O Maranhão estará presente na edição deste ano da Copa Pacífico de Águas Abertas. Nadadores da Atlef/Nina, os maranhenses Carol Hertel, Henrique Figueirinha, Milena Bordalo, Paulo Marcelo de Jesus e Noam Franchi foram convocados para integrar a Seleção Brasileira que vai competir ao longo desta semana, na cidade de Salinas, no Equador.
Donos de resultados expressivos na temporada, os cinco atletas chegam à Copa Pacífico como destaques do selecionado brasileiro e com boas chances de conquistar medalhas no Equador. Do quinteto maranhense, Carol Hertel (bicampeã brasileira Absoluto), Henrique Figueirinha (campeão brasileiro Absoluto) e Noam Franchi (campeão brasileiro Juvenil) vão disputar as provas dos 10km em suas respectivas categorias.
Enquanto isso, Milena Bordalo (campeã brasileira Juvenil) e Paulo Marcelo de Jesus (campeão brasileiro Infantil) estão confirmados nas provas dos 5km. Para Alexandre Nina presidente da Federação Maranhense de Desportos Aquáticos (FMDA) e técnico da Seleção Brasileira, os atletas maranhenses estão em grande fase na temporada.
CAROL HERTEL
“Todos estão em um grande nível em 2023 e têm chances reais de buscar excelentes resultados. A convocação de cinco maranhenses é motivo de muita alegria. O esporte que temos feito é uma referência. Vale ressaltar o apoio de muitos parceiros e amigos para o desenvolvimento desse trabalho e, sobremaneira a Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, que é uma bandeira no crescimento de atletas e clubes do nosso Estado. Nosso obrigado ao governo do Estado e à Equatorial Energia que têm sido um pilar desse projeto e nos dão suporte já há alguns anos. Sabemos que podemos contar com esse apoio e isso nos motiva a dar sempre o nosso melhor para vencer”, explicou Alexandre Nina.
A nadadora maranhense Sofia Duailibe teve um excelente desempenho na 11ª etapa da Copa Brasil de Águas Abertas, competição organizada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e realizada na semana passada, em Brasília (DF). A atleta da DM Aquatic, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, subiu ao pódio quatro vezes na competição nacional, sendo campeã Infantil I e terceira colocada Geral Feminina nas provas de 1,5km e 2,5km.
Com a atuação de alto nível em Brasília, Sofia Duailibe aumentou a sua coleção de conquistas na Copa Brasil e se consolida como uma das maiores revelações das águas abertas no país. Nas últimas seis etapas do evento nacional, a nadadora maranhense faturou 10 títulos, além de quatro vice-campeonatos e duas terceiras colocações, disputando provas de 1,5km, 2,5km e 5km nas categorias Infantil I e Geral Feminino.
Os quatro pódios na Copa Brasil de Águas Abertas reforçam o excelente momento de Sofia Duailibe na temporada de 2023. Nos dias 22 e 23 de julho, a atleta da DM Aquatic foi campeã geral da prova dos 1.650m feminino e garantiu a primeira colocação do Aquathlon feminino na 10ª edição do Desafio do Cassó, um dos eventos mais tradicionais de águas abertas do Maranhão, que foi disputado em Primeira Cruz, a 215km de São Luís.
Também em 2023, Sofia Duailibe sagrou-se campeã na prova dos 5km da categoria Infantil I Feminino no Campeonato Brasileiro de Águas Abertas e venceu a disputa geral dos 2,5km na Copa São Luís. Os dois eventos foram realizados no fim de abril, em São Luís.
Sucesso nas piscinas
Além de se destacar em eventos estaduais e nacionais de águas abertas, Sofia Duailibe acumula conquistas nas piscinas. Em junho, a atleta da DM Aquatic faturou duas medalhas de ouro nas provas dos 100m costas e 400m livre do Campeonato Maranhense de Natação de Inverno – Troféu João Vitor Caldas, realizado na piscina do Nina Natação, em São Luís.
Antes dos dois ouros no Maranhense de Inverno, Sofia Duailibe representou o Colégio Literato na categoria infantil feminino dos Jogos Escolares Ludovicenses (JELs), no início de junho, faturando três medalhas de ouro nas provas dos 50m costas, 100m costas e 400m livre.
Sofia Duailibe também brilhou na Copa Norte de Natação / Troféu Leônidas Marques, que foi realizada em abril, em São Luís. A nadadora maranhense conquistou 10 medalhas na categoria Infantil da competição regional: foram cinco ouros nas disputas dos 200m costas, 400m livre, 800m livre, 1.500m livre e 2,5km (águas abertas), quatro pratas nos 50m costas, 100m costas, 200m livre e 200m medley, e um bronze no revezamento 4x50m livre misto.
A nadadora Sofia Duailibe é patrocinada pelo governo do Estado e pela Potiguar, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Ela ainda conta com os apoios da DM Aquatic e do Colégio Literato.
