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O Perseverance, sonda marciana de última geração da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, foi lançada do Cabo Canaveral, na Flórida, em um foguete Atlas 5, nesta quinta-feira (30), em uma missão de US$ 2,4 bilhões para procurar vestígios de uma possível vida passada no planeta vizinho da Terra.

A sonda robótica de seis rodas do tamanho de um carro também deve levar um mini-helicóptero para Marte e testar equipamentos para futuras missões com humanos no planeta. A expectativa é que a sonda chegue a Marte em fevereiro.

A sonda ganhou o céu claro e ensolarado depois de ser lançada na estação da Força Aérea dos EUA em Cabo Canaveral, na Flórida, às 7h50 (horário local, 8h50 em Brasília) com condições climáticas quentes no topo de um foguete Atlas 5 do empreendimento conjunto United Launch Alliance (ULA) da Boeing-Lockheed.

Esta é a nona missão da Nasa à superfície de Marte.

“Estou tão aliviado”, disse o chefe da divisão científica da Nasa, Thomas Zurbuchen, durante a transmissão ao vivo que a agência espacial fez do lançamento, acrescentando que tudo parece bem.

“É realmente como a chave de um monte de novas pesquisas que vamos fazer e que está concentrada na pergunta... há vida lá?", afirmou.

O Perseverance deve pousar na base de uma cratera de 250 metros de profundidade chamada Jezero, que foi um lago 3,5 bilhões de anos atrás e que cientistas suspeitam conter indícios de vida microbiana extinta em Marte. Há tempos, eles debatem se o planeta, que já foi muito mais hospitaleiro, já abrigou vida.

(Fonte: Agência Brasil)

RESUMO:
I) O jornal “O Povo”, de Fortaleza (CE), iniciou, em 28/1/2020, a publicação de uma reportagem em série sobre a expedição científica que percorreu o Estado a partir de 1859. O advogado, escritor e etnólogo Antônio Gonçalves Dias, maranhense de Caxias, fez parte da expedição, como um dos “cinco chefes” (como ele próprio escreveu), responsável pelos estudos sobre as populações indígenas, negras e sertanejas e pela redação do texto (“narrativa”) da viagem.

II) Além desses caminhos expedicionários, por onde mais Gonçalves Dias andou? A primeira listagem de cidades, Estados e países por onde o Poeta caxiense esteve.

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O jornal “O Povo”, de Fortaleza (CE), em extensa reportagem publicada em 28 de janeiro de 2020, trata da famosa Imperial Expedição Científica de Exploração ao norte do Brasil, que teve, entre seus principais nomes (cinco ao todo), nosso conterrâneo caxiense Antônio Gonçalves Dias (sim, o famoso poeta, também advogado, etnólogo, tupinólogo, dramaturgo), que era responsável pelos estudos etnográficos e por toda a narrativa da viagem. (Eduardo Henrique Barbosa de Vasconcelos, professor do curso de História da Universidade Estadual de Goiás, escreveu um artigo com o nome “Gonçalves Dias e a Seção Etnográfica e Narrativa da Comissão Científica de Exploração (1859-1861)”).

A Expedição era um sonho do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB), que, em 1856, ouvira um marcante discurso de um de seus membros, o cientista Manuel Ferreira Lagos. Lagos, botânico, clamava por pesquisas e produções científicas feitas por brasileiros, sobretudo nas regiões menos visitadas, e reclamava de diversos estudos e explorações realizados por estrangeiros, os quais cometiam erros tamanhos. O próprio Gonçalves Dias, na “Parte Histórica” do seu livro-relato “Trabalhos da Comissão Científica de Exploração” (1862) informava, introdutoriamente, que “já acontecia que a terra de Santa Cruz era melhor estudada e apreciada nas viagens e relações dos escritores estrangeiros do que nas memórias dos nossos antepassados”. Um parágrafo depois, o notável caxiense observa que “os estrangeiros têm tido nem só ampla faculdade de visitá-lo [ao Brasil], pois não carecem de solicitar permissão para isso, como auxílio, recomendação, proteção e favores do nosso governo [...]”. Logo adiante, no mesmo parágrafo, o relator oficial da Expedição ressublinha, em aposto: “[...] aquele fato singular que no princípio assinalamos – de ser o Brasil mais e melhor conhecido pelos estranhos do que pelos nossos – se conserva no mesmo pé”. E finaliza o parágrafo, como quem lamenta ou alerta: “Precisamos estudar o Brasil nos autores estrangeiros, consultamos as suas cartas marítimas até na nossa navegação de cabotagem [aquela feita perto do litoral, com terras à vista], e mesmo na apreciação política dos acontecimentos remotos ou recentes da nossa história o estrangeiro como que tem, na opinião pública, entre nós a primazia, e leva a palma [...]”.

Deu-se que, para ser alvo dos estudos, o Ceará foi o escolhido – tanto que a Expedição também ficou conhecida como “Comissão Científica do Ceará”.

Por que o Ceará? Corriam rumores, boatos, estórias dando conta de que havia muito minério de valor, sobretudo ouro, no território cearense. (Um artigo de Paulo César dos Santos, como mestrando em História Social da Universidade Federal do Ceará, traz no título: “O Ouro é Nosso: Comissão Científica de Exploração de 1859 e as Lendas sobre Ouro no Ceará”).

