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A 26ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), considerada a maior olimpíada científica do Brasil, prorrogou inscrições até o próximo dia 10 para alunos de todos os anos do ensino fundamental e médio do país e do exterior, desde que frequentem escolas de língua portuguesa.

Realizada, anualmente, pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), a olimpíada ocorrerá presencialmente nas escolas e em fase única, no dia 19 deste mês. Escolas públicas e particulares podem se cadastrar pelo site. Excepcionalmente, se a escola onde o aluno estuda não estiver cadastrada ou não quiser participar da olimpíada, o estudante interessado poderá recorrer à outra escola cadastrada de sua região e, com consentimento desta, realizar a prova nela.

A OBA é dividida em quatro níveis, sendo os três primeiros para alunos do ensino fundamental e o quarto para os do ensino médio. A prova é composta por dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. A maioria das questões é de raciocínio lógico. As medalhas são distribuídas de acordo com a pontuação obtida em cada nível.

Os alunos e os professores podem se preparar para a prova por meio do aplicativo “Simulado OBA”, disponível para celulares, tablets, e computadores, e pelo site da olimpíada, que fornece vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das edições anteriores. Conteúdos podem ser vistos no canal da olimpíada no YouTube.

Os melhores classificados na OBA participarão de processo seletivo para representar o país nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2024. Os participantes concorrerão, ainda, a vagas na Jornada Espacial, que ocorre em São José dos Campos (SP). Lá, recebem material didático e assistem a palestras de especialistas.

Interesse

Segundo o astrônomo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e coordenador nacional da OBA, João Batista Garcia Canalle, o objetivo é fomentar o interesse dos jovens pela astronomia, astronáutica e ciências afins, promover a difusão dos conhecimentos básicos de forma lúdica e cooperativa, por meio de um mutirão nacional que mobilizará alunos, professores, coordenadores pedagógicos, diretores, pais e escolas, planetários, observatórios municipais e particulares, espaços, centros e museus de ciências, associações e clubes de astronomia, astrônomos profissionais e amadores e instituições voltadas às atividades aeroespaciais.

A 25ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), realizada no ano passado, totalizou 1,945 milhão de estudantes inscritos, aumento de 115% em comparação a 2021. Desse total, participaram 1.181.516 alunos, representando 12.369 escolas. Foram distribuídas 56.860 medalhas entre ouro, prata e bronze.

Foguetes

Organizada pela OBA, a 17ª Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog) também está com inscrições abertas até o próximo dia 10. O evento avalia a capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de materiais diversos, como garrafa PET, tubo de papel ou canudo de refrigerante. Realizada tradicionalmente nas escolas, caberá aos professores a coordenação dos lançamentos dos foguetes, cuidar de todos os aspectos da segurança do evento e medir os alcances obtidos pelos foguetes em metros, entre o ponto de lançamento e onde o foguete parou.

A Mobfog tem quatro níveis e é voltada para alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país. Jovens que concluíram o ensino médio podem participar, desde que representando a instituição na qual se formaram e com a concordância desta. O cadastro é único para a Mobfog e a OBA e deve ser feito pelo site da competição.

Os foguetes devem ser elaborados e lançados individualmente ou em equipe até 19 de maio. Entre 20 e 31 de maio, a escola deverá informar os alcances dos foguetes. Ao término, todos, incluindo professores e diretores, recebem um certificado, e os estudantes que alcançarem os melhores resultados receberão medalhas. (Fonte: Agência Brasil)

O Píer Mauá recebe, a partir do próximo dia 5, a primeira edição do Rio Art Tattoo Festival, que reunirá mais de 300 artistas nacionais e internacionais da tatuagem. O evento se estenderá até o dia 7, no horário de 12h à meia-noite. Para os tatuadores, os trabalhos terão inicio às 10h, diariamente.

Um dos organizadores do evento, Sylvio Freitas, profissional do setor há mais de 20 anos, disse que o projeto piloto do Rio Art Tattoo ocorreu há dez anos, no mesmo local, quando foram trazidos 50 artistas estrangeiros. Outros eventos foram realizados durante os anos seguintes até a pandemia do novo coronavírus (covid-19), quando esse ciclo foi encerrado. Freitas e os sócios tatuadores Helida Yama e Ganso Galvão e a agência Sommar repensaram então o formato e a estrutura ideais do evento, trazendo uma nova proposta. “Nasceu o Rio Art Tattoo Festival”, disse.

Segundo Sylvio Freitas, a ideia desse novo formato é trazer em evidência a história da tatuagem, numa visão mais artística do que empresarial, em que a tecnologia é mais reconhecida atualmente do que a essência da tatuagem, “que é uma arte milenar”.

“Com isso, a gente conseguiu trazer de volta para o cenário grandes artistas, que começaram a tatuagem no Brasil, para que os jovens conheçam os precursores da arte no país”, disse.

Freitas disse que embora a tatuagem brasileira seja muito reconhecida e bem-vista no exterior, não se pode esquecer os pioneiros dessa arte que abriram os caminhos no país até chegar aos tempos atuais. Os organizadores enfatizam a importância do convívio entre gerações e experiências.

Fórum

Um diferencial do festival é o inédito Fórum Tattoo Convention, que reunirá antropólogos, historiadores, médicos, entre outros especialistas, para abordar o tema da tatuagem.