Nessa segunda-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei de Incentivo às Escolas de Tempo Integral. O texto regulamenta o repasse de recursos e de assistência técnica da União para Estados e municípios no intuito de ampliar o número de vagas nessa modalidade de ensino, que prevê uma jornada igual ou superior a sete horas diárias, ou 35 horas semanais.
A previsão é que sejam investidos R$ 4 bilhões no programa, que tem como meta criar, até 2026, 3,6 milhões de vagas, sendo 1 milhão de matrículas logo na primeira etapa.
A convite do Ministério da Educação, o professor Yuri Norberto, do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, está em Brasília, para representar educadores brasileiros na solenidade de sanção da legislação. Sergipe é o quarto Estado do Brasil com maior taxa de matriculados no ensino integral – das 318 escolas estaduais, 96 são em tempo integral – 11 de ensino fundamental, três de ensinos médio e fundamental, seis de ensino profissionalizante e 76 de ensino médio integral. A previsão é chegar a 156 unidades nos próximos anos.
Em entrevista à Agência Brasil, o professor de sociologia citou projetos classificados por ele mesmo como inovadores na educação, como o Atheneu ONU, um modelo de simulação das Nações Unidas em que os alunos simulam ser chefes de Estado, e o Laboratório de Educação e Aprendizagem Digital, no qual os alunos aprendem sobre marketing, programação e produção de conteúdo.
Norberto também é o criador do projeto Observatório Internacional da Notícia, que tem como objetivo promover uma espécie de alfabetização digital e combater a desinformação.
Confira os principais trechos da entrevista:
Agência Brasil:
Na sua avaliação, qual a importância da educação em tempo integral no Brasil hoje?
Yuri Norberto:
Acho que esse talvez seja o ponto fundamental: o grande salto que o Brasil pode dar agora é a educação em tempo integral porque ela tem essa visão não só de tempo integral, mas da integralidade do aluno. O Brasil já conseguiu avançar em alfabetização, em universalizar todos os níveis e modalidades da educação básica. Estamos prontos pra dar o próximo passo, que é uma educação integral e que, no meu entender, vem sim por meio da educação de tempo integral.
Agência Brasil:
A partir da sua experiência com a educação integral, o que essa modalidade produz nos alunos?
Yuri Norberto:
A gente costuma dizer, na educação em tempo integral, que a pedra fundamental é o projeto de vida: qual o sonho que o aluno traz pra escola e como a escola pode potencializá-lo pra que ele alcance esse objetivo? Não é possível que a gente não consiga trabalhar e dar ao jovem o direito que ele tem de entender quem ele é e projetar quem ele quer ser e quais espaços quer alcançar.
Na educação integral, tudo o que a gente faz, leciona e organiza tem como base o projeto de vida dos alunos. É como se fosse um projeto de customização da educação – a gente adapta a escola àqueles alunos pra que ela atenda àqueles projetos de vida. Aí sim a educação faz sentido. Eu, aluno, vou estar em um lugar que me acolhe, que me entende e que me ajuda a potencializar quem eu sou.
Agência Brasil:
Dentro desse contexto do ensino integral, que tipo de ações colaboram para a permanência dos estudantes nas escolas?
Yuri Norberto:
A tutoria é um processo muito interessante. É um direito que o aluno tem, de ter uma conversa com alguém que vai orientá-lo. Temos também as disciplinas eletivas, que a gente chama de parte diversificada do currículo. No momento em que a gente pega o currículo, ele vai se apresentar de diferentes formas pro aluno – às vezes, de maneira mais lúdica, às vezes, de maneira um pouco mais prática.
É nessa escola que os alunos gostam de estar e onde o processo de aprendizagem é dinâmico, plural, diverso e envolvente. Então, a escola começa a fazer sentido. Ela passa a ser um lugar de afeto e acolhimento atrelado ao aprendizado.
Agência Brasil:
Quando a gente fala em formação integral, é preciso fomentar uma política educacional que preze pela valorização do professor?
Yuri Norberto:
A valorização tem dois caminhos. Claro que tem a valorização salarial, muito importante. Mas há, também, uma valorização da formação do professor. É preciso que o professor tenha a oportunidade de refazer a sua formação e aprender coisas novas. A valorização do professor passa por esses dois caminhos: acolhimento, apoio, salário, mas, principalmente, formação.
Agência Brasil:
As mudanças exigiriam, portanto, alterações nos currículos e nas jornadas de trabalho dos profissionais de educação?
Yuri Norberto:
Sim. Se você olhar, todas as profissões mudaram ao longo do tempo. Nós não seríamos exceção. Talvez, a profissão de educador seja a última a estar mudando. A gente continua com a mesma forma de contratação e de distribuição de carga horária. Parece que ficamos pra trás. Na verdade, implementar essas alterações nos currículos e nas jornadas de trabalho dos profissionais de educação seria acompanhar o passo que a sociedade está dando.
