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Consuelo Velásquez

A música “Bésame Mucho” é uma das melhores e mais conhecidas interpretações do arranjador e líder de banda norte-americano Joseph Raymond Conniff, o Ray Conniff, falecido em 2002.

“Bésame Mucho”, pelo título e pela letra, sugere que quem a compôs fosse a mais beijoqueira das pessoas, e um dos mais apaixonados seres humanos da História...

Entretanto, “Bésame Mucho” foi feita pela pianista e compositora mexicana Consuelo Velásquez quando tinha 25 anos de idade e nunca houvera dado um único beijo – pai militar, educação em escola de freiras etc.

O sucesso foi imediato. Mais de 20 idiomas têm essa música em seu repertório. Dezenas e dezenas e dezenas de cantores e conjuntos gravaram, à sua maneira, esse estrondoso “hit” dos anos 1940. Do “A” de Andrea Bocelli, “B” de Beatles, “C” de Charles Aznavour, “J” do brasileiro João Gilberto etc., todos pediram: “Beija-me muito”, “como si fuera ésta noche la última vez”...

Agora, quando você novamente ouvir “Bésame Mucho”, saberá que ela não foi resultado de uma realidade feminina, de uma mulher querendo os beijos mais linguodentais (credo!...), mais íntimos, com receio de uma presumida última noite.

Consuelo Velásquez – ela mesma contava (faleceu em 2005, aos 88 anos) – “não sabia, não fazia ideia” do que era um beijo. Nem mesmo sua mãe lhe antecipara coisa alguma sobre beijo.

Como disse Albert Einstein: “Eu acredito na intuição e na inspiração. A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado [...]”.

Imaginação é tudo...

* EDMILSON SANCHES

Link: https://www.youtube.com/watch?v=ZSYh19zMqjg&fbclid=IwAR3TaLIsCdCOP7bFf-OGkOQlvHNrYBRD7DVBr6-3fFyidlVZc_UQWiaGTQ

 

Em entrevista coletiva realizada na sede do PDT, nesta quinta-feira (10), o pré-candidato a prefeito de São Luís, deputado estadual Neto Evangelista (DEM), anunciou a assistente social Luzimar Lopes Corrêa como sua pré-candidata a vice. Formada em Assistência Social, Luzimar Lopes Correa tem 48 anos. É militante, mãe solteira de três filhos, evangélica, negra e moradora do Bairro Coroadinho.

“Foi uma escolha feita com diálogo entre todos os partidos aliados que entenderam que precisávamos de um nome que represente a cidade, que ajude a construir e a governar São Luís. E para o nosso projeto arrojado, com um plano de governo para execução em quatro anos de gestão, o nome para compor a nossa chapa à Prefeitura de São Luís é a Luzimar, uma mulher que tem formação em Assistência Social, é evangélica, mãe solteira e negra. Uma mulher lutadora da comunidade do Nairro Coroadinho e que sabe muito bem quais são as necessidades do nosso povo”, afirmou Neto Evangelista.

O senador Weverton (PDT) disse que o grupo tem a maior militância política e social e fará a diferença no período eleitoral. “Estou bastante motivado e, cada dia que passa, tenho mais certeza de que fizemos a escolha correta ao decidirmos apoiar Neto, um jovem preparado, líder nato e que sabe agregar. Será a eleição da nossa vida. A militância maior de São Luís está aqui e será nosso diferencial”, afirmou.

O presidente municipal do PDT, vereador Raimundo Penha, também enalteceu o poder da militância do partido e disse: “Andar e lutar ao seu lado, Neto, é um orgulho para qualquer um e eu não tenho dúvida de quem for anunciado como seu pré-candidato a vice não representa apenas o PDT, mas algo maior, que é a cara da cidade de São Luís”, disse.

Luzimar agradeceu a indicação e disse que se tratava de um dia memorável e histórico. “Tenho a certeza de que seremos vitoriosos, pois Deus está conosco. Sou uma mulher que vem da periferia [o Coroadinho], sou mãe solteira [de trigêmeos] e creio que represento essas pessoas. Eu sou aquela mulher que não se deixa vencer. Digo que não foi fácil, mas sempre pensei que pudéssemos construir um lugar melhor”.

Ela falou um pouco sobre sua trajetória e afirmou que lutará por dias melhores para São Luís. “Iniciei meu trabalho em um clube de mães. Cuidávamos das crianças para que as mães pudessem trabalhar. E, hoje, Neto, você terá a voz de uma mulher que faz política para todos. Essa luta não é minha, não é de Neto. Essa luta é nossa. Vamos buscar o melhor para nossa cidade”, concluiu.

Participaram do evento o presidente do Diretório Estadual do Democratas, deputado federal Juscelino Filho; Tadeu Lima, representando o deputado federal Pedro Lucas (PTB), e Kécio, representando o MDB, além da militância pedetista e diversas outras lideranças.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Karoline Ramos Rocha

Estimular o eleitor maranhense a refletir sobre a escolha dos seus representantes nestas eleições municipais de 2020. Esse é o objetivo da campanha “Rumbora Marocar”, tema da “live” do Inspire e Comunique de hoje (10/9) à noite.

Para falar sobre detalhes da campanha, o Inspire e Comunique receberá a advogada popular e integrante do Coletivo Re(o)cupa, Karoline Ramos Rocha, em um bate-papo por meio do Instagram da jornalista Franci Monteles, da Inspirar Comunicação, às 19h30.

A campanha “Rumbora Marocar” é idealizada pelo Coletivo Re(o)cupa, um espaço plural, criado em 2016, aberto para diversas manifestações artísticas com o intuito de democratizar a arte, a cultura e a educação por meio de novas perspectivas coletivas, influenciando e modificando a forma de ser e coexistir em sociedade.

Por meio da disseminação de conteúdos informativos e educativos de forma ampla, a campanha utilizará peças em jornais locais, rádios e programas de televisão, divulgação em todas as redes sociais, YouTube e plataformas de “streaming”, ressaltando fatos ao eleitor visando propiciar melhor entendimento tanto da política institucional quanto da política local. Distante de interesses particulares e partidários, a proposta do Re(o)cupa, que conta com 12 profissionais da área de Direito e Comunicação, é contribuir na ampliação de conhecimento aos ludovicenses sobre o processo eleitoral.

O Inspire e Comunique é um projeto da Inspirar Comunicação, idealizado pelas jornalistas Yndara Vasques e Franci Monteles, que realizam diálogos semanais sobre projetos, histórias e experiências que possam contribuir com o

conhecimento ou servir de inspiração.

Serviço:
Live: Inspire e Comunique com a advogada popular Karoline Ramos
Quando: 10/9 (quinta-feira)
Hora: às 19h30
Onde: Instagram @franci_monteles

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Arthur Carlos da Cunha.

– Arthur Cunha cultivava a Língua Portuguesa. Escreveu poesias e contos. Foi tipógrafo, revisor, microempresário. No último domingo (6/9), completaram-se 104 anos de seu nascimento, em 6/9/1916.