Sobre essas pretensas riquezas minerais cearenses, Gonçalves Dias registrou, no seu relato, que estava “contribuindo não pouco para essa resolução [escolher o Ceará] a crença geralmente aceita de ser o solo do Ceará por ventura o mais metalífero de todo o Brasil”. Exemplifica Gonçalves Dias que “a obra de um escritor”, “filho do Ceará [Francisco Telles de Menezes, padre], mais talvez que nenhuma outra causa concorreu para propagar-se aquela opinião entre os cearenses e passar deles a todos os brasileiros”. Gonçalves Dias chega a anotar que “o autor não soube achar nenhum outro meio de engrandecer a sua terra senão anunciando pomposamente ricas minas, indícios de tesouros ocultos [...] e curiosidades maravilhosas [...]”.

Como se lê, os muitos ditos e escritos “auríferos” conduziram a famosa Expedição ao Ceará e a alguns Estados vizinhos. Mas, como se confirmou depois, de amarelo mesmo só as tonalidades da fauna, da flora... e dos dentes pálidos entremostrados nos sorrisos açafroados dos que, vivos, robusteceram as lendas e, assim, induziram a decisão...

No frigir dos ovos – também eles parte amarelos... –, fez-se do limão uma limonada e o que não se descobriu de riquezas minerais reverteu-se para riquezas talvez bem maiores e melhores: a fortuna faunística, com fecundidade de insetos e outros bichos; o fastuoso da Botânica, com suas plantas e outros vegetais; e a profusão de outras preciosidades do reino dos seres vivos, que tornam, ainda hoje, o Ceará um dos luxos brasileiros em espécies endêmicas, próprias, singulares, únicas...

Muita coisa foi coletada. Muito texto foi escrito. E muitos estudos depois, ao correr dos 160 anos da Expedição, também foram e são gerados. E, apesar disso, a Expedição ficou também conhecida – e até lhe criaram nomes... – em razão de episódios que envolveram galanteria, sedução e, diz-se, “defloramentos”, em conjunções carnais impróprias (para ser ameno), bem como o muito conhecido “imbróglio” dos dromedários ou camelos, 14 deles, trazidos da Argélia para, com a sabida capacidade de resistência deles, enfrentar travessias pelo cálido sertão, conduzindo cargas e gentes – e que foi um fracasso, tendo-se devolvido os animais, exceto um, que, ferido, morreu.

O nome de Gonçalves Dias foi mencionado. Em ambos os casos. Ele permaneceu no Ceará ano e meio, de fevereiro de 1859 a agosto de 1860.

Sobre a questão camelídea, pelo menos, o famoso poeta atesta que nada teve a ver. Escrevendo do Ceará para seu sogro, Cláudio Luís da Costa, em 20 de abril de 1859, Gonçalves Dias relata o episódio dos “camelos” (não escreveu “dromedários”). Ele registrou que os bichos tinham “andar incômodo” e, por isso, conta o caxiense: “– deixei-os”.

Um dos camelos/dromedários, segundo nosso Conterrâneo, “quebrou a perna” (diferente do pouco específico “pata ferida” da reportagem de “O Povo”). O incidente ocorreu “meses depois” da participação de Gonçalves Dias como passageiro dos animais. Na época do incidente, os dromedários estavam levando cargas.

Também nessa época, houve desentendimentos com Gonçalves Dias a partir de uma autoridade (parece que o presidente da Província cearense). O maranhense disse, em outros termos, que não deixou barato. Na escrita dele: "[...] eu suporto tudo, exceto que me cheire a desaforo. [...]".

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Reportagens como essa da série de “O Povo” (jornal que li muito quando morei e trabalhei em Fortaleza), resgatam-me um dos muitos sonhos que tenho: desenvolver uma espécie de “pesquisa GPS”, para registrar os diversos pontos geográficos (cidades, Estados, países) onde estiveram nossos talentosos Conterrâneos e, nesses pontos, buscar-lhes os registros relacionados a esses caxienses – o que eles escreveram e o que escreveram sobre eles; documentos em estabelecimentos de ensino, entidades de classe, órgãos públicos etc. Tudo visando a “remontar” e enriquecer, ainda mais, a biografia desses maranhenses...

Gonçalves Dias... Coelho Netto... João Mendes de Almeida... Teixeira Mendes... Aderson Ferro... Celso Menezes... Theodoro Ribeiro Junior... Ubirajara Fidalgo... Vespasiano Ramos... João de Deus do Rêgo... Teófilo Dias... César Marques... Elpídio Pereira... João Lopes de Carvalho... Manoel Caetano Bandeira de Mello... Rodrigues Marques... Adaílton Medeiros... Berredo de Menezes... Armando Maranhão... João Christino Cruz... Sinval Odorico de Moura... Andresa Ramos... Leonildes Macedo Castelo Branco Nascimento (Indinha Castelo Branco)... Joaquim Antônio Cruz... Francisco das Chagas Oliveira Luz... Cândido José Ribeiro... Dona Francisca do Lindô (Maria Francisca Pereira da Silva)... José Murilo Martins... Joaquim José de Campos Costa Medeiros e Albuquerque... Déo Silva... Cid Teixeira de Abreu... Joaquim José da Silva Maçarona... e muitos outros (para citar apenas caxienses) são nomes, em sua maioria, que frequentaram outros espaços geográficos para além do Maranhão, para além do Brasil, para além-mar, enfim, para muito além de Caxias.