Agência Brasil:
O senhor pode detalhar alguns dos projetos que encabeça atualmente e que envolvem o ensino integral?
Yuri Norberto:
Vou destacar dois. O Atheneu ONU, um modelo de simulação das Nações Unidas em que os alunos simulam ser chefes de Estado de diversos países. Eles pesquisam sobre outros países, a parte política e geográfica. A partir desse conhecimento, eles precisam mobilizar um conjunto de tarefas, aprender a negociar, conversar e a estabelecer prioridades. Assim, a gente vai desenvolvendo o ser humano como um todo.
Outro projeto que temos é o Laboratório de Educação e Aprendizagem Digital. Os alunos aprendem marketing, programação, produção de conteúdo. Costumo dizer que é a escola dentro da escola, já que a gente refaz o processo de aprendizagem e leva pra dentro da escola coisas que geralmente eles não aprenderiam lá.
Agência Brasil:
Como o senhor vê essa retomada de uma política nacional para ampliar as matrículas no ensino em tempo integral?
Yuri Norberto:
Vejo com muita esperança. Afinal, a gente passou um período com a educação em tempo integral com limitação de expansão. Essa retomada agora com força, com pujança, com um projeto de lei, o que é muito importante, já que, até então, existia só uma portaria. É até uma segurança jurídica, algo que vai ficar, algo que a sociedade toda está demandando. Vejo com muitos bons olhos.
Finalmente, estão enxergando a educação em tempo integral não só como algo exótico e bem-sucedido pontualmente, mas como algo que a gente precisa fazer para todo o país, como uma política de massa.
O Programa Escola em Tempo Integral, cuja lei foi sancionada, nessa segunda-feira (31), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi bem recebido por gestores e trabalhadores em educação. A perspectiva é que o programa atenda a uma demanda de aumento de matrículas em tempo integral e que, com isso, haja melhora nos resultados educacionais e no preparo dos estudantes. A implementação traz também desafios, como a melhoria da infraestrutura das escolas e a formação dos profissionais.
O programa prevê o aumento das vagas em tempo integral, ou seja, com uma jornada igual ou superior a 7 horas diárias ou 35 horas semanais. Para isso, a União irá repassar recursos e oferecer assistência técnica a Estados, municípios e Distrito Federal. Ao todo, o programa prevê o investimento de R$ 4 bilhões para ampliar em 1 milhão o número de matrículas de tempo integral nas escolas de educação básica em 2023. A meta é alcançar, até 2026, cerca de 3,2 milhões de matrículas.
O presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Garcia, que é secretário de Educação de Sud Mennucci (SP), comemorou a sanção. Segundo ele, trata-se de uma questão “importante, necessária, urgente e emergencial”. Uma escola em tempo integral, destaca Garcia, possibilita que as demandas dos alunos sejam melhor atendidas. “Temos o desenvolvimento de pessoas com nível de educação maior, temos menos evasão, temos menos abandono e temos um ganho de aprendizagem que vai mudar significativamente a qualidade do trabalhador brasileiro no curto espaço de tempo, historicamente falando, em 10, 20 anos”, diz.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), o programa considera, além do tempo e da ampliação, o uso dos espaços dentro e fora da escola, os diferentes saberes que compõem o currículo escolar, a articulação com os campos da saúde, cultura, esporte, ciência e tecnologia, meio ambiente e direitos humanos, entre outras estratégias para melhorar as condições de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes.
Para o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e secretário de Educação do Espírito Santo, Vitor de Angelo, a expectativa também é positiva. Ele ressalta que antes da consolidação do programa, houve diálogo com os secretários e diz que o governo acatou as sugestões dos gestores. “As pesquisas disponíveis mostram que as escolas em tempo integral têm uma performance em termos de indicadores educacionais melhor que as escolas de tempo parcial, tanto pela simples ampliação de jornada, como pelo fato de que tendo mais horas é possível que essas escolas e essas redes desenvolvam atividades diferenciadas de maior impacto na aprendizagem dos estudantes e na diminuição do abandono”, diz.
Infraestrutura nas escolas
Um dos desafios para a implementação do tempo integral é a infraestrutura disponíveis para os professores e estudantes. Uma fiscalização feita por 32 tribunais de Contas constatou que 57% das salas de aula visitadas no país são inadequadas como local de estudo. Foram averiguados, aproximadamente, 200 itens de infraestrutura nos colégios. Os principais problemas encontrados foram janelas, ventiladores e móveis quebrados; iluminação e ventilação insuficientes; infiltrações e paredes mofadas. Também foram detectadas falhas na limpeza e higienização das dependências escolares.
Nos municípios, em um primeiro momento, segundo Garcia, o tempo integral deverá chegar a unidades que já têm um ambiente adequado para a oferta.