Freitas citou o historiador Toni Marques, autor do primeiro livro sobre essa arte, intitulado O Brasil Tatuado; Jun Matsui, um dos mais conceituados tatuadores brasileiros que contou, em filme, como foi sua chegada ao universo da tatuagem, depois de passar uma longa temporada no Japão; além de tatuadores indígenas que não estão fazendo só grafias indígenas, mas já atuam no mercado. Para reforçar a presença feminina na arte da tatuagem, haverá o espaço Tattoo Delas.

Outra atração será o Focus Tattoo Cine, festival de curtas-metragens sobre a temática. Alunos da faculdade de cinema da Universidade Federal Fluminense (UFF) acompanharão o festival documentando tudo que acontece. No último dia do evento, haverá exibição dos curtas produzidos.

“São várias vertentes da tatuagem, de vários pontos de vista, incluindo formadores de opinião, fabricantes de material, revendedores, importadores. Todos vão estar palestrando sobre o mercado da tatuagem também”, informou.

Haverá ainda exposição de artes, como pintura e escultura; gastronomia; música. Na parte musical, shows ocorrerão durante todo o dia, com o projeto Ecoando, e DJs tocando hip hop e música eletrônica.

Pela primeira vez o Rio Art Tattoo Festival desenvolverá um projeto social no Espaço Kids, recebendo no dia 5, às 14h, excursão de alunos de uma escola pública, definida pela prefeitura carioca. Os estudantes serão levados para conhecer o mercado da tatuagem e a nova profissão que se acha em evolução. “Nós estaremos prontos para receber essas crianças lá e mostrar as atividades artísticas no Espaço Kids”.

O melhor tatuador do festival garantirá passagens e estande para participar na Barcelona Tattoo Expo, em outubro, na Espanha. A ideia de Sylvio Freitas é colocar o Rio Art Tattoo no calendário internacional.

Os ingressos têm valores de R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada), mas há promoções de combos família por R$ 90 para quatro ingressos, cujo valor unitário sai a partir de R$ 22,50, levando um quilo de alimento não perecível. Crianças até 12 anos de idade têm entrada franca. Maiores de 12 anos, pagam meia-entrada. Os ingressos podem ser adquiridos no site do evento.

(Fonte: Agência Brasil)

Kitesurfista número 1 do Brasil, o maranhense Bruno Lobo, que é patrocinado pelo Grupo Audiolar e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Bolsa-Atleta e da Revista Kitley, participou da Semana Olímpica Francesa, entre os dias 22 e 29 de abril, em Hyères, na França. Em fase de preparação para a disputa da tão sonhada vaga nos Jogos Olímpicos, Bruno teve algumas dificuldades nas regatas na Semana Olímpica e não conseguiu avançar para a fase final da competição em águas francesas, mas valorizou o aprendizado para a sequência da temporada.

Logo nos primeiros dias da Semana Olímpica Francesa, Bruno Lobo teve que lidar com fortes ventos em Hyères, que atrapalharam o seu desempenho e fizeram com que o número de regatas da competição fosse reduzido. Além disso, o kitesurfista maranhense se feriu e teve o equipamento danificado após outro competidor se jogar em sua direção durante uma regata. Bruno ainda garantiu uma vitória e uma terceira colocação nas regatas seguintes da Semana Olímpica, entretanto, esses resultados não foram suficientes para avançar à flotilha de ouro, que reuniu os 25 atletas de melhor campanha no evento.

“Foi uma competição com alguns dias complicados, de poucas regatas por causa das rajadas fortes de vento. No meio dessa condição extrema, ainda tive esse acidente nos primeiros dias, as linhas feriram meu rosto, poderia ter sido muito mais grave, mas, graças a Deus, tive esse livramento. Isso me prejudicou muito durante a competição, não pude me classificar para a flotilha de ouro, mas faz parte, segue o aprendizado, dias ruins também fazem parte do nosso esporte e de qualquer atleta. Agora, é voltar para casa, continuar treinando e pensar na próxima competição. Vou voltar com tudo e fazer uma boa preparação para representar o Maranhão e o Brasil da melhor forma possível”, afirmou Bruno Lobo, que terá pela frente o Evento Teste dos Jogos Olímpicos entre os dias 7 e 16 de julho, em Marselha, na França.

Foco em Paris 2024

Antes da Semana Olímpica Francesa, Bruno Lobo teve um grande desempenho na 52ª edição do Troféu Princesa Sofia, um dos eventos mais tradicionais da vela, que foi realizado entre os dias 4 e 8 de abril, em Palma de Mallorca, na Espanha. O atleta maranhense foi o melhor kitesurfista das Américas, ficou em sétimo lugar entre os países e também garantiu a 11ª posição na classificação geral da competição, que contou com a participação dos 115 melhores kitesurfistas do mundo.

A temporada de 2023 é a mais importante da carreira de Bruno Lobo, que terá duas oportunidades para carimbar a vaga nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, na França. O primeiro seletivo olímpico para o kitesurfista número 1 do Brasil será o Campeonato Mundial de Vela, entre os dias 10 e 20 de agosto, na cidade de Haia, na Holanda.

