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O projeto LITERATURA MARANHENSE abrindo espaço no BLOG DO PAUTAR... Esse projeto tem o objetivo de despertar o interesse pela leitura de textos que representam a produção literária de nosso Estado. Com essa iniciativa, acreditamos que estamos contribuindo para a divulgação e valorização de nossa cultura. Aproveite! Boa leitura!

(Texto da quarta capa do livro “A Moça de Pele Marrom e Outros Contos”, de Humberto Barcelos, Editora Marco Zero, 2020)

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“Seu Colega” era uma figura folclórica de Oeiras, a velha e saudosa ex-capital do Piauí. Praticava um Português escorreito e incursionava por outros idiomas. Certa vez, estando a escrever, perguntaram-lhe o que fazia. “Seu Colega” respondeu:

– Estou transformando este lápis em letras.

Um pouco mais adiante no tempo, as letras não brotam mais da grafite envolta de celulose e lignina. Humberto Barcelos transforma não o lápis mas teclas e toques em palavras, palavras que, cumprindo as leis literárias, mantêm entre si o obrigatório distanciamento, com o que, assim reunidas mas não unidas, dão sentido às ideias – e histórias – do Autor e faz a compreensão – e delícias – do Leitor.

Se quem conta um conto aumenta um ponto, quantos pontos conta Barcelos com seus contos? No mínimo quatorze, que é o total de narrativas curtas deste livro, “A Moça de Pele Marrom e Outros Contos”.

Portanto, não irei além de quatorze contando sobre os contos desta obra. Afinal, sou só contabilista; Humberto Barcelos é que é contista. E o que ele nos conta – bem – está nas palavras, períodos e parágrafos que este livro contém. Pelo menos nos títulos das histórias têm “mar”, “cavalo amarelo”, “reino”, “princesa”, “vida”... Seriam contos de fadas? Da carochinha? Sei que não são contos de réis, que são moedas, nem contos do vigário, que são um delito...

O conto é mais velho do que a palavra que o nomeia. Sem sacrilégio ou profanação (e de mim longe a excomunhão...), pode ser que, no princípio, não fosse o verbo, mas, sim, a imagem (ou imaginação), pois com um grupo delas nossos ancestrais escreviam/inscreviam nas paredes de suas cavernas o seu dia a dia. Eram contos contados com desenhos. A vantagem das letras é que, lendo-as, a mente vai criando as imagens, processo que, por sua vez, nutre e fortalece a mente. Retroalimentação. Ler faz bem, faz viver mais – o povo conta... e a Ciência confirma.

Humberto Barcelos, caridoso, quer que tenhamos bons momentos – literários – com “A Moça de Pele Marrom e Outros Contos”.

O Autor quer porque quer. Pois sabe que quem ganha pontos não é só quem conta, mas sobretudo quem lê, contos.

Estes contos.

Deste livro.

Leia-os...

... e, depois, venha me contar.

* EDMILSON SANCHES

O Senado aprovou, nesta terça-feira (1º), um Projeto de Lei (PL) que autoriza o uso de recursos federais em ações de segurança sanitária no retorno presencial das aulas na rede pública de ensino. O projeto segue para análise da Câmara.

Segundo o PL 3.892/2020, Estados, Distrito Federal e municípios poderão usar os recursos da União para adequar a infraestrutura sanitária das escolas, distribuir equipamentos de proteção individual e material de higiene, contratar serviço de “internet” para os alunos que não puderem voltar às aulas presenciais, treinamento de profissionais para se adaptarem às novas condições sanitárias, dentre outras ações preventivas.

De acordo com o texto, se ficar comprovado que o retorno às aulas provocou aumento no contágio, elas deverão ser suspensas. O próprio PL, no entanto, determina que a retomada das aulas presenciais deve observar a orientação científica, a curva de contágio, o número de óbitos, a deliberação da respectiva comunidade escolar e apresentação, pela família, de relatório sobre a situação da saúde dos seus integrantes.

Dentre os recursos que podem ser utilizados nessas ações, estão verbas recebidas por Estados e municípios para enfrentamento da pandemia e recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) provenientes do governo federal. O relator, senador Fabiano Contarato (Rede-ES), explicou, em seu parecer, que, apesar da aplicação de recursos do SUS em escolas, não há desvio de finalidade na aplicação de uma verba direcionada à saúde, questão que chegou a ser levantada por alguns senadores durante a sessão.

“O uso de recursos da saúde em ambiente escolar não afasta ou contraria a previsão de vinculação àquela área. A essência da proposição, embora se preste à higidez do ambiente escolar necessário ao fazer educacional em todas as suas especificidades, remanesce na saúde pública”.