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Filho de João Carlos da Cunha e Joana Francisca de Carvalho, Arthur Carlos da Cunha nasceu em Caxias, no dia 6 de setembro de 1916. Ele foi fundador, proprietário e administrador do “Recanto dos Poetas”, tradicional bar das décadas de 1970 e 1980, localizado na Praça Vespasiano Ramos, centro de Caxias, que reunia expressivas figuras do mundo intelectual, empresarial e político caxiense.

Frequentador do bar quando adolescente, pesquisei sobre Arthur Cunha junto a dois de seus filhos, João Carlos e Benedito Alexandre.

O “Recanto” tinha uma característica que o tornava único: um jogo de palavras chamado “impugna”, onde cada participante adicionava uma letra, desde que esta letra não formasse palavra (exceto monossílabos). Quem desconhecesse como a palavra continuaria poderia “impugnar”, e o jogador que colocara a última letra teria de explicar que termo queria formar. Para tirar as dúvidas, dicionários de diversos autores de nomeada espalhavam-se por sobre o balcão, para serem consultados. Quem perdia pagava a rodada de bebidas e acumulava “paus” (pontos negativos).

O jogo “impugna” chegou a ter sua Academia Vocabular de Impugna (Avoci), criada por Arthur Cunha, que mandou imprimir formulários próprios para anotações. O nome do jogo – “impugna” –, é quase óbvio, veio da expressão “Eu impugno!” ou da forma reduzida de “impugnação”.

Entre outros frequentadores do “Recanto dos Poetas”, a maioria de jogadores de “impugna”, citem-se:

– Adílson (servidor do INSS), Álvaro Simão (empresário), Aniceto Cruz (empresário), Antônio Paula (marinheiro), Arias Marinho (aposentado do Banco do Brasil);

– Carlos Gama (gerente da Caixa Econômica Federal), Carlos Jorge Pereira (servidor público estadual), Carlos Maranhão, Carlos Rodrigues (que tem diversos poemas de Arthur Cunha), Cid Teixeira de Abreu (professor universitário, latinista, escritor);

– Delmar Silva (comerciante), Déo Silva (poeta);

– Edmilson Sanches (jornalista e escritor), Elmar Machado Torres (proprietário de terras), Elmary Machado Torres (proprietário de terras e político), Enoque Torres da Rocha (farmacêutico);

– Fause Elouf Simão (político), Fernando Chaves (médico), Floriano Pereira de Araújo e Silva, Francisco Neto Frazão Muniz (o Lito; bancário – Banco do Estado do Maranhão);

– Gentil Menezes (administrador, escritor), Heitor Barreto, Hélio de Sousa Queiroz (empresário e ex-prefeito de Caxias), Isaac Pereira (comerciante);

– Jadihel Carvalho (engenheiro), Jaime Ferreira de Araújo (juiz de Direito), João Cunha (fiel depositário do Banco do Brasil), João Lobo (comerciante), João Vicente Leitão (poeta, irmão do também poeta Luiz Gonzaga Mascarenhas Leitão), José Alves Costa (comerciante), José de Ribamar Mascarenhas (servidor público estadual – Secretaria da Fazenda), José Simão (comerciante), Josino Frasão (músico; levava a banda Lira Caxiense, conhecida como “Furiosa”, para tocar na Praça Vespasiano Ramos e na frente do bar);

– Lafite Fernandes (servidor público estadual, área de Trânsito), Luís Gonzaga de Abreu Sobrinho (jornalista), Luís Gonzaga Mascarenhas Leitão (ex-diretor da Receita Estadual; poeta, irmão do também poeta João Leitão), Luís Paula (funcionário do Banco do Brasil e proprietário do primeiro restaurante flutuante de Caxias, no Rio Itapecuru);

– Mateus Assumpção (comerciante, “bom cozinheiro”; irmão do ex-prefeito Marcello Thadeu de Assumpção), Moisés Varão (fazendeiro), Mota Andrade (revendedor de quadros e molduras);

– Naldson Pereira de Carvalho (advogado, escritor), Neto Saldanha (da empresa de ônibus Expresso Saldanha);

– Odaque (policial rodoviário federal), Orlando Gonçalves (diretor do INPS);

– Pedro Cerma (que trouxe a representação da cerveja Cerma para Caxias), Pedro Soares, Pedro Sousa (o Pedro Avião; gerente da Folha de Caxias Artes Gráficas);

– Raimundo Mário Rocha (comerciante), Rodrigo Baima (servidor público municipal), Rodrigo Octavio Teixeira de Abreu (o Tavico; tabelião);

– Sillas Marques Serra (professor, reverendo), Sinésio Santos (fotógrafo);

– Veloso (representante de mesas de sinuca em Caxias), Vítor Gonçalves Neto (jornalista e escritor, meu grande amigo de muitas escritas e caminhadas pelas noites e dias em Caxias, São Luís, Teresina, Imperatriz, São José dos Campos/SP...);

– Wilson Egídio dos Santos (odontólogo, escritor, professor universitário), Wybson Pereira de Carvalho (jornalista e escritor).

Arthur Cunha estudou até a 6ª série; entretanto, autodidata, cultivava a Língua Portuguesa e a leitura, gosto que foi aguçado pelo incentivo de sua ex-professora Edmée Assunção. Revisava textos e escrevia contos e poesias, especialmente sonetos, diversos deles na posse de familiares e ex-frequentadores do “Recanto dos Poetas”. Gostava dos poemas do caxiense Vespasiano Ramos, alguns deles recitados de memória. Junto com João Vicente Leitão e Luís Gonzaga de Abreu Sobrinho, entre outros, iniciaram um movimento para fundação de uma academia de letras em Caxias, que não se consolidou.

O “Recanto dos Poetas” foi seu quarto bar. Teve outros, todos no centro de Caxias, um deles em sociedade com o comerciante e meu amigo Olavo Bilac Rêgo, também já falecido. Antes de ser proprietário de bares, Arthur Cunha, ainda criança, foi tipógrafo no jornal “O Caxiense”. Na juventude, foi fotógrafo “lambe-lambe”. Depois, agricultor e fabricante de cachaça. Era topógrafo e administrou empresa de construção de rodovias, inclusive as estradas ligando Caxias a Santa Inês e a São Raimundo das Mangabeiras.

O “Recanto dos Poetas” inspirou seu frequentador Neto Saldanha, que compôs a seguinte quadra em heptassílabos:

“É neste agradável abrigo
Onde se encontra a amizade
Quem chega se torna amigo,
Quem parte deixa saudade”.

A quadrinha foi reproduzida na principal parede do bar, com desenho feito pelo pintor D’Alves.

Arthur Carlos da Cunha faleceu em 18 de agosto de 2006. Com a esposa, Maria José Pereira, teve 16 filhos (nove homens e sete mulheres), oito dos quais vivos (cinco homens e três mulheres).

Encerro com uma das muitas lembranças de Arthur Cunha e eu. Certa noite, estávamos uns seis jogando, à mesa (exceto o Arthur, que era dono do bar mas fazia as vezes de garçom, pois ele próprio atendia aos pedidos de bebidas. Mas isto não tirava a atenção e a argúcia do esperto Arthur Cunha, sempre participante do jogo e permanentemente “ligado” nas jogadas).