“O que não vai dar para fazer nesse momento são grandes movimentos de investimento e de adequação. É mais uma questão de aproveitamento da capacidade existente. Então, as redes terão que ser seletivas nesse processo, por exemplo, ampliando a quantidade de vagas em escolas que já são de tempo integral, ou transformando escolas de pequeno porte que tenham infraestrutura já propícia em escolas de tempo integral. Esses são os movimentos iniciais”.
De Angelo também reconhece os desafios. De acordo com o secretário, além da própria falta de infraestrutura de escolas, que, muitas vezes, não contam com quadras de esporte, biblioteca ou laboratórios, há também aquelas escolas que são compartilhadas entre Estados e municípios e que oferecem dois ou três turnos de ensino, dificultando que estudantes permaneçam no local em período integral. O secretário diz acreditar, no entanto, que os recursos disponibilizados poderão ajudar a contornar algumas situações. “Com o fomento, é possível contornar algumas dessas situações ou parte delas ou, em alguns casos, todas as situações que podem significar algum empecilho para ampliação da matricula”, defende.
Formação dos profissionais
Na execução, o programa prevê algumas etapas. Na primeira etapa, o MEC e as secretarias de Educação vão estabelecer as metas de matrículas em tempo integral. Os recursos serão transferidos levando em conta as matrículas pactuadas, o valor do fomento e critérios de equidade.
Nas etapas seguintes, o MEC deverá implementar estratégias de assistência técnica às redes de ensino para adoção do modelo, com foco na redução das desigualdades. Estão previstas ações para formação de educadores, orientações curriculares, fomento a projetos inovadores, estímulo a arranjos intersetoriais para prevenção e proteção social e melhoria de infraestrutura, além da criação de indicadores de avaliação e sistema de avaliação continuada.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, chama atenção para a necessidade do cumprimento da formação dos profissionais de educação e para a oferta de, de fato, uma educação integral e não apenas a extensão da carga horária. Ambos estão previstos no programa, mas é preciso fiscalizar para que saiam do papel.
“Muitas vezes, o sistema prolonga o tempo da escola para fazer mais do mesmo. Tivemos experiências de redes estaduais que aumentaram o tempo dentro da escola para reforçar aulas de matemática e português só pensando nos resultados do Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica]. Não podemos deixar que isso seja uma prática, tem que vir alinhado com conteúdo e com ações que garantam a formação dos estudantes”, diz Araújo.
Em relação a formação dos professores, Araújo diz que, muitas vezes, são feitos “arranjos curriculares inventados pelo Estado sem preparação para profissionais de educação”.
Meta
O Programa Escola em Tempo Integral busca viabilizar a Meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece a oferta de “educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos estudantes da educação básica” até 2024. O Relatório do 4º Ciclo de Monitoramento das Metas do PNE 2022 mostra que o percentual de matrículas em tempo integral na rede pública brasileira caiu de 17,6%, em 2014, para 15,1%, em 2021.
O programa foi anunciado pelo presidente Lula no dia 12 de maio. Para viabilizá-lo, o governo enviou projeto ao Congresso Nacional, que foi aprovado no dia 11 de julho. O texto permitiu, ainda, a repactuação dos recursos da Lei 14.172/2021 para fomentar a conectividade nas escolas.
O prazo para inscrever no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade (Encceja PPL) 2023 termina nesta sexta-feira (4). As provas serão aplicadas nos dias 17 e 18 de outubro.
O Encceja PPL é destinado aos jovens e adultos privados de liberdade, que cumpram medidas em instituições da administração prisional ou socioeducativa, e que não tenham concluído os ensinos fundamental e médio no tempo certo, mas buscam a certificação.
Para participar, é necessário ter, no mínimo, 15 anos completos, no dia de realização das provas e não ter concluído o ensino fundamental, ou, para a certificação do ensino médio, é necessário ter no mínimo 18 anos completos, no dia realização das provas, e não ter concluído o ensino médio.
Os exames são divididos em quatro áreas do conhecimento: ciências da natureza e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias e redação; ciências humanas e suas tecnologias.
Na inscrição, o responsável pedagógico deve indicar as provas que o participante realizará e se há necessidade de atendimento especializado. Também poderá ser feita a solicitação de tratamento pelo nome social. Todo o procedimento é feito por meio do Sistema Encceja PPL.
Instituições
O prazo para adesão dos órgãos de administração prisional e socioeducativa à aplicação do Encceja PPL permanece aberto até o fim do prazo de inscrição, na sexta-feira. O procedimento deve ser feito por meio de ofício enviado ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), por mensagem eletrônica, noe-mail, com o assunto da mensagem "Adesão Encceja Nacional PPL 2023". Os órgãos devem indicar as unidades de aplicação e o responsável pedagógico.
É necessário que as unidades que queiram se cadastrar tenham espaço físico, coberto e silencioso, iluminação, cadeiras, mesas e todas as condições para a aplicação e garantia da segurança de participantes e aplicadores.