(Fonte: Agência Brasil)

Começa hoje (1º), em São Paulo, a primeira Mostra Internacional de Cinema Virtual, onde serão exibidos 33 filmes de 21 países, por meio da plataforma gratuita #CulturaEmCasa. A mostra vai até 30 de setembro.

A abertura será às 15h com um “webinar” com o crítico de cinema Miguel Barbieri Júnior. Ele vai apresentar o panorama atual da produção audiovisual no Brasil. Em seguida, será exibido o filme “Sabores do Templo” (Coreia do Sul).

Entre os filmes da mostra, 22 são longas, dois são curtas de animação e nove são documentários, todos inéditos no Brasil e com legendas em português.

A programação será exibida, diariamente, pela plataforma #CulturaEmCasa, às 19h e às 22h. Alguns filmes ficarão disponíveis por tempo limitado para exibição por demanda, mas alguns serão exibidos em sessão única.

Entre os filmes que serão vistos, estão o longa canadense “Pequenos Gigantes” (“Giant Little Ones”) e o alemão “Férias” (“Ferien”). Será apresentado também o longa “Hindi Medium”, uma das maiores bilheterias da Índia.

A iniciativa é da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Secretaria de Relações Internacionais do Estado de São Paulo, em parceria com consulados, embaixadas e institutos dos países participantes e da organização Amigos da Arte.

(Fonte: Agência Brasil)

(UM DISCURSO À ARTE DE ESCREVER COM ARTE)

– Letras não são só cantiga de ninar, mas, também, toque de despertar, sinal de alarmar, hino de guerrear, canção de cantar vitória.

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Senhoras e Senhores:

Há coisas que, para serem feitas, precisam de dinheiro – pagar contas, por exemplo.

Há coisas que, para serem feitas, precisam de esforço – descarregar um navio no porto, um caminhão no armazém, por exemplo.

Há coisas que, para serem feitas, precisam de paixão – entregar-se aos abraços nos braços da pessoa amada, numa noite enluarada, por exemplo.

Há coisas que, para serem feitas, precisam de amor – morrer na cruz, em nome de toda a Humanidade, por único exemplo. Ou abraçar um ser durante nove meses da forma mais íntima possível... só explicável pelos mistérios da criação.

Há coisas que, para serem feitas, sobretudo para serem aceitas, precisam de tempo – uma Academia de Letras, por exemplo.

Sintonizada com o espírito de uma cidade, uma Academia é feita de esforço, paixão, amor, tempo. Diferentemente do comum das academias, deve-se negar a “imortalidade” para os acadêmicos, ou seja, quem entrou pode sair, a pedido.

Com isso, implode-se a tradição da tal “imortalidade” e resgata-se o primado da vontade das pessoas acima da norma das instituições. Fica quem quer crescer e ajudar a crescer, quem quer trabalhar pelas Letras, pela Cultura, pela Cidade.

Imortal será sempre o trabalho, o exemplo, não o indivíduo.

Para se habilitar a uma vaga em uma Academia, o candidato, além de ter alma de humanista e escrita de artista, deve ter disposição para fazer a cidade crescer naquilo que uma comunidade tem de mais representativo: sua cultura.

Ciganos, judeus, palestinos, entre tantos outros povos, não têm ou não tiveram territórios fisicamente delimitados para morar, mas, ainda assim, são respeitados por todo mundo no mundo todo pela força de seu saber, pela expressividade de sua história e cultura.

Senhoras e Senhores:

O local mais seguro para um navio é o porto onde ele está fundeado. Mas não é para portos que se constroem navios.

O lugar mais seguro para um automóvel é a garagem, onde ele fica guardado. Porém, não é para as garagens que se fabricam carros.

O melhor lugar para um bebê que se gera ou para uma criança que nasce é o ventre da mãe ou os braços do pai.

Entretanto, não é para ficar vitalícia e umbilicalmente no ventre da mãe nem permanentemente debaixo das vistas do pai que se geram filhos.

Uma Academia igualmente é um local razoável para um intelectual, para um humanista. Mas, ouso dizer, não é somente para reunir gentes de saberes que se formam academias.

Não, Senhores. Apesar de ali estarem seguros, não é para portos, mas sim para os mares, que navios são construídos. É para a probabilidade da tempestade, é para a possibilidade da bonança, é para a certeza da viagem que navios são feitos e são lançados à água e singram mares já ou nunca dantes navegados. Navios são feitos porque os mares, e não os portos, existem.

Também é para roer distâncias, encurtar tempos, transportar pessoas e coisas em velocidade, mas sobretudo com segurança, que se fazem carros. Eles são para as ruas e estradas, pois das vielas e becos cuidam nossos pés. É porque existem espaços para transitar, e não garagens para guardar, que se industrializam carros.