Depois do Campeonato Mundial, Bruno Lobo ainda terá outro evento classificatório para os Jogos Olímpicos pela frente. Entre os dias 25 de outubro e 5 de novembro, o kitesurfista maranhense vai competir nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago, no Chile. O Pan traz ótimas recordações para Bruno, que teve um desempenho histórico e faturou a medalha de ouro na competição de 2019, em Lima, no Peru.

Conquistas em 2022

Antes de se destacar no Troféu Princesa Sofia, Bruno Lobo fez história em duas competições disputadas em novembro, em São Luís. O kitesurfista maranhense faturou pela terceira vez o Campeonato Pan-Americano de Fórmula Kite e garantiu o sexto título brasileiro de Fórmula Kite, mostrando mais uma vez porque é um dos principais nomes da modalidade no continente.

Também em 2022, Bruno Lobo foi campeão da Copa Brasil de Vela, que foi válida como segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Kite e disputada em Ilhabela-SP, com vitórias em todas as 13 regatas da competição, garantiu a 18ª colocação e foi o melhor das Américas no Mundial de Fórmula Kite, em Cagliari, na Itália, ficou com a nona colocação no Circuito Europeu, realizado entre setembro e outubro, em Lepanto, na Grécia, faturou o título da categoria Hydrofoil na Copa Brasil de Vela de Praia, com vitórias nas 10 regatas da competição disputada no mês de agosto, em Fortaleza, e conquistou a sétima posição no Circuito Mundial de Kitesurf, que ocorreu no fim de julho, em Gizzeria, na Itália.

No primeiro semestre de 2022, Bruno Lobo ficou em sétimo lugar na disputa da Fórmula Kite na Copa do Mundo de Vela, que ocorreu em junho, na Holanda, e sagrou-se campeão da etapa do Campeonato Espanhol na cidade de Palamós, vencendo 10 das 12 regatas disputadas. O maranhense também garantiu a quarta colocação no Campeonato Asiático de Kitesurf na Tailândia e acabou ficando no Top 20 na disputa da Semana Olímpica Francesa em Hyères, na França.

Referência no Brasil e nas Américas

Nos últimos anos, o maranhense Bruno Lobo tornou-se a principal referência no kitesurf tanto no Brasil quanto nas Américas. Hexacampeão brasileiro de Hydrofoil, o atleta é dono de uma vasta coleção de títulos: foi campeão dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, tricampeão das Américas (2020-2021-2022), octacampeão maranhense, entre outros.

“Só tenho a agradecer aos patrocínios do Grupo Audiolar, do governo do Estado, do Bolsa-Atleta federal e da Revista Kitley por estarem ao meu lado nesse sonho de representar o Maranhão e o Brasil nas Olimpíadas de Paris. A cada competição, buscamos evoluir para conquistar a vaga olímpica. Muito obrigado pelo apoio e incentivo”, concluiu Bruno Lobo.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Mostrando mais uma vez porque é uma das maiores revelações do esporte do Maranhão, a nadadora Sofia Duailibe teve um desempenho histórico na Copa Norte de Natação / Troféu Leônidas Marques, que foi realizada entre quinta-feira (27) e domingo (30), em São Luís. A jovem atleta da DM Aquatic, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, conquistou 10 medalhas na categoria Infantil I, durante a competição regional, sendo cinco de ouro, quatro de prata e uma de bronze.

Sofia Duailibe iniciou a sua participação na Copa Norte de Natação com nove medalhas em três dias de provas na piscina da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal no Maranhão (Apcef). A jovem atleta foi medalha de ouro nas disputas dos 200m costas, 400m livre, 800m livre e 1.500m livre, ficou com a prata nos 50m costas, 100m costas, 200m livre e 200m medley e, ainda, garantiu um bronze no revezamento 4x50m livre misto. Já no domingo (30), Sofia foi a campeã da categoria Infantil I na prova de 2,5km (águas abertas), realizada no Espigão Costeiro.

Bons resultados

Antes de brilhar na Copa Norte, Sofia Duailibe colecionou resultados expressivos em etapas da Copa Brasil de Águas Abertas, competição organizada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Na etapa de Porto Seguro, realizada entre os dias 14 e 16 de abril, a atleta da DM Aquatic garantiu dois títulos da categoria Infantil 1 e um vice-campeonato geral com ótimos desempenhos nas provas dos 2,5km e 5km.

Em março, Sofia Duailibe sagrou-se campeã geral feminino na prova de 1,5km e ficou com o vice-campeonato geral feminino nos 2,5km da etapa de Porto Alegre (RS) da Copa Brasil, além de faturar os títulos das categorias Geral e Infantil 1 nas provas de 1,5km e 2,5km da etapa de Petrolina (PE).

Os troféus conquistados nas três etapas da Copa Brasil em 2023 reforçam o excelente momento de Sofia Duailibe no cenário nacional da natação. No ano passado, ao disputar a etapa de Brasília da Copa Brasil de Águas Abertas, Sofia foi campeã da categoria Petiz 2 nas provas dos 1,5km e 2,5km e ficou na terceira posição da categoria Geral nos 1,5km.