Vai que, numa das jogadas, a letra inicial foi “O”. O segundo jogador acrescentou “S”; o terceiro repetiu o “S”. Eu era o quarto jogador e a palavra corria o risco de terminar em mim: “OSSO”. Só que, embora ainda menor de idade, eu já era devorador de livros, inclusive dicionários, tendo lido e até feito correções na edição de luxo do “Aurélio”, ainda hoje na minha biblioteca. Pois bem, fiz um suspense, demorei-me um pouco analisando o que deveria fazer. Alguns, apressadamente, achavam que eu não tinha saída. Mas, na verdade, eu estava era calculando quem eu queria “matar”, porque eu poderia jogar a letra “A”, e a palavra prosseguiria, para formar “OSSADA” ou “OSSAMENTA” ou “OSSATURA” ou outras. Mas, em razão de um comentário brincalhão do jogador depois de mim, decidi eliminá-lo, e joguei a letra “E”, que formaria o adjetivo “ÓSSEO”, portanto, terminando no meu vizinho de mesa, que eu intuía, pela experiência dos jogos, que ele não saberia evoluir a palavra para “OSSEÍNA”.

Assim, estavam todos ali em volta observando a jogada e vendo a “encrenca”, o “cala-te, boca” que eu dera no jogador seguinte. Este finalmente impugnou e pediu, conforme regra do jogo, que eu, que colocara a última letra, dissesse que palavra eu queria formar. Aí, altaneiro e aliviado, respondi: “ÓSSEO, adjetivo de OSSO”. Neste instante, o Arthur Cunha, que observava tudo, comentou, irônico e brincalhão:

– O Sanches é mesmo osso; agora botou uma e foi de quati...”.

Todos riram muito e a frase arthuriana ficou na mente e se espalhou entre outros jogadores nos dias seguintes. Ali, só homens cultos e bem vividos, sabiam da relação “osso” e “quati”, mencionada jocosamente pelo Arthur Cunha. É que, como explica a Biologia, o narigudo animalzinho (seu nome em tupi, “quati”, significa “nariz pontudo”) tem em seu órgão sexual masculino um osso, chamado báculo – osso, aliás, presente nos machos em diversos grupos de mamíferos, entre estes os cães, alguns primatas, roedores e até morcegos (no ser humano, masculino a evolução não deixou que tivéssemos nosso osso número 207).

Aqui e acola ouvia-se em Caxias a expressão “Essa foi de quati”, para referir-se a uma ocorrência ou situação “dura”, difícil, trabalhosa. Há expressões assemelhadas, como “É osso!” e “Ossos do ofício”.

Saudades, meu amigo Arthur Carlos da Cunha.

* EDMILSON SANCHES

Em 5 de agosto de 1967, há exatamente 53 anos, surgia o primeiro disco da banda Pink Floyd: “The Piper at the Gates of Dawn” (em português: “O Flautista nos Portões do Amanhecer”). Tenho um exemplar dessa obra inicial na minha coleção de quase todos os discos e videos dessa banda britânica.

Formada em Londres dois anos antes (1965), Pink Floyd revolucionou e influenciou artistas e a própria música em nível mundial.

Ainda menino, tomei conhecimento e tomei gosto pela música do conjunto, classificada como “rock progressivo” – embora os taxonomistas musicais também listem as produções do Pink Floyd como “art rock”, “rock psicodélico”, “rock experimental”, “space rock”, “rock sinfônico”, “blues rock” e, até, “hard rock”. Só sei que esse gênero levou-me ainda aos grupos Yes, Genesis, Emerson Lake & Palmer, ao Rick Wakeman (hoje com 71 anos) e tantos outros.

Depois de idas e vindas, e após gravarem em 2014 seu canto de cisne, o último disco (“The Endless River”), foi anunciado o fim da banda em agosto de 2015, exato meio século após sua criação.

Pink Floyd era formado por Syd Barrett (que saiu do grupo; falecido), Nick Mason, Richard Wright (falecido), Roger Waters e David Gilmour – estes dois com carreira solo e vários discos individuais lançados.

No “link” abaixo, a música “Comfortably Numb”, em apresentação ao vivo em 1994.

* EDMILSON SANCHES

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As inscrições para a Rede Nacional de Certificadores (RNC), a fim de atuação em atividades de certificação dos procedimentos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, começam nesta quarta-feira (9) e vão até o dia 29 deste mês. O cadastramento destina-se a servidores públicos federais e professores das redes públicas estaduais e municipais.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou na última sexta-feira (4), no “Diário Oficial da União”, o Edital nº 64 de chamada pública. As inscrições podem ser feitas no seguinte endereço na “internet”: certificadores.inep.gov.br ou no aplicativo móvel, disponível nas principais lojas de aplicativos.

“Para realizar a inscrição, o candidato deverá atender aos requisitos descritos no edital, como: ser servidor público, efetivo e em exercício, do Executivo Federal ou ser docente, em exercício, das redes públicas de ensino estaduais e municipais e estar devidamente registrado no Censo Escolar 2019; ter formação mínima em ensino médio; não estar inscrito como participante no Enem 2020; não ter cônjuge, companheiro ou parentes de até 3º grau inscritos no Enem 2020; e possuir “smartphone” ou “tablet”, com acesso próprio à “internet” móvel”.

Entre as atribuições, os servidores vinculados à RNC deverão certificar “in loco”, sob demanda do Inep, a efetiva e correta realização dos procedimentos de aplicação nos dias de realização do exame; registrar, em sistema eletrônico, as informações coletadas com base em sua atuação; e informar ao instituto possíveis inconsistências identificadas. Segundo o Inep, o cadastramento prévio não garante a inscrição para atuação como certificador no Enem 2020.

Os convocados deverão participar de uma capacitação a distância promovida pelo Inep para divulgação de normas, procedimentos e critérios técnicos da RNC. Eles só serão considerados aptos somente após a participação e a aprovação nas atividades desenvolvidas no curso de capacitação, com, no mínimo, 70% de aproveitamento.

A atividade desenvolvida pelo certificador terá o valor de R$ 342 por dia. A remuneração se enquadra em atividade prevista no anexo do Decreto nº 6.092, de 2007 (elaboração de estudos, análises estatísticas ou relatórios científicos de avaliação), equiparando-se ao valor da hora do servidor público do Poder Executivo Federal, de R$ 28,50.

De acordo com o cronograma previsto no edital, o resultado da chamada pública e o endereço eletrônico com a relação da homologação das inscrições e dos colaboradores convocados para realizar o curso de capacitação serão divulgados no “Diário Oficial da União”, no dia 14 de outubro.

O documento estabelece, ainda, que os certificadores selecionados deverão, obrigatoriamente, nos dias de atuação, portar álcool em gel e usar máscaras para proteção contra a covid-19. As máscaras poderão ser artesanais ou industriais e deverão ser utilizadas ao longo da aplicação e trocadas quando ficarem úmidas ou a cada quatro horas. Será proibida a entrada do certificador no local de aplicação sem a máscara de proteção facial. O Enem impresso está marcado para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021.

(Fonte: Agência Brasil)

Com o objetivo de despertar o interesse pela leitura de textos e, principalmente, conhecer a produção de escritores maranhenses, o projeto LITERATURA MARANHENSE está abrindo espaço no BLOG DO PAUTAR... Aproveite... Boa leitura!

