Nascida Heliodora Carneiro de Mendonça, a crítica teatral Barbara Heliodora estaria completando, nesta terça-feira (29), 100 anos de vida. Também professora, ensaísta, tradutora, ela era reconhecida como uma autoridade na obra de William Shakespeare. Durante muitos anos, foi professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A vice-presidente da Associação Paulista de Críticos de Artes de São Paulo (APCA), Kyra Piscitelli, defende que Barbara Heliodora “foi uma das últimas, senão a última, crítica a lotar ou a esvaziar um teatro. Ela ditava isso. Ela foi a última que conseguiu esse feito. Hoje em dia, não existe isso. Você não mobiliza nesse nível da crítica. A crítica ficou mais careta ou mais amiga. Ficou diferente”, analisou Kyra à Agência Brasil.
Para Kyra, Barbara Heliodora fazia uma crítica mais combativa, menos complacente, “menos conveniente talvez, no sentido de mobilizar os artistas e se mobilizar também”. Disse que, mesmo com essa postura, as pessoas respeitavam o que Barbara escrevia. “Porque o que ela escrevia tinha embasamento. Todo mundo queria ler o que ela tinha para falar. As pessoas paravam para lê-la”.
Na avaliação de Kyra Piscitelli, a crítica teatral mudou muito depois dela, prendendo-se a se é bom ou ruim, para que público se destina. Já Barbara Heliodora tinha muito conceito e conteúdo. “Tudo que ela falava era muito embasado. Ia em todos os teatros. Isso é muito importante para um crítico que vai julgar uma coisa. A pessoa tem que estar no lugar. Ela era vista nos espaços. Mesmo antes de se aposentar e até morrer, ela ia no teatro”, lembrou.
Um amigo da vice-presidente da APCA, Alexandre Lima, recebeu a última crítica feita por Barbara Heliodora para o jornal O Globo. “Quando a secretária ligou para avisar que ela iria, Alexandre argumentou que era um teatrinho. Mas a secretária retrucou que não tinha problema e que a dona Barbara sabe. Ela ia a qualquer espaço”.
Medo
De modo geral, os artistas tinham medo de Barbara. Kyra afirmou que essa lenda era pura verdade. A tal ponto que alguns autores se juntaram para escrever a peça alternativa Barbara não lhe adora. A peça ficou em cartaz em 2015, ano da morte da crítica teatral, e fazia uma brincadeira com ela.
A peça conta a história de um grupo de teatro mambembe que, após receber uma resenha negativa da famosa crítica Barbara Heliodora, resolve sequestrá-la. No cativeiro, o grupo faz uma segunda apresentação para a crítica, mostrando a encenação em detalhes. O preço do resgate é a publicação de uma nova resenha, mas que, dessa vez, tem de ser positiva.
“Ao mesmo tempo em que Barbara era temida, as pessoas queriam ler sobre ela. E o que é muito interessante na crítica da Barbara, e que se perdeu um pouco hoje, talvez, é que ela escrevia nomes de todos, desde o pipoqueiro do teatro, o contrarregra, toda a equipe. Estava todo mundo contemplado. Isso é muito importante também porque a ideia do teatro é um tudo”, explicou.
“Para mim, principalmente, ela é uma inspiração, principalmente porque é mulher. Uma mulher ter pegado esse lugar no tempo que ela pegou, isso é muito importante. Ela era respeitada. Não era atriz, mas era muito respeitada pela classe artística, porque ela ia ao teatro”.
Barbara Heliodora encerrou uma era do teatro. Tinha uma seriedade e uma notoriedade que lhe permitiam falar o que pensava exatamente. “Eu não conheço uma crítica pós-Barbara Heliodora que tem esse carimbo de falar com essa imparcialidade”, comentou Kyra. Admitiu que, na época de Barbara, os textos eram maiores, havia mais espaço. Mas Kyra não vê um substituto para ela. “Tem uma coisa que é da pessoa. O carisma é intransferível. E ela, de alguma forma, tinha isso”.
Biografia
Barbara Heliodora nasceu no Rio de Janeiro, filha mais nova de Anna Amélia e Marcos Carneiro de Mendonça. Iniciou sua carreira em 1958, aos 35 anos, como crítica teatral da Tribuna da Imprensa. De 1958 a 1964, assinou a coluna especializada do Jornal do Brasil, ganhando respeito graças à seriedade e à erudição dos seus artigos. Depois de se aposentar da UFRJ, em 1985, voltou a exercer, no ano seguinte, a crítica jornalística na revista Visão, passando depois para o jornal O Globo, onde se estabeleceu.
Com vários livros publicados, ela decidiu deixar o cargo em janeiro de 2014, aos 90 anos. Barbara foi internada no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio, em 23 de março de 2015. Morreu no dia 10 de abril daquele ano. Deixou três filhas, de dois casamentos, e quatro netos. Foi cremada no Memorial do Carmo, no Cemitério do Caju, no Rio.
