Carreiras ligadas à engenharia lideram o ranking das profissões com maiores salários de admissão no país. Das dez principais ocupações pesquisadas, sete são de engenharia, conforme levantamento nacional divulgado, nessa segunda-feira (17), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
A lista é liderada pela engenharia da computação, que oferece, em média, salário inicial de R$ 13.794. A primeira profissão não relacionada à engenharia que aparece na lista é diretor de espetáculos, na terceira posição, com salário de R$ 11.716. Das 30 principais, 13 são da área de engenharia.
Os maiores salários iniciais são os seguintes:
1º) Engenheiros em computação: R$ 13.794
2º) Engenheiros de minas e afins: R$ 13.055
3º) Diretores de espetáculo e afins: R$ 11.716
4º) Engenheiros químicos e afins: R$ 11.181
5º) Engenheiros mecânicos e afins: R$ 10.838
6º) Geólogos, oceanógrafos, geofísicos e afins: R$ 10.642
7º) Médicos clínicos: R$ 10.071
8º) Engenheiros de produção, qualidade, segurança e afins: R$ 9.960
9º) Pesquisadores de engenharia e tecnologia: R$ 9.708
10º) Engenheiros eletricistas, eletrônicos e afins: R$ 9.489
11º) Engenheiros metalurgistas, de materiais e afins: R$ 9.380
12º) Médicos em medicina diagnóstica e terapêutica: R$ 8.964
13º) Pesquisadores das ciências naturais e exatas: R$ 8.735
14º) Pesquisadores das ciências da saúde: R$ 8.642
15º) Oficiais de máquinas da marinha mercante: R$ 8.609
A Firjan explicou que ficaram fora do ranking os salários de integrantes superiores do Poder Público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas e gerentes “devido à natureza compensatória diferenciada dos cargos de gestão”.
Aumento real
O estudo mostrou que o salário médio de admissão no Brasil, considerando todas as ocupações, registrou expansão real – acima da inflação – de 2% em 2024, alcançando R$ 2.178. Em 2023, o aumento real havia sido de 1,2%, revertendo quedas ocorridas em 2022 (-2,5%) e em 2021 (-4,6%).
De acordo com o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, o aumento real no salário de admissão médio do brasileiro é reflexo do nível baixo de desemprego, que faz os empregados serem mais disputados pelas empresas.
“O mercado de trabalho está aquecido, elevando os salários de admissão”, disse Goulart.
Segundo o levantamento da Firjan, o ano de 2024 terminou com desemprego médio de 6,6%, o menor já registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, a Firjan lembra que o país teve 1,7 milhão de empregos formais – com carteira assinada – criados no ano passado, expansão de 16,5% em relação a 2023.
Setores
Na análise por grandes setores, a indústria tem o maior salário médio de admissão: R$ 2.310. Em seguida, aparece o setor de serviços, com R$ 2.250. Abaixo da média nacional, surgem a agropecuária, com remuneração inicial de R$ 2.011 e o comércio, com R$ 1.926.
A Firjan também fez a análise das áreas com renda inicial de destaque em cada grande setor econômico.
Na indústria, os maiores salários médios iniciais são de extração de petróleo e gás natural (R$ 9.104); atividades de apoio à extração de minerais (R$ 4.908); fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (R$ 4.186); eletricidade, gás e outras utilidades (R$ 4.009) e extração de minerais metálicos (R$ 4.007).
No setor de serviços, o ranking é liderado por atividades de exploração de jogos de azar e apostas (R$ 9.301); organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (R$ 6.801); atividades de serviços financeiros (R$ 5.179); atividades dos serviços de tecnologia da informação (R$ 4.927) e pesquisa e desenvolvimento científico (R$ 4.861).
Na agropecuária, o maior salário inicial está na pesca e aquicultura, R$ 2.113. No comércio, o destaque é o comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas, com R$ 2.267.
SP, DF e RJ no topo
Os pesquisadores da Firjan verificaram que os maiores salários médios de admissão estão em São Paulo (R$ 2.473), no Distrito Federal (R$ 2.284) e no Rio de Janeiro (R$ 2.223).