É para a vida, para o mundo, para a certeza das buscas e incerteza do encontro, que se geram filhos. Sobre eles, pais, no máximo, têm autoridade, não propriedade.

É principalmente para unirem-se em torno de um ideal, e não em frente uns dos outros, que pessoas se juntam em clubes de serviço. E uma Academia de Letras também é, ou deve ser, um clube de serviços, ou melhor: menos clube, e mais serviço. Prestar serviços que prestam.

Porque é urgente e preciso organizar as pessoas para que elas organizem, para melhor, o mundo. Abrir não o leque que espalhe um arzinho de conforto, mas um fole, que resfolegue, que crie, espalhe e trabalhe também o desconforto, donde poderão sobrevir respostas e realidades – assim como do desconforto, da irritação da ostra nasce a preciosidade da pérola. As Letras não são somente canto de acalanto, as Letras não são só cantiga de ninar, história pra boi e gente dormir, mas também, senão principalmente, as Letras são toque de despertar, sinal de alertar, sirene de alarmar, aviso de marchar, hino de guerrear, canção de cantar... vitória.

Senhores:

O que legaliza uma Instituição é seu registro, mas o que a legitima é a qualidade de sua ação. Os Cartórios e as Juntas Comerciais estão cheios de certidões de fantasmas, de escrituras de vivos-mortos. Nesse caso, não há muita diferença entre uma certidão de nascimento e um atestado de óbito.

Não tem jeito. O mundo exige, as cidades precisam, o ser reclama: pessoas e instituições têm de fazer diferença. Há muita inércia no mundo, muita energia estática.

Em uma Academia, não basta assinar a ata de fundação. Não basta assinar o ato de posse – temos de tomar posse dos nossos atos. Pelo menos nós aqui, gente escolada na vida e no ofício, sabemos que o ato de posse não se exaure, ou não se deve exaurir, nesta noite de aniversários, destaques e discursos. Não basta tomar posse NA Academia; é indispensável tomar posse DA Academia...

Que ninguém se sinta pleno aqui e agora. Academia não é mais reverência; quando muito, é referência. É, em igual tempo, museu e laboratório, conservação e criação, pensamento e ação, contemplação e trabalho.

Por mais inusual, por pouco comum que pareça, também cabe a uma Academia – como caberia a qualquer Instituição – auxiliar na desinstalação das pedagogias criminosas. Da pedagogia que não adiciona valor, embora subtraia rendas.

Do ensino prendedor, e não da educação empreendedora. Da política da passividade, que se alimenta da dependência, e não da competência.

A dependência cria, no máximo, a revolta; a competência faz a revolução. A revolta muda as pessoas do poder. A revolução muda o poder das pessoas, mostra às pessoas que elas são e têm o poder.

O revolucionário preexiste à revolução. Uma revolução inicia-se pelo nível da consciência. Uma revolta, pelo nível da emoção. O que se inicia pela consciência fortalece a emoção; o que começa pela emoção, fragiliza a consciência. O revolucionário tem consciência da necessidade. O revoltado tem necessidade da consciência.

Uma Academia é um laboratório – e não um repositório – de consciências.

Senhoras e Senhores:

Minha cidade, pode-se dizer, é uma das raras cidades das mais de 5 mil que existem no país que não se diz apenas berço de homens de letras: mais que escrever livros, seus filhos – meus conterrâneos – construíram Literatura, deram início a Escolas, criaram gêneros, tornaram-se estilo, gentes que influenciaram e influenciam. Porque foram seres que não só usaram as Letras; eles ousaram com elas.

Ousadia. Talvez isso, quem sabe, seja a grande fórmula do desenvolvimento, um desenvolvimento onde aos haveres econômicos se aliem os valores culturais.

Tudo tem de estar integrado. Onde a Engenharia erga prédios, a Estética espalhe sensibilidade.

Onde a Geografia imponha limites, a Cultura interponha pontes.

Onde a Economia fixe preços, a Arte destaque valores.

Enfim, onde o Homem faz corpo, Deus sopre alma.

Porque, à maneira de Vieira, prédios sem pessoas viram ruínas senão escombros.

Países sem pontes viram isolamentos senão ditaduras.

Economia sem cidadania vira exploração senão barbárie.

Política sem Humanismo vira escravidão senão tirania.

E pessoas sem cultura viram máquinas senão monstros.

É preciso mais. É urgente dar mais vida à vida.

Senhoras e Senhores:

Em uma cidade, uma Academia de Letras não é um contraste – é do contexto. Não é um confronto – é um encontro.

Nasce de espíritos interessados, não de mentes interesseiras. A lógica de sua ação baseia-se em argumentos, não em argúcias.