Diretor teatral
“Barbara era minha amiga, porque nós fomos críticos na mesma época”, disse à Agência Brasilo diretor teatral Flávio Marinho. Barbara acabou sucedendo Flávio, após este ter encerrado a profissão de crítico de teatro após 14 anos. “Éramos muito amigos. Eu frequentava a casa dela e ela a minha. Ela foi para mim muito importante porque acompanhou todo o meu trabalho quando larguei a crítica e passei a escrever sobre teatro e para teatro”.
Flávio Marinho lembra que Barbara Heliodora foi uma espectadora muito atenta do seu trabalho e apontava o seu crescimento, os detalhes, sempre com precisão. “Em termos pessoais, ela foi ótima. Ela via tudo, cobria todas as peças, mapeava o movimento teatral carioca com muita dedicação, o que nós não temos mais hoje em dia e faz muita falta. A Barbara faz falta em todos os sentidos”, concluiu o diretor.
Professora brava
Uma professora brava. Essa é a imagem que a atriz e diretora Cristina Pereira tem de Barbara Heliodora. “Eu lembro dela com carinho, embora os atores tivessem pavor dela. Ficavam nervosos quando ela ia no teatro. A Barbara está aí!, exclamavam. Dava um frio na barriga”.
Cristina Pereira sempre considerou Barbara uma mulher muito culta mas, ao mesmo tempo, passava a imagem de uma professora brava “que a gente lembra para o resto da vida, a gente vai lembrar sempre, com carinho”. Barbara só elogiou o trabalho de Cristina Pereira como atriz quando esta trabalhou em cinco comédias de Flàvio Marinho.
Mas não apreciava peças em que os atores comentassem sobre a obra de escritores, como a que Cristina fez, com base em texto da própria Cristina e de Teresa Monteiro, intitulado Entre o Céu e o Inferno, sobre a obra de Gil Vicente. “Ela não gostava do olhar de atores sobre escritores famosos. Preferia que eles encenassem peças do autor, em vez de comentarem sua obra. Na crítica, Barbara Heliodora indagou por que Cristina Pereira não está fazendo uma peça de Gil Vicente, em vez de fazer sobre a obra de Gil Vicente?”
Para Cristina, a crítica de Barbara era sempre uma visão de professora. “Ela tinha opinião só dela, mas eu nunca me senti ofendida pela Barbara. Lembro dela com carinho”.
Os kitesurfistas maranhenses Bruno Lobo e Socorro Reis conquistaram excelentes resultados na Copa Internacional de Kitesurf Araruama 2023 – Festival de Vela, que foi realizada entre sexta-feira (25) e domingo (27), na Pontinha do Outeiro, em Araruama (RJ), e válida como segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Kitesurf. Enquanto Bruno venceu todas as regatas da competição em águas fluminenses, Socorro garantiu a primeira posição na disputa feminina e permanece na liderança do ranking nacional da modalidade.
Principal nome do kitesurf brasileiro e destaque nas Américas, Bruno Lobo, que é patrocinado pelo Grupo Audiolar e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Bolsa-Atleta e da Revista Kitley, deu mais um passo importante em busca do heptacampeonato nacional com o ótimo desempenho em Araruama. Vale ressaltar que o kitesurfista maranhense já está classificado para os Jogos Olímpicos de 2024, após alcançar o Top 10 no Campeonato Mundial de Vela, na Holanda, e, também, ficou em quinto lugar no evento-teste da Olimpíada, disputado em julho, na Marina de Marselha, na França.
Antes de brilhar no Mundial e no evento-teste da Olimpíada, Bruno Lobo se destacou na Allianz Regatta, evento válido como etapa da Copa do Mundo de Vela e disputado no início de junho, em Lelystad, na Holanda. O atleta maranhense foi o melhor kitesurfista das Américas e conquistou a nona posição na classificação geral da competição. Já em abril, Bruno foi o melhor atleta das Américas, ficou em sétimo lugar entre os países e, também, conquistou a 11ª posição na classificação geral do Troféu Princesa Sofia, um dos eventos mais tradicionais da vela, em Palma de Mallorca, na Espanha.
Em grande fase no cenário nacional e internacional do kitesurf, Bruno Lobo terá, agora, algumas semanas de preparação para o próximo desafio em 2023. Entre os dias 25 de outubro e 5 de novembro, o kitesurfista maranhense vai lutar pelo bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago, no Chile, após faturar a medalha de ouro na competição de 2019, em Lima, no Peru.
Socorro Reis
Hexacampeã brasileira de kitesurf, Socorro Reis, que é patrocinada pela Fribal e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Grupo Audiolar, da Revista Kitley e do programa Bolsa-Pódio, se aproximou de mais um título nacional após faturar a primeira colocação na Copa Internacional.
Antes de brilhar na competição em Araruama, Socorro Reis defendeu o Brasil no Campeonato Mundial de Vela e intensificou a preparação em busca da vaga nos Jogos Olímpicos. A maranhense terá a chance de carimbar o passaporte para Paris 2024 nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago, no Chile.
