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A criação de um banco de currículos para profissionais negros e a indicação de alguns desses nomes para trabalhar no governo federal tem uma motivação pessoal para a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

“Podemos mostrar para o país inteiro o quanto as pessoas negras têm se preparado e são preparadas para adentrar em espaços que historicamente nos negam e dizem que não devemos entrar ou não nos pertence”, destaca.

Jornalista de formação, ela conta que já foi excluída de algumas vagas por ser negra.

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“Essa iniciativa é importante para mim, principalmente por ser jornalista, por ter estado do outro lado e me terem me negado a possibilidade de ser âncora [apresentadora de TV], trabalhar como jornalista, por dizerem que eu não tinha rosto [adequado] para aquilo”, afirma a ministra em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

Despachando na Esplanada dos Ministérios desde o início de janeiro, Anielle tem trabalhado para conscientizar a sociedade sobre a importância de uma educação antirracista. Fruto da política de cotas no ensino superior, ela adiantou, durante a entrevista, a criação de um grupo de trabalho com o Ministério da Educação (MEC) para pensar em mudanças no material didático. “As crianças negras não se encontram no livro didático, ele não tem representatividade.”

A falta de orçamento para construção de políticas públicas de igualdade racial, uma das consequências do abandono da temática pelo governo anterior, é outro tema que preocupa a ministra.

“Chegamos a ter um orçamento de R$ 77 milhões e, agora, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial [Seppir] vai virar um ministério com orçamento previsto [ao final da gestão de Jair Bolsonaro] de R$ 4 milhões”, destaca.

“Se conseguirmos atingir 50% do orçamento que tínhamos em 2003, já estaremos dando passos importantes”, afirma Anielle.

A violência contra a população negra também é uma das principais frentes de trabalho da ministra, que teve sua irmã, a vereadora Marielle Franco, brutalmente assassinada. Até hoje, o caso permanece sem punição e sem informação sobre os mandantes do crime. 

Mãe de duas meninas, Anielle Franco é uma das fundadoras e ex-diretora-executiva do Instituto Marielle Franco. Nascida na comunidade da Maré, na zona norte do Rio, a ministra é formada em Inglês pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em jornalismo pela Universidade Central da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e é mestre em Relações Étnico-Raciais pelo Cefet/RJ.

Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista exclusiva de Anielle Franco à Agência Brasil.

Agência Brasil: 

O que a senhora entende por igualdade racial? Por que precisamos discutir o equilíbrio entre as raças no país?

Anielle Franco:

Essa é uma pergunta muito complexa, porém simples de responder. Para mim, igualdade racial é as pessoas terem uma vida digna em qualquer lugar do mundo e é o que a gente não tem ainda no Brasil, para além das pessoas que pensam contrário e para além daqueles que nos tratam de maneira diferente em relação às oportunidades. Igualdade racial, para mim, é a gente não estar falando sempre de racismo. Não estar falando sempre sobre um jovem negro que foi morto a cada 23 minutos no Brasil, não ter que entregar currículos e explicar o quanto nós, pessoas negras, somos qualificadas para estar em vários lugares. Então, para mim, igualdade racial seria termos direitos iguais, salários iguais, oportunidades iguais – o que não há no país.

Agência Brasil: 

Uma iniciativa do Ministério da Igualdade Racial recebeu 5.347 currículos de profissionais negros. Destes, 41 já foram encaminhados ao presidente da Embratur, Marcelo Freixo. Por que essa iniciativa foi criada e como tem sido esse processo?

Anielle:

[A iniciativa] foi criada por vários motivos. Entre eles, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo federal restauram o Ministério da Igualdade Racial, muitas pessoas se disponibilizaram a vir trabalhar conosco. Esse é o primeiro ponto. Começamos a perceber que muitas pessoas tinham diversas qualificações, formações e estavam sempre se colocando à disposição [para trabalhar no governo]. Um dos nossos assessores especiais teve a ideia de criarmos um banco de currículos. Dentro dos mais de 5 mil currículos, temos diversas áreas e podemos mostrar para o país inteiro o quanto as pessoas negras têm se preparado e são preparadas para adentrar em espaços que historicamente nos negam e dizem que não devemos entrar ou não nos pertence. O Marcelo Freixo, especificamente por ser [presidente] da Embratur, solicitou currículos da área de turismo.

No dia anterior, recebemos a Antra – Associação Nacional de Travestis e Transexuais – e elas nos confidenciaram que quando há esse tipo de situação, em que se preenche documentos de modo geral, pessoas trans e travestis se sentem acuadas, ficam com vergonha, não gostam de se posicionar por medo de não terem vagas. Há todo um preconceito que vem por trás desse sentimento. [A Antra] nos pediu que fizéssemos um banco de dados específico para pessoas trans e assim nós fizemos, em parceria com elas, um formulário. Também teve a iniciativa do Elas no Orçamento, que entregamos para a ministra [do Planejamento] Simone Tebet. Eu tenho muita vontade de continuar fazendo isso porque sempre me perguntam [sobre sugestão de nomes de pessoas negras para vagas de trabalho]. Essa iniciativa é importante para mim, principalmente por ser jornalista, por ter estado do outro lado e me terem sido negado ser âncora, trabalhar como jornalista por dizerem que eu não tinha rosto [adequado] para aquilo, mas também iniciar esse letramento racial para entenderem que as pessoas estão qualificadas e têm condições de sobra de ficar.

