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Recife – Alunos da Escola Municipal Abílio Gomes, na capital pernambucana, usam livros didáticos que podem ser proibidos pela Câmara de Vereadores (Sumaia Vilela / Agência Brasil)

Os 600 mil educadores do ensino básico e da educação profissional e tecnológica da rede pública de todo o Brasil poderão responder, até sexta-feira (28), à Escuta Nacional de Professores e Professoras que Ensinam Matemática, pesquisa on-line organizada pelo Ministério da Educação (MEC). 

A coleta de contribuições dos docentes tem o objetivo de melhorar as práticas pedagógicas no país para, na ponta, melhorar a aprendizagem nessa área de conhecimento, com base nas necessidades e nas demandas apontadas pelos profissionais da educação..

A iniciativa também pretende valorizar os educadores porque considera as diferentes perspectivas dos profissionais na definição de políticas públicas para o ensino e a aprendizagem da matemática.

O MEC tem disponível o Guia Escuta Nacional de Professores e Professoras para incentivar os educadores a participar da mobilização para garantir a aprendizagem adequada de matemática pelos estudantes da educação básica.

Escuta Nacional

Os professores que ensinam matemática podem responder à pesquisa de forma autônoma e anônima. Segundo o MEC, para que as respostas sejam consideradas pela escuta é necessário completar todo o questionário.

A pesquisa aborda aspectos como perfil dos professores; crenças e atitudes; percurso formativo; trajetória docente, contexto em que atuam; clima escolar; e currículos e práticas pedagógicas. Cada participante deve refletir sobre sua experiência de acordo com a etapa de ensino e a escola em que atuam.

formulário da internet pode ser preenchido mais de uma vez, quando o professor leciona em contextos diferentes, em mais de uma etapa, escola ou rede de ensino.

O documento leva em consideração que o professor pode estar em sala de aula em 2025 ou ter atuado em 2024 em diversas turmas e escolas de educação básica. Neste caso, o MEC pede a indicação do número de turmas para as quais o professor dá aula e que considere ainda a escola com maior carga horária de trabalho.

A iniciativa já ouviu profissionais do ensino fundamental e do ensino médio da educação básica e da educação profissional e tecnológica de mais de 2.060 municípios das 27 unidades da federação. 

Compreensão da matemática

De acordo com os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022, o Brasil ocupa a 65ª posição no ranking de aprendizagem de matemática, em relação a outros 81 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Trends in International Mathematics and Science Study – TIMSS) de 2023 indica que, no 4º ano do ensino fundamental, 51% dos estudantes brasileiros não alcançam o nível básico de compreensão da matemática.

Isso significa que não conseguem fazer operações simples, como somar e subtrair números inteiros com até três algarismos, multiplicar e dividir números inteiros de um algarismo e resolver problemas que envolvam esses conhecimentos.

Números do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2021 mostram que apenas 37% dos estudantes do 5º ano do ensino fundamental aprendem o nível esperado na disciplina de matemática. Esse número cai para 15% no 9º ano, e por fim, somente 5% dos estudantes concluem o ensino médio com uma aprendizagem adequada da disciplina.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 14/02/2025 - Proibição do uso de celulares nas escolas. A aluna do colégio Galois, Joana Chiaretto. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou, nesta segunda-feira (24), resolução com as diretrizes operacionais nacionais sobre o uso de celulares e outros dispositivos digitais em salas de aula.

A medida orienta que escolas e redes de ensino devem organizar capacitações e iniciativas para um ambiente acolhedor e preventivo, identificando sinais de sofrimento emocional e busque promover a saúde mental dos estudantes.

Está autorizado o uso desses aparelhos por parte dos estudantes do ensino fundamental e médio para fins pedagógicos, sempre com mediação dos profissionais de educação. Mas é vedado o uso para outros fins, inclusive nos intervalos e fora das salas de aula. A decisão prevê exceções para estudantes que necessitem de recursos de acessibilidade.

A recomendação é para que sejam respeitadas as competências e habilidades dos estudantes, com progressão gradual de acordo com o desenvolvimento da autonomia.

Cada escola poderá estabelecer os critérios de permissão sobre o porte dos aparelhos, assim como a forma pela qual eles serão guardados durante o período de aulas.

Uso de telas

No caso da educação infantil, o uso de telas e dispositivos digitais não é recomendado, sendo visto como algo razoável apenas em caráter excepcional, com mediação de um professor.

Neste mês, o governo federal lançou a publicação Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais, com o objetivo de construir um ambiente digital mais seguro, equilibrado e saudável.

O novo guia pode ser acessado aqui.

Segundo o CNE, órgão de participação social do Ministério da Educação (MEC), a Resolução CNE/CEB nº 2/2025 inclui ações da Estratégia Nacional Escolas Conectadas (Enec) para “garantir a educação e a cidadania digital nas escolas, promovendo o uso intencional e estratégico da tecnologia para potencializar o ensino e a aprendizagem”. E tem como eixo central a proteção da saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes. 

Outras orientações

A resolução do CNE orienta que escolas e redes de ensino devem organizar capacitações e iniciativas para um ambiente acolhedor e preventivo, identificando sinais de sofrimento emocional e buscando promover a saúde mental dos estudantes.

Existe também a preocupação com a formação continuada dos professores, funcionários e profissionais da educação voltados para a implementação digital e o uso pedagógico dos aparelhos.

(Fonte: Agência Brasil)

O açaí foi o produto da extração vegetal não madeireira brasileira com maior valor de produção no ano passado

Empresas em fase de desenvolvimento na Amazônia, as chamadas startups, apostam em modelos de inovação sustentável visando ao mercado global. Essas iniciativas se preparam para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, na cidade de Belém (PA).

A startup gerida pelo empresário Maurício Pantoja em Igarapé-Miriri (PA) é um exemplo de negócio alinhado ao modelo de desenvolvimento sustentável que valoriza a comercialização de produtos extraídos pelas comunidades tradicionais com a floresta em pé. Focada no beneficiamento de frutos regionais na forma de polpa e frutos em pó, a empresa já trabalha diretamente com duas cooperativas e gera oportunidade para 340 famílias de comunidades em Igarapé-Miri e Abaetetuba.

