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Desde 2020, as ruas Isaac Martins de Barrocas e Graça Aranha e a Praça Manoel Beckman, no Centro Histórico de São Luís, são transformadas em um território vivo de arte, reunindo artistas de todo o Maranhão, assim como nacionais e internacionais, por meio de intervenções como lambe-lambe, grafite, performances e manifestações culturais diversas. Assim é a “Ocupação Barroca SLZ – Festival Multilinguagens de Arte Urbana e Cultura de Rua”, evento anual de ocupação artística e cultural que valoriza as expressões urbanas no Centro da capital maranhense – e chega em 2025 para sua 6ª edição, que está com inscrições abertas.

A proposta de ressignificar o patrimônio histórico como espaço de vivência e convivência artística surgiu há cinco anos, e foi criada pelo artista maranhense João Almeida, também conhecido como “Opedefeijão”, residente na região central da capital maranhense. A Ocupação mobilizou artistas por meio de uma convocação on-line, incentivando-os a enviar suas obras em arquivos digitais ou físicos, que foram aplicadas nos muros da Rua Isaac Martins Barroca.

Ampliado para a edição 2025, a 6ª edição da Ocupação Barroca SLZ, enquanto festival multilinguagens, beneficia intervenções artísticas visuais (lambe-lambe, grafite, colagens) a apresentações musicais, discotecagens com DJs, grupos de dança urbana, performances, manifestações da cultura popular, ações formativas (oficinas, rodas de conversa, vivências) e uma feira de economia criativa.

“Nosso objetivo central é fortalecer este evento como uma plataforma acessível, colaborativa e democrática de arte urbana em diálogo com o patrimônio histórico de São Luís, promovendo a valorização da cultura local, o sentimento de pertencimento da comunidade e a profissionalização dos envolvidos”, destaca João Almeida, que ressalta, também, a missão da Ocupação em fomentar intercâmbios entre artistas do Maranhão, do Brasil e da América Latina, promovendo visibilidade para produções artísticas diversas, especialmente de artistas e coletivos das periferias, assim como pessoas negras, indígenas e com múltiplas vivências que atravessam essas identidades — como ser mulher cis ou trans, mãe, LGBTQIAPN+, pessoa com deficiência (PCD), imigrante, entre outras.

Inscrições

As inscrições podem ser feitas até o dia 26 de outubro, por meio do link: https://linktr.ee/ocupacaobarroca. Já o resultado oficial será divulgado nas redes sociais da Ocupação Barroca SLZ (no Instagram da Ocupação Barroca SLZ, na @ocupacaobarrocaslz e/ou no link: https://www.instagram.com/ocupacaobarrocaslz), no dia 5 de novembro.

A iniciativa irá selecionar oito propostas artísticas do Maranhão. Cada artista ou coletivo selecionado receberá um aporte de R$ 1.000 para a produção da obra/ação.

Entre as linguagens propostas pelo evento, estão: intervenções urbanas; instalações; performances; danças e apresentações cênicas; e manifestações culturais de rua (batalhas, slam, hip-hop, poesia, circo, etc.).

Edição 2025

A edição 2025 da Ocupação será realizada entre os dias 5, 6 e 7 de dezembro, no Centro Histórico de São Luís – reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade (Unesco) –, com entrada gratuita e aberta a todos os públicos.321}

O projeto é financiado pelo Edital nº 19.2024 – Mais Festivais e Mostras, da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secma) e do governo do Maranhão.

Ocupação Barroca SLZ

Em 2021, a Ocupação Barroca SLZ foi premiada em 1º lugar, na categoria “Poder Público e Participação Popular”, do Prêmio Magno Cruz de Direitos Humanos. Assim, incorporou-se o conceito de arte pública colaborativa, desafiando a visão de que o patrimônio cultural é um conjunto de monumentos fixos e imutáveis. No projeto, o patrimônio é reconhecido como um elemento vivo, em constante transformação e conectado às dinâmicas sociais e culturais de São Luís.

Nas últimas edições, o evento passou a ocupar também a Praça Manoel Beckman, com apresentações musicais, performances, ações formativas e a presença de vendedores ambulantes que se juntaram ao projeto — sempre com o apoio da comunidade e de um grupo de voluntários, refletindo a potência mobilizadora da proposta.

No total, aproximadamente, 1.500 pessoas foram alcançadas pelo projeto entre 2020 e 2024 – e já contou com artistas de diversas regiões do Brasil e de países como França, Colômbia, Argentina e Estados Unidos.

Serviço

O quê: inscrições abertas para a 6ª edição da “Ocupação Barroca SLZ – Festival Multilinguagens de Arte Urbana e Cultura de Rua”;

Prazo: até o dia 26 de outubro, por meio do link: https://linktr.ee/ocupacaobarroca;

Assessoria de Comunicação: (98) 99968-2033 / Gustavo Sampaio.

Mais informações: no Instagram da Ocupação Barroca SLZ, na @ocupacaobarrocaslz e/ou no link: https://www.instagram.com/ocupacaobarrocaslz.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Rio de Janeiro (RJ), 12/10/2025 - Vencedores durante premiação do Festival do Rio. O Troféu Redentor de Melhor Longa de Ficção foi para Pequenas Criaturas, da brasiliense Anne Pinheiro Guimarães. Foto: Anna Karina de Carvalho/Agência Brasil

O Cine Odeon, no centro do Rio, foi palco de uma noite de consagração neste domingo (12). O encerramento da 27ª edição do Festival do Rio, foi apresentado pelos atores Clayton Nascimento e Luisa Arraes e contou com o retorno dos prêmios do voto popular.