PREFÁCIO

(Ao livro “Esperantinópolis – História e Desenvolvimento: Minha Cidade, Meu Legado”, da professora Clara Lopes Jovita, a ser lançado em outubro, em Esperantinópolis/MA)

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“Todo mundo canta sua terra
Eu também vou cantar a minha
Modéstia à parte seu moço
Minha terra é uma belezinha”.

(João do Vale / Julinho do Acordeon, “Todos Cantam Sua Terra”)

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São muitas as formas de expressar a saudade da terra natal, o amor pelo lugar de origem.

Em uma de suas formas mais complexas, esse sentimento se revela no banzo, um processo psicológico que se instalava e se desenvolvia nos africanos retirados à força da própria terra e levados como escravos para longes lugares d’além-mares.

Muitos dos que sobreviviam às semanas de cruel tratamento e solavancos oceânicos, quando em terra se iam sendo possuídos de tantos penares e decaíres, tantos pesares e ruíres, tantos pensares e sentires que então tanto corpo quanto mente quanto alma se amalgamavam até chegar a um estado que crescia da irritação à exasperação, à destruição, à prostração pela mais profunda das nostalgias por sua mãe África, pela mais desanimadora, triste e abatedora das melancolias pela vida livre que tinham e não mais poderiam ter – e tudo isso, como um manto de chumbo, lhes pesava e os levava à falta de energia moral e física, ao abatimento, ao desânimo, à inanição, à indiferença, ao desinteresse pela vida.

Loucura, suicídio, morte – eram o resultado, ou a realização de um desejo, daquilo que a alma sentia pelo que lhe fizeram a ela...

Saudade – sabe-se – também mata...

Horácio (65 a.C.-8 a.C.), um dos maiores poetas e filósofos da Roma antiga, dirigindo-se ao amigo Virgílio, já indagava em suas odes acerca dos deslimites e despudores que a saudade de ambos poderiam ter ante a perda de outro amigo. O italiano Dante (1265-1321), em seu “Inferno”, já versejava sobre a “maior dor”: a de lembrar, nos maus momentos, “a hora feliz”. Camões (1524-1580) lamentava que, mesmo que voltassem os bons tempos, não voltariam “as idades” para curti-los (como se diria, na linguagem de agora). Shakespeare (1564-1616), o grande, o maior poeta e dramaturgo inglês, soneteava convocando as lembranças do passado e “sentindo a ausência” do que amou. Camilo Castelo Branco (1825-1890) queria para sempre, no coração, “os belos quadros da florida idade”.

Saudades, lembranças, nostalgia, praticamente todos as temos ou tivemos. E, sobre a terra de cada um de nós, a forma de expressar esse sentimento é inesgotável. Pintores pintaram, nos limites da tela, a terra natal – o catalão Joan Miró, o holandês Vincent Van Gogh, o espanhol Pablo Picasso (como nas pinturas do chamado período de azul e verde), o brasileiro Cândido Portinari (“Nenhum pintor pintou mais um país do que Portinari pintou o seu...”, disse o pintor, escritor, crítico de arte e professor universitário mineiro Israel Pedrosa, 1926-2016). Os pintores sempre entintam seus quadros de seus chãos...

Músicos compõem, cantam, interpretam sua terra... A canção é uma das formas mais completas para se extravasar as emoções que inundam coração e mente apaixonados também pelo torrão natal. Seja música sacra, erudita, clássica, folclórica, popular, não há estilo, gênero, não há limite, divisa, fronteira para a música como comunicadora, partilhadora de saudades telúricas e ufanismos pátrios.

Se os “Concertos de Brandenburgo”, de Bach, se referem ao sobrenome do colecionador que os encomendou em 1721, não há como, ao menos nominalmente, não os associar ao Portão e ao Estado de Brandenburgo e à Alemanha, já que Brandenburgo circunda completamente Berlim, a capital alemã, como o Estado de Goiás envolve a capital do Brasil. E, no Brasil, canta-se ou lembra-se o país tanto com a música clássica de Villa-Lobos que destaca a Amazônia com sua música orquestral (“Amazonas”, de 1917), piano (“Saudades das Selvas Brasileiras”, de 1927), vocal (“A Floresta do Amazonas”, de 1958, e o “Poema de Itabira”, de 1942) quanto com o romântico Roberto Carlos cantando sua Cachoeiro do Itapemirim. Agnaldo Timóteo, com “Os Verdes Campos de Minha Terra”, recantou “Green Green Grass of Home”, a clássica canção “country” de Claude Curly Putnam Jr., composta em 1965 e gravada e regravada por muitos e muitos nomes da música americana e europeia – Tom Jones, que fez muito sucesso com ela, embora morando nos Estados Unidos, nasceu no País de Gales (Europa). Julio Iglesias fez sucesso com “Un Canto a Galicia” (“[...] um canto à Galícia, terra de meu pai, minha terra mãe [...]”). O sanfoneiro Severino Januário compôs e cantou “Saudades de Montalvânia”, cidade mineira. Jussara Silveira, a mineira-baiana, que canta fado sem enfado, promete, em “Voltarei à Minha Terra”, de Armandinho e Tiago Torres da Silva: “Voltarei à minha terra / Quando já estiver cansada / Do destino que me leva / A andar de estrada em estrada”.

E nem se fale da música que abre este prefácio. Composta pelo maranhense João do Vale e o acordeonista e maestro cearense João Aguiar Sampaio, o Julinho do Acordeon, falecido em 2008, “Todos Cantam Sua Terra” tem gravação de 1960, com o potiguar Aldair Soares, e com a maranhense Alcione Nazareth, cantora, compositora e instrumentista, que, além de agregar a sua maranhensidade, deu a voz mais conhecida à música, gravada no disco “Alerta Geral”, de 1978. Registre-se que, como todos cantam a própria terra, os dois primeiros versos da canção de João do Vale e Julinho – “Todo mundo canta sua terra / Eu também vou cantar a minha” – recantam e praticamente repetem, exatos cem anos depois, os versos iniciais do poema “Minha Terra”, do poeta carioca Casimiro de Abreu: “Todos cantam sua terra, / Também vou cantar a minha”. Casimiro, por sua vez, escreveu esse poema inspirado na “Canção do Exílio”, do grande poeta maranhense de Caxias, Antônio Gonçalves Dias, que dá a epígrafe ao poema casimiriano, publicado em 1859, na obra “As Primaveras”. Conhecido por fazer poemas sobre lembranças da casa dos pais e de saudade de sua terra, Casimiro José Marques de Abreu viveu apenas 21 anos, de 1839 a 1860.

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Esse apanhado, quase aleatório, de referências sobre a permanência da terra natal naqueles que saem dela, reforça que Clara Lopes Jovita, com “Esperantinópolis – História e Desenvolvimento: Minha Cidade, Meu Legado”, traz mais um atestado de compromisso de um ser com o solo que o viu nascer e crescer, sem deixar de a ele pertencer, mesmo quando, no caso de Clara, a terra não a podia ter todo dia.