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Agência Brasil: 

Existe a possibilidade de fazer o banco de dados para outros grupos, como quilombolas, indígenas?

Anielle:

Estamos trabalhando sob demanda. Quando as pessoas nos perguntam [sobre indicações], fazemos o filtro e se não tiver [aquele perfil], a gente reabre. Nós já fechamos esse primeiro formulário porque já tinha atingido o número máximo, a gente pensou que ia ter até menos inscritos. Estamos, agora, filtrando os perfis para reabrir em breve para podermos ir acumulando, quanto mais currículo tivermos para direcionar para pessoas em lugares específicos, para gente melhor. É uma ação concreta e contínua. Vamos continuar atualizando, tem muita gente pedindo [indicações] e não queremos parar, pois como são diversas áreas, estaremos sempre com uma “carta na manga” para podermos passar para essas pessoas que pedirem.

Agência Brasil: 

A senhora tem falado que encontrou um cenário de “terra arrasada” durante os trabalhos do grupo de transição. Poderia nos citar exemplos, como questões orçamentárias ou ações que foram abandonadas? O que será necessário para reverter essa situação em relação à sua pasta?

Anielle: 

Eu fiz parte do Grupo de Transição na pasta das Mulheres, com a Aparecida Gonçalves, que é atual ministra e a Maria Helena Guarezi, que é a secretária-executiva. Dentro da pasta das Mulheres, houve uma redução do investimento em Casa de Saúde das Mulheres e até para manutenção do Disque 100, e isso foi muito debatido. Para além disso, percebemos o crescimento de casos de feminicídio no país. Já em relação à pasta da Igualdade Racial, chegamos a ter um orçamento de R$ 77 milhões antes do golpe da presidenta Dilma [Roussef] e chegamos a R$ 17 milhões há seis anos e, agora, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial [Seppir] vai virar um ministério com orçamento previsto [ao fiml da gestão de Jair Bolsonaro] de R$ 4 milhões. Então, não tinha investimentos pautados especificamente para a Seppir, que estava a esmo. Quando falamos de terra arrasada é em relação à falta de investimentos em políticas públicas como um todo. Se conseguirmos atingir 50% do orçamento que tínhamos em 2003, já estaremos dando passos importantes. Houve falta de manutenção dessas áreas. Tudo estava esquecido na gestão do ex-presidente. A igualdade racial não era uma pauta prioritária para ele que, agora, passa a ser. Então, também, vamos ter que buscar outras formas de auxiliar esse orçamento, seja com concessões, fundações que já têm se demonstrado favoráveis à criação de editais para pautas específicas. Mas, na prática, o que a gente tem é uma perda de quase 90% do orçamento de seis anos para cá. Pela minha trajetória, de ter vindo de movimentos sociais, de ter estudado fora, eu era a pessoa que estava do outro lado, entendendo a dificuldade do dia a dia. A gente tem muitos sonhos quando chega aqui. Então, se conseguirmos concretizar, pelo menos, a metade.

Agência Brasil: 

Com tantos desafios, quais são as prioridades para os 120 dias de gestão na pasta?

Anielle: 

Estamos desenhando um projeto com a Organização Social Ação da Cidadania [fundada pelo sociólogo Hebert de Souza Betinho], de combate à fome, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social. A primeiríssima medida é o combate à fome. Há 33 milhões de pessoas passando fome, 70% delas são negras. Outra medida é tratar da saúde da população negra e já estamos discutindo medidas com a [ministra da Saúde] Nísia Trindade. Entre os pontos em discussão, estão o acesso à saúde pública, a mortalidade materna e a violência obstétrica. Tem várias outras pautas que a gente precisa cuidar, como a saúde mental das pessoas negras. O assunto ganhou força drasticamente com situações como suicídios e depressão. Educação é um outro tema que vai estar envolvido em todo o governo. Tivemos uma reunião com o ministro da Educação, Camilo Santana, e já ficou desenhado um grupo de trabalho para pensarmos material didático, por exemplo. As crianças negras não se encontram no livro didático, ele não tem representatividade. Também debateremos a Lei de Cotas com a Bancada da Educação no Congresso Nacional, pois há muitos projetos tentando derrubar a lei que representa a maior reparação histórica desse país. Temos dados para comprovar os resultados. Eu mesma sou fruto de cotas e gosto de repetir isso porque é algo que tentam nos tirar, dizer que os cotistas não têm capacidades e já temos estudos que isso não é real, precisamos desmistificar isso. Outro ponto importante é relacionado ao enfretamento do genocídio de pessoas negras que temos discutido com o Ministério da Justiça. Precisamos pautar discussões como as câmeras nos uniformes dos policiais, reconhecimento facial, a maneira como se dão as operações policiais no país inteiro e o número de jovens que têm sido assassinados constantemente. Esses grupos de trabalho já estão organizados e estruturados, já começam a partir da próxima semana. Paralelo a isso, ainda temos que garantir a estrutura deste ministério. Hoje, temos 12 pessoas nomeadas em um universo de 140 cargos.