É demagógico o discurso de que uma academia não é necessária a uma cidade, de que uma comunidade tem outras prioridades.

Claro, ninguém vai à “vernissage” nem à “avant-première”, ninguém vem a uma solenidade como esta com olhos e bucho de fome de muitos dias. Mas Terra e gente foram dotados de recursos suficientes para que, explorados de forma inteligente e íntegra, integral e integrada, a vida se faça plena, dispensando, pois, prioridades isolacionistas, hierarquias mecanicistas, vícios segregacionistas, dimensões divisionistas.

A vida não é excludente; ela é inclusiva: não é isso OU aquilo, mas isso E aquilo. Não se trata do ou eu OU ele, mas do eu E ele.

Visão de conjunto, percepção do todo: É perfeitamente possível transformar em complementar o que se diz concorrente. Tornar compatível o que se julga contraditório. Fazer amigo no que é adversário.

Como veem, por tudo o que disse aqui, Academia não é só um fardão: ela é também um grande fardo. O qual, pessoal e coletivamente, devemos ajudar a carregar.

Senhoras e Senhores:

Seja a Humanidade cada vez mais cidadã.

Seja a Cidadania cada vez mais humana.

Seja cada vez mais vigilante. Seja cada vez mais solidária.

Sobretudo, sejamos cada vez mais felizes.

* EDMILSON SANCHES

O sorriso nos rostos de 60 crianças carentes moradoras do Bairro Vila Conceição, em São Luís, tem um importante motivo: o Projeto Educação e Esporte – Escolinha de Futebol, iniciativa que possui uma proposta bem simples e, ao mesmo tempo, eficiente. Esse projeto une educação e esporte na vida de quem mais precisa. É com este objetivo que o projeto, patrocinado pelas Drogarias Globo e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, chega à sua quarta edição, sendo referência no Maranhão.

Em execução desde 2016, o projeto já atendeu mais de 100 crianças. O lançamento oficial da edição de 2020 ocorreu no último sábado (29), na sede da Associação dos Médicos, na Vila Conceição, e contou com a presença dos meninos participantes da escolinha e seus parentes e amigos, seguindo as orientações sanitárias de distanciamento e higienização das mãos.

Durante a solenidade, a coordenação do Educação e Esporte – Escolinha de Futebol explicou como será o funcionamento semanal do projeto. Os 60 meninos beneficiados nesta edição terão encontros duas vezes por semana (sempre às segundas e quartas-feiras), onde irão participar dos treinos de futebol acompanhados por profissionais de educação física. Paralelamente ao trabalho desenvolvido em campo, a garotada recebe acompanhamento educacional com aulas que servem como uma espécie de reforço escolar.

“O grande diferencial dessa iniciativa é justamente conseguir levar educação e esporte para as crianças. A dinâmica do projeto é bem simples: as crianças treinam e estudam. Além disso, sempre é oferecido um lanche para a garotada, nos dias do projeto. Nosso objetivo é dar uma oportunidade para que esses meninos possam conhecer o esporte e, paralelamente a isso, incentivá-los a sempre estudar”, explicou o coordenador do projeto, Kléber Muniz.

Para a pedagoga Lourdes Soares, “o projeto Educação e Esporte é de suma importância para a comunidade da Vila Conceição, pois oferece ferramentas pedagógicas aliadas às práticas esportivas e à convivência social, fazendo que nossas crianças e jovens não entrem no mundo das drogas e em outros abusos sociais”.

Material individual

Cada menino participante recebeu um “kit” individual com todo o material que eles utilizarão durante o período de execução do projeto. Além do uniforme completo (camisa, calção, meião, caneleira e chuteira), a garotada também recebeu um caderno para utilizar durante as aulas, garrafinhas para água e máscaras de pano. Nos treinos no campo, a garotada também contará com material coletivo novo adquirido pela Lei de Incentivo ao Esporte. São bolas, cones, coletes, pratinhos e outros itens.

Vale destacar que o Projeto Educação e Esporte – Escolinha de Futebol vai adotar todos os protocolos sanitários necessários para a realização das atividades educacionais e esportivas ao longo do projeto. “Estamos preocupados com o bem-estar de todos que fazem parte do projeto. Por isso, seguiremos as orientações dos órgãos competentes para preservar a saúde de todos”, explicou Kléber Muniz.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Socorro Reis e Bruno Lima

Um desempenho sensacional. Os kitesurfistas maranhenses do Time Fribal deram um “show” na disputa da Fórmula Kite Ceará, competição realizada no último fim de semana, na Praia de Iracema, no Ceará. Socorro Reis e Bruno Lima, o Bruninho, confirmaram o favoritismo e conquistaram resultados expressivos. Na categoria feminina, Socorro não deu chances às adversárias e ficou com o primeiro lugar e, ainda, foi terceira colocada no geral (entre homens e mulheres). Enquanto isso, Bruninho foi o vice-campeão no masculino.