O evento reuniu artistas, produtores e cinéfilos em uma celebração que confirmou a força e a diversidade do cinema brasileiro. Ao longo de dez dias, o festival exibiu em clima de maratona, mais de 300 filmes e atraiu cerca de 140 mil pessoas que lotaram as salas de cinema e diversos filmes passaram pelo tapete vermelho da festa, marcando um recorde de público e consolidando-se como um dos principais encontros audiovisuais da América Latina.

A diretora do festival, Ilda Santiago, comemorou a vitalidade desta edição: “O Festival do Rio segue como um espaço essencial para o cinema brasileiro e para o encontro entre realizadores e plateia. É uma festa da diversidade de olhares e vozes do audiovisual”, afirmou.

Neste ano, em que o país ainda celebra o Oscar de Ainda Estou Aqui, o cinema nacional foi o grande protagonista. Das produções exibidas, 120 eram brasileiras, distribuídas entre mostras competitivas, estreias e retrospectivas.

Na principal mostra competitiva do evento, o Troféu Redentor de Melhor Longa de Ficção foi para Pequenas Criaturas, da brasiliense Anne Pinheiro Guimarães. A diretora, ainda emocionada após o anúncio, falou à Agência Brasil sobre o significado da conquista.

“Foi muito emocionante. Eu ainda estou me acostumando com a ideia. Esse prêmio é da equipe toda. O filme nasceu há mais de dez anos, quando me tornei mãe e comecei a revisitar memórias da infância e da minha mãe. É uma obra sobre maternidade, saudade e o tempo”.

O longa, que teve estreia mundial no festival, será lançado nos cinemas no primeiro semestre de 2026, com distribuição da Filmes do Estação.

A distribuidora Adriana Rattes celebrou o impacto positivo da recepção do público: “A reação nas sessões foi um ótimo termômetro. Pequenas Criaturas chegou discretamente e conquistou o público. É uma honra distribuir um filme tão delicado e potente.”

Apolo marca estreia de  Tainá Müller na direção

O prêmio de Melhor Documentário foi para Apolo, dirigido por Tainá Müller e Ísis Broken. Em sua estreia atrás das câmeras, Tainá comemorou o reconhecimento: “É uma emoção imensa e uma validação muito importante. Apolo fala sobre diversidade e sobre dar voz a quem é marginalizado. Ganhar esse prêmio no Dia das Crianças tem um simbolismo muito forte”.

A atriz, conhecida por papéis marcantes em séries e novelas, destacou ainda o desejo de ampliar sua trajetória como autora e realizadora: “Sempre quis ter uma voz mais autoral. Esse prêmio reforça que podemos ocupar outros espaços dentro do audiovisual”.

O longa Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, foi um dos grandes vencedores da noite, como o Melhor Filme Brasileiro no Prêmio Félix e Melhor Roteiro na Première Brasil.

Klara Castanho foi eleita Melhor Atriz por #SalveRosa, enquanto Gabriel Faryas recebeu o prêmio de Melhor Ator por Ato Noturno.

Entre os documentários, Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins, recebeu o Prêmio Especial do Júri e o Voto Popular.

Leandra Leal e Ângela Leal foram homenageadas com o Prêmio Especial do Júri por Nada a Fazer. “Este filme é uma declaração de amor à minha mãe e à fé que tenho na arte como transformação”, disse Leandra no palco.

A emoção também marcou o discurso da atriz Ana Flavia Cavalcanti, vencedora de Melhor Atriz na mostra Novos Rumos por Criadas: “Minha mãe fez muita faxina para eu estar aqui. Este prêmio é dela também”.

A diversidade foi outro ponto de destaque. Diva Menner, premiada como Melhor Atriz Coadjuvante por Ruas da Glória, afirmou: “Sou uma travesti preta e dedico este prêmio às minhas ancestrais que não tiveram as mesmas oportunidades”.

A presença feminina se fez sentir em praticamente todas as categorias. Diretoras como Anne Pinheiro Guimarães, Suzanna Lira (#SalveRosa), Mini Kerti (Dona Onete – Meu Coração Neste Pedacinho Aqui) e Cíntia Domit Bittar (Virtuosas) reafirmaram a potência das narrativas conduzidas por mulheres. Suzanna Lira, que venceu o Voto Popular de Melhor Longa de Ficção, lembrou a trajetória de resistência.

“Há 15 anos ganhei o voto popular com Positivas e isso mudou minha vida. Ver o público novamente abraçando o cinema brasileiro é uma felicidade imensa”.

Nos bastidores, o clima era de celebração. A assessora de imprensa Anna Luiza Müller, que acompanhou produções desde a retomada do cinema nacional nos anos 1990, destacou o entusiasmo renovado: “A energia em torno dos filmes brasileiros tem sido impressionante. O desafio agora é garantir continuidade e ampliar o alcance do nosso cinema.”

O ator Vinícius de Oliveira, revelado em Central do Brasil, voltou ao festival com o longa internacional Quase Deserto, rodado em Detroit. “É emocionante estar aqui tantos anos depois, com o mesmo amor pelo cinema brasileiro”, afirmou.