Agência Brasil: 

A senhora tem falado que é fruto da Lei de Cotas, já que ingressou na Universidade do Estado do Rio de Janeiro por meio dessa ação afirmativa. Há projetos em tramitação no Congresso Nacional que buscam limitar o alcance dessa legislação. Como pretende atuar nessa interlocução com o Legislativo para evitar que a lei tenha retrocessos?

Anielle: 

Estabeleceremos diálogo com todos e todas que estejam dispostos a conversar conosco sobre essa pauta. A gente sabe que o Congresso vai ter um desenho um tanto quanto desafiador nesse ano, mas tenho falado que queremos dialogar com todo mundo. Eu acho que temos a comprovação de que a Lei de Cotas é eficiente. Vamos garantir e mostrar, além de ouvir quem pensa o contrário. O que não dá é para defender quem diz que é “mimimi” ou que os pretos conseguem. Não, esse tipo de discurso, não. Queremos dialogar com todo mundo, mesmo que pense diferente, mas com respeito. Acho que a primeira coisa é estabelecer essa relação, estar no Congresso, chamar para o diálogo e entender esses projetos. Acho que o Ministério da Educação vai ser imprescindível para a gente defender [esse assunto], e eles já estão muito favoráveis nesta parceria. O próprio presidente Lula também está muito favorável [a esse assunto].

Agência Brasil: 

Nesse sentido, o combate à desigualdade racial passa por uma educação antirracista. Neste ano, a Lei 10.639, que prevê a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira completa 20 anos. Na prática, a implementação dessa lei esbarra em questões religiosas e, até mesmo, de distribuição/produção de material didático. Qual a importância desse conhecimento?

Anielle: 

Não há nada que a gente possa fazer sobre isso sozinhos, precisamos do apoio do Ministério da Educação. Em reunião com a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia [Schweickardt] esse foi meu primeiro pedido a ela e já estamos construindo [um diálogo]. Neste ano, o livro didático já foi distribuído segundo o ministro da Educação. Para o próximo ano, o objetivo é que o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) seja atualizado e foi muito bom saber que tem pessoas dispostas a dialogar daqui para frente. A gente precisa desmistificar a ideia de que os livros não precisam relatar a realidade dessas crianças. Eu, como professora, sempre procurava levar exemplos dessa maneira, trabalhando com casos de pessoas de favela que chegavam a lugares que outras pensavam que não chegariam.

Agência Brasil: 

Segundo dados do IBGE, os negros representam 70% do grupo abaixo da linha da pobreza. De acordo com pesquisa do Atlas da Violência (2021), eles representam 77% das vítimas de homicídios, o que significa que o risco de um negro ser assassinado é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra. Da mesma forma, as negras representam 66% do total de mulheres assassinadas no Brasil. Como o ministério pretende trabalhar para mudar esse cenário?

Anielle: 

Isso é, literalmente, um assunto de segurança pública que não conseguimos mais ignorar. A gente precisa debater de todos os lados, sentar com a polícia, moradores de favela. Chegamos em um ponto no país em que todos os dias temos notícia sobre feminicídio ou histórias como a da menina Rafaelly, que foi assassinada com um tiro de fuzil, uma criança de 10 anos que estava brincando na Baixada Fluminense. Temos demonstrado muito interesse nesse tema. Um grupo de trabalho com o Ministério da Justiça, Mulheres e Direitos Humanos vai ser imprescindível para termos ações concretas, porque não dá para ficarmos só pensando. Temos que agir. Se dermos um Google, vamos ver, por exemplo, o quanto as mulheres negras sofrem.

Agência Brasil: 

Como a mulher Anielle Franco reuniu forças para superar o que aconteceu em sua vida pessoal com o assassinato de sua irmã, a vereadora Marielle Franco. O que espera sobre o desfecho em relação à autoria desse caso?

Anielle: 

Eu reuni forças muito pela minha base familiar e por tudo que eu acredito, os meus valores. Desde 2018, quando mataram a Mari, passei por muita coisa que eu jamais imaginava: de ser mandada embora de escolas, de ser cuspida na cara por ser irmã da Marielle, ser ameaçada. Mas eu tenho uma base, uma criação que me ajudou, me ensinou a estar aqui e me segurou. A gente vai completar, em março, meia década. São cinco anos sem saber quem mandou matar a Mari e nem o porquê. A gente tem especulações, mas não temos essa resposta. Eu espero que a gente consiga responder a esse crime, seja agora no governo Lula ou depois, mas tenho esperanças de que esse crime seja solucionado. E, acho que, muito por ela, pelo nosso legado, nossa família, pela população negra, mulheres negras, que é onde eu tenho me amparado, mantido a minha força e foco no que de fato importa para mim e para as pessoas que acreditam no que estamos fazendo aqui.