De sua terra, Clara Jovita, sim, trouxe saudades mas nenhuma culpa por ter se “aventurado”, franzina e sozinha, por outras terras. Muito ao contrário, a saudade alimentava o amor – e o orgulho – pela própria terra. E aqui e acolá se reforçavam os laços de filiação, seja presencialmente, pelas viagens, seja à distância, pelos contatos com familiares e amigos.

Com este livro, guardadas as proporções, Clara Lopes Jovita materializa seu desejo de legar para Esperantinópolis um trabalho específico, todo voltado para os aspectos que, de regra, são os mais presentes na existência de uma comunidade: a História, que tem a ver com o passado até ontem, e o Desenvolvimento, que é o próprio povo em movimento, no aqui e agora, presente e futuro sendo construídos, ambos deixando, como rastro, o passado.

Os esperantinopenses (ou esperantinopolenses) podem ficar certos de que um livro – este livro – estará presente até mesmo quando muita coisa, e muita gente, não estiver. É a sina ou destino dos livros: embora aparentemente frágeis, resistem ao tempo, como se fossem diamantes cristalizados, endurecidos à base de celulose e tinta.

Quando muitos não puderem ser, o livro – este livro – o será. Será a testemunha de um recorte de tempo absolutamente único, que reúne a singularidade de tornar-se a conexão entre algumas décadas, dois séculos e três milênios. Realmente, é um tempo deveras rico em simbolismo e História.

E neste tempo, embora carregando mais de três gerações e meia nos couros, Clara Lopes Jovita, olhando para o futuro, não se furta como ente presente.

“Esperantinópolis – História e Desenvolvimento: Minha Cidade, Meu Legado” convida estudantes, professores, jornalistas, pesquisadores, políticos, investidores e todos em geral para que, com calma, como deve ser a ingesta de alimentos para a alma e a mente, folheiem e leiam as palavras e os números, vejam as imagens e sintam, a partir disso, que a cidade, o município, ficou um pouquinho mais conhecido de cada um.

O papa João Paulo II, em um momento de angústia, disse que não se devem arrancar as raízes de onde viemos.

De quantas maneiras pode-se homenagear a terra natal? De muitas. Uma delas é ser boa pessoa, honesta e trabalhadora. A outra, é fazer o bem para outros. E uma terceira, entre tantas maneiras, como a aprofundar – e não arrancar – as próprias raízes, é lançar um livro sobre sua cidade.

Professora, religiosa, devotada aos seus alunos, dedicada a ações caritativas que não divulga, Clara Lopes Jovita vem, há muito, homenageando sua cidade sem esta o saber.

Como se fosse aquela montanha de gelo (o “iceberg”), que só deixa ver a pontinha e não mostra o tamanhão que existe abaixo, o trabalho, a espiritualidade e as ações voluntárias de Clara Jovita são, na verdade, senão a grande herança, o maior exemplo que pais, família e uma cidade deveriam esperar dessa filha, irmã e cidadã.

O legado, agora se sabe, não é só este livro.

O legado também é sua autora.

Na memória, para os seus.

E na História... para sempre.

* EDMILSON SANCHES

Escolas das redes pública e privada voltaram a funcionar nesta terça-feira (8), em 128 municípios paulistas A autorização dada pelo governo estadual permite a retomada de apenas parte das atividades presenciais, como aulas de reforço e recuperação, orientação de estudos, tutoria pedagógica; plantão de dúvidas, avaliação diagnóstica e formativa, atividades esportivas e culturais e acolhimento emocional.

Os municípios gozam de autonomia para definir o calendário de volta às aulas, já que a decisão depende do avanço da covid-19 nas regiões. De acordo com informações repassadas pela Secretaria da Educação à Agência Brasil, há cidades que haviam aderido à retomada das atividades e recuaram, como é o caso de Cotia, que apresenta curva ascendente da doença, já somando 3.644 casos confirmados.

As condições para o retorno estão previstas no Plano São Paulo, que classifica os municípios por cores, conforme os índices de covid-19. Segundo as regras, para voltar a desenvolver atividades presencialmente, as unidades escolares devem estar localizadas em áreas enquadradas na Fase Amarela do plano, por 28 dias consecutivos, no mínimo.

Em nota, a secretaria destaca que as escolas estaduais que retornarem poderão receber, no máximo, 20% dos alunos por dia, independentemente da etapa de ensino. Já as redes municipais e privadas devem seguir o decreto do governo estadual, que prevê limite de 35% para educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, e 20% para anos finais do ensino fundamental e ensino médio.

Há ainda recomendação de que estudantes do grupo de risco permaneçam em casa e continuem acompanhando as aulas por ensino remoto. O mesmo vale para profissionais.

Para tirar dúvidas de alunos, pais, professores e servidores da área, a pasta criou cartilhas que explicam como devem proceder.

O secretário de Educação, Rossieli Soares, afirmou que um dos focos da fase de retorno é "o aspecto socioemocional". Ele reiterou a necessidade de levar com seriedade os protocolos de prevenção contra a covid-19. "A rede deve estar voltada a cumprir todos os protocolos de saúde e de segurança. E isto é um dever de todos nós: equipes gestoras, escola e família".

Até o início da tarde de ontem (7), o Estado de São Paulo contabilizava 857.330 casos confirmados de covid-19. No boletim epidemiológico, constavam 31.377 óbitos.

(Fonte: Agência Brasil)

Filhos talentosos nas Artes, Ciências, Administração, Música, Literatura, Pintura, Saúde, Direito, Religião etc., filhos que encheriam de orgulho qualquer país, qualquer Estado, qualquer cidade, são filhos esquecidos em sua história e sua contribuição de enorme dimensão, quaisquer que sejam os critérios de avaliação.

MARANHENSES, TALENTOSOS... E ESQUECIDOS

Era o dia 1º de março de 2015. Eu sabia que, naquele dia, a cidade do Rio de Janeiro, capital do Estado brasileiro de mesmo nome, estaria completando exatos 450 anos. Nesse dia, na página principal de apenas um “site” de notícias (o UOL), a expressão “CIDADE MARAVILHOSA” aparece, pelo menos, sete vezes em manchete e títulos de textos. “Cidade Maravilhosa”, como se sabe, é uma figura de linguagem (chamada perífrase ou antonomásia ou epíteto) para denominar a cidade Rio de Janeiro.
Essa expressão – “Cidade Maravilhosa” –, de tanto que “pegou”, é nome de música (de 1934, depois considerada hino oficial do município carioca: “Cidade Maravilhosa / cheia de encantos mil...”), nome de programa de rádio, título de livro (tenho um exemplar de obra com esse nome, do começo da década de 1920, de autoria de Olegário Mariano, pernambucano que morava no Rio). Enfim, no Brasil e no mundo, é automático: “Cidade Maravilhosa” é sinônimo de “Rio de Janeiro”. Um septassílabo por um tetrassílabo, 17 letras por 12.

Pois bem: antes da data de 1º de março de 2015, havia dias que a grande Imprensa (rádio, jornal, televisão, “sites”), sobretudo a do Sudeste, vinha fazendo e divulgando matérias sobre o Rio de Janeiro e seus 450 anos. Invariavelmente, a expressão “Cidade Maravilhosa” estava ali, naquelas matérias. “Cidade Maravilhosa” é a expressão-alma que dá “vida” ao nome-corpo “Rio de Janeiro”.