O tenente-coronel da Polícia Militar Carlos Miranda, mais conhecido por protagonizar a série brasileira O Vigilante Rodoviário, na TV Tupi, morreu na madrugada desta segunda-feira (17), aos 91 anos.
Miranda ficou nacionalmente conhecido ao interpretar o inspetor Carlos nesta série policial que foi exibida nos anos 60. A bordo de uma motocicleta Harley-Davidson ou de um Simca Chambord e sempre acompanhado do cão Lobo, o inspetor Carlos combatia o crime.
“A série, exibida na década de 1960, tornou-se um marco na televisão brasileira, destacando os valores de justiça, bravura e dedicação ao serviço público. A relação entre o vigilante e o Lobo não apenas entretinha, mas também inspirava e educava o público sobre a importância da segurança e do policiamento nas rodovias. Além de seu sucesso na televisão, Carlos Miranda teve uma carreira distinta na Polícia Militar, alcançando a patente de tenente-coronel. Seu comprometimento e ética profissional o tornaram um exemplo a ser seguido por gerações de policiais rodoviários”, diz a nota da Polícia Militar de São Paulo.
O velório de Miranda será sendo realizado nesta tarde no Hall Monumental da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a partir das 15h30. O velório será aberto ao público e ocorrerá até as 9h de amanhã (18). O corpo do ator será enterrado amanhã nesta terça-feira (18) no Mausoléu da Polícia Militar no Cemitério do Araçá, na capital paulista.
Os participantes da segunda etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2024/2 têm até às 23h59 (horário de Brasília) desta segunda-feira (17) para entrar com recurso sobre o resultado preliminar da prova de habilidades clínicas.
Os resultados preliminares foram disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na quinta-feira (13). Com isso, o participante que discordar do resultado poderá analisar os procedimentos e, se for o caso, entrar com recurso administrativo.
Após a análise de possíveis recursos dos candidatos, o resultado final da segunda etapa do Revalida 2024/2 será publicado em 21 de março.
Revalida
O Revalida avalia profissionais formados em medicina fora do Brasil que querem exercer a profissão em território nacional. O objetivo do exame é garantir a qualidade do atendimento médico prestado no Brasil, tanto por estrangeiros como por brasileiros que estudaram no exterior,
Desde 2011, o exame que autoriza aos aprovados ter o diploma revalidado no Brasil é aplicado pelo Inep, enquanto a revalidação é de responsabilidade das universidades públicas do Brasil que aderiram ao exame.
Anualmente, as provas são divididas em duas etapas (teórica e prática), que abordam, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, e medicina da família e comunidade (saúde coletiva).
EXISTEM CRIMES DE IMPRENSA E EXISTEM CRIMES COM A IMPRENSA
– A Imprensa não é mais o “Quarto Poder”. É, tão-só e miseravelmente, o quarto (de despejo) do Poder.
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Jornalistas costumam dizer que a Imprensa é uma arma. Usada assim, de forma abjeta, antiprofissional, ela até pode ferir a quem se deseja ferir, mas levará juntas outras vítimas: o jornalismo e o jornalista.
Quem faz da Imprensa uma arma de injustiças, favorecimentos e mau-caratismo, torna-se sua primeira vítima.
Existem crimes DE Imprensa e existem crimes COM a Imprensa. Neste caso, o jornalista que faz ou compactua com isso, vai além do crime: ele comete suicídio. Um suicídio lento, visceral, registrado indelevelmente nas páginas impressas e na consciência expressa. Quando a tem.
*
O jornalista é o profissional mais competente para fazer crescer ou para diminuir o jornalismo. Uma questão de opção. E vergonha.
No dia 16 de fevereiro, Dia do Repórter, em diversos lugares e calendários, se a data estiver assinalada de vermelho... é de vergonha. E se estiver de preto, é de luto.
Em qualquer situação: pêsames.
A Imprensa, nesses lugares, caiu de quatro. Não é mais o “Quarto Poder”.
É, tão-só e miseravelmente, o quarto (de despejo) do Poder.
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(Trechos do texto "QUARTO PODER OU QUARTO DO PODER?", de Edmilson Sanches, escrito há décadas. Para receber o texto integral, basta solicitar e informar os dados necessários para ser encaminhado o arquivo digital (PDF) via Facebook, Messenger, “e-mail” ou WhatsApp.)