Antes de representar o Maranhão e o Brasil no Mundial de Vela, Socorro Reis conquistou um resultado expressivo na tradicional Allianz Regatta, evento válido como etapa da Copa do Mundo de Vela e que reuniu as principais kitesurfistas do mundo no início de junho, em Lelystad, na Holanda. Principal nome do kitesurf feminino do Brasil, Socorro Reis foi a segunda melhor atleta das Américas e a 21ª colocada geral na competição em águas holandesas.
A Federação Maranhense de Desportos Aquáticos (FMDA) vai dar início ao seu calendário de atividades do segundo semestre. Neste sábado (2/9), a entidade promove o 1º Festival Kids e Vinculados. O evento, que é destinado a crianças de 5 a 12 anos, ocorrerá na Apcef, no Bairro do Calhau, a partir das 9h.
“O festival é uma oportunidade de fomentar a prática da natação em São Luís. É importante incentivarmos a natação desde cedo. Será uma grande oportunidade de descobrir novos talentos e apresentar este belíssimo mundo do esporte para as crianças”, explicou Alexandre Nina, presidente da FMDA.
Se pela manhã a FMDA realiza o 1º Festival Kids e Vinculados, no turno vespertino, a piscina da Apcef recebe o Troféu Mirim e Petiz, torneio local das categorias de base. A competição começa às 16h, com as disputas da prova dos 200m livre Mirim e 400m livre Petiz. A programação do torneio será concluída somente com os revezamentos mistos 4x50m medley.
Outras informações sobre a natação no Maranhão estão disponíveis no Instagram da Federação Maranhense de Desportos Aquáticos (@fmdaoficial).
Vem aí a quarta etapa do Campeonato Maranhense de Beach Tennis, competição promovida pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM) com os patrocínios do governo do Estado e do Grupo Mateus por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Desta vez, o principal torneio do Maranhão da modalidade vai ocorrer entre os dias 8 e 10 de setembro, na Arena Pé na Areia, na cidade de Balsas (MA). As inscrições para a próxima etapa já estão abertas.
Os atletas interessados em disputar a etapa de Balsas do Campeonato Maranhense de Beach Tennis devem realizar suas respectivas inscrições pelo site do LetzPlay. Vale destacar que, antes de chegar a Balsas, as cidades de Imperatriz, São Luís e Santo Amaro sediaram, respectivamente, as etapas anteriores do torneio estadual.
“Estamos ansiosos para mais uma etapa do Campeonato Maranhense de Beach Tennis. As inscrições já estão abertas, e nossa expectativa é a melhor possível. A competição teve um alto nível técnico nas etapas anteriores e acreditamos que, em Balsas, as disputas deverão ser ainda mais acirradas. Nosso muito obrigado ao governo do Estado e ao Grupo Mateus por estarem apoiando e incentivando a prática do beach tennis nos quatro cantos do Maranhão”, afirmou Menezes Júnior, presidente da FBTM.
As quatro etapas do Campeonato Maranhense de Beach Tennis somam pontos para o ranking estadual, que definirá os atletas da equipe do Maranhão que serão convocados para o Campeonato Brasileiro da Confederação Brasileira de Beach Tennis. O evento nacional ocorrerá em Recife (PE), entre 2 e 5 de novembro.
Além de pontos no ranking estadual, outro atrativo para a etapa de Balsas é a premiação em dinheiro. De acordo com a organização, haverá uma premiação total de R$ 35 mil, sendo R$ 15 mil para a categoriaa PRO e R$ 20 mil para a categoria Amador. Os campeões da categorias de gênero serão premiados com raquetes de carbono.
Transmissão ao vivo
Como forma de divulgar a modalidade, a quarta etapa do Campeonato Maranhense de Beach Tennis terá transmissão ao vivo pelo novo canal Linha dos 3, no YouTube. “O Linha dos 3 é um canal 100% maranhense ligado aos esportes de areia. A estreia das transmissões ocorreu na segunda etapa do Estadual em São Luís, continuou na etapa de Santo Amaro e continuará na de Balsas. Estamos conseguindo valorizar a nossa modalidade e, com isso, vamos alcançar ainda mais pessoas e divulgar ainda mais as nossas competições”, explicou Menezes Júnior.
Termina nesta segunda-feira (28), às 18h, o prazo para inscrição no concurso público do Ministério da Educação (MEC), para 220 vagas de nível superior no cargo de Técnico em Assuntos Educacionais. De acordo com o Edital 1/2023, os aprovados terão jornada de 40 horas semanais e remuneração de R$ 6.255,90, “sendo R$ 2.419,90 como vencimento básico e R$ 3.836 referentes à Gratificação de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo”, informou o MEC.
Para concorrer às vagas, os candidatos devem ter diploma de conclusão de curso de graduação em nível superior, em qualquer área de formação, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC.