(Fonte: Agência Brasil)

A 13ª Bienal da UNE – Festival dos Estudantes será iniciada hoje (2), no Rio de Janeiro, com estimativa de receber, até o próximo domingo (5), 10 mil estudantes de todo o país. O evento terá mostras científica, artística e de jogos digitais. Foram inscritos 1.600 trabalhos. 

“Selecionamos 171. Cada linguagem selecionou trabalhos que respeitavam a questão de paridade regional, paridade de gênero e de temáticas”, disse a coordenadora do Circuito Universitário de Cultura e Arte (Cuca) da União Nacional dos Estudantes (UNE), Paola Soccas.

Desde que a bienal surgiu, em 1999, ela se dispõe a fazer investigação da identidade nacional. “Ela sempre discute o Brasil, sob uma perspectiva diferente”, ressaltou Paola. Este ano, o tema é “Um Rio Chamado Brasil”. A meta é fazer a defesa das políticas educacionais, políticas culturais e políticas ambientais, envolvendo a defesa dos biomas e dos povos tradicionais. 

“São as pautas principais na reconstrução do país. A gente adotou o elemento dos rios para poder, de uma forma simbólica e romântica, ilustrar a diversidade brasileira, a força, as contrações e a reconstrução que a gente vai viver no próximo período”, afirmou a coordenadora do Cuca.

Paola observou, ainda, que o tema central evidencia a ênfase dada pelos estudantes brasileiros nesta edição à Amazônia e à cultura nortista, ao elegerem Bruna Brelaz, natural do Amazonas, como nova presidente da UNE. 

Serão homenageados na bienal os bois Caprichoso e Garantido, de Parintins. “É o rio enquanto esse elemento que revigora, que regenera a natureza, sem a qual ninguém come, ninguém vive”. 

Paola, em entrevista à Agência Brasil, destacou que a ideia é mostrar para o país que, se os biomas, os povos e o desenvolvimento não forem colocados no centro de tudo, o futuro estará em perigo. “Não são futuros sustentáveis. Não existe educação sem pensar nos nossos territórios, na natureza, nos nossos povos. Não existe nada sem a Amazônia e a natureza”, disse.

Inscrições

Durante o dia, a programação será na Fundição Progresso, situada junto aos Arcos da Lapa, região central do Rio. À noite, a partir das 18h30, haverá shows artísticos em um palco montado nos próprios Arcos. 

Toda a programação é gratuita e aberta ao público. Até o último dia 31, as inscrições eram feitas on-line. Desde ontem (1º), elas começaram a ser feitas somente presencialmente, na Fundição Progresso. 

Para estudantes que vêm ao Rio é cobrado o valor de R$ 170, que inclui alojamento na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e traslado de ônibus para a fundição e os Arcos da Lapa, com retorno garantido para a universidade.

Além das mostras, haverá exibições de filmes e debates com as ministras Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação; Ana Moser, do Esporte; Marina Silva, do Meio Ambiente; Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas; Margareth Menezes, da Cultura; e Anielle Franco, da Igualdade Racial. 

A ministra da Cultura participará também hoje (2) de um ato simbólico de refundação popular, “pelas mãos dos estudantes”, do ministério (Minc) e em defesa da cultura. “Vai ser um momento muito importante, porque a ministra vai poder falar com toda a juventude e membros da sociedade sobre os planos do Ministério da Cultura”, salientou Paola.

“Toda a programação foi pensada como manifesto pela reconstrução do país, a partir da diversidade cultural do povo e do território brasileiro”, disse a presidente da UNE, Bruna Brelaz.

Shows

A programação musical da 13ª Bienal da UNE começa hoje, às 19h , com o Manifesto pela Terra, com shows dos bois folclóricos de Parintins, Caprichoso e Garantido, e da cantora Gaby Amarantos.

No dia seguinte (3), o navio pirata e as carrancas do Baiana System desembarcam nos Arcos da Lapa para alegrar a moçada. Já no sábado (4), é a vez do DJ Rennan da Penha agitar a noite.

No domingo (5), encerramento do evento, o Cuca reunirá toda a equipe em um seminário para debater quais vão ser os rumos do circuito para o próximo período, “qual vai ser a nossa bandeira, o nosso horizonte”, mencionou a coordenadora. 

Ao término do seminário, sairá da Fundição Progresso a tradicional Culturata, espécie de cortejo com bloco de Carnaval, com a participação da Escola de Samba da Mangueira, Orquestra Voadora, Bloco Céu e Terra. O cortejo percorrerá ruas da cidade.

A programação completa pode ser acessada aqui.

Bienal

A Bienal da UNE é um festival de cultura, arte, ciência e tecnologia que mapeia, conecta e apresenta o que de mais interessante tem sido produzido dentro e fora das universidades brasileiras. É considerado o maior encontro estudantil da América Latina. 

Ele é realizado em conjunto com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a Associação Nacional de Pós-Graduandos (Anpg) e a Organização Continental Latino-Americana e Caribenha dos Estudantes (Oclae). A primeira Bienal da UNE foi promovida em 1999, em Salvador.

