O Theatro Municipal do Rio de Janeiro realiza nesta segunda-feira (5), às 14h, mais uma edição da Campanha #AulaEmCasa, intitulada “Óperas, Balés e Concertos”. Para interagir com o público, estará a chefe de Divisão de Música do equipamento, Antonella Pareschi, e a flautista da Orquestra Sinfônica do teatro Sofia Ceccato. A #AulaEmCasa vai abordar diversos aspectos da orquestra, entre os quais a origem, o funcionamento, a direção, os bastidores, as diferenças entre orquestra de concerto e orquestra de ópera e balé. A live poderá ser acompanhada no Instagram @theatromunicipalrj.
A carioca Antonella Pareschi é filha do violinista italiano Giancarlo Pareschi. Ela estudou violino desde os seis anos de idade com o seu pai. Mais tarde, diplomou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em bacharelado em Violino, e em Roma, com Domenico Nordio, no curso Aperfeiçoamento em Violino. Antonella foi Spalla da Orquestra Petrobras Sinfônica e da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Atualmente, além de chefiar a Divisão de Música do Theatro Municipal, dá aulas de violino na Escola In Concert de Violino, no Rio.
Sofia Ceccato é flautista de “domínio do instrumento e desenvoltura cênica”, apresenta o site movimento.com, especializado em música clássica. É solista, camerista e também instrumentista das orquestras Sinfônica do Theatro Municipal e Sinfônica de Mulheres do Rio de Janeiro. Atua ainda como produtora e apresentadora no Brasil e no exterior.
Seus trabalhos de destaque são Trio Capitu, Gaia Trio e Trio Ceccato, tendo se apresentado nas mais importantes salas e teatros do Rio, do país e do exterior. Em 2020, foi professora do curso Música e Negócios EAD, promovido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio e integrou o time de professores da Escola Sesc de Ensino Médio, dentro do Projeto Uzina.
A Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba promove seu primeiro evento majoritariamente on-line. Ao todo, serão nove meses de palestras, lives, entrevistas e exposições virtuais. O evento virtual oferece conteúdo sobre artes visuais, design, arquitetura, cinema e literatura e será realizado gratuitamente, até o dia 31 de dezembro.
De acordo com a Bienal de Curitiba, a iniciativa faz parte da 14ª edição do evento, que ocorreu de forma presencial entre 2019 e 2020. Ainda não há previsão para realização da 15ª Bienal em virtude das medidas de segurança sanitária em decorrência da pandemia de covid-19.
Para o evento on-line, novas temáticas foram propostas. Vários assuntos mostram a relação entre arte e responsabilidade socioambiental, arte e tecnologia e questões sociais. Na 14ª edição, realizada entre 2019 e 2020, o tema foi “Fronteiras Em Aberto”, discutindo o conceito de fronteiras – e recebendo artistas de todos os continentes, com destaque para integrantes do Brics (bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul).
Programação
As atrações da Bienal on-line serão divididas por temática mensal. Neste mês, o evento traz discussões sobre videoarte. Maio será o mês do design, enquanto junho será o mês da produção internacional. Aproveitando as férias escolares, julho terá a Bienal on-line para o público infantojuvenil. Confira a íntegra da programação.
Em agosto, haverá o Take Over – Arte On-line, voltado às plataformas digitais. As temáticas de setembro são o cinema e a literatura, e, em outubro, a arquitetura. Novembro será dedicado às exposições, com visitas on-line a mostras e ateliês de artistas. Dezembro retoma o Take Over, destacando artemídia e encerrando o evento. A programação será divulgada mês a mês, sempre no primeiro dia útil.
Bienal
Criada em 1993, a Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba teve suas primeiras edições voltadas à programação expositiva, chegando a ter sedes em outras cidades brasileiras, como São Paulo e Brasília, e até em Buenos Aires, na Argentina.
A partir de 2007, expandiu sua proposta incluindo performances, interferências urbanas, cursos e palestras. Artistas de renome mundial já participaram da Bienal, como Marina Abramović e Ai Weiwei.
Na 14ª edição, o conceito curatorial de “Fronteiras Em Aberto” foi assinado pelo espanhol Adolfo Montejo Navas e pela brasileira residente em Berlim (Alemanha) Tereza de Arruda, e contou com 461 artistas dos cinco continentes. Mais de 100 espaços da capital paranaense foram ocupados por ações do evento, atingindo um público de mais de 900 mil pessoas.
