 9.696/98, que obriga a exigência do registro no Cref para o exercício profissional. 

“No dia 30 de dezembro de 2024, entramos com um pedido administrativo de impugnação, mas a prefeitura negou o nosso pedido. Então o Cref21/MA precisou entrar com um processo, uma Ação Civil Pública, exigindo a obrigatoriedade do registro aos profissionais que irão realizar o concurso. Nosso único objetivo é fazer com que a lei seja cumprida. Essa Ação Civil Pública visa proteger a sociedade dos leigos e garantir o espaço de trabalho para os profissionais registrados e capacitados”, explicou Diogo Oliveira, diretor-executivo do Cref21/MA. 

Vale destacar que os artigos 1º e 3º da Lei nº 9.696/98 obrigam o registro do profissional de Educação Física e descrevem atividades relacionadas ao trabalho de professor. 

Edital retificado

Na última quarta-feira (15), a Prefeitura de Codó retificou o edital do Processo Seletivo Simplificado do Magistério Municipal após impugnação do Cref21/MA. Inicialmente, o seletivo não respeitava a lei de obrigatoriedade do registro no ato da inscrição do concurso. 

“A retificação imediata realizada pela Prefeitura de Codó é fruto do trabalho constante do Conselho Regional de Educação Física do Maranhão. O Cref21/MA segue atento a todos os seletivos e concursos para que a lei seja cumprida e para proteção dos profissionais e da sociedade”, concluiu Diogo Oliveira. 

Vale destacar que é obrigatório o registro e regularidade no Cref para ministrar aulas de Educação Física no ensino infantil, fundamental, médio e superior. Quem não se registrar no Cref, além de ser exonerado de suas funções, responderá criminalmente por exercício ilegal da profissão e crime contra as relações de consumo (art. 7º, VII, da Lei nº 8137/90), cumulado com multa de 1 (uma) a 5 (cinco) anuidades do Sistema Confef/Crefs (Art. 5º-G. VI e Art. 5º-H. § 2º da Lei 9.696/98). 

Independentemente da área em que o profissional de Educação Física atua, ele sempre está diretamente relacionado com a promoção da saúde e aumento da qualidade de vida da população. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília - 10/07/2023 - Página do Sisu 2023 na internet. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A consulta de vagas para o processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025 já está aberta. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), serão ofertadas 261.779 vagas para 6.851 cursos de graduação em 124 instituições públicas de ensino superior de todas as regiões do país.

“Até a abertura das inscrições, no próximo dia 17, esses dados podem apresentar flutuações em decorrência de ajustes no sistema”, destacou a pasta, por meio de nota. O período de inscrição para o Sisu continua até 21 de janeiro.

Interessados podem conferir as vagas ofertadas e quais são os cursos oferecidos por meio do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. Basta clicar em “Consultar ofertas de vagas” e usar a ferramenta de pesquisa para explorar as opções de cursos por nome, instituição e localização.

Os Estados com mais vagas ofertadas no Sisu são Minas Gerais (34.049), Rio de Janeiro (28.424), Bahia (22.889) e Paraíba (21.268). As universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e Fluminense (UFF) são as que oferecem mais vagas: 9.050 e 8.683, respectivamente.

Entre os institutos federais, o do Ceará (IFCE) é o que tem mais vagas (6.022), seguido pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP), com 5.675 vagas, e pelo Instituto Federal da Paraíba, com 2.850 vagas.

Licenciatura

Segundo o comunicado, a edição 2025 do Sisu já oferece vagas do Pé-de-Meia Licenciaturas, que integra o programa Mais Professores para o Brasil, lançado esta semana. Ao todo, mais de 68 mil vagas de licenciatura foram disponibilizadas.

Grau tecnológico

Ainda de acordo com o MCE, o Sisu 2025 terá ainda 14.521 vagas de grau tecnológico em cursos como: energias renováveis; gestão de dados, tecnologia da informação; ciência dos dados; análise e desenvolvimento de sistemas; redes de computadores; telemática; sistemas para internet; e sistemas de telecomunicações.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 24/01/2022 – Unidade de distribuição dos Correios em Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Os resultados do concurso dos Correios serão divulgados nesta sexta-feira (17). Pouco mais de 1 milhão de candidatos – 59,85% do total de inscritos – compareceram para fazer as provas, aplicadas no dia 15 de dezembro, em todos os Estados e no Distrito Federal.

Com editais abertos em outubro, os Correios ofereceram 3.511 vagas, sendo 3.099 para nível médio, para o cargo de carteiro, e 412 para nível superior, com reserva de 30% para pessoas negras (pretas e pardas) e indígenas, quantitativo superior ao estabelecido pela legislação (20%), além de reserva de 10% para pessoas com deficiência.

As especialidades de nível superior são: advogado, analista de sistemas, arquiteto, arquivista, assistente social e engenheiro. O salário inicial é de R$ 6.872,48, mas, para engenheiros e arquitetos, as remunerações serão ajustadas para atender ao piso legal das categorias, atualmente em R$ 10.302.

Já o salário inicial dos aprovados para as vagas de carteiro será de R$ 2.429,26. Mais informações podem ser encontradas no site do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), organizador do concurso.

(Fonte: Agência Brasil)