(Fonte: Agência Brasil)

A acadêmica e escritora Cleonice Berardinelli morreu nessa terça-feira (31), aos 106 anos, no Hospital Samaritano, na zona sul do Rio de Janeiro, vítima de insuficiência respiratória. Cleonice foi eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 2009, sucedendo Antônio Olinto, e era considerada uma das maiores especialistas do mundo em literatura portuguesa, sobretudo da obra de Fernando Pessoa.

Ela era a sexta ocupante da cadeira nº 8 e a acadêmica mais longeva da instituição. O velório será hoje (1º) das 11h às 15h, no Petit Trianon, na ABL. A cremação será amanhã (2) com cerimônia somente para família. Também será realizada uma sessão da saudade na academia em homenagem à autora.

Cleonice era licenciada em Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1938), doutora em Letras Clássicas e Vernáculas pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (1959) e livre-docente de Literatura Portuguesa por concurso pela Faculdade Nacional de Filosofia (1959).

Foi professora emérita da UFRJ e da PUC-Rio e também deu aulas na Universidade Católica de Petrópolis, Instituto Rio Branco e foi professora convidada pelas universidades da Califórnia, campus Santa Barbara (1985) e de Lisboa (1987 e 1989).

É autora de obras como “Antologia do Teatro de Gil Vicente” (1971), “Fernando Pessoa. Obras em prosa” (1975) e “Sonetos de Camões” (1980). A acadêmica foi homenageada no cinema em documentários como “O vento lá fora”, em que ela e a cantora Maria Bethânia leem Fernando Pessoa diante de uma plateia de convidados, e “Cleo”, em que apresenta poemas recitados de cor.

(Fonte: Agência Brasil)

FLUMINENSE

As disputas da terceira edição da Copa Santa Inês de Futebol Amador, iniciativa patrocinada pelo governo do Estado e pela Indústria de Água Aguafina, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, tiveram início no último fim de semana, com a realização das oito partidas válidas pela fase de oitavas de final. Com direito a disputas emocionantes, foram definidos os oito times classificados para as quartas de final do torneio. Os jogos eliminatórios ocorreram nos campos dos bairros da Capoeira, do São Benedito e do Multirão.

Das 16 equipes participantes desta edição da Copa Santa Inês de Futebol Amador, apenas os times do Parque Santa Cruz, da Vila Marcony, do Barcelona, do Parque Pramorar, da Vila Olímpica, do Fluminense, do América Sabbak e do MEC seguem na competição.

VILA OLÍMPICA

Dos times classificados, destaque para o América Sabbak, que carimbou sua vaga para as quartas de final com vitória tranquila sobre o São Paulo por 5 a 1. Na próxima fase, o América encara a Vila Marcony que eliminou o Mallmo com um triunfo por 3 a 1.

Atual bicampeão da competição, o Fluminense segue firme em busca do seu terceiro título. O time tricolor bateu o Grêmio por 2 a 0 e, agora, terá pela frente o Barcelona. O Barça teve dificuldades para eliminar o Real Juçaral, mas levou a melhor nos pênaltis (5 a 4) após empate por 3 a 3 no tempo normal.

Outros resultados

Quem também precisou das penalidades para avançar às quartas de final foram o Parque Santa Cruz e o MEC, que eliminaram o Angelim e o Barueri, respectivamente. Coincidência ou não, os dois times agora estarão frente a frente na próxima fase.

PARQUE PRAMORAR

O Parque Pramorar derrotou o Villareal por 4 a 2 e se garantiu nas quartas de final. Já a Vila Olímpica bateu o Real Madrid por 1 a 0 e segue em busca do título da Copa Santa Inês de Futebol Amador.

Quartas de final

A organização da Copa Santa Inês de Futebol Amador definiu a data e horários dos jogos de quartas de final. Os duelos eliminatórios (Parque Santa Cruz x MEC, Vila Marcony x América Sabbak, Barcelona x Fluminense e Parque Pramorar x Vila Olímpica) serão realizados somente no dia 12 de fevereiro, nos campos dos bairros da Capoeira e do São Benedito.

Copa Santa Inês

A terceira edição da Copa Santa Inês de Futebol Amador foi lançada oficialmente no fim do ano passado. Na ocasião, todos os 16 times participantes receberam kits completos de uniformes (camisa, calção, meião e bolsas esportivas), que serão utilizados durante a competição.

MEC

Tudo sobre a Copa Santa Inês de Futebol Amador está disponível nas redes oficiais do evento (@copasantaines).

PRÓXIMOS JOGOS // QUARTAS DE FINAL

Domingo (12/2)

8h30 – Parque Santa Cruz x MEC (Campo da Capoeira)

8h30 – Barcelona x Fluminense (Campo do São Benedito)

10h – Vila Marcony x América Sabbak (Campo da Capoeira)

10h – Parque Pramorar x Vila Olímpica (Campo do São Benedito)

RESULTADOS // OITAVAS DE FINAL

Angelim 1 (3p) x (5p) 1 Parque Santa Cruz

Mallmo 1 x 3 Vila Marcony

Real Juçaral 3 (4p) x (5p) 3 Barcelona

Parque Pramorar 4 x 2 Villareal

Fluminense 2 x 0 Grêmio

MEC 0 (5p) x (4p) 0 Barueri

Real Madrid 0 x 1 Vila Olímpica

São Paulo 1 x 5 América Sabbak

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Juventude Maranhense

Domingo (29) de finais do Campeonato Maranhense de Futsal – temporada 2022, competição promovida pela Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma). O Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís, foi palco para as decisões de mais quatro categorias de base. No Sub-7 e no Sub-9, o título ficou com a garotada da Apcef/Cruzeiro Soccer. Já na disputa do Sub-11, o título estadual é do Juventude Maranhense e, no Sub-13, o Nova Era soltou o grito de campeão.