A última vez que a vimos foi naquele dia 8 de fevereiro deste ano quando ela, já à noite, deixava a nossa casa para fazer o caminho de regresso a sua residência na Rua Carvalho Branco nº 196. Todos os dias, ela fazia este caminho. Há mais de 30 anos, ela repetia esta sua caminhada. Antes, quando estava na companhia da mestra inesquecível Zoe Cerveira. Depois, continuou com a Nadir Nascimento Moraes.
Era uma complementação da família. Nela, a dedicação, a amizade, a companheira de todas as horas e de todos os momentos. Estava nas nossas alegrias e nas nossas tristezas. Uma vida na vida de todos nós. Era a costureira da família. Um dia todo em nossa casa. E só à noite, agora, depois das novelas, é que regressava. Uma expressão de amor em cuidados, em companheirismo, em contribuição, participando de tudo, interferindo em tudo, auxiliando. Olhando a casa. Vigiando a casa. Sempre assim.
Mas, naquele dia 8, não pôde ficar mais, demorar mais, para assistir ao “Homem Proibido”, à “Legião dos Esquecidos”. Não. E tudo parecia bem. Mas, de momento, já à tardinha, queixou-se de que estava sentindo dores no quarto. Sim, não estava sentindo-se bem. E, mais cedo, resolveu ir para a sua casa onde morava com seus parentes, seus familiares. E lá estava os seus sobrinhos, suas crianças, sua vida na comunhão da família. E saiu. Mas, antes, tudo, se fez para que fosse de carro. Não custava nada se chamar um automóvel. Mas, com ela, a resistência. “Não era preciso. Não era nada de grave”. E saiu. Nós não a víamos mais.
A doença não mais a deixou voltar para a sua varanda antiga vestida de Ontem, do Passado. Não mais estaria olhando os candelabros, preocupando-se com a Zoezinha. Não mais estaria trabalhando na sua máquina de costura. Não. Não mais estaria a nossa mesa, na conversa da família, na pilhéria, na alegria dos risos. Nos momentos de inquietações, de tristezas. Não mais voltaria para continuar na vida de todos nós. Não mais.
Da sua resistência, foi para um leito do Hospital Geral. Agravara-se o seu estado de saúde. Com ela, os cuidados médicos. Com ela, a presença da família, dos amigos, dos parentes. Mas, com ela, a pertinaz doença. E a dona Arcângela, seu nome de batismo, como nós a chamávamos, submeteu-se a duas operações. Foi necessária a intervenção cirúrgica. Complicações. Mas, com ela, a reação. Reagia sempre. Havia, com ela, um estado físico admirável. Mas a doença começou a devastação. O mal progredia. Quatro meses no Hospital Geral. Mas, contra ela, a ronda desta fatalidade – a morte. Esse diagnóstico plantou-se na vigília das nossas preocupações. Um estado de espírito permanente. Mas havia, sempre há, o lenitivo da esperança. Sim, poderia haver o milagre da recuperação. Mas o milagre não veio. D. Arcângela piorava sempre. Suas resistências cediam. Mas, com ela, sempre um estalo de vida, um pouco de melhora.
Sim, quatro meses no hospital. Depois, veio para casa. Estava no seu lar. E, junto dela, sempre a assistência da nossa família. A dor de Nadir, da Zezé. De todos nós que a tínhamos sempre na vida de todos nós. Mas a doença continuava. Insistia. Quebrava-lhe todas as resistências físicas. A inchação alastrando-se, dominando totalmente o organismo. Sim, dona Arcângela se aproximava do fim. E nós não a fomos ver um dia sequer. Nem no hospital e nem na sua residência. De longe, acompanhávamos o desenvolvimento do quadro clínico da grande amiga da família. Sabíamos que estávamos, talvez, mais Presente. Estávamos no sofrimento. No silêncio de nós, a marca da nossa dor em pedaço. Em nós, a sua lembrança. E sentíamos a sua ausência, a longa ausência. Na varanda da casa antiga, vestida de azulejos, não mais a tivemos sentada na sua cadeira “vivendo” as cenas das novelas, emocionando-se, sentindo os dramas, registrando suas impressões íntimas. Não mais a tivemos na mesa-redonda das refeições. Não mais na sua máquina de costura. Sim, sentíamos isto, sentimos isto.