Com os bons resultados na Praia de Iracema, a dupla maranhense, que é patrocinada pela Fribal e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, continua entre as melhores da modalidade no país, mesmo após a parada das competições devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A Fórmula Kite Ceará foi o primeiro evento após o período de quarentena e serviu para que os atletas voltassem ao clima de disputa.

Para a campeã Socorro Reis, esse retorno do kitesurf foi desafiador. “Foi um evento desafiador com vento com rajadas de 31 ‘knots’. Termino em primeiro lugar no feminino e em terceiro entre os homens. Agora, é treinar para o próximo desafio, que será o Campeonato Brasileiro. Vou correr em busca do título de tetracampeã brasileira de ‘hydrofoll’. Só tenho de agradecer o apoio dos meus patrocinadores Fribal e governo do Estado que, pela Lei de Incentivo ao Esporte, me possibilitam continuar acreditando no meu sonho. Obrigada por acreditarem em mim”, disse a maranhense que é a atual tricampeã brasileira e campeã Centro e Sul-Americana.

Os fortes ventos também influenciaram o desempenho do jovem Bruno Lima. Bruninho terminou a Fórmula Kite Ceará na segunda colocação e comemorou o resultado após a pausa forçada em razão da pandemia.

“A competição foi muito boa, gostei do meu rendimento. Devido à quarentena, treinei bastante em casa e estava bem preparado fisicamente para esta prova. Foi uma das melhores provas que eu já fiz, apesar das condições que foram muito extremas: vento muito forte e mar bem mexido. Eu esperava um vento forte, mas não tanto quanto a gente pegou aqui. Agora, é continuar treinando para que, nas próximas competições – Campeonato Brasileiro e Copa Brasil de Vela –, consiga chegar na primeira colocação. Os treinos vão ser ainda mais intensos”, explicou o maranhense.

Antes da pandemia

Antes da pausa por causa da pandemia, a dupla do Time Fribal colecionava resultados bastante expressivos no Brasil e no exterior. Nos Jogos Mundiais de Praia, competição realizada no Catar, Socorro Reis foi a única brasileira na disputa, onde teve bom desempenho tendo ficado no top 10 em várias corridas, o que fortaleceu a kitesurfista para a sequência da temporada.

Em seguida, Socorro brilhou no Campeonato Brasileiro e levou o tricampeonato. Na mesma semana, a maranhense não deu chances às adversárias e sagrou-se campeã do Campeonato Centro e Sul-Americano, competição realizada em Praia Brava, em Itajaí, litoral norte de Santa Catarina.

Considerado a principal promessa do kitesurf maranhense, o jovem Bruno Lima foi muito bem no Campeonato Brasileiro, onde terminou o evento com resultados expressivos na categoria Kitesurf Hydrofoil: uma prata, um bronze e um quarto lugar.

No Campeonato Centro e Sul-Americano, Bruninho mostrou bastante evolução e terminou a disputa sendo o brasileiro mais bem colocado. O jovem de 19 anos terminou o evento na quarta colocação.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Amaral Raposo

José Raposo Gonçalves da Silva [Grajaú, Maranhão, 27 de maio de 1903 – 10 de abril de 1976] usava o pseudônimo de Amaral Raposo e era, o que se pode dizer, com todas as letras, um homem extraordinário. Relembro Amaral com muita saudade, honrou-me com sua amizade, ensinou-me muitas coisas, me divertiu com suas histórias e me fez ouvir muitas canções bonitas [músicas e versos seus] acompanhados pelos acordes que, magicamente, produzia em seu violão, companheiro inseparável de memoráveis serestas.

Filólogo, Amaral era um purista do nosso idioma, sempre na espreita para apontar alguma asneira que descobrisse em ultraje à língua em que Camões cantou o bravo peito lusitano e que também pediu esmolas, gestos que levaram o professor Sebastião Jorge a registrar que Amaral Raposo “não tolerava escorregões, nem pequenos deslizes por parte daqueles que se aventuravam em fazer acrobacias na superfície imaculada de uma página de jornal ou de um livro”.