“Além de conectar a produção dessas pequenas comunidades por meio de um comércio justo, a gente também usa a tecnologia para melhor gerir, prever a colheita, diminuir o desperdício e agregar valor aos produtos”, explica.

O empresário lembra que o açaí foi o primeiro fruto a ser beneficiado na forma de polpa e vendido no mercado brasileiro, mas logo outros frutos entraram na carteira de produtos.

“A gente é da capital mundial do açaí, então partimos dele e formos integrando outras culturas como cacau e cupuaçu para diminuir a monocultura na região e fazer com que esses produtores faturem o ano todo e não só na safra do açaí”, diz.

Outra empresa em desenvolvimento focada na área de capacitação que também empreende de forma sustentável, na capital paraense, Belém, é a liderada pelo empresário Vitor Alves. A partir de cursos ofertados em plataformas virtuais, a startup alavanca pequenas empresas por meio do ensino de tecnologias empreendedoras. “A tecnologia é sempre um diferencial para a pequena empresa. Você tem hoje inteligências artificiais que aumentam a velocidade com que você resolve problemas, emite notas, faz controle de estoque e, inclusive, encontra clientes e faz análise de mercado”, explica.

As duas foram as vencedoras da 11ª edição do Startup Day, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Belém, no sábado (22), com o objetivo de impactar o ecossistema dessas empresas em desenvolvimento, a partir de um dia de workshops, mentorias e oportunidades de conexão. Entre as mais de 300 iniciativas inscritas, as duas tiveram destaque nas categorias bioeconomia e tecnologia, respectivamente.

Segundo o diretor-superintendente do Sebrae do Pará, Rubens Magno, o encontro é uma oportunidade das startups se lançarem e desenvolverem suas grandes ideias em um ano de preparação para COP30.

“O que nós queremos é mostrar que na Amazônia não é diferente de outros lugares do mundo que respiram inovação”, destaca.

Para Pantoja, estar nesse ambiente reflete um esforço na construção da visibilidade de empresas que ficam fora do circuito comercial das grandes capitais. “A gente tem esse objetivo de atingir o mercado internacional, muito por ser um mercado que valoriza os trabalhos que cuidam da biodiversidade e que se importam com as pessoas que vivem na floresta. Então, eventos como o Startup Day são oportunidades para a gente, não só do interior, mas de todos os lugares do Pará, poder aparecer, mostrar o que a gente está fazendo e que é coisa séria”.

(Fonte: Agência Brasil)

Médicos estrangeiros e brasileiros que se graduaram em outro país, fazem a segunda etapa da edição 2017 do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida).

participantes aprovados no segundo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) de 2024, deverão, a partir desta segunda-feira (24), indicar a universidade para revalidação do documento.

O processo de revalidação realizado pelas universidades parceiras envolve a análise do diploma e do currículo do médico formado no exterior.

De acordo com o edital da segunda etapa do Revalida 2024/2, a relação das universidades parceiras está disponível no Sistema Revalida para o devido encaminhamento dos processos de revalidação.

Após a escolha da unidade de ensino superior, será necessário apresentar a documentação exigida pela universidade parceira revalidadora, que poderá exigir, ainda, documentos pessoais, além do diploma de graduação original (obrigatório).

Resultado final

O resultado final do Revalida 2024-2 está disponível para consulta desde sexta-feira (21). Basta acessar a página do participante no Sistema Revalida. O acesso aos resultados individuais é feito com Cadastro de Pessoas Física (CPF) e senha do portal Gov.br.

Além das notas definitivas, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou os pareceres dos recursos sobre os resultados preliminares, juntamente com os espelhos de correção da prova de habilidades clínicas, fase em que os participantes realizam tarefas específicas.

A relação final dos aprovados no exame Revalida 2024-2 também foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Revalida

O Revalida avalia profissionais formados em medicina fora do Brasil que querem exercer a profissão em território nacional. O objetivo do exame é garantir a qualidade do atendimento médico prestado no Brasil, tanto por estrangeiros como por brasileiros que estudaram no exterior.

Desde 2011, o exame que autoriza aos aprovados ter o diploma revalidado no Brasil é aplicado pelo Inep, enquanto a revalidação é de responsabilidade das universidades públicas do Brasil que aderiram ao exame.

Anualmente, as provas são divididas em duas etapas (teórica e prática), que abordam, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, e medicina da família e comunidade (saúde coletiva).

A prova teórica tem 100 questões de múltipla escolha, além das questões discursivas. E o candidato somente poderá avançar para a segunda etapa, a da prova prática, se for aprovado na prova teórica.

Esta última fase, avalia as habilidades clínicas em cenários de prática profissional, como atendimento de atenção primária, ambulatorial, internação hospitalar, pronto-socorro para casos de urgência e emergência, além da medicina comunitária, com base na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina, nas normas e na legislação profissional.

Para mais informações sobre o Revalida, o Inep tem o site.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo- 23/03/2025 - Maestro Rodrigo Toffolo e 
Apresentação da Orquestra Ouro Preto no Teatro Municipal Ouro Preto-Casa da Ópera . Créditos: Cristina Indio do Brasil

A alma da Orquestra Ouro Preto é a família que existe por trás dela. Logo cedo, o pai, Ronaldo Toffolo, viu a vocação das crianças, que estavam mergulhadas no ambiente de música que havia na casa. Com o tempo, os filhos evoluíram com os estudos de violino, e o pai decidiu criar um grupo musical. Com o amigo, compositor e bandoneonista argentino Rufo Herrera, hoje com 91 anos, Toffolo  teve ideia de desenvolver o projeto de uma orquestra de câmara.

“Aqui em casa, sempre acreditamos que somos mais completos se estivermos abraçados com a cultura. A cultura é a digital da existência de todos nós. Esse ambiente proporcionou uns aperitivos de uma sedução que transformaria isso aqui em uma proposta e a escolha pela profissionalização foi deles”, disse Toffolo à Agência Brasil.

O pai tem certeza de que “a sorte de o filho mais velho”, Rodrigo, hoje maestro da orquestra, ter dado suporte, foi fundamental “para levar a turma toda a acreditar que o projeto ia dar certo”. Segundo Toffolo, esse ambiente é que "trouxe a magia do abraço da cultura como marca inequívoca de que nós somos mais quando temos nossa companhia”.