“As 220 vagas estão distribuídas entre ampla concorrência (165), candidatos com deficiência (11) e candidatos negros (44)”, detalha o ministério ao informar que a indicação no tipo de vaga deve ser feita no ato da inscrição, “com envio de documentação especificada no edital”.
As inscrições, feitas por meio do site do Cebraspe, serão confirmadas apenas após o pagamento da taxa de R$ 80, mas há casos em que o candidato poderá solicitar isenção.
“O procedimento é direcionado para pessoas com Cadastro Único (CadÚnico), amparados pelos decretos nºs 6.593/2008 e 11.016/2022; ou para quem é doador de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde, conforme a Lei nº 13.656/2018”, informa o MEC.
A solicitação deve ser feita mediante envio de documentação comprobatória. Quem tiver a solicitação indeferida deverá pagar a Guia de Recolhimento da União (GRU) até o dia 11 de setembro.
No momento da inscrição, o candidato deve informar o número do seu Cadastro de Pessoa Física (CPF) e enviar uma fotografia individual, tirada nos últimos seis meses anteriores à data de publicação do edital.
“Na imagem deve, necessariamente, aparecer a cabeça (sem estar coberta) e os ombros do candidato”, explica o ministério.
O último concurso do MEC para cargos de nível superior foi em 2004.
O concurso terá duas provas objetivas, com 50 questões sobre conhecimentos básicos e 70 específicos, além de uma avaliação discursiva de redação. A aplicação das provas será no dia 8 de outubro, e terá duração de 4h30.
“Cada questão das provas objetivas será composta por um item que deverá ser julgado certo ou errado pelo candidato. Serão cobrados os conteúdos de língua portuguesa, direito constitucional, políticas públicas, entre outros. Já a redação é um texto dissertativo de até 30 linhas a respeito de um tema da atualidade, de administração pública e/ou de educação pública”, detalha o MEC.
O Ministério da Educação (MEC) está com a chamada aberta, até 23 horas e 59 minutos desta terça-feira (29), para os candidatos aprovados na lista de espera do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) contratarem o financiamento para o segundo semestre deste ano. A divulgação dos nomes incluídos na lista, atualizada diariamente, abre prazo de três dias para que o pré-selecionado faça a contratação do financiamento.
Os candidatos pré-selecionados nessa etapa são os que não foram classificados no número de vagas do curso de preferência na chamada única do Fies e passaram a integrar a lista de espera. Eles são chamados conforme a classificação, prevista no edital, quando uma vaga é aberta no sistema, e têm o nome divulgado no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. A consulta sobre as atualizações da lista de espera é de responsabilidade dos candidatos.
Após a divulgação do nome na lista, o candidato precisa complementar sua inscrição para contratação do financiamento no próprio sistema na internet. Se o prazo de três dias úteis não for cumprido, a inscrição do candidato vence e a vaga é disponibilizada ao próximo classificado na lista de espera.
O Fies concede financiamento aos estudantes inscritos em cursos pagos, de instituições de ensino superior que tenham aderido ao programa e sejam avaliadas positivamente pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
Para se candidatar, o estudante deve ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e obtido notas médias igual ou superior a 450 pontos, além de não ter zerado a redação.
Os juros e prazos aplicados obedecem a uma escala que varia de acordo com a renda familiar do estudante.
Os estudantes classificados na lista de espera, para o segundo semestre de 2023, do Programa Universidade Para Todos (Prouni) têm até esta segunda-feira (28) para comprovar a documentação declarada durante a inscrição no processo de seleção para bolsas de estudo em cursos de graduação e sequenciais de formação específica. O resultado dos selecionados nesta etapa seáo disponibilizado a partir desta terça-feira (29), e o prazo para emissão do Termo de Concessão de Bolsa termina no dia 6 de setembro.
A documentação precisa ser entregue diretamente na instituição de ensino selecionada pelo candidato no processo, de acordo com o previsto no edital. São documentos referentes à formação do ensino médio, pessoa com deficiência e formação para o magistério da educação básica.
Para o segundo semestre de 2023, o Ministério da Educação (MEC) disponibilizou, por meio do programa, 276.566, das quais 215.530 são integrais e 61.036 são parciais e cobrem 50% do valor da mensalidade dos cursos. O Prouni oferece bolsas integrais ou parciais de estudo em cursos de graduação e sequenciais de formação específica de instituições privadas de educação superior.
Uma nova exposição do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), no Rio de Janeiro, busca recontar a história do desenvolvimento científico e tecnológico do país a partir de objetos. A iniciativa foi viabilizada com o apoio de diversas instituições que cederam algumas peças, entre elas o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas a exposição conta também com artefatos que integram o acervo do próprio Mast. Estão reunidos cerca de 100 objetos que se destacaram na época em que foram produzidos ou ao longo das suas trajetórias.