O que não vi, não li, não escutei foi a referência, mínima que fosse, a quem é, senão o autor, o grande divulgador da expressão “Cidade Maravilhosa” como perfeita substituta, dublê de corpo e alma de “Rio de Janeiro”.

Pois o maior divulgador da expressão “Cidade Maravilhosa” é um maranhense multitalentoso – como o eram os diversos maranhenses, sobretudo escritores, que, individualmente ou com a família, se mudaram para a antiga Capital Federal, o Rio, em especial no século XIX.

O grande divulgador da expressão “Cidade Maravilhosa” é o maranhense de Caxias Henrique Maximiano Coelho Netto, que surpreendeu e encantou o Brasil com suas dezenas e dezenas de livros e milhares e milhares de textos.

O Maranhão de hoje não sabe fazer jus aos maranhenses talentosos de ontem. O Maranhão não se autorreconhece. Não adotou um pingo de sadia ousadia, de criativa audácia, para (im)por-se em seu lugar no concerto da Federação. Falando no geral, pergunte-se a um estudante maranhense ou a outro cidadão a escalação do seu time de futebol (geralmente paulista ou carioca) e ele lhe poderá detalhar até como deram os passos e passes que culminaram no terceiro gol do segundo tempo do primeiro turno do ano de mil e lá vai fumaça. Genial. Louvável. É o amor ao futebol.

Agora, pergunte-se que (enorme) diferença fez no Brasil ou no mundo escritores, cientistas, artistas e políticos nascidos em muitos casos nas brenhas da hinterlândia maranhense, muitas das vezes com todas e aparentes pré-condições para darem errado na vida, pela soma de fatores socioeconômicos, educacionais, familiares, territoriais...

Maranhenses que causariam orgulho aparente, explícito, e não apenas latente, potencial, a cidades como Paris, a países como a França... Mas esses nossos irmãos não mereceram até hoje dos setores Público e Privado um conjunto de ações sistêmicas e sistemáticas, orgânicas e organizadas para, até mesmo, (re)validar nossa “fama” de “Atenas Maranhense” e (re)ativar ou inspirar espíritos conterrâneos para os valores e validade da Cultura, da Arte, da Educação, do Conhecimento, da Ciência, da Literatura, da (boa) Política.

Dá vergonha ou, mais ainda, tristeza, saber o tanto de esforço, tempo, talento e outros recursos que homens e mulheres maranhenses despenderam em nome de uma coisa, em defesa de uma causa. Gente maranhense que tem recebido muito mais reconhecimento e homenagens em solo não maranhense do que na própria terra que o viu nascer.

Naquele dia dos 450 anos do Rio de Janeiro, o Maranhão poderia estar saudando a antiga capital brasileira em peças publicitárias copatrocinadas, em textos assinados, em matérias jornalísticas, onde se destacasse o talento maranhense ou do maranhense Coelho Netto como o maior divulgador da expressão “Cidade Maravilhosa” e se resgatasse ou se reafirmasse a identidade ou coirmandade maranhense e carioca, a partir mesmo da enxurrada de ações e realizações de que foram agentes os muitos e talentosos maranhenses que tiveram o Rio como segunda terra em sua vida.

Poucos Estados ombreiam-se com o Maranhão na quantidade e qualidade de seus filhos de destaque.

MANOEL ODORICO MENDES, escritor, político, tradutor, é o precursor no Brasil da moderna tradução criativa. Sua tradução das obras de Virgílio e Homero são, até hoje, objeto de estudos e elogios. A Unicamp e seu Instituto de Estudos da Linguagem têm, permanente, o “Projeto Odorico Mendes”. Odorico Mendes é nome de rua no Rio de Janeiro e é bisavô de Maurice Druon, famoso escritor francês, decano da Academia Francesa, falecido em 2009.

TEÓFILO ODORICO DIAS DE MESQUITA, advogado, jornalista, escritor, é patrono da Academia Brasileira de Letras e autor da obra responsável pelo Parnasianismo no Brasil. É caxiense.

JOAQUIM DE SOUSA ANDRADE DE CAUKAZIA PEREIRA, o Sousândrade, escritor vanguardista, formado em Paris, é autor de obra tida como das mais originais e instigantes do Romantismo no Brasil.

JOÃO MENDES DE ALMEIDA, advogado, jornalista, líder abolicionista, escritor, foi o maranhense redator da Lei do Ventre Livre e é considerado o jornalista mais completo do Brasil de todos os tempos. O Instituto dos Advogados do Brasil paulista lançou sua obra jurídica. João Mendes mereceu busto e praça com seu nome na maior cidade brasileira, São Paulo, além do nome de seu filho, João Mendes de Almeida Júnior, dado ao fórum paulistano... No Maranhão, quem sabe disso?, quem o estuda?, que escola ou rua ou praça recebe seu nome?, que homenagens lhe são creditadas?, que honrarias lhe são, mesmo pós-morte, atribuídas? É caxiense.

ADERSON FERRO, odontólogo, formado em Paris, considerado “Glória da Odontologia Nacional”, autor de obra pioneira nessa Ciência. Pioneiro no uso da anestesia em Odontologia no Brasil. Quanto ao Maranhão, deixa-nos de boca aberta o desconhecimento e o não esforço para reassumir a maternidade desse ilustre filho, reconhecido e homenageado em outros lugares – mas não aqui. É caxiense.

JOAQUIM GOMES DE SOUSA, o Sousinha, matemático, escritor, tradutor, estudou Matemática e Medicina (em que se doutorou) na Europa. É considerado o primeiro físico e matemático brasileiro e, segundo alguns, o maior matemático do Brasil até hoje. Também surpreendeu a Europa com seus vastos conhecimentos nas ciências dos números e cálculos.

HENRIQUE MAXIMIANO COELHO NETTO, eleito “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”, entre tanta coisa que legou ao Brasil, estão curiosidades como os títulos “Cidade Maravilhosa” para o Rio, de que foi o maior divulgador, e “Cidade Verde” para Teresina. Também foi desportista e, capoeirista que era, foi o responsável pela elevação da capoeira no Brasil à dignidade de esporte. Criou a palavra “torcida” com o sentido de grupo de adeptos de um time de futebol. Seu filho João, apelidado “Preguinho”, foi o autor do primeiro gol da Seleção Brasileira de futebol em Copa do Mundo.

MARIA FIRMINA DOS REIS é considerada a primeira romancista brasileira. Seu primo, FRANCISCO SOTERO DOS REIS, é autor de monumental obra de estudos filológicos (Língua Portuguesa).

ANTÔNIO GONÇALVES DIAS é introdutor do Indianismo na Literatura brasileira, autor de decantados livros e dos mais declamados e citados versos da Poesia brasileira: “Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá / ...”. Quem canta o Hino Nacional Brasileiro também canta Gonçalves Dias e o Maranhão, pois a mais importante composição musical do país tem versos desse maranhense de Caxias.

RAIMUNDO DA MOTA DE AZEVEDO CORREIA, magistrado, professor, diplomata, escritor, membro fundador da Academia Brasileira de Letras, é autor maranhense citado e recitado pela beleza de seus versos e importância dentro do Parnasianismo e Simbolismo brasileiros.

