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O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, exaltou, nessa quarta-feira (6), o papel do cinema no desenvolvimento do país. “O cinema tem papel fundamental no que podemos falar de humanização e de um projeto de país. Temos que ver a arte como forma de ensinar e de tornar o país mais democrático”.

O ministro participou do lançamento da 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, no Cine Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Silvio Almeida também exaltou a importância da arte como ferramenta essencial para a construção do imaginário de um país, “que é também memória e justiça. É em momentos mais caóticos, mais difíceis, que a gente pode apostar no valor da arte”.

Referindo-se aos 11 meses de gestão, o ministro assegurou que ainda vai “fazer muita coisa”. “E precisamos fazer. Neste momento, tem gente morrendo pela violência, sendo humilhado, doente porque não tem água e saneamento, sofrendo na fila do hospital. Tem gente sendo acossada pelo crime organizado. É por todos que temos que seguir em frente”, manifestou.

O MDHC trabalha em quatro eixos: educação, comunicação, proteção e promoção da vida, “e com cidadania. Por isso, essa mostra é importante, divulgando direitos e dando voz a quem precisa ser ouvido” disse o ministro.

Mostra

O cineasta Silvio Tendler é o homenageado desta edição da Mostra, realizada pelos ministérios da Cultura e dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), com produção do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF.

A 13ª Mostra inclui exibição de filmes e oficinas de cinema e educação. As atividades terão início neste mês de dezembro, para a formação de multiplicadores, alcançando mais de 700 professores, que utilizarão filmes como ferramentas de ensino.

A agenda vai até março de 2024, quando ocorrerão exibições gratuitas nas 26 capitais e no Distrito Federal. A mostra ocorre depois de três anos sem ser realizada e constitui um marco da atual gestão do MDHC. Para a assessora especial em Educação e Cultura em Direitos Humanos no MDHC, Letícia Cesarino, o evento simboliza a “retomada das políticas e participação social em direitos humanos, em um horizonte de reconstrução e esperança renovada para o país”.

Os filmes selecionados enfocam grupos em situação de vulnerabilidade e os seus direitos. O objetivo é promover, por meio do cinema, debates sobre temas como prevenção e combate à tortura e ao genocídio, democracia e enfrentamento ao extremismo, direito à participação política, segurança, diversidade religiosa, memória, verdade, saúde mental, cultura e educação.

Serão abordados, também, a promoção e defesa dos direitos de mulheres, idosos, crianças e jovens, pessoas com deficiência, população em situação de rua, povos indígenas, LGBTQIA+ e o combate à homofobia, ao racismo e a outras formas de discurso de ódio, além da proteção aos defensores dos direitos humanos.

Além das capitais, a ação chegará ao interior, em uma segunda etapa. Nessa primeira fase, haverá atividade para educadores em Palmas (TO), Niterói (RJ), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO) e São Cristóvão (SE). As oficinas nessas cidades ocorrerão no próximo dia 12. As inscrições já estão abertas para qualquer pessoa interessada nas relações que podem ser construídas entre cinema, educação e direitos humanos.

(Fonte: Agência Brasil)

O Sampaio Corrêa está pronto para a disputa das quartas de final da Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023, que ocorre em Luque, no Paraguai. Após garantir a liderança do Grupo C da competição continental com 100% de aproveitamento em três partidas, a Bolívia Querida encara, na noite desta quinta-feira (7), o Presidente Hayes, do Paraguai, adversário que o derrotou na final da edição de 2022. A partida entre o Sampaio e o time paraguaio será realizada na Arena Pynandi, a partir das 19h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV 2 e do Canal GOAT, no YouTube.

Único representante brasileiro na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023, o Sampaio Corrêa, que conta com o apoio do governo do Maranhão por meio da Secretaria de Esporte e Lazer (Sedel) e do Grupo Mateus, chega ao mata-mata da competição continental com a confiança elevada por três vitórias consecutivas, em que marcou 18 gols e sofreu apenas oito. Para continuar na briga pela inédita Glória Eterna, o Sampaio aposta no entrosamento da equipe, comandada por Carlos Jacques, e no faro de gol do pivô Edson Hulk, que é um dos artilheiros da Conmebol Libertadores com seis gols.

“Graças a Deus, conseguimos o nosso primeiro objetivo, que era se classificar bem. Agora, é pegar o time da casa, que é um time muito forte, com muitos estrangeiros, mas eu acho que a nossa equipe está muito bem preparada e vai lutar para conquistar mais uma vitória, representando o nosso Maranhão”, afirma Edinho, um dos destaques do Sampaio Corrêa na Conmebol Libertadores.

Atual campeão da Conmebol Libertadores de Beach-Soccer, após vencer uma decisão emocionante e histórica diante do Sampaio Corrêa, o Presidente Hayes reencontra o time maranhense depois de ficar na segunda colocação do Grupo A na primeira fase da competição continental, com duas vitórias e uma derrota em três jogos. Focado em conquistar o bicampeonato continental jogando em casa, o time paraguaio aposta no talento do russo Zemskov Fedor, autor de seis gols, para avançar às semifinais.

Resultados dos jogos do Sampaio na Conmebol Libertadores 2023

Sampaio 6 x 2 San Antonio (PAR)

Sportivo Cerrito (URU) 2 x 7 Sampaio

Sampaio 5 x 4 Acassuso (ARG) 

Forma de disputa

As 12 equipes participantes na Conmebol Libertadores de Beach Soccer 2023 foram distribuídas em três grupos. Na primeira fase, jogam entre si, dentro de suas respectivas chaves. Os dois primeiros colocados de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados, avançam para as quartas de final.

Quartas de final da Conmebol Libertadores 2023

Quinta-feira (07/12)

15h30 - Unión Lurín-PER x Guaicamacuto-VEN

17h15 - Libertad-PAR x Camba Pizzero-CHI

19h - Sampaio Corrêa-BRA x Presidente Hayes-PAR

20h45 - Antioquia-COL x San Antonio-PAR

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Entre 2019 e 2022, o Brasil não avançou na meta de universalização da educação infantil. A frequência escolar das crianças com 4 e 5 anos de idade – início da obrigatoriedade da educação básica – recuou 1,2 ponto percentual no período, passando de 92,7% para 91,5%.