Aberta ao público no dia 14 de agosto, a exposição ficará mais de um ano em cartaz e receberá visitas até setembro de 2024. A entrada é franca. Visitas mediadas podem ser agendadas por escolas. De acordo com o diretor do Mast, Márcio Rangel, a exposição havia sido idealizada no ano passado para celebrar o bicentenário da Independência do Brasil na perspectiva do desenvolvimento científico.
“Nós pensamos em demonstrar, para a sociedade, o papel da ciência brasileira no processo de formação e consolidação da nação. Mostrar seu papel na demarcação das fronteiras, na construção de linhas férreas, na construção de açudes, na estruturação das cidades e em um conjunto de outros processos que foram estratégicos para que nós chegássemos ao formato atual de Brasil, não só do ponto de vista territorial, mas também de outros pontos de vista”, explica.
Segundo Rangel, o título da exposição sintetiza a proposta: 200 anos de ciência e tecnologia no Brasil: um olhar a partir dos artefatos. No entanto, faltou apoio para tirar o projeto do papel em 2022. Os organizadores já haviam desistido de levá-lo adiante quando a situação mudou no início deste ano: houve um aceno positivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e as parcerias começaram a ser articuladas.
Entre os destaques da exposição, estão duas amostras que comprovam a existência de petróleo em solo brasileiro: são os óleos de Lobato, extraídos na cidade de Lobato (BA) em 1939. Também há uma luneta que foi utilizada na expedição científica que demarcou o Planalto Central ainda no século XIX, trabalho que posteriormente, na década de 1960, viabilizou a construção de Brasília.
Márcio Rangel destaca, ainda, um instrumento feito a pedido do imperador Dom Pedro II e que foi levado para a exposição Universal de Paris de 1889.
“Ele queria demonstrar que o Brasil não era um país somente agrário. Ele queria demonstrar que o Brasil era um país que também produzia ciência e esse objeto foi premiado. Hoje, ele faz parte da coleção geológica do Mast”.
A exposição está dividida em duas. Começa abordando o primeiro centenário da Independência do Brasil, entre 1822 e 1922. Na segunda parte, em que os objetos são referentes ao segundo centenário (entre 1922 e 2022), ganha destaque o trabalho das universidades, que são, atualmente, as maiores responsáveis pelos pedidos de depósito de patentes no país.
“Nós desenvolvemos, aqui, um projeto chamado Valorização do Patrimônio Científico e Tecnológico Brasileiro. Fizemos parcerias com várias universidades brasileiras para fazer um levantamento daquilo que nós poderíamos identificar como patrimônio”, conta Rangel. Segundo ele, um dos espaços da exposição foi formatado levando em conta os resultados desse projeto.
“Temos um conjunto de objetos muito interessantes do Parque Tecnológico da Universidade Federal de Juiz de Fora. Nós temos, ali, uma produção totalmente nacional que vendeu vários instrumentos e equipamentos para laboratórios brasileiros. E temos, também, objetos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O que a gente mostra na exposição é o papel que as universidades desempenham no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, onde, hoje, parte significativa da pesquisa no Brasil está depositada”, acrescenta o diretor do Mast.
Ainda nessa segunda parte da exposição, há uma sala intitulada Biblioteca dos Objetos. Nesse espaço, chama a atenção o papel dos institutos de pesquisa do próprio MCTI, que desenvolvem ações específicas e estratégicas para a política pública de ciência e tecnologia no Brasil. “São pouco conhecidos da sociedade brasileira. Nós selecionamos dez objetos que ficam nessa biblioteca. Ela fica em penumbra e, aí, cada objeto narra a sua experiência em um projeto, em uma pesquisa no instituto ao qual esteja vinculado”.
O percurso do visitante se encerra em uma sala que oferece uma reflexão sobre a influência do conhecimento tradicional na ciência brasileira. A exposição ressalta que o conhecimento científico produzido no país dialogou com saberes de origem indígena e africana.
Nas cidades mais populosas do Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, as bibliotecas comunitárias são espaços com histórias tão singulares que poderiam ser contadas em obras como aqueles livros que estão enfileirados nas estantes. A busca por diversidade e pela formação de novos leitores vai também além dos livros. Esses espaços são pontos de vida, de páginas viradas e de transformações que surgem a partir de sonhos individuais e comunitários.
Em São Paulo, a Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino fica na convergência de ruas em que a numeração das casas se embaralha, uma esquina do Bairro Jardim Olinda, na zona sul de São Paulo. Djeanne identificava-se como mulher negra de pele clara, mas não sentia acolhimento no convívio com outras pessoas, nem negras, nem brancas. Ela tirou a própria vida em julho de 2014. Apesar de não ter sentido pertencimento de um modo geral, na biblioteca que frequentava, ela encontrou aceitação e carinho das crianças que adorava.
Saraus
Até assumir a forma que tem hoje, a Biblioteca Djeanne Firmino passou por várias transformações. Tudo começou por iniciativa do poeta Robinson Padial, mais conhecido como Binho, que já teve um bar e organizou, com o apoio da família, saraus e a bicicloteca, um projeto em que leva livros em uma bicicleta para emprestar, doar ou receber. Dos saraus, surgiu a biblioteca, em 2009, primeiramente na favela da Chapena, na zona sul paulistana.