* EDMILSON SANCHES
Fotos:
Edmilson Sanches, jornalista, em tempos e lugares diversos, entrevistado por colegas jornalistas, entre os quais Raílson Lima / Sabrina Chamorro (fotografia), Raimundo Primeiro, Luís Brasília, José Filho. E com os repórteres André Dusek (repórter fotográfico de "O Estado de São Paulo"), Ricardo Leoni ("O Globo"), Jair ("Jornal do Brasil") e Leonel Rocha ("O Estado de São Paulo").
A comemoração foi tripla quando o resultado do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) foi divulgado. Francisco de Assis, Daiana dos Santos, a esposa, e Elisângela de Assis, a irmã, foram aprovados para vagas na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Os irmãos são da etnia Pankararu, e Daiana é da etnia Atikum-Umã..
“A felicidade na família foi grande. Os três aprovados nas vagas imediatas para o órgão que nos assiste. Queremos a reestruturação da Funai, a gente luta no movimento há muito tempo”, disse Francisco.
De acordo com a própria Funai, é a primeira vez que um concurso para o órgão é realizado com reserva de vagas para indígenas. Do total das 502 vagas ofertadas, 30% devem ser preenchidas por candidatos indígenas. O objetivo é garantir maior diversidade e inclusão, além de fortalecer o órgão. Segundo a Funai, 9.339 indígenas se inscreveram para as provas que ocorreram no dia 18 de agosto de 2024.
Francisco Manoel de Assis Filho
Francisco ficou em primeiro lugar para indigenista especializado - engenheiro agrônomo. Ele está finalizando o doutorado e atualmente trabalha como extensionista rural no Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Para ele, a aprovação na Funai significa muito mais do que apenas assumir um cargo público.
“A gente é do movimento indígena, sabe das reivindicações, conhece a realidade da Funai. Não é uma questão de apenas se tornar um servidor público federal, mas de contribuir com a entidade que, de fato, nos assiste, e que é competente para todos os pleitos”, disse.
A expectativa agora é “tentar ajudar no que for possível, dentro da nossa área de expertise, ralar diariamente e dar o melhor de nós.”.
Anos de estudo
A família vive em uma área - Taboa Pankararu - que fica entre Petrolândia (PE) e a Aldeia Brejinho da Serra, e onde Francisco é uma das lideranças. Da aldeia para cidade de Petrolândia são cerca de 18 km.
Daiana, esposa de Francisco, foi aprovada em 43º lugar como indigenista especializada – qualquer área do conhecimento. “Sinceramente, ainda não caiu a ficha mesmo tendo visto o resultado, tanto que nem divulguei ainda”, afirmou.
Daiana Gonçalves dos Santos
Ela é bacharel em enfermagem e especialista em saúde indígena. “Muitas comunidades estão desassistidas por falta de pessoal. Por já ter experiência em saúde indígena e amar trabalhar junto às nossas comunidades tive a certeza que, sendo servidora da Funai, estarei durante toda minha vida profissional trabalhando com o que me faz feliz, ajudando meu povo e meus parentes indígenas, independente da etnia que trabalhare..”
O casal tem um filho de 4 anos e aguarda agora a convocação e a definição de onde irão trabalhar. Eles esperam poder ficar próximos à aldeia e à família.
Elisângela Silva de Assis
Uma integrante da família também estará no mesmo órgão, Elisângela, que é irmã de Francisco e mora ao lado do casal em Petrolândia. Assim como o irmão, ela foi aprovada para a vaga de indigenista especializada - engenheira agrônoma, e ficou em quinto lugar. “Foi gratificante, pois além de poder exercer a profissão de formação no órgão que nos assiste, poderei ajudar nosso povo e os parentes. Fiquei feliz em ver o resultado de anos dedicados ao estudo, a agricultura e ao nosso povo”, diz.
Bacharel em engenharia agronômica, ela acredita que foi o conhecimento adquirido ao longo da carreira que possibilitou sua aprovação. “Procuro sempre estar atualizada na minha área profissional e em todas atualidades, pois o conhecimento é a única coisa que ninguém vai tirar de você, além de ser transformador de vidas”.