É o que aponta a Síntese de Indicadores Sociais 2023: uma análise das condições de vida da população brasileira, divulgada, hoje (6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O acesso à creche das crianças de 0 a 3 anos manteve-se estável, estatisticamente, de 2019 a 2022 (de 35,5% para 36%), interrompendo a expansão na cobertura de oferta de ensino, para essa faixa etária, verificada no período anterior a 2019.

“Esses resultados indicam que a pandemia do novo coronavírus causou um retrocesso na garantia de acesso à escola, que não havia sido revertido em 2022, mais de dois anos depois dos primeiros casos de covid-19 no Brasil”, diz o IBGE.

Como consequência, o país não avançou no cumprimento da Meta 1 do Plano Nacional de Educação (PNE), no período de 2019 a 2022, que estabelece como objetivo, a ser alcançado até 2024, a universalização da educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e o atendimento de, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos.

As regiões Norte e Nordeste concentraram as retrações na frequência escolar das crianças de 4 a 5 anos de idade, passando de 86,1% para 82,8% e de 95,6% para 93,6%, respectivamente, de 2019 a 2022. As demais grandes regiões não experimentam variação significativa em seus percentuais.

Os principais motivos apresentados para não frequentar instituição de ensino no grupo das crianças de 4 a 5 anos de idade mudaram de composição entre 2019 e 2022. Houve redução no percentual que não frequentava escola por opção dos pais ou responsáveis, motivo mais frequente, que passou a representar 39,8% dos casos, em 2022, comparado a 48,5%, em 2019.

Essa queda levou ao aumento percentual dos demais motivos, incluindo o índice daqueles que não frequentavam escola por falhas na oferta de educação básica obrigatória, tais como: falta de vagas; falta de escolas; distância excessiva ou insegurança da escola; e condições financeiras insuficientes dos pais ou responsáveis para manter a criança na escola, como falta de dinheiro para pagar mensalidade, transporte, material escolar etc. Somados, esses motivos passaram de 44,4% (19,5% por falta de vaga somado a 24,9% dos demais), em 2019, para 47,5% (20,8% por falta de vaga somado a 26,7% dos demais), em 2022.

O principal motivo, com maior aumento em sua proporção entre 2019 e 2022, foi a categoria outro motivo, que dobrou de 4,2% para 8,8%, em 2022, provavelmente fruto de razões relacionadas à pandemia de covid-19.

A frequência escolar na etapa adequada das crianças de 6 anos, que deveriam ter ingressado no ensino fundamental, caiu de 81,8% em 2019 para 69% em 2022.

O percentual de crianças consideradas alfabetizadas no 2º ano do ensino fundamental recuou dos 60,3% em 2019 para 43,6% em 2021.

A proporção de brasileiros com 25 a 64 anos de idade que não concluíram a educação básica obrigatória (41,5%), isto é, o ensino médio, é mais que o dobro da média de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 20,1%.

Em 2022, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais era de 5,6%, representando uma queda de 0,5 ponto percentual em relação ao dado verificado em 2019 (6,1%). Essa redução gradual é esperada, uma vez que os analfabetos se concentram nas faixas etárias mais velhas, e a taxa de analfabetismo entre os mais jovens (de 15 a 19 anos) já se encontrava abaixo de 1%, em 2016.

(Fonte: Agência Brasil)

Apesar de ruim, o desempenho do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022 foi melhor do que o esperado, segundo especialistas entrevistados pela Agência Brasil. Os resultados da avaliação reforçam ainda o grande gargalo na aprendizagem, principalmente de matemática, no país.

Divulgados, nessa terça-feira (5), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os resultados do Pisa mostraram queda sem precedentes do desempenho dos estudantes em matemática e em leitura em 2022, na comparação com a última avaliação, em 2018. De acordo com o levantamento, a pandemia de covid-19 causou impacto na educação dos jovens nesse período – com fechamento de escolas e adoção de aulas on-line –, porém não pode ser apontada como única causa para o desempenho inferior dos alunos.

No Brasil, mesmo sendo um dos países onde as escolas ficaram fechadas por mais tempo durante a pandemia, a pontuação em matemática, leitura e ciências manteve-se estável entre 2018 e 2022. No entanto, menos de 50% dos alunos conseguiram nível mínimo de aprendizado em matemática e ciências.

Aplicado a cada três anos, o Pisa avalia os conhecimentos dos estudantes de 15 anos de idade em matemática, ciências e leitura. No total, 690 mil estudantes de 81 países fizeram os testes. No Brasil, 10.798 alunos de 599 escolas passaram pela avaliação. Na edição de 2022, o foco foi em matemática.

Segundo o diretor fundador do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Ernesto Faria, apesar de ruins, os resultados brasileiros foram melhores do que o esperado. “O Brasil poderia ter perdido [níveis de aprendizagem], poderia ter caído de forma relevante em matemática, em ciências, e não caiu. Isso é positivo. Acho em esforços que ali funcionaram”, diz. De acordo com Faria, o país conseguiu garantir que os alunos desenvolvessem certas habilidades. “Habilidades que são muito básicas, longe de a gente ficar feliz com isso, mas isso é importante”.

Faria explica que os resultados do Pisa ainda precisarão ser cuidadosamente analisados. Para ele, um dos motivos de o Brasil ter se mantido estável na aprendizagem em níveis baixos, enquanto, em média, os demais países da OCDE, que estavam em níveis mais elevados de aprendizagem, terem caído é o fato de os conteúdos mais básicos serem aprendidos em séries mais iniciais do ensino fundamental. Os alunos que fizeram o Pisa em 2022 já tinham tido acesso a esse conteúdo antes da pandemia, que começou em 2020. Dessa forma, a pandemia não teria impactado tanto a aprendizagem, pois o conteúdo já estava consolidado.