Filmes estrangeiroa

Além da mostra nacional, o festival ampliou horizontes com novas categorias de voto popular para filmes estrangeiros. O Prêmio Félix Internacional consagrou A Sapatona Galáctica (Lesbian Space Princess), das australianas Leela Varghese e Emma Hough-Hobbs, enquanto o brasileiro Allan Ribeiro levou Melhor Documentário por Copacabana, 4 de Maio.

Com sessões esgotadas, debates e encontros de mercado no RioMarket, o Festival do Rio reafirmou seu papel como espaço de resistência e de encontro entre gerações do audiovisual.

Para Walkiria Barbosa, uma das diretoras do evento, “O Festival é mais do que uma vitrine — é um espaço de resistência, de encontro e de celebração da arte”.

Entre veteranos e novos talentos, a 27ª edição do Festival do Rio coroou o cinema nacional e reafirmou sua vocação: celebrar a pluralidade, a criatividade e a força transformadora do cinema brasileiro.

(Fonte: Agência Brasil)

Soure (PA), 09/010/2025 -  A bordadeira Maria da Cruz mostra o pequeno ateliê onde produz peças reconhecidas nacionalmente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em uma casa pequena, com paredes ainda no reboco, mora e trabalha Dona Cruz, de 77 anos. A vida simples em Soure, município da Ilha de Marajó, no Pará, contrasta com o tipo de roupa que ela confecciona todos os dias: um traje de gala marajoara.

A peça, geralmente uma camisa de botão, é voltada para ocasiões especiais, como festas. A depender da complexidade, pode levar de um a três dias para ser produzida. Cada uma é feita à mão em tecido de algodão, e tem fitas bordadas com linha, que seguem grafismos inspirados em cerâmicas indígenas antigas.

Entre os consumidores frequentes, há autoridades políticas e fazendeiros. Depois que o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), usou o traje confeccionado por Dona Cruz na Cúpula da Amazônia em 2023, a procura pela vestimenta cresceu.

A costureira trabalha sob encomenda e manda via Correios os produtos para diversos lugares do país, como Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

Soure (PA), 09/010/2025 - A bordadeira Maria da Cruz mostra o pequeno ateliê onde produz peças reconhecidas nacionalmente. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Tanta repercussão ainda não foi revertida em uma melhoria significativa das condições de vida da Dona Cruz, já que os ganhos financeiros são modestos.

“Geralmente, o que eu ganho da venda das camisas, eu gasto na compra de novos materiais. Para quando o cliente chegar, ter sempre algo disponível. Eu trabalho por conta própria, sem empréstimos. E o dinheiro da aposentadoria fica para as despesas da casa”, explica a costureira.

“Os valores de cada roupa dependem do tamanho. Se tem manga curta ou longa, se é P ou G. Então, ela pode custar entre 290 e 410 reais”. O benefício evidente foi a possibilidade de se manter ativa e obter novos conhecimentos.

“Trabalhava como inspetora de colégio e depois me aposentei. Quando fiquei viúva, para não ficar sem fazer nada, eu me dediquei às camisas. É bom para manter a cabeça ocupada e não ficar pensando em outras coisas, né?”, diz a costureira.

Entre as poucas ajudas que Dona Cruz recebeu estão uma máquina de costura industrial, a partir de uma parceria entre a prefeitura de Soure e o governo do estado.

Além disso, recebeu um conjunto de orientações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no âmbito do programa Polo de Moda do Marajó. Aprendeu sobre formação de preço e estratégias de venda, melhoria na apresentação dos produtos (como uso de embalagens adequadas) e como acessar novos mercados.

“O Polo de Moda do Marajó tem transformado a vida das participantes ao gerar oportunidades de renda, resgatar saberes tradicionais e fortalecer a autoestima das mulheres envolvidas. Ao profissionalizar a produção, estimular o empreendedorismo e conectar essas artesãs e costureiras a novos mercados, o Polo promove inclusão produtiva, autonomia econômica e valorização cultural”, diz Renata Rodrigues, gerente do Sebrae no Marajó.

No fim de outubro, Dona Cruz vai compartilhar os conhecimentos com outras pessoas da ilha. Ela vai ministrar um curso de camisaria marajoara pelo Sebrae, o que pode ajudar a manter viva uma técnica de bordado que poucos dominam. O professor que a ensinou, conhecido como Baiano, morreu em decorrência da covid-19 durante a pandemia. Das dez alunas que ele tinha, apenas Dona Cruz concluiu o curso.

Tradição e sustento

Da cerâmica ancestral à passarela contemporânea, a arte marajoara ganha novas formas pelas mãos da quilombola Rosilda Angelim, de 56 anos, artesã e costureira de Salvaterra, município da ilha de Marajó.

Soure (PA), 09/010/2025 - A empreendedora quilombola Rosilda Angelim. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Antes de viver da arte, ela trabalhou como professora e funcionária pública. Após perder o emprego, enfrentou dificuldades financeiras e depressão, até descobrir na costura uma nova chance.

“Foi como um empurrão. Eu comecei na costura há uns 30 anos, mas há 16 me encontrei de verdade no grafismo marajoara”, conta a artesã.

“O meu objetivo é divulgar a minha cultura. Quero que o mundo conheça o Marajó”.

Hoje, Rosilda lidera um ateliê com seis pessoas e produz roupas e acessórios que unem moda e identidade amazônica. Suas criações são vendidas em lojas de Belém e atraem compradores de outras regiões do país.