Fernando Viana [escritor, médico e político maranhense] que tinha Amaral Raposo guardado em seu coração, o levou consigo quando foi estudar Medicina na Bahia. Enquanto Fernando Viana estudava, o nosso Amaral tratou de arranjar um “bico” no jornal “Correio da Tarde” para pagar a pensão, e às noites, quando o futuro tisiologista manuseava os grossos volumes da Ciência de Hipócrates, Amaral dedilhava o doce e saudoso violão para deleitar o amigo. E, assim, foram os seis anos da formação do querido companheiro na cidade de Salvador. Um belo dia, Fernando Viana mandou, para o próprio jornal em que o Amaral trabalhava, o seguinte soneto que era um perfil irretocável do seu querido parceiro.

Diz assim:

“Mistura de filósofo e de cético, / na completa inversão de um dom Donzel. / É um gozo vê-lo, súbito, apoplético, / sobre os doces de a vida pingar fel. / Tendo horror ao grotesco, a que cruel, / pulveriza sem dó – seu senso estético / ora, fá-lo vestir-se qual Brummel; / ora, impõe-lhe um desleixo ultrassintético. / Poeta, de um lirismo que comove. / Tem olhos tumefatos, que nos dão / a lembrança do Mal de Basedow. / Boêmio de nascença e profissão, / É-lhe a prova, mais certa que as do nove, / um cigarro, uma cana e um violão”.

Em tempo: O nosso Sálvio Dino, há pouco falecido, ao fazer o necrológio de Amaral Raposo na Assembleia Legislativa, após o seu sepultamento a 11 de abril de 1976, compara seus sonetos “As Fábricas” e “Postal”, “entre os melhores sonetos brasileiros de todos os tempos e coloca o poema ‘Só’ em nível dos poemas de angústia dos mundialmente famosos de Edgar Allan Poe, Oscar Elide e Reading. [...] Zeca Gonçalves foi também grande solista de violão, tanto na música popular quanto na música de câmara e erudita [...]”. E para concluir este seu pequeno perfil biográfico, enfatizou Sálvio: “transcrevo, a seguir, a opinião do insigne professor de Direito Penal (seu cunhado) Dr. Antenor Mourão Bogéa: ‘Para o poeta inspiradíssimo, para o tribuno fulgurante, para o editorialista escorreito, para o filólogo abalizado, para o violonista aplaudido, para a figura prototípica da simplicidade, para o humorista eçaniano, que tudo isso foi Amaral Raposo, voltam-se as atenções da expoência intelectual do Maranhão”.

Amaral Raposo, ou simplesmente Zeca, foi eleito para a Cadeira nº 37 da Academia Maranhense de Letras, patroneada pelo poeta Inácio Xavier de Carvalho, vaga, por ironia, com o falecimento do Dr. Luís Viana, irmão de Fernando Viana e também médico. Amaral Raposo espalhou pela cidade que iria fazer um discurso de posse sem verbo. Os que acreditavam em Amaral Raposo estavam certos de que o velho mestre seria capaz de tal façanha, apesar de o verbo ser o ponto de ligação entre as orações; sem a presença do verbo se torna muito difícil a comunicação, mas ele nos dizia que era possível; outros duvidavam daquela proeza.

E de fato aconteceu... Em certa altura, na peroração discursiva, Amaral Raposo num rasgo, justifica a proeza da tal oração sem verbo:

“Feita esta breve digressão, quero, ainda, salientar um episódio, cuja referência me parece oportuna. É que eu, tempos há, em palestra informal com amigos, tinha dito que faria meu discurso de posse, inteiramente sem verbos. E – adiantei – para substituir uma individualidade excepcional como Luís Viana, algo de excepcional se me afigurava mister igualmente realizar.

Ouviu-me dizer isso o jovem e conhecido cronista Benedito Buzar, e, bom profissional que o é, registrou o fato por mais de uma ocasião, em seu jornal.

As notícias não correm; voam. Assim, sem demora, até a imprensa da Guanabara comentou, com antecedência, o discurso que eu iria pronunciar, anunciado, aliás, por mim, e, por simples blague, numa ligeira palestra de bar.

Em tais circunstâncias, já agora que sou compelido a cumprir, embora em parte, a promessa, ou a empresa a que me aventurei, bem inadvertidamente.

Consegui-lo-ei? Dir-no-lo-á, depois vosso julgamento, Senhores Acadêmicos: (1)

Eis o texto sem verbo:

“Onde, agora, os elementos essenciais à consecução da meta em pauta? Ante o fulgor sideral da personalidade de Luís Viana, surpreendente de ilustração e de cultura, onde em mim, a energia espiritual, a força de análise, os recursos de intuição, e, ainda, os documentos imprescindíveis ao estudo e à crítica para o elogio do vitorioso didata?