O prazo da segunda chamada para comprovação de documentação dos classificados para o segundo semestre, do Programa Universidade Para Todos (Prouni) 2023 terminará na próxima quinta-feira (3). Nesta etapa, os candidatos às bolsas integrais e parciais de estudo em cursos de graduação, nas instituições privadas de educação superior, devem comprovar as informações fornecidas durante a inscrição.
A entrega da documentação pode ser feita por meio eletrônico no Portal de Acesso Único do Ministério da Educação (MEC), ou na própria instituição de ensino superior. https://acessounico.mec.gov.br/
Os candidatos pré-aprovados devem apresentar a documentação relacionada à formação do ensino médio, à comprovação de deficiência e à comprovação de formação para o magistério da educação básica, conforme cada caso previsto no edital deste ano.
É necessário, também, apresentar documentos que comprovem renda familiar de até 1,5 salário mínimo, atualmente em R$ 1.980 – por pessoa – para quem concorre às bolsas integrais. Para bolsas parciais, a renda mensal a ser comprovada é de até três salários mínimos, por pessoa, atualmente no valor de R$ 3.960.
Exigências
A segunda chamada é uma nova chance para os estudantes classificados de acordo com as opções de curso e instituição e as notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cumprirem as exigências previstas no Prouni.
Os que perderem o prazo perdem o direito à bolsa que será destinada aos candidatos classificados na lista de espera. A divulgação da lista de espera e início dos prazos para esse grupo deverá ocorrer no dia 18 de agosto.
Para o segundo semestre de 2023, o MEC disponibilizou 276.566 bolsas, sendo 215.530 integrais e 61.036 parciais, de 50% do valor da mensalidade, para cursos de graduação, ou sequenciais de formação específica.
O prazo de inscrição no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2023 termina nesta segunda-feira (31). O processo deve ser realizado, por meio do Sistema Enade, pelos coordenadores dos cursos, para estudantes ingressantes e concluintes habilitados.
Na inscrição, a Instituição de Educação Superior (IES) deve informar os dados acadêmicos e o número do CPF do estudante, conforme cadastrado na Receita Federal. Também é responsabilidade da instituição informar ao estudante sobre a inscrição no exame.
No período entre 1º e 8 de setembro, os estudantes inscritos poderão acessar o sistema para indicar necessidade de atendimento especializado e tratamento pelo nome social. Os locais de aplicação das provas serão divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de 6 a 26 de novembro.
De 1º de setembro a 25 de novembro, os estudantes inscritos deverão preencher o questionário sobre o perfil e o processo formativo. Essa etapa é obrigatória para comprovar a participação do estudante no Enade 2023.
A prova será aplicada no dia 26 de novembro com algumas novidades, como a ampliação do tempo mínimo de permanência na sala de aplicação da prova, de uma hora, para duas horas. Nesta edição, haverá, também, mais acessibilidade, com a disponibilização do cartão-resposta ampliado, com fonte 18, para participantes com deficiência visual.
A prova é composta por duas partes: uma de formação geral; comum a todas as áreas, com dez questões, sendo uma discursiva e nove de múltipla escolha. A outra de componente específico, é composta por 30 questões, sendo uma discursiva e 29 de múltipla escolha.
O Enade avalia o desempenho de estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação, além das competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação. Os resultados são utilizados como parâmetros avaliativos das instituições brasileiras de educação superior.
Encontrar e produzir a arte presente no cotidiano comum e nas ruas, integrada à vida na cidade, ligada ao corriqueiro visto com poeticidade. No olhar particular e revolucionário do artista plástico carioca Hélio Oiticica, que morreu com apenas 42 anos em 1980, instalações, pinturas e esculturas deveriam estar próximas ao cidadão comum e não apenas em ateliês ou museus.
No mês que o artista completaria 86 anos (nasceu em 26 de julho de 1937), uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, e um livro com uma coletânea de cartas reveladoras revisitam obras e pensamentos do artista, que continuam atuais, segundo especialistas em seu trabalho.
A exposição Delirium Ambulatorium, em cartaz no CCBB da capital, com acesso gratuito, reúne mais de 80 obras de diferentes fases da vida de Oiticica. O nome da exposição, segundo salienta o curador da mostra, o pesquisador pernambucano Moacir dos Anjos, alude a um termo que o artista usava para descrever que principal ativador do trabalho dele, era o contato com o mundo, o caminhar pela cidade.
“Esse delirar no caminho pelas ruas, pela cidade, no encontro com as coisas comuns da vida, as coisas do cotidiano seriam o estopim para fazer arte”, aponta o curador. Ele explica que a exposição busca ressaltar essa ideia que o artista repetiu na fase final da vida dele, em cartas com amigos, por exemplo.
Motivação
“Era algo que realmente o motivava sair pra rua. A exposição é uma tentativa de um olhar retrospectivo, do começo até o final desse movimento”, explica Moacir dos Anjos. Ele contextualiza que a obra dele nos anos 1950 está ligada a uma tradição construtiva da arte brasileira, como uma distração geométrica.