Já os países que estavam nos níveis mais altos de aprendizagem demandariam também que os alunos tivessem aprendido conteúdos mais avançados para se manter no patamar. Esses conteúdos são ensinados nos anos equivalentes aos términos do ensino fundamental e início do ensino médio, que foram cursados pelos estudantes que fizeram o Pisa no período da pandemia.

O diretor do Iede não descarta, no entanto, que políticas brasileiras de volta às aulas e de retomada de aprendizagem tenham impactado nos resultados e feito com que o país se mantivesse no patamar anterior, ainda que baixo, da avaliação internacional.

Faria ressalta também que o Pisa de 2022, especialmente no Brasil, foi mais inclusivo. Por causa de uma recomendação do Conselho Nacional de Educação (CNE) durante a pandemia, os alunos acabaram sendo aprovados nos anos que estavam cursando, mesmo que, muitas vezes, sequer terem tido aula. “Mais alunos vulneráveis no Brasil fizeram o Pisa em 2022. Antes, alguns deles foram reprovados [e com isso não chegaram à série mínima para fazer o Pisa]. Então, mesmo com perfil um pouco mais vulnerável, o Brasil não cair, também é uma notícia positiva. De novo, não se pode comemorar um patamar extremamente baixo, mas o Brasil, diante de alguns contextos desfavoráveis, manteve o patamar e eu acho que indica algumas coisas boas”.

Em 2022, o Brasil alcançou 379 pontos em matemática, 410 em leitura e 403 em ciências. Já em 2018, ano anterior avaliado, o desempenho foi 384 pontos em matemática, 413 em leitura e 404 em ciências.

Matemática

A ênfase do Pisa 2022 foi em matemática e, mais uma vez, a área de conhecimento mostrou-se como o maior gargalo brasileiro. “O Pisa traz dados bastante preocupantes que apontam mais uma vez para a urgência, a eterna urgência de melhorar o quadro de matemática”, diz o diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Marcelo Viana.

De acordo com o relatório, 27% dos alunos brasileiros alcançaram o nível 2 de proficiência em matemática, considerado o patamar mínimo de aprendizado, enquanto a média dos países da OCDE na disciplina é 69%.  Apenas 1% dos estudantes no país conseguiram os níveis 5 ou 6, considerados os mais altos, quando os alunos resolvem problemas complexos, comparam e avaliam estratégias. A média da OCDE é 9%. 

Quanto às notas, Viana destaca que o Brasil está cerca de três anos atrasado em matemática em relação à média dos países da OCDE. “O nível 2 do Pisa é considerado o nível adequado, necessário para o exercício da cidadania, que caracteriza que a pessoa tem capacidade de usar conceitos de matemática no dia a dia”, explica. No caso do Brasil, 27% atingiram esse patamar. "Cerca de três quartos dos estudantes não alcançaram sequer o nível adequado", diz. 

Para Viana, uma das grandes fragilidades brasileiras no ensino de matemática é falta de valorização dos professores. “O grande calcanhar de Aquiles é a formação e a valorização do professor”, diz. Ele define o conhecimento de matemática como encadeado e abstrato, ou seja, para aprender um conteúdo novo, o estudante precisa estar seguro no conteúdo anterior. Se perder muitas aulas, vai se perder também no conteúdo. Além disso, é muitas vezes um conteúdo desafiador para se trazer para uma realidade concreta, o que exige constante formação e aprimoramento dos professores, o que nem sempre ocorre.

Outro desafio é a crença de que matemática é algo difícil. “Matemática não é para gênios”, enfatiza. “Nos dias de hoje, no século XXI, não basta existir, é indispensável estar bem alfabetizado e ter um certo conforto e certo domínio de conceitos matemáticos básicos”, afirma Viana.

Investimento em educação

Para o professor e pesquisador na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Daniel Cara, o cenário pode ser mudado se houver interesse político e investimento adequado em educação. “Um aspecto interessantíssimo do nosso país é que ele tem uma das respostas mais rápidas a políticas públicas, o Brasil é muito dinâmico”, diz Daniel Cara. Segundo o pesquisador, caso o país tivesse cumprido as metas que foram estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, o Brasil teria alcançado patamares próximos aos de países ricos no Pisa.

O PNE estabelece metas que vão da educação infantil à pós-graduação, passando pelo aumento do investimento em educação e pela valorização dos professores. As metas devem ser cumpridas até 2024, mas os levantamentos periódicos feitos pelo Ministério da Educação, mostram que o país ainda está distante de cumprir a lei integralmente, acrescenta o professor.

 “Se de fato houvesse o investimento adequado em educação, estruturando melhor as escolas, se de fato tivéssemos o profissional da educação tanto com uma remuneração adequada quanto com processo contínuo de formação continuada, e esse aspecto é fundamental, certamente os resultados seriam rapidamente verificados. A gente subiria de degrau, em um primeiro momento, em um ciclo de 4, 5 anos. Se for mantido por 10 anos, a gente consegue chegar a um patamar próximo ao de países da União Europeia, por exemplo”, diz Cara. 

(Fonte: Agência Brasil)

O ministro da Educação Camilo Santana afirmou, nessa terça-feira (5), que o governo federal cogita proibir que cursos de licenciatura tenham 100% da carga horária na modalidade de ensino à distância (EaD) e planeja outras mudanças nos cursos de formação de professores on-line.

Para o ministro, o momento é de avaliação dos cursos de licenciatura não presenciais, que, em novembro, tiveram as autorizações para novos cursos 100% EaD suspensas por 90 dias. “A ideia do ministério é não permitir mais cursos sempre EAD. Então, vamos definir se vão ser 50%, 30% [da carga horária]”.

A preocupação com a formação dos professores brasileiros foi manifestada pelo ministro em entrevista coletiva à imprensa, logo após a apresentação pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na manhã dessa terça-feira, dos resultados obtidos pelo Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022. O levantamento mostrou que menos de 50% dos alunos sabem o básico em matemática e ciências.