Onde, em mim, a esta altura de uma existência, sem brilho e sem relevo, portador de um coração já deserto de impulsos criadores e de uma alma já órfã de esperanças, de idealismo e de sonho, a conquista dos clarões mentais, indispensavelmente necessários ao exame de tão preclaro representante da capacidade científica maranhense, das vitórias literárias maranhenses, dos triunfos poéticos maranhenses, sobretudo da extraordinária vocação pedagógica do insigne conterrâneo, tão viva e palpitante, entre as cogitações desse grande vencedor de mil batalhas, nos altiplanos da erudição e da sabedoria?

Por isso mesmo, para quem as solenidades desta noite? Para quem esta reunião dos mais categorizados expoentes do nosso romance, do nosso periodismo, de nossa poesia, de nosso teatro, de todas essas multifárias e luminosas atividades, presentes, sempre, nas elevadas preocupações dos homens de pensamento e de cultura?

Acaso por minha causa, acaso para mim, obscuro combatente de campanhas sem vitórias, para mim, vaga figura sem projeção e sem nome. Além das fronteiras provincianas de nossa terra? Certo de que não. Para quem esta honra grandiosa, tão repleta de beleza espiritual, de encantamento e de sonho? Para mim, para a inútil insignificância do meu nada?

Não ainda, para quem, pois, a homenagem? Para Luís Viana, para o infatigável mestre de sucessivas gerações, para o professor do Instituto de Manguinhos, para o belo cronista de “O Estado de São Paulo”, para o diretor da Instrução Pública da Paraíba, para o catedrático de História Natural do Liceu Maranhense; e, num crescendo (2) incessantemente de funções e de cargos, cada qual mais à altura de nossos louvores, de nossa admiração e de nosso respeito? Para o diretor do Liceu Maranhense, para o idealista e o pioneiro da Escola Normal do Maranhão, para o fundador, logo depois, do colégio de “São Luís”, essa tradicional fonte de educação moral e cívica de nossa mocidade estudiosa”.

Notas de Amaral Raposo:
(1) Conseguiu, pois, a oração fazê-la sem verbo?
(2) “Crescendo”, no caso, é substantivo. Dizem os dicionários: s.m. progressão, gradação.

* Fernando Braga, in “Conversas Vadias” [Toda prosa], antologia de textos do autor.

Uma casa foi construída em Natal, no Rio Grande do Norte, por meio de tecnologia que imprimiu o concreto. A solução, idealizada pela aluna do 9º semestre do curso de Engenharia Elétrica do Uniceub, Juliana de Almeida Martinelli, fez com que a impressão 3D das paredes da casa fosse realizada em apenas 48 horas.

Com a ideia, a estudante de 28 anos foi uma das cinco selecionadas para integrar a Comissão da Juventude do Brics. A futura engenheira embarca para a Rússia no dia 20 de setembro, para participar do evento “Incubadora de Negócios Internacional da Juventude dos Brics”.

A edificação de 66m² conta com os vãos de porta e parede. A tecnologia reduziu os custos da construção, que ficou em torno de R$ 30 o m². De acordo com a estudante de engenharia, esse valor ainda pode ser reduzido. Considerando os acabamentos da casa, o valor total da obra foi estimado em R$ 50 o m².

Juliana Martinelli irá apresentar seu trabalho à frente da InovaHouse3D. A “startup” é focada em impressões em 3D em concreto. O equipamento criado por Juliana produz placas de concreto para facilitar a montagem de casas, com preços mais acessíveis. Além disso, as construções feitas com a impressora são mais limpas, seguras e sustentáveis.

O projeto deu origem a “startup” InovaHouse3D, que iniciou em 2015 com Pesquisa e Desenvolvimento, e evoluiu hoje para uma parceria com a equipe de engenheiros de Natal que desenvolveu a primeira Casa 3D do Brasil.

“O principal impacto do nosso projeto na indústria nacional da construção está na otimização do processo construtivo por meio da industrialização e automação do operacional no canteiro. Essa tecnologia aumenta a previsibilidade da obra, reduz o desperdício de material, melhora a precisão da planta executada e abre espaço para inovação em material e em geometrias de obras”, afirmou a estudante.

Fórum

O Fórum de Juventude do Brics se insere nas 100 reuniões preparatórias, além de 15 reuniões em âmbito ministerial, encontros de altos funcionários, eventos técnicos e atividades nas áreas de cultura, educação e esporte, que antecedem Reunião de Chefes de Estado do Brics, que reúne os chefes de estados desses países.

O evento faz parte de várias iniciativas da agência de juventude da Rússia, tendo em vista a presidência “pro tempore” do Brics exercida pelo país. O governo russo enviou esta lista de iniciativas, e a Secretaria Nacional da Juventude, ligada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, realizou esta ponte entre os organizadores do evento e a sociedade civil.