A manhã de finais começou em grande estilo com o duelo entre as equipes da Apcef/Cruzeiro Soccer e da Apcef/São Luís Academy pelo torneio Sub-7. No fim, os meninos da Apcef/Cruzeiro Soccer se impuseram em quadra com gols de Lucas Matheus, David Gael e Guilherme Rodrigues e conquistaram o título com uma boa vitória por 3 a 1.

Apcef/Cruzeiro Soccer

Na sequência, a bola rolou pela decisão da categoria Sub-9. Com dois gols marcados por Pedro Vieira, a Apcef/São Luís Academy fez 2 a 0 sobre o time da School Futsal Alemanha e sagrou-se campeão estadual.

Já na final da categoria Sub-11, o Juventude Maranhense mostrou força e bateu a Apcef/São Luís Academy. Davi Soares, André Luís e Samuel Asafe foram às redes e comandaram o triunfo do Juventude por 3 a 1.

Na última decisão estadual do domingo, Nova Era e Palmeirinha fizeram um confronto emocionante. O duelo foi equilibrado do início ao fim, no entanto, nos momentos decisivos, o Nova Era foi mais eficiente para vencer a partida por 2 a 1, com gols de William Pinheiro e Ewerton Ferreira.

Nova Era

Outras categorias

Vale destacar que os torneios estaduais de outras três categorias (Sub-19 Masculino, Adulto Feminino e Adulto Masculino) já haviam sido concluídos ainda no fim do ano passado. As finais também foram realizadas no Ginásio Costa Rodrigues.

Na disputa do Sub-19 Masculino, o título ficou com a equipe do Ruf Futsal que superou o Arari City Futsal por 8 a 7 nos pênaltis, após empate por 3 a 3 no tempo normal. Já pelo Adulto Feminino, as meninas do 2 de Julho/AFC derrotaram o Magnolia/CT Sports por 2 a 1 de virada.

Pela final da categoria Adulto Masculino, Balsas Futsal e Sampaio Araioses colocaram à prova a principal rivalidade do futsal maranhense dos últimos anos. Desta vez, melhor para o time balsense que venceu o adversário por 2 a 0 e sagrou-se campeão estadual pela décima vez.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O Ministério da Educação disponibilizou, na internet, os editais dos primeiros processos seletivos de 2023 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Para acessar informações sobre os três programas, os estudantes devem utilizar o Portal Acesso Único. Os calendários de inscrições foram antecipados, conforme anúncio feito em dezembro pelo MEC.

O novo prazo de inscrição para o Sisu é de 16 a 24 de fevereiro de 2023. O resultado será divulgado no dia 28 de fevereiro. Antes, o resultado estava previsto para sair em 7 de março. As inscrições para o Prouni serão abertas no dia 28 de fevereiro e vão até o dia 3 de março. E para o Fies, terão início no dia 7 de março e terminarão no dia 10 do mesmo mês.

Segundo o MEC, em todos os processos seletivos, a classificação tem por base a nota obtida na edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2022.

“Para o Prouni, serão válidas também as notas obtidas no Enem de 2021. Já no Fies, quem concorreu a uma das edições do Enem a partir de 2010 até a mais recente, poderá se inscrever”, informou o Ministério da Educação.

Veja as datas

Sisu

Inscrições: 16 a 24 de fevereiro

Resultado: 28 de fevereiro

Prouni

Inscrições: 28 de fevereiro a 3 de março

Resultados: 7 de março (1ª chamada); e 21 de março (2ª chamada)

Fies

Inscrições: 7 a 10 de março

Resultado: 14 de março.

(Fonte: Agência Brasil)

Festival Jaraguá é Guarani Yvyporã

A Casa de Reza foi a primeira parada para quem aceitou o convite, na manhã desse domingo (29), para conhecer o território guarani na capital paulista, durante a primeira edição do Festival Yvy Porã “Jaraguá é Guarani”. Com as danças tangará e xondaro, os guarani acolhem os participantes em uma das atividades previstas na programação: a Trilha Tape Porã (Bom Caminho) pela Mata Atlântica. “Os guerreiros [na dança] recebem as pessoas mostrando que a nossa forma de resistir é desviando dos obstáculos que aparecem, não lutando”, explica o xondaro Tiago Karai, um dos guardiões da terra indígena.