A sustentabilidade também é parte central do trabalho. O ateliê utiliza tecidos 100% algodão e reaproveita sobras de material.

“Nada fica parado. O que sobra, a gente doa para mulheres que fazem tapetes e outros artesanatos. É bom para o meio ambiente e ajuda famílias”, explica Rosilda.

Com a proximidade da 30º Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, a expectativa é de aumento na produção.

"A gente tem que acreditar que a COP vem trazer coisa boa. Não só para o clima, mas para a cultura em geral, nossa culinária, nosso artesanato, nossa biojoia. A gente vai se agarrando nisso e preparando um volume maior de peças para o período. O meu objetivo é ganhar dinheiro, claro, não quero ser hipócrita, mas também quero divulgar a minha cultura para todos", diz a artesã.

Marca autoral

Professora de francês que virou costureira e empreendedora. Essa é a história de Glauciane Pinheiro, de 40 anos, que entrou no curso de costura industrial, “sem nunca ter tocado numa máquina”. A proposta do projeto era voltada para pessoas com experiência, mas algumas vagas foram abertas para iniciantes — e foi assim que ela desenvolveu a nova habilidade.

“Eu estava desempregada, passando por um momento emocional difícil. Entrei mais para me distrair, mas acabei me encontrando na costura”, relembra Glauciane.

A partir daí, o interesse por estamparia e criação de coleções cresceu. Com apoio do marido, que lhe presenteou com duas máquinas, ela montou um pequeno ateliê no quarto de casa e lançou a marca Mang Marajó.

Soure (PA), 09/010/2025 -  A empreendedora Glauciane Pinheiro  Lima produz estampas originais da moda marajoara no Espaço Mang.  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A empreendedora começou a produzir roupas com estampas autorais e bordados, parte feitos por famílias e grupos terceirizados da região. Hoje, ela vê no turismo local uma oportunidade concreta de crescimento.

“Desde que começaram os preparativos para a COP30, a cidade está diferente. Tem mais movimento, mais turistas. Eu recebo gente todos os dias, até de noite ou aos domingos”, relata Glauciane.

“A gente acredita que o turismo pode sustentar o Marajó. E eu quero viver disso, da cultura e da arte”.

A esperança comum daqueles que vivem de moda no Marajó é que novembro seja um ponto de virada para o setor no Pará, com maior visibilidade e mais investimentos públicos.

“Os principais desafios ainda são o acesso limitado a equipamentos modernos, capacitações técnicas continuadas, canais de comercialização e financiamento. Para alavancar a situação dessas mulheres, é necessário fortalecer as parcerias institucionais, ampliar o acesso a mercados (digitais e físicos), investir em formação empreendedora e garantir políticas públicas que sustentem esse processo de desenvolvimento local com identidade”, explica a diretora do Sebrae, Renata Rodrigues.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 26/03/2025 - O ministério dos Direitos Humanos e Instituto Maurício de Souza lançam gibi da Turma da Mônica sobre intergeracionalidade em escola no Itapuã, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Se o mundo se transformou com a internet, redes sociais e a massificação dos dispositivos móveis, a infância também. Em uma era hiper conectada, o contato com a natureza, as brincadeiras ao ar livre e o tempo longe das telas já aparecem como prescrição médica.

Com 29 anos de prática em consultório, Renata Aniceto, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), destaca que já prescreve em suas orientações, além de alimentação saudável e vacinação, tempo de convívio entre pais e filhos.  

“Eu quero que no final de semana vocês tenham duas horas de brincadeiras no parque, de vivências em casa, que levem as crianças para cozinhar, para fazer jogos de tabuleiro. É um retrocesso. Essa geração de pais não sabe como brincar com os filhos porque eles já vêm de uma fase conectada com as telas”, alerta. 

Ela conta que observou uma mudança comportamental gigantesca, principalmente com a entrada das telas, do celular e do tablet no cotidiano das famílias. 

“Houve uma desconexão entre pais e filhos. Porque não só as crianças estão mais tempo em tela, os pais também. No consultório, passaram a chegar muito mais alterações como ansiedade e depressão, quadros que nós nem estudávamos na nossa formação [em pediatria] e hoje precisamos lidar. É um momento muito conectado e desconectado ao mesmo tempo, com essa desconexão humana”, diz a pediatra. 

Angela Uchoa Branco, professora do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da Universidade de Brasília (UnB), reforça a importância das brincadeiras presenciais, face a face com outras crianças e adultos. Para as mais velhas, recomenda jogos como os de tabuleiro.  

"Jogos e brincadeiras livres são fundamentais para o desenvolvimento da criança. Contação de histórias dialogadas, ler para a criança antes de dormir, deixar livrinhos infantis disponíveis para desenvolver a criatividade e o gosto pela leitura. E, sempre que possível, levar a criança para brincar ao ar livre e conviver com a natureza”, afirma Angela. 

Para este Dia das Crianças, a Agência Brasil conversou com médicos, psicólogos e especialistas para reunir dicas para uma infância mais saudável. Confira: 

Mais brincadeiras, menos tela

Rio de Janeiro (RJ), 27/08/2025 – Alunos jogam futebol durante intervalo no Ginásio Experimental Olímpico Reverendo Martin Luther King, na Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Se no passado a infância era marcada pelas brincadeiras de rua e o tempo livre, hoje se mistura com as telas do celular, notificações e interações online. Renata destaca que, para além da perda nas interações e do convívio, o excesso de telas pode prejudicar também o desenvolvimento do cérebro e da cognição.  