Mas isso, que não requer um mundão de investimento, só é possível com o afloramento da verdadeira paixão e do incontido orgulho de ser caxiense/maranhense, com o que gestores, decisores, envolveriam a participação de outros estratos públicos, institucionais, econômicos, sociais e culturais, para a refundação de novas “expedições” que pudessem ir não aos confins e recônditos geográficos, mas, sim, que clareassem espaços temporais e documentais nos quais, indubitavelmente, assinala-se, orgulhosamente, a presença de nossos conterrâneos, filhos de Caxias, do Maranhão.

A título de exemplo, ponha-se um “GPS” imaginário em Gonçalves Dias, desde o seu nascimento em terras de Caxias até sua morte por naufrágio em águas de Guimarães, no Maranhão. No meio disso, o “intermezzo” do teatro da vida, Gonçalves Dias cruzou, várias vezes, águas oceânicas e chegou a terras bem distantes daquelas eivadas de palmeiras e com ouvidas de sabiás.

Gonçalves Dias, em listagem rápida, de Caxias foi, menino, para São Luís (MA). De lá, em 1838, para Coimbra (Portugal). Daí para diante, são muitas as cidades e países por onde passa e onde, certamente, deixou digitais documentais, literárias etc.: Portugal (Lisboa, Porto, Gerês e Évora); França, a partir de 1854 (Paris, Le Havre, Marselha, Vichy. Bordeaux/Bordéus, Aix-les-Bains e Allevard); Reino Unido (Londres e Southampton), Bélgica (Bruxelas) e Alemanha, a partir de 1855 (Dresden, Koenigstein, Berlim e Ems); Espanha (1856); Áustria (Viena) e Itália (Roma), ambas em 1857; Peru, em 1861 (Loreto, Cochequinas, Pebas, Iquitos, Nauta, San Rissi, Parmari e Mariná); Venezuela (São Carlos e Cocuí, ou Piedra del Cocuy); República Tcheca (Marienbad, ou Mariánské Lázně, e Teplitz, ou Teplice, e Karlsbad, ou Karlovy Vary).

No Brasil, além de Caxias e São Luís (MA), Gonçalves Dias caminhou por: Rio de Janeiro (RJ); Estado do Pará e na Paraíba (ambos em 1851); Recife (PE) e Bahia, em 1852; Fortaleza, Pacatuba, Acarape, Baturité, Canindé, Quixeramobim, Quixadá, Icó, Crato, Missão Velha, Jardim, Milagres, Aracati e Limoeiro do Norte (CE); Sousa (PB); Pau dos Ferros (RN); Belém e Cametá (PA); Manaus, Coari, Tefé, Fonte Boa, Tocantins, São Paulo de Olivença, Tabatinga e Vila do Crato, hoje Manicoré (AM).

Pelo menos, 34 cidades em 10 países estrangeiros e, no Brasil, um mínimo de 34 cidades em 11 Estados.

Se, ainda assim, não são muitos, no mínimo são intensos, produtivos, criativos e, até, instigadores os caminhos por onde passaram os nomes talentosos de Caxias e do Maranhão. No caso de Gonçalves Dias, além das poesias, peças teatrais, livros em prosa, correspondência ativa, textos científicos, um dicionário de tupi... que outros textos mais produziu? Haveria algo não conhecido, em prosa ou verso, publicado em terras não brasileiras? Haveria outras “marcas”, documentos, assinaturas, imagens...?

Valeria a pena refazer caminhos – e, quem sabe, (re)conhecer o que ainda não é conhecido.

* EDMILSON SANCHES

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O músico Renato Barros, fundador e vocalista da banda Renato e seus Blue Caps, morreu ontem (28), aos 76 anos, no Rio de Janeiro. Segundo Erika Barros, filha do artista, o corpo será velado às 13h30, na capela 8 do Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio, e será cremado às 15h30.

Ele estava internado desde o último dia 17, para a realização de uma cirurgia de dissecção da aorta. Erika homenageou o pai publicando em seu perfil, na rede social Facebook, a letra da música “Não te Esquecerei”, versão de Renato e seus Blue Caps para a música “California Dreaming”, do grupo The Mamas and the Papas.

O baixista Bruno Sanson também homenageou o líder da banda em seu perfil no Facebook. “Ele precisou partir dessa vez. Renato Barros, você foi descansar e nós aqui estamos de luto por sua partida. Dói, mas entendemos que você não suportava mais o sofrimento e precisava ir. Dói, mas podemos ser gratos por todo o legado que você nos deixou. Nós, companheiros de palco e de estrada, amigos, parceiros, somos gratos por todos os anos de parceria. Lutamos juntos por dignidade, por respeito à sua história grandiosa na música brasileira. Nós aqui, neste momento, só podemos orar para que você encontre seu caminho e seja bem recebido e acolhido nas camadas espirituais. A história de Renato e Seus Blue Caps jamais será esquecida”.