Mas dona Arcângela ainda suportou mais dois meses e dias. E, na terça-feira, p. passada, às 5 horas da tarde, ela veio a falecer. Seu coração deixou de funcionar. De bater as horas da vida. Silenciou. Seus olhos se fecharam para a vida. A vida que, para ela, era a melhor maneira de viver. Sim, morreu dona Arcângela. E na quarta-feira, pela manhã, no seu caixão de pinho, polido, fazia a caminhada de volta. Não fomos ao Gavião. E nem lhe fomos falar à beira do túmulo. Não. Mas ficamos no silêncio, o nosso silêncio. No nosso recolhimento espiritual. E, para ela, acreditamos, a melhor maneira de a sentirmos ainda na vida, nas nossas lembranças e recordações. E já há, na noite, uma iluminação a mais no firmamento.
* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 5 de setembro de 1969 (sexta-feira).
Neste primeiro domingo de abril/2021, retornamos com as...
Dúvidas dos leitores
1ª) Qual é o plural de PRETO-VELHO?
Em palavras compostas formadas por um substantivo + um adjetivo, os dois elementos vão para o plural: PRETOS-VELHOS, guardas-civis, cachorros-quentes, boias-frias…
2ª) Qual é o plural de LUA DE MEL?
Em compostos com a preposição “de”, somente o primeiro elemento vai para o plural: LUAS DE MEL, pés de moleque, copos-de-leite, donas de casa, pores do sol, pães de ló…
3ª) LUAL ou LUAU?
Aquela festa informal que se realiza na praia à noite é LUAU.
4ª) Ficção-científica OU ficção científica?
O correto é escrever FICÇÃO CIENTÍFICA sem hífen, pois não se trata de uma palavra composta. Temos duas palavras independentes: um substantivo (ficção) qualificado por um adjetivo (científica).
5ª) PARA ou PÁRA?
Houve mudança...
ANTEs da reforma:
a) PARA (sem acento) é preposição: “O avião vai para Brasília”;
b) PÁRA (com acento) é a terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo PARAR: “O ônibus não pára nesta rua”.
Na frase, “Agitação em voo para (OU pára) o Recife”, teríamos as duas possibilidades. Se o avião ia para o Recife (= destino do voo) ou se a agitação no voo parou a cidade.
ATUALMENTE...
Com a última reforma ortográfica, a forma verbal PÁRA perdeu o acento agudo. Assim sendo, a preposição e a forma verbal são grafadas sem acento: PARA.
6ª) Das 22h a 0h OU das 22 a 0h?
A dúvida do leitor é se deve ou não pôr o “h” depois do “22”.
É bom pôr o “h”, mas o problema maior é a falta do acento indicativo da crase. O correto é: das 22h à 0h ou das 22h à meia-noite.
7ª) Andar a pé OU à pé?
O correto é “andar a pé” (sem acento grave).
Embora seja um adjunto adverbial de modo, não há crase, pois “pé” é um substantivo masculino.
As locuções adverbiais (lugar, tempo, modo…) recebem o acento indicativo da crase quando formadas por palavras femininas: sentar-se à mesa, bater à porta, entrar à direita, vigiar à distância, sair à noite, errar às vezes, vender à vista, viver à toa, falar às claras, sair às escuras, coser à mão…
Não devemos confundir com aqueles casos em que subentendemos a locução “à moda de”: filé à francesa, bife à milanesa, bacalhau à Gomes de Sá, churrasco à Osvaldo Aranha, versos à Bilac…
8ª) Criança mau-educada OU má-educada?
Nem um nem outro. O correto é MAL-EDUCADA.
a) MAU é adjetivo e se opõe a BOM (acompanha substantivos): mau-caráter, mau profissional, mau uso, mau humor;
b) MÁ é o feminino de MAU: má educação, má hora e lugar, má notícia, má forma;
c) MAL é advérbio e se opõe a BEM (acompanha verbos ou adjetivos): “Ele comportou-se mal”; “Ela fala muito mal”; “As crianças foram mal educadas pelos pais”.
Devemos escrever com hífen quando formar um adjetivo ou um substantivo composto e a palavra seguinte começar por “h” ou por vogais: “Ela é uma criança mal-educada”; “Houve um grande mal-estar”; “Ele estava mal-humorado”; “Era um produto mal-acabado”.