Pisa 2022

Nesta edição do Pisa, a avaliação de desempenho educacional analisou as respostas dadas por estudantes de 15 anos de 81 países a questões de matemática, leitura e ciências, indicadores contextuais relacionados, entre outros, aos impactos da pandemia de covid-19 na educação, relação da família com os alunos, professores e estudantes e violências nas escolas. No Brasil, a aplicação do Pisa a cerca de 10 mil alunos foi de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao MEC.

O ministro destacou a importância do programa internacional para o Brasil a longo prazo. “Temos no Pisa uma ferramenta importante como orientação para decisões políticas do governo brasileiro. Na federação, o papel da execução da educação básica é dos Estados e dos municípios. Portanto, o papel do MEC é de coordenar esse processo, ser o grande maestro dessa política educacional brasileira para garantirmos a qualidade da educação das crianças e jovens brasileiros”.

Por videoconferência, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, disse esperar que o Pisa traga ferramentas de diagnóstico precoce e de cooperação para melhorar a qualidade educacional do Brasil.  O secretário-geral apontou o país como um bom exemplo.

 “Percebemos uma queda sem precedentes por causa dos efeitos da covid [19], equivalente a quase metade de um ano de aprendizado. O Brasil, porém, foi uma das poucas exceções em que a performance não piorou. De fato, permanece estável, desde 2009, sim. Mas a estabilidade foi impressionante, especialmente, considerando que as escolas foram fechadas durante a pandemia, por um longo prazo”, pontou Mathias Cormann.

Matemática

No Brasil, 73% dos estudantes brasileiros avaliados nesta faixa etária apresentaram desempenho em matemática no nível abaixo do básico. O Brasil caiu 5% em matemática, em relação ao Pisa de 2018, e ficou no intervalo entre a 62ª e a 68ª posição no ranking da OCDE.

De forma global, os países da OCDE registraram, em média, uma queda de 17% em matemática, entre 2018 e 2022.

A coordenadora-geral do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica do Inep, Clara Machado da Silva Alarcão. ressalta que o Brasil se manteve estável, enquanto outros países tiveram queda de desempenho. “Desde 2009, nosso desempenho é considerado estável. Mas, a gente percebe que, em 2022, os países da OCDE registraram uma queda relevante e que, no Brasil, isso não aconteceu, apesar da situação pandêmica que a gente experimentou nos anos anteriores à aplicação do Pisa”.

Diante do baixo resultado brasileiro na disciplina, o ministro Camilo Santana reconheceu que melhorar a educação em matemática é um grande desafio. O ministro lamentou que nenhum estudante brasileiro tenha alcançado o nível mais elevado da avaliação do Pisa, tanto em escolas públicas, como nas unidades particulares do país. “Ficou claro, mais uma vez, a evidência de que os desafios são enormes e, principalmente, o desafio na área de matemática”.

Estratégias

Camilo Santana listou várias estratégias que estão sendo adotadas pelo governo federal para melhorar a educação brasileira e superar os desafios revelados no Pisa 2022.

De acordo com o ministro, a política do Ministério da Educação está focada no compromisso de ter as crianças alfabetizadas na idade certa. “Nossa preocupação, em primeiro lugar, é o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Uma criança para aprender matemática deve primeiro saber ler e escrever da idade certa. E as evidências já mostraram isso”.

O ministro ainda relacionou outras políticas públicas sob sua gestão: as escolas em tempo integral; conectividade com fins pedagógicos em todas as escolas da educação básica; a qualidade da formação de professores; a redução da repetência do ano letivo dos estudantes do ensino médio e a permanência de estudantes em escolas.

“A escola em tempo integral tem mostrado que os resultados têm sido melhores, a permanência do jovem na escola, a formação na educação do ensino médio para o ensino técnico profissionalizante, a garantia de uma formação técnica para o jovem. Tudo isso tem estimulado a melhoria da aprendizagem na educação básica do Brasil, mas também, ao mesmo tempo, melhora as oportunidades para reduzir a distorção idade/série e a evasão dos nossos alunos nas escolas brasileiras”.

Para redução da evasão escolar, o ministro apontou que a poupança destinada a estes jovens será importante. “Temos a maior evasão [escolar] no primeiro ano [do ensino médio]. Portanto,  já queremos iniciar esse programa, a partir de janeiro do ano que vem. Essa é uma ação importante, claro que com a contrapartida de frequência escolar e aprovação ao final de cada ano letivo do ensino médio”.

Ele valorizou a gestão da educação por todos os entes da federação. “Não acreditamos em nenhuma ação de melhoria da qualidade da educação básica, se não tiver a participação, o compromisso e a contribuição na construção dessa política dos Estados e municípios brasileiros”.

O secretário-geral da OCDE destacou o papel da valorização dos professores . “Percebemos que apenas uma pequena porção dos professores brasileiros avaliam que sua profissão é, realmente, considerada valiosa e aumentar os salários dos professores também seria uma decisão bem-vinda”.

Formação profissional

Além do MEC não querer permitir cursos de licenciatura  na modalidade 100% à distância, o ministro da Educação Camilo Santana confirmou que o ministério tem discutido com o Conselho Nacional de Educação (CNE) alterações na formação continuada dos docentes e outras mudanças nas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de licenciatura. “O Enade [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes] vai mudar. A avaliação será anual, ao invés de trianual, em relação à licenciatura”, adiantou o ministro.

Santana acrescentou que o Enade ainda contará com uma avaliação dos estágios supervisionados dos estudantes matriculados em cursos de licenciatura.

Avaliação

O ministro da Educação planeja também que a próxima edição do Pisa, em 2025, avalie o desempenho educacional em cada Estado e não somente nas cinco regiões do país, como ocorreu na edição de 2022. O objetivo é possibilitar a adoção de estratégias mais pontuais para melhoria da área, em cada unidade da federação e, assim, reduzir desigualdades regionais.