CELSO TERTULIANO DA CUNHA MAGALHÃES é o maranhense pioneiro do estudo do folclore no Brasil, responsável pelo lançamento das bases metodológicas do folclorismo nacional. Embora voltado mais para a poesia popular, seu trabalho se estendeu também pelo teatro, a poesia, a ficção e a crítica.

HUMBERTO DE CAMPOS VERAS, escritor, jornalista, político, da Academia Brasileira de Letras, é autor de volumosa obra, conhecida e reconhecida por muito tempo.

CATULO DA PAIXÃO CEARENSE (seu pai era do Ceará; sua mãe, maranhense) é o poeta e músico autor do que é considerado o “hino nacional sertanejo”, a poesia e música “Luar do Sertão” (quem não se lembra de “Não há, ó gente, ó não, / luar como este do sertão (...)”, música gravada por, entre outros, Luiz Gonzaga, Vicente Celestino e Maria Bethânia. Trata-se da primeira música sertaneja gravada no Brasil – e o que o Maranhão faz com esta informação, nestes tempos de proliferação da música dita “sertaneja”? Além disso, Catulo, que foi relojoeiro no Rio e parceiro de Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, é considerado o responsável pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade carioca e pela reforma da "modinha", uma espécie de canção espirituosa ou amorosa.

E os talentosos irmãos Azevedo? ALUÍSIO TANCREDO BELO GONÇALVES DE AZEVEDO, escritor, diplomata, jornalista, caricaturista, desenhista e pintor, que lançou, no Brasil, o Naturalismo, com seu romance “O Mulato”, de 1881. ARTUR NABANTINO GONÇALVES DE AZEVEDO, mais velho que Aluísio, dramaturgo, poeta, contista, crítico, jornalista brasileiro, é, no Brasil, o principal autor do gênero teatral chamado “teatro de revista”, que traz números musicais com sensualidade e comédias com críticas políticas e sociais. Foi o maranhense Artur Azevedo o responsável pela criação da lei que obrigava a construção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro – inaugurado, aliás, com uma peça do igualmente maranhense Coelho Netto. Ambos os irmãos moraram no Rio e foram sócios-fundadores da Academia Brasileira de Letras.

ADELINO FONTOURA CHAVES, jornalista, ator e poeta, maranhense que é o patrono da cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras. Sua obra precisa ser divulgada, conhecida...

ODYLO COSTA FILHO, jornalista, escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, chefiou redações de publicações importantes no Rio de Janeiro e São Paulo, sendo responsável pela renovação do jornalismo brasileiro a partir da modernização do “Jornal do Brasil”, hoje extinto. Poucos sabem que Odylo foi primeiro diretor da revista de reportagens “Realidade”, da Editora Abril, empresa da qual também foi membro do Conselho Editorial.

CELSO ANTÔNIO SILVEIRA DE MENEZES, caxiense, pintor, escritor e professor brasileiro, considerado um dos maiores escultores do Modernismo brasileiro. Amigo de Di Cavalcanti, Cândido Portinari, mereceu os melhores reconhecimentos de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e, entre outros, Otto Lara Resende, que escreveu um manifesto onde escreve, textualmente: “(...) considero um absurdo que até hoje, no final de 1989, um artista do valor e da importância de Celso Antônio não tenha tido ainda o reconhecimento que merece”. E o Maranhão, o que faz, o que diz?

SINVAL ODORICO DE MOURA, magistrado e político, um raro caso de alguém que foi governante de quatro Estados no Brasil. É caxiense. Mas tiraram seu nome de uma das mais tradicionais ruas da cidade, a Conselheiro Sinval.

RAIMUNDO TEIXEIRA MENDES, cuja luta em prol das causas sociais, a partir do Rio de Janeiro, inundou o país de benefícios, como direitos da mulher, do jovem trabalhador, a hoje Fundação Nacional do Índio (Funai), a separação Igreja-Estado... Entre tantas “coisas” que fez e foi, é um dos principais nomes do Positivismo (aqui e no mundo) e é autor da Bandeira Brasileira. Não fosse Teixeira Mendes, correríamos o risco de ter, como nossa, a bandeira dos Estados Unidos... pintada de verde e amarelo. Este gigante é caxiense.

CÉSAR AUGUSTO MARQUES, múltiplo talento, médico atuante, pesquisador incansável, escritor e historiador, tradutor, autor de obras inaugurais da historiografia maranhense e brasileira. Caxiense.

ANDRESA MARIA DE SOUSA RAMOS, estudada por escritores, sociólogos e antropólogos brasileiros e estrangeiros, é a Mãe Andresa, sacerdotisa de culto afro-brasileiro de renome internacional, última princesa da linhagem direta fon, que comandou, durante 40 anos, a Casa de Mina em São Luís, até morrer em 1954, aos cem anos de idade. É caxiense.

O grande UBIRAJARA FIDALGO DA SILVA, o primeiro dramaturgo negro brasileiro, ator, diretor, produtor, bailarino, apresentador de TV e criador do Teatro Profissional do Negro, reconhecido e homenageado nos grandes centros brasileiros como Rio de Janeiro e São Paulo. É caxiense. Enquanto isso, no Maranhão, quem sabe da existência de tamanho talento, falecido em 1986, no Rio de Janeiro? Quem do Maranhão já patrocinou montagem de suas peças, a edição de seus textos, encenados e inéditos? Qual autoridade bancou uma exposição sobre seus trabalhos, a exibição de documentários sobre Ubirajara Fidalgo, desconhecido em vida pelos caxienses e não reconhecido após a morte, e cuja filha, a cineasta Sabrina Fidalgo, luta pela preservação e divulgação da obra de seu pai e nosso conterrâneo?

No Maranhão, nasceram CÉSAR FERREIRA OLIVEIRA, “revolucionário constitucionalista” em São Paulo e “Herói da Guerra de Canudos”, e JOÃO CHRISTINO CRUZ, criador do Ministério da Agricultura, agrônomo que fez estudos em outros países e é o presidente de honra da Sociedade Nacional de Agricultura. Os dois, caxienses.

ANTÔNIO CARLOS DOS REIS RAYOL, compositor, tenor, violinista e regente brasileiro, que já aos 13 anos ensinava música, tirou primeiros lugares, foi para a Itália e tem obra ainda a ser, digamos, “popularizada”. Assim também ELPÍDIO PEREIRA, maestro e músico de renome internacional, autor do hino de sua cidade natal, Caxias, estudou e apresentou-se na França e em diversos Estados brasileiros. A obra elpidiana é publicada em livro por outros Estados. No Maranhão, musicalmente, ninguém (se) toca.

JOÃO LOPES DE CARVALHO, pintor e desenhista, que estudou sua arte em Portugal, onde, por seu grande talento, já aos 16 anos, em 1862, foi elogiado por muitos jornais de Lisboa. Sua arte era de tal qualidade que um de seus quadros ele recusou-se a vender, para doar para o Imperador patrono das Artes. É caxiense.

JOAQUIM ANTÔNIO CRUZ foi médico, militar e político e participou da demarcação de fronteira do Brasil com a Argentina e votou pela lei que terminou por abolir os castigos corporais nas Forças Armadas. É caxiense.