A casa onde tudo começou, no centro de Ouro Preto, Minas Gerais, guarda a memória da família. O quarto onde ensaiavam tem as paredes cobertas por estantes repletas de discos de vinil e CDs. Tudo divide o espaço com o piano em que, um dia, ao tocar uma música dos Beatles, chamou atenção de Rodrigo, um menino de 11, 12 anos na época, que acordou de madrugada encantado com aquele som.

São Paulo- 23/03/2025 - Maestro Rodrigo Toffolo e 
Apresentação da Orquestra Ouro Preto no Teatro Municipal Ouro Preto-Casa da Ópera . Créditos: Cristina Indio do Brasil

A conversa da reportagem com Ronaldo Toffolo neste quarto trouxe ainda outras histórias da família, e ele externou o sentimento que tem ao fazer uma retrospectiva do início do grupo até o reconhecimento, inclusive internacional, que a orquestra conquistou em seus 25 anos.

“É uma história fantástica, e é até difícil ser sucinto, mas o fato é que a gente fica agradecido por essa bênção especial de adesão deles [os filhos] ao que se propõe à vida deles na área da música, que é o coroamento de algo de que nunca desacreditamos, porque entendíamos que isso tinha que ser companhia nossa. A cultura faz parte, mas não pretendíamos que isso se tornasse o elemento de vida, de trabalho, de profissão, e nós estamos aqui preparando a nova geração, através dos netinhos, que, quem sabe, vêm por aí começando”, disse, apontando para o futuro da orquestra.

“Não se trata de milagre. Não acredito em milagres neste sentido. É muito trabalho, muita certeza de que a gente precisa acreditar. Essa crença leva a turma toda, hoje, a passar isso nas nossas apresentações em qualquer lugar, a contagiar já os filhos, os netos que estão sempre presentes”, comentou Toffolo.

A mãe, Marília Reis Toffolo, hoje com 72 anos, era quem cuidava para que as crianças não seguissem outro rumo. Toda quarta-feira pegava as crianças e ia para Belo Horizonte para elas fazerem aulas de violino.

“A origem foi toda nesta casa. Ronaldo criou uma orquestra para os filhos tocarem. É a mesma coisa, por exemplo de pôr cinco filhos para estudar metalurgia e montar uma metalúrgica para os seus filhos. A minha participação foi vigiar. Eu ia para Belo Horizonte, porque em Outro Preto não tinha [curso de violino]. Foram dez anos levando toda quarta-feira eles para Belo Horizonte para estudar violino. Lá, depois da aula, o professor me chamava e falava: 'dona Marília, a Mara [uma das filhas gêmeas, que são as mais novas] a senhora vai olhar o cotovelo, Marina está pondo o dedo para cima que não pode, Ronaldinho está baixando muito o braço'. Aí, quando eu punha para estudar, eu ficava: 'Marina, olha o dedo'. Eu fui junto com eles com aquele foco”, lembrou, destacando que corrigia, em casa,as posições no violino conforme indicava o professor.

As crianças aderiram à ideia da orquestra, mas houve períodos em que veio a vontade de desistir. A mãe, no entanto, persistiu. “Eu brinco que tinha tudo para dar errado e deu certo, porque imagina pegar cinco crianças, foram crianças normais iguais às outras. Teve a fase de adolescentes, aquela em que não queriam mais, a fase em que choravam, em que queriam bater e não queriam ir tocar. Eu nunca deixei. Primeiro, era violino, o resto era resto mesmo. Só iam para festa para casa de amigos se estudassem violino”, contou Marília, confessando que ela mesma nunca fez aulas de música.

“Não, menina, fiz a maior burrada da minha vida, porque eles começaram do zero, e eu podia ter começado junto, eu ficava mais de cinco horas esperando cada um entrando e saindo do quarto do professor, lá Belo Horizonte.”

A casa da família é decorada com objetos que fazem parte da memória de todos. “Fui juntando, juntando e tenho esse monte de coisa antiga pela casa afora. Fica uma memória afetiva”, ressaltou Marília, dizendo que ela e marido nunca deixaram de morar em Ouro Preto. “Ronaldo é de Ouro Preto, eu sou de Ouro Preto e nunca morei em outro lugar na minha vida.”

São Paulo- 23/03/2025 - Maestro Rodrigo Toffolo e 
Apresentação da Orquestra Ouro Preto no Teatro Municipal Ouro Preto-Casa da Ópera . Créditos: Cristina Indio do Brasil
Maestro Rodrigo

Para o maestro Rodrigo Toffolo, hoje com 47 anos, chegar aos 25 anos preservando uma orquestra de câmara com reconhecimento internacional, não é uma tarefa fácil.

“É um desafio. Sempre falo que o trabalho que a gente faz em equipe com um conjunto muito grande, faz a gente ficar muito feliz e orgulhoso de ter optado anos atrás pelo caminho da música, e tudo que foi plantado e regado com carinho enorme possa ser visto hoje florescendo e dando esses resultados todos”, disse à Agência Brasil.

O regente define a evolução do grupo como gradual e feita com muita responsabilidade, pensando na qualidade do projeto, por ser um grupo que sempre criou um repertório próprio e investiu na criação de música nova. “A definição da identidade da orquestra muito cedo nos ajudou a caminhar de maneira mais firme, sem muitas mudanças no caminho. Sempre tivemos na cabeça quais eram os pilares de atuação. Esses pilares são mantidos até hoje e ficamos muito felizes com isso”, completou.

Rodrigo Toffolo vê a renovação de gerações de músicos como uma garantia de evolução da orquestra. “Hoje muitos alunos da nossa academia jovem estão na orquestra principal. Jovens que entraram na academia, formaram-se na academia, e hoje seguem a carreira de músicos profissionais. Isso é muito importante. Nos 25 anos, certamente, várias pessoas passaram por aqui, vários músicos, e a gente conseguiu não só absorvê-los, mas poder viver e trabalhar com música”, destacou.