Se a palavra seguinte começar por uma letra diferente de “h” e vogais, devemos escrever “tudo junto”: “Ela é uma criança malcriada”; “Ela é uma malcasada”; “É um produto malfeito”.
9ª) Preconceito OU pré-conceito?
O correto é preconceito.
Com o prefixo “pré-”, só usamos hífen, quando ele é tônico: pré-colombiano, pré-coma, pré-contrato, pré-cozido, pré-datado, pré-vestibular…
Quando o prefixo “pre” é átono, escrevemos “junto”: preconceito, preconcebido, precocidade, precogitação, precognição, preconizar, predeterminar…
Teste da semana
Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases a seguir:
1ª) “Isso nunca __________”;
2ª) “Ela sempre se __________”;
3ª) “O juiz __________ o caso”.
(a) vareia / maqueia / intermedeia;
(b) varia / maquia / intermedia;
(c) vareia / maquia / intermedia;
(d) varia / maqueia / intermedeia;
(e) varia / maquia / intermedeia.
Resposta do teste: letra (e).
Os verbos terminados em “-iar” são regulares: ele anuncia, copia, premia, varia, maquia… São irregulares somente os verbos “mediar” (e “intermediar”), “ansiar”, “remediar”, “incendiar” e “odiar” (= grupo do MARIO): ele medeia, intermedeia, anseia, remedeia, incendeia e odeia.
Um grande desfile transportou 22 múmias reais egípcias antigas em cápsulas especiais pela capital Cairo, nesse sábado (3), para um novo museu, onde podem ser exibidas em maior esplendor.
O comboio transportou 18 reis e quatro rainhas, principalmente do Novo Reino, do Museu Egípcio na Praça Tahrir, no centro do Cairo, para o Museu Nacional da Civilização Egípcia, em Fostate, por cerca de 5km.
As autoridades fecharam pistas ao longo do Nilo para a cerimônia, projetada para despertar o interesse pelas ricas coleções de antiguidades do Egito quando o turismo estava quase totalmente paralisado por causa das restrições relacionadas à covid-19.
Quando as múmias reais chegaram ao museu, que foi inaugurado oficialmente ontem, os canhões dispararam uma salva de 21 tiros. O presidente Abdel Fattah al-Sisi ficou parado enquanto as múmias passavam em veículos adornados com temas faraônicos dourados.
Os chefes da agência cultural da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e da Organização Mundial do Turismo também estiveram presentes na cerimônia.
Cada múmia foi colocada em uma cápsula especial cheia de nitrogênio para garantir a proteção, disse o arqueólogo egípcio Zahi Hawass.
Eles foram transportados em veículos projetados para fornecer estabilidade.
Morreu, neste sábado (3), o cantor Agnaldo Timóteo, vítima da covid-19. Ele estava hospitalizado desde o dia 17 de março, no Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada em nota publicada pela família do artista.
“É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu às complicações decorrentes da covid-19 e faleceu hoje às 10h45. Temos a convicção que Timóteo deu o seu melhor para vencer essa batalha e a venceu. Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações”, disse a família.
Mineiro de Caratinga, ele foi ainda jovem para o Rio em busca de oportunidades, onde foi ajudado pela cantora Angela Maria, tendo gravado o seu primeiro disco em 1961, aos 25 anos de idade.
Dono de uma voz potente, sua carreira foi se fortalecendo, até estourar nas paradas em 1967, com o disco Obrigado Querida, com a canção Meu Grito, de Roberto Carlos, ficando em primeiro lugar nas principais rádios do país. O disco veio ainda com dois grandes sucessos da sua carreira: Mamãe Estou Tão Feliz" (Mamma) e Os Verdes Campos da Minha Terra. Segundo o próprio Agnaldo, Meu Grito consolidou a sua carreira.
Sua popularidade era baseada em um repertório romântico e na potência vocal. Tinha público cativo em todo o país, fazendo shows que lotavam os auditórios com seus fãs.
Gravou 64 discos em sua carreira. Em janeiro deste ano, comandou uma apresentação beneficente pela internet aos pés do Cristo Redentor, uma de suas últimas aparições públicas. Era torcedor fanático do Botafogo, clube que divulgou nota lamentando sua morte.