A Funai é especial para Elisângela.
“É o órgão que nos representa, que nos assiste enquanto indígenas, garante a preservação dos nossos territórios, cultura, costumes, modo de vida de cada povo indígena do país. Escolhi a Funai com o intuito de trabalhar em prol do meu povo e dos parentes de outras etnias, ajudando na reestruturação da mesma, que é vital para garantir nossos direitos”.
Reestruturação da Funai
A Funai passa por um processo de reestruturação após o governo de Jair Bolsonaro. Nesse período, a fundação perdeu capacidade de atuação e recebeu críticas sobre posicionamentos que não eram favoráveis aos povos indígenas.
Em 2023, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a Funai chegou até mesmo a pedir desculpas às famílias do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, assassinados em junho de 2022 no Vale do Javari, no Amazonas, por nota divulgada pelo órgão no mesmo mês. Segundo a própria Funai, a nota ameaçava a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) de processo judicial e trazia uma série de inverdades contra Bruno e Dom.
Em 2024, foi instituído um grupo de trabalho (GT) para a reestruturação do órgão e dos cargos. Segundo a Fundação é a primeira vez, em 56 anos de que um grupo de trabalho instituído com essa finalidade é composto por servidores da Funai, representantes do Ministério dos Povos Indígenas, de organizações indígenas e entidades sindicais que representam os servidores.
Cadastro reserva
Ezaul Santos
Para Ezaul Santos, da etnia Nukini, em Mâncio Lima (AC), a convocação dos indígenas vai ajudar a transformar a Funai.
“Foi muito importante essa briga pelo espaço, até para os próprios indígenas poderem ocupar um espaço que é seu. Um espaço para trabalhar com as pessoas das suas aldeias, as pessoas da sua região. Quem conhece as nossas regiões, quem conhece nossas aldeias, somos nós”, ressaltou.
Ezaul, que é graduado em nutrição e ciências ficou em 57º lugar para indigenista especializada – qualquer área do conhecimento, o que o colocou no cadastro reserva. Atualmente ele trabalha no Distrito Sanitário Especial de Saúde de Indígenas Alto Rio Juruá, do Ministério da Saúde.
“Com certeza está entrando uma galera muito capacitada, indígenas muito capacitados que tiveram que sair de suas aldeias para fazer sua graduação, que hoje vão estar dando retorno ao serviço público federal”.
Ezaul e os demais classificados dentro do cadastro reserva estão se mobilizando pela convocação. Eles defendem que a Funai precisa dos funcionários, como ficou provado no trabalho realizado pelo GT. “O cadastro de reserva vai ser muito importante porque apenas as vagas oferecidas não vão suprir nem a metade da demanda apresentada hoje pela instituição”.
A vida escolar de cerca de 47 milhões de estudantes do ensino fundamental e do ensino médio mudou radicalmente no ano letivo que acabou de iniciar. Conforme a Lei nº 15.100/2025, eles estão proibidos de usar “aparelhos eletrônicos portáteis pessoais durante a aula, o recreio ou intervalos entre as aulas, para todas as etapas da educação básica”.
Para Danilo Cabral, 16 anos, estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio Galois em Brasília, a medida exige mudança de comportamento. Vai alterar, por exemplo, a comunicação com a mãe ou com o pai. “Às vezes, no meio da manhã, eu decido que vou almoçar na escola, e fica um pouco mais difícil avisar aos meus pais”.
Apesar do empecilho, Danilo acha que “é só uma questão de adaptação mesmo” e que vai ser “muito benéfico”, porque “para prestar atenção nas aulas, a gente não pode mexer no celular”, admite cerca de dez dias depois da volta às aulas.
Joana Chiaretto
Joana Chiaretto, da mesma turma que Danilo e também com 16 anos, percebe “mudanças muito positivas” no pátio da escola. “Antes, a gente via todo mundo no próprio celular. Sem conversar, nem nada, os grupinhos separados. Agora, a gente vê um grupão de meninas jogando carta. A gente vê as pessoas conversando mais. Aqui na escola, todo mundo está trazendo jogos”, conta com entusiasmo.