De acordo com o ministério, Juliana Martinelli foi indicada para o evento por ser fundadora e CEO da InovaHouse3D, a primeira empresa latino-americana a desenvolver uma impressora 3D para a construção civil. A estudante também foi uma das organizadoras do Capítulo Brasília da Singularity University, com a proposta de movimentar os temas de "Cidades, Dados e Pessoas".

A pasta ressaltou que a estudante também esteve presente na lista da Forbes Under 30 Brasil aos 27 anos de idade, na edição de janeiro do ano passado.

Para indicar um estudante, a pasta considera os seguintes critérios:

- que o indicado seja um jovem empreendedor ou que trabalhasse com empreendedorismo voltado ao público jovem;

- que sua atuação tivesse ligação com as novas tecnologias da quarta revolução industrial.

Juliana foi convidada para representar o Brasil por cumprir os requisitos, não produzindo ônus à Administração Pública Federal tendo em vista que a viagem será custeada pelos próprios indicados.

(Fonte: Agência Brasil)

O colunista hoje, neste domingo, uma mistura de sol, de luz e sombra, céu ora azul, límpido, ora cinzento, nuvens escuras lá em cima, denunciadora de chuva, de aguaceiros até, fora, totalmente fora das crises políticas, sociais e militares em que se encontra o país.

Está na contemplatividade de si mesmo, da sua mocidade, da sua juventude e, já agora, da sua velhice, uma velhice que vem chegando aos poucos, deliciosamente aos poucos. Está olhando para si, sua vida. Sua vida na imprensa. Sua vida no magistério maranhense e do Sul do país. Sua vida em versos, no sentimentalismo, no romance e nas suas emoções. Está na iluminação de um Passado cheio de íntimas recordações e está na feérica iluminação deste Presente, com a presença de filho varão que chegou, o segundo de uma série de cinco. Que se encontrava no Rio, no atual Estado da Guanabara, há alguns anos, trabalhando, cavando a vida, vivendo-a com os seus próprios recursos intelectuais, com o fortalecimento das suas reservas morais.

Está o colunista diante dele, olhando-o, matando saudade, abraçando-o, sentindo-o no seu afeto, na grandiosidade deste amor que é amizade, que é fraternidade do espírito e noivado dos corações. E tudo é festa sentimental para o colunista: rever o seu garoto Manuel Henriques, o seu menino de ontem, menino bom, menino pobre da cidade, do chão duro da cidade. O menino que cresceu, que se fez homem, que construiu seu lar. O Menino que já deu para o Pai dois presentes emocionais: um casal de netos! Então, tudo é beleza, tudo é encantamento. Tudo é poesia. Deslumbramento. Paisagem sentimental, romance que se vive com o quadro das íntimas recordações.

E o colunista está olhando para ele. E todo um passado de emoções desponta, desponta neste presente, e tudo tem a valorização de uma existência que tem vivido só, só com tais recordações. E isto dignifica o homem que vive no colunista. Dignifica e o enobrece. No filho, ele encontra a razão da sua existência, da sua vida, da sua luta, dos seus empreendimentos no campo das ideias.

E o Manuel Henriques chegou. O mesmo. O mesmo homem e o mesmo filho. A mesma dedicação. O mesmo sentido de realidade, de independência. Tem personalidade. Vive como quer. Vive a seu modo. Não pode fixar-se na terra natal. Reside no Rio, trabalha no Rio. E tudo nele é uma soma total de energias capazes de, um dia, realizar seus sonhos, firmar-se definitivamente, conquistar uma situação melhor para garantir o futuro de seus filhos.

E o colunista, nesta página, registra este encantamento, esta emoção de o abraçar mais de perto, de o sentir mais perto. E, mais alguns dias, o Manuel Henriques regressará. Deixará a cidade, a cidade onde ele nasceu, onde foi menino, onde foi garoto, onde cresceu para a mocidade. Deixará a terra maravilhosa, cheinha de tradições, deixará a terra, hoje túmulo do seu avô, o inesquecível Nascimento Morais e, amanhã, num dia assim, de sombra, de luz, de sol, de encantamento, será, também, o túmulo de seu Pai. É a vida.

O colunista, hoje, está fora, totalmente fora das crises políticas, sociais e militares que estão ameaçando empurrar o país para uma situação de gravíssimas consequências. O colunista está em festa com a presença do seu filho Manuel Henriques. E é esta a melhor recompensa que os pais têm na vida. Ora se é.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 1º de dezembro de 1963 (domingo)

És ruim, tanto que ruínas na própria ruína.

Tu és escombro, es-com-bro – e, só sofrimento, inda escombras.

... E enquanto ele, em sino toca a vida, sina que ensina,

tu, ora ora..., dás dó: és pó, só, e sombra... e não mais assombras...

* EDMILSON SANCHES