“O excesso de telas vai estimular áreas que não são tão primordiais e pode levar à perda de habilidades, como foco, atenção, memória, resolução de problemas. São gerações que estão tendo mais dificuldade na comunicação e na aprendizagem. Além disso, se eu mexo menos o corpo, então haverá maior incidência de obesidade”, explica. 

No ano passado, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) atualizou as orientações sobre o tempo de telas adequado para cada faixa etária.

  • De 0 a 2 anos: sem telas, mesmo que passivamente; 
  • De 2 a 5 anos: uma hora por dia, com supervisão dos pais ou responsáveis; 
  • De 6 a 10 anos: uma a duas horas por dia, no máximo, e sempre com supervisão; 
  • Entre 11 e 18 anos: de duas a três horas por dia, e nunca deixar “virar a noite”. 

A diretora executiva da ONG Vaga Lume, Lia Jamra, que há 25 anos atua com educação nos nove estados da Amazônia Legal, ressalta a importância do incentivo à leitura, em oposição ao digital.  

“É muito importante pais e cuidadores terem iniciativa de ler para a criança para ajudar a sair da tela. A leitura traz um impacto socioemocional muito grande na formação de repertório, visão de mundo, possibilidade de sonhar. A infância na Amazônia é mais saudável. Várias brincadeiras fora de casa fazem parte da rotina dessa criança, como um mergulho no rio”, diz Lia. 

Sono

Brasília (DF) 28/01/2025 - Os irmãos Clara Santana (10) e Pedro Santana (13), são vistos com celular na mão embaixo de um cobertor.
Uma a cada 3 crianças tem perfil aberto em redes, alerta pesquisa
Dados foram divulgados nesta terça pela Unico e Instituto Locomotiva
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O sono de qualidade é um dos pilares fundamentais para o bom desenvolvimento infantil. O descanso adequado está diretamente ligado ao desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. Também nesse aspecto, Renata aponta que as telas podem atuar como vilãs da saúde das crianças; 

“Se usar telas no período noturno, fica com a luz da tela no meu cérebro mais tempo, o que diminui a produção de melatonina, hormônio responsável pela indução inicial do sono. Assim, a criança  vai ter mais dificuldade para pegar no sono e despertares noturnos mais frequentes”, destaca. 

A médica explica que o sono não é só para descansar, mas trata-se de um período em que processos neurológicos acontecem. 

“A fixação de aprendizados adquiridos durante o dia é feita nesse período noturno. Muitos hormônios são secretados durante a noite, como o hormônio do crescimento, os hormônios controladores de fome e saciedade, que podem impactar no apetite e ganho de peso”, afirma. 

Diálogo

A professora da UnB, Angela Uchoa, também destaca a importância de estabelecer diálogos respeitosos para promover uma educação que estabeleça limites, mas que reforce a autoestima dos pequenos, sem punições físicas.  

“É necessário sempre escolher o momento certo para conversar e estabelecer limites, dialogando. Devemos ter tolerância zero para agressões, mas manter uma atitude respeitosa e dando exemplo de como se deve agir quando algo nos desagrada. Respeito gera respeito, é necessário demonstrar afeto para que a criança se sinta amada e elogiar aquilo que ela sabe fazer bem. Isso fortalece a sua autoestima, essencial para seu pleno desenvolvimento como ser humano” completa a professor da UnB. 

Alimentação

Brasília-DF, 10.11.2023, A Diversas frutas, legumes e verduras que são vendidos diariamente na Centrais de Abastecimento do Distrito Federal, a CEASA-DF. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Aos 6 meses de vida, quando os primeiros dentinhos em geral aparecem, o bebê inicia a chamada introdução alimentar. A fase é considerada primordial na formação dos futuros hábitos alimentares da criança, destaca a professora Diana Barbosa Cunha, do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). 

Ela destaca que hábitos ruins na infância podem manter-se ao longo da vida, tornando-se fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas como as cardíacas, hipertensão arterial, diabetes tipo 2, entre outras. 

 “Essa fase deve ser tranquila, pensando que o objetivo da introdução alimentar é que o bebê conheça os alimentos. Nessa fase, o leito materno ainda é o alimento mais importante. A recomendação é que a introdução alimentar se inicie aos 6 meses e a gente espera que, aos 2 anos, a criança esteja plenamente adaptada à alimentação da família”, diz a professora. 

Diana destaca que é muito importante que a família esteja se alimentando de forma adequada, dando o exemplo, tendo como base os alimentos minimamente processados, como cereais, leguminosas, carnes, frutas.  

“Deve-se restringir o consumo de alimentos ultraprocessados. É fundamental estimular a autonomia da criança escolhendo as opções saudáveis que o responsável vai apresentar. Levar as crianças para a feira para ela escolher os alimentos. Levar a criança para o preparo dos alimentos como lavá-los, cortá-los. Isso favorece a relação com a alimentação”, conclui a professora. 

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 12/10/2025 - O Museu do Pontal celebra o Dia da Criança e os 3 anos de sua nova sede, na Barra da Tijuca, com uma maratona circense. O Festival de Circo no Museu do Pontal terá espetáculos e performances do mundo do picadeiro, apresentações musicais, brincadeiras e oficinas. Foto: Ratão Diniz/Divulgação

Uma programação especial com espetáculos, intervenções e oficinas está no Museu do Pontal, no Rio, neste fim de semana para comemorar o Dia das Crianças. A Magia do Circo no Museu do Pontal tem mais de 15 atividades, que começaram às 10h e vão até as 18h. 