“Pouco a pouco, aquilo vai se fragmentando dentro desses trabalhos ainda como desenhos no papel e depois se transforma em objetos que passam a ocupar o espaço e serem penetráveis. As pessoas penetram nos trabalhos”, exemplifica.
O que era pintura na parede se transforma em arte no espaço aberto. O pesquisador explica que os anos 1960 influenciam o artista, incluindo o contato com os músicos da Tropicália, com a cultura popular, no samba da Mangueira e as relações do movimento do corpo e da arquitetura.
“Uma certa ginga e improvisação fundamentais para entender que o corpo ganha autonomia e protagonismo”, aponta o curador.
Ele explica que, na visão de Oiticica, o artista passa a ser um propositor de situações para que as pessoas possam descobrir e viver com arte. “Ele quebra essas distinções entre artista e não artista, entre museu e rua”.
Moacir dos Anjos entende que, dentre tantas obras, uma das que ele sugere para que o público perceba a arte de Oiticica é a intitulada Grande Núcleo (1960), que está na galeria 3 do CCBB. “É uma obra com placas de madeira suspensas formando uma estrutura grande, amarela, laranja, em vários tons. É uma obra que os visitantes não devem deixar de ver”.
“Desde muito jovem, ele já fazia cópias das cartas que ele escrevia e guardava. Então, a gente tem um material imenso que foi objeto de uma pesquisa muito aprofundada. É um primeiro volume. Nós vamos ter um segundo volume cobrindo a década de 1970 (previsto para o ano de 2025)”.
Na década de 1960, momento que mescla efervescência de pensamentos, produção, vida em Londres e reação à ditadura militar, as cartas descortinam o pensamento de um jovem que está à frente do seu tempo.
As correspondências revelam, por exemplo, uma busca permanente por elaborar conceitos e compreender o momento artístico. Para Tânia Rivera, os textos são como crônicas da sua época. “As cartas, na minha opinião, devem ser consideradas parte da obra do artista. Uma obra que buscava a essência total entre arte e vida com uma intensidade extraordinária”. Para ela, esses textos são, às vezes, divertidos e, também, profundos. Um mergulho no pensamento do jovem artista que morreu cedo demais.
A pesquisadora atenta para o fato da preocupação de uma dimensão coletiva da criação artística. “Ele exorta os colegas a uma ação conjunta. Especialmente, naquele momento, de 1969 (quando há o recrudescimento da violência do Estado e extinção das liberdades individuais), depois de saber que Gilberto Gil e Caetano Veloso estavam sendo presos por estarem com a Bandeira com a inscrição “seja marginal, seja herói”, criada por Hélio Oiticica.
A pesquisadora explica que, a partir disso, as cartas revelam como Oiticica passa, imediatamente, a organizar um evento que seria um ato político pela libertação de Caetano e Gil. “Ele reflete sobre o papel do artista na sociedade, especialmente em relação à política. Oiticica diz que seria possível um artista não se posicionar”. As palavras e as obras ficaram eternizadas.
Com o tema Coreografias do Impossível, a 35ª Edição da Bienal de São Paulo, que ocorre na capital paulista, entre os dias 6 de setembro e 10 de dezembro deste ano, pretende desafiar o impossível, discutindo as urgências do mundo atual.
Com 120 artistas já confirmados para esta edição e uma curadoria que trabalha de forma coletiva, a Bienal de São Paulo está propondo, para este ano, um evento mais poético, enigmático e performativo, abraçando a ideia de movimento e repelindo o tempo linear. Esta será uma Bienal sem divisão por temas e sem cronologia.
“Na Bienal, rompem-se as disciplinas. Tem gente que vem do mundo da arte, tem gente que não vem do mundo da arte. Mas ela não vai ser uma Bienal descritiva ou literária. Tem um componente poético, enigmático, que é impossível de ser absorvido em uma marca ou algoritmo. E isso gera um espaço que é o espaço da poética, que é o que reivindicamos”, disse Manuel Borja-Villel, um dos nomes que assina a curadoria da Bienal com Diane Lima, Grada Kilomba e Hélio Menezes.
“[A Bienal deste ano] tem essa dimensão performativa muito forte, onde muitas das obras nos convidam a pensar e a imaginar radicalmente o que são esses contextos impossíveis e quais são as soluções – em termos de linguagem e de estratégias – que esses artistas encontram no seu cotidiano para sobreviver e também para encontrar modos de expressão”, explicou Diane Lima.
As coreografias do impossível ocorrem logo após o impacto de uma pandemia do novo coronavírus e, também, depois de um governo de extrema-direita no país, que chegou a extinguir o Ministério da Cultura. “Esses projetos e os desafios políticos, econômicos, sociais e ambientais que a gente viveu com intensidade nos últimos quatro anos, no Brasil, eram, também, reflexos de um processo histórico muito maior, na qual se vê – e se prova – que os projetos de justiça, liberdade e igualdade não são realizações possíveis”, disse Diane, acrescentando que essas obras [que estarão na Bienal], de fato, nos ajudam a refletir um tanto quanto sobre todos esses pontos”.