A nadadora Sofia Duailibe é patrocinada pelo governo do Estado e pela Potiguar, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Ela ainda conta com os apoios da DM Aquatic e do Colégio Literato.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A Festa Literária das Periferias (Flup) anunciou a programação da edição deste ano, que ocorre no dia 13 de maio. A data foi escolhida por ser o dia de abolição da escravidão no Brasil, o dia dos pretos e pretas-velhas na Umbanda e o dia do nascimento do escritor Lima Barreto. Esse último é um dos destaques do evento por ser a inspiração do livro Quilombo do Lima, que reúne contos de 22 autores negros, e vai ser lançado na ocasião.

A programação da Flup 23, no dia 13, terá concentração na Ladeira do Livramento, região da Providência, considerada berço da favela, do samba, da literatura e das culturas afro-brasileiras no geral. É, também, o local de nascimento de Machado de Assis. Na edição deste ano, ele é homenageado ao lado da Mãe Beata de Iemanjá com o tema Mundo da palavra, palavra do mundo. Os organizadores explicam que “mundo da palavra” é uma referência ao fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL) e um dos maiores escritores do país. E que “palavra do mundo” lembra da Iyalorixá, escritora que, além dos terreiros de Candomblé, atuou na luta pelos direitos humanos, com foco nas questões raciais, de gênero e LGBTQIA+.

“Vamos fazer esta celebração para evocar os pretos e pretas-velhas ancestrais, pedindo licença para incluir Lima e Machado, e festejar também os mais velhos e mais velhas que com sua obra e genialidade continuam hoje a nos ensinar o que é o Brasil”, destaca Julio Ludemir, diretor-fundador da Flup.

“Com Mãe Beata, a Flup quer chamar atenção para a força da cultura oral afro-brasileira, que se desdobra em outras escritas e literaturas e chega até aos slams, a poesia falada. Com Mãe Beata, queremos dar a importância devida ao modo como iyalorixás e babalorixás passam conhecimento e sabedoria para seus filhos e filhas”, explica Daniele Salles, porta-voz da Flup.

Música e debates

A lista completa de eventos do dia inclui, ainda, cortejos carnavalescos, atividades infantis, feijoada, mesa de debate, homenagem à Mãe Beata de Iemanjá e show de Leci Brandão. A programação começa às 10h, na Praça do Cais do Valongo, com o Afoxé Filhos de Gandhy. Às 11h, o Bloco Prata Preta segue do local até a Ladeira do Livramento, parando na Arena Samol. Lá, haverá a apresentação de Axé da sacerdotisa do Candomblé Mãe Glória, com lavagem das escadarias. Ao meio-dia, é hora da feijoada dedicada aos pretos e pretas-velhas. 

Uma mesa de debates especial às 17h vai reunir o músico e escritor Gilberto Gil, eleito em 2022, para a ABL, e o sambista e escritor Haroldo Costa, com mediação da escritora Eliana Alves Cruz. Às 19h, é o momento do samba de roda, com Dona Zélia do Prato, uma das mestras sambadeiras do Recôncavo Baiano. A escola de samba Vizinha Faladeira, campeã do Carnaval do Grupo B da Liga Independente Verdadeiras Raízes das Escolas de Samba (Livres), se apresenta em seguida. Para fechar o dia de espetáculos, Leci Brandão comanda um show às 21h. 

Programação infantil

A Flup também tem uma programação para as crianças. No dia 13 de maio, às 10h, ocorre o Cortejo de Leitura na Ladeira do Livramento. A atividade é comandada pelas Pretinhas Leitoras, Duda e Helena Ferreira, com a participação de um grupo de 13 autoras negras de livros infantis. Elas vão ler as próprias histórias. A ciranda de histórias homenageia o escritor Machado de Assis, que vai emprestar o nome a uma nova Sala de Leitura na Arena Samol.

As Pretinhas Leitoras, Duda e Helena, entrevistam, às 12h15, o escritor Henrique Rodrigues, autor do livro infantil “Machado de Assis menino”. A história fala do garoto que sonhava frequentar uma biblioteca escolar no Morro do Livramento. Das 15h às 19h, as crianças vão poder aproveitar um parque de brinquedos infláveis na Rua do Monte. E a partir das 18h30, Elis MC estará à frente do Bailinho dos Crespinhos, com hiphop, passinho e coreografias. 

(Fonte: Agência Brasil)

Depois de um intervalo de três anos, em razão da pandemia de covid-19, a 20ª Mostra do Filme Livre (MFL 2023), considerada a maior de cinema independente do Brasil, retorna à capital fluminense em setembro, com premiações de R$ 10 mil em dinheiro para os melhores filmes. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até 31 de maio pelo site da mostra.

Até a última segunda-feira (24), 820 filmes já haviam sido inscritos. A perspectiva é que o número de inscrições passe de mil, disse o idealizador do evento, Guilherme Whitaker. Na sessão Mundo Livre, podem se inscrever filmes feitos por brasileiros no exterior e estrangeiros rodados no Brasil.

A mostra tem característica singular, destacou Whitaker. “É a única no Brasil que aceita filmes de todos os gêneros, formatos, durações e época. Ou seja, qualquer filme, feito há dez, 15 anos, de qualquer gênero, qualquer duração (curta, média ou longa-metragem) é bem-vindo. O normal é que os festivais aceitem filmes de dois anos, no máximo, filmes recentes. A gente não tem essa restrição de idade”, garantiu o idealizador.