“É uma oportunidade de o nosso território dialogar com vocês, e vocês dialogarem com o nosso território. Que através da informação e do diálogo a gente consiga quebrar esse preconceito e essa ignorância”, diz Karai ao receber os convidados. A Terra Indígena (TI) Jaraguá ainda enfrenta disputas judiciais para a demarcação de terra definitiva. Em 2017, a Portaria 693, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, reduziu a extensão da TI a 1,7 hectare, quando o processo de demarcação indicava que a reserva deveria ser de 512 hectares. Uma liminar, naquele mesmo ano, suspendeu a portaria.

A primeira parada, após a apresentação na Casa de Reza, é o Meliponário, o espaço Eira Nhangareko, que reúne apenas algumas caixas das mais de 500 que são mantidas no território. São espécies nativas sem ferrão, chamadas de abelhas indígenas. “As abelhas nativas sempre tiveram um vínculo sagrado com o povo guarani, o nosso nome sagrado vem das velas feitas pela cera da abelha e da casca dessas árvores que a gente está vendo aqui, como o cedro”, explica Karai. São criadas nove espécies de abelhas que já estavam extintas naquele território. “A gente protege a onça amarela, a mandaçaia, a mandaguari, a tubuna, a arapuá, a jataí, mirim, a marmelada, a borá”, enumera.

Festival Jaraguá é Guarani Yvyporã

A trilha também incluiu uma apresentação de armadilhas guarani, no espaço Jeporaka Reko Reguá. Os indígenas explicam que, mesmo sem praticar a caça, esse conhecimento ancestral é repassado de geração a geração, fortalecendo raízes milenares. Lúcia Rodrigues, 68 anos, veio para o festival com amigos. Ela não conhecia a TI e, apesar de observar certa precariedade, disse ter se sentido transformada pela visita. “É triste que um povo tenha que pedir pela sua sobrevivência, mas, ao mesmo tempo, é muita coragem”, pontua. O passeio pela mata termina com uma música tradicional guarani, antes de retornar para as demais atividades da programação.

A estudante de arquitetura Isabela Cabelo, 22 anos, mora em Santana, um bairro da zona norte paulistana, e não sabia da existência do território indígena. “É muito importante saber e conhecer essa luta que é desde sempre. Todo mundo deveria apoiar a causa”, disse à Agência Brasil. Ela estava acompanhada do analista de marketing Josué Assis, 21 anos, que também não conhecia a TI e se disse surpreso com o território dentro de São Paulo. “A história sempre me comove. Então, entender as nossas raízes, de onde viemos, é muito importante”, apontou.

Programação

Além da trilha, o festival apresentou diversas atrações da cultura guarani, como venda de comidas típicas, artes plásticas e artesanato. Ao longo do dia, foram feitas rodas de conversas sobre temas como os dialetos indígenas, juventude e prevenção, política e resistência.

Nas atrações musicais, apresentaram-se o Coral Guarani Mbya, Xondaro Nômade, Karaí Ruvixá, Owerá, Eric Terena, Brisa Flow, Ian Wapichana, Kantupac, Dead Bolsonnaro’s, Carlos Xavier, Katu Mirim e Indaiz.

(Fonte: Agência Brasil)

Estão abertas as inscrições para o 3º Prêmio Capes Talento Universitário, que vai entregar R$ 5 mil a 1.000 estudantes que alcançarem a maior pontuação em uma prova de conhecimentos gerais. Podem concorrer alunos de graduação que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2021 e ingressaram no ensino superior em 2022.

Os estudantes interessados em participar do concurso precisam estar regularmente matriculados em uma instituição de ensino superior pública, privada ou militar e não ter débitos com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) ou outras agências de fomento à pesquisa. As inscrições vão até 22 de fevereiro e são feitas pelo formulário on-line disponível no site do concurso

Os locais das provas devem ser divulgados a partir de 2 de março, e a avaliação deve ocorrer no dia 26 do mesmo mês. O resultado final será divulgado em maio, e o prazo para pagamento do prêmio vai até dezembro de 2023. 

(Fonte: Agência Brasil)

A mansão centenária Figner, localizada no Bairro do Flamengo, zona sul da capital fluminense, foi reaberta em janeiro do ano passado, depois de restauração, abrigando o Espaço Cultural Arte Sesc. Neste sábado (28), o espaço celebra um ano de atividades, com programação inteiramente gratuita para o público de todas as idades.

O curador do Arte Sesc, Marcelo Campos, disse que a partir das 14h, dentro do Programa Educativo, haverá visita mediada à exposição Abstrações, composta por obras de artistas do sexo feminino que exploram o caminho da abstração em diferentes tempos e formas expressivas, entre as quais Fayga Ostrower, Renina Katz, Anna Letycia, Anna Maria Maiolino, Ana Cláudia Almeida e Laís Amaral. A mostra seguirá em cartaz.

Haverá também, a partir das 14h, um laboratório artístico para o público infantil, além da exibição de documentários, como Nós, Palhaças, que registra o olhar feminino sobre o passado, o presente e o futuro do circo, na Sessão Pipoca Picadeiro. A exibição é seguida de debate com os realizadores.