O tema escolhido pela Bienal pretende fazer com que o público se mova entre as obras, atravessando os limites e os contornos do prédio e escapando das impossibilidades do mundo.
“Nós vivemos em um mundo marcado por uma série de impossibilidades, por um mundo em que a prática da violência se cotidianiza. E essas práticas desses impossíveis têm impactos nas produções estéticas, nas produções éticas, nos contextos artísticos. Interessa-nos, portanto, reunir e colocar em diálogo artistas cujas produções têm desafiado, questionado, recusado, gingado, esses impossíveis”, disse Hélio Menezes.
Os artistas
Embora não tenha a intenção de ser explicada, coletividade e pluralidade são termos que podem ajudar a definir a Bienal deste ano. Isso começa pela curadoria. “São quatro pessoas com padrões muito distintos, de trajetórias muito distintas, de formas de fazer muito distintas, que falam de posições distintas e que se unem para trabalhar conjuntamente”, disse Borja-Villel. “Nessa equipe, pela primeira vez, não há um curador-chefe. E tampouco tem uma direção pré-determinada. O que temos é um projeto que se vai construindo”, acrescentou.
Esses dois termos também foram valorizados para a escolha dos artistas selecionados e que vem sendo chamados pelos curadores de “coreógrafos do impossível”.
Na lista desses artistas, estão vozes da diáspora e dos povos originários, como o coletivo Mahku, grupo de etnia huni kuin e que este ano esteve presente em uma exposição no Museu de Arte de São Paulo (Masp). “É a primeira vez que vamos expor na Bienal de Arte de São Paulo”, disse Ibã Kaxinawa, um dos integrantes do coletivo, em entrevista à Agência Brasil.
Para ele, participar da Bienal é importante para mostrar que as culturas indígenas continuam existindo e resistindo no Brasil. “É importante mostrar tudo o que a gente tem e o que ainda restou”.
A matéria-prima do coletivo Mahku são as mirações que eles vivem e visualizam nos rituais de ayahuasca, chamados de nixi pae. Os trabalhos apresentam figuras bidimensionais, com cores vivas e intensas, e as histórias são compostas a partir dessas experiências nos rituais.
Ibã disse que atualmente o grupo vem trabalhando na pintura para a Bienal e que estão felizes com o convite para participar do evento. “Nós vamos mostrar os cantos de cura. Esse trabalho discute a importância de cura”, disse ele.
Projeto arquitetônico e expográfico
Para realçar a ideia de movimento e de bailado contra as impossibilidades do mundo, o projeto arquitetônico e expográfico dessa Bienal, realizado pelo escritório Vão, pensou em propor um novo fluxo para o visitante, no qual ele se torna protagonista do processo. Com isso, o vão central do Pavilhão Ciccillo Matarazzo da Bienal será inteiramente fechado, pela primeira vez na história.
“Esse projeto arquitetônico e expográfico se organiza a partir de duas intervenções chaves no prédio”, destacou Hélio Menezes.
A primeira delas, disse o curador, busca promover uma coreografia, enfrentando o projeto original de Oscar Niemeyer. “Isso significou, em primeiro lugar, a construção de espaços arquitetônicos que prezam por momentos de contração e de abertura. Em um andar teremos várias salas individuais, que se agrupam na região central. E todo o seu contorno será um grande espaço aberto onde as instalações e as obras vão dialogar sem qualquer fronteira de paredes ou divisões. E um outro andar do prédio fará o contrário”, explicou.
A segunda proposta, que incluiu o “semifechamento da rampa que dá acesso ao segundo andar do prédio”, pretende fazer com que o visitante altere o caminho esperado do prédio. “Essa proposta de inversão de percurso abre, em realidade, para infinitas possibilidades de trajetória dentro da exposição. Essa é uma arquitetura aberta porque os visitantes vão criar os seus próprios trajetos”, disse Menezes.
Além da exposição
Neste ano, a Bienal também está propondo outras formas de diálogos com o público visitante. Com isso, além do espaço expositivo, o evento vai promover uma programação com mesas, performances e ativações de obras. Isso, segundo Hélio Menezes, vai ocorrer durante todo o evento.
“Isso é algo importante de sublinhar porque é uma Bienal que não vai acontecer apenas em sua dimensão expositiva, mas que tem um dinamismo de funcionamento que convida também ao bailado desses corpos ao longo de três meses da programação”, disse ele.
Outro destaque é que haverá a participação da Cozinha da Ocupação 9 de Julho. “Essa comida vem de uma cadeia produtiva responsável, de Agricultura Familiar, em um processo em que não há mão de obra escravizada e em que há um controle sobre o uso de agrotóxicos e outros venenos no processo de produção alimentar”, falou. “É ao redor da mesa da cozinha que todos nós nos reunimos e também será ao redor dessas provocações que a comida pode trazer que a 35ª também performará uma outra maneira de pensar uma exposição de arte”, acrescentou.