Com o passar do tempo, foi fácil notar que a formação de público, que sempre foi muito importante para o grupo, é uma forma de colher os frutos das apresentações nos mais diversos lugares do Brasil e fora do país, disse o maestro.

“Os teatros hoje ficaram pequenos para o que a orquestra faz. Os ingressos sempre esgotam com semanas de antecedência, e a gente começou a migrar para praças públicas, para o lado de fora, para poder receber o público que a orquestra tem, que é sempre muito generoso, muito representativo e mais popular. E ver também que a orquestra tem várias facetas”, acrescentou.

“Interessa exatamente que eles [público] saibam a beleza que a orquestra tem, a capacidade infinita da orquestra de fazer música, de tocar qualquer estilo de música”, concluiu.

(Fonte: Agência Btasil)

São Paulo (SP), 20/03/2025 - Mestras do Macabro: as Cineastas ao Redor do Mundo, mostra que acontece no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Cena do filme Zumbis do Mal. Foto: CCBB/Divulgação

Uma mostra de cinema em São Paulo vai apresentar ao público 28 filmes de horror que foram dirigidos por mulheres. Chamada de Mestras do Macabro: as Cineastas ao Redor do Mundo, a mostra é gratuita e ocorre no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro da capital paulista, até o dia 21 de abril.

Os filmes selecionados para a mostra foram realizados entre 1971 e 2023 e representam a produção cinematográfica de horror de diversas partes do mundo. Entre eles estão os clássicos O Cemitério Maldito, dirigido por Mary Lambert, e Psicopata Americano, de Mary Harron.

Dos 28 filmes que serão exibidos, cinco são de diretoras brasileiras, como A sombra do pai, de Gabriela Amaral Almeida; Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas; Sem seu sangue, de Alice Furtado; Medusa, de Anita Rocha da Silveira; e Terminal Praia Grande, de Mavi Simão.

Panorama histórico

A curadoria é da pesquisadora e especialista Beatriz Saldanha, que reuniu obras representativas de diferentes épocas, países e contextos sociais. O objetivo é oferecer ao público um panorama histórico do gênero e repensar o papel da mulher no cinema de horror, que historicamente é dominado por homens.

A mostra também pretende reforçar a importância do cinema de horror para a reflexão de temas sociais. 

“Existe uma história do horror formada por cânones e por muitos anos as mulheres estiveram à margem dela. Um dos principais objetivos dessa mostra é trazer à luz diretoras que fizeram e estão fazendo filmes de horror tão bons quanto os clássicos que todo mundo adora, deixando evidente que mulheres também podem ser consideradas mestras do macabro”, disse a curadora.

Além dos filmes, a mostra promoverá um curso com duração de três dias que será ministrado pela curadora. Também haverá um debate com a pesquisadora Laura Cánepa, uma sessão comentada com a cineasta Gabriela Amaral Almeida e um debate com a crítica Isabel Wittmann, contando com tradução em Libras.

Mais informações sobre o evento e sua programação podem ser obtidos no site do CCBB

São Paulo (SP), 20/03/2025 - Mestras do Macabro: as Cineastas ao Redor do Mundo, mostra que acontece no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Cena do filme O Babadook. Foto: CCBB/Divulgação

(Fonte: Agência Brasil)

Dourados (MS), 23/08/2024 -Sala de aula da  Faculdade Intercultural Indígena(Faind), no campus principal da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Habilidades como enviar mensagens de texto em redes sociais, identificar golpes e informações falsas on-line, usar aplicativos bancários e até mesmo fazer perfis em apps de namoro deverão fazer parte da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. Neste mês, começou em todo o país a formação voltada para os alfabetizadores da EJA e a educação midiática está entre os tópicos abordados.

“A gente defende que essas tecnologias possam ser exploradas de uma forma crítica, para que esse sujeito seja um utilizador delas. Não que ele tenha a tecnologia como a solucionadora de todos os problemas, mas que ele compreenda essa tecnologia como algo que pode auxiliar, que pode facilitar a vida dele”, diz a professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Daniele Dias.

Dias coordena o Programa de Formação de Alfabetizadores e Docentes dos Anos Iniciais do ensino fundamental, desenvolvido pela UFPB em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e com a Cátedra Unesco de EJA. Trata-se da primeira formação ampla de âmbito nacional ofertada aos alfabetizadores da EJA. O curso é voltado para 1,3 mil formadores regionais, que, por sua vez, são responsáveis por repassar os conhecimentos para as redes de ensino até chegar a coordenadores e professores, que levarão os conteúdos para as salas de aula. A formação, que é on-line, começou este mês e segue até 2026.

O programa faz parte do Pacto pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos, o Pacto EJA, lançado no ano passado pelo governo federal como uma iniciativa inédita para dar ênfase e visibilidade à educação voltada para jovens, adultos e idosos.

O foco dessa formação é capacitar as redes de ensino para que se possa garantir a alfabetização de jovens, adultos e idosos que não tiveram a oportunidade, quando crianças, de aprender a ler, escrever e fazer contas simples. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 11,4 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade, não sabem ler e escrever sequer um bilhete simples.

Nos dias atuais, a alfabetização para os meios de comunicação e as novas tecnologias passa também a fazer parte das habilidades necessárias para se integrar plenamente na sociedade atual.

“Essas pessoas precisam que alguém faça o Tinder [aplicativo de namoro] delas. Ou seja, o analfabetismo, tem um impacto inclusive sobre a vida afetiva. Percebe que você está entrando em outra dimensão da cidadania? Essas pessoas não escrevem e não leem no WhatsApp, elas só mandam áudios. Essas pessoas precisam inventar alguma estratégia para pegar o ônibus, dizer que elas não estão enxergando bem, porque elas não querem expor esse analfabetismo. Então, tem a ver com a cidadania, não é?”, defende Dias.

Além disso, aprender a usar as novas tecnologias também evita golpes e outros crimes. “São essas mesmas pessoas que, muitas vezes, caem em golpes na internet. Tantas pessoas têm seus dados roubados, por exemplo. Elas precisam receber orientações, precisam ser educadas para usar esse espaço e compreender também que esse espaço virtual tem questões que precisam ser analisadas antes de ser reproduzidas”, diz Dias.