Política
O cantor também trilhou o caminho político. Em 1982, foi eleito deputado federal pelo PDT no Rio de Janeiro, com mais de 500 mil votos. Depois, ingressou no extinto PDS, cumprindo o restante de seu mandato. Ele se candidatou ao governo do Rio, em 1990, sendo derrotado. Em 1993, transferiu-se para o extinto PPR. Voltou à Câmara Federal em 1995. Em 1997, concorreu a uma cadeira na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo extinto PPB, alcançando a maior votação do partido.
Tentou a reeleição no pleito municipal de 2000, mas não obteve êxito. Transferiu-se para São Paulo e retomou a carreira política ao candidatar-se a vereador em 2004, pelo PP. Foi reeleito em 2008 para novo mandato como vereador paulistano, cargo do qual licenciou-se em 2010 para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Porém, obteve apenas uma suplência. Foi candidato à reeleição em 2012, mas não obteve votação suficiente. Deixou a atividade política para voltar a se dedicar à música.
Como as crianças, suas famílias e amigos podem se proteger contra o novo coronavírus é o tema do livro Meu herói é você, como as crianças podem combater a covid-19!. Produzido por 50 organizações que trabalham no setor humanitário, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o livro é indicado para crianças de 6 a 11 anos de idade e pode ser baixado gratuitamente.
Com a ajuda de uma criatura mágica, Ario, a obra também fala sobre como lidar com emoções difíceis quando confrontadas com uma realidade nova e que muda rapidamente.
“Esperamos que este livro lindamente ilustrado leve as crianças a uma jornada através dos fusos horários e continentes, e os ajude a entender o que podem fazer para permanecer positivas e se manter seguras durante o surto de coronavírus”, comentou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adahnom.
A diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Henrietta Fore, lembra que, em todo o mundo, a vida das crianças foi completamente alterada – a maioria delas vive em países com algum tipo de movimento ou bloqueio restrito. “Este livro maravilhoso ajuda as crianças a entender e navegar neste novo cenário e a aprender como podem realizar pequenas ações para se tornarem heróis em suas próprias histórias”, destacou.
Fantasma com medo de gente, bruxinha boa, um dragão que é verde, um cavalinho azul, uma menina que se move com o vento... são incontáveis as imaginações que brotam com a cortina que se abre, com o palco que se ilumina ou com as páginas que são devoradas ainda que se saiba o fim. Aliás, essa é uma história sem fim, garantem artistas e pesquisadores da obra da escritora, dramaturga e atriz mineira Maria Clara Machado. “A gente é educadora também quando faz teatro infantil”, disse Maria Clara, em entrevista à TV Brasil no ano de 1977. Ela, que nasceu há 100 anos (em 3 de abril de 1921) e morreu em 2001, é lembrada pela genialidade e originalidade de valorizar a inteligência das crianças e devolver a infância – nem que seja pelos minutos de uma sessão de teatro – a quem vive a rotina menos mágica de ser adulto.
Ela escreveu 12 livros, 29 peças infantis e cinco espetáculos para adultos. Uma obra vasta e variada fez com que ela se tornasse o principal nome brasileiro ligado à dramaturgia para crianças.
“Maria Clara inventou uma linguagem para falar com as crianças, que vem do coração e de suas próprias lembranças”, considera a dramaturga Eddy Rezende Nunes, de 94 anos de idade, em entrevista à Agência Brasil. Ela foi uma das parceiras de Maria Clara na criação de O Tablado, em outubro de 1951, no Rio de Janeiro, e que se tornou um dos principais centros de formação de atores do Brasil. O Tablado formou mais de 5 mil novos atores desde então. Ela testemunha que a criatividade da amiga vinha de uma disciplina infalível, que incluía trabalhar muito, o dia inteiro.
Para a diretora de O Tablado, Cacá Mourthé, que é sobrinha de Maria Clara Machado, o trabalho da tia para crianças passou a fazer sucesso porque a forma de tratar a infância foi profundamente alterada. “A dramaturgia para crianças praticamente não existia. E ela resolveu fazer teatro como se fosse para adulto. Ela acreditava na inteligência da criança e levou muita poesia para a infância. Ela tinha uma vocação muito especial para lidar com esse público”, diz Cacá Mourthé. A história de Pluft, o Fantasminha, uma de suas obras mais famosas, escrita em 1955 e encenada até hoje também fora do Brasil, tinha sido pensada inicialmente para teatro de bonecos, e foi escrita em uma semana.