“Precisamos ter uma amostra maior para ter representatividade, para garantir as avaliações por Estado. Não dá para fazer somente com essa amostra de 10 mil alunos, que, no próximo Pisa, deverá ser com uns 40 mil ou mais alunos para que a gente possa ter uma amostra por Estado brasileiro, para que cada Estado, cada governador, cada prefeito possa ter o retrato do seu Estado e traçar suas estratégias para melhorar a qualidade da educação”.

Reestruturação do ensino médio

Sobre a carga horária proposta no projeto de lei que definirá a nova Política Nacional de Ensino Médio no Brasil, o ministro esclareceu que, antes de ser enviado ao Congresso Nacional, foi amplamente discutido, durante vários meses deste ano, com cerca de 150 mil pessoas de diversos setores da sociedade, inclusive, representantes das secretarias municipais e estaduais de Educação e outras entidades representativas.

Camilo entende que o Pisa é a demonstração de que é necessário reforçar as disciplinas básicas do ensino médio, principalmente, a matemática e o português. A recomposição da base comum curricular e da carga horária é fundamental para a gente garantir a base para os nossos jovens nesse país”.

O ministro diz esperar que a reestruturação do ensino médio não seja politizada.

“Espero que a gente possa dialogar com muita franqueza, com muita abertura,. Esse projeto não é um projeto do MEC, não é um projeto do presidente Lula, não é projeto do ministro Camilo. É um projeto construído a várias mãos, ouvindo professores e estudantes de todo o Brasil”.

Segurança

O Pisa 2022 mostrou também que, no Brasil, 10% dos estudantes avaliados responderam que não se sentem seguros dentro da sala de aula e no trajeto até a unidade escolar.

O ministro da Educação lembrou que o governo federal criou um Grupo de Trabalho Interministerial, em abril deste ano [decreto 11.469/2023], para prevenir e enfrentar a violência nas escolas e enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que prevê a criação de uma política nacional de segurança em ambiente escolar.

Orçamento

Por fim, o ministro da Educação Camilo Santana também garantiu que, no orçamento público, haverá recursos da União para executar todas as políticas públicas voltadas à educação citadas por ele durante o evento. “Aqueles projetos que foram colocados como estratégicos e prioritários por parte do [presidente] Lula terão prioridade nos orçamentos do Ministério da Educação até o final de 2026”, finalizou o ministro.

O governo disponibilizou os resultados oficiais do Pisa 2022 do Brasil e dos demais países avaliados pela OCDE.

(Fonte: Agência Brasil)

No tempo em que as coisas falavam, havia duas latas, uma nova e a outra, velha. As duas estavam presas por corda à extremidade de uma vara. Era assim que um velho homem as mantinha e as levava para o rio, onde apanhava água, que era vendida no povoado.

A lata nova costumava falar mal da sua colega. Com as duas suspensas e carregadas pelos ombros, o homem velho ouvia tudo.

E o que dizia a lata nova? Ela falava para o dono que a lata velha já não servia mais para o serviço. Que sua colega estava se enferrujando e apresentava furos. Que, com isso, havia perda de água pelo caminho, desde o momento em que eram cheias, no rio, até chegarem ao povoado. Que a lata velha devia ser jogada fora, substituída por uma nova. Etc. etc.

Um dia, de volta ao rio, o velho homem pediu à lata nova que olhasse as margens do caminho. E a lata nova viu: de um lado, só areia e capim seco; do outro, tudo muito colorido, com grama verde e plantas com flores de todas as cores.

E a lata nova ficou calada, ao perceber que o lado cinzento, estéril, sem vida, ...era o seu lado. Diferentemente, por onde passava a lata velha, havia cor, beleza e vida.

Consumida pelo egoísmo, pela presunção e malquerença, a lata nova não percebia que sua colega mais velha deixava cair água em gotas preciosas, que saíam pelos furos que se formavam ao correr do tempo, com a ferrugem da idade.

Eram aquelas gotas, milhões delas, nas muitas idas e vindas do leva e traz de água, que foram regando a beira do caminho, do lado da lata velha.

O homem velho sabia disso, e gostava disso, pois, ao mesmo tempo que matava a sede das pessoas, ajudava a transformar a secura da estrada de sua vida.

Havia beleza e cor em um lado de seu caminho. Um dia chegaria a vez da lata nova, que também aos poucos iria fazer a sua parte, gotejando vida e transformando para melhor a paisagem do seu dia a dia.

Nem sempre o que é velho é inútil, ou improdutivo. Há um lado bom em todas as coisas – mesmo que seja uma lata velha.

Peça sabedoria a Deus para enxergar ou saber descobrir esse lado bom.

* EDMILSON SANCHES

O Sampaio Corrêa encarou, na tarde desta terça-feira (5), o seu maior desafio na fase de grupos da Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023, diante do Acassuso (ARG), em partida disputada na Arena Pynandi, em Luque, no Paraguai. Único representante brasileiro na competição continental, o Sampaio disputou um duelo emocionante contra o time argentino, mas contou com a estrela do artilheiro Edson Hulk, autor de três gols, para vencer por 5 a 4, manter a invencibilidade na Conmebol Libertadores e confirmar a liderança do Grupo C.

Após duas vitórias sem maiores sustos em seus primeiros jogos na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer, o Sampaio Corrêa, que conta com o apoio do governo do Maranhão por meio da Secretaria de Esporte e Lazer (Sedel) e do Grupo Mateus, dominou as ações contra o Acassuso, mas esbarrou em uma atuação inspirada do goleiro Polatti e viu o time argentino incomodar nos contragolpes. Após empates nos dois primeiros tempos, o Acassuso chegou a liderar o placar duas vezes na terceira etapa, mas o Sampaio foi valente e buscou a vitória de virada. Edson Hulk (3), Willian e Filipe marcaram os gols do Tricolor, enquanto Benaducci (2), Medero e Rutterschmidt balançaram as redes pelo time argentino.