Renato fundou a banda no fim da década de 50, com seus irmãos Ed Wilson e Paulo César Barros, e com os músicos Euclides de Paula e Gelson. O grupo lançou seu primeiro disco em 1962 e logo se tornou um sucesso no movimento musical da Jovem Guarda.

Desde então, vários músicos passaram pela banda, entre eles Erasmo Carlos, que substituiu Ed Wilson quando ele deixou o grupo em 1963 para tentar carreira solo.

(Fonte: Agência Brasil)

Cientistas russos estão debruçados sobre os ossos espantosamente bem preservados de um mamute adulto que percorreu a Terra há, pelo menos, 10 mil anos, depois que habitantes locais descobriram seus restos nas águas rasas de um lago na Sibéria.

Parte do crânio, várias costelas e ossos da parte dianteira, alguns com tecidos moles ainda presos a eles, foram recuperados da remota península russa de Yamal, acima do círculo Ártico, em 23 de julho. Os cientistas ainda procuram outros ossos no local.

Achados semelhantes na vasta região da Sibéria, região da Rússia, ocorrem com regularidade cada vez maior, pois as mudanças climáticas aquecem o Ártico a um ritmo mais rápido do que o restante do mundo derrete o solo em algumas áreas, há muito tempo bloqueadas pelo “permafrost” (tipo de solo encontrado em área do Ártico).

Cientistas divulgaram imagens em dezembro de um filhote de cachorro pré-histórico, que teria 18 mil anos, encontrado na região do “permafrost” do Extremo Oriente da Rússia, em 2018.

Os restos de mamute têm, pelo menos, 10 mil anos, embora os pesquisadores ainda não saibam exatamente quando ele andou na Terra ou quantos anos tinha quando morreu, disse Dmitry Frolov, diretor do Centro Científico para Estudos do Ártico.

Pesquisadores descobriram fósseis de mamutes datados de até 30 mil anos atrás na Rússia, afirmou Frolov.

Yevgeniya Khozyainova, cientista de um museu local, disse que é incomum encontrar tantos ossos pertencentes a uma única espécie e saber de onde eles vieram.

"É claro que gostaríamos de encontrar as partes restantes para entender como é completo esse achado. Sempre que resta tecido mole, é um material valioso para estudar", declarou.

(Fonte: Agência Brasil)

Estados e municípios têm até esta quarta-feira (30) para aderir ao programa Tempo de Aprender, do Ministério da Educação (MEC). A iniciativa tem o objetivo de enfrentar as deficiências de alfabetização no país.

As secretarias estaduais e municipais de Educação interessadas em aderir ao programa devem preencher o formulário com o “e-mail” e o CPF do respectivo secretário da pasta. Os dados cadastrais do secretário municipal, estadual ou distrital de Educação devem estar atualizados no sistema PDDE Interativo, ferramenta do MEC utilizada para o repasse de recursos às secretarias e para apoio à gestão escolar.

Alfabetização

O programa tem ações estruturadas em quatro eixos: formação continuada de profissionais da alfabetização, apoio pedagógico para a alfabetização, aprimoramento das avaliações da alfabetização e valorização dos profissionais da alfabetização.

O Tempo de Aprender disponibiliza um curso “on-line” de formação continuada em práticas de alfabetização, com estratégias de ensino para o primeiro e o segundo ano do ensino fundamental. Ele é destinado a professores, coordenadores pedagógicos, diretores escolares e assistentes de alfabetização, que, neste caso, não dependem da adesão do ente federativo ao programa em si para se inscrever e participar do curso “on-line”.

O curso também é aberto a gestores de redes educacionais, pais de alunos ou a qualquer pessoa interessada no tema e que queira ter acesso ao conteúdo de formação. O acesso é gratuito e a carga horária é de 30 horas.

(Fonte: Agência Brasil)

“No Semblante do cotidiano, risos de marés e Lágrimas de um sol-posto” é o mais novo livro de crônicas da jornalista, escritora, poetisa e professora Wanda Cunha. A autora é convidada do projeto Inspire e Comunique, nesta quarta-feira (29/7), “live”, conduzida por outras duas jornalistas, Franci Monteles e Yndara Vasques, onde a autora falará sobre o novo livro, sua carreira no jornalismo e nas artes. A “live” será transmitida no Instagram de Franci Monteles (@franci_monteles), às 19h30.

No livro, Wanda Cunha reúne textos escritos e publicados nos jornais maranhenses “O Imparcial”, “Diário do Norte”, “Atos e Fatos” e “O Debate” nos anos 80 e 90, mas com reflexões bem interessantes para este século. Como diz a autora, “as realidades persistem, e o cotidiano está aí para ser observado”.

De acordo com a autora, o grande desafio de lançar a obra atual com as crônicas dos anos 80 e 90 foi fazer uma revisão minuciosa dos textos, pois foram publicados antes da nova revisão ortográfica. Para tanto, contou com a ajuda da professora Alcimara dos Santos Rodrigues, responsável pela revisão.

O livro, lançado pela Editora Penalux, reúne 34 crônicas divididas em três partes: Satíricas, Graciosas e Líricas que falam da política, do preconceito, das mazelas sociais, dos descasos com a natureza e de outras questões presentes na sociedade brasileira.