O picadeiro montado na praça jardim é um dos pontos de encontro. Neste domingo (12), às 15 h será apresentado o espetáculo Um solo de palhaço, com o palhaço Biribinha, personagem de Teófanes Silveira, que é o grande homenageado da festa. Em 2023 ele foi reconhecido pela Fundação Nacional de Artes vinculada ao Ministério da Cultura (Funarte/MinC) como Patrimônio Vivo de Alagoas e Mestre das Artes Brasileiras.

A programação inclui ainda a apresentação solo Alecrim no Olho da Rua, pela primeira vez no Museu. O pesquisador e brincante Francisco Gomide traz a ancestralidade da companhia familiar Carroça de Mamulengos, criada em Brasília, em 1977. O espetáculo de dramaturgia popular tem músicas populares e o encantamento do circo. O público vai ver ainda o Mirabolante Homem Bola e o Circo-Teatro Saltimbanco, da tradicional Família Cericola, de Niterói, região metropolitana do Rio.

A diretora do museu, Angela Mascelani, destacou que também na maratona circense será a última chance dos visitantes verem a exposição O Circo chegou!, que conta com obras do acervo do Museu do Pontal e fotografias de nomes como Pierre Verger (França) e Walter Firmo (Rio de Janeiro). Ela lembrou que o público vai ver de perto os palhaços das festas brasileiras tradicionais,

“A exposição O Circo Chegou! marcou o primeiro ano do Museu do Pontal na nova sede. Traz o circo conhecido pela maior parte das pessoas, o circo da infância, o que entrou no imaginário e no cinema e traz o circo em diálogo com os palhaços que estão dentro das manifestações das culturas populares. É o palhaço que está na Folia de Reis, é também o que está no Bumba Meu Boi”, comentou à Agência Brasil.

Mesmo com o fim da exposição, a diretora promete que o circo não deixará de estar presente no Museu do Pontal. “Este ano que a gente está completando quatro anos na nova sede, a exposição se despede, mas o circo nunca se despede do Museu do Pontal, porque é um tema muito caro a nós, aos artistas populares e ao público em geral”, completou.

Ainda na exposição o público vai poder admirar uma atração especial que é o “menor circo do mundo”, obra da artista pernambucana Socorro Rodrigues, além dos conjuntos com diversos personagens dos artistas Antônio de Oliveira e Adauto, com bandas de música, equilibristas e bailarinas.

Rio de Janeiro (RJ), 12/10/2024 - O Museu do Pontal celebra o Dia da Criança e os 3 anos de sua nova sede, na Barra da Tijuca, com uma maratona circense. O Festival de Circo no Museu do Pontal terá espetáculos e performances do mundo do picadeiro, apresentações musicais, brincadeiras e oficinas. Foto: Ratão Diniz/Divulgação

Museu

A Magia do Circo no Museu do Pontal vai celebrar os quatro anos da nova sede deste espaço cultural, que é considerado o maior e mais significativo museu de arte popular do Brasil. O acervo do Museu do Pontal é resultado de 45 anos de pesquisas e viagens por todo país do designer francês Jacques Van de Beuque, composto por mais de 9 mil peças de 300 artistas brasileiros, produzidas a partir do século XX.

O diretor executivo do museu, Lucas Van de Beuque, lembrou dos desafios que o espaço cultural precisou enfrentar ainda na sede antiga, com risco de perda do acervo por causa de enchentes frequentes no local em que estava localizado no Recreio dos Bandeirantes, também na zona sudoeste do Rio.

“Cada ano é muito especial diante dos desafios que a gente teve para estar na nova sede e salvaguardar o acervo. Mais que isso, quando eu e a Angela [diretora do museu, Angela Mascelani] idealizamos o conceito dessa nova sede, de um museu praça, um museu democrático, que tivesse exposições dos artistas de camadas populares, mas também tivessem shows, oficinas e fosse um espaço dos mestres da cultura popular brasileira, a gente não esperava que desse tão certo”, disse à Agência Brasil.

Segundo ele, nos últimos quatro anos o museu recebeu mais de 300 mil visitantes, quatro vezes mais do que recebia na antiga sede. Foram realizads 20 exposições e mais de 2 mil artistas para fazer mais de 850 espetáculos e oficinas.

O diretor já está planejando os próximos rumos do Museu. “Preparando as festas para os nossos cinco anos na nova sede e os cinquenta anos do Museu”, afirmou.

O Museu do Pontal, por meio da lei federal de incentivo à Cultura, tem entre os apoiadores a Shell patrocinador master, a Vale como patrocinador estratégico, e como patronos a Repsol Sinopec Brasil, a Ternium, a Tenaris e o Itaú, além da Prefeitura do Rio.

A sede do Museu do Pontal é na Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca. O espaço cultural fica aberto de quinta a domingo, das 10h às 18h, sendo que o acesso às exposições se encerra às 17h30. 

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 04/06/2025 – Alunos em sala de aula no Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) 001, no Catete, na zona sul da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O governo federal quer ouvir sugestões da população brasileira sobre como usar a inteligência artificial (IA) na área da educação. Para isso, abriu uma consulta pública visando coletar contribuições e sugestões da sociedade civil que vão ajudar a construir um referencial para desenvolvimento e uso responsáveis da ferramenta no setor.