Para ela, “as pessoas são muito viciadas no celular”. E, entre os mais jovens, “é muito difícil. Chega a dar aquela angústia, de querer pegar o celular, de ligar pra alguém ou mandar uma mensagem”.
Sem fotos do quadro
A visão crítica dos dois adolescentes sobre o uso de celular no colégio e os benefícios da proibição são compartilhados por seus professores. “Melhorou muito no quesito entrosamento dos alunos. Eles têm que conviver juntos de novo”, ressalta Victor Maciel, professor de biologia do ensino médio.
O professor observa que, sem o celular, “os alunos não tiram mais fotos do quadro” e, mais atentos, perguntam mais, tiram dúvidas e aprendem mais. “Eles têm que estar mais focados agora. A aula fica mais interessante para eles. Porque sabem que não vão ter tanta facilidade depois para conseguir aquele conteúdo”.
Patrícia Belezia, coordenadora do ensino médio no Galois, também apoia a decisão. Ela se recorda de que, em ano anterior, a escola flagrou alunos jogando no celular inclusive em plataforma de apostas, “muitos viciados no jogo do tigrinho e em pôquer eletrônico. Eles faziam apostas entre eles.” Como o exemplo é uma forma de educar, a coordenadora destaca que a restrição aos celulares na escola é para todos. Se estende aos funcionários e aos professores.
Dulcinéia Marques
Dulcineia Marques, sócia-fundadora do colégio, acha que “ganhou um presentão” com a lei aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República. Para ela, o aparelho celular pode ser um marcador de desigualdades sociais em razão do modelo e do pacote de dados.
Ao seu ver, essas distinções distorcem o espírito das escolas que exigem o uso de uniforme igual para todos, que tem um propósito. “É o jeito de educar esses meninos. É assim para igualar as crianças e adolescentes. Para não trazer para dentro da escola o poder aquisitivo que os diferenciam pelos tênis e marcas de roupa”.
Projeto pedagógico
A escola de Dulcineia Marques, no Plano Piloto, atende a 1.198 meninos e meninas das quatro séries finais do ensino fundamental e dos três anos do ensino médio. A 32 quilômetros dali, em Ceilândia, no Centro Educacional n° 11, o diretor Francisco Gadelha atende a 1.512 estudantes dessas séries e também homens e mulheres de 18 a 60 anos do ensino de jovens e adultos (EJA). O diretor também faz elogios à proibição dos celulares.
“No começo, eu era contrário à lei, por entender que o celular é uma ferramenta tecnológica. Mas agora estou observando em poucos dias como está sendo benéfico inclusive no comportamento. A gente está tendo menos brigas, menos situações de bullying”.
Gadelha está aproveitando a entrada em vigor da Lei nº 15.100/2025 para provocar a reflexão dos alunos e dos professores. Na preparação do ano letivo, a escola adotou o livro “A geração ansiosa: como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais”, do psicólogo social Jonathan Haidt, como referência para a criação de um projeto pedagógico em andamento.
Segundo ele, os três primeiros dias de aula no período diurno foram “cansativos” porque teve de guardar na escola 15 celulares que os alunos trouxeram de casa. Os aparelhos foram devolvidos aos responsáveis pelos estudantes. Apesar da escola retirar o telefone dos alunos, apenas um pai reclamou. “Em regra, os pais estão gostando muito”, avalia o diretor.
Além da direção da escola durante o dia, Francisco Gadelha ainda leciona para adultos no período noturno. De acordo com ele, a proibição do celular “é mais difícil no EJA, porque os adultos estão mais viciados do que as crianças”. Com eles, a escola propõe um termo colaborativo para manter os aparelhos longe das salas de aula.
Uso consciente
Para Luiz Fernando Dimarzio, analista pedagógico da Ctrl+Play, uma escola de tecnologia para crianças e adolescentes em cidades do Estado de São Paulo, a lei que proíbe celulares é “polêmica”, pois “a questão do permitir ou proibir é acabar indo muito nos extremos”.
Dimarzio opina que é preciso buscar “como que a gente pode utilizar isso de forma saudável, e ensinar o uso consciente da coisa. Eu fico pensando, será que, de repente, definir momentos específicos para uso? Para uma pesquisa, tem inúmeros aplicativos educacionais, né? Será que, de repente, definir momentos específicos para o uso não seria mais interessante?”.