Depois que se encerrarem as inscrições, será feita uma seleção para definir os trabalhos que participarão da mostra competitiva. Em média, anualmente, são selecionados 15% dos filmes inscritos. Ao todo, incluindo os filmes convidados e os classificados como fora de competição, serão exibidos, no festival, cerca de 200 películas. Somente os filmes da mostra competitiva concorrerão aos prêmios em dinheiro para exibições presencial e on-line.

Características

A originalidade é uma das principais características que os filmes inscritos devem mostrar. “O filme ser original é uma das características fundamentais para que ele chame a atenção a ponto de motivar a curadoria a indicá-lo para a premiação”. Whitaker disse que interessa também que o filme fuja do lugar-comum, não repita o que já está acontecendo. O filme candidato pode até ter uma narrativa convencional, mas o tema tratado deve ter alguma nuance, como som, edição, música, interpretação, entre outros elementos, que busquem trazer questões para serem desenvolvidas. “Ao assistir a esses filmes para a seleção, a gente tenta prestar atenção nessa potência que seria ser original, em consonância com temas importantes de serem trazidos à tona”.

Whitaker argumentou que não necessariamente os filmes candidatos precisam ter a melhor câmera ou o melhor equipamento. Mesmo improvisando, com a ajuda de amigos, o cineasta pode conseguir se expressar visualmente. “Mesmo sem dinheiro, sem patrocínio, se ali tiver, na nossa visão, um teor, uma vontade, uma busca até com defeitos, não tem problema. Isso desde que a obra em si seja mais impactante e superior a qualquer erro técnico ou falta de uma boa câmera. Acreditamos que temos feito um bom trabalho nos últimos anos nessa identificação do material que chega do Brasil inteiro. Em geral, são filmes mais caseiros que conseguem, mesmo com dificuldade de recursos, se expressar audiovisualmente de uma forma que quebre o esperado”.

Apoio

A realização da MFL 2023 está garantida graças ao apoio da Riofilme, empresa pública municipal cuja missão é promover o desenvolvimento da indústria audiovisual carioca. Concorrem à sede da mostra o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ), o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Espaço Cavi. Guilherme Whitaker informou que está buscando, por outro lado, parcerias que viabilizem fazer a MFL também em São Paulo e Brasília, com versão completa ou resumida.

A edição será dedicada a quatro cineastas falecidos recentemente: Maurice Capovilla, Nilson Primitivo, Clóvis Molinari e Ely Marques, todos participantes de várias edições da mostra, quando exibiram seus filmes e participaram de debates ou apresentaram sessões.

A MFL é uma realização da WSET Multimídia desde sua primeira edição, em 2002, no Rio de Janeiro. O evento ocorreu também em outros Estados, além de Lima, no Peru, em 2014, e Boston, nos Estados Unidos, em 2018.

(Fonte: Agência Brasil)

As inscrições para o programa gratuito Práticas e Técnicas para as Artes Cênicas (PTAC), do Instituto do Teatro Brasileiro (ITB), para as cidades de São Luís (MA), Paracatu (MG), Ribeirão Preto (SP) e Florianópolis (SC) foram abertas nesta segunda-feira (1º).

O programa viabiliza, por meio de cursos gratuitos, a formação nas áreas de técnico de som, de luz, de palco e de produção cultural. A escolha das formações foi feita após mapeamento de grupos, instituições e artistas, com objetivo de valorização da cultura local. As inscrições podem ser feitas pela internet até o próximo dia 18.

O projeto teve início em 2022 atingindo três cidades: Ipatinga (MG), São Paulo (SP) e Petrolina (PE) e, agora, atende um total de sete municípios: Paracatu (MG), Taubaté (SP), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), São Luis (MA) e Florianópolis (SC). As inscrições para as outras praças serão realizadas em junho. As aulas para as quatro primeiras cidades ocorrerão em junho e, em julho, para as outras três, informou, na última quinta-feira (27), o coordenador pedagógico do ITB, André Prado.

“Essa formação de estudo tem, aproximadamente, três meses, com um mês adicional, que é um período de estágio supervisionado”. O ciclo completo, desde a seleção dos candidatos até a finalização do curso, com entrega do certificado, dura seis meses. Aí, o aluno já tem condições de obter o registro profissional. “Aqueles que obtiverem 80% de aproveitamento no curso e 80% de frequência estão aptos”, disse Prado.

Critérios

Podem participar do processo candidatos que possuam ensino médio completo e tenham mais de 18 anos. “Exatamente por conta dessa questão do registro profissional, precisam ser maiores de idade e ter o ensino médio completo”. O projeto quer atrair especialmente jovens de baixa renda que terminaram o ensino médio e querem entrar no mercado com capacitação técnica. Atende também artistas e técnicos que desejam se reciclar ou possuir uma nova formação e ter contato com professores de referência, além do registro profissional.

Segundo o coordenador pedagógico, 40% dos alunos saíram do curso com emprego, alguns dos quais com carteira assinada em produtoras, teatros e empresas.