De acordo com a pesquisadora Claudia de Arruda Campos, professora aposentada da Universidade de São Paulo (USP), a primeira peça realmente infantil da dramaturga foi O Rapto das Cebolinhas (de 1954). Na análise da estudiosa, o espetáculo Boi e o Burro no Caminho de Belém (1953) tem característica de peça para família. “Nos anos 1960, Maria Clara Machado já está espalhada pelo Brasil e é a referência”, afirmou, em entrevista ao programa Caminhos da Reportagem.
Para o pesquisador e dramaturgo Sandro Luís Costa da Silva, professor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), toda obra de Maria Clara Machado tem joias de descobertas e, por isso, consegue sensibilizar tanto as crianças quanto os adultos. Ele identifica que os textos dela são fundamentais para utilização em sala de aula. “As obras dela comunicam em duas vias: ela atinge as crianças com uma perspectiva, e com os adultos que as levam para o teatro, ela conversa de outra forma”, disse em entrevista à Agência Brasil.
A professora de O Tablado Tita Nunes, que é também cenografista e figurinista, explica que o legado de Maria Clara Machado para a dramaturgia infantil é indescritível. “Ela trata a criança como gente. Como uma pessoa que é capaz de ouvir histórias com muita seriedade. É por isso que a obra dela é eterna”. A estudiosa contextualiza que a obra dela não é datada e, por isso, encanta gerações diferentes. “O grande aprendizado é que a obra nos afeta de tal forma que saímos mais leve. Com O Cavalinho Azul, por exemplo, ela nos fazia sonhar. O aprendizado é de sermos pessoas melhores, mais fraternos e unidos, que precisamos tanto nesse momento”.
Conforme avalia Eddy Rezende, Pluft, o Fantasminha cria elo com a plateia pela simplicidade única empregada nas cenas, que produz paixão nas crianças e nos adultos. “A família fantasma promove uma imediata identificação com a criança que assiste ao espetáculo”, afirma. “É nessa peça que fica clara sua adesão ao mundo infantil e traz o arsenal de amor e ternura”, afirmou a biógrafa Claudia de Arruda Campos.
Pluft, O Fantasminha: Maria Clara / "Acervo O Tablado"
Encantamento
Entre os alunos encantados com a obra de Maria Clara Machado, um local em especial tem motivação de cultivar a memória da autora. Em Belo Horizonte, cidade natal da autora, uma escola leva o nome de Maria Clara Machado. A unidade de ensino, inaugurada em 1970, queria homenageá-la. “Fomos ao Rio de Janeiro e pedimos autorização para ela. Ela foi muito delicada, sorriu e disse que não só autorizaria como também iria conhecer a escola. Fizemos uma tarde de autógrafos com Pluft, o Fantasminha e O Cavalinho Azul”, afirma a pedagoga e uma das fundadoras do colégio, Maria Cristina Ferreira. “A escola tem a filosofia do cuidado. Estudamos intensamente a vida e a obra dela e dramatizamos as obras como ferramenta pedagógica”, afirma o atual diretor, José Donizetti dos Santos.
Para Cacá Mourthé, a inspiração da tia tem como origem o ambiente cultural promovido pelo avô, o escritor Aníbal Machado, que estimulou de forma decisiva a formação da artista. A atual diretora de O Tablado recorda que Maria Clara, na década de 1940, já tinha um espírito inquieto e não tradicional, tanto que foi trabalhar na companhia aérea Pan Air e juntou-se ao movimento Bandeirante, que tinha essência de liberdade das mulheres e viés de apoio comunitário.
“O sonho dela não era casar ou ter filhos. Ela queria criar”, destaca Cacá Mourthé. Criar, ajudar os que precisavam e se sentir livre. O sentimento artístico aflorou quando passou a escrever peças de teatro de bonecos. Por causa do trabalho e do bandeirantismo, viajou bastante pela Europa e Estados Unidos. Quando voltou, fez parte do grupo de amigos que foram ajudar pessoas em vulnerabilidade no Patronato Operário da Gávea, trabalho assistencial que prestava apoio comunitário. Aplicar injeção não era seu forte. Gostou mesmo de reunir as crianças para contar histórias.