Em suas indagações, o analista pedagógico lembra que a lei faculta o uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula “para fins estritamente pedagógicos ou didáticos, conforme orientação dos profissionais de educação”.
Victor Freitas Vicente, coordenador de educação do Instituto Felipe Neto, avalia que havia um clamor no país pela adoção da lei contra os celulares nas escolas “e que a proibição pode ser um passo importante no contexto de ambientes digitais cada vez mais tóxicos”.
Ele, no entanto, pondera que “a escola não é um jardim murado. Ela é um polo conectado com os desafios da sociedade” e, nesse sentido, “precisa preparar as novas gerações para os desafios que as tecnologias digitais estão colocando, não só em relação ao comportamento, mas em relação a uma nova ordem econômica, a inteligência artificial”.
O coordenador também defende os resultados da proibição do celular sejam avaliados em pesquisas sobre aprendizagem, e que seja implantada a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas comunidades escolares, que ainda não têm regulamentação definindo as regras práticas para adoção nos diferentes sistemas de educação brasileiros. Além disso, ele é a favor de que o Congresso Nacional retome a elaboração da lei sobre funcionamento das redes sociais.
Redes sociais
Thessa Guimarães, presidenta do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF) considera “fundamental tirar da gaveta projetos de lei que contribuam para a regulação das redes sociais, compreendendo que hoje a nossa vida atravessa as redes sociais”. Ela ressalta que, por causa das redes sociais, “um dispositivo eletrônico é uma porta aberta a toda a produção humana que existe, inclusive a produção de discursos de ódio, a produção de difusão de métodos de auto-lesão e de suicídio”.
Raquel Guzzo, pesquisadora e professora titular de Psicologia na PUC de Campinas, considera que as redes sociais, acessadas principalmente por meio de celulares, “têm um impacto significativo na autoestima e na percepção de si mesmos entre adolescentes, que podem se sentir pressionados a corresponder a padrões irreais de comportamento e estética”.
Ela lembra que as redes sociais “são projetadas para maximizar o tempo que os usuários passam nelas, utilizando algoritmos que promovem o engajamento contínuo.” No entanto, “outros recursos do celular, como jogos e aplicativos, também podem contribuir para a dependência, especialmente quando usados excessivamente”.
Linguagem comprometida
A psicopedagoga Gabriela de Martin, especialista em saúde mental pela UFRJ, avalia que a linguagem utilizada pelos mais jovens e os recursos para a escrita nos celulares também são comprometedores da linguagem e podem gerar barreiras quando forem buscar trabalho.
Gabriela de Martin tem experiência com a colocação profissional de jovens aprendizes (14 a 18 anos) no mercado de trabalho, mas enfrenta, no entanto, “imensa dificuldade, porque os meninos nessa faixa etária estão analfabetos”.
“Temos uma linguagem usada nos aplicativos de mensagem que não têm palavras por inteiro, cheia de erros de pontuação. Muitas vezes é o próprio teclado que vai criando o texto. Eu já vi muita gente que chega com 16, 17 anos sem capacidade de formular uma resposta”, lamenta Gabriela.
Totalmente favorável à proibição dos celulares nas escolas, a presidenta do CRP-DF, Thessa Guimarães, alerta para os riscos de crise de abstinência pela ausência do celular, com efeitos físicos e psíquicos, que pode acontecer “na ausência de qualquer droga, lícita ou ilícita, na ausência de um companheiro amado a partir de uma separação, ou na ausência de um dispositivo que se tornou a centralidade da vida daquela criança e daquele adolescente”.
Em caso de síndrome, Thessa Guimarães recomenda apoio familiar e busca de profissional qualificado para atendimento psicológico e “naturalmente, a substituição progressiva da centralidade daquele dispositivo por mais comunhão familiar e participação em atividades paradidáticas, extracurriculares”.
“É preciso povoar a vida dessa criança e desse adolescente de novos interesses e de novas aberturas, para que ela possa se recuperar do vício e explorar outras potencialidades”.