O PACT surgiu a partir de uma percepção do ITB sobre a carência de formação qualificada nas áreas técnicas e de produção em artes cênicas, em contraponto a um mercado de trabalho com boa capacidade de absorção de mão de obra. “A gente percebe que o mercado está carente. A questão da pandemia fez com que muitos profissionais migrassem de profissão. E a carência de formação é grande”, disse Prado.

Para este ano, a expectativa do ITB é ter, pelo menos, o dobro de inscritos para as vagas, que atingem 80 para cada uma das sete cidades. “Estamos esperando, pelo menos, 160 inscritos por cidade”. Em 2022, foram ofertadas 240 vagas, com cerca de mil inscrições.

André Prado salientou que o processo seletivo não é de aptidão, mas para entender se o aluno pretende concluir o curso ou se fez a inscrição por apenas curiosidade.

Aulas híbridas

As aulas para as primeiras quatro cidades serão dadas de forma híbrida (presencial e on-line), entre 6 de junho e 18 de agosto de 2023, com práticas em equipamentos das instituições parceiras em cada cidade. Algumas aulas serão simultâneas entre todas as cidades para promover um intercâmbio de aprendizado e vivência entre os alunos. Para o segundo bloco de cidades, as aulas se estenderão de 11 de julho a 20 de outubro.

(Fonte: Agência Brasil)

A primeira obra da exposição Aqui é o fim do mundo, no Museu de Arte do Rio, lembra uma pintura clássica do século XIX sobre a fundação da cidade. Mas os personagens que participavam da cerimônia católica foram deletados da cena original, criada por Antônio Firmino Monteiro. No lugar deles, um adesivo do Canarinho Pistola, símbolos de Exu e a constelação do Cruzeiro do Sul formada por meio de tiros de espingarda. A releitura de Jaime Lauriano está entre as mais de 40 obras da mostra que estreou semana passada e celebra os 15 anos de carreira do artista.

Em comum, elas propõem repensar a história oficial do Brasil e evidenciar os processos de violência. Construir narrativas alternativas do passado é uma das marcas do trabalho de Lauriano.

De acordo com o curador da exposição, Marcelo Campos, o artista subverte as imagens oficiais, mancha pinturas e derruba monumentos. Ganham mais visibilidade os grupos sociais subalternizados, principalmente afrodescendentes e povos originários do Brasil. E, assim, as próprias instituições culturais que recebem as obras elaboram uma autocrítica.

“Os museus e as curadorias estão incluídos nesse processo de culto às imagens coloniais sem o mínimo de reflexão sobre o quê e quem está sendo retratado ali. Nesses 15 anos de trabalho, o Jaime nos ensina a lidar com isso. É muito difícil para uma coleção e para um museu no Brasil trazer na sua sala principal imagens de crueldade. E quando você tem o artista fazendo isso, o museu cumpre a função social de contar histórias e contradições”, explica o curador da exposição.

Além da já citada Invasão da cidade do Rio de Janeiro, outras três obras foram criadas especialmente para a exposição no MAR e dialogam com momentos distintos de opressão social, a colonização, a ditadura militar e ameaças à democracia nos dias atuais.

A primeira é a instalação Afirmação do valor do homem brasileiro, criada a partir de uma frase escrita pelo general Emílio Garrastazu Médici para comemorar o título da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970. Um painel traz recortes de jornais e de propagandas da época da ditadura. Por cima delas, é colocado um símbolo de Exu, orixá da Umbanda e do Candomblé. A marca é usada de forma recorrente pelo artista em outras obras.

“As imagens constroem narrativas e, por isso, são políticas por excelência. Eu sempre tento ressignificar esses símbolos com materiais de fontes primárias, sem usar reproduções. É o caso do tridente de Exu. É uma entidade que cria o vazio. E sem vazio, não tem como ter espaço. Então, quando eu coloco o tridente de Exu sobre as imagens históricas de violência, não é para fazer um apagamento da história, mas esvaziar essa história violenta e colonial, para que a gente consiga construir outras possibilidades de história”, explica o artista Jaime Lauriano.

No vídeo Justiça e barbárie #2, Jaime aborda a invasão de Brasília em 8 de janeiro de 2023 por adeptos da extrema-direita. O artista cria uma composição audiovisual com imagens de matérias de jornal e de grupos bolsonaristas do WhatsApp. Elas são mixadas com legendas, que, por sua vez, trazem textos e comentários retirados de interações desses grupos nas redes sociais. Com isso, evidencia os discursos de ódio e propõe uma reflexão sobre o futuro da democracia no país.

Já a pintura Na Bahia é São Jorge no Rio, São Sebastião parte de uma obra de Heitor dos Prazeres sobre a região da Pequena África, no Rio de Janeiro, e acrescenta um panteão em homenagem a 14 orixás. São representações de um plano transcendental que ajuda a destruir imagens de poder e de dominação que atuam sobre a vida das populações negra e periférica.

Outros trabalhos inéditos para o público são E se o apedrejado fosse você? #3 (2021), um mapa antigo da América desenhado com pemba branca (giz usado em rituais de umbanda) e lápis dermatográfico sobre algodão; e o conjunto das três obras Bandeirantes #1 (2019), Bandeirantes #2 (2019) e Bandeirantes #3 (2022). São miniaturas de 20 centímetros de monumentos dos bandeirantes, fundidas em latão e cartuchos de projéteis utilizadas pela Polícia Militar e pelas Forças Armadas, sobre base de taipa de pilão.