Às 16h, serão realizados, dentro também do Programa Educativo, visita mediada e laboratório para o público adulto, mais ligado ao cinema e à música. A programação prevê, às 17h, exibição do documentário Orin – Música para os Orixás. O encerramento das festividades ocorre a partir das 18h, com o lançamento do Catálogo Exposição Abstrações. “Qualquer pessoa pode participar. É uma atividade externa, fora do casarão”.

Importância

Marcelo Campos reforçou a importância do centro cultural para o Serviço Social do Comércio (Sesc) do Rio. “Abrir um espaço de cultura na cidade é uma raridade, e o Bairro do Flamengo é um lugar que não tem tanto espaço cultural assim”.

As exposições que ocupam o Espaço Arte Sesc são recortes curatoriais em torno de peças do acervo do Sesc RJ, composto por mais de 500 obras, que estavam espalhadas por unidades do Estado. Com a revitalização do espaço, foi possível iniciar um trabalho de catalogação, higienização e acondicionamento desses trabalhos em salas apropriadas na sede do Flamengo, o que permitiu a continuidade das pesquisas em torno do acervo.

Além das exposições, o Arte Sesc conta com programações diversas em outras linguagens artísticas, como música, audiovisual, artes cênicas e literatura. No Bistrô Artes Sesc, os visitantes podem provar cardápio assinado pelo chef francês Frédéric Monier.

Origem

Situado na Rua Marquês de Abrantes, 99, no Flamengo, o Espaço Cultural Arte Sesc é uma das 26 unidades do Sesc no Rio de Janeiro. No local, está a sede estadual da instituição. O imóvel foi construído em 1912 e tombado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). Ali, morou o empresário tcheco Frederico Figner (1866/1947), pioneiro da indústria fonográfica no Brasil. Ele foi o fundador da Casa Edison, que revendia equipamentos de som e luz como fonógrafos, gramofones e kinetoscópios, e, também, criador da primeira gravadora musical do Brasil, a Odeon.

O espaço foi reinaugurado em janeiro de 2022 depois de um ano de trabalhos de restauração e de sete anos fechado para o público. Nesse período, o imóvel abrigou apenas atividades administrativas. A exposição inaugural foi Notícias do Brasil: Carybé, Cícero Dias e Glauco Rodrigues, com gravuras assinadas pelos três artistas, em celebração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922.

Nova mostra

Para 2023, Marcelo Campos revelou que o centro cultural vai trocar a exposição em cartaz. “Vai permanecer com ligação com a coleção do Sesc Rio. Nós vamos ter uma exposição que homenageia Emanoel Araújo, recém-falecido, que tem obras na coleção”. O curador adiantou que serão trazidos artistas afrodescendentes para dialogar com as obras de Araújo. Essa exposição será inaugurada em abril e ficará em cartaz durante seis meses.

Emanoel Araújo foi escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravurista, cenógrafo, pintor, curador e museólogo brasileiro. Nasceu no dia 15 de novembro de 1940, em Santo Amaro (BA) e faleceu em 7 de setembro de 2022, na capital paulista.

(Fonte: Agência Brasil)

Estudantes surdos do ensino médio participaram, durante duas semanas, de um projeto inédito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que consistiu em uma oficina para criar um vocabulário de matemática em Libras. O objetivo do Matemática+Libras foi o de promover e enriquecer o vocabulário de termos matemáticos que não existam ou não sejam disseminados na Língua Brasileira de Sinais (Libras), reduzindo, assim, as dificuldades do processo de aprendizagem da comunidade de pessoas surdas no país.

Ao todo, participaram 14 estudantes de cinco Estados (São Paulo, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e Pará). Três alunos de escolas privadas e 11 de escolas públicas ficaram hospedados até hoje (27), no campus da Unicamp, em Campinas, no interior de São Paulo. O projeto é totalmente gratuito, e a Unicamp arcou com os custos de hospedagem e alimentação.

Os participantes passaram todos os dias estudando e resolvendo problemas matemáticos diversos, em Libras, criando situações que propiciem o desenvolvimento do vocabulário. Foram gravados vídeos que servirão como registro para divulgação dos novos sinais. “Eles começam soletrando e, depois de soletrar algumas vezes, eles começam a criar sinais. Eles passaram duas semanas estudando matemática o dia inteiro e todos os dias apareceram sinais novos”, explicou um dos responsáveis pelo projeto e professor do Instituto Matemática Estatística e Computação Científica (IMECC), Marcelo Firer.

Segundo Firer, o projeto surgiu a partir da dificuldade dos jovens surdos em aprenderem a disciplina por falta de sinais em Libras para termos matemáticos. O objetivo era criar cenários em que eles apontam a falta de sinais, exclusivamente em uma sala de aula de jovens surdos enfrentando os mesmos tipos de desafios.

“Além do aspecto da iniciativa de apontar caminhos para uma política pública, a Unicamp não tem a capacidade de enfrentar esse problema. O que a universidade fez foi buscar um caminho que indique como a questão pode ser enfrentada e isso foi muito bem-sucedido. O que temos agora é conversar com as secretarias de Educação e fundações educacionais para que encontros assim ocorram em mais áreas e Estados”, apontou o professor.

(Fonte: Agência Brasil)