Depois, o mesmo espaço virou Brechoteca, uma mistura de biblioteca com brechó. Com a venda de itens diversos, inclusive eletrodomésticos, as estantes eram alimentadas com mais livros. Quem estava à frente da biblioteca popular era a coletiva “Achadouras de Histórias”, que decidiu honrar a memória de Djeanne, frequentadora do local, emprestando seu nome ao espaço.
Recentemente, a equipe conseguiu fazer a catalogação dos livros por cores, para facilitar o sistema para “quem ainda não é leitor”. O acervo vai preenchendo os cômodos da casa, vindos de vários lugares: por doações de vizinhos e editoras; pela Rede LiteraSampa, que abrange 18 bibliotecas comunitárias de São Paulo, Guarulhos, Mauá e Santo André; e por meio de editais, além da parceria com o Consulado da Alemanha.
Os exemplares que chegam em mau estado também são aproveitados. Eles são levados para a reciclagem e produzem recursos para a compra de outros livros.
Espaço de trocas
Um grupo que frequenta, regularmente, a Biblioteca Djeanne Firmino é a “família K”, como são carinhosamente conhecidos os irmãos que têm nomes com a inicial K. “Eles sempre ficaram brincando na rua até tarde da noite. Abre a biblioteca, e eles já vêm para cá. Teve grande importância a biblioteca na vida deles, que estavam sempre na rua, procurando coisas para fazer. Teve um período em que estavam todos os dias aqui, saíam às oito da noite”, conta a pedagoga Vânia Duarte, medidora de leitura do espaço.
Para ela, foi uma descoberta e tanto perceber que as bibliotecas poderiam ser um local de intercâmbios de conhecimento e percepções sobre questões sociais, e não um em que se deve manter silêncio, rigorosamente.
No lar onde Vânia cresceu, não havia o hábito da leitura. O pai conseguiu a proeza de concluir o ensino superior aos 72 anos. Ela iniciou o curso de Relações Internacionais e não terminou por causa de uma gravidez. Foi apenas em 2020 que ela se formou em Pedagogia, graduação feita com a ajuda do Programa Universidade para Todos (Prouni).
Hoje, a correria da rotina dita o ritmo e impede Vânia de achar brechas para sustentar assiduidade na leitura. Quando tem um tempo, contudo, gosta de poesia, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes e Clarice Lispector.
“Eu tenho uma lembrança muito legal do ensino fundamental: a professora de português. Ela pegou um livro, um romance, e lia toda semana. A gente já ficava na expectativa de saber qual era o final daquele livro. Era a professora Edna, uma japonesa. Isso me marcou bastante”, revela a mediadora, evidenciando que, para cativar cada leitor em potencial, é necessário um chamariz diferente.
Justiça social
“Aqui, nosso carro-chefe é a justiça social”, destaca a geógrafa Alessandra Leite, coordenadora de projetos da biblioteca. Ela aponta que o espaço dá muita ênfase à literatura infantil e às obras de grupos racializados, como negros, indígenas e amarelos.
“A gente nunca chega com a literatura crua. Nunca”, destaca a coordenadora, sentada diante de um quadro com palavras como desigualdade e raça. Ela defende que, ao se apresentar uma obra, deve-se fazer a conexão com contextos sociais.
Alessandra é de família baiana e de baixa escolaridade e diz que foi uma de suas avós quem mostrou a ela a importância da leitura, ainda que atrelada a uma ideia de livros mais técnicos e ao estudo formal. “Ela dizia: ‘Estuda para ser alguém’. Dava um valor [à leitura] que ela não conhecia no corpo, mas sabia que, perante a sociedade, tinha um valor. Então, ela sempre me estimulou muito a estudar, mesmo sem saber o que isso significava. Deu muito apoio”, conta.
“Quando eu saí da Bahia, aos 5 anos de idade, uma tia que me trouxe disse: ‘Olha, a sua avó está te levando para São Paulo para você estudar’. Eu brinco que escrevi isso na pedra. Essa foi minha missão de vida aqui. A leitura sempre ficou nesse lugar”.
Identificação
Ainda em São Paulo, mas na zona leste da capital, a equipe de reportagem da Agência Brasil confirmouque estava em frente à Biblioteca Comunitária Assata Shakur, na Vila Formosa, pela fileira de personalidades negras na fachada da garagem da casa.
À frente do espaço, um casal de jovens, Tatiane Ribeiro, de 27 anos, e Kairu Kijani, de 26 anos. A iniciativa de abrir a biblioteca, em 2019, como um braço do movimento negro, deu certo. O projeto teve sucesso e se expandiu, a ponto de abrirem turmas de balé infantil em outro local, no Bairro Cidade Tiradentes, na Rua Faustino Lopes.