“Fico feliz pelos gols e por estar ajudando o Sampaio a vencer, que é o mais importante. Foi uma grande vitória para fechar a fase de grupos com 100% de aproveitamento. Agora, é descansar e pensar nas quartas de final, temos que continuar nessa pegada”, destacou o artilheiro Edson Hulk após a partida.

A terceira vitória consecutiva na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer confirmou o Sampaio Corrêa na liderança do Grupo C, com nove pontos. Vale destacar que o Tricolor garantiu vaga para as quartas de final do torneio continental com uma rodada de antecedência. Já o Acassuso, com apenas dois pontos, está fora da briga pelo título da Conmebol Libertadores e vai agora para a disputa do nono lugar.

Nas quartas de final da Conmebol Libertadores de Beach-Soccer, o Sampaio Corrêa enfrentará o segundo colocado do Grupo A, que conta com Presidente Hayes (PAR), Guaicamacuto (VEN), Unión Lurín (PER) e Hamacas (BOL). A partida ocorre nesta quinta-feira (7), na Arena Pynandi, em horário a ser definido pela Conmebol, com transmissão ao vivo do SporTV 2 e do Canal GOAT, no YouTube.

O jogo

Diante de um Acassuso com uma marcação alta, já que precisava vencer para continuar na briga pela classificação às quartas de final, o Sampaio Corrêa trocou passes na defesa e no meio da quadra, esperando o momento certo para criar suas finalizações. Logo aos dois minutos, o Tricolor abriu o placar com Edson Hulk, que foi lançado no ataque, girou e chutou com categoria. O Acassuso, entretanto, deixou tudo igual aos cinco minutos, em um chute por cobertura de Medero.

No segundo tempo, o Sampaio Corrêa intensificou a pressão, mas esbarrou em grandes defesas do goleiro Polatti. Aos quatro minutos, a Bolívia Querida chegou ao segundo gol, com Willian, aproveitando rebote de Polatti em voleio de Netinho. Pressionado, o Acassuso voltou ao ataque, e Benaducci empatou novamente a partida aos seis minutos.

Determinados a conquistar a vitória na Arena Pynandi, Sampaio Corrêa e Acassuso fizeram um terceiro tempo de muita emoção. Benaducci colocou o time argentino em vantagem no primeiro minuto, mas Edson Hulk, no lance seguinte, empatou para o Tubarão.

Tentando garantir a vitória ainda no tempo normal, o Sampaio Corrêa foi surpreendido mais uma vez pelo Acassuso, que chegou ao quarto gol com Rutterschmidt, aos sete minutos, porém, Filipe acertou uma bela bicicleta para empatar o jogo pelo time maranhense segundos depois. Quando o empate parecia definido na Arena Pynandi, a estrela de Edson Hulk brilhou mais uma vez: com uma bicicleta precisa aos nove minutos, o artilheiro marcou seu terceiro gol na partida e decretou a vitória do Sampaio por 5 a 4.

Forma de disputa

As 12 equipes participantes na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023 foram distribuídas em três grupos. Na primeira fase, jogam entre si, dentro de suas respectivas chaves. Os dois primeiros colocados de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados, avançam para as quartas de final.

GRUPOS DA CONMEBOL LIBERTADORES DE BEACH-SOCCER 2023

Grupo A:

Presidente Hayes (PAR), Guaicamacuto (VEN), Unión Lurín (PER) e Hamacas (BOL)

Grupo B:

Libertad (PAR), Camba Pizzero (CHI), Antioquia (COL) e Victoria Andrés (EQU)

Grupo C:

Sampaio Corrêa (BRA), Acassuso (ARG), Sportivo Cerrito (URU) e San Antonio (PAR)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O Brasil manteve-se estável nas pontuações em matemática, leitura e ciências no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). No entanto, menos de 50% dos alunos conseguiram nível mínimo de aprendizado em matemática e ciências.  

Em 2022, o país alcançou 379 pontos em matemática, 410 em leitura e 403 em ciências, conforme resultados divulgados, nesta terça-feira (5), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Já em 2018, ano anterior avaliado, o desempenho foi 384 pontos em matemática, 413 em leitura e 404 em ciências. 

“Os resultados médios de 2022 foram praticamente os mesmos de 2018 em matemática, leitura e ciências. Os resultados do Pisa têm-se mantido notavelmente estáveis ​​durante um longo período: depois de 2009, nas três disciplinas, apenas foram observadas flutuações pequenas e, em sua maioria, não significativas”, diz o relatório sobre o desempenho dos estudantes brasileiros.  

Aplicado a cada três anos, o Pisa avalia os conhecimentos dos estudantes de 15 anos de idade nas três disciplinas. No total, 690 mil estudantes de 81 países fizeram os testes. No Brasil, 10.798 alunos de 599 escolas passaram pela avaliação. Na edição de 2022, o foco foi em matemática.

Com os resultados de 2022, o Brasil continua no grupo abaixo da média dos países da OCDE nas três disciplinas: 472 pontos em matemática, 476 em leitura e 485 em ciências. 

Cada 20 pontos equivalem a um ano escolar. Em ciências, por exemplo, o Brasil está com, pelo menos, quatro anos de atraso em relação aos integrantes da OCDE. 

No ranking, ficou no 64º lugar entre as notas em matemática, 53º em leitura e 61º em ciências, atrás de outros latino-americanos, como o Chile, Uruguai, México e a Costa Rica.

Matemática

De acordo com o levantamento, 27% dos alunos brasileiros alcançaram o nível 2 de proficiência em matemática, considerado o patamar mínimo de aprendizado, enquanto que a média dos países da OCDE na disciplina é 69%.  

Apenas 1% dos estudantes no país conseguiram os níveis 5 ou 6, considerados os mais altos, quando os alunos resolvem problemas complexos, comparam e avaliam estratégias. A média da OCDE é 9%.   

Dos 81 países e economias participantes do Pisa 2022, somente em 16 mais de 10% dos alunos atingiram o nível 5 ou 6. 