Valorizar a história dos estudantes

A formalização de uma educação voltada para adultos no Brasil começou nos anos 1940, diante da demanda por alfabetização e formação daqueles que não haviam concluído os estudos na idade esperada.

A EJA é dividida em duas etapas: ensino fundamental, que inclui do 1º ao 9º ano e é cursado em pelo menos dois anos no caso dos jovens e adultos, e o ensino médio, que é cursado em 1 ano e 6 meses. Podem se matricular no ensino fundamental da EJA estudantes com idade mínima de 15 anos e, no médio, estudantes com 18 anos ou mais.

Um dos maiores desafios da EJA, de acordo com Dias, é conseguir manter os estudantes nas escolas para que concluam os estudos. Para se ter ideia, no Brasil, segundo o IBGE, pouco menos da metade (46,8%) da população com 25 anos de idade ou mais não concluiu o ensino médio.

Apesar dessa urgência, a EJA é uma etapa da educação que, em época recente, perdeu alunos e investimentos. Em 2019, a etapa contava com 3,2 milhões de estudantes, número que caiu para 2,5 milhões em 2023. Já o investimento, que chegou a R$ 1,4 bilhão em 2012, caiu para R$ 5,4 milhões em 2021. Em 2022, o número voltou a subir, para R$ 38,9 milhões, mas ainda é aquém do patamar de 10 anos atrás. Os dados são do dossiê Em busca de saídas para a crise das políticas públicas de EJA, do Movimento Educação pela Base.

Ensinar jovens, adultos e idosos a ler e escrever é diferente de alfabetizar crianças, de acordo com a professora, e é isso que o curso de formação pretende mostrar.

“Na maior parte das vezes, [esse estudante] não fica na escola. Para ele, não é um espaço onde ele se sinta abraçado. Algumas vezes, o formador, o professor que atua com ele, não tem a percepção das suas necessidades. [O formador] Trabalha de forma infantilizada, trabalha sem considerar, inclusive, a peculiaridade do adulto ou do idoso. Então, o aluno sai da escola”, diz Dias.

Para mudar esse cenário, o curso aborda uma perspectiva defendida pelo educador e filósofo Paulo Freire, de valorizar os conhecimentos que os estudantes já possuem: “Uma concepção de alfabetização em que a gente entenda que esse sujeito já traz conhecimentos com ele. Ele tem conhecimentos prévios que precisam ser valorizados, mas, sobretudo, ele precisa também ser reconhecido enquanto agente transformador da sua própria realidade, a partir da leitura que ele tem", diz a coordenadora.

Quem são os professores da EJA?

O auxiliar técnico pedagógico da Secretaria Municipal de Educação de Ourinhos (SP) Marco Antonio de Souza é um dos que tem participado dos encontros como formador regional. Ele conta que, muitas vezes, quem atua na EJA não conta com formação específica.

“A maioria das prefeituras não tem esse professor da EJA, como tem o professor da educação infantil ou o professor do ensino fundamental. As redes quase sempre oferecem aos professores dar aulas na EJA como carga suplementar, como algo para complementar a sua renda ou para complementar a sua jornada”, diz.

Falta, então, formação a esses profissionais. Segundo Souza, uma das maiores dificuldade relatadas é justamente dar aulas para um público diverso.

“Às vezes, em uma turma, você tem jovem, você tem adulto e você tem idoso. E essa convivência de jovem, adulto e idoso não é uma coisa fácil. Tem pessoas com deficiência, tem pessoas LGBTQIA+, tem mulheres negras que estão no mercado de trabalho, tem trabalhadores que estão na informalidade. O público da EJA é hoje muito variado”.

Brasília (DF), 18/03/2025 - Formação para novas tecnologias passará a fazer parte da EJA . Professor Marco Antonio de Souza. Foto: Marco Antonio de Souza/Arquivo Pessoal
Marco Antônio

Ele diz que o município já oferecia, por conta própria, uma formação a esses professores. A cada 15 dias, os docentes cursavam uma hora. É esse espaço que hoje está sendo preenchido pela formação nacional. Segundo Souza, o município pretende levar ao Conselho Municipal de Educação uma proposta para que o curso seja considerado um curso de atualização para os docentes. Além disso, no longo prazo, a intenção é que se torne uma formação obrigatória para quem quer atuar na EJA.

Em Teixeira, na Paraíba, a formadora local Luzia Nadja Carneiro, que também participa dos encontros, diz que na escola onde atua, a Escola Maria das Graças Vasconcelos Guedes, a formação é repassada aos docentes nos fins de semana, para não prejudicar as aulas dos estudantes.

“Eu digo que é um momento histórico na educação brasileira essa questão de voltar o olhar para a educação de jovens, adultos e idosos, que era um segmento que era tido como um que só dava despesas aos municípios. Hoje, a gente tem essa oportunidade de trabalhar bem os professores a partir dessas formações. Com o professor qualificado, toda a equipe se qualifica junto”, diz.

Carneiro, que já foi professora do ensino regular antes de atuar na EJA, diz que se apaixonou pela etapa de jovens, adultos e idosos.

“Eu sou de uma cidade pequena. Aqui, a gente tem a oportunidade de conversar com esses alunos e conhecer um pouco da vida desses alunos, e a gente vê que eles chegam a dizer que antes do no início dos estudos, eles eram cegos. Viam as frases e textos, mas não sabiam absolutamente nada. E, com o estudo, eles passam a ver o mundo de outra forma. É o conhecimento, ele transforma”, diz.

Brasília (DF), 18/03/2025 - Formação para novas tecnologias passará a fazer parte da EJA . Professora Luzia Nadja Carneiro. Foto: Luzia Nadja/Arquivo Pessoal
Luzia Carneiro

Formação inédita

Segundo a secretária da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Zara Figueiredo, todos os Estados, o Distrito Federal e 91% dos municípios já aderiram ao Pacto EJA. As adesões ainda estão abertas. 

Nesta semana, o MEC deverá publicar, de acordo com a secretária, uma portaria instituindo um grupo técnico que terá três meses para definir as metas e os indicadores que serão levados em consideração no monitoramento do Pacto EJA. “Esses indicadores são mais demorados, por que precisam de uma modulação. O Ministério do Planejamento e a CGU [Controladoria-Geral da União] estão nesse GT. São indicadores que inclusive têm impacto em financiamento e auditorias”, explica.