Maria Clara Machado e Cacá Mourthe / "Acervo O Tablado"
Foi lá que Maria Clara Machado descobriu o dom de lidar com crianças, improvisar rodas de leitura e as primeiras encenações. Inspirada em sua própria trajetória, criou as primeiras histórias. Era o começo de uma carreira que faria história.
“Ela começou a fazer teatro para crianças. Assim, em 1951, ela resolveu fundar em um galpão o teatro O Tablado, com os amigos”. O que era só improviso e nasceu de forma amadora ficou sério. Foi a partir das reações da plateia que pensou que poderia transformar as peças que ela tinha pensado para teatro de bonecos para encenações.
A amiga Eddy Rezende acreditou no potencial que se apresentava e se tornou parceira das “aventuras” que estavam por vir. Atuou como atriz, produtora, assistente e até na administração do teatro. Fez de tudo. “Era muito gratificante. Descobri que era melhor produtora do que atriz”.
Tabladianos
Formado em O Tablado e dirigido por Maria Clara Machado, o ator Leonardo Brício, que foi também professor por quatro anos na escola, guarda com profundo carinho as lembranças do processo de sua formação. Em entrevista à Agência Brasil, o artista, hoje com 57 anos de idade e de carreira consolidada no teatro, na TV e no cinema, revela que a autora e diretora fazia questão que o elenco e os participantes conversassem bastante e cultivassem a humildade. “Eram mais do que aulas de teatro, mas de vida também”.
Após deixar o curso universitário de desenho industrial, Leonardo ingressou em O Tablado. Ele recorda que haveria a substituição do elenco para a montagem de O Dragão Verde. “Quando eu entrei no Tablado, há 35 anos, ela só dava aula para idosos, mas fui dirigido por ela em algumas peças. Ela era como uma mãezona mesmo. Ela me viu e me chamou para fazer uma personagem. A partir desse dia, eu me tornei tabladiano para sempre. Todo mundo que é tabladiano trata o lugar como sua segunda casa”, testemunha o ator. Foi marcante para ele o fato de que a mãe faleceu nesse período na companhia de teatro. “Ela me perguntou: 'por que você não veio dar um abraço na sua mãe do teatro?'. Sem dúvida, o espírito [de O Tablado] continua em mim”.
Outro ator que considera O Tablado uma segunda casa é Mateus Solano, de 40 anos. Ele gravou para a Rádio MEC um depoimento sobre a influência que o espaço teatral e Maria Clara Machado têm na vida profissional e pessoal dele. “Se não fosse o Tablado, talvez nem seria ator. Foi a minha segunda casa”.
Na série especial daRádio MEC, outros artistas como Fernanda Torres, Marcelo Serrado e Malu Mader explicam sobre relações com o aprendizado do teatro e também a respeito de Maria Clara Machado. Clique para acessar o especial e ouvir as entrevistas.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), negou ter havido erros nas notas de redação da edição 2020 do exame. “Não há problemas técnicos identificados entre a disponibilidade das referidas notas pelo consórcio Cesgranrio-FGV, contratado para operacionalização do Enem, e o instituto”, informou em nota divulgada hoje (2).
Desde a última terça-feira (30), quando com o acesso às notas foi liberado, estudantes fizeram reclamações nas redes sociais. Eles questionaram a correção, alegando que haviam tirado notas muito mais baixas do que em exames anteriores.
O instituto afirmou não ter havido falhas nas correções. “O Inep reforça que o processo de correção das redações do Enem é acompanhado em todas as suas etapas e segue rigorosamente os critérios estabelecidos pelo instituto”, ressaltou.
O Inep também afirmou ter conferido as notas extraídas do sistema de correção de provas com as notas divulgadas. “As análises, já concluídas, garantem que todas as notas apresentadas aos participantes estão de acordo com as notas finais calculadas após a atribuição de pontos de todos os corretores de redação”. Segundo o Inep, as redações podem passar “por até quatro correções” antes de se chegar à nota final.
Falha no site
No dia 29 de março, quando as notas do exame ficaram disponíveis, houve um problema no site. Esse problema impediu os estudantes de consultarem as notas por algumas horas. Às 21h20 do mesmo dia, no entanto, o acesso foi normalizado. Entretanto, o Inep assegura que essa falha no site não atinge o banco de notas.