Leitura e Ciências

Quanto à leitura, metade dos estudantes no Brasil obtiveram o nível 2 ou mais. Apesar de melhor desempenho, o percentual ainda fica abaixo da média da OCDE, 74%.  Nos patamares 5 e 6, o percentual foi de apenas 2%. 

Em ciências, cerca de 45% dos alunos chegaram ao nível 2, contra 76% da média da OCDE. Os estudantes com melhor desempenho somaram apenas 1%. 

Cenário global e pandemia

Em comparação ao Pisa de 2018, o desempenho médio nos países da OCDE caiu dez pontos em leitura e quase 15 pontos em matemática. Em ciências, a média ficou estável.  

Conforme o relatório, estima-se que, aproximadamente, 25% dos jovens de 15 anos nos países-membros da OCDE, ou seja 16 milhões, não atingiram o nível 2, ou seja, têm dificuldade em fazer cálculos com algoritmos básicos ou interpretar textos simples. 

Em nações como a Alemanha, Islândia, os Países Baixos, a Noruega e Polônia, as notas em matemática caíram 25 pontos ou mais entre 2018 e 2022.  

“Embora seja evidente que alguns países e economias têm desempenho muito bom na educação, o quadro geral é mais preocupante. Em mais de duas décadas de testes globais do Pisa, a pontuação média não mudou drasticamente entre avaliações consecutivas. Mas este ciclo viu uma queda sem precedentes no desempenho”, diz o relatório. 

De acordo com o levantamento, a pandemia de covid-19 causou impacto na educação dos jovens nesse período – com fechamento de escolas e adoção de aulas on-line -  porém não pode ser apontada como única causa para o desempenho inferior nos países. 

O relatório diz não ter identificado “diferença clara” nas notas de 2022 em razão do fechamento de escolas por mais ou menos de três meses na pandemia.   

“A pandemia da covid-19 parece um fator óbvio que pode ter impactado os resultados nesse período. Na leitura, por exemplo, muitos países como a Finlândia, Islândia, os Países Baixos, a República Eslovaca e Suécia registraram estudantes com notas mais baixas durante algum tempo – em alguns casos durante uma década ou mais. As trajetórias educacionais foram bem negativas antes da pandemia chegar. Isso indica que as questões de longo prazo nos sistemas educativos também são culpadas pela queda no desempenho. Não se trata apenas de covid”. 

Singapura liderou em matemática (575 pontos), em leitura (543 pontos) e em ciências (561 pontos), o que equivale que os estudantes têm de três a cinco anos de escolaridade a mais em comparação aos demais alunos dos países com a média da OCDE. 

Em apenas quatro locais, houve melhora nas três disciplinas entre as avaliações de 2018 e 2022: Brunei Darussalam, Camboja, República Dominicana e Taipé chinês. 

(Fonte: Agência Brasil)

O intelectual e ativista político Antônio Bispo dos Santos, o Nêgo Bispo, morreu nesse domingo (3), em São João do Piauí, a 450 quilômetros de Teresina. Segundo a família do militante do movimento quilombola informou pelas redes sociais, Bispo morreu devido a uma parada cardiorrespiratória. O velório está sendo realizado hoje (4), em sua casa, na comunidade quilombola Saco Curtume, em São João do Piauí, onde seu corpo será enterrado, atendendo ao seu pedido.

Nascido em 1959, no Vale do Rio Berlengas (PI), em um povoado onde hoje fica a cidade de Francinópolis, Bispo completaria 64 anos no próximo dia 10. Primeiro integrante de sua família a ser alfabetizado, Bispo, que, formalmente, só completou o ensino fundamental, era considerado por muitos um dos maiores intelectuais quilombolas do Brasil, tendo publicado dois livros Quilombos, modos e significados (2007) e Colonização, Quilombos: modos e significados (2015), além de vários artigos e poemas.

Em 2012 e 2013, foi professor convidado do Encontro de Saberes, projeto criado pela Universidade de Brasília (UnB) com a proposta de unir o conhecimento acadêmico e popular.

Dois anos depois, ao escrever a apresentação do primeiro livro de Bispo, o antropólogo e professor aposentado da UnB, José Jorge de Carvalho, afirmou que a obra trazia “uma perspectiva nova no campo de ensaios de interpretação do Brasil: a visão dos quilombos, comunidades de negros que se rebelaram contra a violência do regime escravo e se tornaram historicamente um símbolo maior da luta dos povos do Novo Mundo contra a escravidão e o racismo e pela afirmação de comunidades autossustentáveis”.

Além da atividade intelectual, Bispo atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) – entidade que lamentou a morte de Bispo, apontado como “uma voz singular e significativa no âmbito da literatura e do pensamento quilombola”.

“Sua contribuição inestimável para a compreensão e preservação da cultura e identidade quilombola será lembrada e reverenciada por gerações. Neste momento de perda, expressamos nossas condolências à família, amigos e admiradores, e reafirmamos a importância de honrar seu legado e perpetuar suas ideias. Que sua memória inspire e ilumine o caminho daqueles que seguem a luta pela valorização e reconhecimento das comunidades quilombolas”, avaliou a Conaq, em nota.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra também lamentou o falecimento de Bispo, enfatizando a importância de sua obra. “Seu legado permanecerá inspirando um grande caminho de luta pelo reconhecimento, valorização e preservação da cultura e identidade do povo quilombola”.

Autoridades federais também lamentaram a morte do intelectual. “O Brasil perdeu um importante intelectual quilombola. O piauiense Nego Bispo foi autor de livros, poemas e artigos, além de um ativista social importante das comunidades tradicionais que constituem parte importante da nossa identidade”, escreveu o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em sua conta pessoal no X (antigo Twitter).

“Um dos maiores pensadores da nossa época ancestralizou. Nego Bispo fez a passagem e deixou aqui um legado enorme para o pensamento negro brasileiro”, comentou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. “Este importante pensador brasileiro e ativista quilombola deixa um legado inesquecível para a cultura nacional”, destacou o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.