Biblioteca Comunitária Assata Shakur
Os dois já se conheciam por terem se engajado nas lutas da população negra. Até que, certo dia, organizaram um encontro do grupo que participavam, mas o local escolhido cancelou de última hora, deixando todos na mão. Eles conseguiram manter a agenda em outro espaço, mas foi aí que eles perceberam que precisavam de um endereço próprio, que iria assimilar muito do que sabiam sobre modelos de educação popular.
O caminho que os livros percorrem até as prateleiras da Biblioteca Comunitária Assata Shakur difere do feito pelas obras da Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino. Na zona leste, embora grande parte seja de doações, outras origens importantes são a Festa do Livro da Universidade de São Paulo (USP), que ocorre anualmente com generosos descontos, e o garimpo em sebos físicos e virtuais.
Entre as doações, destaca Tatiane, está uma que ocupa posição especial no acervo: um caderno do militante negro Henrique Cunha. A jovem conta que ela e o companheiro visitaram a casa onde Cunha vivia, a convite da família dele, que, depois, deixou, sob a guarda da biblioteca, o caderno. “Se eles estão doando, é porque estão confiando na gente”, afirma Tatiane.
Não é somente a doação dos escritos de Henrique Cunha que simboliza a confiança que muitos do movimento negro têm depositado na biblioteca. Segundo Tatiane, diversas pessoas aparecem, volta e meia, buscando algum livro específico, acreditando que lá irão encontrá-lo.
Kairu Kijani, que se formou em Pedagogia, relata que virou motivo de orgulho para sua professora da disciplina de Sociologia, que visitou a biblioteca. Perguntados, Kijani e Tatiane, sobre o porquê de escolherem batizar o local com o nome de uma das pioneiras do feminismo negro, que se exilou em Cuba, eles argumetam: “Primeiro, porque ela está viva”.
“A Assata tem um discurso em que ela fala que Os Panteras [Negras] estavam lendo o livro vermelho, várias teorias, mas sabiam pouca coisa sobre a África. Aí, ela cita autores negros e pensei: ‘Poxa, é uma realidade que a gente tem aqui também’. No coletivo de rap, a gente lia, primeiro, [Karl] Marx, e tinha poucos autores negros. A gente pode até falar em epistemicídio, porque tem esse apagamento de referências negras. E ela era uma militante, tinha a questão da educação. Começou a militância muito jovem, o que tem muito a ver com a gente”, adiciona Tatiane.
Sobre quem os influenciou a levar adiante o costume de ler, Tatiane e Kijani compartilham outra matriz em comum: o movimento hip hop. Para ambos, foram as letras de rap que abriram as capas dos livros. No caso de Tatiane, a atenção sempre se voltou a grupos de MCs com integrantes mulheres, como o RZO e Atitude Feminina, e ao protagonismo feminino em carreira solo, como Stefanie MC.
O que ficou, para ela, foi o gosto por autores como a sergipana Beatriz Nascimento, a carioca Thereza Santos e a estadunidense Angela Davis. Kijani prefere outra linha, como a do Quilombo Urbano, grupo do Maranhão, e a d'O Levante.
No Rio de Janeiro, acessibilidade
Na capital fluminense, funciona a Biblioteca Comunitária Arlindo Pinho, mantida e administrada por um grupo de oito voluntários ligados ao Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais (Ceppes). Criada em 1985, a biblioteca conta atualmente com um acervo de, aproximadamente, cinco mil obras.
Um dos administradores, o professor de história Antônio Cícero Sousa explica que a biblioteca nasceu com um acervo voltado para ciências sociais, mas, ao longo dos anos, foi ampliando o leque de assuntos e, hoje, conta, inclusive, com livros infantis, além de publicações em braile e audiolivros, para atender frequentadores cegos ou com baixa visão.
Antônio Cícero avalia que a biblioteca comunitária funciona como um complemento às instituições públicas, principalmente em regiões sem a presença de outros meios de oferecer de graça à população o acesso a livros. Segundo ele, estudantes são a maior parte dos frequentadores da Arlindo Pinho, que fica no Bairro da Praça da Bandeira, zona norte do Rio.
“O interesse é grande. Eles conseguem ter acesso a livros que, às vezes, na escola, na biblioteca da universidade, eles não têm. Então, eles vêm aqui. Essa região tem muitas escolas, universidades e é bastante frequentada por estudantes. Por exemplo, eles vêm pesquisar o material de um autor que estão usando no trabalho de conclusão de curso”, contou à Agência Brasil, acrescentando que também organiza rodas de leituras em escolas e faculdades.
A estudante de pedagogia Daiana dos Santos é uma das mais assíduas. Ela considera que o equipamento cultural é uma forma popular de acesso aos livros e de criação e incentivo do hábito da leitura.
“Melhora o vocabulário, abre caminhos. A pessoa pode decidir o que quer ser no futuro por meio de uma leitura”, pontua. “Eu tenho esse hábito, de buscar novos caminhos, novas visões. Só vai enriquecer a minha bagagem pedagógica”, acrescenta.