Com a coordenação da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritoras, seccional Maranhão (Ajeb-MA), o lançamento oficial do livro ocorreu na segunda quinzena de junho, por meio das redes sociais. Contou com as participações de outras duas escritoras, a pesquisadora Dilercy Adler e Anna Liz (presidente da Ajeb-MA) e da jornalista Janayna Ricoly.

Para a escritora Anna Liz, na obra “O Semblante do cotidiano, risos de marés e Lágrimas de um sol-posto”, as crônicas de Wanda Cunha estabelecem “uma comunicação efetiva e afetiva com o leitor” e estimulam reflexões sobre o momento atual pelo qual passa o país. No prefácio, Dilercy Adler destaca que a obra de Wanda Cunha aborda questões que tocam profundamente e renovam as esperanças. “Vejo nas artes e no próprio desempenho profissional importantes instrumentos de equalização social”, afirma.

Na orelha do livro, o jornalista Gil Maranhão explica que, no olhar jornalístico, a escrita costuma misturar denúncia, poesia social, ironia e informação. “Wanda Cunha conseguiu juntar tudo no seu livro, acrescentando risos e lágrimas dentro do cotidiano de um país que apenas mudou de século. As mazelas continuam escritas nas páginas da nação”, pontua.

Formada em jornalismo e literatura, Wanda Cunha é de uma família de artistas e não esconde a emoção ao falar de seus pais, a professora Plácida Jacimira Cabral da Cunha e o grande poeta, escritor e professor Carlos Cunha. Sentimentos e emoções expressos em crônicas também presentes no livro na parte lírica: “Abril, vinte e três” e “No dia dos pais”. Fundador da Academia Maranhense de Trovas, o nome de seu pai é dado a uma das avenidas mais movimentadas de São Luís, a Avenida Professor Carlos Cunha, que liga a Jerônimo de Albuquerque à Ponte Bandeira Tribuzi, interligando-se também com a Avenida Ferreira Gullar.

Serviço
O quê: Live Inspire e Comunique
Quando: 29/7/2020 (quarta-feira)
Hora: 19h30
Onde: Instagram @franci_monteles

(Fonte: Assessoria de comunicação)

O BLOG DO PAUTAR continua publicando textos literários de escritores maranhenses. Todas as quartas-feiras, o projeto LITERATURA MARANHENSE apresenta um “cardápio” para você... Aproveite... Boa leitura!

(Prefácio ao livro “O CAMINHO DAS ESTRELAS – Mistérios, Aventuras e Aprendizados no Caminho de Santiago de Compostela” [Editora Viseu], de Luiz Vieira)

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O Caminho de Santiago como nunca antes visto e escrito. A partir da França, aos pés dos Pireneus, a rota mais desafiadora, os encontros mais improváveis.

Um homem e suas dúvidas. As aflições. Os momentos em que realidade e sobrenatural se confundem. Reflexões e lições. Amor, dor e esperança no diálogo com outros peregrinos. No fim da terra, o fim das angústias e o melhor encontro: consigo mesmo.

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Este livro vai revelar a você dois caminhos: um que leva a Santiago de Compostela; o outro, que conduz ao coração de um homem.

Todo ser humano que sai à procura de alguma coisa já a carrega dentro de si. Por isso que uma busca não é uma busca – é uma revelação. Como aconteceu a Cristo, que muito pregou – mas só após a cruz fez a ascensão. Ou com Buda, que tanto caminhou – mas sentado é que chegou à iluminação.

A imagem da busca é a de alguém que segue um caminho. A realidade da busca é a de um caminho que prossegue em alguém.

Mas os caminhos – de chão, de pedra..., existentes ou a se criarem – são necessários. Pois o que eles são, feitos em terra, e como eles estão, delineados em nossa mente, contribuem fortemente para sensibilizar, energizar e motivar o ser para a jornada.

Os bons caminhos raramente são fáceis. No percurso deles, há sempre obstáculos – geralmente muitos, frequentemente grandes. O das Índias, tinha o Atlântico. O de Ícaro, o Sol. O de Drummond, a pedra.

O caminho de Vieira – o Luiz, professor, não o Antônio, padre – tinha tudo isso e muito mais. Para Luiz Vieira, autor deste “O Caminho das Estrelas”, o problema não era o oceano (que ele venceu de avião), nem o sol (que chapéu e protetor anteparavam) ou a multidão de pedras (de que se desviava). O problema eram os “outros” problemas: o desconhecido, a inexperiência, o(s) idioma(s), os costumes e até o antinatural, quando não o sobrenatural... Sem falar nas ansiedades, nas angústias, nas inquietações, no autoquestionamento (tipo “O que é que eu estou fazendo aqui?”). E o que dizer dos sonhos e pesadelos e das estranhas situações ou sensações de irrealidades e pararrealidades, quando não se sabe se se está desperto ou se se delira, quando não se sabe se pessoas e animais, ambientes e cenários são coisas reais dentro de um sonho ou se são fantasias e fantasmas dentro de uma realidade...

“Nenhum homem é feliz sem um delírio de algum tipo. Os delírios são tão necessários para a nossa felicidade quanto a realidade”, reconhecia Christian Nestell Bovee, escritor americano. Não creio que Luiz Vieira delirava quando, após ler um livro sobre o Caminho de Santiago, prometeu-se a si mesmo percorrê-lo – e, agora, muda da condição de leitor para a de autor de uma obra compostelana.