Mais informações sobre a 35ª Bienal de São Paulo, que é gratuita mas que ainda está em fase de preparação, podem ser obtidas no site.
A escritora Heloísa Teixeira tomou posse na noite dessa sexta-feira (28), na cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras (ABL), vaga desde a morte da escritora Nélida Piñon, em dezembro. Recentemente, Heloisa aposentou o sobrenome famoso Buarque de Hollanda – que era do primeiro marido, o advogado e galerista Luiz Buarque de Hollanda – e passou a adotar o Teixeira, de origem materna. Foi com o novo sobrenome – que também ganhou um lugar de destaque na tatuagem desenhada nas costas – que a escritora assumiu seu assento na academia.
O presidente da ABL, Merval Pereira, disse que “a nova acadêmica foi eleita Heloisa Buarque de Hollanda e diplomada Heloisa Teixeira”.
Durante discurso, Heloisa fez questão de citar a disparidade de gênero encontrada dentro da própria ABL. “Ainda somos pouquíssimas nessa casa: apenas dez mulheres foram eleitas acadêmicas contra um total de 339 homens, o que reflete a desigualdade entre a eleição de homens e mulheres na ABL”. A academia foi inaugurada em 20 de julho de 1897.
Eleita com 34 dos 37 votos, ela disse que entra na academia, aos 84 anos, alinhada com o projeto de renovação. “Esse atual projeto de abertura me fascina. E isso não é nem o começo. Tem que ter mulher, negro, índio. Porque são excelentes também. Isso é o Brasil, a democracia. Eu estou muito feliz de chegar nesse momento na academia”, destacou Heloísa, que teceu vários elogios à instituição.
“O que é discutido aqui é muito sério. São os problemas da língua nacional, o que é certo, errado, bom ou ruim, e não tem nada mais político e importante. Acho que seria maravilhoso divulgar a gravidade desse assunto para o público em geral. É bacana defender a palavra, a língua, a literatura nacional, a liberdade de expressão. É uma instituição a qual vale a pena pertencer”.
A escritora e crítica cultural passa a ser a décima mulher eleita para a ABL. A cadeira 30 tem como fundador o contista Pedro Rabelo e como patrono o jornalista e romancista Pardal Mallet. Já ocuparam o assento como titulares o advogado Heráclito Graça, o médico Antônio Austregésilo e o ensaísta, filólogo e lexicógrafo Aurélio Buarque, além de Nélida Piñon.
Nascida em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Heloisa se mudou com a família para o Rio de Janeiro aos 4 anos. Filha de um médico, professor e uma dona de casa, é mãe de três filhos: Lula, André e Pedro, todos cineastas.
Trajetória
Uma das principais vozes do feminismo brasileiro, Heloísa Buarque de Hollanda – agora, Heloísa Teixeira – é formada em letras clássicas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), com mestrado e doutorado em literatura brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-doutorado em sociologia da cultura na Universidade de Columbia, em Nova York. É diretora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC-Letras/UFRJ), onde coordena o Laboratório de Tecnologias Sociais, do projeto Universidade das Quebradas, e o Fórum M, espaço aberto para o debate sobre a questão da mulher na universidade.
Seu campo de pesquisa privilegia a relação entre cultura e desenvolvimento, área em que se tornou referência, dedicando-se às áreas de poesia, relações de gênero e étnicas, culturas marginalizadas e cultura digital. Nos últimos anos, vem trabalhando com o foco nas produções das periferias das grandes cidades, no feminismo, bem como no impacto das novas tecnologias digitais e da internet na produção e no consumo culturais.
Entre os livros publicados, destaca-se a histórica coletânea 26 Poetas Hoje, de 1976, que revelou uma geração de poetas “marginais”, como Ana Cristina Cesar, Cacaso e Chacal. O livro trazia a atmosfera coloquial e irreverente que marcaria a década de 1970, também chamada de geração mimeógrafo ou geração marginal. Eram poetas que estavam à margem do circuito das grandes editoras e que produziam seus livros de maneira artesanal, em casa, em pequenas tiragens vendidas em centros culturais, bares e nas portas dos cinemas. O livro foi uma resposta direta aos anos de chumbo e se tornou um clássico da poesia brasileira, referência incontornável para escritores e leitores de poesia.
Com o nome de casada, Heloísa Buarque de Hollanda publicou também: Macunaíma, da literatura ao cinema; Cultura e Participação nos anos 60; Pós-Modernismo e Política; O Feminismo como Crítica da Cultura; Guia Poético do Rio de Janeiro; Asdrúbal Trouxe o Trombone: memórias de uma trupe solitária de comediantes que abalou os anos 70; entre outros.