Parceria

O Museu de Arte do Rio e Jaime Lauriano tem uma história antiga de parcerias. Entre 2014 e 2022, o artista participou de oito exposições no museu. Uma das obras, de seis anos atrás, permanece até hoje na entrada do MAR. É a instalação A história do negro é uma felicidade guerreira, um calçamento de pedras portuguesas, gravadas com nomes das doze regiões da África de onde saíram as pessoas escravizadas para o Brasil. Por isso, um evento de celebração da trajetória do artista não faria sentido em outro lugar que não fosse o MAR.

“Uma pessoa preta completar 15 anos de carreira no Brasil é uma vitória não só minha, mas da sociedade. Isso, infelizmente, não é uma regra, ainda é uma exceção. Então, é preciso comemorar. Meu trabalho pensa o Brasil através da minha existência enquanto homem negro e periférico. As reflexões partem desse lugar, de como essa vitória é coletiva, e como para mim é muito necessário pensar o Brasil a partir do meu próprio corpo, subjetividade, identidade e fazer com que isso reverbere em outras identidades, em outras subjetividades, em outras particularidades”, disse o artista.

Serviço:

Exposição: Jaime Lauriano – Aqui é o fim do mundo

Onde: Museu de Arte do Rio, segundo andar

Abertura: 28 de abril de 2023

Encerramento: 1 º de outubro de 2023

Curadoria: Marcelo Campos e Amanda Bonan

Localização: Praça Mauá, Centro, Rio de Janeiro (RJ)

Bilheteria: funciona de quinta-feira a domingo das 10h30 às 17h, sendo possível permanecer no Pavilhão de Exposições até às 18h

Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

(Fonte: Agência Brasil)

Com objetivos de incentivar o hábito da leitura no país, ampliar o número de bibliotecas e facilitar o acesso da população aos livros, o Plano Nacional do Livro e Leitura será reestruturado.

“Vamos implementar, mais uma vez, o Plano Nacional do Livro e Leitura, no sentido de fazer com que o Brasil se torne uma sociedade leitora”, disse o diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura, Jéferson Assumção, em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (30), na TV Brasil.

Criado em 2006, a reestruturação do plano terá a participação do governo e da sociedade, de acordo com o diretor, envolvendo os ministérios da Cultura e da Educação, além de leitores, editores, escritores, livreiros e a cadeia produtiva e distributiva do livro. “Este ano, vamos reorganizar a base dessa participação e reestruturar o plano para os próximos dez anos”, disse Jéferson Assumção.

Cinco princípios nortearão o plano de 2023 a 2033. O primeiro é fazer com que o livro esteja mais presente no cotidiano das pessoas, de forma que se tenha a sociedade pensando o livro, a leitura e a literatura. Outro é trabalhar nas escolas a formação de leitores, não apenas do ponto de vista funcional, para passar no vestibular, mas de forma cultural para que o hábito de ler seja criado e permaneça.

Os outros princípios que nortearão o plano nacional são o incentivo à leitura em família; a ampliação do número de bibliotecas no país, para facilitar o acesso aos livros, e a busca de meios para viabilizar a redução do preço do livro, para ampliar o acesso a esse bem cultural.

“Pesquisas mostram que quando o brasileiro sai da escola, deixa de ler; quando sai da universidade, deixa de ler”, disse o diretor do Ministério da Cultura.

Bibliotecas

A biblioteca é o equipamento cultural mais bem distribuído no Brasil, de acordo com Jéferson Assumção. Mas várias unidades foram fechadas no período da pandemia da covid-19 e ainda não reabriram. “Hoje, temos um cálculo, que ainda precisa ser atualizado, que é de cerca de 800 bibliotecas que fecharam durante a pandemia, e é um grande desafio reabrir essas bibliotecas”, disse.

Segundo Jéferson, em 2003, havia 1.170 municípios sem biblioteca, mas foi possível beneficiar todos os municípios. “O Brasil precisa voltar a zerar o número de municípios brasileiros sem biblioteca, vamos ter que voltar a reabrir bibliotecas pelo Brasil”, disse Jéferson Assumção.

O desafio, segundo Jéferson, é alcançar novamente essa marca de todos os municípios com bibliotecas, sob uma nova perspectiva na qual os equipamentos não sejam depósito de livros, mas centros culturais e espaços de tecnologia.

“Precisamos sempre mexer com a ideia de biblioteca, tirar uma e colocar outra, e essa outra é um centro cultural, um lugar onde as coisas acontecem de um modo articulado entre o livro e as novas tecnologias e também o presencial, o teatro, o cinema. Ou seja, a biblioteca precisa ser vista como um lugar de encontros, de composição entre tecnologias e interação entre as pessoas”.

(Fonte: Agência Brasil)

O corpo em movimento. Com ou sem música. Solo ou em grupo. Expressão de sentimentos e ideias. Passos ensaiados ou livres. Esta é a arte da dança, celebrada no dia 29 de abril.