A consulta foi aberta nesta sexta-feira (10) e ficará disponível na plataforma Brasil Participativo até o dia 29 de outubro. Todo cidadão que tenha interesse em ajudar as escolas a fazerem bom uso dessa tecnologia, podem contribuir pelo site Brasil Participativo.

aviso de consulta pública foi publicado esta semana no Diário Oficial da União.

“Podem participar educadores, estudantes, famílias, gestores, pesquisadores, desenvolvedores e cidadãos interessados no tema”, informou o Ministério da Educação

Temas

As contribuições serão agrupadas nos seguintes temas:

  • proteção de dados;
  • combate a vieses algorítmicos;
  • direitos autorais e integridade acadêmica;
  • critérios de transparência;
  • protocolos de uso por faixa etária;
  • formação docente; e
  • acessibilidade e prioridades de infraestrutura. 

Em nota, o MEC lembra que inteligência artificial já está presente no cotidiano escolar, “desde o planejamento de aulas à personalização das trajetórias de aprendizagem, especialmente no contexto da acessibilidade do ensino a estudantes com diferentes necessidades”.

A Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) 2024, divulgada nesta semana pela OCDE, mostra que os professores no Brasil (56%) usam mais IA que média (36%) dos países da OCDE.

Fundamentos e salvaguardas

Por meio do referencial a ser obtido com a ajuda da consulta pública, será possível definir “fundamentos e salvaguardas para que a tecnologia seja uma aliada da aprendizagem e não uma ameaça aos processos educacionais”.

Ainda segundo o MEC, entre as diretrizes estarão a adoção de medidas como supervisão humana significativa em todas as etapas; alinhamento às finalidades pedagógicas; transparência e explicabilidade dos sistemas; governança e segurança de dados com avaliação de impacto algorítmico; compras públicas responsáveis; e formação continuada de professores e gestores.

(Fonte: Agência Brasil)

FILE PHOTO: 2017 American Film Institute Life Achievement Award  – Arrivals – Los Angeles, California, U.S., 08/06/2017 - Actress Diane Keaton. Reuters/Mario Anzuoni/Arquivo/Proibida reprodução

Vencedora do Oscar de Melhor Atriz de 1977 pelo filme Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Diane Keaton morreu nesse sábado (11), aos 79 anos, segundo um comunicado divulgado por sua família. Ainda não há detalhes das causas.

Diane começou sua carreira no teatro e em 1970 chegou ao cinema e à TV, fazendo participações em filmes menores e em seriados. Seu primeiro longa foi As Mil Faces do Amor. Depois disso fez aparições em algumas séries e em 1971 entrou para o elenco de O Poderoso Chefão, que seria lançado em 1972. Ela já se tornou bem conhecida por sua atuação neste clássico de Francis Ford Coppola e sua carreira deslanchou rapidamente depois disso. No mesmo ano atuou em Sonhos de um Sedutor ao lado de Woody Allen. Em 1974, trabalhou em O Poderoso Chefão 2.

Já com bastante reconhecimento, Diane seguiu em grandes produções em Hollywood. Em 1977 ganhou o Oscar de Melhor Atriz por Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, mais uma colaboração sua com o diretor e roteirista Woody Allen.

A atriz teve uma longa carreira e seguiu trabalhando bastante até recentemente. Seu último trabalho nas telas foi Summer Camp, mas ela também atuou em outras produções famosas nos últimos anos como De Repente 70Procurando Dory (dublagem), Tudo em FamíliaO Pai da Noiva etc.

Diane nasceu em Los Angeles, em 1946, e nunca se casou oficialmente. Ela deixa dois filhos: Dexter e Duke.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 10/10/2025 – “Honestino” resgata memória do líder estudantil desaparecido na ditadura.
Foto: Luciana Melo/Divulgação

Honestino, filme de Aurélio Michiles, teve sua estreia mundial na ÚLTIMA quinta-feira (10) na programação oficial do Festival do Rio, e emocionou o público no Cine Odeon, no centro do Rio de Janeiro. A obra revisita a trajetória do líder estudantil Honestino Guimarães, desaparecido durante a ditadura militar, combinando elementos de documentário e ficção.

Quando recebeu o convite para dirigir o longa, Aurélio  Michiles, que era amigo de Honestino e também participava do movimento estudantil, revela que a decisão foi difícil.

“O Honestino sempre esteve no horizonte das minhas realizações. Sempre pensei em contar a história dele, mas não tinha coragem, porque é também a nossa história, a de um Brasil injusto, violento, que matou milhares de brasileiros”, disse o diretor.

O documentário, produzido por Nilson Rodrigues, adota uma linguagem híbrida, combinando entrevistas e imagens de arquivo com cenas ficcionais interpretadas por Bruno Gagliasso. Essa opção estética aproxima o personagem do presente e dá fluidez ao relato, colocando o espectador diante de uma história que não está encerrada. 

Brasília (DF) 10/10/2025 – “Honestino” resgata memória do líder estudantil desaparecido na ditadura.
Foto: Anna Karina de Carvalho/Divulgação

“Nosso propósito é não deixar o personagem congelado numa fotografia antiga, mas torná-lo tangível, vivo. O ontem é hoje e o hoje pode ser o futuro”, define Michiles.