Daiana conta que, além de agregar conhecimento para si, passa adiante o valor dos livros, incentivando o filho: “Pela leitura, ele pode conhecer outras coisas e sentir prazer em estar lendo, não somente quando precisa estudar”.
O professor Antônio Cícero explica que a biblioteca comunitária – que não faz nenhuma cobrança financeira aos frequentadores – depende do trabalho de voluntários que usam brechas de tempo livre, inclusive em fins de semana, noites e feriados, para manter o acervo. Além disso, contam com o apoio de projetos de financiamento para renovar o acervo e os equipamentos.
“A gente fica pesquisando, consultando sites para descobrir editais de apoio voltados para bibliotecas comunitárias”, relata. Ele conta que é difícil renovar os equipamentos. “Comprar um computador novo, uma internet de melhor qualidade, porque, hoje, a gente tem que estar trabalhando nessas duas dimensões, o livro impresso e o digital”, conclui.
Justamente pela dificuldade em obter mais itens para o acervo, os administradores da biblioteca disponibilizam um e-mail para contato e intermediação de doações: [email protected]
A meninada na Ceilândia
Em Brasília, a Biblioteca Roedores de Livros atrai a criançada para rodas de leitura no Shopping Popular da Ceilândia (a maior região administrativa do Distrito Federal e com maior número de crianças e adolescentes).
Segundo o diretor de administração do projeto, Adriano José Afonso, de 51 anos, a iniciativa teve início, há 17 anos, pela ideia e sentimentos da professora Ana Paula Bernardes e um grupo de amigos que formaram um coletivo de projeto de leitura voltado para crianças.
Nada de silêncio
A proposta surgiu da dificuldade que ela ouvia de colegas professores de fazer com que as crianças tivessem prazer com a leitura. “Uma das principais atividades da biblioteca comunitária é a de mediação de leitura, que é o ato de ler junto com as crianças e com os adolescentes”.
Até as crianças que ainda estão em período de alfabetização já participam das atividades. A biblioteca tem um acervo de mais de 5 mil livros de literatura infantil e juvenil. “Nós premiamos os leitores que se destacam como os mais assíduos nas participações das atividades, seja em mediação de leitura ou mesmo oficinas de arte”, conta Afonso. A criançada pinta e desenha a partir do que a leitura proporciona.
E os temas são escolhidos a dedo: direitos humanos, diversidade, cultura antirracista, afro-brasileira, indígena. “Não é uma biblioteca que se pede silêncio às crianças”.
Tapete na grama
A biblioteca chegou a não ter uma sala para desenvolver os projetos e acondicionar os livros, que antes ficavam em uma creche na Ceilândia. “A alternativa foi estender um tapete na grama debaixo de um pinheiro para evitar o incômodo de se sentar diretamente no chão”, relembra o diretor do projeto.
Essa tradição de estender o tapete se mantém na sede da biblioteca no shopping popular da Ceilândia. “Todos ficam descalços no tapete com almofadas”. A simbologia virou livro infantil assinado por Tino Freitas e Ana Paula Bernardes, intitulado O Tapete Vermelho. O tapete continua estendido para a criançada viajar por muitos mundos a cada vez que um livro se abre.
Mais de um milhão de participantes iniciaram, às 9h deste domingo (27), a realização das provas do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2023. Os portões de acesso aos locais de exame foram fechados às 8h45. Os participantes buscam certificação para ensino fundamental ou ensino médio, no período da manhã e da tarde.
Ao todo, 1.104.146 participantes estão inscritos no exame, dos quais 193.572 buscam a certificação para o ensino fundamental e 910.574, para o ensino médio. As mulheres são maioria, com 613.097 participantes. Já o público masculino conta com 491.049 inscritos.
No período da manhã, os participantes terão quatro horas para realizarem as provas objetivas, cada uma com 30 questões de múltipla escolha. Aqueles que buscam a certificação no ensino fundamental serão avaliados em ciências naturais e matemática. Para o ensino médio, serão verificados os conhecimentos em ciências da natureza e suas tecnologias, além de matemática e suas tecnologias.
No período da tarde, a prova terá cinco horas de duração. Para os participantes que buscam a certificação no ensino fundamental, serão aplicadas as provas de língua portuguesa, língua estrangeira moderna, artes, educação física, redação, história e geografia. Já para a certificação no ensino médio, serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, além de redação, e ciências humanas e suas tecnologias.
Encceja
O Encceja foi realizado pela primeira vez em 2002, para aferir competências, habilidades e saberes de jovens e adultos que não concluíram o ensino fundamental ou médio na idade adequada. O exame é realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em colaboração com as secretarias estaduais e municipais de Educação. Já a emissão do certificado e da declaração de proficiência é responsabilidade das secretarias de Educação e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia que firmam Termo de Adesão ao Encceja.