Vieira – ele mesmo escreve – queria aventura. Outros fazem o Caminho pela História, pela Cultura, pela Mística, razões bem mais humanistas do que as humanas esperanças e o pagamento de promessas ligadas a dinheiro e poder, saúde e prazer; e bem mais pias que as caridosas – e caras – indulgências com que, desde o século III “et multa saecula”, pecadores ganhavam oportunidade de reparar os males advindos de seus pecados para, lá adiante, limpar a própria alma e ganhar um terrenozinho no bem loteado Céu daqueles idos...

Se era aventura o que inicialmente desejava Luiz Vieira, ele recebeu muito mais. Parte desses ganhos ele guarda consigo; outra parte, e não é pouco, ele a divide aqui com os leitores. Divide sua ansiedade inicial, feliz, e os iniciais “tropeços” de primeira viagem, porém firme no propósito, empedernido igual a “burro xucro”.

O livro conduz o leitor a vivenciar o Caminho a partir do frio de zero grau nas montanhas franco-espanholas; a caminhar toda a Zubire, uma cidade de só duas ruas; a ver/ouvir o burburinho da trimilenária Pamplona.

Mais adiante, ficamos sabendo da pessoa do autor e da pessoa de outras pessoas. Do autor, seus sonhos e sofrimentos; de outros, saberemos de “Seu” Franco e sua sabedoria franca, seu sorriso franco. Saberemos de “Seu” Paulo, fadiga e fome, pão e palavras.

À medida que caminha, Luiz Vieira nos encaminha, empresta-nos seus olhos, entreabre a mente, apresenta-nos de mais de perto quem ele viu, conheceu, conversou pelo Caminho: por exemplo, nos deixa saber, em Torres del Rio, de uma bruxa no quarto; da dor e redenção nas histórias de Maria, 80 anos; de uma neoamiga neozelandesa.

Em Azofra, apresenta-nos melancolia, desânimo... e Papai Noel. Mostra-nos os pés muito feridos e relata uma cura inesperada. O encontro com um espanhol bom de prosa. A catedral de Burgos, onde Luiz concorda com a beleza da igreja mas, cabreiro, discorda do “pay to pray” (pagar para rezar).

À medida que caminha, o autor mais nos encaminha. Quando seus olhos perscrutam o Caminho, eles nos dizem de natureza e vastidão, beleza e solidão. Quando passa por lugares e se assenta em restaurantes e bares, quando faz pouso em beliche coletivo ou repouso em cama individual, quando se abanca em bancos de praças e ruas... de tudo isso dá conta o olhar vieirano.

Mas o radar humano do autor gosta mesmo é de emitir ondas emocionais, permeáveis às cargas de energia e sensibilidade emanadas de gente. É como se Luiz Vieira fizesse coro Públio Terêncio Afro, poeta e dramaturgo da Roma de 22 séculos atrás: “Sou humano, e nada do que é humano me é estranho...”

E é nas histórias humanas que o autor vai (se) desentranhando e “desestranhando”. Luiz Vieira se junta a outro ser para com ele sentir e para dele saber. E para nos contar colorida e doloridamente da história de Lorenzo, em León, onde o autor vivenciou a mendicância e por horas, entre uma esmola e outra, ouviu relatos de uma vítima de crises econômicas além-Atlântico, crises que teimam em tornar coletivas as dores que são vividas individualmente, cotidianamente.

Outros relatos levam a experiências com personagens misteriosos (que nem a enigmática Ana, com seus exercícios e lições) e até o que não é “persona”, como o estranho cão no caminho de Palas de Rei.

Particularmente sensível à beleza, Luiz Vieira se deixa levar e enlevar pelo que lhe entra pelas vistas como imagens e lhe sai pelos dedos em palavras: a simplicidade do quarto e catre onde ele dormiu e onde o santo de Assis pode ter estado; o castelo de Gaudí, de 120 anos; a tradição do ritual da queimada; e o alumbramento com a “imponência” da catedral de Santiago de Compostela, onde abraços se deram e lágrimas se derramaram ao som de hinos e cheiro de incenso.

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Este livro nos leva, literalmente, ao fim do mundo – como o acreditavam os viventes do século XV, tanto que deram o nome de Finisterra (“fim da terra”) a um lugar para além de Compostela. O autor foi até lá, e nos levou a esse fim – que ele não é de deixar nada pelo meio do caminho...

Há muito se sabe que nem todo caminho leva a Roma. Diversos levam a Jerusalém, e alguns poucos verdadeiramente levam à maior das distâncias e ao mais desconhecido dos destinos: o interior de si mesmo.

A partir de um caminho exterior, Luiz Vieira fez sua jornada mais íntima. E chegou à Galícia, a Compostela, por uma das rotas mais desafiadoras, oitocentos quilômetros a pé, começando na França, nas faldas da cordilheira dos gelados Pireneus.

Não são muitos os caminhos que levam a Santiago de Compostela.

O mais novo deles é este livro.

Mais novo – e melhor.

Deixe-se levar...