Na edição de 2020, 28 estudantes tiraram nota máxima na redação, ao fazerem mil pontos na prova. Esse foi o pior desempenho dos candidatos na redação desde a edição de 2013.
A sigla é inspiradora: Amas, mas o significado ainda é um mistério para a ciência: é a Anomalia Magnética do Atlântico Sul, uma espécie de defasagem na proteção magnética da Terra localizada sobre o Atlântico Sul, mais especificamente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, faixa que se estende até o Continente Africano.
Para tentar entender o fenômeno, especialistas estudam o campo magnético do planeta, que é crido no núcleo de ferro líquido superaquecido a, pelo menos, 3 mil quilômetros de profundidade. O campo magnético, uma espécie de escudo protetor contra radiação cósmica e ventos solares, surge a partir das correntes elétricas na região, entre outros fatores.
Cientistas afirmam que esse campo magnético é dinâmico e por variar a intensidade em força e direção pode produzir efeitos como a Amas. Ela ainda é estudada e monitorada por agências espaciais, como a Agência Espacial Europeia (ESA), a agência espacial norte-americana (Nasa) e também do Brasil, que lançou, recentemente, ao espaço um nanossatélite com essa missão, o NanosatC-BR2.
No primeiro momento, as agências espaciais querem entender o fenômeno que pode avariar os satélites que passam pela órbita da Terra, explica o doutor em Física e pesquisador do Observatório Nacional, Marcel Nogueira.
“Por que as agências espaciais têm interesse na anomalia? Porque como essa região tem um campo mais enfraquecido, as partículas do vento solar entram nessa região com mais facilidade, o fluxo de partículas carregadas que passam por aquela área é muito mais intenso. Isso faz com que os satélites, quando passam por essa região, tenham que, por vezes, ficar em stand by, desligar momentaneamente alguns componentes para evitar a perda do satélite, de algum equipamento que venha a queimar. Porque a radiação, principalmente elétrons, nessa região é muito forte. Então, é de interesse das agências espaciais monitorar constantemente a evolução dessa anomalia, principalmente nessa faixa central”,', explica.
A ESA já alertou para o crescimento gradativo da Amas entre 1970 e 2020. De acordo com estudo publicado no ano passado, o campo magnético da Terra perdeu 9% de força nos últimos 200 anos, sendo o maior impacto na região da anomalia.
Além do funcionamento dos satélites, especialistas alertam que, com a baixa na retaguarda em um ponto específico do planeta, ficamos mais suscetíveis a tempestades magnéticas que podem afetar o dia a dia tecnológico na Terra.
Para Marcel Nogueira, entender essas particularidades pode orientar na precaução de blecautes, como o ocorrido em Quebec, no Canadá, em 1989, quando milhões de habitantes ficaram sem energia elétrica e tiveram transmissões de rádio interrompidas.
“Se a gente estuda as tempestades, temos condições de melhorar o nosso sistema de distribuição de energia elétrica e protegendo, evitar esses blecautes. Porque na vida que a gente tem hoje em dia, tão dependente da tecnologia, qualquer tipo de apagão no sistema elétrico, de qualquer país, gera prejuízo de milhões ou até bilhões de dólares. É algo muito importante para nossa vida tecnológica”, diz.
No Brasil, além do nanossatélite lançado ao espaço em março, em uma parceria com a Agência Espacial Russa, também há dois observatórios magnéticos que, entre outras missões, estão focados em responder questionamentos sobre essa anomalia: Vassouras, no Rio de Janeiro, e Tatuoca, na região amazônica. Ambos fazem parte da Rede Global de Observatórios Magnéticos, o Intermagnet.
Segundo Marcel Nogueira, os que operam no Brasil são bem modernos, apesar de o geomagnetismo ser uma das ciências mais antigas da humanidade. Ele diz que o trabalho na órbita do planeta, feito pelos satélites, e no solo, pelos observatórios, são complementares.
“Além de ser uma ciência extremamente antiga, de eles servirem para medidas relevantes, estudar fenômenos geomagnéticos, também servem de fonte de calibração para os satélites que estão fazendo medidas. São métodos complementares”.
Sobre o mistério da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, popularmente associado aos eventos no Triângulo das Bermudas, Marcel prefere dizer que o fenômeno é muito mais um desafio tecnológico e que não há conclusões que apontem riscos do fluxo das radiações cósmicas na vida humana.