JOSÉ ARMANDO DE ALMEIDA MARANHÃO, teatrólogo, escultor, caricaturista, considerado “A Pedra Angular do Teatro Paranaense”. Estudou na Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Portugal, Espanha, Suíça, Bélgica e Holanda e teve aulas com nomes notáveis do Cinema e das Artes Cênicas, como Luchino Visconti, Federico Fellini, Roberto Rosselini, Michelangelo Antonionni, Lawrence Olivier, entre outros. É caxiense.

Até onde iríamos nesse desfile de grandes nomes maranhenses que, em geral, nós maranhenses deles pouco sabemos, ou não sabemos? A quantidade de nomes é tal que dobraríamos as esquinas da paciência e testaríamos o limite de páginas de papel e espaços digitais.

Ainda assim, ao que parece, maior que o rol de nomes, maior que esse escondido e escuro “hall” da fama, parece ser a desvontade, o desamor, o “nem te ligo” a que o Maranhão submete esses e outros maranhenses. Há, sim, plenas condições (potenciais e a serem construídas) para se reavivar a estrela do Maranhão na constelação de grandes, ilustres, úteis, talentosos nomes que fizeram positiva diferença para este país e lhe ajudou a construir ou fixar a identidade, a brasilidade, a maranhensidade. Naqueles 450 anos do Rio de Janeiro, podemos dizer que o Rio é brasileiro, mas a Cidade Maravilhosa... é maranhense.

Essa coleção de nomes forma um patrimônio simbólico, um potencial da Economia Criativa, um capital intelectual fantástico que não pode ser deixado assim, no desperdício, na não recorrência, no esquecimento. Programas, projetos, ações factíveis podem ser desenvolvidos, adotados, para estar permanentemente presentes nas escolas e universidades públicas e, quiçá, particulares do Estado; podem, com o devido “estímulo”, ser pautas permanentes da Imprensa maranhense, brasileira e, até, internacional; podem ser temas de concursos, objeto de estudos, de pesquisas, de obras de estudiosos, pesquisadores, autores, alunos, professores...

Enfim, podem saudavelmente ocupar a mente de maranhenses e brasileiros, levando multidões a ampliarem, ainda mais, o salubre e incontido orgulho de ser maranhense e brasileiro.

(Este réquiem é lançado para pessoas que, como o bíblico Moisés, saibam falar do que outros não falam, saibam enxergar onde outros não enxergam, saibam fazer onde tantos esqueceram...).

* EDMILSON SANCHES

A Independência do Brasil está marcada pela complexidade dos atores políticos como dom Pedro I e Maria Leopoldina. “O que mais me atrai nessas histórias são esses personagens envolvidos nesse processo da Independência. Poderia ter acontecido tudo ali”, confessa Paulo Rezzutti, escritor de biografias do período colonial.

Pedro chegou criança (7 anos de idade) à nova terra. “Depois de 12 anos no país, ele já era mais brasileiro do que português”, diz Rezzutti. A esposa, Maria Leopoldina (da Áustria), chegou ao Brasil em 1817 e foi só então que conheceu o marido (em um casamento acordado por procuração). Ela, aliás, revelou-se uma articuladora hábil e se liga a movimentos autonomistas, que desejavam que a situação permanecesse como estava. Uma personagem determinante para a mudança da rota da história.

“A situação se acirra. Se por um lado, Pedro está preocupado com os acontecimentos em Portugal, Leopoldina estava ligada à manutenção do trono no Brasil. Pedro considerava ficar desde que pudesse nomear os próprios ministros. Isso acontece no dia 9 de janeiro de 1822, o Dia do Fico”, conta o biógrafo, que já escreveu livros sobre dom Pedro I, Leopoldina, Marquesa de Santos, dom Pedro II, entre outros.

A decisão de dom Pedro I ficar no Brasil cai como uma bomba em Portugal. “As Cortes revogam tudo o que dom Pedro faz. Mas o navio com essa comunicação só chega em 28 agosto de 1822”, explica Rezzutti.

Depois de tanto tempo, as ordens de Lisboa determinavam ainda que Pedro e família deviam voltar para a metrópole imediatamente, e os auxiliares, como José Bonifácio e Clemente Pereira, que participaram do aconselhamento deviam ser demitidos, presos e levados para Lisboa. A reação no Brasil desencadeia uma sucessão de acontecimentos com as características da velocidade da época. “Até reunir o conselho de ministros, foi 2 de setembro. Os auxiliares levam a dom Pedro I a ideia de declarar a independência. José Bonifácio manda oficial de chancelaria encontrar dom Pedro urgentemente. Isso acontece em 7 de Setembro, no Ipiranga, em São Paulo. Até Portugal saber o que estava acontecendo, também demora”, destaca Rezzutti.

Leopoldina, a articuladora

Um detalhe ressaltado pelo biógrafo de Maria Leopoldina é que ela tem participação determinante no conselho de ministros em relação à declaração formal da Independência. “Ela era articuladora hábil. Tinha conhecimento de política e funcionou como uma mediadora importante nos bastidores do palácio para encontrar uma solução adequada”.

Após a independência, a situação continuou efervescente. A professora de história da Universidade de Brasília (UnB) Teresa Marques destaca que a decisão pela independência também não era consensual. “De fato, existem protestos no Nordeste do país que se levantam contra a Corte. Em Pernambuco, em 1817 e em 1824, há manifestações contra a Constituição imposta”.

Ela explica que a forma de lidar com as províncias era conturbada. “As pessoas comuns não entendiam direito o que estava acontecendo. Nem sempre dom Pedro se aconselhava com mentes mais moderadas. Quem dera ele ouvisse mais a esposa”.

As províncias reagiram a ter que obedecer ao Rio de Janeiro e não mais a Portugal. Pelo caminho da diplomacia, a independência só foi reconhecida pela Europa em 1825 mediante o pagamento de duas milhões de libras esterlinas para Portugal.

Independência x Brasilidade

O conceito de brasilidade acontece em não menos do que duas décadas depois, segundo os pesquisadores entrevistados. Teresa Marques destaca o papel da imprensa que, a par das dificuldades de dar conta de explicar o tempo presente, traz discussões relevantes para os jornais.

Para o historiador Deusdedith Rocha Junior, o 7 de Setembro, em boa parte pelo império português, não era tratado de forma importante. “Quando destacamos a independência como fruto da ação determinada de uma pessoa que é, no caso o imperador, abafam-se os interesses dos poderosos e também a ideia de que essas elites e dom Pedro tomaram todo cuidado para que a população não participasse disso”. Ele cita que as manifestações na Bahia e no Pará foram tratadas com violência policial, incluindo centenas de mortes.

“Não é uma história pacífica. Isso tudo cai no esquecimento para confirmar uma ideia de mansidão do brasileiro”. Os pesquisadores avaliam que não é possível entender aquele período apenas por uma ideia de “grito”, como se fosse o último episódio.

A história barulhenta, cheia de nuances, inclusive de silêncios, ainda vai ecoar pelos séculos.

Leia as outras matérias desta série no BLOG DO PAUTAR:
Independência: histórias de antes e depois do grito
Para escritores, Revolução do Porto estimulou Independência no Brasil

(Fonte: Agência Brasil)