As vagas autorizadas para cinco cargos da Polícia Federal são:
· 120 para o cargo de delegado;
· 69 para perito criminal federal;
· 630 vagas para agente
· 160 para escrivão;
· 21 para papiloscopista.
Inscrições
O prazo para a publicação do edital de abertura de inscrições para o concurso público será de até seis meses, ou seja, até agosto, contados da publicação da portaria nessa sexta-feira. O documento é assinado pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues.
Em publicação na rede social X, a corporação avisa que foi autorizado o concurso para a carreira administrativa. No fim de janeiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou a realização de um novo concurso da Polícia Federal para preenchimento de duas mil novas vagas, ampliando o número de integrantes da corporação de 13 mil para 15 mil policiais.
Na ocasião, Lewandowski previu que a entrada efetiva dos aprovados no concurso público deve ocorrer até o fim deste ano ou em 2026.
O resultado final das provas discursivas do Concurso Público Nacional Unificado da Justiça Eleitoral, para o cargo de analista judiciário, foi publicado no Diário Oficial da União.
Os candidatos que concorreram às vagas reservadas a pessoas com deficiência (PCD) terão que fazer a avaliação biopsicossocial. Os autodeclarados negros e indígenas vão passar pelo procedimento de heteroidentificação.
A etapa serve para verificar se o candidato se encaixa nas cotas reservadas a pessoas negras (pretos e pardos) e indígenas com objetivo impedir fraudes e garantir que as vagas sejam ocupadas por aqueles que realmente se enquadram nesses grupos.
O concurso ofereceu 412 vagas, distribuídas entre os 26 tribunais regionais eleitorais (TRE) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo 126 para o cargo de analista judiciário e 286 para técnico judiciário. Haverá, ainda, formação de cadastro reserva.
A remuneração mensal varia de R$ 8.529,65 a R$ 13.994,78, conforme o cargo de admissão. A jornada de trabalho será de 40 horas semanais.
As nomeações estão previstas para julho deste ano, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A segunda etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis, evento chancelado pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM), entidade que representa oficialmente a modalidade no Estado, teve início na noite dessa quinta-feira (13) com a realização das disputas das categorias por idade. Após duelos acirrados e emocionantes, foram definidos as duplas campeãs em cinco categorias: 30+, 40+ e 50+ Masculino, além do 30+ e 40+ Feminino. Todas as partidas ocorreram na Arena Premium do Golden Shopping, em São Luís.
No Feminino, a dupla campeã da categoria 30+ foi formada por Alessandra Medeiros e Kayuri Costa, que já haviam sido as vencedoras do Duna Open no mês passado, evento que abriu oficialmente a temporada 2025 do beach tennis no Maranhão. Desta vez, Alessandra Medeiros e Kayuri Costa derrotaram Larissa Lassance e Ludimila Araújo por 6 a 4.
Já na categoria 40+ Feminino, o título ficou com Milena Barros e Roberta Bastos. Na decisão, elas venceram Mara Berti e Paty Monte por 6 a 2 e subiram no lugar mais alto do pódio.
Quem também comemorou o título na segunda etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis, mas na categoria 30+ Masculino, foi a dupla Alebaram Cavalo/André Barreto, que superou Manoel Souza/Roberto Rocha Jr em uma partida decidida somente no tie-break: 7 a 6. Já no 40+ Masculino, Neto Martins e Thiago Perez derrotaram Igor Quartin e Joaquim Filho e ficaram o título.
Na última final do primeiro dia de disputas, Henrique Filho e Marcelo Moreira sagram-se campeões da categoria 50+ Masculino ao derrotarem José Martins e Jurandir Paixão na decisão. A dupla vencedora somou pontos importantes no ranking estadual, principalmente após terem conquistado o vice-campeonato na etapa passada.
Programação
Ao todo, 400 atletas estão na disputa desta segunda etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis. Os jogos tiveram início na quinta-feira (13) com os duelos das categorias por idade. A programação oficial da competição será encerrada somente no domingo (16). A partir das 8h, vão ocorrer as semifinais e finais das categorias de gênero (A, B, C e D) na Arena Premium do Golden Shopping, em São Luís.