Além disso, de acordo com Figueiredo, a pasta encomendou um estudo sobre os impactos econômicos para o país da alfabetização e educação de jovens, adultos e idosos, que deverá ser divulgado neste semestre.

“A alfabetização, do ponto de vista da cidadania, do ponto de vista da economia, do ponto de vista da democracia, é absolutamente necessária, insubstituível e inegociável”, diz. “Você pode colocar a automação que você quiser na sua fábrica, você pode ter as parcerias que você tiver, mas se você não cuidar da alfabetização das pessoas, isso não tem o retorno econômico que você prevê”.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 20/03/2025 - Artista de Carimbó percorrem cidades do Pará e pedem política cultural.
Foto: Pierre Azevedo/Divulgação

Mestre Lourival Igarapé tem 73 anos. Há mais de 30, o artesão, compositor e percussionista participa de apresentações de carimbó, uma manifestação cultural popular do Pará. Agora, além de cantar, tocar e espalhar a tradição artística nortista, ele tem outra função: receber de comunidades paraenses ideias e colaborações para fazer com que o carimbó e outras práticas culturais do Estado se fortaleçam.

O artista paraense é um dos guardiões do projeto Rodando com Carimbó, uma iniciativa que começou a percorrer cidades do nordeste do Pará para fazer apresentações e buscar informações que ajudem a criar uma política de fortalecimento da cultura regional. Com a realização da COP30 na capital paraense, promotores culturais como ele esperam que o evento possa desenvolver políticas públicas e também o turismo cultural do Estado.

Até o próximo dia 31, a caravana passará pelas cidades de Cachoeira do Piriá, Bragança, Santarém Novo, Igarapé-Açu e Marapanim.

“Eu acredito que possamos ser recebidos da melhor forma possível em comunidades que venham a aceitar essa troca de sabedoria”, disse o artista à Agência Brasil, quando pegava a estrada na capital paraense, Belém, rumo à primeira apresentação, no Quilombo de Camiranga, em Cachoeira do Piriá, município de pouco menos de 20 mil habitantes.   

“O carimbó representa tudo na vida para mim, é uma forma de viver”, define ele, que diz estar “feliz da vida” no papel de guardião do programa.

“O que me sustenta é essa energia que eu recebo de trabalhar com cultura popular, o carimbó”, diz ele. No mundo carimbozeiro, além de tocar, o mestre compõe e faz os instrumentos.

Carimbó (Gustavo Serrate/Ministério da Cultura)

Origem da tradição

O carimbó surgiu no século XVII, na região amazônica, e, mais especificamente, no nordeste do Pará. É uma expressão cultural que une música e dança, difundida por escravizados africanos e enriquecida com influências indígenas e europeias.

A palavra carimbó remete a tambor. Uma característica marcante das apresentações são as roupas coloridas de cantores e dançarinos, que costumam incluir estampas floridas.

Desde 2014, a dança é reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Brasil. Este ano, o carimbó virou destaque no Carnaval carioca, levado ao sambódromo da Marquês de Sapucaí pela Acadêmicos do Grande Rio, escola de samba que conquistou o vice-campeonato. 

Rodando com Carimbó

A ideia de criar o Rodando com Carimbó é da produtora cultural belenense Joanna Denholm. O projeto é patrocinado pelo Banco da Amazônia e tem parcerias do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios.

A iniciativa foi selecionada pelo programa Rouanet Norte, do Ministério da Cultura, que está no âmbito da Lei Rouanet de incentivo à cultura e foi criado para levar mais recursos para os Estados nortistas.

Joanna conta que a ideia de viajar com o carimbó e buscar elementos para subsidiar uma política pública surgiu ao perceber um apagamento de tradições culturais.

“A gente se mudou para Mosqueiro, uma ilha distrito de Belém, e a gente viu apagamento de várias culturas populares por lá”, conta à Agência Brasil.

“A gente tinha mais manifestações, por exemplo, o cordão de bichos, uma manifestação aqui do Pará, que tem o cordão de pássaros, é uma coisa que existia na ilha e não tem mais. A gente vê dificuldade de manutenção de culturas populares”.

A produtora informou que, em um primeiro mapeamento das áreas a serem visitadas, já constatou outros sinais de apagamento cultural, como a tradição do tamborim, no Quilombo de Camiranda. “Estamos tentando resgatar isso junto com a comunidade”.

Troca de saberes

A produtora diz que o carimbó é a principal linguagem de comunicação do projeto por causa da importância dessa expressão cultural para o Estado.

“O carimbó é a nossa linguagem principal. A gente nasce com o carimbó, a gente tem a prática do carimbó dentro das escolas, a minha geração teve isso muito fortemente. É uma prática muito forte nossa”, descreve.

Em cada canto que o Rodando com Carimbó parar, haverá, além das apresentações em escolas e espaços comunitários, conversas com atores culturais das comunidades.

“A gente chama todo mundo para dialogar conosco, fazedores de cultura, gestores, professores... e, a partir disso, a gente vai elaborar um relatório final que vai servir para impulsionar políticas públicas”, descreve.

Ela destaca que a troca de vivências permitirá que as políticas a serem criadas sejam adequadas a cada localidade.

“A gente precisa entender cada localidade para começar a entender a complexidade de criar políticas que possam atender realmente cada lugar com mais eficiência”, aponta.

O relatório ficará disponível para a sociedade civil e governos. Qualquer pessoa poderá acessá-lo no perfil do projeto no Instagram.

Visibilidade com a COP30

O ano de 2025 é especial para o Pará. A capital, Belém, sediará, em novembro, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Chegarão ao Estado visitantes de diversas partes do planeta.

Para Joanna Denholm, essa é uma oportunidade de o carimbó e as demais expressões culturais paraenses ganharem visibilidade e relevância.

“São várias manifestações culturais, vários modos de fazer, várias práticas”, diz ela, que cita outras manifestações como o boi, as quadrilhas e erveiras. 