Para o jornalista e professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Richard Santos, Bispo prestou uma contribuição “incomensurável” ao transcender as fronteiras de seu meio e, a exemplo do filósofo indígena Ailton Krenak, ajudar a conectar mundos e saberes que, “muitas vezes, não se conectam automaticamente”.

“Principalmente no âmbito da contracolonização”, disse Santos à Agência Brasil ao referir-se a um conceito-chave do pensamento do intelectual quilombola. Em sua obra, Bispo defendia que os modos de vida e os conhecimentos tradicionais, sobretudo quilombola, como um antídoto a interpretações e conceitos resultantes de um ponto de vista colonialista, hegemônico.

“Ele apontava a importância de valorizarmos os saberes descentrados, aquilo que um outro grande pensador baiano, Alberto Guerreiro Ramos, chamou de redução sociológica: uma filosofia, uma sociologia feita a partir daqui [do nosso país e de nosso continente]; com os aprendizados e a cultura daqui, sem reproduzir os padrões hegemônicos dominantes”, acrescentou Santos. “A originalidade de Nêgo Bispo, seus processos, resultam dele ser um intelectual orgânico, oriundo dos movimentos sociais. E que reflete sobre a história dos quilombos e sobre sua própria construção enquanto quilombola. O alcance da sua obra deve-se [ao fato] dele fazer um diálogo que foge ao academicismo e que é capaz de atingir tanto a leigos, quanto a acadêmicos. São raras as pessoas que conseguem [produzir] uma escrita e uma narrativa tão ampla”, finalizou Santos.

(Fonte: Agência Brasil)

O Sampaio Corrêa conquistou, na tarde desta segunda-feira (4), mais uma vitória na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023. Em partida válida pela segunda rodada da fase de grupos do torneio continental e disputada na Arena Pynandi, em Luque, na Grande Assunção, a Bolívia Querida não deu chances ao Sportivo Cerrito (URU) e aplicou uma goleada de 7 a 2, resultado que garante a classificação antecipada da equipe maranhense para as quartas de final. Netinho, Datinha, Edson Hulk, Edinho, Zé Lucas, João Marcos e Sikinha marcaram os gols da vitória do Sampaio, enquanto Abad e Maverino balançaram as redes pelo time uruguaio.

Único representante do Brasil na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023, o Sampaio Corrêa, que conta com o apoio do governo do Maranhão por meio da Secretaria de Esporte e Lazer (Sedel) e do Grupo Mateus, abriu vantagem já no primeiro tempo, com gols de Netinho e Datinha, enquanto Abad diminuiu para o Sportivo Cerrito. No segundo tempo, o Tricolor ampliou o placar após finalizações de Edson Hulk e Edinho, o Cerrito marcou com Maverino, e Zé Lucas, em tiro livre direto, encaminhou a vitória do Tubarão. Já no terceiro tempo, João Marcos e Sikinha fecharam a goleada do Sampaio.

Com a segunda vitória consecutiva na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer, o Sampaio Corrêa chegou aos seis pontos e permanece na liderança isolada do Grupo C. Já o Sportivo Cerrito, que ainda não pontuou após duas rodadas, está em situação delicada na briga por vaga nas quartas de final da competição continental.

O último desafio do Sampaio Corrêa na fase de grupos da Conmebol Libertadores de Beach-Soccer será nesta terça-feira (5), às 12h (horário de Brasília), diante do Acassuso, da Argentina, em partida que vale a primeira posição do Grupo C. O duelo entre a Bolívia Querida e o time argentino terá transmissão ao vivo no Canal GOAT, no YouTube.

O jogo

O Sampaio Corrêa dominou o Sportivo Cerrito desde o começo da partida na Arena Pynandi. Cuidando bem da bola e pressionando a troca de passes do time uruguaio, o Tricolor acumulou chances de gol e abriu o placar aos cinco minutos, com Netinho, aproveitando um erro na saída de bola do Sportivo Cerrito. No minuto seguinte, o capitão Datinha, em uma bela jogada individual, passou por dois marcadores e chutou firme para marcar o segundo gol do Sampaio. Pouco antes do fim do primeiro tempo, o Cerrito diminuiu o prejuízo com Abad.

Sem diminuir o ritmo, o Sampaio Corrêa chegou ao terceiro gol logo no primeiro minuto do segundo tempo. Após ser derrubado pelo goleiro Micheltorena, que foi expulso, Edson Hulk cobrou pênalti com perfeição e manteve o Tubarão em uma boa situação na partida.

No decorrer do segundo tempo, o Sampaio Corrêa manteve a intensidade no ataque, enquanto o Sportivo Cerrito tentava surpreender nos contragolpes. Edinho, aos seis minutos, arriscou o chute de longe e acertou o canto direito do goleiro Torena. Maverino, aos sete, balançou as redes pelo Cerrito, mas o Sampaio chegou ao quinto gol em tiro livre direto de Zé Lucas, a menos de dois minutos do fim do período.

Com a goleada encaminhada, o Sampaio Corrêa fez várias mudanças durante o terceiro quarto, valorizou a posse de bola e gastou o relógio, mas manteve o domínio das ações. Já nos últimos instantes da partida, João Marcos fez um belo gol em tiro livre direto, e Sikinha fechou o placar em 7 a 2 para o Sampaio.

Forma de disputa

As 12 equipes participantes na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023 foram distribuídas em três grupos. Na primeira fase, jogam entre si, dentro de suas respectivas chaves. Os dois primeiros colocados de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados, avançam para as quartas de final.

GRUPOS DA CONMEBOL LIBERTADORES DE BEACH-SOCCER 2023

Grupo A:

Presidente Hayes (PAR), Guaicamacuto (VEN), Unión Lurín (PER) e Hamacas (BOL)

Grupo B:

Libertad (PAR), Camba Pizzero (CHI), Antioquia (COL) e Victoria Andrés (EQU)

Grupo C:

Sampaio Corrêa (BRA), Acassuso (ARG), Sportivo Cerrito (URU) e San Antonio (PAR)

(Fonte: Assessoria de imprensa)