Além dos troféus de campeões, estará em disputa pontos para os ranking estadual e nacional da modalidade. A pontuação será utilizada pela FBTM para definir o Time Maranhão que irá representar o Estado no Campeonato Norte-Nordeste de Beach Tennis. Em 2025, o torneio será realizado no mês de maio na cidade de Recife (PE).
Além de atletas de São Luís, o torneio conta com a participação de competidores de várias cidades maranhenses. Jogadores de Imperatriz, Pedreiras, Presidente Dutra, Bacabal, Codó, Santa Inês, Lago da Pedra, Barra do Corda e Caxias também estão na disputa.
Outras etapas
De acordo com o calendário divulgado pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM), serão promovidas pela entidade que representa oficialmente a modalidade no Estado, outras sete etapas do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis. As cidades de São Luís, Imperatriz, Bacabal e Santo Amaro vão sediar torneios ao longo de 2025.
Outras informações sobre Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis 2025 estão disponíveis no Instagram oficial da Federação de Beach Tennis do Maranhão (@maranhaobeachtennis).
RESULTADOS DAS 2ª ETAPA DO MARANHENSE OFICIAL
Dupla Feminina 30+
Alessandra Medeiros / Kayuri Costa
Larissa Lassance / Ludimila Araújo
Dupla Feminina 40+
Milena Barros / Roberta Bastos
Mara Berti / Paty Monte
Dupla Masculina 30+
Alebaram Cavalo / André Barreto
Manoel Souza / Roberto Rocha Jr
Dupla Masculina 40+
Neto Martins / Thiago Perez
Igor Quartin / Joaquim Filho
Dupla Masculina 50+
Henrique Filho / Marcelo Moreira
José Martins / Jurandir Paixão
PROGRAMAÇÃO DE JOGOS
Sexta-feira (14/2) / Arena Premium do Golden Shopping
A partir das 16h – Categorias mistas
Sábado (15/2) / Arena Premium do Golden Shopping
A partir das 8h – Categorias de gênero
Domingo (16/2) / Arena Premium do Golden Shopping
A partir das 8h – Semifinais e finais das categorias de gênero (A, B, C e D)
O cineasta Cacá Diegues (foto) - Carlos José Fontes Diegues - morreu nesta sexta-feira (14) aos 84 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL). A morte foi em decorrência de complicações causadas por uma cirurgia.
Um dos precursores do movimento artístico Cinema Novo, Carlos Diegues nasceu em 19 de maio de 1940, em Maceió (AL), e mudou-se para o Rio de Janeiro, com a família, aos seis anos de idade.
Começou no cinema quando ainda estava no Diretório Estudantil da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), onde fundou um cineclube e passou a fazer produções cinematográficas amadoras, junto com colegas como Arnaldo Jabor.
O cineclube foi um dos núcleos de fundação do Cinema Novo, movimento inspirado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, e marcado pelas críticas políticas e sociais, principalmente durante a ditadura militar.
Produção
Entre suas produções dentro do movimento, destacam-se Ganga Zumba (1964), A Grande Cidade (1966) e Os Herdeiros (1969). Em 1969, deixou o Brasil e foi morar na Europa, por ter participado da resistência intelectual e política à ditadura. Ao retornar, na década de 70, dirigiu Quando o Carnaval Chegar (1972), Joanna Francesa (1973), Xica da Silva (1976), Chuvas de Verão (1978) e Bye Bye, Brasil (1980).
No período de retomada do cinema brasileiro, lançou Tieta do Agreste (1996), Orfeu (1999) e Deus é Brasileiro (2002). O Grande Circo Místico (2018) foi seu último lançamento como diretor.
Ao longo de sua carreira, conquistou prêmios em inúmeros festivais nacionais e internacionais. Em 2018, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras na vaga de Nelson Pereira dos Santos.
“Sua obra equilibrou popularidade e profundidade artística, abordando temas sociais e culturais com sensibilidade. Durante a ditadura militar, viveu no exílio, mantendo-se sempre ativo no debate sobre política, cultura e cinema. A ABL expressa solidariedade à esposa, Renata Almeida Magalhães e aos filhos”, informou a ABL, por meio de nota divulgada em suas rede sociais.