* EDMILSON SANCHES

O jornalista e apresentador Rodrigo Rodrigues morreu nesta terça-feira (28), aos 45 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado desde o último sábado (25), com diagnóstico positivo para o novo coronavírus (covid-19), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Unimed Rio. Após a internação, a equipe médica detectou que ele havia sofrido uma trombose venosa cerebral. A morte encefálica foi comunicada pelo hospital em nota oficial.

Rodrigues foi internado no último sábado (25), relatando dor de cabeça, vômitos e desorientação, além de sintomas relacionados à covid-19. Segundo o Grupo Globo, empresa na qual trabalhava, o jornalista informou, no último dia 9, que um amigo com quem tivera contato recente havia testado positivo para covid-19. Quatro dias depois, o exame feito pelo apresentador constatou que ele também havia contraído o vírus. O jornalista, conforme declarou o Grupo Globo, cumpriu o isolamento em casa e, apesar de sintomas leves, sentia-se bem, até as complicações do último sábado (25).

No domingo (26), dia seguinte à internação, Rodrigues teve que passar por uma cirurgia para diminuição da pressão intracraniana, consequência da trombose. Ele estava em estado grave, em coma induzido, e, hoje (28), não resistiu às complicações.

“RR”, como era conhecido, apresentava o programa “Troca de Passes”, no SporTV – a última participação foi justamente no dia 9 de julho. Ele chegou à Globo no início de 2019, após passagens pelas emissoras Rede Vida, Cultura, ESPN, SBT, Bandeirantes, Gazeta e E sporte Inrerativo. Em 30 de setembro de 2018, o jornalista participou do programa “No Mundo da Bola”, da TV Brasil.

Além do segmento esportivo, no qual ingressou em 2011, na ESPN, Rodrigo Rodrigues também se notabilizou em programas culturais, como “Vitrine”, na Cultura, e “5 Discos”, na Gazeta. Apaixonado por música, o jornalista era guitarrista da banda “The Soundtrackers”, especializada em trilhas sonoras do cinema.

Em nota, a Globo lamentou a morte do apresentador: “A morte de Rodrigo abre uma ferida que vai muito além do profissional insubstituível. Dentro e fora da Globo, dezenas de pessoas sentem a perda de um amigo. E a família chora a partida de um parente que conquistou uma legião de admiradores”.

(Fonte: Agência Brasil)

De hoje até esta sexta-feira (31), estarão abertas, no “site” do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), as inscrições no processo seletivo para o segundo semestre de 2020. O resultado será divulgado no dia 4 de agosto. Segundo o Ministério da Educação (MEC), o período para complementação da inscrição dos candidatos pré-selecionados será de 4 a 6 de agosto.

As inscrições no programa, que começariam na semana passada, foram adiadas depois que o MEC identificou inconsistências no processamento da distribuição das vagas ofertadas pelas instituições de ensino superior.

Lista de espera

Quem não for pré-selecionado na chamada única do Fies pode disputar uma das vagas ofertadas por meio da lista de espera. Diferentemente dos processos seletivos do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade Para Todos (Prouni), para participar da lista de espera do Fies não é necessário manifestar interesse, a inclusão é feita automaticamente.

A convocação da lista de espera vai do dia 4 até as 23h59 de 31 de agosto.

Requisitos

Pode se inscrever na seleção do Fies o candidato que tenha participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a partir da edição de 2010, e tenha alcançado nota média nas provas igual ou superior a 450 pontos.

O interessado não pode ter zerado a redação e deve ter renda familiar mensal bruta, por pessoa, de até três salários mínimos.

Programa

O Fies é um programa do MEC que concede financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos, em instituições de educação superior particulares. O fundo é um modelo de financiamento estudantil moderno, divido em diferentes modalidades, podendo conceder juro zero a quem mais precisa. A escala varia conforme a renda familiar do candidato.

(Fonte: Agência Brasil)

Rogaciano Leite

“Roga – ciano poetas e violeiros por este filho de São José do Egito!”

Rogaciano Leite se foi, assim, de repente, do nosso convívio, das nossas ruas, de nós, alegre de andanças e feliz por tantos invernos que já lhes prateavam os cabelos, como a canção “Cabelos cor de prata”, que escreveu para Silvio Caldas, o “Caboclinho Brasileiro” interpretar em serenatas; para Nelson Gonçalves cantá-la em noites boêmias e para Francisco Petrônio animar o seu “Baile da saudade”.

Rogaciano jornalista, violeiro e poeta, foi também capitão do mato, nascido em 1º de julho de 1920, em Sítio Novo, na cidade de São José do Egito, região do Pajeú, em Pernambuco e falecido em 7 de outubro de 1969, quando seu coração achou de parar, na cidade do Rio de Janeiro, quando de uma freada brusca no miocárdio. O corpo do poeta foi trasladado para Fortaleza, onde está sepultado no Cemitério São João Batista.

Foi, desde muito cedo, impulsionado às artes pelo seu espírito irrequieto, até chegar ao mundo encantado dos repentistas, começando a desbravar as caatingas do Nordeste em recitais de improviso, tanto sozinho como em companhia de outros artistas de circos de mambembe.