“A gente espera que as pessoas entendam a diversidade e a grandeza do Pará, porque a gente é muito complexo e muito diferente. Cada local tem, inclusive, o seu carimbó, com um jeito de ser tocado”, acrescenta. “A gente espera que, com a COP30, possa desenvolver políticas públicas e também o turismo cultural do Estado”, finaliza.

Programação

O projeto itinerante se apresentou e conversou com representantes locais de Cachoeira do Piriá, na última quinta-feira (20). Outras quatro cidades aguardam a passagem do grupo:

23/3, 9h: Bragança, Auditório da UBS Taira.

26/3, 14h: Santarém Novo, Barracão da Irmandade de São Benedito.

28/3, 17h: Igarapé-Açu, Antigo Mercado Municipal.

31/3, 16h: Marapanim, Vila Silva, Associação Cultural Sereia do Mar, Espaço Cultural Mestra Francisca.

A segunda fase do projeto será em maio e incluirá outros cinco municípios a serem definidos.

(Fonte: Agência Brasil)

Figurinha carimbada nos palcos maranhenses, a cantora e compositora Bia Mar repetiu o sucesso conquistado no Maranhão – desta vez, em outro canto do Brasil: no Rio de Janeiro. Residente na capital carioca desde 2024, a artista se tornou um  dos grandes destaques do samba, virando hit no Carnaval 2025 e preparando o público para sua nova fase musical, com o lançamento do videoclipe de “Porta da Fé”.

Recentemente, a cantora maranhense se destacou entre as principais atrações do Carnaval carioca, ao integrar o Bloco Ordinários Elétricos, que tem como proposta "encurtar a distância entre Rio e Salvador", apostando no Axé Music e que conta com o apadrinhamento do cantor Compadre Washington, do É o Tchan, além de direção de bateria de Léo Reis, também conhecido por seus trabalhos com artistas como Gilberto Gil, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Seu Jorge, Ivete Sangalo, Psirico, além de atualmente integrar a equipe da cantora Ana Carolina.

O bloco foi criado em 2019, e de lá pra cá, tem virado mania em terras cariocas ao resgatar a folia do Carnaval de Rua de Salvador, com a mistura da energia dos trios elétricos e das batidas envolventes do Axé Music. No Carnaval, Ordinários Elétricos arrastaram mais de 15 mil pessoas no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, durante desfile oficial, além de ganhar destaque em diversos veículos nacionais, como Veja Rio e Revista Billboard Brasil.

“A missão do bloco é diminuir a distância que existe entre o Rio de Janeiro e a Bahia. Em todos esses anos, os Ordinários Elétricos cresceram muito. E em 2025, veio a consagração: milhares de pessoas acompanhando a nossa banda, transbordando essa paixão dos cariocas pelo Axé Music. Muita gente cantando alto, vibrando com os arranjos que criamos. E pra mim se tornou ainda mais especial, pois foi minha primeira experiência no Carnaval do Rio de Janeiro e não poderia ter sido melhor”, destacou Bia Mar, ao comemorar a nova fase da sua carreira musical.

E falando em música, a artista maranhense tem aproveitado o sucesso no Rio de Janeiro para realizar vários sonhos da sua carreira artística, como o lançamento do seu primeiro videoclipe.

“Porta da Fé”

Aposta para 2025, o single “Porta da Fé” contará com um videoclipe cheio de surpresas. Com lançamento marcado para o dia 25 de março – a faixa também será lançada no mesmo dia em todas as plataformas de streaming –, o clipe é estrelado por Mell Araújo, Aleff Henrique e Celio Justino, sendo este último o intérprete do personagem Zé Pelintra na produção.

“Essa canção é um pedacinho da minha alma, feita com amor e cheia de sentimento. Quero todo mundo ouvindo, compartilhando e sentindo essa energia comigo. É um clipe muito importante na minha carreira, que conta com pessoas de destaque na minha atual fase da carreira, como o Celinho (Celio Justino), que é uma figura carismática que todo mundo no Rio de Janeiro gosta e tenho a felicidade de poder contar com ele nesse vídeo. É um passo de muita celebração. Uma energia que vem direto do Maranhão, passa pelo Rio e segue para o mundo todo!”, acrescenta Bia Mar.

O videoclipe de “Porta da Fé” conta com produção da Casal Play Filmes – com roteiro, direção e captação assinados por Alexandre Rodrigues e direção executiva de Jéssica Rodrigues. O clipe será lançado na página oficial da cantora no YouTube, no link: https://www.youtube.com/@biamarof. Para acompanhar as novidades e saber mais sobre a carreira da cantora Bia Mar, acesse o Instagram da artista: https://www.instagram.com/biamarof/.

Serviço

O quê: lançamento do clipe de “Porta da Fé”, de Bia Mar;

Quando: no dia 25 de março (terça-feira) – faixa também será lançada no mesmo dia, nas plataformas de streaming;

Onde: no perfil oficial de Bia Mar no YouTube, no Link: https://www.youtube.com/@biamarof;

Contato: Assessoria de Comunicação – (98) 99968-2033 – Gustavo Sampaio.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Ouro Preto (MG), 20/03/2025 - Orquestra Ouro Preto. Foto: Rapha Garcia/Divulgação

Esta sexta-feira (21) é mais um dia de festa para a Orquestra Ouro Preto (OOP). Entre os eventos de comemoração pelos seus 25 anos, o grupo faz o lançamento, nas plataformas digitais, do seu 22º álbum, Orquestra Ouro Preto: Villa-Lobos, Piazzolla e Mehmari, que reúne interpretações de compositores brasileiros e internacionais.

Com sucesso internacional e forte presença nas plataformas digitais, o grupo prepara ainda uma adaptação em ópera do livro Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, que será apresentada ao público pela primeira vez na Praia de Copacabana, em junho. 

O início da trajetória, iniciada em 2000, foi no interior de Minas Gerais. Ao longo dos anos, a Orquestra foi ampliando suas atividades até se tornar um dos grupos mais inovadores e permanentes do Brasil. A valorização da música brasileira e a democratização do acesso à arte marcam a jornada da Orquestra, que incentiva também a renovação de repertórios nacionais.

A celebração do jubileu de prata do grupo neste ano contou com uma turnê por países da Europa, com participação do cantor e compositor Alceu Valença. As apresentações em teatros de Paris, Londres, Berlim, Utrecht, Barcelona, Porto e Lisboa tiveram ingressos esgotados.