A motivação para dirigir o filme, segundo ele, surgiu de forma inesperada, ao assistir a um vídeo da neta de Honestino Guimarães durante a reinauguração da Ponte Honestino Guimarães, em Brasília.

“Ela dizia que gostaria de ouvir a história do avô contada por ele mesmo. Aí pensei, chegou a hora de contar essa história”, relembrou Michiles.

O resultado é um docudrama que combina depoimentos reais, imagens de arquivo e dramatizações para reconstruir a trajetória do ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), desde 1968, quando liderava o movimento estudantil, até a sua prisão e desaparecimento em 1973, aos 26 anos de idade.

O ator Bruno Gagliasso interpreta o papel principal e destaca o simbolismo do projeto.

“É um filme muito simbólico. Tentaram silenciar o Honestino há 50 anos, mas o silêncio não venceu. Ele defendia educação, liberdade e democracia. É um filme sobre o presente, não sobre o passado”, disse.

Para o produtor Nilson Rodrigues, o longa encerra uma trilogia sobre o período da ditadura militar, iniciada com O Outro Lado do Paraíso (2014) e seguida por O Pastor e o Guerrilheiro (2022).

“O Honestino merecia ter sua história contada. Dentro do movimento estudantil, ele é um símbolo, mas ainda pouco conhecido fora desse meio. Temos um compromisso com a memória de quem lutou pela democracia”, afirmou Rodrigues.

A trilha sonora, composta por Flávia Tygel, reforça a carga emocional da narrativa. 

“A trilha precisava conter repressão e perigo, mas também poesia e esperança. Honestino é liberdade. Gravamos com cordas, violão e programações eletrônicas para criar essa mistura entre passado e presente”, explicou.

A canção original O Coro dos Canalhas, interpretada por Fafá de Belém, e composta por Tigel em parceria com Michiles e Chico Chaves, encerra o filme com intensidade e simbolismo.

Brasília (DF) 10/10/2025 – “Honestino” resgata memória do líder estudantil desaparecido na ditadura.
Foto: Luciano Melo/Divulgação

Durante a sessão de estreia, o público reagiu com emoção. A professora carioca de História Maria Solange Melo Lins destacou a relevância do longa para as novas gerações.

“É impactante. Precisamos resgatar essas histórias para que nossos alunos conheçam o que foi a ditadura. O cinema é uma ferramenta maravilhosa para entender a História”, disse.

Concorrendo na mostra competitiva do Festival do Rio, que segue até 12 de outubro, Honestino deve chegar aos cinemas em maio de 2026.

“O filme é sobre memória, coragem e compromisso com a verdade. É sobre o Brasil que foi e o Brasil que ainda somos”, resume Aurélio Michiles.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 10/10/2025 – Aplicativo MEC Enem apresenta questões e simulados do exame
Foto: Ministério da Educação

Simulados com questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão disponíveis a partir desta sexta (10) em um aplicativo lançado pelo Ministério da Educação. A ferramenta foi batizada como “MEC Enem - o Simuladão do Enem” e pode ser acessada nas lojas de aplicativos ou pelo endereço app.mecenem.mec.gov.br. 

O aplicativo traz simulados de questões alternativas por campo do conhecimento, correção automatizada de redação, materiais de reforço (vídeos e apostilas) e assistente virtual. Em outra funcionalidade, o aplicativo possibilita o envio de mensagens diretas aos usuários. 

O público-alvo do aplicativo contempla estudantes de diferentes faixas etárias e pode ajudar egressos do ensino médio, estudantes dos cursinhos populares e beneficiários do programa Pé-de-Meia.  

São funcionalidades ainda da tecnologia o assistente virtual com inteligência artificial para construir planos ou cronogramas de estudo personalizados, bem como tirar dúvidas do estudante, com base em conteúdos das matérias que caem no Enem.

Redação

O usuário pode testar conhecimentos na redação em uma seção específica. Um tema é sugerido baseado em provas antigas do exame. O aluno precisa escrever a redação de próprio punho e tirar uma foto do texto. 

Em seguida, segundo o MEC informa, a plataforma transcreve automaticamente a redação, o que permite ao usuário editar o que achar necessário e enviar a redação para a plataforma. 

Na sequência, a inteligência artificial do MEC Enem corrige a redação e devolve um gabarito com sugestões de melhoria e pontuação estimada em até 60 segundos.

O aplicativo tem um cronômetro nas seções de questionário e redação, simulando a experiência do exame. As conquistas e as pontuações de cada estudante ficam dispostas em um perfil privado. Mas o usuário do aplicativo pode compartilhar a evolução nas redes sociais.

(Fonte: Agência Brasil)

Em Paris, onde moravam, o "Tigre da Abolição", José do Patrocínio,  e sua esposa, Maria Henriqueta (a Dona Bibi), eram amicíssimos do caxiense ELPÍDIO DE BRITTO PEREIRA, músico, maestro, de grande sucesso na capital francesa. Certa vez, estando doente, Elpídio foi levado pelo casal abolicionista para o apartamento de Patrocínio em Paris, onde o casal cuidou do caxiense até sua total recuperação. Uma noite ou outra, com Elpídio já melhor, os três iam às grandes apresentações musicais da Paris daquela época.

Tenho um livro do Elpídio – "A Música,  o Consulado e Eu" –, autografado, com dedicatória para terceira pessoa. O caxiense também foi diplomata e é autor da música do Hino de Caxias.

* EDMILSON SANCHES