Para celebrar o Dia Mundial da Dança, ocorre no Rio de Janeiro o festival O Corpo Negro, um dos maiores festivais de dança do país, que começou nesse sábado (28) com apresentações gratuitas de espetáculos criados e executados exclusivamente por artistas negros e negras.

O evento, realizado pelo Sesc-RJ, chega a sua terceira edição com mais de 90 apresentações, shows, mostra audiovisual, oficinas e debates, ao longo de um mês.

Selecionados por meio de um edital público e inédito de dança para todo o Brasil, o projeto O Corpo Negro tem como objetivo fortalecer o segmento, criar empregabilidade e proporcionar um espaço de visibilidade, além de ser o ponto de partida para maior protagonismo negro na cultura brasileira.

Importância

O analista-técnico de Artes Cênicas do Sesc-RJ e um dos curadores do festival, André Gracindo, explica que a atual geração de dançarinos negros leva para os palcos as questões sociais do país.

“Temos artistas de uma geração com grande relevância para a cena como Elísio Pitta, Mestre Manoel Dionísio, Carmen Luz, bem como jovens e outros profissionais de todo o país que produzem arte para os nossos tempos, com trabalhos completamente sintonizados com as questões dos nossos dias”, explicou. 

O projeto contribui com as discussões sobre o racismo estrutural e a necessária implementação de ações coletivas de outros setores da sociedade, como a educação básica. “Desde a reelaboração dos livros de história que não podem mais representar como heróis os algozes de todas as etnias escravizadas; até as ações no campo simbólico, como a representação positiva da imagem da pessoa negra na cultura e na sociedade de forma geral”, acrescenta Gracindo.

Espetáculos

O festival irá percorrer, até o dia 28 de maio, sete cidades fluminenses: Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Nova Friburgo, Petrópolis e Volta Redonda. Todos os espetáculos de dança foram criados e serão executados por artistas negros.

Ao todo, 18 espaços desses municípios receberão as apresentações, entre unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc), escolas, universidades e praças públicas. Além dos grupos de dança do Rio de Janeiro, há artistas de mais três Estados brasileiros: Bahia, Ceará e São Paulo. A maioria dos espetáculos é inédita.

A abertura oficial do evento, neste domingo (30), será às 19h, no Sesc Copacabana, com entrada franca. Com a presença de alguns artistas da programação, a noite terá a performance Ará Dudu, de Aline Valentim e Valéria Monã, em homenagem ao casal Carlos Negreiros, músico e líder da Orquestra Afro-Brasileira, morto no ano passado, e Isaura de Assis, uma das primeiras bailarinas e coreógrafas de dança afro do país, integrante do balé de Mercedes Baptista. A noite será encerrada com o show Mãe África de Awuré.

Destaques

Entre os destaques da programação, está a performance de Elísio Pitta, uma homenagem a Ismael Ivo, bailarino e coreógrafo negro, morto em 2021, e que se notabilizou atuando por mais de três décadas na Europa; a estreia do espetáculo Iyamesan, de Luna Leal, numa performance só com mulheres; e Repertório nº 2, com Davi Pontes e Wallace Ferreira, que vem circulando mundo afora com esse trabalho.

O festival terá, também, uma mostra audiovisual, com dez filmes de longa e curta-metragens, de seis Estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerias, Bahia, Alagoas e Ceará.

Durante a mostra, será lançado o documentário Congar, que registrou a viagem do grupo de congada Reinado de Nossa Senhora do Jatobá, de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, para apresentação no festival do ano passado. Produzido pelo Sesc-RJ, o filme mostra diferentes gerações da irmandade, que levam consigo os seus ritos e celebram juntos a fé, a memória e o tempo.

Oficinas nas escolas

Também serão oferecidas oito oficinas de dança em espaços escolares. Destaque para as oficinas com o Mestre Manoel Dionísio, um dos maiores nomes do samba carioca, que vai ministrar aulas de mestre-sala e porta-bandeira nas unidades do Sesc em Ramos, Nova Iguaçu e Nova Friburgo. Também haverá cinco palestras com artistas e convidados, que vão discutir nas mesas pautas referentes à temática negra e a dança.

Encerramento

O cantor Xande de Pilares fechará o evento, no dia 28 de maio, às 19h, com um show na Praça Mauá, na zona portuária do Rio, e contará com as apresentações Sambando, do grupo Minas do Samba, e O corpo que habita o terno, com Jefferson Bilisco. Haverá, ainda, uma Feira de Empreendedores, que dará ênfase a empreendedores negros.

Gratuidade

Todos os eventos serão gratuitos, com a retirada antecipada dos ingressos nos espaços com lotação limitada, e a programação completa pode ser vista no site do evento.

Dia Mundial da Dança

Instituído em 1982, o Dia Mundial da Dança é voltado para a promoção dessa arte em todo o mundo, além de conscientizar as pessoas sobre o valor da dança em todas as suas formas e compartilhar a alegria que há em movimentar o corpo. 

A data foi criada pelo Comitê de Dança do Instituto Internacional do Teatro da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e escolhida por ser o nascimento do bailarino e coreógrafo francês Jean-Georges Noverre. Autor do trabalho Lettres sur La Danse (Cartas sobre a Dança), o bailarino deixou seu legado sobre a expressividade dos movimentos nas apresentações de balé do século XVIII.

(Fonte: Agência Brasil)