Não à toa, o reconhecimento em palcos internacionais, reflete no número de fãs ao redor do mundo. Nas redes sociais e plataformas digitais, a orquestra é a mais ouvida da América Latina, superando 240 mil seguidores no Instagram, mais de 100 mil ouvintes mensais no Spotify e milhares de acessos no YouTube.

Novo álbum

Bachiana Brasileira nº 9, do mestre Heitor Villa-Lobos, é um dos destaques do novo trabalho. Na interpretação, a Orquestra mantém a sofisticação e a identidade da obra original. O álbum traz ainda o bandoneonista e compositor argentino Astor Piazzolla, com a música Suíte del Ángel, em arranjos inéditos de José Carli, que além de parceiro do compositor, contribuiu para um dos períodos mais importantes da música latino-americana.

Com uma criação inédita inspirada nos sonetos atribuídos a Vivaldi em As Quatro Estações, a música Canções para as Estações, do pianista, compositor e arranjador André Mehmari é mais uma atração do disco. A voz da soprano Marília Vargas, confere uma abordagem inovadora e emocionante à interpretação. Na visão de Mehmari, a obra junta a música barroca e a arte da canção, duas de suas grandes paixões.

“É uma grande alegria saber que uma composição minha tem um registro tão brilhante e belo, feito com tanta competência artística e técnica pela Orquestra Ouro Preto. Acho que essa obra é das mais representativas composições de minha autoria em tempos recentes: ela mostra da maneira mais clara a minha paixão pela música barroca, pela representação dos afetos expressos por palavras em gestos musicais”, contou em texto divulgado pela OOP.

Apresentação de aniversário

O aniversário de 25 anos da orquestra foi celebrado em sua própria casa, a Casa da Ópera de Vila Rica, atualmente Teatro Municipal de Ouro Preto, no centro da cidade histórica, na segunda-feira passada (17). O prédio é nada menos que o teatro mais antigo das Américas em funcionamento, cuja obra foi concluída em 1769 por uma iniciativa do construtor João de Souza Lisboa.

No repertório exibido na noite de aniversário, a Orquestra Ouro Preto abriu com a Sinfonia 27, segundo movimento de Joseph Haydn. Em seguida, se deu a entrada no palco do bandoneonista argentino Rufo Herrera, de 91 anos, para uma participação especial. Em um momento emocionante, ele participou da execução das músicas El Choclo, a primeira tocada pela OPP no início da sua trajetória, e La Cumparcita.

“Essa orquestra foi formada pelo meu pai, Ronaldo, e pelo Rufo Herrera, um compositor que toca bandoneón. Ele saiu da Argentina, fez um trabalho incrível em São Paulo, incrível em Belo Horizonte e veio parar em Ouro Preto para ajudar na formatação inicial da Escola de Música”, homenageou Rodrigo Toffolo, regente titular e diretor artístico da Orquestra.

Ouro Preto (MG), 20/03/2025 - Orquestra Ouro Preto. Foto: Rapha Garcia/Divulgação

Na apresentação, houve espaço ainda para Astor Piazzolla com Suíte Del Ángel. No repertório de músicas nacionais, foi apresentada Tempo de Maracatu. A última a ser interpretada pelos músicos foi Eleanor Rigby, música de Paul McCartney e John Lennon que fez parte do tributo The Beatles, que a OOP apresentou em agosto do ano passado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o que mostra a diversidade da produção da Orquestra.

No início da cerimônia, o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo (PV), comemorou a realização da celebração em local tão significativo para a cidade. “Essa é a casa da Orquestra Ouro Preto e, por isso, ficamos muito felizes que o lançamento do seu jubileu de prata, os seus 25 anos, seja aqui”, comentou.

Programação 2025

Animado, o maestro Rodrigo elencou a programação extensa que ainda vem pela frente e vai marcar o jubileu da Orquestra. A Série Domingos Clássicos, que completa 10 anos de parceria com o Sesc Palladium, em Belo Horizonte, e conquistou o público em apresentações a preços populares, vai recomeçar no domingo (23). Rufo Herrera será homenageado com interpretações de suas obras e estreias de composições inéditas.

Está prevista ainda uma nova edição da apresentação com Alceu Valença que foi um sucesso. No dia 11 de abril, será no Espaço Floresta, em Sorocaba, São Paulo, e no dia seguinte, no Vibra, na capital São Paulo. Estão em negociação datas em outras cidades, mas ainda não foram divulgadas.

“Feliz Ano Velho”

Nesses 25 anos, a orquestra desenvolveu projetos que envolvem literatura e música. Foi assim, por exemplo, com o Auto da Compadecida, a ópera baseada no texto de Ariano Suassuna, que fez turnê pelo país e foi apresentada na Praia de Copacabana, para um público de 10 mil pessoas, em 2023.

Outra produção de sucesso é Hilda Furacão, a Ópera, uma adaptação do romance de Roberto Drummond, apresentada em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, no fim de 2024.

Agora, está em desenvolvimento a Ópera Feliz Ano Velho. Até chegar à fase de finalização, foram vários os encontros de Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que dá origem à obra musical, com o maestro Rodrigo e com o maestro e músico Tim Rescala, que assina a música e o libreto.

A estreia será em junho, também nas areias de Copacabana, em mais um passo da Orquestra pela popularização da ópera no Brasil. Na sequência, a produção será apresentada em duas récitas no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

“Neste ano em que a orquestra comemora os 25 anos de existência, eu estou exultante de ver florescer uma nova ópera brasileira baseada no quê? No meu primeiro livro, Feliz Ano Velho.”, disse o escritor Marcelo Rubens Paiva, em vídeo exibido no lançamento na Casa da Ópera.

“Acho que a sensação de ter uma obra transformada em ópera me faz sentir um cara muito mais importante, um cara quase erudito, um clássico. Os livros estão aqui [disse mostrando a estante] e este [Feliz Ano Velho] é um clássico da literatura brasileira. A vida surpreende a gente a cada dia. Um grande abraço a todos e muito obrigado”, concluiu.

 (Fonte: Agência Brasil)