Tudo começou na mística terra de Iracema, a qual teve a missão de benquerença na vida sentimental e artística do poeta, o “Olimpo de cantadores e violeiros”, aonde Rogaciano conheceu e se tornou amigo do famoso cego Aderaldo e, juntos, começaram a esbanjar talentos e a consumir boas aguardentes, por fazendas e lugarejos. As décadas de 50 a 60 foram o auge desses encantados exercícios e, depois, com mais Domingos Fonseca, repentista do Piauí, começaram a excursionar pelo sul do país, lotando e fazendo vibrar as maiores casas de espetáculos da região. Com a morte do cego Aderaldo, [Crato/CE – 24/6/1878 – Fortaleza/CE – 30/6/1967], Rogaciano foi seu defensor, por meio da imprensa, do muito que lhe era devido por direito, conseguiu que o parceiro saísse das sombras do esquecimento e tivesse, pelo menos postumamente, um lugarzinho ao Sol.

Em 1949, o poeta resolveu licenciar-se em Letras Clássicas pela Faculdade Católica do Ceará, onde prestou sua prova de Latim, ao vestibular, respondendo, em versos alexandrinos, a todos os quesitos, evocando os poetas Ovídio e Cícero, sendo integrante da primeira turma de bacharéis ali formados, casando-se com Maria José Cavalcanti Ramos, que conheceu ainda no Liceu de Fortaleza e que depois, em 1951, também se formou em Filosofia; o casal teve seis filhos, dentre eles a minha amiga Helena Roraima Iracema Leite, Engenheira Civil e Doutora em Economia Política e Social pela Universidade Complutense de Madri, que me foi apresentada pelo Jornalista e escritor Edmilson Sanches, confrade do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM).

Rogaciano Leite deixou grande bagagem literária, esparsa em jornais e revistas, de onde se pinça, dentre elas, o livro “Carne e Alma”, a enfeixar o antológico poema “Eulália”, prefaciado pelo não menos famoso folclorista brasileiro, potiguar de nascimento, Luís da Câmara Cascudo; e mais, “Acorda Castro Alves”; “Dois de dezembro”; “Quando eles se encontraram novamente”; “Cantador Antônio Marinho”; “Poemas escolhidos”; “Os trabalhadores”. [Este poema não foi gravado em obelisco na Praça Vermelha, em Moscou, como inadvertidamente registra a “Wikipédia”, no Google, o que me fez registar em minhas “Conversas Vadias” gravada para o YouTube, nesta data, em comemoração ao Centenário do poeta. A verdade é que Rogaciano Leite, em sua viagem à Europa, nunca esteve em Moscou. Fica aqui, portanto, a devida ressalva a este erro de informação]. Selecionou 100 poemas de amor para juntar em seu “Livro de Ouro”. Coordenou e deixou no tempo “Patriarca dos Cantadores do Nordeste”, uma homenagem ao seu amigo e querido mestre Cego Aderaldo.

Como “poesia não dá camisa a ninguém”, como sabiamente dizia, alçou voo pra o jornalismo, militando em vários jornais, entre eles, “O Povo” e a “Gazeta de Notícias”, ambos de Fortaleza; e nos “Diários Associados” de São Paulo. Quando o conheci, ele estava alugando sua inteligência para a “Última Hora”, de São Paulo.

Conquistou dois Prêmios “Esso de Jornalismo”, na área reportagem, com os trabalhos “Na fronteira do fim do mundo”, sobre a Amazônia, dissertando sobre este outro Brasil, cheio de mistérios e coisas a descobrir; e “O mundo amargo do açúcar”, referente aos trabalhadores dos engenhos de Pernambuco, tendo como objeto o tratamento desumano e o regime de escravidão a que são submetidos os nossos cortadores de cana quando trocam, pela lei da sobrevivência, o suor pelo trabalho, sangue vivo já cantado em versos e em prosas pelos seus também brilhantes conterrâneos João Cabral de Melo Neto e Gilberto Freyre.

Assim foi Rogacinao, grande poeta, grande jornalista, grande boêmio e, sobretudo, grande amigo.

É para ele, neste pouco de crônica que rendo minhas homenagens e deixo o meu grito de saudade, relembrando que a última vez que estivemos juntos, também na companhia do meu querido pai, foi no “Bar e Restaurante Aliança”, em São Luis, de propriedade do sempiterno português Antônio Tavares, esquina das tradicionais ruas de Nazaré e Odylo, com Palma, defronte da eterna pracinha Benedito Leite, em São Luís, em fins de 1968, onde bebíamos no meio da noite, entre poesias e outros “causos”, doses do famoso “rabo-de-galo”, aguardente queimada com vermute.

Com estes meus versos, cravados em “Planaltitude”, Brasília, 1978, mando daqui, desde dedo de prosa, não só meu alô de saudade ao poeta Rogaciano Leite, mas também algumas notas para o seu Centenário:

“Roga na prece versos e roga-ciano / pelo poeta violeiro que se fez de azul / para esconder-se nalguma estrela chamada Rogaciano, / que de tanto roga [r]-ciano para a lua, acabou prateado, virando quarto minguante...”

Quarenta e nove anos de vida foram poucos para o muito de sua história!

* Fernando Braga, Artigo in Jornal “O Imparcial”, São Luís, 17/10/69; In “Conversas Vadias”, antologia de textos do autor.